Buscar

Neuroanatomia - Estrutura da substância branca e córtex cerebral

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 5 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Gabriella Puiati Pelluso Página 1 
 
Neuroanatomia 
Estrutura da Substância Branca e do córtex cerebral – CAP 25 
 
I. Centro Branco medular do cérebro 
 Generalidades 
Aparece como uma área de substância branca de forma oval. É constituído de fibras 
mielínicas. Podem ser: 
- fibras de associação: Ligam o córtex a centros subcorticais. Podem ser divididas em fibras de 
associação intra-hemisféricas e inter-hemisféricas. 
- fibras de projeção: Ligam áreas corticais situadas em pontos diferentes do cérebro. 
 
a) Fibras de Associação intra-hemisféricas: 
 
 
 
 Fascículo do cíngulo: Une o lobo frontal ao temporal, passando pelo parietal. 
 Fascículo longitudinal superior: Também denominado fascículo arqueado, liga os lobos 
frontal, parietal e occipital pela face súpero-lateral de cada hemisfério. Possui um papel 
importante na linguagem na medida em que estabelece conexão entre os centros 
anterior e posterior da linguagem. 
 Fascículo longitudinal inferior: une o lobo occipital ao lobo temporal. 
 Fascículo unciforme: liga o lobo frontal ao temporal, passando pelo fundo do sulco 
lateral. 
 
 
b) Fibras de Associação inter-hemisféricas 
São também chamadas de fibras comissurais, pois fazem a união entre as áreas simétricas dos 
dois hemisférios. Essas fibras agrupam-se para formar as três comissuras do telencéfalo. 
 Comissura do fórnix: Formada por fibras que se dispõem entre as duas pernas do 
fórnix e estabelecem conexão entre os dois hipocampos. 
 Comissura anterior: Tem uma porção olfatória que liga os bulbos e tractos olfatórios e 
uma porção não olfatória, que estabelece união entre os lobos temporais. 
 Corpo caloso: Estabelece conexões entre as áreas corticais simétricas dos dois 
hemisférios, com exceção daquelas do lobo temporal, que são unidas pelas fibras da 
comissura anterior. O Corpo caloso permite a transferência de conhecimentos e 
informações de um hemisfério para o outro. No caso de lesão, não há essa 
transferência. 
 
 
c) Fibras de Projeção 
Essas fibras se agrupam para formar o fórnix e a capsula interna. 
 Fórnix: liga o hipocampo aos núcleos mamilares do hipotálamo, integrando o circuito de 
papez, parte do sistema límbico. 
Curtas: Associam áreas vizinhas do córtex 
Longas: Unem-se em fascículos, sendo os mais importantes: 
Gabriella Puiati Pelluso Página 2 
 
 Cápsula Interna: Grande feixe de fibras que separa o tálamo, situado medialmente, do 
núcleo lentiforme, situado lateralmente. Acima do núcleo lentiforme, a cápsula interna 
continua como a coroa radiada. 
Distinguem-se na cápsula interna três partes: 
 Perna Anterior: percorrida pelas fibras do tracto córtico-pontino 
 Joelho: percorrido por fibras do tracto córtico-nuclear 
 Perna Posterior: percorrida por fibras do tracto córtico-espinhal e radiações ópticas e 
auditivas (porção situada abaixo do núcleo lentiforme). 
 
 
 
 
 
A cápsula interna é uma formação muito importante, porque por ela passa a maioria das fibras 
que saem ou que entram no córtex cerebral. 
Lesões: Causam hemiplegia e diminuição da sensibilidade na metade oposta do corpo. 
 
II. Estrutura do Córtex Cerebral 
 
Córtex Cerebral é a fina camada de substância cinzenta que reveste o centro branco medular 
do cérebro. 
 
 
 
 
 
 
1. Citoarquitetura do córtex 
No córtex existem neurônios, células neurogliais e fibras. Os neurônios e as fibras distribuem-
se de vários modos, em várias camadas, sendo a estrutura do córtex muito complexa e 
heterogênea. Distinguem-se dois tipos de córtex: Isocórtex (existem as seis camadas) e 
Alocórtex (nele não existem as seis camadas). 
Camadas do córtex (da superfície para o interior): 
a) Camada molecular: rica em fibras de direção horizontal e contém poucos neurônios. 
Destacam-se as chamadas células horizontais (de Cajal). 
As fibras que passam pela cápsula interna e 
que se dirigem ao córtex vêm do tálamo, 
sendo, pois denominadas radiações. Temos 
a radiação auditiva e a óptica. 
Córtex 
Cerebral
Impulsos 
provenientes de 
todas as vias da 
sensibilidade 
Se tornam conscientes e são 
interpretados. 
Impulsos nervosos que iniciam e 
comandam os movimentos 
voluntários 
Fenômenos Psíquicos 
Gabriella Puiati Pelluso Página 3 
 
b) Camada granular externa: predomínio de células granulares. 
c) Camada piramidal externa: predomínio de células piramidais. 
d) Camada granular interna: predomínio de células granulares. 
e) Camada piramidal interna: predomínio de células piramidais. 
f) Camada de células fusiformes: predomínio de células fusiformes. 
 
 Tipos de células presentes: 
 Células granulares: Possuem dendritos que se ramificam próximo ao corpo 
celular e um axônio que pode estabelecer conexões com células das camadas 
vizinhas. A célula granular é o principal interneurônio cortical, ou seja, ela 
estabelece conexão entre os demais neurônios e fibras do córtex. Além disso, 
a maioria das fibras que chegam ao córtex estabelecem sinapse com essas 
mesmas células granulares, que são, assim, as principais células receptoras 
do córtex cerebral. 
 Células piramidais: Possuem dois tipos de dendritos, apicais (dirige-se às 
camadas mais superficiais) e basais (muito mais curtos, distribuem-se próximo 
ao corpo celular). O axônio das células piramidais tem direção descendente e 
em geral ganha a substância branca como fibra eferente do córtex (ex: fibras 
que constituem o tracto córtico-espinhal). As células piramidais gigantes, 
encontradas apenas no giro pré-central (área motora), são denominadas 
células de Betz. 
 Células fusiformes: Possuem um axônio descendente que penetra no centro 
branco-medular. São células efetuadoras. 
 
 
2. Fibras e circuitos corticais 
As fibras que saem ou que entram no córtex cerebral passam, necessariamente, pelo centro 
branco-medular. Essas fibras podem ser de associação ou de projeção. 
 Fibras de Projeção: Ligam o córtex a centros subcorticais, podendo ser aferentes e 
eferentes. 
I. Fibras de projeção Aferentes: Podem ter origem talâmica ou extratalâmica. 
 
 Extratalâmicas: São fibras monoaminérgicas originadas na formação 
reticular, ou colinérgicas oriundas do núcleo basal de Meynert. Distribuem-
se em todo o córtex cerebral, mas seu modo de terminação não é uniforme. 
Isso mostra que elas não exercem uma ação generalizada de excitação ou 
inibição, mas sim, aumentam ou diminuem a atividade em regiões corticais 
específicas. Logo, sua ação sobre o córtex é moduladora. Ou seja, elas 
modificam as características eletrofisiológicas das células corticais, 
influenciando assim o seu funcionamento. 
 Talâmicas: Podem vir de núcleos talâmicos específicos (As radiações 
talâmicas originadas nesses núcleos terminam na IV camada, a granular 
interna. A qual é muito desenvolvida nas áreas sensitivas do córtex) e 
inespecíficos (As fibras originadas de núcleos talâmicos inespecíficos se 
distribuem a todo o córtex, sobre o qual exercem ação ativadora, como 
parte do SARA. Essas fibras terminam em todas as camadas corticais, mas 
principalmente nas três mais superficiais). 
 
II. Fibras de projeção eferentes: Estabelecem conexões com vários centros 
subcorticais e originam-se em sua grande maioria na camada V, piramidal 
interna. Essa camada é muito desenvolvida nas áreas motoras do córtex. 
Gabriella Puiati Pelluso Página 4 
 
Em síntese: a camada IV (granular interna) é a receptora de projeção e a camada V (piramidal 
interna) efetuadora de projeção. 
 
 As demais camadas do córtex são predominantemente de associação e seus axônios 
ligam-se a outras áreas do córtex, passando pelo centro branco modular. Os neurônios do 
córtex se organizam em colunas, cada uma contendo de 300 a 600 neurônios conectados 
verticalmente. As colunas, queatingem toda a espessura do córtex, constituem as unidades 
funcionais do córtex. 
Admite-se que os impulsos que chegam ao córtex passam sucessivamente das camadas 
superficiais às profundas e vice-versa, podendo voltar repetidas vezes à mesma célula através 
de circuitos reverberantes ou auto-excitadores, antes de saírem do córtex. 
 
 
 
 
 
 
 
3. Classificação das áreas corticais 
 Classificação Anatômica: 
Baseia-se na divisão de sulcos, giros e lobos. Assim, temos o córtex dos lobos frontal, temporal 
etc. A divisão anatômica não corresponde a uma divisão funcional ou estrutural. É importante 
na pratica médica para a localização de lesões corticais. 
 Classificação Estrutural: 
O córtex cerebral pode ser dividido em numerosas áreas citoarquiteturais. A divisão mais aceita 
é a de Brodmann, que identificou 52 áreas. 
 
 
 
 
 
 
 
Obs: O isocórtex ocupa 90% da área cortical e corresponde ao neocórtex. 
 
Um mesmo neurônio cortical está 
sujeito à influência de muitos outros. Os 
caminhos que os impulsos intracorticais 
podem seguir variam de uma maneira 
quase ilimitada, o que torna 
praticamente impossível a existência de 
dois indivíduos com exatamente os 
mesmos circuitos corticais. 
Um só neurônio da área motora 
recebe influência de cerca de 600 
neurônios intracorticais. 
Córtex 
Isocórtex 
Alocórtex 
Homotípica: As 6 camadas são sempre individualizadas com facilidade 
Heterotípica Granular: Característico de áreas sensitivas. 
Agranular: Característico de áreas motoras. 
Não podem ser claramente 
individualizadas. 
Diminuição das células granulares 
e aumento das piramidais, que até 
invadem as camadas granulares. 
Gabriella Puiati Pelluso Página 5 
 
 Classificação filogenética: 
Pode-se dividir o córtex cerebral em arquicórtex (Hipocampo), paleocórtex (parte do giro 
hipocampal e o úncus) e neocórtex (Todo o resto do córtex). Arqui e paleocórtex ocupam áreas 
corticais antigas ligadas à olfação e ao comportamento emocional, fazendo parte do rinencéfalo 
e do sistema límbico. 
 Classificação Funcional: 
Do ponto de vista funcional, as áreas corticais não são homogêneas. Foi-se estabelecido o 
conceito de somatotopia das áreas corticais, ou seja, existe uma correspondência entre 
determinadas áreas corticais e certas partes do corpo. As localizações funcionais devem, no 
entanto, ser consideradas como especializações funcionais de determinadas áreas e não como 
compartimentos isolados e estanques. Assim existe uma possibilidade de se obter movimento 
por estimulação de uma área somestésica e ainda assim se tratar de uma área 
primordialmente sensitiva. As várias áreas funcionais podem ser classificadas como áreas de 
projeção e áreas de associação. 
Todas as áreas corticais têm conexões com os centros subcorticais, principalmente com o 
sistema ativador reticular ascendente (SARA), cuja ação se exerce sobre todo o córtex. 
 Áreas de Projeção: (Áreas Primárias) Recebem ou dão origem a fibras relacionadas 
diretamente com a sensibilidade e com a motricidade. Lesões nessa área podem 
causar paralisias e/ou alterações na sensibilidade. Podem ser divididas em: 
a. Áreas sensitivas: isocórtex heterotípico granular. 
b. Áreas motoras: isocórtex heterotípico agranular. 
 
 Áreas de Associação: São as demais áreas que de um modo geral estão relacionadas 
com as funções psíquicas complexas. Lesões nessas áreas podem causar alterações 
psíquicas. 
 Presença de isocórtex homotípico (não são nem sensitivas nem motoras) 
 Áreas secundárias (unimodais): Estão relacionadas indiretamente com uma 
determinada modalidade sensorial ou com a motricidade. As conexões de uma 
determinada área de associação unimodal se fazem predominantemente com 
a área primária de mesma função. 
 Áreas terciárias (supramodais): Mantêm conexões com várias áreas unimodais 
e com outras supramodais. Envolvidas com atividades psíquicas superiores. 
 
 
  Áreas 
funcionais 
do córtex 
cerebral 
De projeção 
(áreas primárias) 
De associação 
Sensitivas: isocórtex heterotípico granular 
Motoras: isocórtex heterotípico agranular 
Secundárias 
(unimodais) 
Terciárias 
(supramodais) 
Sensitivas 
Motoras

Outros materiais