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Ponto 11

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PROVA ORAL MAGISTRATURA FEDERAL – TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 2ª REGIÃO
PONTO 11 
(Atualizado em outubro de 2017)
CONSTITUCIONAL - Poder Legislativo. Organização e Atribuições. Funcionamento.
ORGANIZAÇÃO DO PODER LEGISLATIVO
PODER: pode significar soberania (todo o poder emana do povo), órgão (são poderes da União o Legislativo, o Executivo, o Judiciário) e função (O Poder Legislativo, Executivo etc).
FUNÇÕES TÍPICAS DO LEGISLATIVO. São (i) de fiscalização, que pode ser político-administrativa ou econômico-orçamentária; e (ii) legislar – inovação da ordem jurídica.
FUNÇÕES ATÍPICAS DO LEGISLATIVO. São (i) administrar (prover cargos de sua estrutura, por exemplo) e (ii) julgar (crimes de responsabilidade de algumas autoridades).
BICAMERALISMO. Poder Legislativo federal opera por meio do Congresso Nacional, que se compõe da Câmara e do Senado. Apenas as CF1934 e a CF1937 tenderam ao unicameralismo.
Prós: (i) limitação do poder: é mais difícil que duas câmaras se unam para oprimir o povo; (ii) a segunda câmara tem papel moderador.
Contras: o unicameralismo favoreceria os avanços democráticos, na medida em que canaliza e exprime melhor os anseios da soberania popular por transformações. Bicameralismo seria mais propenso ao conservadorismo (José Afonso da Silva). 
	Unicameralismo
	Bicameralismo Desigual
de modelo Alemão
	Bicameralismo de Equilíbrio ou de Equivalência
	Legislativo se organiza em uma única Casa Legislativa.
Esse é o modelo adotado a nível estadual e municipal.
	Legislativo Alemão se divide entre a Câmara Alta (correspondente ao nosso Senado), que não funciona em todas as matérias cuja competência for atribuída à Câmara Baixa. Senadores e deputados atuam em assuntos específicos.
	Legislativo é dividido em duas casas.
Não há federação sem que os Estados participem da criação da lei.
Câmara de Vereadores. Posição do STF (RE197.917) é de número de vereadores deve ser proporcional à população. Resolução do TSE em 2004 reforçou a tese, o que acarretou a edição da EC58/2009 (PEC dos Vereadores), que alterou o art. 29, IV, da CF/88 e estabeleceu critérios rígidos, fixando mínimo é de 09 vereadores, nos municípios de até 15.000 habitantes e o máximo é de 55 Vereadores, nos municípios com mais de 8.000.000 de habitantes, havendo escalas intermediárias delineadas.
Assembleia Estadual. O número de Deputados à Assembleia Legislativa corresponderá ao triplo da representação do Estado na Câmara dos Deputados e, atingido o número de trinta e seis, será acrescido de tantos quantos forem os Deputados Federais acima de doze (art. 27 da CF).
Câmara dos Deputados: sistema proporcional. 513 deputados federais (representantes do povo). Mínimo de 8 e máximo de 70 por Estado. Território tem 4 deputados federais. Idade mínima: 21 anos.
Senado Federal: sistema majoritário. 81 senadores. 3 senadores por Estado (representantes dos Estados). Mandato de 8 anos, renovação de 1/3 e 2/3, de 4 em 4 anos. Idade mínima de 35 anos.
	Sistema majoritário
	Sistema proporcional
	Vota-se na pessoa do candidato. É eleito o representante que atinge a maioria dos votos. Pode-se exigir maioria simples (como na eleição para Prefeitos de Municípios com menos de 200 mil habitantes) ou maioria absoluta (como na eleição dos demais Chefes do Executivo).
	Vota-se conforme posição política do partido ou coligação, atribuindo-se a cada partido ou coligação número de cadeiras na Câmara dos Deputados proporcional aos votos obtidos.
Na substituição presidencial a ordem é a seguinte: assunção do vice-presidente, presidente da Câmara e presidente do Senado. Já a presidência do Congresso Nacional é exercida pelo presidente do Senado.
PODER LEGISLATIVO. ATRIBUIÇÕES.
CONGRESSO NACIONAL. Art. 49 da CF – Suas atribuições abrangem:
I - resolver definitivamente sobre atos internacionais que onerem o patrimônio nacional;
II - autorizar o Presidente da República a declarar guerra, a celebrar a paz, a permitir que forças estrangeiras transitem pelo território nacional ou nele permaneçam temporariamente, ressalvados os casos previstos em lei complementar;
XIV - aprovar iniciativas do Poder Executivo referentes a atividades nucleares;
VII - fixar idêntico subsídio para os Deputados Federais e os Senadores (...)
VIII - fixar os subsídios do Presidente e do Vice-Presidente da República e dos Ministros de Estado(...)
IX - julgar anualmente as contas prestadas pelo Presidente (...);
XI - zelar pela preservação de sua competência legislativa em face da atribuição normativa dos outros Poderes;
V - sustar os atos normativos do Poder Executivo que exorbitem do poder regulamentar ou dos limites de delegação legislativa;
XII - apreciar os atos de concessão e renovação de concessão de emissoras de rádio e televisão;
XIII - escolher dois terços dos membros do Tribunal de Contas da União;
XV - autorizar referendo e convocar plebiscito;
XVI - autorizar, em terras indígenas, a exploração e o aproveitamento de recursos hídricos e a pesquisa e lavra de riquezas minerais;
XVII - aprovar, previamente, a alienação ou concessão de terras públicas com área superior a dois mil e quinhentos hectares.
SENADO FEDERAL. Art. 52 da CF – Suas atribuições abrangem:
III - aprovar previamente, por voto secreto, após argüição pública, a escolha de:
a) Magistrados, nos casos estabelecidos nesta Constituição;
b) Ministros do Tribunal de Contas da União indicados pelo Presidente da República;
c) Governador de Território;
d) Presidente e diretores do banco central;
e) Procurador-Geral da República;
f) titulares de outros cargos que a lei determinar;
IV - aprovar previamente, por voto secreto, após argüição em sessão secreta, a escolha dos chefes de missão diplomática de caráter permanente;
V - autorizar operações externas de natureza financeira, de interesse da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Territórios e dos Municípios;
VI - fixar, por proposta do Presidente da República, limites globais para o montante da dívida consolidada da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios;
VII - dispor sobre limites globais e condições para as operações de crédito externo e interno da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, de suas autarquias e demais entidades controladas pelo Poder Público federal;
VIII - dispor sobre limites e condições para a concessão de garantia da União em operações de crédito externo e interno;
IX - estabelecer limites globais e condições para o montante da dívida mobiliária dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios;
X - suspender a execução, no todo ou em parte, de lei declarada inconstitucional por decisão definitiva do Supremo Tribunal Federal;
XI - aprovar, por maioria absoluta e por voto secreto, a exoneração, de ofício, do Procurador-Geral da República antes do término de seu mandato;
XV - avaliar periodicamente a funcionalidade do Sistema Tributário Nacional, em sua estrutura e seus componentes, e o desempenho das administrações tributárias da União, dos Estados e do Distrito Federal e dos Municípios.
Atribuições do Poder Legislativo da União. Classificação pentapartida de José Afonso da Silva:
	a) ATRIBUIÇÕES LEGISLATIVAS: fazer as leis, de acordo com a competência, em observância ao processo legislativo e com a sanção do Presidente da República. Art. 48. Compete ainda ao Congresso Nacional criar suas leis internas, sem ingerência tácita ou explícita de quaisquer órgãos governamentais, muito menos internacionais.
	b) ATRIBUIÇÕES MERAMENTE ADMINISTRATIVAS: através de decretos legislativos ou resoluções. Consiste na prática de atos concretos, resoluções referendárias, autorizações, aprovações, sustação de atos, fixação de situações e julgamento técnico. Estão no art. 49. Não há participação do Presidente da República.
	c) ATRIBUIÇÕES DE FISCALIZAÇÃO E CONTROLE: através de vários procedimentos, tais como: 1) pedidos de informação, por escrito, encaminhados pelas Mesas da Câmara dos Deputadose do Senado Federal aos Ministros de Estado ou a quaisquer titulares de órgãos diretamente subordinados à Presidência da República, importando em crime de responsabilidade a recusa, ou o não-atendimento no prazo de trinta dias, bem como declarações falsas; 2) comissões parlamentares de inquérito; 3) controle externo, com o auxílio do Tribunal de Contas e da Comissão mista permanente a qual se refere o art. 166, §1º, e que compreende todas as atribuições contidas nos arts. 71 e 72 da Constituição (Seção IX, da Fiscalização contábil, financeira e orçamentária), culminando com o julgamento das contas prestadas anualmente pelo Presidente da República; 4) fiscalização e controle dos atos do Poder Executivo, incluídos os da administração indireta (art. 49, X); e 5) tomada de contas pela Câmara dos Deputados, quando o Presidente não as prestar no prazo de sessenta dias após a abertura da sessão legislativa, ou seja, até 15 de abril (arts. 51, II, e 84, XXIV).
	d) ATRIBUIÇÕES DE JULGAMENTO DE CRIMES DE RESPONSABILIDADE: no julgamento do Presidente e Vice-Presidente da República, dos Ministros de Estado e Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica (nos crimes da mesma natureza conexos com aqueles), a Câmara dos Deputados funciona como órgão de admissibilidade do processo e o Senado Federal como tribunal político, sob a presidência do Presidente do Supremo Tribunal Federal. O Senado Federal julga também (sem o prévio juízo de admissibilidade pela Câmara dos Deputados) os Ministros do Supremo Tribunal Federal, os membros do Conselho Nacional de Justiça e do Conselho Nacional do Ministério Público, o Procurador-Geral da República e o Advogado-Geral da União.
	e) ATRIBUIÇÕES CONSTITUINTES: compreende emendas à Constituição.
Os artigos 49, 51 e 52 tratam de atos interna corporis que regulam competências não somente legislativas, mas também administrativas (executivas) e julgadoras.
PODER LEGISLATIVO. FUNCIONAMENTO.
Legislatura. Período de 4 anos, que corresponde ao mandato dos deputados. As legislaturas são divididas em 4 sessões legislativas (coincidem com o ano civil) e cada sessão legislativa é dividida em períodos legislativos, que vão de: 
2 de fevereiro a 17 de julho, e 
1 de agosto a 22 de dezembro 
nos intervalos há recesso parlamentar. 
A sessão legislativa ordinária não será interrompida sem aprovação do projeto de lei de diretrizes orçamentárias (art. 57, §2º). 
 Não pode ser reapresentado projeto de lei ou de emenda constitucional nem reeditada medida provisória rejeitados no curso da mesma sessão legislativa.
Convocação Extraordinária. Ocorre em caso de urgência ou interesse público relevante com a aprovação da maioria absoluta de cada uma das Casas do Congresso Nacional, por iniciativa do
Presidente da República, 
Presidente da Câmara, 
Presidente do Senado ou 
por requerimento da maioria dos membros de ambas as Casas (art. 57, §6º, da CF). 
O Presidente do Senado pode fazer a convocação extraordinária também nas hipóteses de decretação de (1) estado de defesa, de (2) intervenção federal, de (3) pedido de autorização para a decretação de estado de sítio ou (4) para o compromisso e a posse do Presidente e Vice-Presidente da República. 
Não há pagamento de valor extra aos parlamentares. Congresso só deliberará sobre a matéria para a qual convocado, ressalvada a inclusão de MPs na pauta.
REUNIÕES CONJUNTAS. Ocorrem para 
inaugurar a sessão legislativa, 
elaborar regimento comum ou regular criação de serviços comuns às duas Casas, 
receber o compromisso do Presidente da República e Vice 
conhecer do veto e sobre ele deliberar (art. 57, §3º, da CF). 
A direção dos trabalhos cabe à Mesa do Congresso Nacional (presidida pelo presidente do Senado).
TCU. ATRIBUIÇÕES E FUNCIONAMENTO.
O art. 74 da CF determina o controle interno fiscalizatório, mantido por cada Poder. Convivendo harmonicamente com este, é previsto o controle externo pelo Congresso, realizado com auxílio do TCU.
CF, Art. 70. A fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial da União e das entidades da administração direta e indireta, quanto à (1) legalidade, (2) legitimidade, (3) economicidade, aplicação das subvenções e renúncia de receitas, será exercida pelo Congresso Nacional, mediante controle externo, e pelo sistema de controle interno de cada Poder.
A fiscalização contábil, financeira e orçamentária pode ser vista sob três ângulos:
1. QUANTO À ATIVIDADE CONTROLADA:
	Aspecto controlado
	Contábil
	Financeiro
	Orçamentário
	Operacional
	Patrimonial
	Objeto analisado
	Contabilidade Pública
	Receitas e Despesas
	Execução do Orçamento
	Resultados
	Acréscimos e diminuições patrimoniais.
2. QUANTO AOS ASPECTOS: abrange o controle 
de legalidade dos atos; 
de legitimidade (exame de mérito a fim de verificar se, além de legal, a despesa é legítima, tal como a atender a ordem de prioridade estabelecida no plano plurianual); 
economicidade (a Administração Pública deve realizar as despesas da forma mais econômica possível ao erário); 
fidelidade funcional dos agentes da administração responsáveis por bens e valores públicos; cumprimento de programas e metas.
3. QUANTO ÀS PESSOAS CONTROLADAS: abrange União, Estados, Municípios, Distrito Federal e entidades da Administração Direta e Indireta, bem como qualquer pessoa física ou entidade pública, que utilize, arrecade, guarde, gerencie ou administre dinheiros, bens e valores públicos ou pelos quais a União responda, ou que, em nome desta, assuma obrigações de natureza pecuniária.
OAB não se submete ao TCU. Segundo STF (ADIN 3.026/DF), OAB é entidade sui generis, não se enquadrando como mera autarquia. Como não se trata de mero conselho de classe de sorte que, por esse motivo, não estaria submetida à fiscalização pelo Tribunal de Contas.
TRIBUNAL DE CONTAS. Segundo doutrina, é órgão técnico, que não exerce jurisdição, apesar do emprego do vocábulo no art. 73 do CF. Seus atos são de natureza administrativa e podem ser controlados pelo Poder Judiciário. Segundo Pedro Lenza, TCU não está subordinado ao Poder Legislativo, sendo seu auxiliar. O TCU se compõe de 9 Ministros, tem sede no DF e exerce suas atribuições com relação a todo o território nacional.
Súmula 347 STF: “O Tribunal de Contas, no exercício de suas atribuições, pode apreciar a constitucionalidade das leis e dos atos do poder público”. Enunciado está em discussão no STF. No MS 25.888, discutia-se atuação do TCU, que reputou inconstitucional regulamento da Petrobrás sobre procedimento simplificado de licitação. Gilmar Mendes deferiu liminar suspendendo decisão do TCU. Não houve ainda decisão definitiva. Para Gilmar Mendes, a partir da CF88, com ampliação dos legitimados para a ADI, Súmula 347 deve ser reavaliada.
Súmula Vinculante 3: Nos processos perante o Tribunal de Contas da União asseguram-se o contraditório e a ampla defesa quando da decisão puder resultar anulação ou revogação de ato administrativo que beneficie o interessado, excetuada a apreciação da legalidade do ato de concessão inicial de aposentadoria, reforma e pensão.
ATRIBUIÇÕES DO TCU
Opinativa ou consultiva: elaboração de parecer prévio às contas anuais do Presidente da República; responder à consulta formulada por autoridade competente sobre matérias de sua competência (Lei orgânica do TCU, art. 1, XVII).
Fiscalizadora: realizar, por iniciativa própria ou do Legislativo, ou de comissão técnica ou inquérito, auditorias de natureza contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial nos órgãos e entes do Poder Público; fiscalizar contas nacionais de empresas supranacionais que tenha capital da União; fiscalizar os recursos repassados por meio de convênio; acompanhar a arrecadação da receita a cargo da União e da adm. Indireta, mediante inspeção e auditoria ou por meio de demonstrativos próprios; efetuar o cálculo das quotas dos fundos de participação (art. 161 CF); decidir sobre denúncia em matéria de licitação e contratos administrativos;acompanhar a evolução patrimonial dos agentes públicos (Lei 8.730/93); acompanhar o cumprimento da LRF; regulamentar e fiscalizar a divisão dos recursos da CIDE.
O STF reconheceu ao TCU poder cautelar para prevenir lesão futura ao erário, como decorrência da teoria dos poderes implícitos: TCU pode expedir medida cautelar para prevenir lesão futura ao erário: O Tribunal de Contas da União e os Tribunais de Contas estaduais têm legitimidade para expedir medidas cautelares para prevenir lesão futura ao erário. O entendimento, por maioria de votos, é do Supremo Tribunal Federal. A Corte entendeu que, se o TCU e TCEs estão incumbidos de zelar pela fiscalização e interesse público, podem sim prevenir lesões futuras. Foi a primeira vez que o TCU garantiu o direito de adotar medida cautelar para preservar resultado final de seu julgamento. Assim, o entendimento do artigo 71 da Constituição Federal foi ampliado pelos ministros.
Art.74,§ 2º - Qualquer cidadão, partido político, associação ou sindicato é parte legítima para, na forma da lei, denunciar irregularidades ou ilegalidades perante o Tribunal de Contas da União.
Essa denúncia pode ser anônima? O STF, MS 24.405, já decidiu que TCU não pode manter o sigilo do autor da denúncia, o denunciado tem direito de saber quem é o denunciante, é inconstitucional o sigilo do autor da denúncia.
E nos casos em que o TCU não sabe quem denunciou, pode o TCU apurar a denúncia anônima? O STF não enfrentou essa questão; até hoje tem se entendido que se as denúncias anônimas tiverem um mínimo de razoabilidade devem ser apuradas pelas autoridades. 
Quanto à matéria constitucional, apesar de ser em caráter incidental, o pleno do STJ manifestou-se pela possibilidade de apuração pelo TCU com base em denúncia anônima.
De Julgamento de Contas: julgar as contas dos administradores e de todos aqueles responsáveis por recursos públicos, da Adm. Direta e Indireta e contas de quem der causa a prejuízo ao erário. Observação: As empresas públicas e as sociedades de economia mista, entidades integrantes da Administração Indireta, estão sujeitas à fiscalização do Tribunal de Contas, não obstante seus bens estarem sujeitos ao regime de direito privado e a aplicação do regime celetista aos seus funcionários" ( MS 26117/DF- Distrito Federal).
De Registro: aprecia a legalidade da admissão de pessoal da Adm. Direta e Indireta, salvo cargo em comissão. Aprecia a concessão de aposentadoria, reformas e pensões, salvo melhorias posteriores que não alterem o fundamento legal do ato concessório (Art. 71, III, CF).
Súmula Vinculante 3: Nos processos perante o Tribunal de Contas da União asseguram-se o contraditório e a ampla defesa quando da decisão puder resultar anulação ou revogação de ato administrativo que beneficie o interessado, excetuada a apreciação da legalidade do ato de concessão inicial de aposentadoria, reforma e pensão (salvo quando decorre mais de cinco anos entre a data de ingresso do processo administrativo no Tribunal de Contas da União e a efetiva apreciação do registro de aposentadoria. (...) MS 27.682 AgR, Relator Ministro Joaquim Barbosa, Segunda Turma, julgamento em 17.4.2012, DJe de 15.6.2012)
Sancionadora: Aplica multa em caso de ilegalidade de despesa; declara a inabilitação (05 a 08 anos) para o exercício de cargo em comissão ou função de confiança em casos graves; declara a inidoneidade do licitante por até cinco anos.
Corretiva: (IMPORTANTE) – fixa prazo para que o órgão ou ente corrija ilegalidades; susta, se não atendida a ordem anterior, o ATO IMPUGNADO, comunicando à Câmara e Senado; pode, ainda, adotar todas as medidas necessárias às correção das irregularidades em contratos, caso o Congresso ou o Executivo não o façam, inclusive determinando a anulação da avença.
Sanções. Podem ser de natureza civil e administrativa (ex: declaração de inidoneidade). Todavia, mesmo que o agente tenha praticado falta funcional, na forma da Lei n. 8.112, o TCU não tem o condão de impor sanção disciplinar.
PROCESSOS DE CONTAS: Modalidades de Contas
1) Tomada de contas anuais (ordinárias):
1.1 contas de governo: (arts. 49, IX e 71, I da CF) TCU elabora parecer prévio, cabendo ao CN julgar as contas. Alcança o Presidente da República, Presidente do STF, Presidente da Câmara dos Deputados, Senador e Tribunais Superiores, TJDFT, MPU e DPU.
1.2 contas de gestão: definidas no art. 71, II da CF. Devem expressar a legalidade, legitimidade e a economicidade dos atos administrativos que compreendem a gestão do administrador.
2) Tomada de contas especiais: 
decorre da omissão em prestar contas, 
não comprovação da aplicação dos recursos repassados pela União, 
desfalque ou desvio de dinheiros, bens ou valores públicos, ou, ainda, 
prática de ato ilegal, ilegítimo ou antieconômico, de que resulte dano ao erário.
STF, Info 408: O Tribunal de Contas da União, por força do disposto no art. 71, II, da CF, tem competência para proceder à tomada de contas especial de administradores e demais responsáveis por dinheiros, bens e valores públicos das entidades integrantes da administração indireta, não importando se prestadoras de serviço público ou exploradoras de atividade econômica.
JULGAMENTO DAS CONTAS: As contas podem ser julgadas das seguintes formas: a) regulares: exatidão contábil e de acordo com a legalidade e economicidade dos atos de gestão; b) regulares com ressalvas: quando evidenciarem impropriedade ou falta de natureza formal de que não resulte dano ao erário; determina-se a correção das irregularidades como forma de prevenir futuras falhas c) irregulares. Tribunal condena ao pagamento da dívida, atualizada monetariamente e acrescida de juros de mora devidos, podendo, ainda, aplicar multa. A decisão é título executivo extrajudicial.
IMPORTANTE: Somente o ente da Administração Pública prejudicadopossui legitimidade para executar títulos executivos extrajudiciais cujos débitos hajam sido imputados por Cortes de Contas no desempenho de seu mister constitucional. O próprio TCU não tem essa legitimidade. (STF. RE 525663)
MS 27339/DF: MP DO TRIBUNAL DE CONTAS - O Ministério Público especial junto aos Tribunais de Contas estaduais não dispõe de fisionomia institucional própria e, não obstante as expressivas garantias de ordem subjetiva concedidas aos seus Procuradores pela própria Constituição da República (art. 130), encontra-se consolidado na "intimidade estrutural" dessas Cortes de Contas (RTJ 176/540-541), que se acham investidas - até mesmo em função do poder de autogoverno que lhes confere a Carta Política (CF, art. 75) - da prerrogativa de fazer instaurar, quanto ao Ministério Público especial, o processo legislativo concernente à sua organização.
STF: O Ministério Público especial junto aos Tribunais de Contas estaduais não dispõe das garantias institucionais pertinentes ao Ministério Público comum dos Estados-membros, notadamente daquelas prerrogativas que concernem à autonomia administrativa e financeira dessa Instituição, ao processo de escolha, nomeação e destituição de seu titular e ao poder de iniciativa dos projetos de lei relativos à sua organização. Precedentes.
Observação importante:
O entendimento tradicional sempre foi no sentido de que o Ministério Público junto ao Tribunal de Contas não pertence ao Ministério Público, integrando a estrutura institucional do Tribunal de Contas.
Porém, em setembro de 2013, decisão do CNMP – Conselho Nacional do Ministério Público trouxe novo aspecto ao debate, passando a entender que o MP de Contas faz parte do Ministério Público (Ainda que não integre o rol expresso na Constituição Federal (artigo 128) e não exerça suas atividades institucionais perante órgão jurisdicional). NOTA: Esta decisão deve ser vista com ressalva, pois vai contra a jurisprudência dominante do STF e provavelmente vai ser rediscutida.
PRINCIPAIS ÓRGÃOS DAS CASAS LEGISLATIVAS
Mesa Diretora. Exerce funções de polícia, execução e administração. Tem a função de organizar os trabalhos em cada Casa.Na sua constituição, deve ser assegurada, tanto quanto possível, a representação proporcional dos partidos ou dos blocos parlamentares da Casa respectiva. Existe a Mesa Diretora do Senado, da CD e do CN. A Presidência da Mesa do Congresso Nacional é do Presidente do Senado e os demais cargos serão ocupados pelos equivalentes na CD e no Senado.
Há vedação à recondução para o mesmo cargo da mesa diretora. Vedação só se aplica dentro da legislatura. A legislatura tem 04 anos e o mandato dos membros da mesa tem 02 anos, assim a mesma legislatura tem 02 mandatos. Quando a legislatura acaba, virá nova legislatura com um novo primeiro mandato e um novo segundo mandato. Os membros eleitos no 2º mandato da legislatura anterior não sofrerão a limitação do artigo para a eleição para o primeiro mandato da legislatura seguinte.
Comissões Parlamentares. São constituídas em cada Casa, compostas de número restrito de membros, encarregados de convocar autoridades, realizar audiências públicas, estudar, examinar e iniciar proposições legislativas e apresentar pareceres, etc. (art. 58, § 2º).
a) Comissão Representativa: Instituída no art. 58, §4º, tem a função de representar o Congresso Nacional durante o recesso parlamentar.
b) Comissões permanentes, técnicas ou temáticas: subsistem através das legislaturas, são organizadas em função da matéria, geralmente coincidente com o campo funcional dos Ministérios.
CF, art. 58, § 2º - Às comissões, em razão da matéria de sua competência, cabe:
I - discutir e votar projeto de lei que dispensar, na forma do regimento, a competência do Plenário, salvo se houver recurso de um décimo dos membros da Casa;
II - realizar audiências públicas com entidades da sociedade civil;
III - convocar Ministros de Estado para prestar informações sobre assuntos inerentes a suas atribuições;
IV - receber petições, reclamações, representações ou queixas de qualquer pessoa contra atos ou omissões das autoridades ou entidades públicas;
V - solicitar depoimento de qualquer autoridade ou cidadão;
VI - apreciar programas de obras, planos nacionais, regionais e setoriais de desenvolvimento e sobre eles emitir parecer.
Comissão de Constituição e Justiça. Tem a incumbência de realizar o controle prévio de constitucionalidade das proposições.
Comissão de Finanças e Orçamento. Se manifesta em todas as proposições que afetem direta ou indiretamente o erário.
→ O art. 82, III, da Lei n.º 8.078/90, dá legitimidade à comissão do Poder Legislativo que cuide de matéria de consumidores (órgão despersonalizado) para a propositura de ação judicial que tenha por objeto a defesa do consumidor.
c) Comissões temporárias (ou especiais): extinguem-se com o término da legislatura ou antes dela, neste último caso, quando constituídas para opinarem sobre determinada matéria, tenham preenchido o fim a que se destinam. Exemplo: comissão especial que, anos atrás, estudou a problemática das terras de estrangeiros no país.
d) Comissões mistas: formam-se de Deputados e Senadores, a fim de estudarem assuntos expressamente fixados, especialmente aqueles que devam ser decididos pelo Congresso Nacional, em sessão conjunta de suas Casas. Podem ser permanentes ou temporárias. São exemplos as comissões mistas para emissão de pareceres sobre medidas provisórias (art. 62, § 8º) e para acompanhamento orçamentário (art. 166, § 1º).
TRIBUTÁRIO: Regime Jurídico do Empréstimo Compulsório e das Contribuições em Geral. Preço Público. Pedágio.
EMPRÉSTIMOS COMPULSÓRIOS: tributo restituível e vinculado a causas específicas (guerra ou sua iminência, calamidade, investimentos públicos urgentes e relevantes). São tributos de arrecadação vinculada.
Art. 148, CF. A União, mediante lei complementar, poderá instituir empréstimos compulsórios: I - para atender a despesas extraordinárias, decorrentes de calamidade pública, de guerra externa ou sua iminência; II - no caso de investimento público de caráter urgente e de relevante interesse nacional, observado o disposto no art. 150, III, "b". Parágrafo único. A aplicação dos recursos provenientes de empréstimo compulsório será vinculada à despesa que fundamentou sua instituição.
Como a definição de tributo, inserta no art. 3º do CTN, não contempla nenhum requisito relativo à definitividade do ingresso da receita tributária nos cofres públicos, o fato de o empréstimo compulsório ser restituível não retira a sua qualidade de tributo. Ademais, o STF considera o empréstimo compulsório como tributo (RE 146.733-9/SP)
Segundo o STF, a restituição deve ser efetuada na mesma espécie em que recolhido. Geralmente é dinheiro. Este foi um dos fundamentos para a declaração de inconstitucionalidade dos empréstimos compulsórios sobre veículos e sobre combustíveis, surgidos conjuntamente ainda na vigência da CF/69. A devolução foi prevista não em dinheiro, mas em quotas do Fundo Nacional de Desenvolvimento. 
Exceção: do empréstimo compulsório instituído pela Eletrobrás (ADCT, ART. 34, 12º: “A urgência prevista no artigo 148, II, não prejudica a cobrança do empréstimo compulsório instituído, em benefício das Centrais Elétricas Brasileiras S/A (ELETROBRÁS), pela Lei n. 4.156, de 28 de novembro de 1962, com as alterações posteriores”) 
Características:
Restituibilidade
causalidade e vinculação (Leandro Paulsen considera que o fato gerador do empréstimo compulsório pode ser vinculado ou não vinculado, a depender do que vier a dispor a lei instituidora). A aplicação dos recursos será vinculada à despesa que fundamentou a sua instituição (art. 148, § único, CF).
competência exclusiva da União
A lei complementar que o instituir fixará obrigatoriamente o prazo do empréstimo e as condições de seu resgate. IMPORTANTE: O art. 15, III, do CTN, prevê uma terceira situação, qual seja, “a conjuntura que exija a absorção temporária de poder aquisitivo”. Contudo, tal previsão não foi recepcionada pela CF.
	
Hipóteses:
Art. 148, CF.
1) Para cobrir despesas extraordinárias:
decorrentes de calamidade pública;
ou de guerra externa ou sua iminência.
Neste caso, é criado por lei complementar e não se sujeita a qualquer princípio de anterioridade.
Para cobrir despesas com investimento público, desde que seja:
de caráter urgente;
de relevante interesse nacional
Nesse caso, é criado também por lei complementar e deve respeitar tanto o princípio da anterioridade de exercício quanto dos 90 dias.
Essas hipóteses não são os seus fatos geradores, os quais virão definidos em sua lei instituidora, são apenas os fatos que a autorizam o exercício da competância tributária da União. Em tese, qualquer fato econômico pode ser utilizado como gerador desse tributo, inclusive aqueles que já são os fatos geradores dos tributos ordinários (posição majoritária na doutrina).
	
	REGIME JURÍDICO DAS CONTRIBUIÇÕES EM GERAL
A corrente doutrinária clássica (escola tricotômica), baseando-se no Código Tributário Nacional, entendia haver apenas três espécies tributárias. Para diferenciá-las, bastava analisar a hipótese de incidência: impostos, taxas e contribuições de melhoria.
A visão mais moderna do Direito Tributário, inclusive com respaldo do STF, reconhece a existência de cinco espécies (classificação quinquipartida), com base na Constituição Federal: impostos, taxas, contribuições de melhoria, empréstimos compulsórios e contribuições.
As contribuições (ou contribuições especiais), com previsão nos arts. 149 e 149-A, CF, são subdivididas em atenção às finalidades que autorizam a sua instituição: sociais, de intervenção no domínio econômico, do interesse de categorias profissionais ou econômicas e de iluminação pública.
Art. 149. Compete exclusivamente à União instituir contribuições sociais, de intervenção no domínio econômico e de interesse das categorias profissionais ou econômicas, como instrumento de sua atuação nas respectivas áreas, observado o disposto nos arts. 146, III, e 150, I e III, e sem prejuízo do previsto no art. 195, § 6º, relativamente às contribuições a que alude o dispositivo.§ 1º Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios instituirão contribuição, cobrada de seus servidores, para o custeio, em benefício destes, do regime previdenciário de que trata o art. 40, cuja alíquota não será inferior à da contribuição dos servidores titulares de cargos efetivos da União. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 41, 19.12.2003)
§ 2º As contribuições sociais e de intervenção no domínio econômico de que trata o caput deste artigo: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 33, de 2001)
I - não incidirão sobre as receitas decorrentes de exportação; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 33, de 2001)
II - incidirão também sobre a importação de produtos estrangeiros ou serviços; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003)
III - poderão ter alíquotas: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 33, de 2001)
a) ad valorem, tendo por base o faturamento, a receita bruta ou o valor da operação e, no caso de importação, o valor aduaneiro; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 33, de 2001)
b) específica, tendo por base a unidade de medida adotada. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 33, de 2001)
§ 3º A pessoa natural destinatária das operações de importação poderá ser equiparada a pessoa jurídica, na forma da lei.(Incluído pela Emenda Constitucional nº 33, de 2001)
§ 4º A lei definirá as hipóteses em que as contribuições incidirão uma única vez. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 33, de 2001)
Art. 149-A Os Municípios e o Distrito Federal poderão instituir contribuição, na forma das respectivas leis, para o custeio do serviço de iluminação pública, observado o disposto no art. 150, I e III. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 39, de 2002)
Parágrafo único. É facultada a cobrança da contribuição a que se refere o caput, na fatura de consumo de energia elétrica.(Incluído pela Emenda Constitucional nº 39, de 2002)
Segundo Leandro Paulsen, haveria situações em que o Estado atua relativamente a determinado grupo de contribuintes. Não seriam “ações gerais, a serem custeadas por impostos, tampouco específicas e divisíveis, a serem custeadas por taxas, mas de ações voltadas a finalidades específicas, que se referem a determinados grupos de contribuintes, de modo que se busca, destes, o seu custeio através de tributo que se denomina de contribuições. Não pressupondo nenhuma atividade direta, específica e divisível, as contribuições não dimensionadas por critérios comutativos, mas por critérios distributivos, podendo variar conforme a capacidade contributiva de cada um” (Curso de Direito Tributário Completo, 8ª edição, 2017, Saraiva, p. 58). 
As contribuições, portanto, tem por característica a referibilidade. Isso não pressupõe benefício para o contribuinte, mas a atividade se relaciona a ele enquanto integrante de determinado grupo (Paulsen, idem). No mesmo sentido, Greco, Schoueri e Carrazza. 
Exceções à referibilidade:
1. Paulsen destaca, porém, que a referibilidade não é característica das contribuições sociais da seguridade social, pois o art. 195, CF, impôs seu custeio a toda a sociedade, forçando assim uma referibilidade ampla ou global (idem, p. 60).
2. Segundo o STJ, contribuição devida ao INCRA pode ser cobrada de todas as empresas, inclusive urbanas (STJ, REsp 1121302, 1ª Turma, Rel. Benedito Gonçalves, 2010).
3. Segundo o STF, contribuição ao SEBRAE pode ser cobrada de todas as empresas, inclusive médias e grandes (STF, Pleno, Rel. Min. Carlos Velloso, EDRE 396.266, 2004).
O legislador não pode alterar a destinação das contribuições, sob pena de retirar-lhes o suporte constitucional que decorre justamente da adequação às finalidades previstas no art. 149 e 149-A da Constituição. Apenas por Emenda Constitucional que se pode alterar a destinação da arrecadação das contribuições, pois as normas de competência que definem a vinculação não constituem cláusulas pétreas (STF, Pleno, Marco Aurélio, ADI 2925, 2003 e Desvinculação de Receitas da União).
A finalidade das contribuições não se confunde com o fato gerador da respectiva obrigação tributária. Para custeio da seguridade social (finalidade) existem contribuições cujos fatos geradores são pagamento de folha de salários e de remuneração a autônomos, receita, lucro.
Todas as contribuições podem ser instituídas por meio de lei ordinária. A única exceção é a criação de contribuição de seguridade social que incida sobre base econômica diferente das discriminadas na CF (competência residual da União – art. 195, §4º c/c art. 154, I), que exige lei complementar. 
As contribuições, inclusive residuais, podem ter fatos geradores e base de cálculo próprios de impostos, segundo jurisprudência pacífica do STF, diferenciando-se dos impostos apenas quanto a destinação da receita. As contribuições residuais não podem ter base de cálculos iguais às de outras contribuições sociais.
Todas as contribuições são tributos, estando, pois, sujeitas às limitações constitucionais ao poder de tributar. Como regra, estão sujeitas ao princípio da anterioridade e da noventena, com as seguintes exceções: 
a)	as contribuições para a seguridade social, inclusive o PIS/PASEP e a CPMF (que não foi renovada a partir de janeiro /2008), estão sujeitas apenas à noventena - que, segundo o STF, somente se aplica para os casos de instituição e aumento da contribuição, e não para qualquer modificação (é da do artigo 195 § 6º, não se sujeitam a anterioridade do exercício financeiro, nem à do art.150,III,b); 
b)	CIDE-combustíveis, no caso específico do restabelecimento das alíquotas, não se sujeita à anterioridade de exercício, mas se sujeita à noventena.
Há imunidade para as contribuições para a seguridade social para as entidades beneficentes de assistência social que atendam às exigências legais
Há imunidade para todas as contribuições sociais (não só as destinadas à seguridade social) relativamente às RECEITAS decorrentes de exportação. Contudo, para a CSLL (lucro ≠ receita) e CPMF (movimentação financeira ≠ receita), o STF (Info 595: RE 474132) entendeu não se aplicar a referida imunidade.
É vedada a concessão de remissão ou anistia das contribuições de seguridade sobre a folha de salários e da contribuição previdenciária do trabalhador, para débitos em montante superior ao fixado em lei complementar (ainda não editada).
As contribuições sociais do empregador, da empresa e da entidade a ela equiparada poderão ter alíquotas ou bases de cálculo diferenciadas, em razão da atividade econômica, da utilização intensiva de mão-de-obra, do porte da empresa ou da condição estrutural do mercado de trabalho.
A EC 42/2003 inseriu a previsão de que a lei estabeleça a não-cumulatividade das contribuições de seguridade incidentes sobre a receita ou o faturamento e das contribuições do importador, para determinados setores de atividade.
A EC 42/2003 passou a prever que deverá ocorrer uma substituição gradual, total ou parcial, da contribuição incidente sobre a folha de salários pela incidente sobre a receita ou o faturamento. O objetivo de tal previsão é estimular a contratação formal de trabalhadores, ou, ao menos, reduzir o estímulo à contratação informal, já que a oneração da folha de salários enseja resistências à contratação formal.
As contribuições (ou contribuições especiais) se dividem em:
 
- Contribuições sociais: Consoante entendimento do STF (RE 138.284-8/CE), esta subespécie está sujeita a mais uma divisão: 
a) contribuições de seguridade social (art. 194, CF e PIS/PASEP); 
b) outras contribuições sociais (as residuais, previstas no art. 195, § 4º, CF); 
c) contribuições sociais gerais - são elas: c.1) salário-educação – art. 212, § 5º -; c.2) contribuições para os serviços sociais autônomos – art. 240, CF – consoante entendimento do STF – RE 138.284/CE, estas últimas não são contribuições especiais de interesses de categorias profissionais.
Obs: Segundo o STF, não há inconstitucionalidade na arrecadação unificada dos tributos federais, inclusive contribuições para a seguridadesocial, pela Receita (Lei 11.457/07 – Super Receita). Importa a destinação das receitas à seguridade social.
- Contribuição de intervenção no domínio econômico (CIDE): sua instituição não está sujeita a reserva de lei complementar. São tributos extrafiscais (cuja finalidade precípua não é arrecadar, mas sim intervir numa situação social ou econômica). Nas CIDE, a intervenção ocorre pela destinação do produto da arrecadação a uma determinada atividade que se tem por incentivada. Ex: Lei 10.168/2000 (Programa de Estímulo à Interação Universidade-Empresa para Apoio à Inovação – CIDE-royalties. Ex²: CIDE – Combustíveis. “A contribuição do SEBRAE [estímulo às ME e EPPs] - Lei 8.029/90, art. 8º, § 3º, redação das Leis 8.154/90 e 10.668/2003 - é contribuição de intervenção no domínio econômico, não obstante a lei a ela se referir como adicional às alíquotas das contribuições sociais gerais relativas às entidades de que trata o art. 1º do D.L. 2.318/86, SESI, SENAI, SESC, SENAC. Não se inclui, portanto, a contribuição do SEBRAE, no rol do art. 240, C.F. III. - Constitucionalidade da contribuição do SEBRAE. Constitucionalidade, portanto, do § 3º, do art. 8º, da Lei 8.029/90, com a redação das Leis 8.154/90 e 10.668/2003.” (RE 396.266, Rel. Min. Carlos Velloso, Tribunal Pleno, DJ 27.2.2004)
- Contribuições de Interesse das Categorias Profissionais ou Econômicas – Contribuições Corporativas: Criadas pela União Federal, com o objetivo parafiscal de obter recursos destinados a financiar atividades de interesses de instituições representativas ou fiscalizatórias de categorias profissionais ou econômicas. Típica utilização do tributo com finalidade parafiscal, uma vez que o Estado cria o tributo e atribui o produto de sua arrecadação a terceira pessoa que realiza atividade de interesse público.
Obs 1: é importante registrar que a contribuição prevista na primeira parte do art. 8º, IV, parte final, CF (contribuição fixada pela assembleia geral para o custeio confederativo do respectivo sindicato) não tem caráter tributário, dado o fato de não ser compulsória (só paga quem é filiado) e não ser instituída por lei. Neste sentido: SÚMULA Nº 666 do STF: A contribuição confederativa de que trata o art. 8º, IV, da Constituição, só é exigível dos filiados ao sindicato respectivo.
Obs 2: No julgamento da ADI 1.717, DJ 28.03.2003, o STF declarou a inconstitucionalidade de dispositivos da Lei 9.649/98 que atribuíam caráter privado aos serviços de fiscalização de profissões regulamentadas. Por conseguinte, restou fixado o caráter autárquico dos conselhos de fiscalização. Tal decisão não abarcou o § 9º do art. 58 da referida lei, dispositivo este que exclui a OAB do regime nela instituído. OAB: é uma entidade sui generis, razão pela qual suas contribuições não têm natureza tributária (STJ, Resp 915.753, j. 22/05/2007). No âmbito do STF, a decisão mais recente (ADI 3.026/DF, j. 08.06.2006), apesar de não tratar da questão tributária, fixa o entendimento de que a OAB não é uma entidade da ADM Indireta da União e também não pode ser tida como congênere dos demais órgãos de fiscalização profissional (STJ parece aderir a esse posicionamento: HC 232.230, j. 26/06/2012)
 - Contribuição de Iluminação Pública – (COSIP): STF decidiu pela constitucionalidade da referida contribuição e a definiu como tributo sui generis, “que não se confunde com um imposto, porque sua receita se destina a finalidade específica, nem com uma taxa, por não exigir a contraprestação individualizada de um serviço ao contribuinte”. (RE 573.675, j. 25/03/2009; e ainda RE 642938 AgR, j. 29/05/2012) 
Quem pode instituir: regra: União. exceções: 
	Art. 149, § 1º, CR/88
	Art. 149-A, CR/88
	- Competência dos E, DF e M.
- Competência para criar contribuições que serão cobradas de seus servidores: têm como finalidade específica custear o sistema de previdência de cada ente.
	- Competência do DF e M.
- Contribuição para o custeio do serviço de iluminação pública: essa contribuição também fica sujeita ao art. 150, I e III, CR/88 (todo regime constitucional tributário).
ESPECIFICIDADES EM RELAÇÃO A CADA TIPO DE CONTRIBUIÇÃO:
Contribuições para a seguridade social: 
Artigo. 195, I a IV, CF
Art. 195. A seguridade social será financiada por toda a sociedade, de forma direta e indireta, nos termos da lei, mediante recursos provenientes dos orçamentos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, e das seguintes contribuições sociais:
I - do empregador, da empresa e da entidade a ela equiparada na forma da lei, incidentes sobre: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998)
a) a folha de salários e demais rendimentos do trabalho pagos ou creditados, a qualquer título, à pessoa física que lhe preste serviço, mesmo sem vínculo empregatício; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998)
b) a receita ou o faturamento; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998)
c) o lucro; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998)
II - do trabalhador e dos demais segurados da previdência social, não incidindo contribuição sobre aposentadoria e pensão concedidas pelo regime geral de previdência social de que trata o art. 201; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998)
III - sobre a receita de concursos de prognósticos.
IV - do importador de bens ou serviços do exterior, ou de quem a lei a ele equiparar.
Empresa e entidades equiparadas:
- contribuição sobre a folha de remuneração
- contribuição sobre a receita ou faturamento (PIS/COFINS)
- contribuição sobre o lucro (CSLL)
Trabalhador e demais segurados:
- Contribuição sobre o salário de contribuição
***segurado especial – contribuição não incide sobre o salário de contribuição (sobre a produção); contribuição substitutiva, [art. 195, §8°, CF]
§ 8º O produtor, o parceiro, o meeiro e o arrendatário rurais e o pescador artesanal, bem como os respectivos cônjuges, que exerçam suas atividades em regime de economia familiar, sem empregados permanentes, contribuirão para a seguridade social mediante a aplicação de uma alíquota sobre o resultado da comercialização da produção e farão jus aos benefícios nos termos da lei. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998)
Receita de concursos e prognósticos
Importador
Pode haver previsão de outras contribuições (art. 195, §4º): § 4º - A lei poderá instituir outras fontes destinadas a garantir a manutenção ou expansão da seguridade social, obedecido o disposto no art. 154, I.
OBS: A retenção em favor do INSS de 11% sobre os valores brutos de faturas de contratos de prestação de serviços por empresas prestadoras de serviços representa uma técnica de arrecadação, a fim de responsabilizar as empresas tomadoras de serviço pela forma de substituição tributária. É incorreta a interpretação de que tal situação caracterizaria nova contribuição sobre o faturamento, ou mesmo alteração da alíquota ou a base de cálculo da contribuição previdenciária sobre a folha de pagamento.
A Seção, conforme o art. 543-C do CPC e art. 6º da Res. n. 8/2008-STJ, assentou que, referente à retenção em favor do INSS de 11% sobre os valores brutos de faturas de contratos de prestação de serviços por empresas prestadoras de serviços,  a Lei n. 9.711/1998, que alterou o art. 31 da Lei n. 8.212/1991, não criou nova contribuição sobre o faturamento, nem alterou a alíquota ou a base de cálculo da contribuição previdenciária sobre a folha de pagamento, somente fixou um novo sistema de arrecadação, a fim de responsabilizar as empresas tomadoras de serviço pela forma de substituição tributária. Precedentes citados: REsp 884.936-RJ, DJe 20/8/2008; AgRg no Ag 906.813-SP, DJe 23/10/2008; AgRg no Ag 965.911-SP, DJe 21/5/2008; EDcl no REsp 806.226-RJ, DJe 26/3/2008, e AgRg no Ag 795.758-SP, DJ 9/8/2007. REsp 1.036.375-SP, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em 11/3/2009.
OBS: O art.195, II da CF estabelecia contribuição social a ser devida pelos trabalhadores. A Lei 8.213/91, pormeio da lei 9.506/97, acresceu dentre os segurados empregados a figura do ocupante de mandato eletivo. Ocorre que estes indivíduos não se enquadram na categoria de trabalhadores de acordo com a legislação trabalhista, assim a nova legislação acabaria por atuar na área de competência residual devendo ter sido instituída por meio de lei complementar. Com a lei que a previu era ordinária acabou por ser declarada a inconstitucionalidade do dispositivo. A União a fim de não perder a arrecadação dessas instituições aprovou a EC 20/98 alterando o disposto no art. 195, II da CF, passando a prever também “para os demais segurados da previdência social”. Contudo, como prevalece no Brasil a tese de que a inconstitucionalidade de uma lei a retira do ordenamento, a superveniência da Emenda não constitucionalizou a lei. Assim a Lei 10.887/2004 acresceu a alínea J com igual teor. 
CSLL (Contribuição Social sobre o Lucro Líquido)
É a contribuição social sobre o lucro líquido.
Foi instituída pela Lei 7.689/88.
A forma de contabilização do lucro, para fins de apuração da CSLL, é a mesma do IRPJ. A CSLL também pode ser pelo lucro real, presumido ou arbitrado, como o IRPJ. Se a empresa optar pelo IRPJ com base no lucro presumido, por exemplo, a CSLL também deverá ser calculada com base no lucro presumido.
Base de cálculo: é o lucro.
Lucro presumido: a base de cálculo é de 12% do faturamento para atividades comerciais, industriais, serviços hospitalares e de transporte; já para a prestação de serviços, exceto os já citados, bem como para a intermediação de negócios, administração, locação ou cessão de imóveis e móveis, a base de cálculo é de 32% do faturamento.
Alíquota: 9%.
Não é alcançada pela imunidade relativa às receitas decorrentes de exportação, porque incide sobre o lucro (RE 474132/SC, rel. Min. Gilmar Mendes, 12.8.2010).
STF e STJ entenderam que isenções conferidas ao IRPJ não podem ser estendidas à CSLL: AI 767141 AgR, Min. Luiz Fux, j. 03/04/12; e AgRg no Ag 1354036, Min. Arnaldo Esteves Lima, j. 05/04/11
COFINS
É a contribuição para o financiamento da seguridade social.
Foi criada pela Lei Complementar nº. 70/91.
Foi alterada pela Lei 9.718/98
STF declarou a inconstitucionalidade da alteração da base de cálculo da COFINS e do PIS, feita pela Lei 9.718/98, que ampliou a BC de faturamento para receita bruta (que é igual a faturamento + outras receitas), pois na época a Constituição dizia que a BC era apenas o faturamento, embora posteriormente a EC 20/98 tenha aplicado essa BC.
Em 2003, foi editada a Lei 10.833/03, que instituiu a COFINS não cumulativa, definindo novamente a base de cálculo como sendo a receita bruta. Por ser posterior à EC 20/98, o Judiciário tem entendido que a BC da COFINS é a receita bruta, não mais o faturamento, desde a edição da Lei 10.833/03.
Hoje, temos duas modalidades de COFINS:
Cumulativa: tem como base de cálculo a receita bruta, com alíquota de 3%, sem qualquer direito a crédito. É adotada pelas empresas optantes pela sistemática do lucro presumido.
Não cumulativa: tem como base de cálculo também a receita bruta, com alíquota de 7,6%, mas é possível aproveitar créditos de COFINS incidentes sobre bens adquiridos para revenda, bens e serviços utilizados como insumos, energia elétrica, máquinas e equipamentos para o ativo imobilizado, etc. Opta pela COFINS não cumulativa quem adota a sistemática do lucro real.
Discussões judiciais:
COFINS E O AUMENTO DA ALÍQUOTA DE 2% PARA 3%: O STF tem atendimento assentado no sentido de ser constitucional o aumento da alíquota de 2% para 3% perpetrado pela Lei n. 9.718/98, tendo em vista ter como fundamento a CAFINS o disposto no art. 195, I, da CF/88 em sua redação original, não exigindo, dessa forma, a edição de lei complementar. Ementa: (...) Esta Suprema Corte decidiu que o aumento da alíquota da Cofins promovida pelo art. 8º da Lei 9.718/1998 não viola a reserva de lei complementar. Agravo regimental ao qual se nega provimento. (AI 682021 AgR, Rel. Min. Joaquim Barbosa, j. 17/04/2012) 
COFINS e sociedades civis: o art. 56 da Lei nº 9.430/96 revogou a isenção prevista no art. 6º da Lei Complementar nº 70/91. O Plenário do STF, em conclusão de julgamento, por maioria, desproveu dois recursos extraordinários, e declarou legítima a revogação da isenção do recolhimento da Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social sobre as sociedades civis de prestação de serviços de profissão legalmente regulamentada, prevista no art. 6º, II, da LC 70/91, pelo art. 56 da Lei 9.430/96. Considerou-se a orientação fixada pelo STF no julgamento da ADC 1/DF (DJU de 16.6.95), no sentido de: a) inexistência de hierarquia constitucional entre lei complementar e lei ordinária, espécies normativas formalmente distintas exclusivamente tendo em vista a matéria eventualmente reservada à primeira pela própria CF; b) inexigibilidade de lei complementar para disciplina dos elementos próprios à hipótese de incidência das contribuições desde logo previstas no texto constitucional. Como não havia necessidade de edição de lei complementar para tratar da COFINS, a LC 70/91 é materialmente ordinária, sendo, por tal motivo, passível de alteração por outra lei ordinária RE 377457/PR e RE 381964/MG, rel. Min. Gilmar Mendes, 17.9.2008. Por conseguinte, julgando a AR 3.761-PR, na sessão de 12/11/2008, a Primeira Seção do STJ deliberou pelo CANCELAMENTO da Súmula n. 276. 
PIS/COFINS:
Essas contribuições estão previstas no art. 195, CR/88. Esse artigo trata de contribuições destinadas ao financiamento da seguridade social. A seguridade social é integrada por ações que beneficiem a saúde, a assistência social e a previdência social.
Essas contribuições são muito importantes. Têm por objetivo agregar recursos, direcionar dinheiro pra a seguridade social. Buscam incorporar recursos para as ações da saúde, previdência e assistência social. 
São contribuições de competência da União.
- PIS: Programa de Integração Social.
- COFINS: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social.
Histórico Legislativo:
O PIS tem início com a LC n° 7/1970 e incidia sobre o faturamento. Essa LC institui uma contribuição destinada à seguridade, que vai incidir sobre o faturamento das pessoas jurídicas.
A CR/88 recepciona o PIS no art. 239, estabelecendo, ainda, no art. 195, I, que a União poderia criar outras contribuições sobre o faturamento.
	Posteriormente, foi criada a COFINS (LC n° 70/1991). Essa contribuição incide sobre o faturamento das pessoas jurídicas.
O faturamento é eleito como base de cálculo das duas contribuições.
Mas o que é o faturamento? O faturamento corresponde à receita bruta da pessoa jurídica, que se refere à venda de mercadorias e prestação de serviços. O faturamento equivale a “tudo que entra” nos cofres da pessoa jurídica, mas tudo que entra limitado à venda de mercadorias e prestação de serviços.
Chega um momento em que o legislador resolve unificar essas contribuições. Essa unificação é feita na lei n° 9.718/1998. Ao fazer isso, essa lei, em seus arts. 2o e 3o, tratou da base de cálculo dessas contribuições, e disse que esta continua sendo o faturamento das pessoas jurídicas, porém, entendido o faturamento como receita bruta.
Essas contribuições, portanto, continuam incidindo sobre o faturamento. Só que dessa vez o faturamento é entendido como receita bruta. Não há referência à venda de mercadoria e prestação de serviços. Na verdade, é “tudo que entra” sem quaisquer limitações. Houve, assim, uma ampliação da base de cálculo do PIS e da COFINS, mas essa ampliação foi feita sem respaldo constitucional.
O art. 195, I, CR/88 afirmava que era possível criar contribuições sobre o faturamento. Assim, quando há essa ampliação, ela é realizada sem respaldo constitucional. O legislador constituinte percebe essa falha, vindo a promulgar a EC n° 20/1998, imediatamente depois. Essa EC 20/98 altera o art. 195, CR/88, para dizer que podemos ter contribuições sobre o faturamento ou sobre a receita.
A partirdesse histórico, surgem discussões na jurisprudência acerca do PIS e da COFINS.
Discussões na Jurisprudência:
1) Discussão Relativa à Inconstitucionalidade da Ampliação da Base de Cálculo pela Lei 9718:
Vejamos os argumentos:
	Fazenda
	Contribuintes
	- A EC 20/1998 “constitucionalizou” a lei 9.718/1998 - a EC teve por objetivo constitucionalizar a Lei 9.718, por isso a ampliação é constitucional;
 - Pressupõe-se a aplicação retroativa da EC;
 - Pressupõe-se a constitucionalidade superveniente.
	- A lei 9.718/1998 nasceu inconstitucional e não pode ser constitucionalizada.
- Há ofensa ao art. 110, CTN: faturamento é um termo de direito privado que foi utilizado pela CR para definir competência tributária. Assim, o faturamento deve ser entendido como o direito privado entende.
O STF decidiu pela tese dos contribuintes, afirmando que não existe constitucionalidade superveniente. As expressões “faturamento” só são tidas como sinônimas se limitadas à prestação de serviços e venda de mercadorias. A ampliação é, portanto, inconstitucional.
2) Discussão Relativa à constitucionalidade da inclusão do ICMS na BC da COFINS:
STF decidiu o tema com repercussão geral (tema 69): "O ICMS não compõe a base de cálculo para a incidência do PIS e da Cofins" (RE 574706, Relator(a):  Min. CÁRMEN LÚCIA, Tribunal Pleno, julgado em 15/03/2017, ACÓRDÃO ELETRÔNICO DJe-223 DIVULG 29-09-2017 PUBLIC 02-10-2017)
O STJ possuía entendimento consolidado em sentido contrário, julgado pelo rito dos repetitivos.
Súmulas pertinentes:
Súmula n. 499 do STJ: As empresas prestadoras de serviços estão sujeitas às contribuições ao SESC e SENAC, salvo se integradas noutro serviço social. 
Súmula 508 do STJ: A isenção da Cofins concedida pelo art. 6º, II, da LC n. 70/1991 às sociedades civis de prestação de serviços profissionais foi revogada pelo art. 56 da Lei n. 9.430/1996.
Em sentido semelhante, decisão do STF no informativo 766 (RE 598085/RJ). Foi decidido que incide o PIS/PASEP sobre atos ou negócios jurídicos praticados por cooperativa prestadora de serviço com terceiros tomadores de serviço, resguardadas as exclusões e deduções legalmente previstas. No mesmo julgado, o STF  reputou legítima a revogação da isenção veiculada na LC 70/1991 pela Medida Provisória 1.858/1999, que validamente operara derrogação da norma concessiva de isenção em matéria da COFINS.
Contribuições de intervenção no domínio econômico
Art. 149. Compete exclusivamente à União instituir contribuições sociais, de intervenção no domínio econômico e de interesse das categorias profissionais ou econômicas, como instrumento de sua atuação nas respectivas áreas, observado o disposto nos arts. 146, III, e 150, I e III, e sem prejuízo do previsto no art. 195, § 6º, relativamente às contribuições a que alude o dispositivo.
(..)
§ 2º As contribuições sociais e de intervenção no domínio econômico de que trata o caput deste artigo: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 33, de 2001)
I - não incidirão sobre as receitas decorrentes de exportação; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 33, de 2001)
II - incidirão também sobre a importação de produtos estrangeiros ou serviços; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003)
III - poderão ter alíquotas: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 33, de 2001)
a) ad valorem, tendo por base o faturamento, a receita bruta ou o valor da operação e, no caso de importação, o valor aduaneiro; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 33, de 2001)
b) específica, tendo por base a unidade de medida adotada. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 33, de 2001)
A Constituição Federal, no art. 149, faz apenas uma previsão genérica da competência da União para instituir contribuições de intervenção no domínio econômico. Não traz o delineamento dos fatos geradores.
Há, porém, um único fato gerador de CIDE na Constituição: o da CIDE-combustíveis, no art. 177. É um instrumento de atuação da União na Ordem Econômica, logo devem ser observados os princípios do art. 170 da CF.
As CIDE não exigem lei complementar para instituição.
Exemplo de contribuições de intervenção no domínio econômico: SEBRAE, CIDE, AFRMM, ATP (adicional de tarifa portuária).
Todas as CIDE’s, sem exceção, são de competência da União. Em regra, estão sujeitas, a todos os princípios tributários, exceto a CIDE-Combustível que, em relação à legalidade e à anterioridade do exercício financeiro, podem ser suas alíquotas diminuídas e restabelecidas por ato do Executivo.
Há imunidade de CIDE sobre receita de exportação (art. 149, §2º da CF), o que não ocorre com Importação de produtos estrangeiro ou serviço.
Podem ter alíquota especifica ou ad valorem (149,§2,III da CF)., e podem incidir uma única vez consoante definição legal.
CIDE, na verdade, é uma expressão genérica para contribuições de intervenção no domínio econômico. Mas, como já foi visto, algumas não levam essa denominação, como a contribuição para o SEBRAE. Com o nome de CIDE mesmo, há atualmente duas contribuições:
CIDE COMBUSTÍVEIS
Instituída pela Lei 10.336/2001, com base no § 4º. art. 177, da CF/88.
Fato gerador: importação e comercialização de petróleo e seus derivados, gás natural e seus derivados e álcool combustível.
Sujeito Passivo: é o produtor, o formulador (ex.: refinaria) ou o importador.
Base de Cálculo: é por unidade de medida, já que a alíquota é específica (ex.: m³ de gasolina, tonelada, etc).
Alíquotas: são específicas e não ad valorem (ex.: R$ 500,00 por m³ de gasolina) e podem ser diferenciadas por produto ou uso.
Destinação da receita: a) ao pagamento de subsídios a preços ou transporte de álcool combustível, gás natural e seus derivados e derivados de petróleo; b) ao financiamento de projetos ambientais relacionados com a indústria do petróleo e do gás; c) ao financiamento de programas de infra-estrutura de transportes. 
É não cumulativa.
O Executivo pode alterar alíquotas, mas apenas para restabelecer as que tenham sido reduzidas por ato seu.
Está sujeita apenas à anterioridade dos 90 dias.
Repartição das receitas: do total arrecadado, 29% serão repassados pela União, aos Estados e DF. Os Estados devem repassar 25% do que receberem da União aos seus Municípios. Os recursos recebidos pelos Estados devem ser destinados ao financiamento de programas de infra-estrutura de transportes.
CIDE ROYALTIES
Foi instituída pela Lei 10.168/2000.
Fato gerador: pagamento de direitos de licença e royalties a pessoas domiciliadas no exterior; pagamento pela prestação de serviços técnicos e de assistência administrativa prestados por residentes no exterior. Ela é devida pela pessoa jurídica detentora de licença de uso ou adquirente de conhecimentos tecnológicos, bem como aquela signatária de contratos que impliquem transferência de tecnologia, firmados com residentes ou domiciliados no exterior. É devida também pelas pessoas jurídicas signatárias de contratos que tenham por objeto serviços técnicos e de assistência administrativa e semelhantes a serem prestados por residentes ou domiciliados no exterior, bem assim pelas pessoas jurídicas que pagarem, creditarem, entregarem, empregarem ou remeterem royalties, a qualquer título, a beneficiários residentes ou domiciliados no exterior. Não incide sobre a remuneração pela licença de uso ou de direitos de comercialização ou distribuição de programa de computador, salvo quando envolverem a transferência da correspondente tecnologia.
Base de cálculo: é o valor pago pelos direitos, royalties ou serviços.
Alíquota: 10%.
Destinação: FNDCT – Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (estímulo ao desenvolvimento tecnológico e à pesquisa científica).
- Contribuições de Interesse das Categorias Profissionais ou Econômicas Contribuições Corporativas: Criadas pela União Federal, com o objetivo parafiscal de obter recursos destinados a financiar atividades de interesses de instituições representativas ou fiscalizatórias de categorias profissionais ou econômicas.Caracteriza-se por ser destinada a propiciar a organização da categoria, fornecendo recursos financeiros para manutenção da entidade associativa.
Ressalta Hugo de Brito Machado que não se trata de destinação de recursos arrecadados. Trata-se de vinculação da própria entidade representativa da categoria profissional, ou econômica, com o contribuinte. O sujeito ativo da relação tributária, no caso, há de ser a mencionada entidade.
São exemplos: as contribuições arrecadadas pelo CRM, CREA e outras entidades de fiscalização profissional, bem assim a contribuição sindical de um dia de salário. 
Contribuinte será a pessoa física ou jurídica integrante da categoria profissional ou econômica.
1. Contribuição Sindical: (art. 8º, IV, parte final, CF)
Obs: é importante registrar que a contribuição prevista na primeira parte do aludido inciso (contribuição fixada pela assembleia geral para o custeio confederativo do respectivo sindicato) não tem caráter tributário, dado o fato de não ser compulsória (só paga quem é filiado) e não ser instituída por lei. 
Art. 8º É livre a associação profissional ou sindical, observado o seguinte:
(…)
IV - a assembléia geral fixará a contribuição que, em se tratando de categoria profissional, será descontada em folha, para custeio do sistema confederativo da representação sindical respectiva, independentemente da contribuição prevista em lei;
SÚMULA Nº 666 do STF: A contribuição confederativa de que trata o art. 8º, IV, da Constituição, só é exigível dos filiados ao sindicato respectivo.
	
2. Contribuições corporativas para o custeio das entidades de fiscalização do exercício de profissões regulamentadas: típica utilização do tributo com finalidade parafiscal, uma vez que o Estado cria o tributo e atribui o produto de sua arrecadação a terceira pessoa que realiza atividade de interesse público. 
No julgamento da ADI 1.717, DJ 28.03.2003, o STF declarou a inconstitucionalidade de dispositivos da Lei 9.649/98 que atribuíam caráter privado aos serviços de fiscalização de profissões regulamentadas. Por conseguinte, restou fixado o caráter autárquico dos conselhos de fiscalização.
Tal decisão não abarcou o § 9º do art. 58 da referida lei, dispositivo este que exclui a OAB do regime nela instituído. OAB: é uma entidade sui generis, razão pela qual suas contribuições não têm natureza tributária (STJ, Resp 915.753, j. 22/05/2007). No âmbito do STF, a decisão mais recente (ADI 3.026/DF, j. 08.06.2006), apesar de não tratar da questão tributária, fixa o entendimento de que a OAB não é uma entidade da ADM Indireta da União e também não pode ser tida como congênere dos demais órgãos de fiscalização profissional. Foi assentado que a OAB é um serviço público independente, categoria ímpar no elenco das personalidades jurídicas existentes no direito brasileiro. (STJ parece aderir a esse posicionamento: HC 232.230, j. 26/06/2012).
Contribuição de Iluminação Pública – (COSIP): STF decidiu pela constitucionalidade da referida contribuição e a definiu como tributo sui generis, “que não se confunde com um imposto, porque sua receita se destina a finalidade específica, nem com uma taxa, por não exigir a contraprestação individualizada de um serviço ao contribuinte”. (RE 573.675, j. 25/03/2009; e ainda RE 642938 AgR, j. 29/05/2012). 
Art. 149-A Os Municípios e o Distrito Federal poderão instituir contribuição, na forma das respectivas leis, para o custeio do serviço de iluminação pública, observado o disposto no art. 150, I e III. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 39, de 2002)
Parágrafo único. É facultada a cobrança da contribuição a que se refere o caput, na fatura de consumo de energia elétrica.(Incluído pela Emenda Constitucional nº 39, de 2002)
-competência para instituir: Municípios e Distrito Federal.
-destinação: custeio de serviço de iluminação pública.
-possibilidade da cobrança na fatura da conta.
Posição do STF: é um novo tipo de contribuição. A identificação dos sujeitos passivos, com base na fatura do consumo de energia elétrica, é constitucional, pois, por tratar-se de serviço indivisível e geral, não seria possível identificar, sob o aspecto material, e incluir todos os beneficiários no polo passivo. É possível estabelecer alíquotas diferentes conforme a qualidade e quantidade do consumo. Sua base de cálculo não se confunde com a do ICMS, pois não incide propriamente sobre o consumo de energia elétrica, mas corresponde ao rateio do custo do serviço municipal de iluminação pública entre contribuintes relacionados segundo critérios objetivos, pelo legislador local (lei local que o institui).
STF: aplicam-se todos os demais princípios constitucionais tributários à CIP, embora o art. 149-A só faça referência aos da legalidade, anterioridade e irretroatividade. 
SÚMULA Nº 670 do STF: O serviço de iluminação pública não pode ser remunerado mediante taxa.
PREÇO PÚBLICO E PEDÁGIO.
-formas de remuneração dos serviços públicos: 
	a)TAXA; 
	b)TARIFA; 
	c)IMPOSTOS.
	DISTINÇÃO ENTRE TAXA E PREÇO PÚBLICO
	
	TAXA
	PREÇO PÚBLICO
	Regime jurídico-tributário (legal)
	Regime jurídico contratual
	Regime de direito público
	Regime de direito privado
	Sem autonomia da vontade (cobrança compulsória)
	Com autonomia da vontade (facultativa)
	Não admite rescisão
	Admite rescisão
	Pode ser cobrada por utilização potencial
	Só a utilização efetiva enseja cobrança
	Cobrança não proporcional à utilização
	Cobrança proporcional à utilização
	Sujeição aos princípios tributários
	Não sujeição aos princípios tributários
	Sujeito ativo é uma pessoa jurídica de direito público
	Sujeito ativo pode ser PJ de direito público ou privado
	A receita arrecadada é derivada
	A receita arrecadada é originária.
	
SÚMULA Nº 545 do STF: Preços de serviços públicos e taxas não se confundem, porque estas, diferentemente daqueles, são compulsórias e têm sua cobrança condicionada à prévia autorização orçamentária, em relação à lei que as instituiu.
ATENÇÃO: Parte da doutrina distingue tarifas de preços públicos. Esse é o entendimento de Flávio Amaral Garcia (membro da banca), que se baseia na doutrina de Luiz Emygdio F. da Rosa, para quem tarifa significa a receita decorrente da prestação de serviços públicos sob regime de concessão ou permissão. As demais receitas contratuais seriam preços públicos, abrangendo tanto os serviços públicos prestados em regime privado como as atividades econômicas exploradas pelo Estado (ex: ingresso do estádio de futebol e a remuneração pelo uso de bens públicos equivalente a um aluguel). (Fonte: página 440 do livro “Licitações e Contratos Administrativos” – Flávio Amaral Garcia. 3. Ed). 
ATENÇÃO: STF decidiu recentemente que pedágio é preço público e não ostenta natureza tributária, inclusive podendo ser cobrado mesmo que não haja via alternativa gratuita à disposição do usuário do serviço. Fundamento: art. 150, V, da CRFB/88. Ele não se confunde com o selo-pedágio (Lei 7.712/1988), que tinha natureza de taxa, sendo cobrado em valor fixo, independentemente do número de vezes que o contribuinte fizesse uso das estradas durante o mês. O elemento nuclear para identificar e distinguir taxa e preço público seria o da compulsoriedade, presente na primeira e ausente na segunda espécie. ADI 800/RS. Informativo n. 750 do STF. Segue a ementa do julgado:
Ementa: TRIBUTÁRIO E CONSTITUCIONAL. PEDÁGIO. NATUREZA JURÍDICA DE PREÇO PÚBLICO. DECRETO 34.417/92, DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL. CONSTITUCIONALIDADE. 1. O pedágio cobrado pela efetiva utilização de rodovias conservadas pelo Poder Público, cuja cobrança está autorizada pelo inciso V, parte final, do art. 150 da Constituição de 1988, não tem natureza jurídica de taxa, mas sim de preço público, não estando a sua instituição, consequentemente, sujeita ao princípio da legalidade estrita. 2. Ação direta de inconstitucionalidade julgada improcedente.
(ADI 800, Relator(a):  Min. TEORI ZAVASCKI, Tribunal Pleno, julgado em 11/06/2014, ACÓRDÃOELETRÔNICO DJe-125 DIVULG 27-06-2014 PUBLIC 01-07-2014)
Serviços de água e esgoto, prestados por concessionária de serviço público: tarifa ou preço público (STF – RE 518.256; STJ – Súmula 412, “A ação de repetição de indébito de tarifas de água e esgoto sujeita-se ao prazo prescricional estabelecido no Código Civil”, AgRg no REsp 1236750).
Serviços de água e esgoto, quando prestado pelo próprio ente público (mesmo que por autarquia): taxa (AI 765898 AgR, Min. Luiz Fux, j. 03/04/12).
Representativo de controvérsia (art. 543-C do CPC): A natureza jurídica da remuneração dos serviços de agua e esgoto, prestados por concessionária de serviço público, é de tarifa ou preço público, consubstanciando, assim, contraprestação de caráter não-tributário, razão pela qual não se subsume ao regime jurídico tributário estabelecido para as taxas. Conseqüentemente, o prazo prescricional da execução fiscal em que se pretende a cobrança de tarifa por prestação de serviços de água e esgoto rege-se pelo disposto no Código Civil, revelando-se inaplicável o Decreto 20.910/32 (REsp 1117903 RS).
ADMINISTRATIVO: Contratos Administrativos. Prerrogativas da Administração. Direitos do Contratado. Equilíbrio Financeiro. Teoria da Imprevisão. Fatos do Príncipe e de Administração. Extinção do contrato.
OBS: para quem não tiver tempo, ler ao menos a parte final com as posições do examinador.
CONTRATOS ADMINISTRATIVOS
Introdução
É a contratação da Administração pública com terceiro a fim de satisfazer o interesse público. 
Contratos da Administração ou Contratos Administrativos Atípicos ou Contratos de Direito Privado da Administração: celebração de contratos em que a administração pública, em princípio, encontra-se em posição de igualdade perante o particular, regido predominantemente pelo direito privado. É o ajuste firmado entre a administração pública e particulares, na qual a administração não figura na qualidade de poder público, por isto, regido predominantemente pelo direito privado.
Contatos Administrativos: ajuste firmado pela administração pública, agindo nesta qualidade, com particulares, ou com outras entidades administrativas nos termos estipulados pela própria administração pública contratante, em conformidade com o interesse público, sob regência predominante do direito público.
Em nosso direito compete a União estabelecer normas gerais sobre contratação, de acordo com o art. 22, XXVII da CF (“Art. 22 compete à União legislar privativamente sobre: (...) XXVII - normas gerais de licitação e contratação, em todas as modalidades, para as administrações públicas diretas, autárquicas e fundacionais da União, Estados, Distrito Federal e Municípios, obedecido o disposto no art. 37, XXI, e para as empresas públicas e sociedades de economia mista, nos termos do art. 173, § 1°, III; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998).”. (grifei).
O contrato administrativo é regido pela lei 8.666/93 e aplicando-lhes, supletivamente, os princípios da teoria geral dos contratos e as disposições de direito privado. É o que estabelece o art. 54, caput da lei em comento: “Art. 54.  Os contratos administrativos de que trata esta Lei regulam-se pelas suas cláusulas e pelos preceitos de direito público, aplicando-se-lhes, supletivamente, os princípios da teoria geral dos contratos e as disposições de direito privado.”.
Conceito
É um ato jurídico bilateral, um vínculo jurídico que dará origem a uma prestação e a uma contraprestação criando, modificando ou extinguindo direitos (comutativo), sujeito ao regime público, tendo, necessariamente, participação da Administração direta ou indireta, e um terceiro, por imposição de lei, cláusulas pactuadas, na qual o terceiro sujeita a imposições determinadas pela pessoa jurídica de direito público, denominadas de cláusulas exorbitantes. 
												
 Classificação
- Típicos: administração atua na qualidade de poder público – prevalece o interesse público de forma direta e imediata, vigorando suas prerrogativas (cláusulas exorbitantes). 
- Atípicos: regidos por normas de direito privado já que há concorrência entre o interesse público e privado, ou mesmo este predomina sobre aquele. Atualmente, tendo em vista que a Lei 8666/93 estendeu aos contratos atípicos a aplicação das prerrogativas da Administração, a relevância da distinção foi mitigada.
 Principais características:
a) consensuais: se aperfeiçoam com a manifestação da vontade
b) bilaterais
c) precedidos de licitação
d) formais
e) onerosos
f) comutativos: prestação e contraprestação equivalentes e pré-determinadas
g) de adesão: natureza de contrato de adesão, uma vez que as cláusulas contratuais são elaboradas pela Administração (regras no edital), não havendo negociação (exceções: contrato administrativo atípico / semipúblico)
h) personalíssimos: intuitu personae, pois considera as qualidades pessoais do contratado. Contrato Pessoal: não se admite subcontratações sem previsão no contrato e/ou no edital e autorização da Administração, devendo, em qualquer caso, se sujeitar aos requisitos da licitação, não sendo possível a subcontratação da totalidade do contrato.
Formalidades do contrato administrativo:
a) procedimento licitatório ou de justificação (licitação inexigível, dispensável ou vedada).
b) escrito (art. 60, §único). Excepcionalmente verbal quando for de pronta entrega, pronto pagamento e até R$ 4.000,00.
c) publicação (art. 61, § único) – condição de eficácia de contrato, ou seja, o contrato não produz efeitos enquanto não for publicado. A publicação deverá se dar em até 20 dias, não podendo ultrapassar o 5° dia útil ao mês seguinte de sua assinatura, prevalecendo o que ocorrer primeiro.
d) instrumento de contrato (art. 62) – será obrigatório quando o valor do contrato for correspondente à modalidade de licitação concorrência ou tomada de preços, ainda que a licitação seja inexigível ou dispensável; e será facultativo quando seu valor for correspondente à modalidade de licitação convite e desde que o contrato possa ser realizado de outra maneira (ordem de serviço, nota de empenho, etc.).
e) a forma do contrato administrativo, ao contrário do que ocorre com o ato administrativo, será discricionária, desde que a lei garanta ao Administrador opções de escolha (ex.: instrumento facultativo).
Cláusulas Exorbitantes (art. 58): São aquelas que não seriam comuns ou que seriam ilícitas em contrato celebrado entre particulares, por conferirem prerrogativas a uma das partes (Administração), em relação à outro.[1: “Art. 58.  O regime jurídico dos contratos administrativos instituído por esta Lei confere à Administração, em relação a eles, a prerrogativa de:I - modificá-los, unilateralmente, para melhor adequação às finalidades de interesse público, respeitados os direitos do contratado;II - rescindi-los, unilateralmente, nos casos especificados no inciso I do art. 79 desta Lei;III - fiscalizar-lhes a execução;IV - aplicar sanções motivadas pela inexecução total ou parcial do ajuste;V - nos casos de serviços essenciais, ocupar provisoriamente bens móveis, imóveis, pessoal e serviços vinculados ao objeto do contrato, na hipótese da necessidade de acautelar apuração administrativa de faltas contratuais pelo contratado, bem como na hipótese de rescisão do contrato administrativo.§ 1o  As cláusulas econômico-financeiras e monetárias dos contratos administrativos não poderão ser alteradas sem prévia concordância do contratado.§ 2o  Na hipótese do inciso I deste artigo, as cláusulas econômico-financeiras do contrato deverão ser revistas para que se mantenha o equilíbrio contratual.”]
A) PODER DE ALTERAÇÃO UNILATERAL DO CONTRATO
- para adequação ao interesse público;
- somente referente às cláusulas regulamentares ou de serviço (que são aquelas que dispõem sobre o objeto do contrato) cláusulas econômico-financeiras e monetárias não podem ser alteradas unilateralmente.
- sempre justificadamente
- Permissões para Alteração (art. 65, I)
a) alteração

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