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Segunda Monitoria de obrigações I

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Segunda Monitoria de obrigações I – 19/09/14
Tamires Tatiana Souza Santos
A obrigação no Direito Romano: Características e principais legados.
Um grande marco para o instituto das obrigações foi a lei das XII Tábuas, que, postulada no período republicano, foi caracterizada pela imposição de um extremo formalismo e ritualismo para garantir a validade dos contratos, a fonte principal das obrigações. A expressão “Ex nudo pacto actio non orietur” representa esse formalismo, no qual as convenções que não se encaixasse nas 5 actiones legis, não constituiriam para o credor o direito de ação , o que permitiria exigir do devedor a prestação. Dessa forma, a ação antecedia o direito. Dentro dessas 5 ações, existiam algumas que eram In rem, que consistiam no direito de reivindicar bens ( relação pessoa- coisa) e outras que eram In personam, no qual a pessoa poderia exigir de outra o cumprimento de uma dívida ( relação pessoa- pessoa). Logo, além do extremo ritualismo e formalismo (que predominavam sobre o acordo de vontades), essa lei promoveu uma noção inicial de direito pessoal e real. 
	Inicialmente, as obrigações possuíam um vínculo com caráter extremamente pessoal, no qual a inexecução de uma obrigação ou realização de um delito implicariam numa execução sobre o corpo da pessoa, retirando parte de seu corpo (ou dividindo-as em caso de concurso de credores) ou tornando o devedor escravo do credor. Com a Lex Poetelia Papiria, de 428 a.c, a responsabilidade do devedor foi projetada sobre o seu patrimônio, perdendo a obrigação a pessoalidade de seu vínculo.
	Outro legado importantíssimo foi a Lex Aquilia ,de 286 a.c, que criou o sistema da responsabilidade civil extracontratual . A noção de culpa surge nessa lei que acaba com a figura dos delitos típicos da lei das XII tábuas. A Lex Damnum Injuria Datum definia a Responsabilidade civil e a classificava conforme o delito e exigia a existência de culpa e dano através do contato físico para a instituir a obrigação de reparar. 
	Nas Intitutas, Gaio explicita quais são as fontes das obrigações:
1)Ex Contracto: Contrato
2)Ex Delicto: Delito
3)Vareis Causarum Figuris: Outras figuras que causam obrigações. Para Justiniano, são os Quase Contratos (que hoje entendemos como ato unilateral) e os Quase Delitos (hoje entendidos como enriquecimento sem causa).
Definições técnicas de obrigação:
A palavra obrigação advém de ob + ligatio, que possui uma ideia de vinculação, liame, cerceamento da liberdade de ação em razão de uma pessoa determinada ou determinável. (Caio Mário)
Justiniano: “Obrigação é o vínculo jurídico no qual nos submetemos coercitivamente, sujeitando-nos a uma prestação, segundo o direito de nossa cidade.” Esse conceito nos trouxe contribuições importantíssimas como a noção de vínculo de jurídico (o que possibilita ao credor exigir judicialmente do devedor a prestação), pessoa e objeto. Críticas: Nessa definição predomina o lado passivo, colocando o sujeito em posição de subordinação, não respeitando a essência da liberdade humana, na qual seria a obrigação uma vinculação onde as partes se coordenam. Além disso, não oferece nenhuma diferença nítida da obrigação stricto sensu de nenhum outro dever jurídico. 
O Jurisconsulto Paulo se preocupou mais em exprimir o que não é a obrigação do que apresentar uma definição própria: “Consiste a substância de obrigação não em sujeitar a própria pessoa do devedor ou fazê-lo servo do credor, mas em contrangê-lo a uma prestação abrangente de um dar ou de um fazer.” Primeiramente, no que diz respeito à servidão, ele quis dizer que se uma pessoa não pode ser tornar titular de um direito real de outra. Ser proprietário de uma coisa não é ser proprietário de uma pessoa e, muito menos, a obrigação corresponderia ao Direito que temos sobre as coisas. Obrigação obriga a prestar, envolvendo um dar e fazer. Além disso, ele reforça essa ideia de que a obrigação é um vínculo jurídico amparado pelo direito.
Definição de Caio Mário: Vínculo Jurídico no qual uma pessoa pode exigir de outra uma prestação economicamente apreciável. 
Direito real X Pessoal
O Direito Subjetivo é classificado em patrimonial e extrapatrimonial, o direito patrimonial subdivide-se em real, obrigacional, sucessório e intelectual. O que importa para o nosso estudo é realizar a distinção entre os reais e obrigacionais ( também conhecidos como pessoais ou de crédito). 
Direito Real
É o direito subjetivo patrimonial que consiste em um poder que uma pessoa tem sobre uma determinada coisa.
Objeto: Coisa corpórea, que é atual, determinada, móvel ou imóvel. 
Exercício: Imediato. Não depende de nenhum sujeito passivo para mediar a relação. No caso da propriedade, consiste na faculdade ou poder imediato de usar, fruir ou dispor da coisas. Ninguém é devedor do direito real. 
Taxatividade: A criação dos direitos reais típicos e sua regulamentação depende da lei. Aos indivíduos, não é dado o direito de criar novos direitos reais. Pelo sistema da taxatividade, que é de ordem publica, não há espaço para a autonomia privada criar tipos de novos direitos reais. Existe, portanto, um número fechado de direitos reais: artigo 1225 do código civil. 
Tipicidade: A taxatividade impediria, em tese, a possibilidade de direitos reais atípicos. Questiona-se, em sede doutrinária se, dentro do sistema da taxatividade, não existiria certa liberdade para as pessoas criar novas modalidades de direitos reais típicos existentes, atuando no próprio conteúdo do direito real típico. Por exemplo, se a servidão é um direito real de servidão é um direito real já previsto em lei (tipicidade), existem indeterminadas modalidades de servidões, dependendo do seu objeto e das necessidades dos prédios vizinhos (atipicidade). 
Oponibilidade: Diz-se que o direito real é oponível erga omnes. Significa isso que, em razão de seu objeto (a coisa), a ninguém (terceiros) é permitido de ignorar a faculdade ou o poder exercido por uma pessoa sobre sua coisa. O direito real traz com ele, naturalmente, a ideia de que a sua existência não pode ser desconhecida, portanto, que deve ser respeitada por qualquer pessoa, criando um tipo de obrigação passiva universal.
 Publicidade: A publicidade dos direitos reais corresponde ao registro do título constitutivo destes, quando feito no respectivo registro competente. Assume dupla função: A) de condição de oponiblidades erga omnes e B) de condição da aquisição do direito real do direito real sobre os imóveis. 
Ambulatoriedade: Diz-se que o direito real é ambulatório porque, quando uma coisa é alienada, o adquirente recebe, passivamente ou ativamente, não só as obrigações Propter Rem mas também os direitos reais que lhe são vinculados, como uma hipoteca ou uma servidão. Em outras palavras, a ambulatoriedade significa que a aquisição ( ou transferência) do direito de propriedade importa também a aquisição ( tanto passivamente quanto ativamente) das de alguns direitos reais limitados que o acompanha. Exemplo: Se A compra o imóvel de B já gravado de uma servidão ou tendo obrigações propter rem não cumpridas, o novo adquirente deverá suportar esses encargos. 
Exclusividade: O direito de propriedade é exclusivo, o que significa que sobre uma coisa não pode haver mais de um proprietário exercendo os poderes de usar, usufruir e dispor. A questão é saber se o condomínio constitui uma verdadeira exceção. 
Aquisição: É a maior diferença. Os direitos reais se adquirem segundo modos expressamente previstos em lei, causa mortis (herança ou legado) e inter vivos, observando os modos regulados para os móveis (tradição) e imóveis (registro). 
Força: é corrente afirmar que os direitos reais são mais fortes do que os direitos de crédito, em razão do direito de sequela (o titular pode perseguir a coisa em qualquer mão que esteja, ultilizando as ações possessórias ou petitórias, artigo 1228) e de preferência (Os direitos reais de garantia tem preferência sobre o direito pessoal de qualquer espécie, artigos 928 e 961). 
Perda: O direito real de propriedadesó se perde pelos modos previstos em lei (no artigo 1275, alienação, renúncia, abandono, perecimento da coisa, desapropriação, e também nos casos previstos no artigo 1228, parágrafos 4 e 5 usucapião coletiva ou de acessão social coletiva). 
Duração: é comum dizer que o direito real é perpétuo ou vitalício. Na verdade é preciso distinguir. Alguns direitos reais se extinguem pelo não uso, como as servidões (1389, III) e o usufruto (1410, VIII). O direito real de propriedade não se extingue pelo não uso, mas este “não uso”, pode provocar uma aquisição deste direito pela usucapião nas condições previstas em lei. As pretensões fundadas na violação de um direito real extinguem-se no prazo de 10 anos ( artigo 205). 
Posse: A posse dos direitos reais é possível, e só interessa os direitos reais sore a coisa alheia. Chama-se “quase posse” a posse dos direitos reais. Exemplo: uma pessoa pode ter e defender a posse de um direito real limitado, como uma servidão aparente (artigo 1213), ou adquirir o direito real de servidão, tendo a posse prolongada deste direito (usucapião). 
Direito Pessoal
Também chamado de direito obrigacional, é a modalidade de direito subjetivo patrimonial no qual um sujeito pode exigir que alguém dê, faça ou não faça algo passível de avaliação econômica. 
Objeto: Prestação, cujo objeto pode ser uma coisa ou ação. 
Exercício: Mediato, precisa de um intermediário, o devedor. 
Taxatividade: Prevalece no âmbito do direito das obrigações, a liberdade contratual, ou seja, a faculdade reconhecida aos contratantes de criar novas figuras contratuais, novos contratos. É lícito a criação de contratos atípicos (425). 
Tipicidade: Diz respeito à sua fonte, o contrato. São típicos os contratos que tem a sua regulamentação prevista em lei. Os contratos atípicos são lícitos apenas por que não existe nenhuma taxatividade dos contratos, mas desde que sejam conformes aos princípios do direito das obrigações e a ordem publica. 
Oponibilidade: O direito de crédito é submetido ao princípio do efeito relativo, ou seja, as faculdades que este direito implica só podem ser exercidas por e contra determinadas pessoas, as que criaram o direito pessoal. Só os contratantes são beneficiários desse direito e são obrigadas em razão dele. 
Publicidade: A aquisição do direito de crédito independe da publicidade. Porém, a publicidade de um direito de crédito adquirido pode ser imposta pelo legislador para oponibilidade contra os terceiros, dependendo da situação (artigo 576, por exemplo). Nesses casos, ela um ônus real. 
Ambulatoriedade: Não são abulatórios. Ou seja, se A compra um bem de B, não se torna titular das dívidas de B, salvo nos casos de obrigação propter rem. Significa isso que jamais uma pessoa assumirá as dívidas de outrem sem ter consentido. Ou seja, direito de crédito “circula” porque pode ser voluntariamente transmitido, ativamente ( cessão de créditos) ou passivamente ( assunção de dívida). 
Exclusividade: O direito de crédito não é exclusivo, pois pode perfeitamente haver pluralidade de sujeitos ativos ou passivos, como no caso da solidariedade. Aquisição: Os direito de crédito nascem de fontes específicas, porém “abertas”: contratos, ato ilícito, atos unilaterais ou lei. Ou seja, não é “modo” pré determinado. Em sede contratual, predomina a liberdade de contratar (um crédito pode nascer de um contrato atípico, 425). Em sede extracontratual, não existem mais delitos típicos. Força: O direito de crédito é fragilizado pelo fato que é fundado na confiança, ou seja, depende do cumprimento por parte do devedor. O credor é ou quirografário ou privilegiado. Para assegurar seu crédito, o credor precisa reforçá-lo, geralmente por garantias reais ou fidejussórias.
 Perda: O direito de crédito não se “perde”, mas pode ser alienado na forma de cessão de crédito, ou da assunção de dívida. Não pode haver abandono de sua condição de devedor, caso ocorra, configura-se inadimplemento. Mas pode haver renúncia do credor a seu crédito, na forma de remissão de dívida. 
Duração: Transitoriedade: Os direitos de crédito são transitórios. Nascem e se extinguem naturalmente pelo adimplemento. As pretensões que tem por objeto a violação de um direito de crédito prescrevem em 10 anos, salvo prescrição mais curta prevista em lei (artigo 205). 
Posse: Não é admitida a posse dos direitos de crédito. Portanto, não é possível adquirir um direito de crédito por usucapião.

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