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Assédio sexual e assédio moral

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Assédio sexual e assédio moral
Flávio da Costa Higa - flaviochiga@hotmail.com
InserInserçção das mulheres no mercado de trabalho e as estruturas ão das mulheres no mercado de trabalho e as estruturas 
patriarcais de poderpatriarcais de poder
* Deturpou a segmentação das atribuições sociais 
(homem = espaço público – mulher = esfera privada);
* Veio impregnada de ranços que vinculam a mulher ao 
trabalho doméstico. Testes da hipótese:
1. quem exerce o trabalho doméstico remunerado;
2. quem exerce o trabalho doméstico não remunerado;
3. quem o Estado incumbe de cuidar dos filhos.
* A independência econômica pelo exercício de atividade 
produtiva oblitera o estado de sujeição ao homem;
* Assédio sexual compreendido como discriminação de 
gênero (abordagem mais aceita nos EUA)
InserInserçção das mulheres no mercado de trabalho e as estruturas ão das mulheres no mercado de trabalho e as estruturas 
patriarcais de poderpatriarcais de poder
Brasil: Pessoal Ocupado no Serviço Doméstico Remunerado e 
a Participação nas Ocupações segundo o Sexo — 1995 (Em %)
Ocupação Homem Mulher
Arrumadeira/camareiro 3,56 96,44
Babá/Ama/acompanhante 0,94 99,06
Cozinheira/copeira 2,77 97,23
Diarista/faxineira 2,47 97,53
Lavadeira/passadeira 0,76 99,24
Governanta/mordomo 3,15 96,85
Doméstica polivalente 5,10 94,90
Atendente/jardineiro/motorista 79,08 20,92
Total 6,84 93,16
Fonte: IBGE/PNAD, 1995
Compreensão epistemolCompreensão epistemolóógica do assgica do asséédio sexual como forma de dio sexual como forma de 
discriminadiscriminaçção de gênero ão de gênero –– cencenáário mundialrio mundial
“3. Le harcèlement et le harcèlement sexuel au sens de la présente directive 
sont considérés comme une discrimination fondée sur le sexe et sont dès 
lors interdits.” (Diretiva Europeia 2002/73/CE, art. 3º)
“Artículo 1.o. Principios regentes. Esta ley se basa en los principios 
constitucionales del respeto por la libertad y la vida humana, el derecho al 
trabajo y el principio de igualdad ante la ley, los cuales obligan al Estado a 
condenar la discriminación por razón del sexo y a establecer políticas para 
eliminar la discriminación contra la mujer, según la Convención de las 
Naciones Unidas sobre la eliminación de todas las formas de discriminación 
contra la mujer y la Convención interamericana para prevenir, sancionar y 
erradicar la violencia contra la mujer.” (Costa Rica, Lei 7.476/95, art. 1º)
AssAsséédio sexual como forma de discriminadio sexual como forma de discriminaçção de gênero e a ão de gênero e a 
possibilidade de vpossibilidade de víítimas de ambos os sexostimas de ambos os sexos
“32.3. toute forme de comportement verbal, non-verbal ou corporel de nature 
sexuelle, dont celui qui s'en rend coupable, sait ou devrait savoir, qu'il affecte 
la dignité de femmes et d'hommes sur les lieux de travail.” (BÉLGICA. Loi 
relative à la protection contre la violence et le harcèlement moral ou 
sexuel au travail (L. 11-06-2002). 
«1. Costituisce discriminazione diretta, ai sensi della legge 9 dicembre 1977, n. 
903, e della presente legge, qualsiasi atto, patto o comportamento che produca 
un effetto pregiudizievole discriminando le lavoratrici o i lavoratori in ragione 
del loro sesso e comunque il trattamento meno favorevole rispetto a quello di 
un'altra lavoratrice o di un altro lavoratore in situazione analoga.» (ITÁLIA, 
Decreto Legislativo 30 maggio 2005, n. 145)
AssAsséédio sexual e discriminadio sexual e discriminaçção ão –– o elemento hiero elemento hieráárquico rquico 
Distribuição de cargos no mercado de trabalho de acordo 
com o gênero (Fonte: Instituto Ethos/IBOPE - 2003):
9%91% Executivo
18%82%Gerência
28%72%Chefia
35%65%Funcional
MulheresHomensCargo/gênero
AssAsséédio sexual e discriminadio sexual e discriminaçção ão -- estatestatíísticassticas
Incidência de assédio sexual em relação ao gênero:
• Homens assediando mulheres – 90%;
• Homens assediando homens – 9%;
• Mulheres assediando homens – 1%.
Fonte: KAY, Herma Hill; WEST, Martha S. Sex-based
Discrimination: Text, Case and Materials. West Group, 2002, 
p. 765.
AssAsséédio sexual e discriminadio sexual e discriminaçção ão –– Não são apenas as mais Não são apenas as mais 
atraentes que são assediadas?atraentes que são assediadas?
“Sexual harassment is a form of sex discrimination. (…) The fact that 
only some, and not all, female employees at the restaurant were subject 
to sexual harassment is not a valid reason to conclude that sexual 
harassment could not amount to discrimination on the basis of sex. Sex 
discrimination does not exist only where gender is the sole ingredient in 
the discriminatory action and where, therefore, all members of the 
affected gender are mistreated identically. (…) If a finding of 
discrimination required that every individual in the affected group be 
treated identically, legislative protection against discrimination would 
be of little or no value. (…) The crucial fact in this case is that it was 
only female employees who ran the risk of sexual harassment. Indeed, 
only a woman could be subject to sexual harassment by a heterosexual 
male, such as the offending employee.” (Supreme Court of Canada, 
Jensy v. Platy Enterprises Ltd., [1989] 1 S.C.R. 1252)
AssAsséédio sexual e discriminadio sexual e discriminaçção de gênero ão de gênero –– E quando as E quando as 
vvíítimas são os homens?timas são os homens?
“Title VII’s prohibition of discrimination ‘because of...sex’
protects men as well as women, (…),and in the related context of 
racial discrimination in the workplace we have rejected any 
conclusive presumption that an employer will not discriminate 
against members of his own race (…). If our precedents leave any 
doubt on the question, we hold today that nothing in Title VII 
necessarily bars a claim of discrimination ‘because of . . . sex’
merely because the plaintiff and the defendant (or the person 
charged with acting on behalf of the defendant) are of the same 
sex.” (Supreme Court of the United States. Oncale v. 
Sundowner Offshore Services, 523 U.S. 75 (1998))
AssAsséédio sexual e discriminadio sexual e discriminaçção de gênero ão de gênero –– aplicaaplicaçção aos ão aos 
homenshomens
“2. Sex Discrimination Against Men 2 (1) Section 1, and 
the provisions of Parts II and III relating to sex 
discrimination against women, are to be read as applying 
equally to the treatment of men, and for that purpose 
shall have effect with such modifications as are 
requisite.” (INGLATERRA, Sex Discrimination Act
(1975)) 
AssAsséédio sexual como forma de discriminadio sexual como forma de discriminaçção de gênero ão de gênero ––
VantagemVantagem
Lei nº. 9.029/95. Art. 1º. Fica proibida a adoção de qualquer prática 
discriminatória e limitativa para efeito de acesso a relação de emprego, ou 
sua manutenção, por motivo de sexo, origem, raça, cor, estado civil, 
situação familiar ou idade, ressalvadas, neste caso, as hipóteses de proteção 
ao menor previstas no inciso XXXIII do art. 7º da Constituição Federal. 
Art. 4º. O rompimento da relação de trabalho por ato discriminatório, 
nos moldes desta Lei, além do direito à reparação pelo dano moral, faculta 
ao empregado optar entre: 
I - a readmissão com ressarcimento integral de todo o período de 
afastamento, mediante pagamento das remunerações devidas, corrigidas 
monetariamente, acrescidasdos juros legais;
II - a percepção, em dobro, da remuneração do período de afastamento, 
corrigida monetariamente e acrescida dos juros legais.
AssAsséédio sexual como forma de discriminadio sexual como forma de discriminaçção de gênero ão de gênero ––
VantagemVantagem
INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS. DISPENSA POR 
CAUSA INJUSTA. ILICITUDE. CABIMENTO. 1. A dispensa sem 
justa causa é permitida no direito brasileiro, mas não a dispensa por 
causa injusta, a qual provoca sentimento de indignação e revolta, se 
caracterizando como ato ilícito que ofende a esfera extrapatrimonial do 
trabalhador, sendo, portanto, suscetível de indenização por danos 
morais. 2. A autora foi vítima de assédio sexual dentro do ambiente de 
trabalho e, portanto, tinha todo o direito de comunicar às autoridades 
policiais o fato ilícito, que lhe causou enorme abalo psicológico. 3. Ser 
demitida por tal fato, sem dúvida, agravou ainda mais o seu sentimento 
de revolta e de injustiça, causando-lhe indiscutível dano moral. (TRT da 
24ª Região, Processo: 0072800-42.2008.5.24.0005, DEJT N.º 374 de 
08/12/2009)
AssAsséédio sexual como forma de discriminadio sexual como forma de discriminaçção de gênero ão de gênero ––
Vulnerabilidades e efeitos colateraisVulnerabilidades e efeitos colaterais
i. Reforço de estereótipos machistas: mulher como símbolo de recato e 
castidade e homem sob o signo de “predador sexual”.
ii. Pânico nas relações amistosas com o sexo oposto (gênero-fobia) – 75% 
dos homens norte-americanos declararam que pensam em assédio sexual 
quando interagem com mulheres no trabalho;
iii. O temor do assédio sexual pelos colegas de trabalho pode implicar a 
“segregação sexual” sob um pretexto jurídico;
iv. O temor do assédio sexual pelos empregadores pode gerar a adoção de 
uma postura excessivamente zelosa, com a violação de outros direitos 
fundamentais como a intimidade e a liberdade;
v. A censura às condutas sexuais como ferramenta “neo-taylorista” de 
aumentar a eficiência dos processos produtivos.
AssAsséédio sexual como forma de discriminadio sexual como forma de discriminaçção de gênero ão de gênero ––
Vulnerabilidades e efeitos colaterais: segregaVulnerabilidades e efeitos colaterais: segregaçção sexual ão sexual 
AssAsséédio sexual como forma de discriminadio sexual como forma de discriminaçção de gênero ão de gênero ––
Vulnerabilidades e efeitos colaterais: violaVulnerabilidades e efeitos colaterais: violaçção da intimidadeão da intimidade
“(...) A prática discriminatória costumeira, observada no 
procedimento adotado por várias empresas que, com base em 
normas de seu regulamento interno, dispensam empregados que 
namoram ou se casam, ou vedam a admissão de parentes de 
empregados, é atentatória ao princípio da igualdade de todos perante 
a lei, que encontra amparo em vários dispositivos do texto 
constitucional de 1988, erigido sobre o princípio da dignidade 
humana, fortemente enunciado nos diplomas que compõem o 
tecido do sistema de produção internacional dos direitos humanos. 
O art. 5º assegura a igualdade de todos perante a lei, e o inciso XLI 
veda qualquer discriminação atentatória dos direitos e liberdades 
fundamentais, dentre eles a inviolabilidade da intimidade, vida 
privada, honra e imagem das pessoas, ficando o infrator sujeito ao 
pagamento da indenização pelo dano moral ou material decorrente 
de sua violação, nos termos do inciso X do mesmo artigo. (...). (TRT 
01ª R. – RO 03325-2002-244-01-00-0 – 7ª T. – Rel. Juiz Evandro 
Pereira Valadão Lopes – DJRJ 30.08.2004) 
AssAsséédio sexual dio sexual -- a construa construçção do conceito diante do fenômenoão do conceito diante do fenômeno
Assédio sexual
CP. Art. 216-A. Constranger alguém com o intuito de 
obter vantagem ou favorecimento sexual, prevalecendo-se 
o agente da sua condição de superior hierárquico ou 
ascendência inerentes ao exercício de emprego, cargo ou 
função.
Pena - detenção, de 1 (um) a 2 (dois) anos.
(Incluído pela Lei nº 10.224, de 15 de 2001)
AssAsséédio sexual dio sexual -- defeitos da legisladefeitos da legislaçção brasileiraão brasileira
i. Hipertrofiou desnecessária e inconvenientemente o estatuto
criminal com mais um tipo penal anódino;
ii.Assumiu perspectiva triplamente reducionista:
A – Circunscreveu o tipo à hierarquia das relações de trabalho lato
sensu;
B – Restringiu o conceito às hipóteses de chantagem;
C – Exigiu o dolo direto.
AssAsséédio sexual e a (dio sexual e a (desdes)necessidade de ascensão hier)necessidade de ascensão hieráárquicarquica
Mera causa de aumento de pena em diplomas europeusMera causa de aumento de pena em diplomas europeus
Art. 222-33. III. - Les faits mentionnés aux I et II sont punis de deux ans 
d'emprisonnement et de 30 000 € d'amende.
Ces peines sont portées à trois ans d'emprisonnement et 45 000 €
d'amende lorsque les faits sont commis: 1° Par une personne qui abuse de 
l'autorité que lui confèrent ses fonctions; (...). (FRANÇA, Códe Penal)
Artículo 184. 2. Si el culpable de acoso sexual hubiera cometido el hecho 
prevaliéndose de una situación de superioridad laboral, docente o 
jerárquica, o con el anuncio expreso o tácito de causar a la víctima un mal 
relacionado con las legítimas expectativas que aquélla pueda tener en el 
ámbito de la indicada relación, la pena será de prisión de cinco a siete 
meses o multa de 10 a 14 meses. (ESPANHA, Código Penal)
Jenson v. Eveleth Taconite Company. No 97Jenson v. Eveleth Taconite Company. No 97--1147.1147. December December 
05, 1997. United States Court of 05, 1997. United States Court of Appeals,EighthAppeals,Eighth Circuit. Circuit. 
“In August 1988, Lois Jenson and Patricia Kosmach filed a 
class action suit against Eveleth Mines This case has a long, 
tortured, and unfortunate history. (...) Sexually explicit 
graffiti and posters were found on the walls and in 
lunchroom areas, tool rooms, lockers, desks, and offices. 
Women reported offensive language directed at individuals 
as well as frequent “generic” comments that women did not 
belong in the mines, kept jobs from men, and belonged home 
with their children. Women reported incidents of 
unwelcome touching, including kissing, pinching, and 
grabbing.”
Jenson v. Eveleth Taconite Company. No 97Jenson v. Eveleth Taconite Company. No 97--1147.1147.
VVíítimastimas com com personalidadepersonalidade histriônicahistriônica
“Um padrão invasivo de excessiva emocionalidade e busca de atenção, 
que começa no início da idade adulta e está presente em uma variedade 
de contextos, como indicado por cinco (ou mais) dos seguintes 
critérios: (1) ...; (2) a interação com os outros frequentemente se 
caracteriza por um comportamento inadequado, sexualmente 
provocante ou sedutor; (3)...; (4) usa consistentemente a aparência física 
para chamar a atenção sobre si próprio; (5) tem um estilo de discurso 
excessivamente impressionista e carente de detalhes; (6) exibe auto-
dramatização, teatralidade e expressão emocional exagerada; (7)...; (8) 
considera os relacionamentos mais íntimos do que realmente são.”
(PSIQWEB. Critérios Diagnósticos para F60.4 - 301.50 
Transtorno da Personalidade Histriônica)
Jenson v. Eveleth Taconite Company. No 97Jenson v. Eveleth Taconite Company. No 97--1147.1147. December December 
05, 1997. United States Court of 05, 1997. United States Court of Appeals,EighthAppeals,Eighth Circuit. Circuit. 
“The record strongly suggests the Special Master
foreclosed consideration of the evidence based
on his own preconceived notions relating to 
psychiatric proof.”
Jenson v. Eveleth Taconite Company. No 97Jenson v. Eveleth Taconite Company. No 97--1147.1147.
FilmeFilme ““Terra FriaTerra Fria”” (2005 (2005 –– NikiNiki Caro/USA) Caro/USA) 
AssAsséédio sexual por chantagem (dio sexual por chantagem (““quidpro quoquid pro quo”” ) e ass) e asséédio dio 
sexual por intimidasexual por intimidaçção (criaão (criaçção de ambiente hostil)ão de ambiente hostil)
Assédio sexual “quid pro quo” ou por chantagem –
Literalmente “isto, por aquilo” - o autor oferece benefícios em 
troca de ou ameaça causar prejuízos caso a vítima não realize 
favores sexuais. 
Assédio sexual por intimidação – O autor constrói uma 
atmosfera de intimidação mediante a criação de um ambiente 
sexualmente hostil, degradante, ofensivo ou intimidatório, a 
fim de que a vítima desista do emprego ou não tenha ambições 
em relação ao progresso da carreira.
AssAsséédio sexual dio sexual -- ConceitoConceito - Requisitos - desnecessidade de dolo -
legislação portuguesa e italiana 
“Artigo 29.º Assédio. 1 — Entende-se por assédio o comportamento indesejado, 
nomeadamente o baseado em factor de discriminação, praticado aquando do 
acesso ao emprego ou no próprio emprego, trabalho ou formação profissional, 
com o objectivo ou o efeito de perturbar ou constranger a pessoa, afectar a sua 
dignidade, ou de lhe criar um ambiente intimidativo, hostil, degradante, 
humilhante ou desestabilizador. 2 — Constitui assédio sexual o comportamento 
indesejado de carácter sexual, sob forma verbal, não verbal ou física, com o 
objectivo ou o efeito referido no número anterior.” (Código do Trabalho de 
Portugal, Lei nº. 7/2009)
“2-ter. Sono, altresì, considerate come discriminazioni le molestie sessuali, ovvero 
quei comportamenti indesiderati a connotazione sessuale, espressi in forma fisica, 
verbale o non verbale, aventi lo scopo o l'effetto di violare la dignità di una 
lavoratrice o di un lavoratore e di creare un clima intimidatorio, ostile, degradante, 
umiliante o offensivo.” (ITALIA, Decreto Legislativo 145/2005)
AssAsséédio sexual dio sexual - Requisitos - desnecessidade de dolo - Irlanda
“The intention of the perpetrator of the sexual harassment or 
harassment is irrelevant. The fact that the perpetrator has no 
intention of sexually harassing or harassing the employee is no 
defence. The effect of the behaviour on the employee is what 
is relevant.” (IRLANDA. Employment Equality Act 1998 
(Code of Practice) (Harassment) Order 2012)
Code of Federal Regulations - Title 29 – Labor - Part 1604 
Guidelines on Discrimination Because of SexDiscrimination Because of Sex
§ 1604.11 Sexual harassment 
(a) Harassment on the basis of sex is a violation of section 703 of title VII.*1
Unwelcome sexual advances, requests for sexual favors, and other verbal or 
physical conduct of a sexual nature constitute sexual harassment when (1) 
submission to such conduct is made either explicitly or implicitly a term or 
condition of an individual's employment, (2) submission to or rejection of such 
conduct by an individual is used as the basis for employment decisions affecting 
such individual, or (3) such conduct has the purpose or effect of unreasonably 
interfering with an individual's work performance or creating an intimidating, 
hostile, or offensive working environment.
*1 The principles involved here continue to apply to race, color, religion or national origin.
Reconhecido em: (Supreme Court of the United States. Meritor 
Savings Bank v. Vinson - 477 U.S. 57 (1986))
AssAsséédio sexual dio sexual -- Conceito Conceito -- Requisitos Desnecessidade de Requisitos Desnecessidade de 
repetirepetiçção na hipão na hipóótese de chantagem tese de chantagem -- Code du travail Code du travail -- FranceFrance
Article L1153-1 
Aucun salarié ne doit subir des faits: 
1° Soit de harcèlement sexuel, constitué par des propos ou 
comportements à connotation sexuelle répétés qui soit portent atteinte à
sa dignité en raison de leur caractère dégradant ou humiliant, soit créent 
à son encontre une situation intimidante, hostile ou offensante; 
2° Soit assimilés au harcèlement sexuel, consistant en toute forme de 
pression grave, même non répétée, exercée dans le but réel ou apparent 
d'obtenir un acte de nature sexuelle, que celui-ci soit recherché au profit 
de l'auteur des faits ou au profit d'un tiers.
AssAsséédio sexual dio sexual -- Requisitos Requisitos -- Desnecessidade de repetiDesnecessidade de repetiçção a ão a 
depender da gravidade do ato depender da gravidade do ato -- InglaterraInglaterra
“(...) a single act of sexual harassment was a ‘detriment’ to the 
complainant within the meaning of s.6(2)(b), notwithstanding the
dictionary definition of ‘harassment’ as a continuing course of 
conduct. A single incident of sexual harassment, provided it is 
sufficiently serious, clearly falls within the proper intention and 
meaning of the statute as it is an act of discrimination against a 
woman because she is a woman.” (INGLATERRA, Employment 
Appeal Tribunal. Bracebridge Engineering Ltd v. Darby [1990] 
IRLR 3 EAT)
AssAsséédio sexual dio sexual -- ApreciaApreciaçção judicial ão judicial –– Culpa concorrente da Culpa concorrente da 
vvíítima tima –– ((imim)pertinência do requisito)pertinência do requisito
“(...) se a vítima tem o hábito de se vestir de forma provocadora ou 
se pactua livremente com certas intimidades em público, não há
como deixar de reconhecer que, de certa forma, está assumindo o 
risco de receber propostas de natureza sexual. (...) o comportamento 
da alegada vítima, bem como sua ‘vida pregressa’, deve ser levado 
em consideração na hora de avaliar se um ato pode ser enquadrado 
ou não como assédio sexual.” (Rodolfo Pamplona Filho)
AssAsséédio sexual dio sexual -- ApreciaApreciaçção judicial ão judicial –– Culpa concorrente da Culpa concorrente da 
vvíítima tima –– ((imim)pertinência do requisito)pertinência do requisito
Mesmo quando as mulheres percebem as agressões e mudam as suas 
atitudes, os ataques não cessam (MENA, 2004), até porque eles respondem 
muito menos às necessidades sexuais do ofensor do que ao exercício de 
dominação cultural. Ademais, as vítimas incluem deficientes físicas e 
mentais, crianças, anciãs, religiosas e mulheres que não atendem aos 
padrões de beleza socialmente estabelecidos, o que torna a alegação falaz 
(CRUZ PÉREZ, 2007). (...) A alegação flerta com a mais preconceituosa 
“vitimologia”, segundo a qual a pessoa é assediada porque “provoca” ou 
“deseja”. Isso inibe as denúncias e a prevenção ao assédio, pois, não 
reconhecida como vítima, ela sofre dupla violência ao ser responsabilizada 
pelo comportamento do agressor (DAVID, 2003/4). (Flávio da Costa Higa)
“62. Sexual harassment. (4) Where a person complains of sexual 
harassment, no account shall be taken of any evidence of the person's 
sexual experience or reputation.” (NOVA ZELÂNDIA. Human Rights 
Act n. 82 (1993))
AssAsséédio sexual como violadio sexual como violaçção da dignidade da pessoa humana ão da dignidade da pessoa humana 
–– vantagens e desvantagensvantagens e desvantagens
« 2. Aux fins de la présente directive, on entend par: “‘harcèlement 
sexuel’: la situation dans laquelle un comportement non désiré à
connotation sexuelle, s'exprimant physiquement, verbalement ou non 
verbalement, survient avec pour objet ou pour effet de porter atteinte à
la dignité d'une personne et, en particulier, de créer un environnement 
intimidant, hostile, dégradant, humiliant ou offensant. » (Diretiva 
Europeia 2002/73/CE, art. 3º)
Vantagens - conceito naturalmente atraente;
- desnecessidade de prova de tratamento diferenciado.
Desvantagens - conceito demasiadamente aberto 
- grande parte das colisões resulta, em última análise, 
em um choque entre dignidades opostas.
AssAsséédio e direito a um meio ambiente sauddio e direito a um meio ambiente saudáável e vel e 
ecologicamente equilibradoecologicamente equilibrado
“O homem, e, duma maneira geral, todo o ser racional, existe como fim 
em si mesmo, não só como meiopara ouso arbitrário desta ou daquela 
vontade. (...) os seres racionais se chamam pessoas, porque a sua 
natureza os distingue já como fins em si mesmos, quer dizer como algo 
que não pode ser empregado como simples meio e que, por conseguinte, 
limita nessa medida todo o arbítrio.” (Immanuel Kant)
DECLARAÇÃO DO RIO DE JANEIRO SOBRE MEIO AMBIENTE 
E DESENVOLVIMENTO (1992) 
PRINCÍPIO 1 - Os seres humanos constituem o centro das 
preocupações relacionadas com o desenvolvimento sustentável. Têm 
direito a uma vida saudável e produtiva em harmonia com a Natureza.
AssAsséédio e direito a um meio ambiente sauddio e direito a um meio ambiente saudáável e vel e 
ecologicamente equilibradoecologicamente equilibrado
CF. Art. 225. Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente 
equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de 
vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo 
e preservá- lo para as presentes e futuras gerações.
CF. Art. 200. Ao sistema único de saúde compete, além de outras 
atribuições, nos termos da lei: VIII - colaborar na proteção do meio 
ambiente, nele compreendido o do trabalho.
39. MEIO AMBIENTE DE TRABALHO. SAÚDE MENTAL. DEVER 
DO EMPREGADOR. É dever do empregador e do tomador dos serviços 
zelar por um ambiente de trabalho saudável também do ponto de vista da 
saúde mental, coibindo práticas tendentes ou aptas a gerar danos de 
natureza moral ou emocional aos seus trabalhadores, passíveis de 
indenização. (Enunciado 39 da 1ª Jornada de Direito Material e Processual 
na Justiça do Trabalho (2007))
AssAsséédio sexual e o direito a um meio ambiente sauddio sexual e o direito a um meio ambiente saudáável e vel e 
ecologicamente equilibradoecologicamente equilibrado
“247.2. Every employee is entitled to employment free of sexual harassment.”
(CANADÁ. Code canadien du travail (L.R.C. (1985), ch. L-2))
“The Employment Equality Act protects harassment by employees from 
sexual harassment and harassment by: - the employer; — fellow employees; —
clients; — customers; — other business contacts including any person with 
whom the employer might reasonably expect the employee to come into 
contact in the workplace. This may include those who supply or deliver 
goods/services to the employer, maintenance and other types of professional 
contractors, as well as volunteers.” (IRLANDA, Employment Equality Act 
1998 (Code of Practice) (Harassment) Order 2012)
AssAsséédio sexual e o direito a um meio ambiente sauddio sexual e o direito a um meio ambiente saudáável e vel e 
ecologicamente equilibradoecologicamente equilibrado
Sexual harassment (...) can be humiliating and may constitute a health and 
safety problem; it is discriminatory when the woman has reasonable 
grounds to believe that her objection would disadvantage her in 
connection with her employment, including recruiting and promoting, or 
when it creates a hostile working environment. (INDIA, Supreme Court 
of India. Vishaka and others v. State of Rajasthan and others. (AIR 
1997 SC 3011). 
Não se olvida que o assédio sexual pode ensejar dano moral indenizável 
pelo empregador, notadamente porque é dele o dever de manter hígido o 
ambiente de trabalho (CF, art. 5º, X). (TRT 24ª Região, PROCESSO Nº
0001492-32.2011.5.24.0007-RO.1, 1ª T., Julgado em: 12/06/2012)
Assédio organizacional – responsabilidade do 
empregador pelo assédio de terceiros
““INDENIZACAO POR DANO MORAL INDENIZACAO POR DANO MORAL –– CASA CASA 
BAHIA USO DE BROCHE BAHIA USO DE BROCHE ––A obrigatoriedade do A obrigatoriedade do 
uso de broches com dizeres que dão margem a uso de broches com dizeres que dão margem a 
comentcomentáários desrespeitosos por parte de clientes e rios desrespeitosos por parte de clientes e 
terceiros configura violaterceiros configura violaçção do patrimônio ão do patrimônio 
imaterial do empregado.imaterial do empregado.”” (RIO DE JANEIRO. (RIO DE JANEIRO. 
Tribunal Regional do Trabalho da 1Tribunal Regional do Trabalho da 1ªª Região. 6Região. 6ªª
Turma. Turma. Processo nProcesso nºº 01426000142600--21.2008.5.01.0322.21.2008.5.01.0322.
Julgado em 05 de outubro de 2011. Relator: Julgado em 05 de outubro de 2011. Relator: 
Marcelo Antero de Carvalho)Marcelo Antero de Carvalho)
AssAsséédio sexual por intimidadio sexual por intimidaçção (criaão (criaçção de ambiente hostil) ão de ambiente hostil) ––
reconhecimento pelo Tribunal Superior do Trabalhoreconhecimento pelo Tribunal Superior do Trabalho
“Sendo incontroverso nos autos que a psicopatologia 
(Transtorno Obsessivo-Compulsivo) do reclamante foi adquirida 
em função da atividade exercida em ambiente de trabalho 
inadequado e hostil, assim configurado pela prática de assédios 
moral e sexual por um dos prepostos da reclamada (subgerente), 
certo fica que a doença resulta das condições especiais do 
ambiente em que o trabalho é executado, equiparando-se, nos 
termos do artigo 20, § 2°, da Lei n.° 8.213/91, a acidente do 
trabalho.” (BRASIL. TST, 1ª T., RR – 13490-70.2007.5.14.0002, 
Rel. Des. Conv. José Maria Quadros de Alencar). 
AssAsséédio organizacional e meio ambiente sauddio organizacional e meio ambiente saudáável vel -- Lei Lei 
8.213/91. Art. Nexo T8.213/91. Art. Nexo Téécnico Epidemiolcnico Epidemiolóógicogico
“Art. 21-A. A perícia médica do INSS considerará
caracterizada a natureza acidentária da incapacidade 
quando constatar ocorrência de nexo técnico 
epidemiológico entre o trabalho e o agravo, decorrente 
da relação entre a atividade da empresa e a entidade 
mórbida motivadora da incapacidade elencada na 
Classificação Internacional de Doenças - CID, em 
conformidade com o que dispuser o regulamento.”
AssAsséédio moral dio moral –– Conceito Conceito –– legislalegislaçção paulistaão paulista
Lei nº. 12.250, de 9 de fevereiro de 2006.
Artigo 2º - Considera-se assédio moral para os fins da presente lei, toda ação, 
gesto ou palavra, praticada de forma repetitiva por agente, servidor, 
empregado, ou qualquer pessoa que, abusando da autoridade que lhe confere 
suas funções, tenha por objetivo ou efeito atingir a auto-estima e a 
autodeterminação do servidor, com danos ao ambiente de trabalho, ao serviço 
prestado ao público e ao próprio usuário, bem como à evolução, à carreira e à
estabilidade funcionais do servidor, especialmente:
I - determinando o cumprimento de atribuições estranhas ou de atividades 
incompatíveis com o cargo que ocupa, ou em condições e prazos inexeqüíveis;
II - designando para o exercício de funções triviais o exercente de funções 
técnicas, especializadas, ou aquelas para as quais, de qualquer forma, exijam 
treinamento e conhecimento específicos;
III - apropriando-se do crédito de idéias, propostas, projetos ou de qualquer 
trabalho de outrem.
AssAsséédio moral dio moral –– Conceito Conceito –– legislalegislaçção paulistaão paulista
Lei nº. 12.250, de 9 de fevereiro de 2006.
Parágrafo único - Considera-se também assédio moral as ações, gestos e palavras 
que impliquem:
1.em desprezo, ignorância ou humilhação ao servidor, que o isolem de contatos 
com seus superiores hierárquicos e com outros servidores, sujeitando-o a receber 
informações, atribuições, tarefas e outras atividades somente através de terceiros;
2. na sonegação de informações que sejam necessárias ao desempenho de suas 
funções ou úteis a sua vida funcional;
3. na divulgação de rumores e comentários maliciosos, bem como na prática de 
críticas reiteradas ou na de subestimação de esforços, que atinjam a dignidade do 
servidor;
4. na exposição do servidor a efeitos físicos ou mentais adversos, em prejuízo de 
seu desenvolvimento pessoal e profissional.
AssAsséédio moral dio moral –– conceito conceito -- CodeCode dudu TravailTravail
Article L1152-1. Aucun salarié ne doit subir les agissements répétés de 
harcèlementmoral qui ont pour objet ou pour effet une dégradation de ses 
conditions de travail susceptible de porter atteinte à ses droits et à sa 
dignité, d'altérer sa santé physique ou mentale ou de compromettre son 
avenir professionnel.
AssAsséédio moral dio moral –– Requisitos Requisitos –– Elemento subjetivoElemento subjetivo
“O assédio moral é o conjunto de práticas humilhantes e constrangedoras, 
repetitivas e prolongadas, às quais são submetidos os trabalhadores no exercício 
de suas funções, usualmente quando há relação hierárquica, em que predominam 
condutas que ferem a dignidade humana, a fim de desestabilizar a vítima em seu 
ambiente de trabalho, razão pela qual necessária a demonstração de dolo por 
parte do causador.” (TRF 2ª R. – AC 2006.51.01.015789-0 – (488787) – Rel. 
Des. Fed. José Antonio Lisbôa Neiva – DJe 11.07.2012)
“Nas relações de trabalho, o assédio moral configura-se como conduta abusiva do 
empregador ou de seus prepostos, mediante a qual fica exposto o obreiro, de 
forma reiterada, a situações vexatórias, humilhantes e constrangedoras, as quais 
atentam contra a sua dignidade e integridade psíquica. Resulta em danos materiais 
ou extrapatrimoniais (dano moral), sendo que este independe de prova, haja vista 
ser presumível. Desse modo, para provar a conduta ilícita do empregador que 
caracterize assédio moral, é necessário a presença dos três elementos essenciais 
para a sua configuração - O dano, o nexo causal entre este e a conduta abusiva do 
empregador, e o elemento anímico (o dolo).” (TRT 05ª R. – RO 0000941-
14.2010.5.05.0008 – 1ª T. – Rel. Des. Edilton Meireles – DJe 19.10.2011)
AssAsséédio moral dio moral –– Requisitos Requisitos –– Elemento subjetivoElemento subjetivo
“Indenização por dano moral. Desnecessidade de comprovação de 
dolo ou culpa. Imposição de prendas ao obreiro. Constitui ato lesivo à
honra e boa fama do empregado a utilização, pelo empregador, de política 
para estímulo do trabalho com o objetivo de angariar maior lucro, através 
de meio consistente em assédio moral, impondo o empregado a 
comportamentos vexatórios e apelidos infamantes. Justa e criteriosa a 
indenização imposta que leva em conta a gravidade do ato danoso e a 
capacidade financeira do autor da lesão, de modo a atingir o valor 
pedagógico da punição.” (TRT 21ª R. – RO 00551-2008-004-21-00-0 –
(77.560) – Rel. Des. Ronaldo Medeiros de Souza – DJRN 26.11.2008)
Acórdão em consonância com a legislação e/ou a jurisprudência dos 
Estados Unidos, do Canadá, da Nova Zelândia, da Índia, de Portugal, da 
Itália, da Irlanda e da França, entre outros. 
AssAsséédio moral dio moral –– Requisitos Requisitos –– Elemento subjetivo Elemento subjetivo 
Art. 2087. Tutela delle conduzioni di lavoro
L'imprenditore e tenuto ad adottare nell'esercizio dell'impresa le 
misure che, secondo la particolarità del lavoro, l'esperienza e la 
tecnica, sono necessarie a tutelare l'integrità fisica e la personalità
morale dei prestatori di lavoro. 
"L'employeur, tenu d'une obligation de sécurité de résultat en 
matière de protection de la santé et de la sécurité des travailleurs, 
manque à cette obligation lorsqu’un salarié est vicitme sur le lieu de 
travail de violences physiques ou morales, exercées par l’un ou 
l’autre de ses salariés, quand bien même il aurait pris des mesures en 
vue de faire cesser ces agissements." (Cass. soc., 3 févr. 2010, n. 08-
40.144). 
AssAsséédio moral dio moral –– Requisitos Requisitos –– RepetiRepetiçção ão 
“Segundo a autora Marie-France Hirigoyen, o assédio moral no trabalho é
qualquer conduta abusiva (gesto, palavra, comportamento, atitude…) que atente, 
por sua repetição ou sistematização, contra a dignidade ou integridade psíquica ou 
física de uma pessoa, ameaçando seu emprego ou degradando o clima de trabalho. 
O assédio moral se configura pela utilização tática de ataques repetitivos sobre a 
figura de outrem, seja com o intuito de desestabilizá-lo emocionalmente, seja com 
o intuito de se conseguir alcançar determinados objetivos empresariais.” (TRT 03ª
R. – RO 01301.2003.011.03.00.9 – 1ª T. – Relª Juíza Adriana Goulart de Sena –
DJMG 20.08.2004)
“ASSÉDIO MORAL - CONDUTA ILÍCITA DO EMPREGADOR -
AUSÊNCIA DE REITERAÇÃO NO CURSO DO CONTRATO – NÃO 
CONFIGURAÇÃO. O uso de grosserias e palavras de baixo calão, em reunião de
trabalho, não coaduna com um ambiente de trabalho sadio, no entanto, tal fato 
não tem o condão de caracterizar o assédio moral, pois o comportamento do 
empregador que configura o assédio tem que ser repetitivo e prolongado no 
decorrer do contrato de trabalho, além do que dirigido a um determinado 
indivíduo e não a uma coletividade. Não comprovado o alegado assédio é
indevida a indenização por danos morais.” (TRT 24ª Região)
AssAsséédio moral dio moral –– Requisitos Requisitos –– RepetiRepetiçção ão 
Palavras que impliquem humilhação 
AssAsséédio moral dio moral –– Requisitos Requisitos –– RepetiRepetiçção ão 
Determinação do cumprimento de metas em 
prazos inexequíveis
AssAsséédio moral dio moral –– Requisitos Requisitos –– RepetiRepetiçção ão 
Críticas reiteradas e subestimação de esforços
AssAsséédio moral dio moral –– Requisitos Requisitos –– RepetiRepetiçção ão 
Burnout
AssAsséédio moral dio moral –– Requisitos Requisitos –– RepetiRepetiçção ão 
Perguntas indecorosas de cunho sexual
AssAsséédio moral dio moral –– Modalidades Modalidades –– vertical e horizontal vertical e horizontal 
(descendente a ascendente)(descendente a ascendente)
ASSÉDIO MORAL CARACTERIZAÇÃO. Esse comportamento ocorre 
não só entre chefes e subordinados, mas também na via contrária, e entre 
colegas de trabalho com vários objetivos, entre eles o de forçar a demissão 
da vítima, o seu pedido de aposentadoria precoce, uma licença para 
tratamento de saúde, uma remoção ou transferência. Não se confunde 
com outros conflitos que são esporádicos ou mesmo com más condições 
de trabalho, pois o assédio moral pressupõe o comportamento (ação ou 
omissão) por um período prolongado, premeditado, que desestabiliza 
psicologicamente a vítima. Se a hipótese dos autos revela violência 
psicológica intensa sobre o empregado, prolongada no tempo, que acabou 
por ocasionar, intencionalmente, dano psíquico (depressão e síndrome do 
pânico), marginalizando-o no ambiente de trabalho, procede a indenização 
por dano moral advindo do assédio em questão. (TRT 3ª Região. Processo 
n. 01292-2003-057-03-00-3 RO. Relatora Juíza Alice Monteiro de Barros. 
Data de Publicação 11/08/2004)
AssAsséédio moral e sexual dio moral e sexual –– Prova Prova 
“ASSÉDIO MORAL – PROVA. Aquele que propositadamente pratica um 
ilícito, salvo por extrema ingenuidade, não o faz às claras. Busca, sempre, as 
trevas. Tal quadro obriga o julgador a se valer de circunstâncias indiciárias em 
quantidade suficiente para gerar uma presunção que o aproxime da verdade.”
(TRT da 24ª Região, 1ª T. Processo nº 0000580-07.2012.5.24.0005-RO.1., DJe
de 22 abr. 2013) 
Code of Federal Regulations - § 1604.11 – Sexual harassment
(b) In determining whether alleged conduct constitutes sexual harassment, 
the Commission will look at the record as a whole and at the totality of the 
circumstances, such as the nature of the sexual advances and the context in 
which the alleged incidents occurred. The determination of the legality of a 
particular action will be made from the facts, on a case by case basis. 
Responsabilidade civil do empregador Responsabilidade civil do empregador 
Responsabilidade do comitente (vicarious liability)
CC. Art. 932. São também responsáveis pela reparação civil:
III - o empregador ou comitente, por seus empregados, serviçais e prepostos, no 
exercício do trabalho que lhes competir, ou em razão dele;
Art. 934. Aquele que ressarcir o dano causadopor outrem pode reaver o que 
houver pago daquele por quem pagou, salvo se o causador do dano for 
descendente seu, absoluta ou relativamente incapaz.
Code of Federal Regulations - § 1604.11 – Sexual harassment
(d) With respect to conduct between fellow employees, an employer is responsible 
for acts of sexual harassment in the workplace where the employer (or its agents 
or supervisory employees) knows or should have known of the conduct, unless it 
can show that it took immediate and appropriate corrective action.
AssAsséédio organizacional dio organizacional –– gestão por injgestão por injúúria ria 
RECURSO ORDINÁRIO – DANO MORAL – GESTÃO POR INJÚRIA – No 
campo das relações de trabalho, o empregador tem o dever de proteção em face 
do empregado. As normas internacionais cobrem esses direitos do trabalhador, 
impondo a fiscalização rigorosa do Estado sobre o comportamento que possa 
trazer prejuízo a sua saúde. O dano moral é aquele que causa lesão à esfera íntima 
da pessoa, aos seus valores, suas concepções e crenças, a sua integridade como ser 
humano. Essa ofensa traduz, em suma, uma violência aos direitos de 
personalidade do indivíduo. A gestão por injúria pode ser um dos elementos 
caracterizadores do assédio moral coletivo quando os dirigentes tirânicos também 
utilizam procedimentos perversos contra todos os empregados, indistintamente, 
para atingirem seus objetivos. Marie-France Hirigoyen leciona que o elemento 
diferenciador da gestão por injúria do assedio moral é a presença da intenção 
perversa de desestabilizar o empregado. Para ela, na gestão por injúria, os 
dirigentes podem estar conscientes ou não de suas ofensas, quando praticam 
comportamento despótico ao submeterem os empregados a uma pressão terrível 
ou os tratarem com violência, injuriando-os ou insultando-os, com total falta de 
respeito. Já o assédio moral caracteriza uma violência em pequenas doses visando 
a desestabilizar o outro, sendo o efeito acumulativo de micro traumatismos 
frequentes e repetidos o que constitui a agressão. (TRT 06ª R. – RO 0000129-
85.2011.5.06.0144 – 2ª T. – Relª Desª Eneida Melo Correia de Araújo – DJe
18.05.2012 – p. 158)
O SUICÍDIO COMO ACIDENTE DE TRABALHO
DocumentDocumentáários France rios France TTéélléécomcom
HarassmentHarassment strategiesstrategies atat thethe workplace: workplace: 
TheThe case case ofof France France TTéélléécomcom
http://www.youtube.com/watch?v=W4oxLwqM3D4
France Telecom, investigação aos suicídios 
- Toda A Verdade
http://www.youtube.com/watch?v=VjucAvILBmY
Responsabilidade trabalhista por assResponsabilidade trabalhista por asséédiodio
«Attendu que pour accueillir cette demande, l'arrêt retient que, 
constituant un acte délibéré, le suicide perpétré aux temps et lieu de 
travail ne peut revêtir le caractère d'un accident du travail que s'il 
trouve sa cause dans des difficultés d'origine professionnelle, et que 
c'est à juste titre qu'en l'absence de tout élément de preuve de 
l'existence de difficultés professionnelles pouvant expliquer le geste 
de la victime, l'employeur a contesté la décision de prise en charge 
de ce suicide; Qu'en statuant ainsi, alors qu'André X... étant décédé
au temps et au lieu de travail, il appartenait à l'employeur, dans ses 
rapports avec la caisse primaire, pour écarter la présomption 
d'imputabilité résultant de l'article L. 411-1 du code de la sécurité
sociale, de prouver que ce décès avait une cause totalement 
étrangère au travail, la cour d'appel a violé le texte susvisé; PAR CES 
MOTIFS: CASSE ET ANNULE, dans toutes ses dispositions, 
l'arrêt rendu le 31 mai 2011, entre les parties.» (Cass. soc., juil.2012, 
11-22134)

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