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210977343 Apostila Geologia Geral

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Geologia Geral 
Colégio Assunção – Curso Técnico em Mineração 
 
Geologia Geral 
Módulo I 
Aloma Tente 
 
Geologia Geral | 1. A Origem do Planeta Terra 2 
 
1. A Origem do Planeta Terra 
 
 O planeta em que vivemos é formado pelo mesmo material que compõem os demais 
corpos do Sistema Solar e tudo mais que faz parte do nosso Universo. Assim, a origem da 
Terra está ligada intrinsecamente à formação do Sol, dos demais planetas do Sistema Solar e 
de todas as estrelas a partir de nuvens de gás e de poeira interestelar. Por isso, na 
investigação e origem do nosso planeta, é necessário recorrer à uma análise do espaço 
exterior mais longínquo, e ao mesmo tempo, às evidências que temos do passado mais 
remoto. Com base das informações decorrentes dos diversos campos da Ciência (Química, 
Física, Astronomia, Astrofísica, Cosmoquímica), bem como estudado a natureza do material 
terrestre (composição química, fases minerais, etc.), já foram obtidas respostas para algumas 
importantes questões que dizem respeito à nossa existência: 
Como se formaram os elementos químicos? 
 Como se formaram as estrelas? 
 Como se formaram os planetas do Sistema Solar? 
 Qual é a idade do Universo? 
 Qual o futuro do Sistema Solar e do próprio Universo? 
 
Estrutura do Universo 
 
 A astronomia nos ensina que existem incontáveis estrelas no céu. Ao mesmo tempo 
observamos que elas se dispõem de uma maneira ordenada, seguindo hierarquias. As estrelas 
se agrupam primeiramente em galáxias, cujas dimensões são da ordem de 100.000 anos-luz 
(distância percorrida pela velocidade da luz, 300 mil km/s). A estrutura interna das galáxias 
pode conter mais de 100 bilhões de estrelas de todas as dimensões. 
 A Via Láctea é também uma galáxia do tipo espiral, sendo que o Sol _ a estrela central 
do nosso Sistema Solar _ está situado num dos seus braços periféricos. A Via Láctea possui 
também um núcleo central, onde aparecem agrupamentos de estrelas jovens. 
 As galáxias, por sua vez, se agrupam nos chamados aglomerados, que podem conter 
algumas dezenas a algumas milhares de galáxias. A Via Láctea permanece ao chamado Grupo 
Local, que inclui também as galáxias de Andrômeda e as Nuvens de Magalhães. Finalmente, o 
maior nível hierárquico do universo é o de superaglomerados, compostos de até dezenas de 
milhares de galáxias, e com extensões que atingem centenas de milhões de anos-luz. 
 
1.1. Como nasceu o Universo 
 Se nosso Universo for fechado, isto é, se sua densidade média for superior a 6,5 x 10
-30
 
g/cm
3
, sua velocidade de extensão deverá diminuir até anular-se, e em seguida ele deverá 
implodir sobre si mesmo, daqui há muitas dezenas de anos. Toda a matéria está reunida numa 
singularidade, um espaço muito pequeno, de densidade extremamente alta, virtualmente 
infinita. Nesta singularidade que foge a qualquer visualização, matéria e energia seriam 
indistinguíveis, não haveria espaço em seu entorno e o tempo não seria sentido. 
 Esta pode ter sido a situação existente cerca de 15 bilhões de anos atrás, o ponto de 
partida de tudo o que nos diz respeito, um ponto reunindo toda a energia e matéria do 
Universo, que explodiu no evento único e original que os físicos denominaram Grande 
Explosão, ou Big Bang. 
 Durante os 3 x 10
-10
 segundos iniciais a temperatura era alta demais para a matéria ser 
estável, tudo era radiação. Ainda hoje, o espectro da radiação de micro-ondas de fundo que 
pervaga o Universo em todas as direções do espaço, como remanescente da radiação emitida, 
é uma das maiores evidências para a Teoria do Big Bang e implica que a radiação original 
partiu para todos os lados com a mesma temperatura. 
 Nesta evolução primitiva, a temperatura e densidade de energia foram decrescendo e 
foram criadas as condições para a matéria, no processo denominado nucleogênese: prótons, 
nêutrons e elétrons e em seguida os átomos dos elementos mais leves. 
Geologia Geral | 1. A Origem do Planeta Terra 3 
 
Quando a temperatura decresceu para valores abaixo de alguns milhões de graus, nenhum 
outro elemento teve condição de ser criado. As estrelas e as galáxias formaram-se mais tarde, 
quando o resfriamento generalizado permitiu que a matéria viesse a se confinar em imensas 
nuvens de gás. Estas, posteriormente, entrariam em colapso gravitacional pela ação da força 
de gravidade, e seus núcleos se aqueceriam, levando à formação das primeiras estrelas. As 
primeiras galáxias surgiram por volta de 13 bilhões de anos atrás. A Via Láctea tem 
aproximadamente 8 bilhões de anos de idade e dentro dela o nosso Sistema Solar originou-se 
há cerca de 4,6 bilhões de anos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figuras 1 e 2: Explosão do Big Bang e a Terra no início da sua formação 
 
1.2. O Sistema Solar 
 O Sistema Solar é formado por planetas, satélites, asteróides, cometas, além de poeira 
e gás, os quais surgiram ao mesmo tempo que a sua estrela central. Isto confere ao sistema 
uma organização harmônica no tocante à distribuição de sua massa e às trajetórias orbitais de 
seus corpos maiores, os planetas e os satélites. 
1.3. Meteoritos 
 Meteoritos são fragmentos de matéria sólida provenientes do espaço. A imensa maioria 
de tamanho diminuto, é destruída e volatilizada pelo atrito, por acaso de seu ingresso na 
atmosfera da Terra. Alguns, cuja massa alcança diversas toneladas produziram crateras de 
impactos que vez ou outra são descobertas. 
 
 
 
 
 
 
 
Figuras 3 e 4: Impacto meteorítico e marca do impacto de meteoro 
Geologia Geral | 1. A Origem do Planeta Terra 4 
 
 
1.4. Planetas Internos 
Terra - O terceiro planeta do Sistema Solar apresenta os seus elementos voláteis na fase de 
acresção do Sistema Solar, a Terra apresenta uma atmosfera secundária, formada por 
emanações gasosas durante toda a história do planeta, e constituída principalmente por 
nitrogênio, oxigênio e argônio. A temperatura de sua superfície é suficientemente baixa para 
permitir a existência de água líquida, bem como de vapor d'água na atmosfera, responsável 
pelo efeito estufa regulador da temperatura, que permite a existência da biosfera. Por causa 
dos envoltórios fluidos que a recobrem, atmosfera e hidrosfera, a Terra quando vista do espaço 
adquire coloração azulada. Essa visão magnífica foi relatada por Yuri Gagarin, o primeiro 
astronauta a participar de uma missão aeroespacial. 
 A característica principal do planeta Terra é seu conjunto de condições únicas e 
extraordinárias que favorecem a existência e a estabilidade de muitas formas de vida, sendo 
que evidências de vida bacteriana abundantes foram já encontradas em rochas com idade de 
3,5 bilhões de anos. 
 A Terra possui importantes fontes de calor em seu interior, que fornecem energia para 
as atividades de sua dinâmica interna e condicionam a formação de magmas e as demais 
manifestações da assim chamada tectônica global. Esse processo conjuga-se aos movimentos 
de grandes placas rígidas que constituem a litosfera, a capa mais externa do planeta, que por 
sua vez situa-se em todo o globo acima de uma camada mais plástica, a astenosfera. 
 Ao mesmo tempo, a superfície terrestre recebe energia do Sol, através da radiação 
solar incidente, que produz os movimentos na atmosfera e nos oceanos do planeta. Estas 
últimas atividades são as que provocam profundas transformações na superfície da Terra, 
modificando-a continuamente. Justificam assim o fato de que quaisquer feições primitivas de 
sua superfície, como por exemplo crateras de impacto meteorítico, tenham sido fortemente 
obscurecidas ou totalmente apagadas ao longo de sua história.A Lua, o satélite da Terra, apresenta 1,35% da massa desse planeta, sendo esse um 
dos maiores satélites do Sistema Solar. Tem um diâmetro de 3,3 km e densidade de 3,3 g/cm
3
 , 
portanto, muito menor do que a da Terra. Não detém atmosfera. 
Exercícios de Fixação 
1) A origem da Terra está relacionada com quais corpos do Sistema Solar? 
2) Como ocorreu a origem das estrelas? 
3) O que teoricamente, levou à explosão do Big Bang? 
4) Quais foram as condições para a formação do processo denominado nucleogênese? 
5) Como se formaram as galáxias? 
6) Qual a idade da Via Láctea e do Sistema Solar? 
7) De que é fomado o Sistema solar? 
8) O que é meteorito? 
9) Quais meteoritos causam impactos sobre a superfície terrestre quando a alcançam? 
10) Descreva a atmosfera e a temperatura da Terra. 
11) Descreva o processo de tectônica Global. 
12) Por que a energia do Sol é importante para a Terra? 
13) Descreva sobre o satélite Lua. 
 
 
 
 
Geologia Geral | 2. Eras Geológicas 5 
 
2. Eras Geológicas 
 
2.1. Eventos Biológicos 
 
 
Figura 5: Esquema dos eventos das eras geológicas 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Geologia Geral | 2. Eras Geológicas 6 
 
2.2. Divisão temporal dos eventos biológicos 
 
 
 
Figura 6: Esquemas Eras Geológicas com os eventos biológicos 
 
 
2.3. Eventos Geológicos e mapas 
 
 
Eras Gerais Brasil 
Cenozóica Quaternário: O Homem 
Terciário: Dobramentos 
modernos (Alpes, Himalaia, 
Rochosas e Andes) 
Quaternário: Bacias 
sedimentares (Amazônica). 
Terciário: bacias 
sedimentares, vulcanismo e 
Formação das ilhas 
oceânicas e Fernando de 
Noronha 
 
Mesozóica 
 
Intensa atividade vulcânica. 
Início da separação dos 
continentes. Formação de 
Bacias sedimentares e de 
petróleo. 
Atividade vulcânica no Sul 
(derrame de lavas), formação 
do petróleo e dos terrenos 
basálticos (que originaram o 
solo de terra roxa). Formação 
de Bacias sedimentares. 
Paleozóica Desenvolvimento do 
processo de sedimentação. 
Formação de jazidas 
carboníferas. 
 
Formação de bacias 
sedimentares antigas. 
Soterramento de florestas e 
formação de jazidas 
carboníferas no sul do país. 
Pré-Cambriana 
(Proterozóica e Arqueana) 
Formação de Escudos 
Cristalinos (rochas 
magmáticas e metamórficas). 
Formação de minerais 
metálicos. Formação das 
rochas magmáticas mais 
antigas e dos primeiros 
continentes. 
Formação dos primeiros 
Escudos Cristalinos 
(brasilairo e guiano). 
Formação das bacias 
minerais metálicas. 
Formação das Serras do Mar 
e da Mantiqueira. 
 
Figura 7: Esquema das Eras Geológicas com os eventos Geológicos 
 
Geologia Geral | 2. Eras Geológicas 7 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 8: Mapa geológico do Brasil 
 
 
Geologia Geral | 2. Eras Geológicas 8 
 
Exercícios de Fixação 
 
1) Quais períodos compõem a Era Paleozóica? 
2) Há quantos milhões de anos surgiram os seres humanos? 
3) Em qual Era e Período surgiram as primeiras aves? 
4) No Pré-Cambriano quais foram as evoluções no planeta Terra? 
5) De acordo com a ilustração no início desse capítulo, qual o evento que antecede o 
desaparecimento dos dinossauros? 
6) Qual o intervalo de tempo foi perdurado o Mezosóico? 
7) Coloque os seguintes animais em ordem de surgimento na Terra: aves, algas, dinossauros, 
outros mamíferos, crustáceos, anfíbios, répteis e insetos. 
8) Há quantos milhares de anos surgiram as primeiras plantas terrestres? 
9) A desertificação primitiva ocorreu em qual Período? 
10) O petróleo surgiu há quantos milhares de anos, em qual Era e Período? 
11) Há quantos milhares de anos e em qual Período surgiram os vertebrados? 
12) Quando ocorreu a formação da Terra? 
13) Qual a importância da Época Pleistoceno? 
14) Cite dois eventos marcantes no intervalo 136 - 65 milhões de anos. 
15) As rochas mais antigas são datadas em 3,5 bilhões de anos. Indique a Era, Período e, se 
possível a Época em que essa rochas foram formadas. 16) Em qual era e período 
surgiram as primeiras jazidas carboníferas no Brasil? 
17) Sabendo-se que o cobre é um metal, qual a Era e Período de surgimento desse tipo de 
depósito no Brasil? Em quais estados são mais proprícios de serem encontrados? 
18) O vulcanismo, tanto no Brasil quanto no mundo, ocorreu intensamente em qual Era? 
19) Quais as mudanças da geologia no planeta se destacam na Era Cenozóica? 
20) A extinção dos dinossauros na Era Mesozóica pode estar relacionada a qual evento 
geológico? 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Geologia Geral | 3. Minerais e Rochas que constituem a Terra 9 
 
3. Minerais e Rochas que constituem a Terra 
 Minerais são elementos ou compostos químicos com composição definida dentro de 
certos limites, cristalizados e formados naturalmente por meio de processo geológicos 
inorgânicos, na Terra ou em corpos extraterrestres. A composição química e as propriedades 
cristalográficas bem definidas do mineral fazem com que ele seja o único dentro do reino 
mineral, e, assim, receba um nome característico. 
 Cada tipo de mineral, tal como o quartzo (SiO2), constitui uma espécie mineral. Sempre 
que a sua cristalização se der em condições geológicas ideais, a sua organização atômica 
interna se manifestará em uma forma geométrica externa, com o aparecimento de faces, 
arestas e vértices naturais. Nesta situação, a amostra do mineral será chamada também de 
cristal. 
 O termo rocha é usada pare descrever uma associação de minerais que, por diferentes 
motivos geológicos, acabam ficando intimamente unidos. Embora coesa e, muitas vezes, dura, 
a rocha não é homogênea. Ela não tem a continuidade física de um mineral, e, portanto, pode 
ser dividida em todos os seus minerais constituintes. 
 Já o temo minério é usado somente quando o mineral ou a rocha apresentar uma 
importância econômica. 
 As rochas são produtos consolidados, resultantes da união natural de minerais. 
Diferente dos sedimentos, por exemplo, areia da praia (um conjunto de minerais soltos), as 
rochas têm os seus cristais ou grãos constituintes muito bem unidos. Dependendo do processo 
de formação, a força de ligação dos grãos constituintes varia, resultando em rochas "duras" e 
rochas "brandas". 
 Chama-se estrutura da rocha o seu aspecto geral externo, que pode ser maciço, com 
cavidades, orientado ou não, etc. A textura se revela por meio da observação mais detalhada 
do tamanho, forma e relacionamento entre os cristais ou grãos constituintes da rocha. 
 Outra informação importante no estudo das rochas é a determinação dos minerais 
constituintes. Na agregação mineralógica constituinte das rochas, reconhecemos os minerais 
essenciais e os acessórios. Os essenciais estão sempre presentes e são os mais abundantes 
numa determinada rocha, e as proporções determinam o nome dado à rocha. Os acessórios 
podem ou não estar presentes, sem que isso modifique a classificação da rocha em questão. 
 As rochas ígneas resultam do resfriamento do material rochoso fundido, chamado 
magma. 
 As rochas sedimentares são formadas de duas formas: 
 A partir da compactação e/ou cimentação de fragmentos produzidos pela ação dos 
agentes de intemperismo e pedogênese sobre uma rocha pré-existente (protólito). 
Trata-se da rocha clástica; 
 Formada a partir de precipitação dos radicais salinos, que foram produzidos pelo 
intemperismo químico e agora encontram-se dissolvidos nas águas dos rios, lagos e 
mares. Trata-se da rocha química. 
 As rochas metamórficas resultam da transformaçãode uma rocha pré-existente 
(protólito) no estado sólido. O processo geológico de transformação se dá por aumento de 
pressão e/ou temperatura sobre a rocha preexistente, sem que o ponto de fusão dos seus 
minerais seja atingido. Os geólogos não consideram transformações metamórficas aquelas que 
ocorrem durante os processos de intemperismo e litificação. 
 
Geologia Geral | 3. Minerais e Rochas que constituem a Terra 10 
 
3.1. O cilco das Rochas 
 As rochas terrestres não constituem massas estáticas. Elas fazem parte de um planeta 
cheio de energia, que promove, com a sua alta temperatura e pressão interna, todos os 
processos de abalos sísmicos, movimentos tectônicos de placas e atividades vulcânicas em 
uma dinâmica muito intensa. Da mesma forma, uma atividade intempérica e erosiva externa, 
envolvendo os fatores atmosféricos como o calor do Sol, chuvas, ventos, geleiras, também 
atuam sobre essas rochas, causando constantes alterações. Em suma, a Terra é um planeta 
vivo em contínua modificação. 
 As atuais rochas ígneas superficiais da Terra estão sofrendo o constante ataque dos 
agentes intempéricos _ os componentes atmosféricos O2 e CO2, a água e os organismos _ que 
lentamente reduzem-nas a material fragmentar através da superfície, depositando como 
sedimentos incoesos no início. Transformam-se em rochas sedimentares, porém, pela 
compactação dos fragmentos e pela expulsão da água intersticial e pela cimentação dos 
fragmentos uns aos outros. As rochas sedimentares, por sua vez, por aumento de pressão e 
temperatura, gerarão as rochas metamórficas. Ao aumentar a pressão, e, especialmente a 
temperatura, em determinado ponto ocorrerá a fusão parcial e novamente a possibilidade de 
formação de uma nova rocha ígnea, dando-se início a um novo ciclo. 
 Esta sequência de eventos geológicos é apenas uma das várias alternativas que a 
natureza tem para estabelecer um relacionamento genético entre as rochas da nossa crosta. 
Seguem abaixo dois esquemas do ciclo das rochas: 
 
Geologia Geral | 3. Minerais e Rochas que constituem a Terra 11 
 
 
 
Figuras 9 e 10: Esquema do Ciclo das rochas 
 
Exercícios de Fixação 
 
1) Explique o conceito de mineral. 
2) Explique o conceito de rocha. 
3) Explique a diferença entre mineral e cristal. 
4) Qual a diferença entre mineral essencial e mineral acessório? 
5) Para qual finalidade é usado o termo minério? 
6) O que é estrutura e textura da rocha? 
7) Explique detalhadamente o conceito e formação de cada uma das rochas: ígneas, 
sedimentares e metamórficas. 
8) Explique o ciclo das rochas. 
 
Geologia Geral | 4. Estrutura da Terra: terremotos e sismos 12 
 
4. Estrutura da Terra: terremotos e sismos 
 
 A crosta continental apresenta espessura muito variável, desde cerca de 30 - 40 km 
nas regiões sismicamente estáveis mais antigas (os crátons) até 60 - 80 km nas cadeias de 
montanhas, tais como os Himalaias na Ásia e os Andes na América do Sul. A crosta 
oceânica, situada abaixo da continental, é mais densa comparada à crosta continental, e, essa 
primeira tem a presença de três camadas de rochas sobre o manto. O manto superior situa-se 
abaixo da crosta oceânica, e apresenta profundidade de até 400 m e densidade de 3,6 - 3,7 
g/cm
3 
. Ao descer da crosta e do manto superior, passamos por uma parte rígida, acima da 
zona de baixa velocidade, para uma parte plástica dentro da zona de baixa velocidade. A parte 
rígida que inclui a crosta e parte do manto é denominada litosfera, enquanto a parte dúctil é 
denominada astenosfera. Abaixo dessa última, ocorre a mesosfera, onde o manto apresenta 
mais alta temperatura e pressão, o levando a ser pouco plástico e totalmente sólido. O núcleo 
externo é líquido e apresenta densidade um pouco menor que 10 g/cm
3
. Já o núcleo interno é 
sólido, composto pela liga ferro-níquel, com densidade 11,5 g/cm
3
 . Devido à anomalias nas 
velocidades das ondas sísmicas existentes em cada camada, foram estipuladas três 
descontinuidades dividindo algumas delas: 
 Descontinuidade de Conrad: divide a crosta continental da crosta oceânica. Ocorre 
nessa um ligeiro aumento das velocidades sísmicas com a profundidade, e separa 
rochas de densidade menor na crosta superior de rochas de densidade maior na 
crosta inferior. 
 Descontinuidade de Mohorovic: divide a crosta oceânica do manto superior. 
Localizada à 400 m de profundidade, as ondas sísmicas sofrem uma ligeira 
diminuição da velocidade com a profundidade, recebendo a denominação de zona de 
baixa velocidade. 
 Descontinuidade de Gutenberg: divide o manto do núcleo. Ocorre um aumento muito 
grande na velocidade e densidade do material mantélico ao passar por essa 
descontinuidade, modificando a composição do material na transição de manto para 
núcleo. 
 
 
Figura 11: Camadas da Terra 
4.1. Terremotos e sismos 
 Os terremotos, mais do que qualquer fenômeno natural, demonstram o caráter 
dinâmico da Terra. O registro de milhares de terremotos em todo o mundo define e emoldura 
as várias placas que formam a casca rígida da Terra. A seguir veremos a relação dos 
terremotos com a movimentação dessas placas litosféricas. 
Geologia Geral | 4. Estrutura da Terra: terremotos e sismos 13 
 
 Com o lento movimento de algumas placas litosféricas, da ordem de alguns 
centímetros por ano, tensões vão se acumulando em vários pontos, principalmente perto das 
suas bordas. As tensões acumuladas podem ser compressivas e distensivas, dependendo da 
direção de movimentação relativa entre as placas. Quando essas tensões atingem o limite de 
resistência das rochas, ocorre uma ruptura. O movimento repentino entre os blocos de cada 
lado da ruptura geram vibrações que se propagam em todas as direções. O plano de ruptura 
forma o que se chama de fratura geológica. Quando esse plano tem movimentação entre os 
blocos, chama-se falha geológica. Os terremotos podem ocorrer no contato entre duas placas 
litosféricas (caso mais frequente) ou no interior de uma delas, sem que a ruptura atinja a 
superfície. O ponto onde se inicia a ruptura e a liberação das tensões acumuladas é chamado 
de hipocentro ou foco. Sua projeção na superfície é o epicentro, e a distância entre o foco à 
superfície é a profundidade focal. 
 As ondas sísmicas ocorrem quando são geradas rupturas na litosfera. Dessa forma, 
são geradas vibrações sísmicas que se propagam em todas as direções na forma de ondas. O 
mesmo ocorre, por exemplo, com uma detonação de explosivos em uma mina, cujas vibrações, 
tanto nas rochas quanto sonoras, podem ser sentidas a grandes distâncias. São essas "ondas 
sísmicas" que causam danos perto do epicentro e podem ser registradas por sismógrafos em 
todo o mundo. 
 Não é possível ter acesso direto às partes mais profundas da Terra devido às 
limitações tecnológicas de enfrentar as altas pressões e temperaturas. O furo de sondagem 
mais profundo feito até hoje (em Kola, Rússia) atingiu apenas 12 km, uma fração insignificante 
comparada ao raio da Terra de 6.370 km. Assim, a estrutura interna do planeta só pode ser 
estudada de maneira indireta. A análise das ondas sísmicas, registradas na superfície, permite 
deduzir várias características das partes internas da Terra atravessada pelas ondas. Alguns 
aspectos básicos de propagação de ondas sísmicas serão abordados agora, mostrando como 
que as principais camadas da Terra são estudadas. 
 A primeira camada superficial da Terra é a crosta, com espessura variando entre 25 e 
50km nos continentes e de 5 a 10km nos oceanos. 
 As velocidades das ondas sísmicas variam entre 5,5 km/s na crosta superior e 7 km/s 
na crosta inferior. Na região chamada manto, as velocidades vão de8 km/s abaixo da crosta a 
13,5 km/s. As velocidades dessas ondas abaixo da crosta aumentam até a profundidade 2.950 
km. Abaixo dessa profundidade, encontra-se o núcleo da Terra. Dentro do núcleo, existe um 
"caroço" central (núcleo interno), com velocidades um pouco maiores do que o núcleo externo. 
No núcleo externo, não há propagação de ondas sísmicas, o que mostra que ele deve estar em 
estado líquido.Por outro lado, a densidade do núcleo é muito maior do que a do manto. Essas 
características de velocidades sísmicas baixas e densidades altas indicam que o núcleo é 
composto predominantemente de ferro. 
 A Intensidade Sísmica é uma classificação dos efeitos que as ondas sísmicas 
provocam em determinado lugar. Não é uma medida direta feita com instrumentos, mas 
simplesmente uma maneira de descrever os efeitos em pessoas (como as pessoas sentiram), 
em objetos e em construções (barulho e queda de objetos, trincas ou rachaduras em casas, 
etc.) e na natureza (movimento de água, escorregamentos, liquefação de solos arenosos, 
mudanças na topografia, etc.). 
 A magnitude de um terremoto é medida pela escala Richter. Tremores muito pequenos 
podem ter magnitudes negativas. Tremores pequenos sentidos num raio de poucos 
quilômetros e sem causar danos, tem magnitude da ordem de 3. Sismos moderados, que 
podem causar algum dano (dependendo da profundidade do foco e da região epicentral) têm 
magnitudes na faixa de 5 e 6. Os terremotos com grande poder de destruição têm magnitudes 
Geologia Geral | 4. Estrutura da Terra: terremotos e sismos 14 
 
acima de 7. As maiores magnitudes registradas neste século chegaram a 8,5 no Himalaia e no 
Chile. É importante ressaltar que cada ponto na escala Richter corresponde a uma diferença de 
30 vezes a energia liberada. Para se ter uma ideia do que seja um terremoto de magnitude 9, 
imagine uma rachadura cortando toda a crosta entre Rio e São Paulo e cada bloco se 
movimenta lateralmente 10 metros, um em relação ao outro. 
 A atividade sísmica mundial delimita áreas da superfície terrestre como se fossem as 
peças de um "quebra-cabeça global". A distribuição dos sismos é uma das melhores evidências 
dos limites dessas "peças" chamadas placas tectônicas. Cerca de 75% da energia liberada 
com terremotos ocorre ao longo das estruturas marginais do Oceano Pacífico, caracterizando o 
"Cinturão de Fogo do Pacífico", por ocorrerem vulcões coincidentes com os sismos. 
 
 
 
 
 
 
Figura 12: Esquema das ondas sísmicas Figura 13: Efeito de terremotos 
 
4.2. Tsunamis 
 Um dos maiores terremotos já registrados ocorreu na ilha de Chilo é, sul do Chile. Em 
cerca de 10 a 15 minutos após o terremoto, o mar recua dezenas de metros e recua logo em 
seguida numa onda gigantesca destruindo todos os barcos. Essa onda, como outras também já 
registradas nas costas de regiões interplacas, são chamadas de Tsunamis. Essas ondas 
gigantescas e destrutivas (até 10 ou 20 metros de altura) podem atingir regiões costeiras após 
a ocorrência de um grande terremoto com epicentro no mar. Os tsunamis são gerados por um 
deslocamento rápido da coluna de água na área epicentral de um terremoto ocorrido em uma 
falha próxima ao fundo do mar. Este deslocamento (raramente superior a um metro de altura) 
se propaga com ondas em todas as direções com velocidades que dependem da velocidade do 
mar. Em alto mar, as ondas viajam na velocidade de um avião, mas tendo amplitude pequena e 
um comprimento de onda de centenas de metros, constituem ondulações suaves na superfície 
do mar e passam desapercebidas. Chegando próximo ao litoral, onde o mar é mais raso, a 
velocidade diminui (para 50 - 70 km/h, como um automóvel). Essa diminuição de velocidade faz 
com a energia da onda se acumular em uma extensão bem menor de água aumentando, 
consequentemente, a altura da onda (algumas atingem mais de 30 metros); este acúmulo de 
energia provoca o transporte de água inundando a região costeira por centenas de metros. 
 O Tsunamis são muito comuns no Pacífico, devido à instabilidade sísmica nessa região 
e a presença de falhas inversas e zonas de subducção. 
Geologia Geral | 4. Estrutura da Terra: terremotos e sismos 15 
 
 
Figura 14: Sequência de ocorrências na formação do Tsunami 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Geologia Geral | 4. Estrutura da Terra: terremotos e sismos 16 
 
Exercícios de Fixação 
 
1) Explique a diferença detalhada entre a crosta continental e a crosta oceânica 
2) Descreva em linhas gerais sobre cada uma das camada da Terra. 
3) Porque algumas camadas da Terra são dividas em descontinuidades? 
4) Descreva cada uma das três descontinuidades existentes nas camadas da Terra. 
5) Explique como as tensões influenciam a formação de falhas geológicas e de terremotos. 
6) O que é epicentro e hipocentro? 
7) Quando são geradas as ondas sísmicas? Explique um exemplo que descreve as vibrações 
similares às ondas sísmicas. 
8) Quais as espessuras de cada uma das camadas da Terra? 
9) Quais as velocidades das ondas sísmicas em cada uma das camadas da Terra? 
10) O que é intensidade sísmica? 
11) Qual a escala mede a magnitude de um terremoto? 
12) Explique a diferença entre os tremores pequenos, sismos moderados e os sismos mais 
imtensos. 
13) Qual a relação entre os sismos e as placas tectônicas? 
14) O que é "Cinturão de Fogo do Pacífico"? 
15) O são tisunamis? Como são formados? Qual a estrutura geológica que resulta a formação 
do tisunami? 
16) Cite um exemplo de tisunami no planeta. 
17) Quais as consequências geradas pelo tsunami? 
18) Descreva o tipo de ambiente tectônico é mais propício para a formação de tsunami. 
19) Porque grande parte dos tsunamis ocorrem no Pacífico? 
20) Porque as ondas atingem muitos metros de altura (até 30m)? 
 
 
 
 
 
Geologia Geral | 5. Noções de Geofísica 17 
 
5. Noções de Geofísica 
 
 O estudo das propriedades físicas fundamentais do interior da Terra corresponde ao 
ramo das Geociências denominado Geofísica. Muitas informações sobre o comportamento 
dinâmico do nosso planeta resultam do estudo de suas propriedades físicas, tais como a 
gravidade e o magnetismo. Através do estudo global do campo da gravidade, obtém-se 
informações acerca das dimensões, forma e massa da Terra, bem como o modo de como a 
massa se distribui no interior do planeta. Em escala local, a análise das variações de gravidade 
é o fundamento da prospecção gravimétrica. O uso criterioso dessa última, combinado com 
informações geológicas, permite localizar, identificar e avaliar o potencial econômico de jazidas 
de minérios diversos, carvão, petróleo, sal, matéria-prima para indústria cerâmica e de 
construção. 
 O campo magnético terrestre origina-se no núcleo terrestre e a observação na 
superfície da Terra da forma e variações desse campo magnético permite estudar a dinâmica 
dessa região da Terra. As rochas da superfície terrestre, ao se formarem, registram as 
informações do campo geomagnético da época, e a recuperação dessas informações permite 
desvendar a história do magnetismo terrestre no passado geológico.Além disso, através das 
propriedades magnéticas das rochas, é possível localizar jazidas minerais e traçar os 
movimentos pretéritos dos blocos litosféricos durante a evolução da Terra. 
5.1. Gravidade 
 A gravitação é uma propriedade fundamental da matéria, manifestando-se em qualquer 
escala de grandeza, desde a atômica até a cósmica. Os fenômenos gravitacionais são 
descritos pela lei de Newton, na qual duas massas esféricas m1 e m2, com densidades 
uniformes nos seus interiores, atraem-se na razão direta no produto de suas massas e na 
razão inversa do quadradoda distância entre os seus centros, conforme escrito abaixo: 
 
na qual m1 e m2 são as massas das esferas, r é a distância entre elas, F é a força de atração 
que age sobre cada uma delas e G é a constante da gravitação universal. 
 De acordo com a lei de Newton, se a esfera de massa m1 estiver fixa e a esfera de 
massa m2 puder movimentar-se, ela irá se deslocar em direção à primeira, devido à força F. 
Nesse caso, sua aceleração ag será igual a F/ m2 ou substituindo-se na equação: 
 
 Portanto, a aceleração ag depende somente da distância entre as duas esferas e da 
massa m1 , que cria um campo de aceleração gravitacional ao seu redor, o qual é igual em 
todas as direções, ou seja, é isotrópico. Essas características fazem com que um corpo, 
mesmo possuindo massa elevada, produza um campo menos intenso do que um outro, com 
massa muito menor, mais situado mais próximo. Como exemplo podemos citar a queda dos 
meteoritos sobre a superfície da terrestre. Embora sendo atraídos pelo Sol, muitos deles 
acabam caindo na Terra, de massa muito menor, ao passarem em órbita próxima. 
Geologia Geral | 5. Noções de Geofísica 18 
 
 Através da medida do campo da gravidade na Terra foram obtidas importantes 
informações sobre o seu interior, determinando-se também diversas de suas características, 
como sua forma e interações com outros corpos do Sistema Solar. 
 Como vimos anteriormente, o campo da gravidade associa a cada ponto da superfície 
terrestre um vetor da aceleração da gravidade g. Esse vetor caracteriza-se por sua intensidade, 
denominada gravidade, e sua direção denominada vertical, sendo essa medida por 
gravímetros. 
 As anomalias gravimétricas resultam de variações na densidade dos diferentes 
materiais que constituem o interior da Terra. Os contrastes de densidade entre diferentes tipos 
de rochas modificam a massa e causam, consequentemente, mudança nos valores da 
gravidade. 
5.2. Isostasia 
 Isostasia, ou movimento isostático, é o termo utilizado em Geologia para se referir ao 
estado de equilíbrio gravitacional, e as suas alterações, entre a litosfera e a astenosfera da 
Terra. Esse processo resulta da flutuação das placas tectônicas e obre o material mais denso 
da astenosfera, cujo equilíbrio depende das suas densidades relativas e do peso da placa. Tal 
equilíbrio implica que um aumento do peso da placa (por espessamento ou por deposição de 
sedimentos, água ou gelo sobre a sua superfície) leva ao seu afundamento, ocorrendo, 
inversamente, uma subida (em geral chamada re-emergência ou rebound),quando o peso 
diminui. 
 Há dois modos de compensação isostática na natureza. As montanhas são mais altas, 
pois se projetam para as partes mais profundas do manto. Por outro lado, os continentes 
situam-se acima do nível do mar devido as diferenças de composição e densidade entre a 
crosta continental e crosta oceânica. 
 
Figura 15: Desenho esquemático de Isostasia 
5.3. Magnetismo 
 Hoje estamos absolutamente familiarizados com o magnetismo terrestre através do uso 
da bússola para a orientação. Este instrumento nada mais é do que uma agulha imantada, livre 
para girar no plano horizontal, sendo atraída pelos polos magnéticos da Terra. Essa agulha 
imantada não permanece na horizontal, ela acompanha as linhas de força do campo 
magnético, de tal forma que a extremidade norte da agulha inclina-se para baixo no hemisfério 
Geologia Geral | 5. Noções de Geofísica 19 
 
norte e para cima no hemisfério sul. O norte geográfico, portanto, corresponde ao sul 
magnético e o sul geográfico com o norte magnético. 
 Os polos migram a uma velocidade de cerca de 0,2
o
 por ano ao redor do polo 
geográfico, em geral sem se afastar por mais de 30
o
 deste último, porém, descrevendo uma 
trajetória irregular. Assim é que a declinação magnética de um local muda continuamente, 
aumentando ou diminuindo. Torna-se então necessário corrigir o valor da declinação conhecido 
para um determinado ponto da superfície terrestre a cada cinco anos, aproximadamente. Como 
se pode deduzir facilmente, os polos magnéticos levam alguns milhares de anos para percorrer 
os 360
o
 de trajetória ao redor dos polos geográficos. 
 A concentração de minerais magnéticos em rochas e algumas correntes elétricas 
fracas na crosta ou nos oceanos são as principais fontes responsáveis pelos campos 
localizados. Essas irregularidades de superfície e de anomalias magnéticas podem ter 
intensidades correspondentes a uma pequena porcentagem do campo normal mas, acima de 
jazidas de ferro ou depósitos magnéticos próximos à superfície, essas anomalias podem 
exceder o campo da Terra. É na busca dessas anomalias que se baseia o método magnético 
de prospecção geofísica. 
Exercícios de Fixação 
 
1) O que é Geofísica? 
1) Quais as aplicações econômicas que a Geofísica apresenta? 
2) Cite 2 áreas da Geofísica? 
3) Descreva qual a relação entre os polos geográficos e magnéticos? 
4) O que indicam as anomalias gravimétricas e magnéticas? 
5) Explique o processo de isostasia. 
6) Quais sã os dois modos de compensação isostática? 
7) Os polos se movimentam periodicamente? De quanto é a variação? 
8) Como é a relação entre as anomalias gravimétricas e magnéticas e a prospecção de bens 
minerais e energéticos? 
 
 
 
 
 
 
Geologia Geral | 6. Tectônica da Terra 20 
 
6. Tectônica da Terra 
 
 A Terra é um planeta dinâmico. Se fosse fotografada do espaço a cada século, desde a 
sua formação até hoje, e essas fotos compusessem um filme, o que veríamos seria um planeta 
azul com os continentes ora se colidindo, ora se afastando entre si. Atualmente acreditamos 
que a crosta terrestre é fragmentada em cerca de uma dúzia de placas, que se movem por 
razões não muito bem compreendidas, mas cujo motor situa-se no manto. Placas são 
originadas das dorsais meso-oceânicas e ao se chocarem promovem o mergulho da placa 
mais densa sobre a outra e o seu consequente retorno ao manto. A constatação de existência 
das placas tectônicas deu uma nova versão das antigas ideias da Deriva Continental, 
explicando satisfatoriamente muitas das grandes feições geológicas da Terra, como as grandes 
cordilheiras de montanhas como os Andes e respondendo a questões, por exemplo, sobre as 
concentrações dos sismos e dos vulcões atuais ou sobre as rochas que já estiveram nos 
fundos dos oceanos e estão nos Himalaias. A Tectônica Global e a Tectônica de Placas é a 
chave da compreensão geológica da Terra e de como será o futuro do planeta em que 
vivemos. 
 O cientista Wegener imaginou que os continentes poderiam, um dia, terem estados 
juntos e, posteriormente teriam sido separados. Poucas ideias no mundo foram tão fantásticas 
e revolucionárias como essa. 
Portanto ele denominou esse supercontinente Pangea, Pan significa todo, e Gea, terra, e 
considerou que a fragmentação do Pangea teria se iniciado por cerca de 220 milhões de anos, 
durante o Triássico, quando a Terra ainda era habitada por dinossauros, e teria prosseguido 
até os dias atuais.O Pangea teria se iniciado a sua fragmentação dividindo-se em dois 
continentes: um setentrional chamado Laurásia e outro Austral chamado Gondwana. Apesar de 
não ter sido o primeiro e nem o único de seu tempo a considerar o movimento horizontal entre 
os continentes, Wegener foi o primeiro a pesquisar seriamente a ideia da deriva continental e a 
influenciar outros pesquisadores. Para isso, procurou evidências que comprovassem sua 
teoria, além da coincidência entre as linhas de costa atuais dos continentes. Wegener 
enumerou algumas feições geomorfológicas, como a cadeia de montanhas da Serra do Cabo 
na África do Sul, de direção leste-oeste, que seria a continuação da Sierra deLa Ventana, a 
qual ocorre com a mesma direção na Argentina, ou ainda um planalto na Costa do Marfim, na 
África, que teria continuidade no Brasil. 
6.1. Placas Tecônicas 
 Como visto em capítulos anteriores, o planeta Terra está reologicamente dividido em 
domínios concêntricos maiores, sendo o externo constituído pela Litosfera. Como observado no 
capítulo anterior, a parte superior da litosfera é chamada de crosta e a parte inferior, mais 
interna, é composta por rochas do manto superior, sendo que uma das diferenças principais 
entre elas é a sua composição química. A composição da crosta continental é predominante 
por rochas graníticas e a crosta oceânica contém rochas basálticas. As rochas crustais ocorrem 
sobre o manto superior. A litosfera é composta por falhas e fraturas profundas em placas 
tectônicas. A distribuição geográfica dessas placas na Terra está representada na figura 
abaixo. 
Geologia Geral | 6. Tectônica da Terra 21 
 
 
Figura 16: Mapa com a divisão das placas tectônicas 
 
 Como visto anteriormente, o limite inferior da Litosfera é marcado pela astenosfera na 
"Zona de Baixa Velocidade", por causa da diminuição da velocidade das ondas sísmicas. O 
processo de fusão parcial inicia-se produzindo uma fina película líquida em torno dos grãos 
minerais, suficiente para diminuir a velocidade das ondas sísmicas. Dessa forma, o estado 
mais plástico desta zona permite que a litosfera rígida deslize sobre a Astenosfera, tornando 
possível o deslocamento lateral das placas tectônicas.Os limites das placas tectônicas podem 
ser de três tipos distintos: 
 Limites divergentes: marcados pelas dorsais meso-oceânicas, onde as placas 
tectônicas afastam-se uma da outra, com a formação de nova crosta oceânica. 
 Limites convergentes: onde as placas tectônicas colidem, com a mais densa 
mergulhando sobre a outra, gerando uma zona de intenso magmatismo a partir dos 
processos de fusão parcial da crosta que mergulhou. 
 Limites conservativos: onde as placas deslizam-se lateralmente uma em relação à 
outra, sem destruição ou geração de crostas, ao longo de fraturas denominadas falhas 
transcorrentes. Como exemplo de limites conservativos, temos a Falha de Santo 
André, na América do Norte, onde a placa do Pacífico, contendo a cidade de Los 
Angeles e a zona da Baixa Califórnia se desloca para o Norte em relação á placa 
Norte-Americana, que contém a cidade de São Francisco. 
 
Geologia Geral | 6. Tectônica da Terra 22 
 
 
Figura 17: Tipos de Limites de placas tectônicas 
 A astenosfera e a litosfera estão intrinsecamente relacionadas. Se a astenosfera se 
mover, a litosfera será movida também. Sabemos ainda que a litosfera possui uma energia 
cinética cuja a fonte é o fluxo interno da Terra, e que este calor chega à superfície através das 
correntes de convecção do manto superior. O que não sabemos com certeza é como o manto 
inicia o movimento das placas. 
 
Figura 18: Fluxo da astenosfera 
 A convecção do manto refere-se a um movimento muito lento de rocha, que sob 
condições apropriadas de temperatura elevada, se comporta como um material plástico-
viscoso migrando lentamente para cima. Este fenômeno ocorre quando este calor localizado 
começa a atuar produzindo diferenças de densidade entre o material aquecido e mais leve e o 
material circundante mais frio e denso. A massa aquecida se expande e sobe lentamente. Para 
compensar a ascensão dessas massas de material do manto, as rochas mais frias e densas 
descem e preenchem o espaço deixado pelo material que subiu, completando o ciclo de 
convecção do manto. O movimento de convecção das massas do manto, cuja velocidade é 
10
18
 vezes maior do que a água, ocorre a uma velocidade da ordem de alguns centímetros por 
Geologia Geral | 6. Tectônica da Terra 23 
 
ano. 
 Muitos cientistas acreditam que as correntes de convecção do manto por si só não 
seriam suficientes para movimentar as placas litosféricas, mas constituiriam apenas um dentre 
outros fatores em conjunto que produziriam essa movimentação. O processo de subducção 
teria início quando a parte mais fria e velha da placa (portanto, mais distante da dorsal meso-
oceânica) se quebra e começa a mergulhar por debaixo de outra placa menos densa, e a partir 
daí outros fatores começariam a atuar em conjunto com as correntes de convecção. Estes 
outros fatores incluem: 
a - Pressão sobre a placa provocada pela criação de nova litosfera nas zonas de dorsais meso-
oceânicas, o que praticamente empurraria a placa tectônica para os lados. 
b - Mergulho da litosfera para o interior do manto em direção à astenosfera puxada pela crosta 
descendente mais densa e mais fria do que a astenosfera mais quente à sua volta. Portanto, 
por causa da sua maior densidade, a parte da placa mais fria e mais antiga mergulharia 
puxando a parte da placa litosférica para baixo. 
c - A placa litosférica torna-se mais fria e mais espessa à medida que se afasta da dorsal 
meso-oceânica onde foi criada. Como consequência, o limite entre a litosfera e astenosfera é 
uma superfície inclinada. Mesmo com uma inclinação muito baixa, o próprio peso da placa 
poderia causar uma movimentação de alguns centímetros por ano. 
 
Figura 19: Zona de subducção 
 
 A velocidade medida de placas litosféricas geralmente é relativa, mas a velocidade 
absoluta pode ser determinada através da utilização de pontos de referência, como os Hot 
Spots ou Pontos Quentes. Estes pontos quentes na superfície terrestres registram atividades 
magmáticas ligadas a porções ascendentes de material quente do manto denominadas 
Plumas do Manto e originadas em profundidades diversas do manto, a partir do limite entre o 
núcleo externo e o manto inferior. As marcas que eles deixam nas placas que se movimentam 
entre eles incluem vulcões (ilhas vulcânicas, como o Havaí), platôs meso-oceânicos e 
cordilheiras submarinas. 
 Quando placas oceânicas colidem, a placa mais densa e mais antiga, mais fria e mais 
espessa mergulha sob a outra placa, em direção ao manto, carregando consigo parte dos 
sedimentos acumulados sobre ela, que irão se fundir em conjunto com a crosta oceânica em 
subducção. O processo produz intensa atividade vulcânica de composição andesítica, 
manifestada sob a forma de arquipélagos, conhecidos como Arcos de Ilhas, de 100 a 400 km 
atrás da zona de subducção. Na zona de subducção forma-se uma fossa que será mais 
Geologia Geral | 6. Tectônica da Terra 24 
 
próxima do arco de ilhas, quanto mais inclinado for o ângulo de mergulho. As ilhas do Japão 
constituem um exemplo atual de arcos de ilhas. 
 
Figura 20: Hot Spots 
 A colisão de uma placa continental e uma oceânica provocará a subducção dessa 
última sob a placa continental, que, a exemplo dos arcos de ilhas, produzirá um arco 
magmático nas bordas do continente, caracterizado por rochas vulcânicas de composição 
andesítica e dacítica, e rochas plutônicas de composição diorítica e granodiorítica, 
acompanhado de deformação e metamorfismo tanto nas rochas continentais pré-existentes 
como de parte das rochas formadas no processo. As feições fisiográficas geradas nesse 
processo colisional são as grandes cordilheiras de montanhas continentais como os Andes na 
América do Sul. 
 O choque entre as placas continentais pode ocorrer após o processo colisional do tipo 
Andino, onde a continuidade do processo de subducção da crosta oceânica sob a crosta 
continental leva uma massa continental ao choque com o arco magmático formado 
inicialmente. Quando os dois continentes colidem, a crosta continental levada pela crosta 
oceânica mais densa mergulha sob a outra. Este processo não gera vulcanismo excessivo 
como nos outros dois processosanteriores, mas produz intenso metamorfismo de rochas 
continentais pré-existentes e leva a fusão parcial de porções da crosta continental gerando 
magmatismo granítico. Os exemplos clássicos de feições geradas por esse processo são as 
grandes cordilheiras de montanhas do tipo dos Alpes e dos Himalaias, esta última gerada a 
partir da colisão entre as placas da Índia e a Asiática, processo este iniciado cerca de 70 
milhões de anos atrás que continua até os dias atuais. 
a - Margens Continentais Ativas, situadas nos limites convergentes de placas tectônicas 
onde ocorrem zonas de subducção e falhas transformantes; nessas margens estão em 
desenvolvimento atividades tectônicas importantes, como por exemplo, formação de 
cordilheiras, no processo chamado orogênese. Na América do Sul, o exemplo de margem 
continental ativa é a costa do Pacífico, onde a Cadeia Andina encontra-se atualmente em 
desenvolvimento. 
Geologia Geral | 6. Tectônica da Terra 25 
 
 
Figura 21: Margem continental ativa 
 
b - Margens Continentais Passivas: desenvolvem-se durante o processo de formação de 
novas bacias oceânicas quando há fragmentação de continentes. Este processo é denominado 
de rifteamento, palavra proveniente do termo geológico em inglês Rift Valley, que significa um 
vale de grande extensão formado a partir de um movimento distensivo da crosta, que produz 
falhas subverticais e abatimento de blocos. 
 
Figura 22: Exemplo de margem continental passiva _ Rift Valley 
 
6.2. Dança dos Continentes 
 Um processo geológico representando a importância e magnitude da fragmentação do 
supercontinente Pangea não ocorreu somente nos últimos 200 milhões de anos da história da 
Terra. As informações geológicas disponíveis, principalmente as geocronológicas, 
paleomagmáticas e geotectônicas, demonstram que a aglutinação e fragmentação das massas 
continentais ocorreram diversas vezes no passado geológico e que o Pangea foi apenas a 
última aglutinação de continentes. Antes do Pangea, as massas continentais se juntavam em 
blocos de dimensões e formatos diferentes dos continentes atuais, pois os primeiros blocos da 
crosta continental formaram-se há 3,96 bilhões de anos e foram crescendo com o 
desenvolvimento da nova crosta continental, através de orogêneses, até atingir as dimensões 
atuais. Há 550 milhões de anos cerca de 95% das áreas continentais atuais já estavam 
formadas. 
 
 
 
Geologia Geral | 6. Tectônica da Terra 26 
 
Exercícios de Fixação 
 
1) Qual a origem das placas tectônicas? 
2) Qual o cientista que elaborou a teoria das placas tectônicas? 
3) O que é Pangea, Laurásia e Gondwana? Qual a relação desses com a nova teoria da 
Deriva Continental? 
4) Cite um exemplo de localização geográfica do litoral de continentes que valide a teoria que 
explica as placas tectônicas. 
5) Quais rochas compõem a crosta continental. 
6) Explique o processo de colisão de placas e a relação da mesma com o vulcanismo e com 
vales e montanhas. 
7) Quais fatores associados às correntes de convecção do manto são responsáveis pelas 
zonas de subducção? Explique cada um deles. 
8) Explique o que são Hot Spots e a relação desses com a formação dos arcos de ilhas. 
9) Quais rochas geradas pela zona de subducção? 
10) Explique a relação da zona de subducção com a cordilheira dos Alpes, Andes e dos 
Himalaias. 
11) Discorra uma relação entre Margem Continental Ativa e orogênese, e Margem Continental 
Passiva e a formação de rifts. 
12) Qual a relação entre a litosfera, astenosfera e o manto. 
13) Explique os limites entre placas: divergentes, convergentes e conservativos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Geologia Geral | 7. Vulcanismo 27 
 
7. Vulcanismo 
 
 Quando nos deparamos com uma erupção vulcânica, testemunhamos, na verdade, a 
liberação espetacular do calor interno terrestre acumulado através dos tempos, principalmente 
pelo decaimento de elementos radioativos. Este fluxo de calor, por sua vez, é o componente 
essencial na dinâmica de criação e destruição da crosta, na qual os vulcões, juntamente com 
os terremotos, têm papel essencial desde os primórdios da evolução geológica. 
 As rochas vulcânicas originam-se da consolidação das lavas, constituindo porções 
significativas da crosta terrestre, representadas por montanhas e enormes depósitos rochosos 
nos continentes e assoalhos oceânicos. As lavas, por outro lado, representam amostragens 
reais dos materiais das profundezas da Terra, muito embora parte dos elementos voláteis do 
magma original seja perdida durante o processo de solidificação. Mesmo assim, as lavas 
podem fornecer informações úteis sobre a composição química e o estado físico do material 
constituinte do manto superior. 
 As lavas representam o material rochoso em estado de fusão que extravasa à 
superfície, contemporaneamente ao escape dos componentes voláteis do magma. Os vários 
tipos de lavas são correspondentes extrusivos de magmas félsicos ou máficos. 
7.1. Gases e vapores vulcânicos 
 Durante uma erupção ou a partir de sistemas hidrotermais associados às câmaras 
magmáticas subsuperficiais, os gases e vapores dissolvidos no magma são liberados para a 
atmosfera. O mais abundante é o vapor d'água. Os compostos gasosos de S, Cl e F, por sua 
vez, reagem com a água, originando ácidos nocivos para os olhos, pele e sistema respiratório. 
Mesmo quando em baixas concentrações, podem destruir vegetações e corroer metais. 
7.2. Gêiseres, fumarolas e fontes térmicas 
 Estas exalações de gases e vapores se dão através de pequenos condutos e podem 
continuar por décadas ou mesmo séculos após a erupção vulcânica. Podem ser tanto primárias 
(gases do próprio magma que pela primeira vez são liberados pela superfície) ou secundárias, 
quando ocorre a interferência com a água subterrânea. 
 Gêiseres são jatos d'água quente e vapor em rupturas de terrenos vulcânicos. Esses 
jatos ocorrem em intervalos regulares e com grande força, frequentemente acompanhados por 
um som ruidoso. 
 A formação de um gêiser se dá por águas de chuva num terreno vulcânico, a qual 
encontra uma camada de rochas porosas, onde ocorre o seu armazenamento, como uma 
esponja, constituindo um aquífero. O calor de uma câmara magmática, geralmente situada 
entre 5 e 7 km de profundidade, causa, por condição térmica, o aquecimento do aquífero. Sob 
pressão da coluna de água e do pacote de rochas sotoposto,a água subterrânea se 
superaquece sem ferver, tornando-se menos densa do que a água fria que continuamente se 
infiltra no aquífero. A temperatura dessa mistura aquosa aumenta pouco a pouco até que, a um 
dado momento, uma pequena porcentagem entra em ebulição. Com a expansão do volume, 
cria-se um jato violento de vapor e água aquecida drenada do aquífero, que alcança a 
superfície por um conduto qualquer. Após a redução da pressão o processo é interrompido 
enquanto a recarga do aquífero continua, reiniciando assim o fenômeno. 
 Quando o processo de formação das fontes térmicas envolve temperaturas maiores, 
ocorrem as emanações de gases e vapor - as fumarolas. Quando a água superaquecida 
Geologia Geral | 7. Vulcanismo 28 
 
contendo gases ácidos vulcânicos dissolvidos entra em contato com as rochas encaixantes, 
ocorre a remoção do material fino que se acumula em "panelas" superficiais de lama quente. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fotos 23 e 24: 
Geisers 
 
7.3. Morfologia do vulcão 
 O termo cratera significa boca larga. A cratera representa o local de extravasamento 
do magma e demais produtos associados. A chaminé, ou conduto magmático, liga a câmara 
magmática em profundidade com a cratera. Com o passar do tempo, as paredes da cratera 
podemdesmoronar, causando o seu preenchimento parcial. A cratera do monte Etna (Sicília) 
por exemplo, está atualmente há 800 metros de profundidade em relação ao topo e possui 300 
metros de diâmetro. Eventuais cones satélites podem aparecer nos flancos do vulcão, por um 
desvio do conduto ou à medida que a chaminé e/ou a cratera são bloqueados pelo 
resfriamento da lava ou soterramento. 
 O termo caldeira é aplicado às enormes depressões circulares, originadas pelo 
colapso total ou parcial da cratera e do topo do vulcão, por conta da perda de apoio interno, 
seja pelo escape de gases, seja pela ejeção de grandes volumes de lava. O diâmetro dessa 
feição pode ser superior à 50 km e ela geralmente se associa a um sistema de fissuras radiais 
e em forma de anel na rocha encaixante, preenchidas por diques ou que servem de conduto 
para manifestações explosivas. 
Geologia Geral | 7. Vulcanismo 29 
 
 
Figura 25: Morfologia do vulcão 
 
7.4. Pontos Quentes 
 Sabe-se que somente 5% dos vulcões ativos no planeta Terra situa-se no interior das 
placas litosféricas. As ilhas vulcânicas do Havaí, um desses exemplos, integram uma cadeia 
montanhosa submarina parcialmente submersa com cerca de 6.000 km de extensão da placa 
Pacífica. O vulcanismo nessas ilhas mostra um padrão de idade peculiar frente ao exibido 
pelos vulcões localizados em margens de placas; as rochas são progressivamente mais 
antigas, rumo noroeste ao longo da cadeia. O foco magmático _ que também leva à ocorrência 
de numerosos terremotos _ encontra-se hoje na extremidade sudeste da cadeia na Grande Ilha 
do Havaí, onde estão em atividade vários vulcões. 
 O mecanismo de criação desse conjunto de ilhas é explicado pela ação de um ponto 
quente (Hot Spot) ou pluma mantélica. A pluma configura uma coluna de material rochoso 
superaquecido que ascende lentamente à superfície desde a interface manto inferior _ núcleo 
externo. Essas plumas representam, portanto, mais um mecanismo eficiente de perda do calor 
interno terrestre, associado ao movimento das placas litosféricas. 
 Aparentemente a pluma mantélica, com a sua porção superior em estado de fusão, 
mantém-se estacionária por milhões de anos alimentando um vulcão. À medida que a placa se 
afasta lentamente da pluma, ela transporta o vulcão, tornando-o inativo e, ao mesmo tempo 
que continua o movimento, proporciona que um grande cone seja formado pela continuidade 
de ascenção do material da pluma. A menor densidade do material fundido em relação às 
rochas encaixantes norteia todo o processo. A ascenção ocorre provavelmente muito mais pela 
criação de sistema de fissuras do material rochoso do manto do que através de um conduto 
único, por conta das modificações de pressão e temperatura, que também explicam a 
incidência de terremotos. Com o decorrer do tempo geológico, um conjunto de vulcões aparece 
no interior da placa litosférica, aos quais se associam também grande número de vulcões 
submarinos, conforme observa-se na fisiografia do assoalho oceânico. 
 
 
 
Geologia Geral | 7. Vulcanismo 30 
 
Exercícios de Fixação 
 
1) Qual o evento geológico que leva à formação de vulcões? 
2) Qual a origem das rochas vulcânicas? 
3) Qual o material forma a lava? 
4) Explique como são gerados os gases e vapores vulcânicos. 
5) Como são formados os geiseres? 
6) O que é caldeira e cratera? 
7) Os hot spots ocorrem em que tipo de placa tectônica? 
8)Por qie a ilha do Havaí é tão importante geologicamente? O que ela tem de tão especial? 
9) Sabe-se que os hot spots medem a velociade de uma placa tectônica. Explique 
geologicamente como isso pode ser possível, citando exemplo(s). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Geologia Geral | 8. Geologia Estrutural 31 
 
8. Geologia Estrutural 
 
 Geologia Estrutural é a disciplina das Ciências da Terra, que estuda os processos 
deformacionais da litosfera e as estruturas decorrentes dessas deformações. Investiga, de 
maneira detalhada, as formas geométricas que se desenvolvem em decorrência do dinamismo 
de nosso planeta, abrangendo da escala microscópica à macroscópica; portanto, deformações 
desde a escala dos cristais formadores das rochas até a escala continental, neste último caso 
voltando-se ao exame do deslocamento de blocos de grandes dimensões. 
 O estudo e reconhecimento das estruturas geológicas possuem importância científica e 
prática. Do ponto de vista científico, os estudos em Geologia Estrutural têm mostrado que o 
nosso planeta é dinâmico e que vivemos sobre as placas litosféricas de dimensões 
continentais, que se movem de maneira lenta e contínua. Essa movimentação é, em grande 
parte, responsável pela formação de estruturas geológicas. Do ponto de vista prático, Muitas 
dessas estruturas são responsáveis pelo armazenamento de hidrocarbonetos (petróleo e gás), 
água, minérios, etc. São importantes também em obras de engenharia civil, onde o 
levantamento das estruturas geológicas constituem a base para as grandes obras de 
engenharia, como barragens, pontes, túneis, estradas, etc. 
 A seguir veremos os tipos de deformação e os processos pelos quais as estruturas são 
formadas, isto é, como as rochas respondem aos esforços, baseando-se no comportamento 
dos materiais rochosos e seus mecanismos deformacionais. A segunda parte contém uma 
descrição das principais estruturas, formadas pela dinâmica do nosso planeta. 
 Um corpo rígido rochoso, uma vez submetido a ação de esforços, qualquer que seja a 
causa, pode sofrer modificações em relação à sua posição, por translação e/ou rotação, ou em 
relação à sua forma e/ou distorção. 
 No conjunto considera-se que o corpo sofreu uma deformação, resposta das rochas 
submetidas a esforços , os quais são gerados por forças. 
 Os conceitos de força e esforço são considerados básicos em Geologia Estrutural, pois 
estão completamente relacionados com as estruturas geológicas. Para compreender os 
processos envolvidos na dinâmica do nosso planeta, é necessário conhecermos antes os 
conceitos de força e esforço. 
 Força é conhecida classicamente como uma entidade física que altera, ou tende a 
alterar os estado de repouso de um corpo ou seu movimento retilíneo uniforme. Esta definição 
refere-se à primeira lei de Newton. Em relação à sua segunda lei, Newton observou que a 
aceleração de um objeto é diretamente proporcional à força resultante que atua sobre o corpo 
e inversamente proporcional a sua massa _ expresso matematicamente pela fórmula: 
 
 Newton (N), a unidade básica de força do Sistema Internacional (MKS), é a força 
necessária para imprimir a aceleração de 1 m/s
2
 em um corpo de 1 kg de massa. 
 O exame da influência da pressão hidrostática/litostática, da temperatura e da 
velociade de deformação no comportamento dúctil ou rúptil das rochas, durante o processo 
deformacional, permite uma melhor compreensão do processo. 
Geologia Geral | 8. Geologia Estrutural 32 
 
 Pressão Hidrostática/Litostática: é a pressão vertical em um determinado ponto da 
crosta terrestre, que é igual à pressão exercida pelas rochas sobrejacentes. Rochas 
submetidas a pressões elevadas, por longos períodos de tempo, não apresentam 
grandes resistências aos esforços, ao contrário, fluem como se fossem um líquido 
viscoso. Este é o caso do comportamento do manto terrestre que se movimenta 
lentamente por estar submetido a pressões litostáticas elevadas, entre outras 
condições. A pressão litostática no interior da Terra aumenta com a profundidade de 
acordo com a equação: 
 
 
 
onde ρ é a densidade, g é a aceleração da gravidade e z a profundidade. 
 
 Os ensaios em laboratório mostram que o aumento da pressãoconfinante, que 
desempenha o papel da pressão litostática, torna asrochas mais resistentes à 
deformação, ou seja, elas precisam de uma pressão de carga maior para se deformar. 
Se a pressão litostática for muito elevada, as rochas se deformam, sem no entanto 
ocorrer a ruptura. Denomina-se deformação dúctil. 
 Conclui-se que o aumento da pressão litostática tem por efeito tornar as rochas 
mais resistentes ao fraturamento, fazendo com que a deformação ocorra no campo 
dúctil. 
Temperatura: sabemos que a temperatura no interior da Terra aumenta com a 
profundidade, o gradiente térmico é da ordem de 20
o
C/km, podendo entretanto em 
algumas regiões chega a cerca de 100
o
C/km. 
 Estudos experimentais, sob pressão confinante constante (σ = 400 MPa) e 
temperatura variável, mostram, em geral, que o comportamento mecânico das rochas 
variam conforme o gráfico abaixo: 
 
Figura 26: Círculo de Morh representando as tensões 
 
Com o aumento da temperatura, a rocha se deforma mais facilmente, isto é, um menor 
esforço é necessário para causar uma deformação, fenômeno este acompanhado pelo 
abaixamento do limite de plasticidade do material. 
 Com a profundidade há um aumento da pressão litostática e da temperatura, 
fazendo com que a rocha se deforme mais plasticamente retardando assim a ruptura. 
 Os fatores físicos descritos acima, em especial a temperatura e pressão 
Geologia Geral | 8. Geologia Estrutural 33 
 
hisrostática/litostática, são função da profundidade na crosta terrestre e permitem 
distinguir os domínios deformacionais distintos: o superficial e o profundo. Esses 
domínios deformacionais são caracterizados pela formação de estruturas geológicas 
distintas. 
 Determinamos níveis estruturais os diferentes domínios da crosta, onde 
ocorrem os mesmos mecanismos dominantes da deformação. Entende-se aqui como 
mecanismos da deformação, a deformação rúptil, isto é, a formação de falhas, fendas 
e fraturas marcadas por planos de descontinuidades, enquanto a deformação dúctil é 
entendida como deformação sem perda de continuidade, porém com a rocha sofrendo 
distorção. 
 As estruturas rúpteis e dúcteis, características de cada um desses campos 
deformacionais, são descritas a seguir levando em consideração as principais 
classificações geométricas existentes na literatura, incorporando exemplos de 
estruturas brasileiras. 
 
8.1. Dobras 
 As dobras são deformações dúcteis que afetam corpos rochosos da crosta 
terrestre. Acham-se assim associadas a cadeias de montanhas de diferentes idades e 
possuem expressão na paisagem, sendo visíveis em imagens de satélite. São 
caracterizadas por ondulações de dimensões variáveis e podem ser quantificadas 
individualmente por parâmetros como amplitude e comprimento de onda. A sua 
formação se deve à existência de uma estrutura planar anterior, que pode ser o 
acamamento sedimentar ou a foliação metamórfica (clivagem, xistosidade, 
bandamento gnáissico). 
 O estudo das dobras pode ser conduzido em três escalas: macroscópica, 
mesoscópica e microscópica. Na escala macroscópica a estrutura é visualizada de 
modo contínuo desde amostras na escala de mão até afloramento, ou maior ainda. Na 
escala mesoscópica a estrutura observada é produto da integração e reconstrução de 
afloramentos, sendo, em geral, representadas em perfis ou mapas geológicos. 
 As feições das dobras são adquiridas pela deformação e podem ser 
reconhecidas por um mesmo grupo de dobras, mesmo em afloramentos diferentes. A 
observação da feição da dobra deve ser feita em um plano perpendicular ao eixo da 
dobra. Esse plano é referido como plano de perfil da dobra. Em qualquer outro plano 
diferente deste, o estilo da dobra será alterado. 
 O estudo das dobras é importante na pesquisa mineral, em programas de 
prospecção mineral, exploração e lavra de jazidas, pesquisa de petróleo e obras de 
engenharia, como escavação de túneis, construção de estradas, barragens, etc. 
 A superfície dobrada é um elemento fundamental para a classificação das 
dobras. Sua definição é baseada na curvatura da superfície, sendo ela referenciada à 
curvatura de um círculo. A sua determinação em um ponto qualquer do círculo é feita 
mediante o traçado de uma tangente e de sua normal a partir do ponto considerado. 
Essa normal corresponde ao próprio raio do círculo de referência. 
 A linha de charneira corresponde à linha que une os pontos de curvatura 
máxima da superfície dobrada. Uma outra linha dessa superfície que une os pontos de 
curvatura mínima é denominada linha de inflexão da dobra. Essas linhas dividem as 
Geologia Geral | 8. Geologia Estrutural 34 
 
dobras em dois setores: um de convexidade voltada para cima e outro de convexidade 
voltada para baixo. Estas duas linhas podem ser retas ou curvas, dependendo da 
geometria da superfície dobrada. Uma linha de charneira reta é chamada de eixo da 
dobra. A sua orientação permite definir a posição espacial da dobra, horizontal, vertical 
ou inclinada. Ela situa-se na região de uma superfície dobrada conhecida como zona 
de charneira da dobra. Essa região corresponde ao segmento de curvatura máxima 
desta superfície e é definida em relação a um arco de círculo unitário em que ela é 
inscrita. Dessa forma, obtém-se um parâmetro descritivo útil que expressa a relação 
entre a curvatura da superfície e do círculo. Linha de crista e linha de quilha são 
elementos geométricos que unem, respectivamente, os pontos mais alto e mais baixo 
da superfície dobrada. Estas linhas, em geral, não coincidem com a linha de charneira 
das dobras, exceto no caso das dobras assimétricas com a superfície axial vertical e 
eixo horizontal. 
 A superfície axial pode ser curva ou plana, sendo neste caso referida como 
plano axial. Ela é definida como uma superfície que contém a linha de charneira da 
superfície dobrada. A sua interseção com a topografia resulta em uma linha conhecida 
como traço axial da dobra, e que aparece representada em mapas geológicos. O 
espaçamento e a configuração dessas linhas em mapa, refletem a arquitetura e a 
posição espacial das dobras, constituindo, assim, um parâmetro muito útil à sua 
interpretação. 
As dobras podem ser classificadas em dois tipos: atectônicas, relacionadas com a 
dinâmica externa do planeta e tectônicas, relacionadas com a dinâmica interna. As 
primeiras são formadas na superfície ou próximas a ela, em condições muito 
semelhantes às condições ambiente, sendo desencadeadas pela força da gravidade e 
possuem expressão apenas local. As últimas são formadas sob condições variadas de 
esforço, temperatura e pressão (hidrostática e de fluidos) sendo mais relacionadas 
com processos de evolução crustal, em particular com a formação de cadeias de 
montanhas. 
 
Figura 27: Morfologia de uma dobra 
Geologia Geral | 8. Geologia Estrutural 35 
 
 
Figura 28: Componentes das dobras: anticlinal e sinclinal 
 
 
 
 
Figura 29: Tipos de dobramentos 
 
 
 
 
Geologia Geral | 8. Geologia Estrutural 36 
 
8.2. Falhas 
 As falhas resultam de deformações rúpteis nas rochas da crosta terrestre. São 
expressas por superfícies descontínuas com desplacamento diferencial de poucos cm 
a dezenas e centenas de km, sendo essa a origem da grandeza para o deslocamento 
das grandes falhas. Aparecem como superfícies isoladas e discretas de pequena 
expressão, ou no caso mais comum, como uma região deformada de grande 
magnitude,que é a zona de falha que o deslocamento total é a soma dos 
deslocamentos individuais. A condição básica para a existência de uma falha é que 
tenha ocorrido deslocamentoao longo da superfície. Contudo, no contrário se não 
ocorrer o movimento, a estrutura é chamada de fratura. O relevo oriundo de falhas, 
em geral, é estruturado, bem refletido em fotos aéreas e imagens de satélites. Em 
alguns casos, sobretudo quando se tem uma referência estratigráfica (uma camada de 
carvão, por exemplo), a sua identificação é imediata e, em outros, é mais difícil, 
mesmo para aqueles mais familiarizados com o assunto. Essa dificuldade é 
crescentes em regiões com densa cobertura vegetal e espesso manto de alteração, 
como na Amazônia e boa parte das regiões Sul e Sudeste do Brasil. 
 As falhas são encontradas em vários ambientes tectônicos, sendo associadas 
em regimes deformacionais compressivos, distensivos e cisalhantes. São feições 
comuns em cadeias de montanhas modernas e antigas e aparecem em diferentes 
estágios de sua evolução. Podem ser rasas ou profundas. No primeiro caso afetam 
camadas superficiais da crosta, sendo muitas vezes ligada à dinâmica externa do 
planeta. A atividade sísmica (rasa ou profunda) podem também formar estruturas 
superficiais. No segundo caso podem atravessar toda a litosfera, passando a se 
constituir em limite de placas litosféricas, sendo então referidas como falhas 
transformantes, como a falha San Andreas na costa oeste dos E.U.A. 
 A posição no espaço da superfície de uma falha é fundamental para a sua 
classificação geométrica. Outro parâmetro importante é a estria de atrito desenvolvida 
no plano de falha. Ela permite deduzir o movimento ocorrido no mesmo. É comum a 
falha exibir uma superfície brilhante, conhecida como espelho de falha ou slinkeside. 
Em uma falha inclinada, os blocos separados são denominados capa ou teto e lapa ou 
muro. A capa corresponde ao bloco situado acima do plano de falha, e lapa, ao bloco 
situado abaixo. A existência de um nível de referência em ambos os blocos permite 
classificar a falha com base no seu movimento relativo, conforme será visto mais 
adiante. 
 Outros elementos geométricos de uma falha, como a escarpa e o traço (ou 
linha) da falha resulta da interseção do plano de falha com a superfície topográfica. 
Escarpa de falha e a parte exposta da falha na topografia. Traço de falha corresponde 
a uma linha no terreno que, em mapa, e representando por uma simbologia 
característica. Isto, na realidade, é uma simplificação cartográfica, pois as falhas, na 
natureza, são formadas por inúmeras superfícies subparalelas, dispostas em um 
arranjo tabular que, conjuntamente, define a zona de falha. A escarpa de falha original 
por ser erodia, aparecendo no seu lugar uma escarpa de recuo de falha. O 
deslocamento entre os dois pontos previamente adjacentes, situados em lados 
opostos da falha, medindo no plano de falha, corresponde ao seu rejeito, o qual pode 
ser referido como rejeito total, de mergulho, direcional, horizontal e vertical. 
 O rejeito total, que é expresso por uma linha, pode ser determinado por meio 
de seu valor angular de duas maneiras: (i) medindo-se a projeção desta linha em 
relação à uma horizontal contida no plano de falha, isto é, em relação à direção da 
mesma ou (ii) determinando-se sua projeção horizontal segundo o plano vertical que a 
Geologia Geral | 8. Geologia Estrutural 37 
 
contenha. No primeiro caso denomina-se obliquidade (ou rake), no segundo, 
caimento (ou plunge). Quando o rejeito da falha é em relação à uma camada ou a um 
nível mineralizado, utiliza-se o termo separação. Devido ao seu caráter mais aplicado, 
este termo é usado corretamente na geologia do petróleo e na mineração. A 
separação apresenta os mesmos tipos de componentes do rejeito, sendo, portanto, 
utilizada de forma similar. 
 As falhas são classificadas com base em elementos geométricos e mecânicos: 
Classificação geométrica: leva em conta o mergulho do plano de falha, a forma da 
superfície de falha, o movimento relativo entre os blocos e os tipos de rejeito: 
a - Mergulho da superfície de falha 
Trata-se de uma classificação muito simples, que divide as falhas em dois grupos: 
falhas de alto ângulo, quando o mergulho do plano de falha é superior a 45
o
, e falhas 
de baixo ângulo quando é inferior à 45
o 
. 
 
b - Forma da superfície de falha 
Essa classificação permite dividir as falhas planares e curvas. Uma falha é planar, em 
termos estatísticos, quando a variação da direção da superfície encontra-se no 
intervalo de aproximadamente 5
o
. Essa superfície pode ser vertical ou inclinada. As 
falhas curvas são denominadas falhas lístricas, e são relacionadas a regimes 
distensivos. Em perfil, varia desde uma falha de alto ângulo até baixo ângulo, podendo 
mesmo horizontalizar-se. São conhecidas como falhas em formas de "par" ou "colher". 
 
c - Movimento relativo 
Nesta classificação as falhas são divididas em vários tipos: falhas normais (ou de 
gravidade) e falhas reversas (ou de empurrão). Em uma falha de empurrão a capa e 
o bloco que sobe em relação à lapa ao passo que em uma falha normal ocorre o 
inverso, ou seja, a capa desce em relação à lapa. Como o movimento ocorrido entre 
os blocos é relativo, torna-se difícil saber como ele ocorreu, pois várias combinações 
são possíveis: os dois blocos podem descer ou subir conjuntamente, porém em 
velocidades diferentes, ou ainda, um pode permanecer estacionário, enquanto o outro 
sobe ou desce. 
 
d - Tipos de rejeito 
Esta classificação leva em conta os componentes geométricos do deslocamento entre 
dois pontos previamente contínuos, em lados opostos da falha, em que são medidos 
no plano de falha. Esses elementos, já definidos anteriormente, apresentam números 
máximos de componentes em falhas oblíquas, sendo menor nos demais tipos. Assim, 
em falhas normais e reversas (ou inversas), o rejeito total corresponde ao rejeito de 
mergulho nas falhas transcorrentes, ao rejeito direcional, enquanto nas falhas 
oblíquas, o rejeito total. 
 
Geologia Geral | 8. Geologia Estrutural 38 
 
8.3. Tipos principais de falhas estruturais associadas 
 O três tipos principais de falhas descritos abaixo são encontrados 
frequentemente em sistemas de falhas. Além disso, cada uma delas é caracterizada 
por orientação, movimento ao longo da superfície de falha e campo de tensão distinto. 
Falhas Normais ou de Gravidade: são falhas associadas principalmente com 
tectônica extensional. Na escala global, elas ocorrem associadas às cadeias meso-
oceânicas e às margens continentais tipo Atlântico. São importantes a formação e 
evolução de bacias sedimentares, sendo comuns em regiões com deslizamento de 
encostas e taludes. Associa-se, frequentemente, a arqueamentos regionais, a 
estruturas dômicas ou antiformes, sendo aqui o reflexo da fase de relaxamento que 
acompanha o soerguimento desses estruturas. São falhas em geral de alto ângulo, em 
que a capa desceu em relação à lapa. O deslocamento principal é vertical e o 
componente de movimento é o segundo o mergulho do plano de falha. 
 
Figura 30: Falha Normal 
 
Falhas Reversas ou de Empurrão: são falhas inclinadas e com mergulho em geral, 
inferior à 45
o
. Especificamente para as falhas reversas de baixo ângulo emprega-se 
também a denominação de falhas de empurrão. No Brasil, usa-se ainda o termo 
cavalgamento para falhas de empurrão com mergulhos inferiores á 30
o
. 
 Nesse tipo de falha o esforço principal é horizontal, e o mínimo, vertical. Em 
termos de movimento relativo, a capa sobe em relação à lapa. O rejeito segue o 
mergulho do plano de falha, porém o componente principal do deslocamento, se dá na 
horizontal. O seu traço em mapa é sinuoso, podendo mesmo acompanhar as curvas 
de nível. Em falhas, recentes feições geomorfológicas como escarpas de falhas,

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