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� PAGE \* MERGEFORMAT �1� PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE GOIÁS DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS Disciplina: JUR 3401 - DIREITO AGRÁRIO. Prof.: Hélio Capel Filho 3. IMÓVEL RURAL 3.1. Conceito e critérios para definição de Imóvel Rural. A legislação, dividida em finalidades específicas, apresentam conflitantes critérios para definição de imóvel rural. Pelo Critério Geográfico ou Espacial ou Topográfico, se entende que imóvel rural é aquele que se situa fora da zona urbana. Já pelo Critério da Destinação, o imóvel rural é aquele utilizado para atividades agrárias. O Estatuto da Terra e, posteriormente, a Lei nº 8.629/93 – que disciplina matérias dos dispositivos constitucionais que se relacionam com a reforma agrária – em seu art. 4º, aplica o critério da destinação do imóvel para se definir se é urbano ou rural. Isto significa dizer que seria urbano o imóvel destinado a moradia, comércio ou indústria, e rural o destinado a atividade agrária. Estatuto da Terra, Lei n. 4504/64: “Art. 4º Para os efeitos desta Lei, definem-se: I - "Imóvel Rural", o prédio rústico, de área contínua qualquer que seja a sua localização, que se destina à exploração extrativa agrícola, pecuária ou agro-industrial, quer através de planos públicos de valorização, quer através de iniciativa privada; ...............................” Lei n. 8.629/9: “Art. 4º Para os efeitos desta lei, conceituam-se: I – Imóvel rural, o prédio rústico de área contínua, qualquer que seja a sua localização, que se destine ou possa se destinar à exploração agrícola, pecuária, extrativa, vegetal, florestal ou agroindustrial.” Por outro lado, o Código Tributário Nacional, em seu art. 29, definiu imóvel rural com base no critério geográfico: “Art. 29. O imposto, de competência da União, sobre a propriedade territorial rural tem como fato gerador a propriedade, o domínio útil ou a posse de imóvel por natureza, como definido na lei civil, localizado fora da zona urbana do Município.” Assim também o fez a Lei n. 9.393/96 (ITR): “Art. 1º O Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural - ITR, de apuração anual, tem como fato gerador a propriedade, o domínio útil ou a posse de imóvel por natureza, localizado fora da zona urbana do município, em 1º de janeiro de cada ano. ................................... § 2º Para os efeitos desta Lei, considera-se imóvel rural a área contínua, formada de uma ou mais parcelas de terras, localizada na zona rural do município.” Como se vê, a legislação agrária conceitua imóvel rural na visão de sua destinação, ou potencialidade de destinação, independente de sua localização na zona rural ou urbana, contrapondo-se à visão da Legislação Tributária, que o conceitua somente na visão de sua localização na zona rural. Portanto, temos hoje as duas definições, ambas válidas, cada qual com seu sentido e alcance. 3.2 – Elementos Constitutivos Para as finalidades deste estudo, consideremos a conceituação agrária, da qual pinçamos os elementos essenciais para análise: Prédio Rústico – Por prédio não se entendem somente as casas e construções da cidade ou do campo, mas também as propriedades territoriais rurais ou quaisquer outros terrenos. O adjetivo rústico é entendido como o ‘ager’, ou seja, imóvel destinado às atividades agrárias, não importando sua localização. Área Contínua – Área, para este conceito, é o terreno destinado ao uso rústico. Contínuo, por sua vez, designa continuidade econômica e não espacial. Não é a continuidade física, de extensão da terra e de seu espaço físico, mas a continuidade na utilização do imóvel. Vale dizer, se a propriedade é dividida em duas partes físicas por um acidente geográfico, uma rodovia, um rio, etc., manterá a sua área contínua pela continuidade econômica. Irrelevância em relação à localização – Não importa onde esteja localizada, se no meio rural ou nos centros urbanos. Destinação – É o efetivo exercício de atividades agrárias. Caso contrário, poderá ser considerado Terra Improdutiva por não cumprir a sua função social.
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