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CREMESP CONSELHO REGIONAL DE MEDICINA DO ESTADO DE SÃO PAULO 2006 MANUAL DE DIRETORIA CLÍNICA 2º EDIÇÃO Manual de Diretoria Clínica MANUAL DE DIRETORIA CLÍNICA 2º EDIÇÃO c a d e r n o s C R EM E S P MANUAL DE DIRETORIA CLÍNICA Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo Rua da Consolação, 753 - Centro - São Paulo - SP - CEP: 01301-910 Tel.: (11) 3017-9300 www.cremesp.org.br www.bioetica.org.br DIRETORIA DO CREMESP Presidente: Isac Jorge Filho. Vice-Presidente: Desiré Carlos Callegari. 1º Secretário: Henrique Carlos Goncalves. 2º Secretário: Renato Azevedo Júnior. Tesoureira: Marli Soares. Tesoureiro Suplente: Renato Françoso Filho. Corregedor: Krikor Boyaciyan. Corregedor Adjunto: Ruy Yukimatsu Tanigawa. Assessoria de Comunicação: Luiz Carlos Aiex Alves. Departamento Juridico: Adamo Lui Netto. Departamento Fiscalização: João Marcio Garcia. Delegacias da Capital: Antonio Pereira Filho. Delegacias do Interior: Kazuo Uemura. CONSELHEIROS - GESTÃO 2003/2008 Adamo Lui Netto, Akira Ishida, Alfredo Rafael Dell’Aringa, André Scatigno Neto, Antonio Pereira Filho, Bráulio Luna Filho, Caio Rosenthal, Carlos Alberto Monte Gobbo, Clóvis Francisco Constantino, Desiré Carlos Callegari, Eurípedes Balsanufo Carvalho, Fábio Henrique Gregory, Gabriel David Hushi, Gaspar de Jesus Lopes Filho, Gilberto Luiz Scarazatti, Henrique Carlos Gon- çalves, Henrique Liberato Salvador, Ieda Therezinha do Nascimento Verreschi, Isac Jorge Filho, João Ladislau Rosa, João Márcio Garcia, Jorge Carlos Machado Curi, José Henrique Andrade Vila, José Manoel Bombarda, José Marques Filho, Kazuo Uemura, Krikor Boyaciyan, Lavínio Nilton Cama- rim, Luiz Alberto Bacheschi, Luiz Carlos Aiex Alves, Marco Tadeu Moreira de Moraes, Maria do Patrocínio Tenório Nunes, Marli Soares, Moacyr Esteves Perche, Nacime Salomão Mansur, Pedro Henrique Silveira, Reinaldo Ayer de Oliveira, Renato Azevedo Júnior, Renato Ferreira da Silva, Renato Françoso Filho, Rui Telles Pereira e Ruy Yukimatsu Tanigawa. CONSELHEIRO COORDENADOR Antonio Pereira Filho Manual de diretoria clínica / Cordenação de Antonio Pereira Filho. 2º ed. São Paulo : Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo, 2006. 135 p. 1. Diretor clínico 2. Diretor técnico 3. Corpo clínico 4. Regimento interno 5. Prontuário médico 6. Comissão de ética médica 7. Ética médica I. Pereira Filho, Antonio (coord.) II. Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo III. Título. NLM W49 APRESENTAÇÃO (2ª EDIÇÃO) O diretor clínico é o verdadeiro “elo” de ligação entre a instituição e seus companheiros de corpo clínico, que, por meio de eleição direta, dedicam a essa figura voto de total confiança. Suas atribuições são diversificadas e demandam grande responsabilidade, abrangendo as iniciativas de reger e coor- denar as atividades médicas locais (em colaboração com a Comissão de Ética Médica/CEM e Conselho Técnico), coo- perar com a Mesa Administrativa do hospital ou clínica, além de desenvolver o espírito de crítica científica e estí- mulo ao estudo e a pesquisa. Foi justamente reconhecendo a importância dos colegas dedicados a tal função, no Estado de São Paulo, que o Cremesp fez publicar em 2000 a 1º edição do Manual de Diretoria Clínica. Ainda que timidamente, a meta foi defi- nir o papel do diretor clínico (e do diretor técnico), esclare- cendo eventuais dúvidas que possam surgir perante de- mandas do respectivo dia-a-dia profissional, relativas a prontuário médico, Comitê de Ética em Pesquisa e Comis- são de Controle Hospitalar, entre várias outras. O manual trouxe ainda Legislação pertinente, emanada pelo Cremesp; Conselho Federal de Medicina (CFM); Con- selho Nacional de Saúde (CNS) e Ministério da Saúde. Agora – diga-se de passagem, concordando, com o pro- metido na apresentação da 1º edição – pretendemos apri- morar o conteúdo da 2º edição, revisada e com diretrizes atualizadas, incluindo capítulos que trazem a Resolução Cremesp nº 114/2005, sobre a obrigatoriedade da Comissão de Revisão de Óbitos nos Hospitais do Estado de São Paulo e Resolução CFM nº 1.638/2002, que aborda a Comissão de Revisão de Prontuários nas instituições. Obviamente, por meio deste manual, não há o objetivo de “ensinar” o trabalho dos diretores clínicos e, sim, facili- tar o desempenho de seu cargo, bem como oferecer um simples ponto de partida a futuras tomadas de decisões. Isac Jorge Filho Presidente do Cremesp APRESENTAÇÃO (1ª EDIÇÃO) É com imensa satisfação que apresentamos o Manual de Diretoria Clínica que contém as normas regulamentadoras da atuação dos diretores clínicos dos hospitais e estabeleci- mentos de saúde. Trata-se de mais uma iniciativa da gestão 2000/2002 do Cremesp, comprometida em estreitar as relações com os colegas que exercem, em cada local de trabalho, tarefas e responsabilidades voltadas à valorização do exercício pro- fissional e à prática da ética médica. Com isso, queremos reconhecer publicamente o papel essencial dos diretores clínicos, que assumem a competên- cia de dirigir e coordenar o corpo clínico; supervisionar a execução da assistência médica; assegurar condições dig- nas de trabalho para os colegas; garantir todos os meios necessários à prática médica em favor da recuperação da saúde do paciente; responder perante o Cremesp por qual- quer problema eventual que surja na instituição; atuar jun- to à auditoria médica e às comissões de ética. Não tem o manual a intenção de sanar todas as dúvidas. Ele deve ser constantemente aprimorado, à medida que forem amplamente debatidos novos consensos, pareceres e resoluções. A publicação traz, no entanto, segurança e parâ- metros para aqueles que estão no convívio direto com os problemas de gestão, administração, atendimento e assis- tência, e que, por isso, merecem todo o nosso respeito e consideração. Regina R. Parizi Carvalho Presidente (gestão 2000/2002) SUMÁRIO I DIRETOR CLÍNICO E DIRETOR TÉCNICO 7 II CORPO CLÍNICO E REGIMENTO INTERNO 20 III CONSELHO TÉCNICO E ASSEMBLÉIA GERAL 30 IV PRONTUÁRIO MÉDICO 32 V COMISSÃO DE ÉTICA MÉDICA 79 VI COMITÊ DE ÉTICA EM PESQUISA 99 VII COMISSÃO DE CONTROLE DE INFECÇÃO HOSPITALAR 104 VIII COMISSÃO DE VERIFICAÇÃO DE ÓBITO 122 IX SAÚDE OCUPACIONAL DO MÉDICO 124 X CIPA E OUTRAS COMISSÕES 131 XI REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA 132 DIRETOR CLÍNICO E DIRETOR TÉCNICO I A estrutura organizacional da instituição deverá pre- ver a existência dos Órgãos Diretivos, dos Conselhos e Comissões Permanentes ou Temporárias, explicitando suas formas de escolha, número de integrantes, tempo de mandato, atribuições, direitos e deveres. A nomenclatura dos órgãos diretivos não é universal, podendo existir diferenças significativas dependendo da estrutura organizacional de cada instituição. De exis- tências fundamentais, podemos destacar: 1. DIRETOR CLÍNICO Definição Médico de confiança do Corpo Clínico. Obrigatoria- mente deverá ser eleito por voto secreto e direto dos membros do Corpo Clínico, em processo eleitoral es- pecialmente convocado para essa finalidade, com ante- cedência mínima de 10 (dez) dias, sendo escolhido por maioria simples de votos. O mandato do Diretor Clínico deverá estar definido no Regimento Interno. Atribuições As principais atribuições do Diretor Clínico são: ● propor a admissão de novos componentes do Cor- po Clínico, de conformidade com o disposto no Regi- mento Interno; ● designar chefes de clínicas e serviços indicados pe- los departamentos; MANUAL DE DIRETORIA CLÍNICA ● reger e coordenar todas as atividades médicas da instituição, em colaboração com a Comissão de Ética Médica e Conselho Técnico; ● representar o Corpo Clínico junto à Mesa Adminis- trativa da instituição; ● desenvolver o espírito de crítica científica e estimu- lar o estudoe a pesquisa; ● permanecer na instituição no período de maior ati- vidade profissional, fixando horário do seu expediente; ● tomar conhecimento, para as providências necessá- rias, de todas as solicitações do Corpo Clínico previstas no Regimento Interno; ● prestar contas de seus atos ao Corpo Clínico nas As- sembléias Gerais; ● executar e fazer executar a orientação dada pela Assembléia de Corpo Clínico quanto a assuntos médicos; ● esclarecer as partes interessadas em eventual conflito de posição entre o Corpo Clínico e a Mesa Administrativa, visando harmonizá-las em face dos postulados éticos; ● empenhar-se para que os integrantes do Corpo Clí- nico observem os princípios do Código de Ética Médica, as disposições legais em vigor, a ordem interna da insti- tuição e as resoluções baixadas pelos órgãos e autorida- des competentes em matéria de procedimento ético ou recomendações técnicas para o exercício da Medicina; ● encaminhar à Comissão de Ética Médica consulta ou denúncia relativas a quaisquer assuntos de natureza éti- ca, visando o bom exercício da Medicina na instituição; ● apresentar à Mesa Administrativa relatório anual das atividades médicas; ● cooperar com a Mesa Administrativa da instituição; ● convocar em tempo hábil e por edital afixado em local visível a todos os médicos da instituição, as assem- bléias gerais ordinárias e extraordinárias previstas no 8 DIRETOR CLÍNICO E DIRETOR TÉCNICO Regimento Interno; ● presidir as assembléias gerais do Corpo Clínico; ● dar orientação científica, fazendo com que sejam cumpridas as normas de bom atendimento, dentro dos princípios da ética médica; ● zelar pelo cumprimento do Regimento Interno; ● zelar pelos livros de atas e do arquivo do Corpo Clí- nico; ● transmitir o seu cargo ao vice-diretor, em caso de férias, licenças e impedimentos eventuais. Para maior dedicação a suas atividades e de acordo com as possibilidades financeiras da instituição, o cargo de Diretor Clínico poderá ser remunerado. Quem defi- ne se o cargo é ou não remunerado é o Corpo Clínico através de assembléia, devendo tal deliberação estar consignada no Regimento Interno. Porém, antes dessa definição, faz-se indispensável um acordo com a Mesa Administrativa, já que é a instituição quem arcará com a remuneração e encargos dela decorrentes. 2. VICE-DIRETOR CLÍNICO Definição Também elemento de confiança do Corpo Clínico. De- verá ser eleito por voto secreto dos membros do Corpo Clínico da instituição juntamente com o Diretor Clínico. Atribuições As principais atribuições do Vice-Diretor Clínico são: ● auxiliar a Diretoria Clínica em suas atribuições; ● substituir a Diretoria Clínica em caso de férias, li- cenças e impedimentos. 3. DIRETOR TÉCNICO Definição Médico que poderá ser escolhido tanto por eleição 9 como por nomeação. Em qualquer um dos casos, a for- ma de escolha e mandato deverão estar claramente de- finidos no Regimento Interno. Atribuições As principais atribuições do Diretor Técnico são: ● cientificar a Mesa Administrativa da instituição das irregularidades que se relacionem com a boa ordem, asseio e disciplina hospitalares; ● executar e fazer executar a orientação dada pela instituição em matéria administrativa; ● representar a instituição em suas relações com as autoridades sanitárias e outras, quando exigirem a le- gislação em vigor; ● zelar pelo cumprimento das disposições legais e re- gulamentares em vigor; ● assegurar condições dignas de trabalho e os meios indispensáveis à prática médica, visando o melhor de- sempenho do Corpo Clínico e demais profissionais de saúde em benefício da população usuária da instituição; ● assegurar o pleno e autônomo funcionamento da Comissão de Ética Médica; ● manter perfeito relacionamento com a Diretoria Clí- nica e membros do Corpo Clínico da instituição. Dependendo das peculiaridades de cada instituição, os cargos de Diretores Clínico e Técnico poderão ser preen- chidos por um único médico na função de Diretor Clíni- co. Tal deliberação deverá também estar consignada no Regimento Interno. 4. RESOLUÇÕES RESOLUÇÃO CFM Nº 1.342, de 8 de março de 1991 Dispõe sobre as atribuições do Diretor Técnico e Clínico. 10 MANUAL DE DIRETORIA CLÍNICA O Conselho Federal de Medicina, no uso das atribui- ções que lhe confere a Lei nº 3.268, de 30 de setembro de 1957, regulamentada pelo Decreto 44.045, de 19 de julho de 1958, e Considerando que, de acordo com o artigo 15 da Lei nº 3.999, de 15.12.61, os cargos ou funções de chefia de servi- ços médicos somente podem ser exercidos por médicos ha- bilitados na forma da lei; Considerando que o Art. 28 do Decreto nº 20.931/32 preceitua que qualquer organização hospitalar ou de as- sistência médica, pública ou privada, obrigatoriamente tem que funcionar com um Diretor Técnico, habilitado para o exercício da medicina, como principal responsável pelos atos médicos ali realizados; Considerando que o Art. 12 do Decreto nº 44.045/58 e a Lei nº 6839/80 estabelecem que as pessoas jurídicas de prestação de assistência médica estão sob a ação discipli- nar e de fiscalização dos Conselhos de Medicina; Considerando que, de acordo com o Art. 3º da RESO- LUÇÃO CFM Nº 1.214/85, a obrigatoriedade do registro e do cadastramento abrange também a filial, a sucursal, a subsidiária, ambulatórios e todas as unidades de atendi- mento médico; Considerando que o Art. 8º da Resolução CFM nº 997/ 80 determina que, no caso de afastamento do médico Di- retor Técnico, o cargo deverá ser imediatamente ocupado pelo seu substituto, também médico; Considerando que o Art. 11 da mesma Resolução CFM nº 997/80 estabelece que o Diretor Técnico, principal res- ponsável pelo funcionamento dos Estabelecimentos de Saú- de, terá obrigatoriamente sob sua responsabilidade a su- pervisão e coordenação de todos os serviços técnicos do estabelecimento, que a ele ficam subordinados hierarqui- camente; 11DIRETOR CLÍNICO E DIRETOR TÉCNICO Considerando que ao Diretor Técnico compete assegu- rar condições adequadas de trabalho e os meios imprescin- díveis ao exercício de uma boa prática médica, zelando, ao mesmo tempo, pelo fiel cumprimento dos princípios éticos; Considerando que ao Diretor Clínico compete a super- visão da prática médica realizada na instituição; Considerando, finalmente, o decidido pelo plenário em sessão realizada em 08 de março de 1991. Resolve: Art. 1º - Determinar que a prestação de assistência médica nas instituições públicas ou privadas é de responsabilidade do Diretor Técnico e do Diretor Clínico, os quais, no âmbito de suas respectivas atribuições, responderão perante o Con- selho Regional de Medicina pelos descumprimentos dos prin- cípios éticos, ou por deixar de assegurar condições técnicas de atendimento, sem prejuízo da apuração penal ou civil. Art. 2º - São atribuições do Diretor Técnico: a) Zelar pelo cumprimento das disposições legais e regu- lamentares em vigor. b) Assegurar condições dignas de trabalho e os meios indispensáveis à prática médica, visando o melhor desem- penho do Corpo Clínico e demais profissionais de saúde em benefício da população usuária da instituição. c) Assegurar o pleno e autônomo funcionamento das Co- missões de Ética Médica. Art. 3º - São atribuições do Diretor Clínico: a) Diretor e coordenar o Corpo Clínico da instituição. b) Supervisionar a execução das atividades de assistência médica da instituição. c) Zelar pelo fiel cumprimento do Regimento Interno do Corpo Clínico da instituição. Art. 4º - O Diretor Clínico será eleito pelo Corpo Clínico, sendo-lhes assegurada total autonomia no desempenho de suas atribuições. 12 MANUAL DE DIRETORIA CLÍNICAArt. 5º - Ao profissional médico será permitido assumir a responsabilidade, seja como Diretor Técnico, seja como Diretor Clínico, em uma única instituição pública ou priva- da, prestadora de serviços médicos, mesmo quando tratar- se de filiais, subsidiárias ou sucursais da mesma instituição. Parágrafo único - Face às peculiaridades das instituições, é permitido ao médico o exercício simultâneo das funções de Diretor Técnico e de Diretor Clínico. Art. 6º - Em caso de afastamento ou substituição do Di- retor Técnico ou do Diretor Clínico, aquele que deixa o cargo tem o dever de imediatamente comunicar tal fato, por escrito, ao Conselho Regional de Medicina. Parágrafo único - A substituição do Diretor afastado de- verá ocorrer de imediato, obrigando-se o Diretor que as- sume o cargo a fazer a devida notificação ao Conselho Re- gional de Medicina. Art. 7º - Fica estabelecido o prazo de 60 (sessenta) dias para a observância da presente Resolução pelas institui- ções e pelos profissionais médicos. Art. 8º - Esta Resolução entrará em vigor na data de sua publicação, revogadas as disposições em contrário. RESOLUÇÃO CFM Nº 1.352, de 17 de janeiro de 1992 Permite ao profissional médico assumir a responsabili- dade, seja como Diretor Técnico, seja como Diretor Clíni- co, em no máximo 2 (duas) instituições prestadoras de serviços médicos. O Conselho Federal de Medicina, no uso das atribuições que lhe confere a Lei nº 3.268, de 30 de setembro de 1957, regulamentada pelo Decreto 44.045, de 19 de julho de 1958, e Considerando ser necessário disciplinar a extensão em que um médico pode responder pela Direção Técnica ou pela Dire- 13DIRETOR CLÍNICO E DIRETOR TÉCNICO ção Clínica dos estabelecimentos de saúde, sem, contudo, criar qualquer cerceamento ao exercício da atividade médica; Considerando que o médico, observadas as normas éti- cas e legais que regem a profissão, pode exercer seu traba- lho em empresas ou instituições distintas, desde que haja compatibilidade de horários; Considerando, finalmente, o decidido pelo Conselho Federal de Medicina em sessão plenária realizada em 17 de janeiro de 1992; Resolve: Art. 1º - Ao profissional médico será permitido assumir a responsabilidade, seja como Diretor Técnico, seja como Diretor Clínico, em no máximo 2 (duas) instituições prestadoras de serviços médicos, aí incluídas as instituições públicas e privadas, mesmo quando tratar-se de filiais, sub- sidiárias ou sucursais da mesma instituição. Art. 2º - Fica revogado o “caput” do Art. 5º da RESOLU- ÇÃO CFM Nº 1.342/91, de 08 de março de 1991, mantido seu Parágrafo único. Art. 3º - Esta Resolução entrará em vigor na data de sua publicação, revogadas as disposições em contrário. RESOLUÇÃO CFM nº 1451, de 10 de março de 1995 Estabelece estruturas para prestar atendimento nas situa- ções de urgência-emergência, nos Pronto Socorros Pú- blicos e Privados. O Conselho Federal de Medicina, no uso das atribui- ções que lhe confere a Lei 3.268, de 30 de setembro de 1957, regulamentada pelo Decreto nº 44.045, de 19 de ju- lho de 1958 e, Considerando que os Conselhos de Medicina são os ór- gãos supervisores e fiscalizadores do exercício profissional, 14 MANUAL DE DIRETORIA CLÍNICA e das condições de funcionamento dos serviços médicos prestados à população; Considerando que o Código de Ética Médica estabele- ce os princípios norteadores da boa prática médica; Considerando que os Conselhos de Medicina constataram condições estruturais, materiais e humanas inadequadas ao atendimento à população nos serviços de Prontos Socorros; Considerando a necessidade de estabelecer as normas mínimas para funcionamento dos estabelecimentos de saú- de de Pronto Socorro; Considerando, finalmente, o decidido em Reunião Ple- nária realizada em 10 de março de 1995, resolve: Artigo 1º - Os estabelecimentos de Prontos Socorros Pú- blicos e Privados deverão ser estruturados para prestar aten- dimento a situações de urgência-emergência, devendo garantir todas as manobras de sustentação da vida e com condições de dar continuidade à assistência no local ou em outro nível de atendimento referenciado. Parágrafo Primeiro - Define-se por URGÊNCIA a ocorrên- cia imprevista de agravo à saúde com ou sem risco potenci- al de vida, cujo portador necessita de assistência médica imediata. Parágrafo Segundo - Define-se por EMERGÊNCIA a constatação médica de condições de agravo à saúde que impliquem em risco iminente de vida ou sofrimento inten- so, exigindo portanto, tratamento médico imediato. Artigo 2º - A equipe médica do Pronto Socorro deverá, em regime de plantão no local, ser constituída, no míni- mo, por profissionais das seguintes áreas: ✔ Anestesiologia; ✔ Clínica Médica; ✔ Pediatria; ✔ Cirurgia Geral; ✔ Ortopedia. 15DIRETOR CLÍNICO E DIRETOR TÉCNICO Artigo 3º - A sala de emergência deverá, obrigatoria- mente, estar equipada com: ✔ Material para reanimação e manutenção cardio-respi- ratória; ✔ Material para oxigenação e aspiração; ✔ Material para procedimentos de urgência. Artigo 4º - Os recursos técnicos mínimos disponíveis, em funcionamento ininterrupto, para o Pronto Socorro, deverão ser: ✔ Radiologia; ✔ Laboratório de análises clínicas; ✔ Centro cirúrgico; ✔ Unidade de terapia intensiva; ✔ Unidade transfusional; ✔ Farmácia básica para urgência; ✔ Unidade de transporte equipado. Artigo 5º - O estabelecimento de Pronto Socorro deve- rá permanecer à disposição da população em funcionamen- to ininterrupto; Artigo 6º - Os diferentes portes de Prontos Socorros de maior complexidade deverão ser definidos em cada Esta- do pelos Conselhos Regionais de Medicina, de acordo com as realidades regionais e as necessidades de atendimento à população; Artigo 7º - Esta Resolução entra em vigor na data de sua publicação. RESOLUÇÃO CFM N.º 1.493, de 15 de maio de 1998 Determina ao Diretor Clínico do estabelecimento de saúde que tome providências cabíveis para que todo paciente hos- pitalizado tenha seu médico assistente responsável, desde a internação até a alta e que assegure previamente as con- dições para realização do ato médico nas cirurgias eletivas. 16 MANUAL DE DIRETORIA CLÍNICA O Conselho Federal de Medicina, no uso das atribuições conferidas pela Lei 3.268, de 30 de setembro de 1957, regula- mentada pelo Decreto nº 44.045, de 19 de julho de 1958 e, Considerando a necessidade presente de situar e defi- nir nos exatos e devidos termos a responsabilidade do médico com relação às internações hospitalares; Considerando que os pacientes internados, em insti- tuições hospitalares não podem ser assistidos apenas pelos médicos plantonistas cujas atribuições devem ficar volta- das para situações não rotineiras; Considerando que a responsabilidade médica perma- nece individual para com o doente, em quaisquer tipos de organização de assistência médica; Considerando que é direito do paciente ter um médico como responsável direto pela sua internação, assistência e acompanhamento até a alta; Considerando que o artigo 28 do Decreto nº 20.931, de 11 de janeiro de 1932, dispõe que o Diretor Técnico é o prin- cipal responsável pelos atos médicos praticados no âmbito das organizações hospitalares ou de assistência médica; Considerando que o artigo 12 do Decreto nº 44.045/58 e a Lei nº 6.839/80 estabeleceram que as pessoas jurídicas de prestação de assistência médica estão sob ação discipli- nar e de fiscalização dos Conselhos de Medicina; Considerando que o artigo 11 da Resolução CFM nº 997/ 80 estabelece que o Diretor Técnico, principal responsável pelo funcionamento dos estabelecimentos de saúde, terá obrigatoriamentesob sua responsabilidade a supervisão e coordenação de todos os serviços técnicos do estabeleci- mento que a ele ficaram subordinados hierarquicamente; Considerando, finalmente, o que ficou decidido na Ses- são Plenária de 15 de maio de 1998. Resolve: 1 - Determinar ao Diretor-Clínico do estabelecimento de 17DIRETOR CLÍNICO E DIRETOR TÉCNICO saúde que tome as providências cabíveis para que todo paciente hospitalizado tenha seu médico assistente respon- sável, desde a internação até a alta. 2 - Determinar que nas cirurgias eletivas o médico se asse- gure previamente das condições indispensáveis à execução do ato, inclusive, quanto a necessidade de ter como auxiliar outro médico que possa substituí-lo em seu impedimento. 3 - Revogam-se as disposições em contrário. 4 - Esta Resolução entrará em vigor na data de sua publi- cação. RESOLUÇÃO CFM Nº 1.552, de 20 de agosto de 1999 O Conselho Federal de Medicina, no uso das atribui- ções conferidas pela Lei nº 3.268, de 30 de setembro de 1957, regulamentada pelo Decreto nº 44.045, de 19 de ju- lho de 1958 e regido pela Lei nº 9.649, de 27.05.1998 e, Considerando a regulamentação baixada pela Portaria 2.616/GM/MS, de 12.05.98 (D.O.U - 13.05.98), a qual expe- de diretrizes e normas para a prevenção e controle das infecçõess hospitalares em todo o território nacional para pessoas físicas ou jurídicas, de direito público ou privado; Considerando que consta aposto à Portaria 2.616/GM/ MS atribuição de competência às CCIH a implantação de Sistema de Vigilância Epidemiológica, além de adequação, implementação e supervisão de normas e rotinas técnico- operacionais, visando a prevenção e controle das infeções hospitalares; Considerando o disposto no Artigo 81 do Código de Ética Médica que ressalta na autonomia médica, as situa- ções de indiscutível importância para o paciente; Considerando o Parecer nº 32/99, aprovado em 23.07.99, 18 MANUAL DE DIRETORIA CLÍNICA pelo CFM, cuja ementa traduz que não configura ilícito ético a exigência de preenchimento de ficha para libera- ção de antibióticos pela CCIH (Comissão de Controle de Infeção Hospitalar), cuja operacionalização de liberação deverá ser adequada e quaisquer desvios comunicados ao Diretor Clínico do hospital; Considerando o aprovado em Sessão Plenária de 20 de agosto de 1999. Resolve: Art. 1º - A prescrição de antibióticos nas unidades hos- pitalares obedecerá às normas emanadas da CCIH. Art. 2º - As rotinas técnico-operacionais constantes nas normas estabelecidas pela CCIH para a liberação e utiliza- ção dos antibióticos devem ser ágeis e baseadas em proto- colos científicos. Parágrafo 1º - Os protocolos científicos não se subordi- nam a fatores de ordem econômica. Parágrafo 2º - É ético o critério que condiciona a libera- ção de antibióticos pela CCIH à solicitação justificada e fir- mada por escrito. Art. 3º - Os Diretores Clínico e Técnico da instituição no âmbito de suas competências são os responsáveis pela viabilização e otimização das rotinas técnico-operacionais para liberação dos antibióticos. 19DIRETOR CLÍNICO E DIRETOR TÉCNICO CORPO CLÍNICO E REGIMENTO INTERNO II As diretrizes gerais para os regimentos internos de Corpo Clínico das entidades prestadoras de assistência médica no Brasil são estabelecidas pela Resolução do CFM nº 1.481, de 08 de agosto de 1997. 1. DEFINIÇÃO O Corpo Clínico é o conjunto de médicos de uma instituição, que gozam de autonomia profissional, téc- nica, científica, política e cultural e tem como atribui- ção principal prestar assistência aos usuários que o procura. 2. OBJETIVOS DO CORPO CLÍNICO O Corpo Clínico da Instituição terá como objetivos, entre outros: ● Contribuir para o bom desempenho profissional dos médicos; ● Assegurar a melhor assistência à clientela; ● Colaborar para o aperfeiçoamento dos médicos e do pessoal técnico; ● Estimular a pesquisa médica; ● Cooperar com a administração, visando a melhoria da assistência prestada; ● Estabelecer rotinas para melhoria da qualidade dos serviços prestados. 3. REGIMENTO INTERNO DE CORPO CLÍNICO Objetivos do Regimento Interno O Regimento Interno de Corpo Clínico visa disciplinar a constituição, ação, relação, avaliação e direção dos médicos que utilizam as instalações da instituição de saúde. Ele estrutura o Corpo Clínico da instituição de saúde, especificando basicamente: Composição e Organização O Corpo Clínico da instituição compõe-se de todos os médicos que utilizam as instalações, dependências ou serviços do local, e que se encontram em pleno direito de exercitar a profissão, sendo classificados dentro de determinadas categorias, conforme exemplos a seguir: a) Membros Efetivos: médicos que, em obediência às normas próprias de frequência mínima, desenvolvam prioritariamente suas atividades na instituição, satisfei- tas as condições de admissão. O Regimento Interno deve explicitar o direito de serem votados. b) Membros Consultores: médicos que, pelo seu destaque profissional, são indicados pelo Corpo Clínico e/ou direção da instituição, para exercer a orientação da sua área, de acordo com normas preestabelecidas. Explicitar no Regimento Interno o direito de votar e, se for o caso, ser votados. c) Membros Contratados: médicos que desenvolvem suas atividades na instituição, mediante contrato espe- cífico de trabalho. Explicitar no Regimento Interno o direito de votar e, se for o caso, ser votados. d) Membros Cadastrados: médicos que atuam ou desejam atuar na instituição, sem nela exercerem priorita- riamente suas atividades. Explicitar no Regimento Inter- no o direito de votar e, se for o caso, ser votados. 21CORPO CLÍNICO E REGIMENTO INTERNO e) Membros de Equipes Contratadas: médicos que desenvolvem suas atividades de trabalho na instituição apesar de contratados por outra, com remuneração e regime específico de trabalho. Explicitar no Regimento Interno o direito de votar e, se for o caso, ser votados. f) Membros Eventuais: médicos que, esporádica ou ex- cepcionalmente, desenvolvem atividades na instituição, a fim de assistir um paciente específico, respeitadas as normas técnicas do estabelecimento, na conformidade do contido no artigo 25 do Código de Ética Médica. Explicitar no Regi- mento Interno o direito de votar mas não o de ser votados. A importância da classificação é incluir no Corpo Clí- nico todos os tipos de médicos, mesmo que eventuais, para adequá-los ao Regimento Interno, bem como, des- tacar o grupo de médicos que prioritariamente se dedi- ca à instituição, tendo, portanto, em detrimento dos demais, direito de votar e ser votado nas assembléias. 4. RESOLUÇÕES Origem da obrigatoriedade Artigo 3º. da Resolução CFM nº. 1.124/83, determina que o Regimento Interno deverá ser aprovado pelo Con- selho Regional de Medicina da respectiva jurisdição. RESOLUÇÃO CFM N.º 1.124, de 29 de março de 1983 Estrutura o Corpo Clínico dos estabelecimentos de saú- de, disciplina a admissão e exclusão dos seus membros em registro do Regimento Interno. O Conselho Federal de Medicina, no uso das atribui- ções que lhe confere a Lei n.º 3.268, de 30 de setembro de 1957, regulamentada pelo Decreto nº 44.045, de 19 de ju- lho de 1958, e 22 MANUAL DE DIRETORIA CLÍNICA Considerando que o artigo 28 do Decreto n.º 20.931, de 11 de janeiro de 1932 estabelece que os estabelecimen- tos de Saúde devem ter seu Corpo Clínico; Considerando o decidido pelo plenário em sessão rea- lizada no dia 27 de agosto de 1983. Resolve: Artigo 1º - O Regimento Interno dos Estabelecimentos de Saúde deverá estruturar o Corpo Clínico, especificando as atribuições do Diretor Clínico, dosChefes de Clínicas e da Comissão de Ética, bem como a forma de admissão e de exclusão de seus membros. Artigo 2º - Para o exato cumprimento do disposto no inciso anterior, o Regimento Interno do Estabelecimento disciplinará o processo de admissão e o de exclusão dos membros do Corpo Clínico. Artigo 3º - O Regimento Interno deverá ser aprovado pelo Conselho Regional de Medicina da respectiva jurisdição. Regulamento atual Atualmente o Regimento Interno de Corpo Clínico é regulado pela diretrizes gerais emanadas da Resolução CFM nº. 1.481/97. RESOLUÇÃO CFM N.º 1.481, de 8 de agosto de 1997 Determina que as instituições prestadoras de serviços de assistência médica no País deverão adotar nos seus Regimentos Internos do Corpo Clínico as diretrizes des- ta Resolução. O Conselho Federal de Medicina, no uso das atribui- ções conferidas pela Lei nº 3.268, de 30 de setembro de 1957, regulamentada pelo Decreto nº 44.045, de 19 de ju- lho de 1958 e, 23CORPO CLÍNICO E REGIMENTO INTERNO Considerando a necessidade de estabelecer diretrizes gerais para a elaboração de Regimentos Internos dos esta- belecimentos de assistência médica do País, que assegu- rem condições de relacionamento harmonioso entre insti- tuições e profissionais visando a melhoria da assistência prestada à saúde da população; Considerando que nesses Regimentos devem estar cla- ramente expressos os deveres e direitos dos médicos e dos dirigentes das instituições prestadoras de assistência mé- dica, visando garantir o exercício ético da Medicina; Considerando, ainda, ser obrigatório o registro e apro- vação desses Regimentos nos Conselhos Regionais de Me- dicina, conforme dispõe a Resolução CFM 1.124/83; Considerando o aprovado em Sessão Plenária de 08 de agosto de 1997, resolve: Art. 1º. Determinar que as instituições prestadoras de serviços de assistência médica no País deverão adotar nos seus Regimentos Internos do Corpo Clínico as diretrizes gerais abaixo relacionadas. Art. 2º. Os Diretores Técnico e Clínico das Instituições acima mencionadas terão o prazo de 60 dias para encami- nhar ao Conselho Regional de Medicina da jurisdição em que atuam documentação comprobatória do atendimen- to a esta Resolução, a saber: Parágrafo 1º. Cópia do Regimento Interno com as devi- das alterações. Parágrafo 2º. Cópia da ata da Assembléia de Corpo Clíni- co que aprovou o Regimento Interno com as alterações previstas nesta Resolução. Parágrafo 3º. Caso o Regimento Interno da Instituição já atenda o previsto nesta Resolução, os Diretores Técnico e Clínico deverão encaminhar cópia do mesmo e da ata da Assembléia que o aprovou. 24 MANUAL DE DIRETORIA CLÍNICA Art. 3º. Revogar a Resolução CFM nº 1.445/94. Art. 4º. Esta Resolução entra em vigor na data da sua publicação. 5. COMPETÊNCIAS, DELIBERAÇÕES, DIREITOS E DEVERES O Regimento Interno deverá discriminar as compe- tências do Corpo Clínico, garantindo aos seus integran- tes, de acordo com suas categorias: ● freqüentar a instituição assistindo seus pacientes, valendo-se dos recursos técnicos disponíveis; ● participar das assembléias e reuniões científicas; ● votar e, conforme a categoria pertencente, ser vo- tado; ● eleger o Diretor Clínico e seu substituto, bem como, a Comissão de Ética Médica; ● decidir sobre a admissão e exclusão de seus mem- bros, garantindo ampla defesa e obediência às normas legais vigentes; ● colaborar com a administração da instituição, res- peitando o Código de Ética Médica, os regulamentos e as normas existentes. Deliberações O Corpo Clínico deliberará através de assembléias convocadas com antecedência mínima de 10 (dez) dias, em primeira convocação com quórum mínimo de 2/3 dos membros e em segunda convocação, após 01 (uma) hora, com qualquer número, decidindo por maioria sim- ples de votos, exceto para a exclusão de membros, quan- do serão exigidos 2/3 dos votos. Mediante requerimento de 1/3 dos seus membros, o Corpo Clínico poderá convocar assembléias, com ante- cedência mínima de 24 (vinte e quatro) horas. 25CORPO CLÍNICO E REGIMENTO INTERNO Direitos e deveres O Regimento Interno deverá relacionar claramente os direitos fundamentais dos médicos integrantes do Cor- po Clínico, bem como, os seus deveres, prevendo-se, in- clusive, a possibilidade de punições no âmbito da insti- tuição, por fatos de natureza administrativa, através de Sindicância, garantindo-se ampla defesa aos acusados, listando as penalidades a serem aplicadas. Direitos O Regimento Interno deverá prever os direitos dos seus integrantes, respeitando como fundamentais: ● a autonomia profissional; ● a admissão e exclusão de membros será decidida pelo Corpo Clínico, garantindo-se ampla defesa e obe- diência às normas legais vigentes; ● acesso à instituição e seus serviços; ● a participação nas assembléias e reuniões; ● direito de votar, e conforme o caso, ser votado; ● de receber a remuneração pelos serviços prestados da forma mais direta e imediata possível; ● compete aos membros do Corpo Clínico a decisão final sobre a prestação do serviço médico da instituição. Fica res- guardado, no limite dos preceitos éticos, o direito de o mé- dico decidir autonomamente a atender pacientes vincula- dos a convênios mesmo quando aceitos pelo Corpo Clínico; ● comunicar falhas observadas na assistência presta- da pela instituição e reivindicar melhorias que resultem em aprimoramento da assistência aos pacientes; ● comunicar falhas observadas na assistência presta- da pela instituição e reivindicar melhorias que resultem em aperfeiçoamento das condições de trabalho. Deveres No Regimento Interno, ainda, deverão estar claramen- te expressos os deveres dos integrantes do Corpo Clínico, 26 MANUAL DE DIRETORIA CLÍNICA quais sejam: ● obediência ao Código de Ética Médica, Resoluções do CRM e CFM, aos Estatutos e ao Regimento Interno da instituição; ● assistir aos pacientes sob seu cuidado com respeito, consideração, e dentro da melhor técnica em seu bene- fício; ● colaborar com seus colegas na assistência aos seus pacientes, quando solicitado; ● participar de atos médicos em sua especialidade ou auxiliar colegas, quando necessário. Para a prática, em outra área diferente da que foi admitido, deve o médi- co interessado cumprir as formalidades previstas para o ingresso no Corpo Clínico; ● cumprir as normas técnicas e administrativas da ins- tituição, inclusive as atinentes à Saúde e Segurança do Trabalho; ● elaborar prontuário dos pacientes com registros indis- pensáveis à elucidação do caso em qualquer momento; ● colaborar com as Comissões específicas da instituição; ● o médico também deverá restringir sua prática à área para a qual foi admitido, exceto em situações de emergências. 6. ADMISSÃO E EXCLUSÃO Admissão Para ingressar no Corpo Clínico da instituição, o mé- dico deverá preencher formulário próprio dirigido aos órgãos diretivos, e atender aos seguintes requisitos bá- sicos, os quais deverão estar também identificados no Regimento Interno: ● Estar devidamente registrado junto ao Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo, apresen- tando documentação competente; 27CORPO CLÍNICO E REGIMENTO INTERNO ● Indicar sua especialidade médica com os respectivos registros, documentos da AMB e CFM, além de seu cur- rículo de formação e atividades médicas; ● Tomar conhecimento e assinar declarações de ciência do regimento e das normas administrativas da instituição; ● A admissão nos níveis previstos no Regimento In- terno estará sujeita às normas administrativas, disponi- bilidade de vagas, compatibilidade da qualificação e aprovação por parte dos órgãos diretivos. Exclusão Qualquer membrodo Corpo Clínico será considerado infrator e sujeito a penalidade quando: ● Desrespeitar o estatuto da instituição; ● Desrespeitar o Regimento Interno; ● Desrespeitar normas administrativas internas, não disciplinadas no Regimento Interno ou estatuto da ins- tituição; ● Revelar-se inábil para o exercício da profissão e/ou função, independentemente da caracterização de trans- gressão de natureza ética. As penalidades aplicáveis aos membros do Corpo Clínico são: ● advertência reservada; ● advertência a ser afixada internamente, em local apropriado; ● censura; ● alteração de função específica no Corpo Clínico; ● suspensão temporária do Corpo Clínico; ● exclusão do Corpo Clínico. A suspeita ou denúncia de infração cometida pelos membros do Corpo Clínico ensejarão sindicância a ser realizada pela Comissão de Ética Médica (CEM), assegu- rando aos médicos envolvidos amplo direito de defesa. 28 MANUAL DE DIRETORIA CLÍNICA Se ao final da sindicância houver indícios de infração de natureza administrativa, o resultado da mesma deverá ser remetido pela CEM às diretorias Clínica e/ou Administrati- va para as devidas providências. Entretanto, se no relatório final da Comissão, restar indícios de possíveis infrações de natureza ética, a sindicância deverá ser remetida ao Cremesp, por ser o único órgão competente para julgar infração ética no Estado de São Paulo. Para a exclusão do médico do Corpo Clínico será exi- gido que tal deliberação seja passada em assembléia, com aprovação de, no mínimo, 2/3 dos votos dos pre- sentes. Caberá aos médicos que se julgarem prejudicados por decisões de qualquer natureza, recurso ao Con- selho Regional de Medicina do Estado de São Paulo. 29CORPO CLÍNICO E REGIMENTO INTERNO CONSELHO TÉCNICO E ASSEMBLÉIA GERAL III 1. CONSELHO TÉCNICO Sua forma de escolha, mandato e número de inte- grantes deverá estar explicitada no Regimento Interno. As principais atribuições do Conselho Técnico são: ● zelar pelo prestígio técnico, moral e profissional do Corpo Clínico, bem como, por tudo que se relacione com a assistência aos pacientes que recorrem a instituição; ● dar parecer sobre questões técnicas por solicitação da Diretoria Clínica ou da Mesa Administrativa, ouvin- do, sempre que necessário, especialistas relacionados com o assunto em estudo, recebendo deles parecer por escrito; ● sugerir ou recomendar medidas que visem tanto a melhoria técnica ou técnica-administrativa do serviços médicos e administrativos da instituição; ● opinar sobre as diretrizes que forem estabelecidas pelos chefes de serviços, fixando previamente por intermédio da Diretoria Clínica com a Mesa Administrativa, as normas básicas fundamentais para as diferentes rotinas. 2. ASSEMBLÉIA GERAL Compõem-se de todos os médicos que exercem sua profissão na instituição. O Corpo Clínico deliberará através de assembléias convocadas pelo Diretor Clínico com antecedência de 10 (dez) dias, em primeira convocação com quórum mí- nimo de 2/3 dos membros e em segunda convocação, após 01 (uma) hora, com qualquer número, decidindo por maioria simples de votos, exceto para a exclusão de membros, quando serão exigidos 2/3 dos votos. Mediante requerimento de 1/3 dos seus membros, o Cor- po Clínico poderá convocar assembléias extraordinárias, com antecedência mínima de 24 (vinte e quatro) horas. Mais uma vez é importante lembrar que todos os médicos do corpo clínico poderão votar, e, dependen- do de sua classificação, ser votados. 31CONSELHO TÉCNICO E ASSEMBLÉIA GERAL PRONTUÁRIO MÉDICO IV 1. CONCEITO É um conjunto de documentos médicos padronizados e ordenados, destinados ao registro dos cuidados pro- fissionais prestados ao paciente pelos serviços de saúde públicos ou privados. 2. OBJETIVOS É meio indispensável para aferir a assistência médica prestada, e é elemento valioso para o ensino, a pesqui- sa e os serviços de saúde pública, servindo também como instrumento de defesa legal. Documento e dados: ● identificação do paciente; ● evolução médica diária; ● evoluções de enfermagem e de outros profissionais assistentes; ● exames laboratoriais, radiológicos e outros; ● raciocínio médico; ● hipóteses diagnósticas e diagnóstico definitivo; ● conduta terapêutica; ● prescrições médicas e de enfermagem; ● descrições cirúrgicas, fichas anestésicas; ● resumo de alta; ● fichas de atendimento ambulatorial e/ou atendimen- to de urgência; ● folhas de observação médica, boletins médicos. 3. PROPRIEDADE É elaborado pelo médico, atendendo ao artigo 69 do Código de Ética Médica, e diz respeito ao paciente, per- tencendo, portanto, a ambos conjuntamente: ao médico porque o elabora; e ao paciente, porque esses dados lhe dizem respeito, são seus, e revelam sua intimidade física, emocional, mental, além de outras particularidades. É protegido pelo sigilo profissional ou segredo médico. 4. INFORMATIZAÇÃO Sobre esse assunto o Conselho Federal de Medicina emitiu os pareceres nº s: 23/89; 14/93; 2/94; 27/94; 3989/ 96 e 806/97, assim como o CREMESP os de nºs 27.085/ 92, 1435/92, 28.549/96 e 42.076/96 Em todos esses pareceres fica claro que o arquivo de prontuários, fichas clínicas, exames laboratoriais e ou- tros documentos médicos pode ser feito em computa- dor ou outro processo de informática. Há, entretanto, que se seguir os mesmos princípios que regem o documento impresso: ● Respeito ao segredo médico: limitar o acesso ape- nas para médicos que também estão comprometidos com o sigilo profissional, pelo emprego de senhas; ● Garantir a recuperabilidade dos dados, que poderá ser feita através de cópias de segurança (disquete ou CD), sob a guarda e responsabilidade do diretor clínico. 5. DÚVIDAS MAIS FREQUENTES Fonte: Seção de Pareceres do cremesp O que é um prontuário médico? O prontuário médico é um conjunto de documentos médicos referentes a um paciente, através do qual é vislumbrada a situação clínica do mesmo. 33PRONTUÁRIO MÉDICO A quem pertence o prontuário médico, ao pa- ciente ou ao médico/hospital? É elaborado pelo médico, atendendo ao artigo 69 do Código de Ética Médica, e diz respeito ao paciente, per- tencendo, portanto, a ambos: ao médico, porque o ela- bora, coletando dados de história clínica, exames labora- toriais e radiológicos, o raciocínio médico, sua conclu- são diagnóstica e conduta terapêutica; e ao paciente, porque esses dados lhe dizem respeito e revelam sua intimidade física, emocional, mental, além de outras particularidades. Pertence, portanto, a ambos solidaria- mente, ficando sob a guarda do médico/hospital. Quanto tempo o médico/hospital deve guardar o prontuário? Conforme dispõe a Resolução CFM 1.639/02, o prontuá- rio deve ser guardado por um tempo de 20 anos, a fluir da data do último registro de atendimento do paciente e, decorrido esse prazo, o prontuário pode ser substituí- do por métodos de registro capazes de assegurar a res- tauração plena das informações nele contidas. O paciente pode solicitar o seu prontuário médico? É de nosso entendimento que o artigo 70 do Código de Ética Médica garante ao paciente o manuseio e có- pia de toda a documentação que integra o prontuário, a menos que isso ponha em risco a saúde do mesmo. Caso isso ocorra, as partes que possam causar-lhe prejuí- zos devem ser suprimidas, ou mesmo, todo prontuário, devendo ser-lhe entregue um laudo que contenha, ge- nericamente, informações sobre sua saúde e as provi- dências que estão sendo tomadas. Os familiares e/ou responsável legal do paciente 34 MANUAL DE DIRETORIA CLÍNICA podem solicitar o prontuário médico? Caso o pedido seja feito pelos familiares do paciente é necessário que este autorizeo acesso pretendido ao pron- tuário. Na hipótese de que o paciente não tenha condi- ções para isso ou tenha ido à óbito, as informações de- vem ser dadas sob forma de laudo ou até mesmo cópias. No caso de óbito, o laudo deverá revelar o diagnóstico, o procedimento do médico e a “causa mortis”. Quando a solicitação for do responsável legal pelo paciente, sendo este menor ou incapaz, o acesso ao prontuário deve ser-lhe permitido e, se solicitado, for- necer as cópias solicitadas ou elaborar um laudo que contenha o resumo das informações contidas. Podem os Convênios Médicos e/ou Companhias de Seguro solicitar o prontuário para conferência? Salvo haja autorização expressa do paciente, é veda- do ao médico fornecer tais informações, nos termos do artigo 102 do Código de Ética Médica, que reza: É vedado ao médico: Artigo nº 102 - Revelar fato de que tenha conhecimento em virtude do exercício de sua profissão, salvo por justa causa, dever legal ou autorização expressa do paciente. Quando há solicitação de autoridades policiais e/ou judiciárias, como proceder? Com relação ao pedido de cópia do prontuário pelas Autoridades Policiais e/ou Judiciárias, vale tecer alguns esclarecimentos sobre segredo médico. O segredo médico é uma espécie de segredo profissi- onal, ou seja, resulta das confidências que são feitas ao médico pelos seus pacientes, em virtude da prestação de serviço que lhes é destinada. O segredo médico compreende, então, confidências 35PRONTUÁRIO MÉDICO relatadas ao profissional, bem como as percebidas no decorrer do tratamento e, ainda, aquelas descobertas e que o paciente não tem intenção de informar. Desta forma, o segredo médico é penal (artigo 154 do Código Penal) e eticamente protegido (artigo 102 e seguintes do Código de Ética Médica), na medida em que a intimidade do paciente deve ser preservada. Assim, há que se ressaltar que o segredo médico tam- bém não deve ser revelado para autoridade policial ou judiciária, pois não há disposição legal que respalde or- dens desta natureza. Entretanto, ocorrendo as hipóteses de “justa causa” (circunstâncias que afastam a ilicitude do ato), “dever legal (dever previsto em lei, decreto, etc) ou autoriza- ção expressa do paciente, o profissional estará liberado do segredo médico. Vejamos o que se entende por: a) Justa causa: fundamenta-se na extensão de estado de necessidade. Haverá Justa Causa quando a revelação for o único meio de conjurar perigo atual ou iminente e injusto para si e para outro. b) Dever legal: deriva não da vontade de quem o con- fia a outrém, mas de condição profissional, em virtude da qual ele é confiado, e da natureza dos deveres que, no interesse geral, são impostos aos profissionais. Logo, com as exceções feitas acima, aquele que reve- lar as confidências recebidas em razão de seu exercício profissional deverá ser punido. Entretanto, a solução para que as autoridades obte- nham informações necessárias é que elas nomeiem um perito médico, a fim de que o mesmo manuseie os do- cumentos e elabore laudo conclusivo sobre o assunto. Ou então, solicitar ao paciente a autorização para for- necer o laudo médico referente a seu estado. 36 MANUAL DE DIRETORIA CLÍNICA O médico pode prescrever no prontuário de for- ma ilegível? O Código de Ética Médica, através de seus artigos 39 e 44, veda ao médico receitar de forma secreta ou ilegí- vel, ou infringir legislação pertinente (Lei 5.991/73 e Decreto 20.931/32), ensejando sua inobservância a ins- tauração de processo disciplinar. O que fazer com prontuários de pacientes de médico falecido? O arquivo de médico particular falecido sem herdeiro profissional deve ser incinerado por pessoa de convivên- cia diária direta, familiares ou secretária particular (Pro- cesso Consulta CFM 3120/94). Qual a legalidade de se manter arquivo apenas eletrônico no consultório? Não há exigência no Código de Ética Médica de man- ter arquivo escrito, e o que importa, efetivamente, é o sigilo das informações e a sua recuperabilidade. Assim sendo, nada obsta que o médico utilize computadores no desempenho de suas atividades (Processo Consulta CFM 1345/93 e Processo Consulta CFM 806/97). 6. RESOLUÇÕES RESOLUÇÃO CFM Nº1.638, de 10 de julho de 2002 Define prontuário médico e torna obrigatória a criação da Comissão de Revisão de Prontuários nas instituições de saúde O Conselho Federal de Medicina, no uso das atribui- ções que lhe confere a Lei nº 3.268, de 30 de setembro de 37PRONTUÁRIO MÉDICO 1957,regulamentada pelo Decreto nº 44.045, de 19 de ju- lho de 1958, e Considerando que o médico tem o dever de elaborar o prontuário para cada paciente a que assiste, conforme pre- visto no art. 69 do Código de Ética Médica; Considerando que o prontuário é documento valioso para o paciente, para o médico que o assiste e para as instituições de saúde, bem como para o ensino, a pesquisa e os serviços públicos de saúde, além de instrumento de defesa legal; Considerando que compete à instituição de saúde e/ou ao médico o dever de guarda do prontuário, e que o mesmo deve estar disponível nos ambulatórios, nas enfermarias e nos servi- ços de emergência para permitir a continuidade do tratamen- to do paciente e documentar a atuação de cada profissional; Considerando que as instituições de saúde devem ga- rantir supervisão permanente dos prontuários sob sua guar- da, visando manter a qualidade e preservação das infor- mações neles contidas; Considerando que para o armazenamento e a elimina- ção de documentos do prontuário devem prevalecer os cri- térios médico-científicos, históricos e sociais de relevância para o ensino, a pesquisa e a prática médica; Considerando a legislação arquivística brasileira, que normatiza a guarda, a temporalidade e a classificação dos documentos, inclusive dos prontuários médicos; Considerando o teor do Parecer CFM nº 30/2002, apro- vado na Sessão Plenária de 10 de julho de 2002; Considerando, finalmente, o decidido em Sessão Ple- nária de 10 de julho de 2002, resolve: Art. 1º - Definir prontuário médico como o documento único constituído de um conjunto de informações, sinais e imagens registradas, geradas a partir de fatos, acontecimen- tos e situações sobre a saúde do paciente e a assistência a ele prestada, de caráter legal, sigiloso e científico, que possibilita 38 MANUAL DE DIRETORIA CLÍNICA a comunicação entre membros da equipe multiprofissional e a continuidade da assistência prestada ao indivíduo. Art. 2º - Determinar que a responsabilidade pelo pron- tuário médico cabe: I) Ao médico assistente e aos demais profissionais que compartilham do atendimento; II) À hierarquia médica da instituição, nas suas respecti- vas áreas de atuação, que tem como dever zelar pela qua- lidade da prática médica ali desenvolvida; III) À hierarquia médica constituída pelas chefias de equi- pe, chefias da Clínica, do setor até o diretor da Divisão Médica e/ou diretor técnico. Art. 3º - Tornar obrigatória a criação das Comissões de Revisão de Prontuários nos estabelecimentos e/ou institui- ções de saúde onde se presta assistência médica. Art. 4º - A Comissão de que trata o artigo anterior será criada por designação da Direção do estabelecimento, por eleição do Corpo Clínico ou por qualquer outro método que a instituição julgar adequado, devendo ser coordena- da por um médico. Art. 5º - Compete à Comissão de Revisão de Prontuários: I) Observar os itens que deverão constar obrigatoriamen- te do prontuário confeccionado em qualquer suporte, ele- trônico ou papel: a) Identificação do paciente - nome completo, data de nas- cimento (dia, mês e ano com quatro dígitos),sexo, nome da mãe, naturalidade (indicando o município e o estado de nas- cimento), endereço completo (nome da via pública, número, complemento, bairro/distrito, município, estado e CEP); b) Anamnese, exame físico, exames complementares so- licitados e seus respectivos resultados, hipóteses diag- nósticas, diagnóstico definitivo e tratamento efetuado; c) Evolução diária do paciente, com data e hora, discri- minação de todos os procedimentos aos quais o mesmo foi 39PRONTUÁRIO MÉDICO submetido e identificação dos profissionais que os realiza- ram, assinados eletronicamente quando elaborados e/ou armazenados em meio eletrônico; d) Nos prontuários em suporte de papel é obrigatória a legibilidade da letra do profissional que atendeu o pacien- te, bem como a identificação dos profissionais prestadores do atendimento. São também obrigatórias a assinatura e o respectivo número do CRM; e) Nos casos emergenciais, nos quais seja impossível a colheita de história clínica do paciente, deverá constar re- lato médico completo de todos os procedimentos realiza- dos e que tenham possibilitado o diagnóstico e/ou a remo- ção para outra unidade. II) Assegurar a responsabilidade do preenchimento, guar- da e manuseio dos prontuários, que cabem ao médico as- sistente, à chefia da equipe, à chefia da Clínica e à Direção técnica da unidade. Art. 6º - A Comissão de Revisão de Prontuários deverá manter estreita relação com a Comissão de Ética Médica da unidade, com a qual deverão ser discutidos os resulta- dos das avaliações realizadas. Art. 7º - Esta resolução entrará em vigor na data de sua publicação. RESOLUÇÃO CFM Nº 1.605, de 15 de setembro de 2000 O médico não pode, sem o consentimento do paciente, revelar o conteúdo do prontuário ou ficha médica. O Conselho Federal de Medicina, no uso das atribui- ções conferidas pela Lei nº 3.268, de 30 de setembro de 1957, regulamentada pelo Decreto nº 44.045, de 19 de ju- lho de 1958, e 40 MANUAL DE DIRETORIA CLÍNICA Considerando o disposto no art. 154 do Código Penal Brasileiro e no art. 66 da Lei das Contravenções Penais; Considerando a força da lei eu possuem os artigos 11 e 12 do Código de Ética Médica, que vedam ao médico a revelação de fato de que venha a ter conhecimento em virtude da profissão, salvo justa causa, dever legal ou au- torização expressa do paciente; Considerando que o sigilo médico é instituído em fa- vor do paciente, o que encontra suporte na garantia insculpida no art. 5º, inciso X, da Constituição Federal; Considerando que o “dever legal”se restringe à ocor- rência de doenças de comunicação obrigatória, de acordo com o disposto no art. 269 do Código Penal, ou à ocorrên- cia de crime de ação penal pública incondicionada, cuja comunicação não exponha o paciente a procedimento cri- minal conforme os incisos I e II do art. 66 da Lei de Contra- venções Penais; Considerando que a lei penal só obriga a “comunicação”, o que não implica a remessa da ficha ou prontuário médico; Considerando que a ficha ou prontuário médico não inclui apenas o atendimento específico, mas toda a situa- ção médica do paciente, cuja revelação poderia fazer com que o mesmo sonegasse informações, prejudicando seu tratamento; Considerando a freqüente ocorrência de requisições de autoridades judiciais, policiais e do Ministério Público rela- tivamente a prontuários médicos e fichas médicas; Considerando que é ilegal a requisição judicial de do- cumentos médicos quando há outros meios de obtenção da informação necessária como prova; Considerando o parecer CFM nº 1973/2000; Considerando o decidido em Sessão Plenária de 15.9.00, resolve: Art. 1º - O médico não pode, sem o consentimento do 41PRONTUÁRIO MÉDICO paciente, revelar o conteúdo do prontuário ou ficha médica. Art. 2º - Nos casos do art. 269 do Código Penal, onde a comunicação de doença é compulsória, o dever do médico restringe-se exclusivamente a comunicar tal fato à autori- dade competente, sendo proibida a remessa do prontuá- rio médico do paciente. Art. 3º - Na investigação da hipótese de cometimento de crime o médico está impedido de revelar segredo que possa expor o paciente a processo criminal. Art. 4º - Se na instrução de processo criminal for requisi- tada, por autoridade judiciária competente, a apresenta- ção do conteúdo do prontuário ou da ficha médica, o mé- dico disponibilizará os documentos ao perito nomeado pelo juiz, para que neles seja realizada perícia restrita aos fatos em questionamento. Art. 5º - Se houver autorização expressa do paciente, tanto na solicitação como em documento diverso, o médi- co poderá encaminhar a ficha ou prontuário médico dire- tamente à autoridade requisitante. Art. 6º - O médico deverá fornecer cópia da ficha ou do prontuário médico desde que solicitado pelo paciente ou requisitado pelos Conselhos Federal ou Regional de Medicina. Art. 7º - Para sua defesa judicial, o médico poderá apre- sentar a ficha ou prontuário médico à autoridade compe- tente, solicitando que a matéria seja mantida em segredo de justiça. Art. 8º - Nos casos não previstos nesta resolução e sem- pre que houver conflito no tocante à remessa ou não dos documentos à autoridade requisitante, o médico deverá consultar o Conselho de Medicina, onde mantém sua ins- crição, quanto ao procedimento a ser adotado. Art. 9º - Ficam revogadas as disposições em contrário, em especial a Resolução CFM nº 999/80. 42 MANUAL DE DIRETORIA CLÍNICA RESOLUÇÃO CREMESP Nº 70, de 14 de novembro de 1995 Cria a Comissão de Revisão de Prontuários Médicos e fixa competência. O Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo, no uso das atribuições que lhe conferem a Lei nº 3.268, de 30 de setembro de 1957, regulamentada pelo De- creto nº 44.045, de 19 de julho de 1958 e, Considerando que o Código de Ética Médica preconiza ser vedado ao médico, deixar de elaborar prontuário para cada paciente; Considerando que o prontuário é o documento impres- cindível do atendimento médico e que traduz a atenção dispensada ao paciente, devendo conter todas as anota- ções dos profissionais de saúde envolvidos; Considerando que o prontuário deve ser organizado por ordem cronológica de data, de forma a permitir a con- tinuidade do tratamento do paciente; Considerando que o prontuário constitui meio de prova idôneo para instruir Processos Disciplinares e/ou Judiciais; Considerando que o exercício ético profissional da me- dicina exige a transparência de todo atendimento médico; Considerando que o prontuário médico deve ser confec- cionado segundo critérios que atendam as suas finalidades; Considerando finalmente o decidido na Sessão Plená- ria realizada em 14-11-95. Resolve: Artigo 1º - É obrigatória a criação das Comissões de Re- visão de Prontuário Médico nas Unidades de Saúde onde se presta Assistência Médica. Artigo 2º - Os integrantes da Comissão de Revisão de Prontuário Médico, terão os seus mandatos e processo de escolha, consignados no Regimento Interno do Corpo Clí- nico da Instituição; 43PRONTUÁRIO MÉDICO Artigo 3º - A Comissão de Revisão de Prontuário compete: I - A avaliação dos itens que deverão constar obrigatori- amente: a) identificação do paciente, anamnese, exame físico, exames complementares e seus respectivos resultados, hi- póteses diagnosticas, diagnóstico definitivo e tratamento efetuado. b) obrigatoriedade de letra legível do profissional que atendeu o paciente, bem como de assinatura e carimbo ou nome legível do médico e respectiva inscrição no CREMESP. c) obrigatoriedade do registro diário da evolução clínica do paciente, bem como a prescrição médica consignandodata e hora. d) tipo de alta. II - Assessorar a Direção Técnica ou Clínica da Instituição em assuntos de sua competência. III - Manter estreita relação com a Comissão de Ética Médica da Unidade com a qual deverão ser discutidos os resultados das avaliações feitas. Artigo 4º - As Unidades de Saúde terão o prazo de 90 (noventa) dias, a contar da data da publicação desta Reso- lução, para implantar as modificações dela decorrentes em seus Regimentos Internos. Artigo 5º - Esta Resolução entrará em vigor na data da sua publicação, revogando-se as disposições em contrário. RESOLUÇÃO CFM Nº 1.639, de 10 de julho de 2002 Aprova as “Normas Técnicas para o Uso de Sistemas Informatizados para a Guarda e Manuseio do Prontuá- rio Médico”, dispõe sobre tempo de guarda dos prontu- ários, estabelece critérios para certificação dos sistemas de informação e dá outras providências. 44 MANUAL DE DIRETORIA CLÍNICA O Conselho Federal de Medicina, no uso das atribui- ções que lhe confere a Lei nº 3.268, de 30 de setembro de 1957, regulamentada pelo Decreto nº 44.045, de 19 de ju- lho de 1958, e Considerando que o médico tem o dever de elaborar o prontuário para cada paciente a que assiste, conforme pre- visto no art. 69 do Código de Ética Médica; Considerando que os dados que compõem o prontuá- rio pertencem ao paciente e devem estar permanentemente disponíveis, de modo que, quando solicitado por ele ou seu representante legal, permitam o fornecimento de có- pias autênticas das informações a ele pertinentes; Considerando o teor da Resolução CFM nº 1.605/2000, que dispõe sobre o fornecimento das informações do pron- tuário à autoridade judiciária requisitante; Considerando que o sigilo profissional, que visa preser- var a privacidade do indivíduo, deve estar sujeito às normas estabelecidas na legislação e no Código de Ética Médica, independente do meio utilizado para o armazenamento dos dados no prontuário, seja eletrônico ou em papel; Considerando o volume de documentos armazenados pelos estabelecimentos de saúde e consultórios médicos em decorrência da necessidade de manutenção dos pron- tuários; Considerando os avanços da tecnologia da informação e de telecomunicações, que oferecem novos métodos de armazenamento e de transmissão de dados; Considerando a legislação arquivística brasileira, que normatiza a guarda, a temporalidade e a classificação dos documentos, inclusive dos prontuários médicos; Considerando o disposto na Resolução CFM nº 1.638/ 2002, de 10 de julho de 2002, que define prontuário médi- co e cria as Comissões de Revisão de Prontuários nos esta- belecimentos e/ou instituições de saúde; 45PRONTUÁRIO MÉDICO Considerando o teor do Parecer CFM nº 30/2002, apro- vado na Sessão Plenária de 10 de julho de 2002; Considerando, finalmente, o decidido em Sessão Ple- nária de 10 de julho de 2002, resolve: Art. 1º - Aprovar as “Normas Técnicas para o Uso de Siste- mas Informatizados para a Guarda e Manuseio do Prontuá- rio Médico”, anexas à esta resolução, possibilitando a elabo- ração e o arquivamento do prontuário em meio eletrônico. Art. 2º - Estabelecer a guarda permanente para os pron- tuários médicos arquivados eletronicamente em meio óptico ou magnético, e microfilmados. Art. 3º - Recomendar a implantação da Comissão Per- manente de Avaliação de Documentos em todas as unida- des que prestam assistência médica e são detentoras de arquivos de prontuários médicos, tomando como base as atribuições estabelecidas na legislação arquivística brasi- leira (a Resolução CONARQ nº 7/97, a NBR nº 10.519/88, da ABNT, e o Decreto nº 4.037/2002, que regulamenta a Lei de Arquivos - Lei nº 8.159/91). Art. 4º - Estabelecer o prazo mínimo de 20 (vinte) anos, a partir do último registro, para a preservação dos prontu- ários médicos em suporte de papel. Parágrafo único - Findo o prazo estabelecido no caput, e considerando o valor secundário dos prontuários, a Comissão Permanente de Avaliação de Documentos, após consulta à Comissão de Revisão de Prontuários, deverá elaborar e apli- car critérios de amostragem para a preservação definitiva dos documentos em papel que apresentem informações relevan- tes do ponto de vista médico-científico, histórico e social. Art. 5º - Autorizar, no caso de emprego da micro- filmagem, a eliminação do suporte de papel dos prontuá- rios microfilmados, de acordo com os procedimentos pre- vistos na legislação arquivística em vigor (Lei nº 5.433/68 e Decreto nº 1.799/96), após análise obrigatória da Comissão 46 MANUAL DE DIRETORIA CLÍNICA Permanente de Avaliação de Documentos da unidade mé- dico-hospitalar geradora do arquivo. Art. 6º - Autorizar, no caso de digitalização dos prontu- ários, a eliminação do suporte de papel dos mesmos, des- de que a forma de armazenamento dos documentos digitalizados obedeça à norma específica de digitalização contida no anexo desta resolução e após análise obrigató- ria da Comissão Permanente de Avaliação de Documentos da unidade médico-hospitalar geradora do arquivo. Art. 7º - O Conselho Federal de Medicina e a Sociedade Brasileira de Informática em Saúde (SBIS), mediante con- vênio específico, expedirão, quando solicitados, a certificação dos sistemas para guarda e manuseio de pron- tuários eletrônicos que estejam de acordo com as normas técnicas especificadas no anexo a esta resolução. Art. 8º - Esta resolução entra em vigor na data de sua publicação. Art. 9º - Fica revogada a Resolução CFM nº 1.331/89 e demais disposições em contrário. ANEXO NORMAS TÉCNICAS PARA O USO DE SISTEMAS INFORMATIZADOS PARA A GUARDA E MANUSEIO DO PRONTUÁRIO MÉDICO I) Integridade da Informação e Qualidade do Serviço - O sistema de informações deverá manter a integridade da in- formação através do controle de vulnerabilidades, de méto- dos fortes de autenticação, do controle de acesso e métodos de processamento dos sistemas operacionais conforme a nor- ma ISO/IEC 15408, para segurança dos processos de sistema. II) Cópia de Segurança - Deverá ser feita cópia de se- gurança dos dados do prontuário pelo menos a cada 24 horas. Recomenda-se que o sistema de informação utilizado 47PRONTUÁRIO MÉDICO possua a funcionalidade de forçar a realização do proces- so de cópia de segurança diariamente. O procedimento de back-up deve seguir as recomendações da norma ISO/IEC 17799, através da adoção dos seguintes controles: a) Documentação do processo de backup/restore; b) As cópias devem ser mantidas em local distante o sufi- ciente para livrá-las de danos que possam ocorrer nas ins- talações principais; c) Mínimo de três cópias para aplicações críticas; d) Proteções físicas adequadas de modo a impedir aces- so não autorizado; e) Possibilitar a realização de testes periódicos de restau- ração. III) Bancos de Dados - Os dados do prontuário deverão ser armazenados em sistema que assegure, pelo menos, as seguintes características: a) Compartilhamento dos dados; b) Independência entre dados e programas; c) Mecanismos para garantir a integridade, controle de conformidade e validação dos dados; d) Controle da estrutura física e lógica; e) Linguagem para a definição e manipulação de dados (SQL - Standard Query Language); f) Funções de auditoria e recuperação dos dados. IV) Privacidade e Confidencialidade - Com o objeti- vo de garantir a privacidade, confidencialidade dos dados do paciente e o sigilo profissional, faz-se necessário que o sistema de informações possua mecanismos de acesso res- trito e limitado a cada perfil de usuário, de acordo com a sua função no processo assistencial: a) Recomenda-se que o profissional entrepessoalmente com os dados assistenciais do prontuário no sistema de informação; b) A delegação da tarefa de digitação dos dados assistenciais coletados a um profissional administrativo não exime o mé- 48 MANUAL DE DIRETORIA CLÍNICA dico, fornecedor das informações, da sua responsabilidade desde que o profissional administrativo esteja inserindo estes dados por intermédio de sua senha de acesso; c) A senha de acesso será delegada e controlada pela senha do médico a quem o profissional administrativo está subordinado; d) Deve constar da trilha de auditoria quem entrou com a informação; e) Todos os funcionários de áreas administrativas e técni- cas que, de alguma forma, tiverem acesso aos dados do pron- tuário deverão assinar um termo de confidencialidade e não- divulgação, em conformidade com a norma ISO/IEC 17799. V) Autenticação - O sistema de informação deverá ser capaz de identificar cada usuário através de algum método de autenticação. Em se tratando de sistemas de uso local, no qual não haverá transmissão da informação para outra insti- tuição, é obrigatória a utilização de senhas. As senhas deve- rão ser de no mínimo 5 caracteres, compostos por letras e números. Trocas periódicas das senhas deverão ser exigidas pelo sistema no período máximo de 60 (sessenta) dias. Em hipótese alguma o profissional poderá fornecer a sua senha a outro usuário, conforme preconiza a norma ISO/IEC 17799. O sistema de informações deve possibilitar a criação de perfis de usuários que permita o controle de processos do sistema. VI) Auditoria - O sistema de informações deverá pos- suir registro (log) de eventos, conforme prevê a norma ISO/ IEC 17799. Estes registros devem conter: a)A identificação dos usuários do sistema; b)Datas e horários de entrada (log-on) e saída (log-off) no sistema; c)Identidade do terminal e, quando possível, a sua loca- lização; d) Registro das tentativas de acesso ao sistema, aceitas e rejeitadas; 49PRONTUÁRIO MÉDICO e) Registro das tentativas de acesso a outros recursos e dados, aceitas e rejeitadas. f) Registro das exceções e de outros eventos de seguran- ça relevantes devem ser mantidos por um período de tem- po não inferior a 10 (dez) anos, para auxiliar em investiga- ções futuras e na monitoração do controle de acesso. VII) Transmissão de Dados - Para a transmissão remo- ta de dados identificados do prontuário, os sistemas deve- rão possuir um certificado digital de aplicação única emiti- do por uma AC (Autoridade Certificadora) credenciada pelo ITI responsável pela AC Raiz da estrutura do ICP-Brasil, a fim de garantir a identidade do sistema. VIII) Certificação do software - A verificação do aten- dimento destas normas poderá ser feita através de proces- so de certificação do software junto ao CFM, conforme es- pecificado a seguir. IX) Digitalização de prontuários - Os arquivos digi- tais oriundos da digitalização do prontuário médico deve- rão ser controlados por módulo do sistema especializado que possua as seguintes características. a) Mecanismo próprio de captura de imagem em preto e branco e colorida independente do equipamento scanner; b) Base de dados própria para o armazenamento dos ar- quivos digitalizados; c) Método de indexação que permita criar um arquiva- mento organizado, possibilitando a pesquisa futura de maneira simples e eficiente; d) Mecanismo de pesquisa utilizando informações sobre os documentos, incluindo os campos de indexação e o tex- to contido nos documentos digitalizados, para encontrar imagens armazenadas na base de dados; e) Mecanismos de controle de acesso que garantam o acesso a documentos digitalizados somente por pessoas autorizadas. 50 MANUAL DE DIRETORIA CLÍNICA CERTIFICAÇÃO DOS SISTEMAS INFORMATIZADOS PARA A GUARDA E MANUSEIO DO PRONTUÁRIO MÉDICO Todas as pessoas físicas, organizações ou empresas desenvo- lvedoras de sistemas informatizados para a guarda e manu- seio do prontuário médico que desejarem obter a certificação do CFM e da SBIS deverão cumprir os seguintes passos: 1) Responder e enviar, via Internet, o questionário bási- co, disponível na página do CFM: http://www.cfm.org.br/ certificacao; 2) O questionário remetido será analisado pelo CFM/SBIS, que emitirá um parecer inicial aprovando ou não o siste- ma proposto. Este parecer será enviado, via Internet, ao postulante; 3) Caso aprovado, os sistemas de gestão de consultórios e pequenas clínicas (sistemas de menor complexidade) de- verão ser encaminhados à sede do CFM para análise. Os sistemas de gestão hospitalar ou de redes de atenção à saúde (sistemas de maior complexidade) que não possam ser enviados serão analisados “in loco” (sob a responsabili- dade do CFM/SBIS); 4) O processo de avaliação consistirá na análise do cum- primento das normas técnicas acima elencadas. A aprova- ção do sistema estará condicionada ao cumprimento de todas as normas estabelecidas; 5) Em caso de não-aprovação do sistema, serão especifi- cados os motivos para que as reformulações necessárias sejam encaminhadas; 6) Uma vez aprovado o sistema na versão analisada, além do documento de certificação o CFM e a SBIS emitirão um selo digital de qualidade que poderá ser incorporado na tela de abertura do sistema; 7) A tabela de custos para o processo de certificação dos sistemas de informação de prontuário eletrônico encon- tra-se disponível no site http://www.cfm.org.br/certificacao; 51PRONTUÁRIO MÉDICO 8) A certificação deverá ser revalidada a cada nova ver- são do sistema, seguindo os mesmos trâmites anteriormente descritos. RETIFICAÇÃO Na Resolução CFM nº 1.639, de 10 de julho de 2002, publicada no Diário Oficial da União de 12.08.2002, Seção I, página 124 - No Art. 3º- onde se lê: Decreto nº 4.037/2002 - leia-se: Decreto nº 4.073/2002. 7. PARECERES (INFORMATIZAÇÃO) PROCESSO CONSULTA N° 0493/87 PC/CFM/Nº 23/1989 A matéria objeto deste parecer é consulta da AMIT (Assis- tência Médica Infantil de Taquatinga Ltda.), sobre o “destino a ser dado aos prontuários existentes em seus arquivos, ten- do em vista que guardá-los torna-se impraticável ao seu gran- de volume, ou seja, mais de 6.000 (seis mil) prontuários”. O Conselho Regional de Medicina do Distrito Federal, envia consulta ao Conselho Federal de Medicina, anexando Pare- cer de Dra. Maria Amparo Rocha Lima, protocolado em 27.02.87. No mesmo processo, encontra-se o Parecer n. 16/ 87, da lavra dos Assessores do Conselho Federal de Medici- na, Advogados Antonio Carlos Mendes e Cecilia S. Marcelino. Em 04 de abril de 1988, recebemos a incumbência de estudar o assunto e emitir parecer. Em decorrência da falta de embasamento legal no ma- terial por nós consultado, solicitamos a todos os Conselhos Regionais de Medicina, bem como à vários hospitais de grande porte dos principais Estados da União, e também à hospitais de médio porte, informações sobre conhecimen- to de legislação específica, e qual o procedimento usado pela entidades hospitalar consultada 52 MANUAL DE DIRETORIA CLÍNICA As respostas à primeira indagação foram unânimes: não há legislação específica regulamentando o assunto. A segunda pergunta recebeu resposta muito variada, des- de a informatização dos prontuários, passando por microfilmagens, arquivos passivos após um prazo variável, etc. Quanto ao tempo de arquivamento de prontuários, o que pode servir como parâmetro pela inexistência de re- gulamentação específica é o seguinte: Regulamento do Imposto de Renda, artigos 711/715, aprovado pelo Decreto 85.450, de 04.12.80, estabelecen- do o prazo de 05 anos para a prescrição da ação. Consolidação das Leis do Trabalho, art. 11 “Não ha-
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