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Aula 2: Breve retrospectiva histórica da didática

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Disciplina: Didática
Aula 2: Breve retrospectiva histórica da didática
Apresentação
Nesta aula, apresentaremos uma breve retrospectiva histórica da Didática, situando
momentos históricos que tiveram uma importância significativa na construção da
área, sobretudo, em seus princípios fundamentais. Apresentaremos a retrospectiva
separando por etapas, facilitando a compreensão e apontando seus pensadores
representantes, estrangeiros ou que ofereceram contribuições para o sistema
educacional brasileiro.
Ressaltamos que é fundamental a leitura crítica acerca dos modelos
pedagógicos/teóricos, uma vez que nos encontramos em outros contextos. E se
desejamos contribuir para a formação emancipada das novas gerações, devemos nos
emanciparmos como docentes, entretanto, conforme já mencionado na aula anterior,
não é suficiente que essa informação seja passada de uma pessoa para a outra, logo,
enfatiza-se que a apropriação crítica, acerca dos modelos que já estão postos,
envolve aprofundamento teórico por parte do professor em formação, o que não
significa que, após anos de experiência, o professor esteja isento de buscar novos
conhecimentos, ficando evidente que a atualização é fundamental.
Acrescenta-se, também, que o fato de conhecermos novas referências não implica em
abandonarmos as fontes iniciais, uma vez que, conforme já mencionado,
representadas por seus pensadores, deixaram suas nobres contribuições.
Bons Estudos!
Objetivos
Reconhecer as nuances da prática pedagógica, do fazer docente, tendo em vista
o contexto sócio-histórico;
Avaliar as contribuições de pensadores para o sistema educacional brasileiro.
Antiguidade
Nesse período, podemos destacar Sócrates , Platão e Aristóteles,
considerados os primeiros educadores, representando algumas expressões
filosóficas.
Esses pensadores, no interior de seus tempos históricos, desenvolveram e
difundiram concepções de educação do homem que ligam o desenvolvimento
humano a finalidades colocadas em um modelo ideal de humanidade: de
formação de caráter, de moral, de hábitos, do domínio das paixões, da justiça,
do desenvolvimento religioso-intelectual, físico e artístico.
Estátua de Sócrates.
Estátua de Platão.
Estátua de Aristóteles.
Idade Média
1
Na idade média, a partir de influências religiosas da Igreja Católica, a
educação enfatizou a formação do homem como ser incompleto em busca da
perfeição. O homem deveria merecer a vida sobrenatural, desenvolver
princípios cristãos a partir da salvação de sua alma e respeitar o dogma da
Igreja como representante terrena da autoridade divina.
A Bíblia era o livro consagrado na pedagogia da escolástica, e os princípios
fundamentais desse modelo de educação podem ser encontrados na obra de
Santo Tomás de Aquino e na Ratio Studiorum dos jesuítas que foram os
principais educadores de quase todo o período colonial.
Você deve estar se questionando: como era o processo de aprendizado?
Veremos, a seguir.
 Bíblia (Fonte: Maike Hildebrandt /
Shutterstock)
 Salão de 1874; pintura. - Aulas de desenho na
escola cochin, por truphème.. - O desenho hernault,
vintage ilustração gravada. magasin pittoresque
1875.
O estudo era privado, em que o mestre prescrevia o método de estudo, a
matéria e o horário; as aulas eram ministradas de forma expositiva, os
exames eram orais e o discípulo deveria memorizar, repetir o que decorou. O
enfoque era centrado em seu caráter meramente formal, tendo por base o
intelecto, o domínio do conhecimento.
Nessa época, a educação era restrita à elite, aos filhos de brancos e colonos,
padres, monges que enquanto estudavam, estavam isentos do trabalho; e
enquanto os pobres trabalhavam, estavam excluídos da escola, cujo
significado do termo se refere ao “lugar do ócio”.

Comentário
Diante disso, surgem os questionamentos:
Até que ponto evoluímos?
Será que, nos dias atuais, ainda encontramos essa prática de ensino
nas escolas públicas e privadas?
Será que, atualmente, apenas, os ricos têm acesso à escola?
E a qualidade das escolas?
Há diferenças entre escolas públicas e privadas?
Idade Moderna
Você sabia que Comenius (1592-1670) é considerado o Pai da Didática
Magna?
Comenius criticou o dogmatismo da Igreja, a pedagogia da escolástica,
afirmando que todos os jovens, independente do sexo, deveriam ter acesso à
escola e propôs a reformulação do ensino e da cristandade.
O Tratado Universal da Didática Magna se referia à arte de ensinar tudo a
todos, sem se desvincular totalmente das ideias religiosas, Comenius propõe
que o aluno deveria ser instruído para os bons costumes, desenvolver virtudes
para viver em sociedade, visando o progresso da nação.
Tal proposta pedagógica tinha como objetivo instrumentalizar o homem para o
trabalho produtivo dirigido às finalidades de uma sociedade capitalista.
Assim, questiona-se: até que ponto é possível ensinar tudo a todos através de
um método universal que, talvez, se aplique a todos e a ninguém ao mesmo
tempo?
 John Amos Comenius (Fonte: wikipedia)
Comenius, devido as suas propostas de ensinar tudo a todos, de sistematizar
o ensino, com ênfase na economia do tempo e da energia, bem como no
individualismo, passou a ser reconhecido, mais tarde, por educadores,
estudiosos contemporâneos como um dos representantes da pedagogia
tradicional.
Martins (2012), ao se referir a Comenius, em sua obra, ressalta que para
viabilizar o método único de ensinar tudo a todos proposto por Comenius no
século XII, era preciso centralizar o ensino em um único professor e que
atendesse a um grande número de alunos. O trabalho seria organizado na
escola, de modo que o aluno obedecesse a uma hierarquia, sendo o professor
considerado um “inspetor supremo”, o qual deveria com uma “habilidosa
vigilância” controlar o desempenho da turma por meio de atuação direta dos
seus auxiliares, “os chefes de turma”.
Comenius, citado por Martins afirmava:

Não é necessário que o professor ouça sempre todos os
alunos, nem que examine sempre os cadernos e os
livros de todos, pois tendo como ajudantes os chefes de
turma, estes estarão atentos a que os alunos,
colocados sob sua responsabilidade, procedam como
devem.
Comenius
Como se pode constatar, o processo de ensino aprendizagem é controlado
pelo professor, esperando-se que o aluno se comporte, apresentando uma
resposta ou uma conduta previamente determinada.
Idade Contemporânea
Herbart (1766-1841), foi considerado o Pai da Pedagogia Tradicional. Podemos
dizer que Herbart e Comenius são os principais representantes do modelo
tradicional de ensino.
Herbart propôs o método da transmissão-assimilação, tomando por base os
estudos da Filosofia e da Psicologia.
Com o foco no desenvolvimento moral e intelectual da criança, formulou um
esquema a ser seguido pelo professor na instrução que Martins (2012)
apresenta em sua obra.
Mas em quê consistiu esse esquema?
O esquema consiste em cinco passos. São eles:
01
Preparação do aluno: que pode se dar com a recordação da lição anterior, o
despertar do interesse, a proposição de linhas gerais dentro das quais se situa
a matéria que vai ser apresentada; recordar os conhecimentos aprendidos;
apresentar o novo conhecimento.
02
Apresentação pelo professor do conteúdo a ser assimilado pelo aluno pela
técnica da exposição (aulas expositivas).
03
Assimilação pelo aluno do novo conteúdo por meio da comparação do
conhecimento novo com o conhecimento ao velho, partindo sempre do mais
simples para o mais complexo.
04
Sistematizar o conhecimento visando à generalização.
05
Aplicação através de exercícios.
No modelo tradicional de ensino, o professor tende a repassar o conteúdo
como verdade absoluta, não se abre espaço para o questionamento na sala de
aula; e o professor é o detentor do saber.
O aluno, por sua vez, é aquele que não tem luz, apenas devereceber
passivamente, absorvendo a massa de conteúdos que o professor lhe deposita
em sua mente.
O ensino é centrado no professor que transmite o conhecimento verticalmente
para o aluno, ficando claro o formato de um modelo linear de ensino, via de
mão única.
 Professor em sala de aula (Fonte: Alexander
Raths / Shutterstock)

Atenção
E qual é a finalidade desse modelo de ensino?
A finalidade educacional é que o aluno se ajuste à sociedade, se
desenvolvendo moral e intelectualmente. Segundo Herbart, o fim da
educação é a moralidade, atingida através da instrução educativa [...] A
principal tarefa da instrução é introduzir ideias corretas na mente dos
alunos. O professor é um arquiteto da mente. Ele deve trazer à atenção
dos alunos aquelas ideias que deseja que dominem em suas mentes
(LIBANEO, 2013).
Normalmente, o professor que respalda a sua prática nessa concepção de
ensino, tende a controlar o processo de aprendizagem, determinando as
respostas que o aluno deverá apresentar nas avaliações, geralmente,
testes e provas, através da memorização, da repetição, com ênfase no
resultado, na quantificação e não no processo de aprendizagem.
Predomina a cultura do silêncio, a autoridade do mestre e a disciplina
baseada no medo da punição. Podemos dizer que a docência, quando é
respaldada nessa perspectiva, a ênfase se dá mais na informação e
menos na formação integral, mais na reprodução e menos na
transformação, mais no aluno como objeto e menos no aluno como
sujeito, mais na linearidade e menos na dialética.
Diante desse quadro, questiona-se se:
É possível, com essa prática tradicional,
contribuir para que as novas gerações
apresentem competências, tais como autonomia,
visão crítica de mundo, capacidade de
argumentação, de modo que correspondam às
demandas do mundo atual?
O sistema educacional brasileiro
De 1700 a 1900, aproximadamente, pensadores europeus e norte-
americanos, também podem ser citados como referências de modelos teóricos
que contribuíram e continuam contribuindo para o sistema educacional
brasileiro, na medida em que se preocuparam com o desenvolvimento da
criança e com a necessidade de um método de ensino em que o aluno fosse
sujeito ativo e interativo.
Dentre os pensadores da época, podemos destacar:
Rousseau
Jean-Jacques Rousseau (1712-1778) — “O homem é bom no seu estado
natural”. O papel do educador: afastar a criança dos vícios da sociedade,
permitindo-lhe desabrochar espontaneamente suas potencialidades inatas;
não impor e sim desenvolver a curiosidade, a sabedoria.
 Fotografia de Rousseau (Fonte: Georgios
Kollidas / Shutterstock)
 Fotografia de Pestalozzi (Fonte: wikipedia.
Disponível em: https://bit.ly/2jm7a1D
<https://bit.ly/2jm7a1D> ). Acesso em: 02
mai. 2018.
Pestalozzi
Johann Heinrich Pestalozzi (1746-1827) — Defendia a doutrina naturalista:
que o homem nasce bom e que o seu caráter era formado pelo ambiente que
o rodeia. Aplicou as ideias de Rousseau. “Para sua época, esta ideia era um
tanto inovadora porque, na segunda metade do século XVIII, a concepção
corrente era de que as transformações revolucionárias seriam o remédio que
curaria todos os males sociais. Por isso, ao advogar a ideia de que a educação
era um meio de regenerar a sociedade, ele estava introduzindo um elemento
novo no ideário pedagógico de seu tempo” (HAIDT, 2000, p. 18).
Froebel
Friedrich Wilhelm August Froebel (1782-1852) — Criador do Jardim de
Infância, em 1837, dizia que “as crianças são como as plantas, cujo
desenvolvimento futuro é uma consequência do tratamento que recebem nos
primeiros anos de vida. Por isso, elas devem crescer à luz da natureza,
lançando raízes sobre a sua terra, alimentando-se do seu próprio ambiente”.
 Fotografia de Froebel (Fonte: wikipedia.
Disponível em: https://bit.ly/2HOSgvz
<https://bit.ly/2HOSgvz> ). Acesso em: 02
mai. 2018.
 Fotografia de Decroly (Fonte: wikipedia.
Disponível em: https://bit.ly/2FA36DP
<https://bit.ly/2FA36DP> ). Acesso em: 02
mai. 2018.
Decroly
Jean-Ovide Decroly (1871-1932) — A escola ideal: ambiente onde a criança
pudesse observar, diariamente, os fenômenos da natureza e a manifestação
de todos os seres humanos; além de conhecer o meio social em que vive.
Maria Montessori
Maria Montessori (1870-1952) — Em 1912, elaborou o método montessoriano
(escola primária de sucesso internacional). Montessori dava importância à
educação sensorial e recusava as técnicas didáticas fixas. Opunha-se à
Pedagogia tradicional, católica. O método montessoriano é centrado na
autoeducação por meio de brinquedos educativos (corrente vitalista). “A
principal ideia que sustenta as ideias de Maria Montessori é a de que a criança
tem que ser posta em primeiro lugar e considerada nas suas especificidades.
Na sua concepção, a infância é uma idade própria, com características
particulares, o que não permite reduzir a criança a um adulto em miniatura”
(CORDEIRO, 2007, p. 175).
 Fotografia de Maria Montessori (Disponível em:
https://bit.ly/2HQ3v6I
<https://bit.ly/2HQ3v6I> ). Acesso em: 02
mai. 2018.
 Fotografia de Dewey (Fonte: wikipedia.
Disponível em: https://bit.ly/2Al4YSU
<https://bit.ly/2Al4YSU> ). Acesso em: 02 mai.
2018.
Dewey
John Dewey (1859-1952) — “Agir como uma meta é agir inteligentemente.
Aprender fazendo”. Ação precede o conhecimento e o pensamento. “Antes de
existir como um ser pensante, o homem é um ser que age”. “Sua pedagogia
baseia-se nas noções de experiência e atividade. Pondo-se contra as
proposições de Herbart, Dewey insiste em que só se pode realmente aprender
aquilo que corresponde a um interesse verdadeiro e espontâneo, que conecta
o indivíduo ao objeto do conhecimento” (CORDEIRO, 2007, p. 172-173).
Kilpatrick
William Heard Kilpatrick (1871–1965) — Organismo intervém em toda a
atividade: o pensar, o sentir, os impulsos (o objetivo, a necessidade é que
impulsiona o indivíduo), ação corporal, secreções glandulares.
 Fotografia de Kilpatrick (Disponível em:
https://bit.ly/2rgwkD6
<https://bit.ly/2rgwkD6> ). Acesso em: 02
mai. 2018.
 Fotografia de Claparède (Fonte: wikipedia.
Disponível em: https://bit.ly/2JO8rtp
<https://bit.ly/2JO8rtp> ). Acesso em: 02 mai.
2018.
Claparède
Édouard Claparède (1873-1940) — É a favor de uma educação funcional, de
uma escola sob medida: pedagogia adaptada ao caráter individual do aluno.
Em 1912, criou o Instituto Jean Jacques Rousseau, voltado para Psicologia
Infantil. A educação ideal é aquela que cria, na criança, um comportamento
que satisfaça as suas necessidades orgânicas e intelectuais.
Freinet
Célestin Freinet (1896-1966) — É a favor da não ruptura entre escola e meio
social (vida e escola). O educador precisa tornar a escola uma continuidade da
vida. O professor deve considerar os interesses de seus alunos, permitindo a
livre expressão deles: conversas livres, composição de pequenos textos e
desenhos livres. Exemplo: pedir ao aluno que desenhe ou narre oralmente
acontecimentos de sua vida, assim como observações e experiências;
encorajar o aluno a produzir textos e desenhos livres; levar o aluno a falar e a
escrever melhor.
 Fotografia de Freinet (Disponível em:
https://bit.ly/2FyhsVb
<https://bit.ly/2FyhsVb> ). Acesso em: 02 mai.
2018.
 Fotografia de Piaget (Fonte: wikipedia.
Disponível em: https://bit.ly/2k8cR35
<https://bit.ly/2k8cR35> ). Acesso em: 02 mai.
2018.
Piaget
Jean William Fritz Piaget (1896-1980) — Foi convidado por Claparède para
assumir a direção dos estudos do Instituto Jean Jacques Rousseau em 1923.
Em 1929, assumiu a diretoria do centro internacional de educação, órgão que
passou a ser filiado à UNESCO. Escola: oferecer ensinamentos sobre a
educação moral, social, cívica. É considerado interacionista e conhecido pelos
seus estudos sobre os estágios cognitivos/estágios de desenvolvimento
intelectual da criança.Esse pensadores foram considerados desenvolvimentistas na medida em que
concentraram seus estudos no desenvolvimento natural e espontâneo da
criança, com ênfase nos fatores internos (biológicos/maturação orgânica) e
fatores externos (o meio imediato, tal como a família e a escola).
De alguma forma, apresentam pontos convergentes, apesar de suas
respectivas particularidades. Acrescenta-se a isso, a influência que o modelo
escolanovista, no Brasil, década de 1930, recebeu de tais pensadores,
ressaltando-se que esse foi um movimento que veio para superar a Pedagogia
tradicional, tendo como representantes, aqui, em nosso país, Anísio Teixeira,
Fernando Azevedo, Lourenço Filho, Cecília Meireles e outros, considerados os
pioneiros no manifesto da educação renovada.

Saiba mais
Conheça um pouco mais sobre a Trajetória histórica da Didática
<galeria/aula2/anexo/trajetoria_historica_didatica.pdf> .
Surgimento da Educação a
Distância
Nesse contexto, ressalta-se também o surgimento do ensino a distância que,
com o advento das novas tecnologias (leia-se Informática), surge um
potencial de mensagem. Nada mais é fixo, estático, tratando-se das
multimídias, do hipertexto (conjunto de textos, imagens, sons, enfim,
estímulos) como se fosse um caleidoscópio, conforme nos ensina Pierre Levy
(1994).
Dessa forma, o espaço cibernético está se tornando um lugar essencial para
construção do saber, uma vez que abre infinitas possibilidades. Surge, então,
uma nova cultura de aprendizagem com a emergência de uma nova
inteligência, a inteligência coletiva (LEVY, 1994) — tudo isso graças a essa
nova forma de cooperação e coordenação em tempo real.
Segundo Pinto e Pinto (2011) apesar de um desafio instigante, tendo em vista
os recursos tecnológicos atuais, cada vez mais sofisticados, há que se cuidar,
sobretudo, para que não represente um instrumento de opressão, mas sim de
libertação, pois, apesar da redução de tempo e custo no ensino a distância, é
preciso que se questione, de fato, o nível de formação que se pretende
oferecer.
O discurso ideológico para que as pessoas continuem acreditando que sua
posição social se deve à falta de escolarização, falta de capacidade,
habilidade, aptidão, e não às injustiças intrínsecas à própria sociedade
capitalista, deveria fazer parte das discussões sobre a EAD.
Mas, quais dificuldades a EAD poderá enfrentar?
 Jovem estudando com o computador. (Fonte:
Foxy burrow / shutterstock)

Saiba mais
Entre o discurso teórico e as ações pedagógicas poderá existir, segundo Silva
(2003), de fato, forte discrepância. Ainda que os defensores da EAD garantam
que a qualidade de ensino será mantida, é preciso ter olhar crítico, não fechar os
olhos para interesses mercadológicos, colonizadores, próprios do processo de
globalização que vivenciamos.
Assim, não há como deixar de pensar nas possíveis precariedades próprias da
EAD apontadas por Marco Silva (2003), ou seja, o risco de se banalizar a
educação, fazer desse espaço virtual por excelência, na construção de
conhecimento e competências, “algo” que vá na contramão da proposta
inovadora, consistente e de qualidade da EAD, conseguindo, com isso, resultados
exatamente antagônicos aos esperados, como, por exemplo, a boa colocação
dos formandos no mundo do trabalho.
Sobre essa modalidade de ensino, iremos aprofundá-la em aulas posteriores.
Referências
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In: Revista Educação: teorias e práticas. Universidade Católica de Pernambuco. Ano
2, n. 2, dezembro de 2002.
ALVES, Tiago Soares. A didática na formação dos futuros professores: algumas
considerações. In: Anais do II Seminário de Pesquisa do NUPEPE Uberlândia/MG p.
477-484, 21 e 22 de maio 2010.
ARROYO, M.G. Experiências de inovação educativa: o currículo na prática da escola.
In: MOREIRA, A. F. (org.). Currículo: políticas e práticas. São Paulo: Papirus, 1999. p.
131– 164.
CAMURRA, Luciana; TERUYA, Teresa Kazuco. Escola pública: manifesto dos pioneiros
da educação nova e o direito à educação. In: I Simpósio Nacional de Educação. XX
Semana de Pedagogia na Universidade Estadual de Maringá, nov. 2008.
CANDAU, V. M. Reformas educacionais hoje na América Latina. In: MOREIRA, A. F.
(org.). Currículo: políticas e práticas. São Paulo: Papirus, 1999. p. 29–42.
CORDEIRO, Jaime. Didática. São Paulo: Contexto, 2007.
GIROUX, H. A. Os professores como intelectuais. Rumo a uma pedagogia crítica da
aprendizagem. Porto Alegre: Artes Médicas, 1997.
HAIDT, Regina Célia C. Curso de didática geral. São Paulo: Ática, 2000.
LEVY, P. A emergência do cyber espace e as mutações culturais. In: Festival Usina de
Arte e Cultura I, Porto Alegre, outubro, 1994.
LIBANEO, J. C. Didática. São Paulo: Cortez, 2013.
LINGUARD, B. É ou não é: globalização vernacular, política e reestruturação
educacional. In: BURBULES, N.C. & TORRES, C.A. Globalização e educação. Porto
Alegre: Artes Médicas, 2004. p. 59-76
MARTINS, Pura Lúcia Oliver. Didática. Curitiba: Intersaberes, 2012.
PARO, V. H. Parem de preparar para o trabalho!!! Reflexões acerca dos efeitos do
neoliberalismo sobre a gestão e o papel da escola básica. In. FERRETTI, C.J., SILVA
JUNIOR, J. R., OLIVEIRA, M.R.N.S. (orgs.). Trabalho, formação e currículo. Para onde
vai a escola? São Paulo: Xamã, 1999. p. 101–120.
PINTO, Therezinha de Jesus Conde; PINTO, Ana Maria Conde. EAD: desafios à
docência. In: Revista Conhecimento e diversidade. Tecnologias e conhecimento. La
Salle, Institutos Superiores. n. 5, jan a jun. Rio de Janeiro, 2011.
SILVA, M. Educação na cibercultura: o desafio comunicacional do professor presencial
e online. In: Revista da FAEEBA, Educação e Contemporaneidade, Salvador, v. 12, n.
20, p. 261-271, jul./dez., 2003.
VEIGA, Ilma Passos Alencastro. Didática: uma retrospectiva histórica. In: Repensando
a didática. Campinas, São Paulo: Papirus, 2011, p. 33-54.
Próximos Passos
• Tendências liberais de ensino e os reflexos no contexto escolar.
Explore mais
Para aprofundamento sobre a história da Didática, acesse o artigo Retrospectiva
histórica da didática e o educador <https://www.maxwell.vrac.puc-
rio.br/7548/7548.PDF> .
Para aprofundamento sobre o Manifesto dos pioneiros, acesse o artigo Escola
pública: manifesto dos pioneiros da educação nova e o direito à educação
<http://www.unioeste.br/cursos/cascavel/pedagogia/eventos/2008/4/Art
igo%2015.pdf> .

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