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Ciclo Hidrológico e Balanço Hídrico TH702 Hidrologia Física 1. CICLO HIDROLÓGICO 1.1 Generalidades Pode-se considerar que toda a água utilizável pelo homem provenha da atmosfera, ainda que este conceito tenha apenas o mérito de definir um ponto inicial de um ciclo que, na realidade, é fechado. A água pode ser encontrada na atmosfera sob a forma de vapor, partículas líquidas e sólidas (granizo, neve). • Chuva: gotículas de água formadas por condensação atingem determinada dimensão e precipitam. • Granizo: quando a chuva atravessa temperaturas abaixo de zero (a condensação se dá a temperaturas positivas). 1. CICLO HIDROLÓGICO 1.1 Generalidades • Neve: quando a condensação ocorre sob temperaturas abaixo do ponto de congelamento. • Orvalho ou Geada: quando a condensação se verifica diretamente sobre uma superfície sólida - temperaturas superiores ou inferiores a 0C. • Nevoeiro ou Neblina: condensação ocorre nas proximidades do solo. 1. CICLO HIDROLÓGICO 1.2 Representação gráfica O ciclo hidrológico, está representado esquematicamente, em suas grandes linhas nas figuras a seguir. Estas figuras, forçosamente incompletas, não devem conduzir a uma ideia simplista de um fenômeno tão complexo. A contínua circulação que se processa às custas da energia solar mantém o balanço entre o volume de água na terra e a umidade atmosférica. Ciclo Hidrológico Radiaçã o solar Formação de nuvem (vapor) Evaporação e transpiração de plantas e árvores Nuvem de chuva (vapor condensado) Evaporação do lago Infiltraçã o Infiltração / Recarga Escoament o superficial Retenção Zona saturada Água subterrânea Processo hidrológico terrestre Fonte: Chaudhry, 2000 EVAPORAÇÃO DA SUPERFÍCIE LÍQUIDA EVAPORAÇÃO DO SOLO EVAPOTRANSPIRAÇÃO EVAPORAÇÃO PRECIPITAÇÃO PRECIPITAÇÃO ESCOAMENTO SUPERFICIAL EVAPORAÇÃO DIRETA CONDENSAÇÃO 1. CICLO HIDROLÓGICO 1.3 Processos físicos que intervêm no ciclo hidrológico • Precipitação: passagem da água da atmosfera para a superfície da terra. • Interceptação: parte da precipitação não atinge o solo, seja devido à evaporação durante a própria queda, seja porque fica retida pela vegetação. A essa última perda ( com relação ao volume que atinge o solo) dá-se a denominação de interceptação . Do volume que atinge o solo: - parte infiltra; - parte escoa sobre a superfície; - parte evapora diretamente ou evapora por transpiração. 1. CICLO HIDROLÓGICO 1.3 Processos físicos que intervêm no ciclo hidrológico • Infiltração e escoamento subterrâneo: processo de penetração da água no solo. A água que infiltra no solo movimenta-se através dos vazios existentes, por percolação, e eventualmente, atinge uma zona totalmente saturada, formando o lençol subterrâneo (freático ou artesiano) • Escoamento Superficial: ocorre quando a intensidade da precipitação excede a capacidade de infiltração do solo. Inicialmente são preenchidas as depressões do terreno e em seguida inicia-se o escoamento propriamente dito, procurando, naturalmente, a água os canais naturais, que vão formando os rios e finalmente dirigem-se aos mares. Neste processo pode ocorrer infiltração ou evaporação (características físicas do terreno e umidade ambiente da zona atravessada). A água retida nas depressões também pode evaporar ou infiltrar. 1. CICLO HIDROLÓGICO Escoamento subterrâneo 1. CICLO HIDROLÓGICO 1.3 Processos físicos que intervêm no ciclo hidrológico • Evaporação: a água em estado líquido, pela energia recebida do sol ou de outras fontes, pode retornar ao estado gasoso. É pela evaporação que se mantém o equilíbrio do ciclo hidrológico. • Transpiração: para viver as plantas retiram umidade do solo, utilizam-na em seu crescimento e a eliminam na atmosfera sob a forma de vapor. • Evapotranspiração: evaporação do solo mais a evaporação das plantas. 2. Balanço Hídrico A quantificação do ciclo hidrológico é um simples balanço de massa. A equação do balanço hídrico é: I = entrada Q = saída Definir cuidadosamente o volume de controle considerando os sistemas superficial e subterrâneo: QI dt dS 2. Balanço Hídrico 2. Balanço Hídrico Balanço hídrico de superfície (1) P precipitação Qin e Qout vazões superficiais de entrada e saída Qg escoamento subterrâneo no rio Es evaporação superficial Ts transpiração da planta proveniente da umidade da parte superficial do solo I infiltração variação do volume armazenado na superfície ΔSs sssgoutin SITEQQQP 2. Balanço Hídrico Balanço hídrico subterrâneo (2) Gin e Gout vazões subterrâneas de entrada e saída no volume de controle Qg escoamento subterrâneo no rio Eg evaporação subterrânea Tg transpiração da planta proveniente da umidade da parte subterrânea do solo ΔSg variação do volume armazenado no subsolo ggggoutin STEQGGI 2. BALANÇO HÍDRICO Somando as equações (1) e (2) vem: P- (Qout- Qin) – (Es+ Eg)- (Ts+Tg)- (Gout- Gin)=ΔSs+ΔSg ou de forma simplificada P- Q - G – E – T = ΔS ou ainda Q + G = Qtot E + T = EVT P = Qtot + EVT + ΔS balanço hídrico simplificado onde EVT é a evapotranspiração e ΔS=0 quando Δt = ano !!!! 2.1 Balanço Hídrico no Mundo Continente Área (106 km2) Precipitação (mm) Evapotranspiração (mm) Escoamento (mm) Europa 9,8 754 415 339 Ásia 45,0 726 433 293 África 30,3 686 547 139 América do Norte 20,7 670 383 287 América do Sul 17,8 1.648 1.065 583 Austrália 8,7 736 510 226 Terra 132,3 834 540 294 2.2 Balanço Hídrico por Bacias Brasileiras Região Área (km2) Chuva Média (m3/s) Vazão Média (m3/s) Evapotrans- piração (m3/s) Vazão/Chuva (%) 1. Amazonas 6.112.000 493.491 202.000 291.491 41 2. Tocantins 757.000 42.387 11.300 31.087 27 3. Atlântico Norte 242.000 16.388 6.000 10.388 37 4. Atlântico Nordeste 787.000 27.981 3.130 24.851 11 5. São Francisco 634.000 19.829 3.040 16.789 15 6. Atlântico Leste (1) 242.000 77.84 670 7.114 9 7. Atlântico Leste (2) 303.000 11.791 3.710 8.081 31 8. Paraná 877.000 39.935 11.200 28.735 28 9. Paraguai 368.000 16.326 1.340 14.986 8 10. Uruguai 178.000 95.89 4.040 5.549 42 11. Atlântico Sul 224.000 10.519 4.570 5.949 43 Brasil – Amazonas total 10.724.000 696.020 251.000 445.020 36 Fonte: Carta “Disponibilidade Hídrica do Brasil” – DNAEE – DCRH, 1984. (1) - Do Japaratuba (SE) ao Pardo (BA). (2) - Do Jequitinhonha (MG/BA) ao Paraíba do Sul (SP/MG/RJ).
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