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Industrialização Brasileira e Globalização

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INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA DA 
BAHIA – IFBA
CAMPUS – PORTO SEGURO
A INDUSTRIALIZAÇÃO BRASILEIRA NO 
CONTEXTO DA GLOBALIZAÇÃO
PROF. LEONARDO THOMPSON
GEOGRAFIA
A origem da industrialização brasileira pode ser
localizada na segunda metade do século XIX,
apoiada em capitais nacionais de origem agrária
e beneficiada por importantes transformações
na realidade nacional, tais como:
Industrialização Brasileira
• a introdução do trabalho livre;
• formação de um mercado consumidor;
• início da urbanização;
• a expansão do setor bancário;
• introdução das ferrovias e da energia elétrica.
• O processo de industrialização nasceu
simultaneamente nas regiões Sudeste, Sul e
Nordeste, sendo que o crescimento mais
vigoroso ocorreu no Sudeste, com base na força
econômica da cafeicultura.
• Apesar de apresentar uma significativa
expansão, o setor industrial foi secundário na
realidade nacional até 1930, quando a
cafeicultura entra em crise e o grande comércio
exportador perde o poder político.
Industrialização Brasileira Década de 1930
• Getúlio Vargas, conduziu a modernização,
criando as instituições e os meios necessários
para a aceleração industrial, tendo em vista a
substituição de importações – industrialização
voltada para o mercado interno – baseada no
capital privado nacional.
• Foram criados o Conselho Nacional de Política
Industrial; a Comissão de Planejamento
Econômico; o Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística; e o Conselho Nacional do Petróleo.
Década de 1940
• Observa-se o início da participação direta do
Estado nas atividades econômicas, que
caracterizou a economia brasileira até 1990,
quando ocorre o início da desregulamentação.
• A primeira grande empresa Estatal foi a
Companhia Siderúrgica Nacional (CSN, 1941),
instalada em Volta Redonda, no Rio de Janeiro,
localizada no vale do Paraíba do Sul, entre os
dois maiores centros urbanos e industriais do
país.
Década de 1950
• Fenômeno da grande expansão das empresas
transnacionais no mundo contemporâneo data
da década de 1950.
• O Brasil, junto com o México e a Argentina, foi
um dos primeiros países a participar desse
processo;
• A chegada dessas empresas coincide com a
eleição do presidente Juscelino Kubitschek
(1955) e a condução de seu Plano de Metas,
que visava acelerar a industrialização e fazer o
país crescer “50 anos em 5”.
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Plano de Metas - JK (1956-1961)
• O Plano de Metas inaugura o planejamento
econômico em escala nacional;
• Investimento em infra-estrutura: rodovias, 
ferrovias, transportes, energia nuclear, energia 
elétrica, hidroelétricas, petróleo, entre outros.
• Criação da SUDENE, dá início ao planejamento
regional, com o objetivo de reduzir as diferenças
de desenvolvimento;
• Política de atração de capitais estrangeiros,
tendo em vista o setor automobilístico,
considerado dinâmico, dada a sua capacidade
de estimular o desenvolvimento de indústrias
complementares.
“Tripé da Modernização”
• A chegada do capital transnacional, constitui-se
no “Tripé da Modernização Brasileira” formado
pelo capital privado nacional, as empresas
estatais e as empresas transnacionais.
• A mão-de-obra, insumos e matéria-prima
barata, possibilitou a entrada das transnacionais
• A partir daí, a participação do capital estrangeiro
tem sido crescente.
• A industrialização era voltada para um mercado
interno protegido contra a concorrência de
mercadorias estrangeiras, ao mesmo tempo
em que eram facilitadas as importações de
equipamentos industriais.
Década de 1960 e 1970 – “Milagre 
Brasileiro” (1968-1973)
• Sob o regime militar, o crescimento da economia
brasileira apresentou uma extraordinária aceleração,
com ampliação média de 11% ao ano;
• O “milagre” foi abalado pela crise do petróleo de 1973, já
que a elevação dos preços comprometia o
desenvolvimento do país onde a maior parcela do
petróleo era importado;
• Mesmo assim, o país ainda manteve bons níveis de
aceleração econômico-industrial até o final dos anos 70,
numa fase conhecida como o “pós-milagre”;
• Esse crescimento esteve relacionado com os grandes
investimentos em infra-estrutura do regime militar e
o duro controle sobre as manifestações dos
trabalhadores, que garantiu a mão de obra barata e,
juntos levavam à atração de novos investimentos.
Década de 1980 – Crise da dívida 
externa
• A modernização da estrutura econômica
brasileira entre 1956 e 1980 também esteve
baseada em elevados níveis de
endividamento externo;
• Na década de 1970 existia um grande
excedente de capitais disponíveis nos países
mais desenvolvidos, o que facilitava a tomada
de empréstimos, dadas as baixas taxas de juros
vigentes no mercado internacional;
• No início dos anos 80 os EUA, o Japão e os
países da Europa Ocidental enfrentavam uma
inflação elevada e, para combatê-la, elevaram as
taxas internacionais de juros, elevando
consideravelmente os gastos dos países
endividados com o pagamento dos juros.
• Com a elevação dos juros, a dívida brasileira
cresceu como uma “bola de neve” e o país foi
obrigado a fazer um acordo e renegociar com o
Fundo Monetário Internacional (FMI) e aceitar as
medidas de ajuste econômico.
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“A Década Perdida”
A década de 1980 é chamada de “A Década
Perdida” pois, nesse período houve:
• desorganização da produção econômica;
• a atividade industrial ficou estagnada;
• a atração de capital estrangeiro foi incipiente;
• e o processo inflacionário levava à ampliação da
pobreza.
• estagnação dos índices de produtividade da
economia,
• elaboração dos famosos planos de combate à
inflação.
Década de 1990 – Abertura Econômica 
(Neoliberalismo) e Globalização
• Nova etapa: Globalização = Avanço tecnológico;
Avanço das telecomunicações; e Avanços dos
transportes.
• Refere-se à crescente integração dos mercados
nacionais, dos meios de comunicação e dos
sistemas de transportes, com a intensificação do
comércio internacional e a mundialização dos
fluxos financeiros.
• O Brasil redirecionou sua política econômica,
com o objetivo de integrar-se de forma
competitiva no mercado global;
• Essa inserção competitiva foi marcada pela
abertura da economia para a importação de
mercadorias e para os investimentos do
mercado financeiro global;
• A abertura foi fundamentada no ideário do
neoliberalismo, que prega a
desregulamentação da economia e consiste na
redução da participação do estado nas
atividades econômicas;
• Nesse contexto, houve a quebra do monopólio
estatal nos setores antes considerados
estratégicos, como as comunicações e a
produção de energia, e teve início a venda das
grandes empresas estatais (privatizações) do
campo da siderurgia, da mineração, das
telecomunicações e da produção de energia
elétrica.
Plano Real (1994)
• Combate a inflação;
• Valorização da moeda nacional perante ao dólar;
• O Plano Real facilitou ainda mais as importações, que
tornaram-se mais baratas, estabelecendo uma intensa
competição entre a produção nacional e as mercadorias
importadas.
• Levou à modernização do sistema produtivo nacional e,
por outro lado, gerou à falência das empresas nacionais
incapazes de competir;
• Como saldo do Real, pode ser creditado um
extraordinário aumento de produtividade, por outro lado
gerou o aumento dos índices de desemprego, já que
uma economia mais moderna também é poupadora de
mão-de-obra.
Mercosul
• Criação definida pelo Tratado de Assunção
(1991);
• Faz parte da estratégia de integração do Brasil
ao mercado global e de aceleração do
desenvolvimento econômico;
• Liderando esse bloco, o país aumentou o seu
poder de negociação internacional; ampliou o
mercado para atuação das empresas e
indústrias nacionais; e ampliou sua capacidade
de atração de capitais estrangeiros.
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Industrialização Brasileira
Características:
• Industrialização Tardia• Concentração Industrial de 1930 - 1955 
(Centro-Sul) –
• Desconcentração de 1956 - 1990 (SUDENE, 
SUDAM, Zona Franca de Manaus)
• Desigualdades Regionais
• Tendências de Reconcentração 1990 - 2007 
(Abertura econômica / Globalização)
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Globalização e a Industrialização 
Brasileira (Sec. XXI)
• Avanços dos transportes e das
telecomunicaçoes, favorecem a dispersão
geográfica das indústrias, sem prejuízo do
poder de controle das matrizes sobre suas
subsidiárias;
• Grande redes de comunicação favorecem as
formas de administração à distância;
• Descentralização geográfica de grandes
empresas e indústrias dos países desenvolvidos
para países em desenvolvimento, devido a mao-
de-obra e matéria-prima barata, incentivos
fiscais e legislação ambiental “fraca”.
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Brasil como “Global Trader”
• No contexto da globalização, o comércio
exterior brasileiro caracteriza-se por ser
multidirecional;
• As exportações e importações estruturam-se
sobre vários eixos, envolvendo inúmeros
parceiros;
• O brasil é um “global trader”, ou seja, um
parceiro comercial global;
• O país está comprometido com a defesa dos
princípios do multilateralismo e do liberalismo no
comércio interncacional;
• Participa ativamente da Organização Mundial do
Comércio (OMC);
• Nao pertence aos grandes blocos econômicos
mundiais, mas depende do mercado europeu e
norte-americano para expansão das
exportações;
• A abertura econômica brasileira tende a ampliar
a importancia das trocas internacionais na
geração de riqueza nacional.
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Tendências de Reconcentração 
Industrial / Globalização
• Setor privado e governo federal concentram
esforços nas áreas mais dinâmicas e vão
deixando de lado os espaços não competitivos;
• Se por um lado, o sistema de comunicação
proporciona articulação local-global de
algumas regiões brasileiras,
• Por outro lado, há tendência de concentração
de investimentos nas áreas dinâmicas,
principalmente, por possuir: capital humano
qualificado; centros mais avaçados em
tecnologia; e proximidade do consumidor de
maior renda.
Eixos de Desenvolvimento
• Primeiro eixo (Sudeste / Sudoeste / Sul):
ampliação do centro dinâmico;
• Segundo eixo (oeste / Araguaia-Tocantins):
Agroindústria - complementação ao primeiro eixo;
• Terceiro eixo (São Francisco / Transnordestino):
estímulo industrial e potencialidade turística;
• Quarto eixo (Amazônia): conservação ambiental;
potencialidades turísticas ecológicas; e
biodiversidade.
“Rapidez, fluidez virtual e potencial 
aparece no imaginário e na ideologia 
como se fosse um bem comum, mas 
apenas alguns agentes são detentores 
dessa velocidade” (SANTOS, 2001, p.83).
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Referências Bibliográficas
• MAGNOLI, D.; ARAÚJO, R. Geografia a construção do 
mundo. Geografia Geral e do Brasil. São Paulo: Editora 
Moderna, 2005.
• MEHL, Tereza. A evolução do planejamento regional no 
Brasil. Salvador: Unifacs, 2002.
• MOREIRA, J. C.; SENE, E. de. O espaço geográfico e 
globalização. Trilhas da Geografia. São Paulo: Scipione, 
2006.
• SANTOS, Milton. Por uma outra globalização: do 
pensamento único à consciência universal. 5. ed. Rio de 
Janeiro: Record, 2001.
• SCARLATO, Francisco C. O Espaço Industrial do Brasileiro. 
In: ROSS, Jurandyr L. S. (org.). Geografia do Brasil. 5. ed. 
São Paulo: Edusp, 2005.
• VESENTINI, José W. Sociedade e Espaço: Geografia Geral e 
do Brasil. 43. ed. São Paulo: Editora Ática, 2003. .

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