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Texto da disciplina: 
Higiene do Trabalho 
 
Lucio Villarinho Rosa 
prof.villarinho@hotmail.com 
 
Ismar Pinto Alves 
ismar@cnen.gov.br 
 
MÁRCIO JORGE GOMES VICENTE 
marcio.vicente@estacio.br 
 
 
1. SAÚDE E SEGURANÇA DO TRABALHO 
 
1.1 CONCEITUAÇÕES INICIAIS 
 
Saúde é um completo estado de bem-estar físico, mental e social e não 
somente a ausência de enfermidades. 
 
No sentido de garantir o referido conceito o Governo Federal através do 
Ministério da Saúde desenvolve a Política Nacional de Saúde do Trabalhador que 
visa à redução dos acidentes e doenças relacionadas ao trabalho, mediante a 
execução de ações de promoção, reabilitação e vigilância na área de saúde. 
 
Podemos definir Segurança do trabalho como sendo um conjunto de 
metodologias cuja finalidade é a prevenção de acidentes e de doenças do 
trabalho pela minimização ou até eliminação dos riscos associados aos processos 
produtivos. 
 
A segurança não deve ser tratada como uma atividade à parte, já que faz 
parte de toda atividade. 
 
 
 
 
Podemos ainda afirmar que a segurança do trabalho é uma estrutura 
desenvolvida pelos empregados, empresas e Governo, objetivando garantir a 
integridade física e mental de todos. 
 
 
A Constituição Federal de 1988, em seu artigo 7º, Capítulo II, dispondo 
sobre os direitos sociais, estabelece: 
 
 “São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros 
que visem à melhoria de sua condição social - Item XII: Redução dos riscos 
inerentes ao trabalho, por meio de normas de saúde, higiene e segurança”. 
 
1.1. 1 CRONOLOGIA 
 
A evolução das questões relacionadas à segurança do trabalho está 
intimamente relacionada aos riscos enfrentados pelos trabalhadores que por sua 
vez são incorporados ao ambiente laboral via tecnologia empregada. Por 
exemplo, vamos analisar os riscos ao trabalhador em três distintas fases da 
história: 
 
 Homem Primitivo: riscos associados ao ato de caçar ou de pescar. 
 
 Pré – Revolução Industrial: riscos associados ao trabalho no campo 
e na manipulação de metais e das primeiras ferramentas utilizadas pelos 
artesões. 
 
 Pós – Revolução Industrial: neste caso os riscos estão associados 
ao manuseio e controle de máquinas de alta tecnologia, de substâncias 
perigosas, bem como de substâncias radioativas. 
 
 
 
 
Na cronologia a seguir apresentada é possível traçar um paralelo entre a 
evolução tecnológica e seus correspondentes riscos, com as ações promovidas 
pela sociedade no sentido de estabelecer as salvaguardas para a conservação da 
saúde e da segurança dos trabalhadores: 
 
No Mundo: 
 
1700 - Itália 
 
Bernardino Ramazzini publica estudo intitulado “De Morbis Artificum 
Diatriba” (A Doença dos Trabalhadores). 
 
Estudo pioneiro das doenças associadas ao trabalho envolvendo mais de 
50 Profissões. 
 
 1802 - Reino Unido 
 
“Lei de Saúde e Moral dos Aprendizes” 
 
Limita a Jornada em 12 horas por dia; Exigência de lavagem de paredes 
das fábricas periodicamente; Exigência da ventilação nos ambientes laborais. 
 
 1830 - Reino Unido 
 
Instalado o primeiro serviço médico industrial somente para a medicina 
curativa. 
 
 1833 - Reino Unido 
 
 “Factory Act” 
É estabelecida a obrigatoriedade de prover máquinas com proteção e 
comunicar acidentes do trabalho. 
 
 
 
 
 1867 - França 
 
Instalada a 1ª Associação para Prevenção de Acidentes por iniciativa de 
Engels Dolfus. 
 
 1877 - Estados Unidos 
 
Promulgada a Lei sobre a necessária proteção de correias de transmissão 
em máquinas. 
 
 1913 - Estados Unidos 
 
Instalado o “ National Safety Council” 
 
No Brasil: 
 
1919 
 
Promulgada a Lei 3.724 - 1ª Lei sobre os acidentes de trabalho que 
estabelece uma série de procedimentos prevencionistas ligados ao setor 
ferroviário. 
 
1941 
 
Ano de fundação da ABPA - Associação Brasileira para Prevenção de 
Acidentes. 
 
1943 
 
 
 
 
Aprovação do Decreto-lei nº 5.452 que trata da Consolidação das Leis do 
Trabalho (CLT), sendo o Capítulo V dedicado à Segurança e Medicina do 
Trabalho. 
 
 
1972 
 
A Portaria 3237, de julho/72, tornou obrigatória a existência de Serviços 
de Higiene, Segurança e Medicina do Trabalho nas empresas, de acordo com o 
tipo de atividade desenvolvida, do grau de risco e do número de empregados da 
empresa. 
 
1977 
 
Alteração do Capítulo V do Título II da CLT relativo à Segurança e 
Medicina do Trabalho, que vai proporcionar o estabelecimento de novas normas 
regulamentadoras de segurança do trabalho. 
 
1978 
 
A Portaria 3.214 estabelece o necessário atendimento pelas empresas e 
empregados das “Normas Regulamentadoras do Ministério do Trabalho - NR” 
 
1.1.2 NOÇÕES PRELIMINARES DAS RELAÇÕES JURÍDICAS DO 
TRABALHO 
 
São as seguintes as principais atribuições dos órgãos do Poder Público nas 
questões relativas à relação capital-trabalho: 
 
Ministério do Trabalho e Emprego – responsável pelo estabelecimento de 
políticas e diretrizes nacionais para a geração de emprego e renda; pela 
aplicação de sanções previstas nas normas legais, bem como pela assessoria 
 
 
 
direta ao Presidente da República para a solução de questões de conflito de 
interesses. 
 
Instituto Nacional do Seguro Social – responsável pela fiscalização da 
legislação previdenciária, notadamente no tocante ao recolhimento de 
contribuições previdenciárias; pelo pagamento de benefícios sociais decorrentes 
de acidentes de trabalho, bem como pela viabilização da aposentadoria especial. 
 
Ministério Público do Trabalho – responsável pela defesa da ordem 
jurídica, do regime democrático e dos interesses sociais individuais indisponíveis 
especificamente no tocante às relações trabalhistas, promovendo, quando 
necessário, o inquérito civil e a ação civil pública para a proteção do meio 
ambiente do trabalho. 
 
Ministério Público Estadual – por ser o detentor do monopólio da ação 
penal pública é o responsável pela viabilização de o empregador vir a ser 
responsabilizado criminalmente pela ocorrência de acidente do trabalho. 
 
Justiça do Trabalho – responsável pela solução dos conflitos decorrentes 
da relação de trabalho, especialmente entre empregado e empregador. Cabe 
destacar que com o advento da Emenda Constitucional número 45, de 
08/12/2004, a Justiça do Trabalho teve a sua competência material ampliada 
para a totalidade dos litígios oriundos da relação de trabalho e não mais apenas 
à relação de emprego. 
 
Certamente a norma jurídica de maior relevância para a segurança e a 
saúde no trabalho é a LEI Nº 6514, de 22 de dezembro de 1977, que altera os 
art. 154 a 201 da Consolidação das Leis do Trabalho, os quais compõem o 
Capítulo V, relativo à Segurança e Medicina do Trabalho. 
 
De acordo com o caput do art. 200 desse diploma legal o Ministério do 
Trabalho e do Emprego editou a Portaria 3214, de 08/06/1978, estabelecendo as 
 
 
 
28 primeiras normas regulamentadoras de segurança e saúde no trabalho 
urbano. 
 
1.2 RISCOS AMBIENTAIS 
 
Consideram-se riscos ambientais os agentes físicos, químicos e biológicos 
existentes nos ambientes de trabalho que, em função de sua natureza, 
concentração ou intensidade e tempo de exposição, são capazes de causar danos 
à saúde do trabalhador. Cabe destacar que os riscos ergonômicos e de acidentes 
são tratados em separadodas ações da higiene ocupacional. 
 
AGENTES FÍSICOS 
 
Consideram-se agentes físicos as diversas formas de energia a que 
possam estar expostos os trabalhadores, tais como, ruído, vibrações, pressões 
anormais, temperaturas extremas, radiações ionizantes, radiações não ionizantes, 
bem como o infrassom e o ultrassom. 
 
AGENTES QUÍMICOS 
 
Consideram-se agentes químicos as substâncias, compostos ou produtos 
que possam penetrar no organismo pela via respiratória, nas formas de poeiras, 
fumos, névoas, neblinas, gases ou vapores, ou que, pela natureza da atividade 
de exposição, possam ter contato ou ser absorvidos pelo organismo através da 
pele ou por ingestão. 
 
AGENTES BIOLÓGICOS 
 
Consideram-se agentes biológicos as bactérias, fungos, bacilos, parasitas, 
protozoários, vírus, entre outros. 
 
 
 
 
 
1.3 HIGIENE DO TRABALHO, INDUSTRIAL OU OCUPACIONAL 
 
Segundo a American Conference of Governmental Industrial Hygienists 
(ACGIH – Conferência Americana de Higienistas Industriais Governamentais, 
2012), a higiene industrial é uma ciência e uma arte que objetiva a antecipação, 
o reconhecimento, a avaliação e o controle dos fatores ambientais e estresses, 
originados nos locais de trabalho. 
 
Segundo a American Industrial Hygiene Association (AIHA – Associação 
Americana de Higiene Industrial, 2012), “Ciência que trata da antecipação, 
reconhecimento, avaliação e controle dos riscos originados nos locais de trabalho 
e que podem prejudicar a saúde e o bem-estar dos trabalhadores, tendo em vista 
também o possível impacto nas comunidades vizinhas e no meio ambiente. ” 
(AIHA – American Industrial Hygiene Association). 
 
A higiene ocupacional pode ser dividida em duas partes, ou seja: 
 
- Higiene de campo: realiza o estudo da situação higiênica do ambiente de 
trabalho, análise dos postos de trabalho, detecção de contaminantes, estudo e 
recomendações de medidas de controle. 
 
- Higiene analítica: realiza as análises químicas das amostras coletadas, 
cálculo e interpretações dos dados levantados no campo. 
 
Cabe neste ponto esclarecer que as definições de higiene podem conter 
uma ou outra variação conceitual, mas todas têm por objetivo a proteção e 
promoção da saúde e do bem-estar dos trabalhadores como também do meio 
ambiente em geral, através de ações preventivas no ambiente de trabalho, 
utilizando-se das fases de antecipação, reconhecimento, avaliação e controle 
descritas a seguir: 
 
ANTECIPAÇÃO DOS RISCOS 
 
 
 
 
A etapa de antecipação prevista no escopo da Higiene Ocupacional visa 
identificar os riscos que poderão ocorrer no ambiente de trabalho, ainda na fase 
de projeto, instalação, ampliação, modificação ou substituição de equipamentos 
ou processos, objetivando, já nesta fase a implementação de medidas de 
controle, sempre que necessárias. 
 
RECONHECIMENTO DOS RISCOS 
 
O Reconhecimento dos Riscos visa identificar no ambiente de trabalho 
fatores ou situações com potencial de dano, isto é, identificar a possibilidade de 
dano. O Reconhecimento dos Riscos pode também ser denominado de avaliação 
qualitativa dos riscos. 
 
Avaliar o risco qualitativamente significa estimar a probabilidade e a 
gravidade do dano, o grau de risco e julgar se o grau de risco é tolerável, 
apontando as opções de controle ou a necessidade de avaliações aprofundadas 
para melhor caracterizar o risco. 
 
AVALIAÇÃO 
 
A etapa de avaliação é destinada à quantificação dos riscos através de 
instrumentos e técnicas adequadas. Serão realizadas avaliações quantitativas 
para os agentes físicos, químicos e biológicos, sempre que se dispor de 
metodologias e limites de tolerância cientificamente e tecnicamente 
reconhecidos. 
 
São as seguintes as principais fases de uma avaliação de exposição: 
- O primeiro passo na avaliação de uma exposição é a identificação do 
agente (Características físico-químicas do agente químico ou natureza do agente 
físico) presente no ambiente laboral e as possíveis consequências desta 
exposição. 
 
 
 
- Definição do tempo real de exposição considerando-se a análise da 
tarefa desenvolvida que inclui a definição do tipo de atividade e suas 
particularidades, movimento do trabalhador ao efetuar o serviço, jornada de 
trabalho e descanso. 
- Identificação de exposição simultânea a mais de um agente. 
- Avaliação da concentração dos agentes químicos ou da intensidade dos 
agentes físicos a partir de amostragens representativas nos ambientes laborais 
envolvidos. 
 
A avaliação de exposição deve tomar por base as seguintes considerações: 
- definição dos métodos de amostragem a partir dos objetivos da avaliação 
e das fontes de referência metodológicas (NHO, NR, NIOSH, NBR, OSHA, ACGIH) 
- definição do grupo homogêneo de exposição - GHE ou grupo de 
exposição similar - GES que corresponde ao grupo de trabalhadores expostos aos 
agentes ambientais de forma similar, de tal forma que a avaliação de qualquer 
um de seus componentes oferece dados úteis para estimar o risco dos demais 
integrantes. 
- estabelecimento da duração e do número de amostragens que deve 
representar o ciclo de trabalho e permita a representatividade da exposição. 
Cabe ainda salientar que tais amostragens devem ser realizadas em condições 
normais de trabalho. 
 
 
CONTROLE DOS RISCOS 
 
 A etapa de Controle dos Riscos objetiva minimizar ou eliminar a exposição 
dos trabalhadores aos riscos ambientais, através da implementação de medidas 
de controle que atuem na fonte de emissão, meios de transmissão e receptor. 
 
 Quando a técnica adotada atua na fonte de emissão ou na trajetória é 
denominada como controle de engenharia ou controle coletivo. Já quando as 
 
 
 
medidas de controle envolvem o receptor são denominadas de controle individual 
ou administrativo. 
 
O estudo, desenvolvimento e implantação de medida de proteção coletiva 
deverá obedecer a seguinte hierarquia: 
- Medidas que eliminam ou reduzam a utilização ou a formação de agentes 
prejudiciais à saúde; 
- Medidas que previnam a liberação ou disseminação desses agentes no 
ambiente de trabalho; 
- Medidas que reduzam o nível ou a concentração desses agentes no 
ambiente de trabalho. 
 
Quando comprovada a inviabilidade técnica ou econômica da adoção de 
medidas de controle de proteção coletiva, ou enquanto estiverem em 
desenvolvimento os estudos relacionados à implementação destas, ou ainda em 
caráter complementar ou emergencial, serão adotadas outras medidas, 
obedecendo-se a seguinte hierarquia: 
- Medidas de caráter administrativo ou de organização do trabalho; 
- Utilização do Equipamento de Proteção Individual EPI que é um 
dispositivo ou produto, de uso individual utilizado pelo trabalhador, destinado à 
proteção de riscos suscetíveis de ameaçar a segurança e a saúde no trabalho. 
 
Neste ponto cabe discutir alguns preceitos sobre as classificações das 
doenças geradas no ambiente laboral, a saber: 
- Doenças profissionais - São alterações fisiopsicológicas provocadas 
inequivocamente, ou inerente a certas atividades profissionais, existindo sempre 
uma relação indiscutível entre a causa e o efeito (nexo causal): silicose por 
obreiros; cataratas entre os soldadores, etc. ... 
- Doença do trabalho - Afecção que nem sempre estaria rigorosamente 
relacionada com o trabalho e provocada por esse: aparecimento de varizes, de 
hérnias ou de afecções na coluna. 
 
 
 
Obs.: Podem existir fatores predisponentes que nem sempre são 
detectados nos exames admissionais e nem sempre são provocados pelo trabalho 
desenvolvido.A partir de um olhar sobre a legislação temos (Lei nº 8.213, artigo 20, de 
24/07/1991): 
- doença profissional – a produzida ou desencadeada pelo exercício do 
trabalho peculiar a determinada atividade e constante da respectiva relação 
elaborada pelo Ministério do Trabalho e da Previdência Social; 
- doença do trabalho – a produzida ou desencadeada em função de 
condições especiais em que o trabalho é realizado e com ele se relacione 
diretamente. 
 
1.4 LIMITES DE TOLERÂNCIA 
 
Segundo o texto da NR 15 limite de tolerância é a concentração ou 
intensidade máxima ou mínima relacionada com a natureza e o tempo de 
exposição ao agente, que não causará dano à saúde do trabalhador, durante a 
sua vida laboral. A partir de uma visão mais ampliada limite de tolerância pode 
ser encarado como concentrações ou intensidades dos agentes ambientais as 
quais a maioria dos trabalhadores possa estar exposta ao longo de sua vida 
laboral sem sofrer efeitos adversos à saúde. 
 
Tendo em vista que a suscetibilidade individual a um determinado agente 
pode variar de individuo para individuo os limites de tolerância não devem ser 
considerados como 100% seguros. 
 
Neste sentido cabe aqui esclarecer que a legislação prevê através da NR 9 
– PPRA a adoção do conceito de nível de ação que indica um valor inferior ao 
limite de tolerância (normalmente 50% do limite de tolerância) a partir do qual 
devem ser iniciadas ações preventivas de forma a minimizar a probabilidade de 
que as exposições a agentes ambientais ultrapassem os limites de exposição. As 
 
 
 
ações devem incluir o monitoramento periódico da exposição e o controle 
médico. 
 
1.5 INSALUBRIDADE E PERICULOSIDADE 
 
Neste ponto vamos introduzir dois conceitos muito importantes para a 
saúde e a segurança do trabalho, ou seja, os conceitos de insalubridade e de 
periculosidade: 
- Segundo o artigo 189 da CLT serão consideradas atividades ou 
operações insalubres, aquelas que, por sua natureza, condições ou métodos de 
trabalho, exponham os empregados a agentes nocivos à saúde, acima dos limites 
de tolerância fixados em razão da natureza e da intensidade do agente e do 
tempo de exposição aos seus efeitos. O trabalho em condições de insalubridade 
acima dos limites de tolerância assegura ao empregado um adicional de 10%, 
20% ou 40% sobre o salário mínimo regional, segundo se classifiquem nos graus 
mínimo, médio e máximo respectivamente. 
- Cabe esclarecer que o artigo 191 da CLT prevê que o pagamento do 
adicional de insalubridade será suprimido com a adoção de medidas que 
conservem o ambiente de trabalho dentro dos limites de tolerância ou com a 
eliminação ou a neutralização através do uso do EPI, desde que este seja capaz 
de diminuir o risco a níveis abaixo dos limites de tolerância (nem todos os 
agentes insalubres são neutralizados com EPI); 
- De acordo com o artigo 193 da CLT são consideradas atividades ou 
operações perigosas, na forma da regulamentação aprovada pelo Ministério do 
Trabalho, aquelas que, por sua natureza ou métodos de trabalho, impliquem o 
contato permanente com inflamáveis ou explosivos em condições de risco 
acentuado. O trabalho em condições de periculosidade assegura ao empregado 
um adicional de 30% (trinta por cento) sobre o salário sem os acréscimos 
resultantes de gratificações, prêmios ou participações nos lucros da empresa. 
- O empregado poderá optar pelo adicional de insalubridade que 
porventura lhe seja devido. 
 
 
 
- Adicionalmente temos hoje as seguintes atividades consideradas como 
periculosas: atividades ou operações perigosas com energia; atividades ou 
operações perigosas com radiações ionizantes e substâncias radioativas, 
atividades ou operações perigosas em segurança pessoal ou patrimonial, e as 
atividades laborais com utilização de motocicleta ou motoneta no deslocamento 
de trabalhador em vias públicas. 
- Cabe esclarecer que a utilização de medidas preventivas, apesar de 
obrigatórias, não exclui a necessidade do pagamento do adicional. 
- Segundo o artigo 194 da CLT a cessação do pagamento do adicional de 
periculosidade, dar-se-á com a eliminação do risco à saúde e a integridade física 
do trabalhador; 
 
2. AGENTES FÍSICOS 
 
2.1 RUÍDO 
 
2.1.1 CONCEITUAÇÕES 
 
O SOM 
 
O som se origina de vibrações mecânicas de diferentes frequências que se 
propagam no ar, produzindo uma onda de pressão no meio. Nesta linha podemos 
ainda conceituar o som como uma sensação auditiva resultante da propagação 
de um movimento vibratório em um material elástico. É uma forma de energia do 
movimento ondulatório que é transmitida pela colisão das moléculas do meio. 
 
A frequência do som está relacionada ao número de vibrações na unidade 
de tempo. Para a vibração ser ouvida e necessário que a frequência do som 
esteja entre 16 HZ e 20 KHZ. 
 
Já o ruído ou barulho é também uma sensação sonora só que neste caso 
desagradável ou indesejável. O ruído tem características indefinidas de variações 
 
 
 
de pressão em função da frequência. Sob o ponto de vista dos agentes físicos o 
ruído certamente é o principal desses agentes presente nos ambientes laborais. 
 
O ouvido humano percebe as variações de pressão da sucessão de zonas 
de compressão e de descompressão no tempo do movimento ondulatório. No 
ouvido externo os sons são captados, no ouvido médio são então amplificados e 
a seguir são levados pelo ouvido interno ao cérebro para interpretação. 
 
O ruído pode ser classificado em: 
- ruído contínuo - é caracterizado pela pequena variação de intensidade 
em função do tempo. Segundo a NR 15 o NPS varia de 3 dB em mais de 15 
minutos. 
- ruído intermitente - é caracterizado pela média variação de intensidade 
em função do tempo. Segundo a NR 15 o NPS varia de 3 dB em mais de 2 
segundos e em menos de 15 minutos. 
- ruído de impacto (ou impulsivo) - é caracterizado pela alta variação de 
intensidade em um intervalo de tempo muito pequeno. Segundo a NR 15 
caracterizado pela ocorrência de picos de energia acústica de duração inferior a 1 
segundo a intervalos de tempo superiores a 1 segundo. 
 
 
NÍVEL DE PRESSÃO SONORA - NPS 
 
O som é resultado da variação entre a pressão atmosférica produzida na 
presença de som em função da pressão de referência que chamamos de limiar 
de audibilidade. O limiar de audibilidade humana, obtida entre pessoas jovens e 
sem problemas auditivos, corresponde a pressão de 2 × 10-5 N/m2 a 1 KHZ, ou 
por convenção o dB. Cabe ressaltar que o limiar da dor (sensação dolorosa no 
ouvido) corresponde a pressão de 200 N/m2 a 1 KHZ, que corresponde a 140 dB. 
 
O nível de pressão sonora e uma medida logarítmica da pressão sonora 
efetiva de um som em relação ao valor de referência. O NPS e representado pela 
 
 
 
relação do logaritmo entre a variação da pressão (P) provocada pela vibração e a 
pressão de referência (P0). 
 
NPS = 20 log P / P0 
 
NÍVEL DE INTENSIDADE SONORA - NIS 
 
A intensidade do som representa a quantidade de energia contida no 
movimento vibratório. O nível de intensidade sonora expresso em dB pode ser 
determinado pela relação do logaritmo da intensidade sonora (energia) que 
passa por uma área (I) e a intensidade de referência (I0 = 10
-12 Watt / m2) 
 
NIS = 10 log I / I0 
 
 
NÍVEL DE POTÊNCIA SONORA – NWS 
 
Representa a energia acústica produzida por uma fonte sonora por 
unidade de tempo. O nível de potência sonora expresso em Watts pode ser 
determinado pela relação do logaritmo da potência sonora da fonte (W) e a 
potência sonora de referência (W0 = 10
-12 Watts). 
 
NWS = 10 logW / W0 
 
NÍVEL DE DECIBEL COMPENSADO OU PONDERADO 
 
Estudos demonstram que a resposta do ouvido humano é diferente nas 
diversas frequências da banda audível. Foram então desenvolvidas curvas de 
decibéis compensados ou ponderações nas frequências, denominadas A, B, C e 
D, de forma a simular a resposta do ouvido. Essas curvas de compensação foram 
introduzidas nos circuitos elétricos dos medidores de nível de pressão sonora. 
 
 
 
 
 
Fonte:https://www.somaovivo.org/artigos/o-decibelimetro-um-bom-
companheiro/ 
 
 
ANALISADORES DE FREQUÊNCIA 
 
Indicam a distribuição do som em função da frequência. Os analisadores 
de frequência via de regra vêm acoplados aos decibelímetros. Os resultados 
indicam qual banda de oitava (ou terça) que contém a maior parte da energia do 
som irradiado. 
 
CALIBRADORES 
 
Tem a finalidade de checar a resposta dos equipamentos de avaliação do 
nível de pressão sonora. Os calibradores emitem um sinal conhecido 
(normalmente 94 ou 114 dB a 1000 Hz) com o qual se verifica a leitura do 
equipamento. 
 
 
 
 
DOSE 
 
Parâmetro utilizado para caracterização da exposição ocupacional ao ruído, 
expresso em porcentagem de energia sonora, tendo por referência o valor 
máximo da energia sonora diária admitida. 
 
DOSÍMETRO DE RUÍDO 
 
Medidor integrador de uso pessoal que fornece a dose da exposição 
ocupacional ao ruído. 
 
Cabe ainda destacar as seguintes definições: 
 
- Incremento de Duplicação de Dose (q) é o incremento em decibéis que, 
quando adicionado a um determinado nível, implica a duplicação da dose de 
exposição ou na redução pela metade do tempo máximo permitido. 
 
- Limite de Exposição Valor Teto (LE-VT) corresponde ao valor máximo, 
acima do qual não é permitida exposição em nenhum momento da jornada de 
trabalho. 
 
- Medidor Integrador de Uso Pessoal é o equipamento que pode ser fixado 
no trabalhador durante o período de medição, fornecendo por meio de 
integração, a dose ou nível médio. 
 
- Medidor Integrador Portado pelo Avaliador é o equipamento operado 
pelo avaliador, que fornece, por meio de integração, a dose ou o nível médio. 
 
- Nível Equivalente (Neq) é o nível médio que toma por base a 
equivalência de energia, conhecido como LEQ. 
 
 
 
 
- Nível de Exposição (NE) é o nível médio que representa a exposição 
ocupacional diária. 
 
- Nível de Exposição Normalizado (NEN) é o nível de exposição, convertido 
para uma jornada padrão de 8 horas diárias, para comparação com o limite de 
tolerância. 
 
- Nível Limiar de Integração (NLI) é o nível a partir do qual os valores 
devem ser considerados na integração a fim de determinar o nível médio ou a 
dose de exposição. 
 
- Nível Médio (NM) é o nível que representa a exposição ocupacional 
relativo ao período de medição, que considera os diversos valores de níveis 
instantâneos ocorridos no período e os parâmetros de medição predefinidos. 
 
CORRELAÇÕES ENTRE A TERMINOLOGIA EM PORTUGUÊS E 
INGLÊS 
 
Incremento de Duplicação de Dose (q): Exchange Rate (q ou ER) 
 
Limite de Tolerância (LE): Threshold Limit Value (TLV) 
 
Limite de Exposição Valor Teto (LE-VT): Threshold Limit Value-Ceiling 
(TLV-C) 
 
Nível Equivalente (Neq): Equivalent Level (Leq) 
 
Nível Médio (NM): Average Level (Lavg ou TWA) 
 
Nível Limiar de Integração (NLI): Threshold Level (TL) 
 
2.1.2 EFEITOS DO RUIDO SOBRE O ORGANISMO 
 
 
 
 
O ruído afeta o organismo de muitas maneiras, causando prejuízos não só 
ao funcionamento do sistema auditivo como também o comprometimento da 
atividade física, fisiológica e mental do indivíduo a ele exposto. Para um melhor 
entendimento, são utilizadas para a classificação dos efeitos nocivos do ruído os 
termos auditivos e não-auditivos. 
 
São os seguintes os efeitos ao sistema auditivo mais comuns: 
a) Trauma Acústico – OLIVEIRA (1997) atribui ao trauma acústico o 
som explosivo instantâneo com pico de pressão sonora que excede 140 dB 
b) Fadiga Auditiva - Para RUSSO (1997) a fadiga auditiva corresponde 
a um fenômeno temporário, em que o limiar auditivo retorna ao normal após um 
período de repouso auditivo. 
c) Perda Auditiva Induzida por Ruído (PAIR) - RUSSO (1997) considera 
a PAIR decorrente de um acúmulo de exposições ao ruído repetidas 
constantemente por período de muitos anos. 
 
São os seguintes os efeitos não-auditivos mais observados: Transtornos da 
Habilidade de executar atividades; Transtornos Neurológicos; Transtornos 
Vestibulares; Transtornos Digestivos; Transtornos Cardiovasculares; Transtornos 
Hormonais; Transtorno do Sono, e Transtornos Comportamentais. 
 
2.1.3 AVALIAÇÃO DA EXPOSIÇÃO OCUPACIONAL 
 
Segundo a NR 15 o limite de tolerância estabelecido para oito horas de 
trabalho diárias, sob exposição ocupacional ao ruído contínuo ou intermitente, é 
de 85 dB (A), o que corresponde a uma dose de 100 %, o incremento de dose 
(q) igual a 5 e o nível limiar de integração igual a 80 dB (A). Cabe ainda salientar 
que o limite de exposição valor teto para o ruído contínuo ou intermitente é 115 
dB (A). 
 
 
 
 
A seguir apresentamos um resumo da NR 15 (Anexo I) que está orientado 
pela sequência do documento original. 
 
1. Entende-se por ruído continuo ou intermitente, para os fins de aplicação 
de limites de tolerância, o ruído que não seja ruído de impacto. 
2. Os níveis de ruído continuo ou intermitente devem ser medidos em 
decibel (dB) com instrumento de nível de pressão sonora operando no circuito de 
compensação “A” e circuito de resposta lenta (SLOW). As leituras devem ser 
feitas próximas ao ouvido do trabalhador. 
3. Os tempos de exposição aos níveis de ruído não devem exceder os 
limites de tolerância fixados no Quadro deste anexo. 
4. Para os valores encontrados de nível de ruído intermediário será 
considerada a máxima exposição diária permissível relativa ao nível 
imediatamente mais elevado. 
5. Não é permitida exposição a níveis de ruído acima de 115 dB (A) para 
indivíduos que não estejam adequadamente protegidos. 
6. Se durante a jornada de trabalho ocorrerem dois ou mais períodos de 
exposição a ruído de diferentes níveis, devem ser considerados os seus efeitos 
combinados, de forma que, se a soma das seguintes frações exceder a unidade, 
a exposição estará acima do limite de tolerância. 
 
 C1 / T1 + C2 / T2 + ......... + Cn / Tn 
 
Onde: 
Cn - tempo total que o trabalhador fica exposto a um nível de ruído 
especifico, e 
Tn - máxima exposição diária permissível a este nível, segundo o Quadro 
deste Anexo. 
7. As atividades ou operações que exponham os trabalhadores a níveis de 
ruído, continuo ou intermitente, superiores a 115 dB (A), sem proteção adequada 
oferecerão risco grave e iminente. 
Limites de tolerância para ruído contínuo ou intermitente 
 
 
 
Nível de ruído db(A) Exposição diária permissível 
85 8 horas 
86 7 horas 
87 6 horas 
88 5 horas 
89 4 horas e 30 minutos 
90 4 horas 
91 3 horas e 30 minutos 
92 3 horas 
93 2 horas e 40 minutos 
94 2 horas e 15 minutos 
95 2 horas 
96 1 hora e 45 minutos 
98 1 hora e 15 minutos 
100 1 hora 
102 45 minutos 
104 35 minutos 
105 30 minutos 
106 25 minutos 
108 20 minutos 
110 15 minutos 
112 10 minutos 
114 8 minutos 
115 7 minutos 
Fonte: NR 15 
 
A Avaliação da exposição ocupacional ao ruído contínuo ou intermitentesegundo a NHO 01 pode ser feita por meio da determinação da dose diária de 
ruído ou do nível de exposição. Tais parâmetros são equivalentes tornando 
possível, a partir de um obter-se o outro, como demonstrado a seguir: 
 
 
 
 
 
 
 
 
Onde: 
NE = nível de exposição 
D = dose diária de ruído em porcentagem 
TE = tempo de duração, em minutos, da jornada diária do trabalho 
 
Em ambos os casos devem ser utilizados preferencialmente medidores 
integradores de uso individual. 
 
Na avaliação da exposição de um trabalhador ao ruído contínuo ou 
intermitente, por meio da dose diária utilizando medidor integrador de uso 
pessoal, o critério de referência que embasa os limites de exposição diária 
adotados para ruído continuo ou intermitente corresponde a uma dose de 100% 
para exposição de 8 horas ao nível de 85 dB (A). O critério de avaliação 
considera, além do critério de referência, o incremento de duplicação de dose (q) 
igual a 3 e o nível limiar de integração igual a 80 dB (A). Neste critério, o limite 
de exposição ocupacional diária ao ruído contínuo ou intermitente corresponde a 
dose diária igual a 100%. A figura a seguir apresenta o medidor de nível de 
pressão sonora (decibelímetro) e dosímetro de ruído. 
 
 
 
 
Fonte: Peixoto e Ferreira, 2013. 
 
Na avaliação da exposição de um trabalhador ao ruído contínuo ou 
intermitente, por meio do nível de exposição, o Nível de Exposição (NE) é o Nível 
Médio representativo da exposição diária do trabalhador avaliado. Para 
comparação com o limite de tolerância, deve-se determinar o Nível de Exposição 
Normalizado (NEN), que corresponde ao Nível de Exposição (NE) convertido para 
a jornada padrão de 8 horas diárias, que é determinado pela seguinte expressão: 
 
 
Onde: 
NE = nível médio representativo da exposição ocupacional diária. 
TE = tempo de duração, em minutos, da jornada diária de trabalho. 
 
 
 
 
Neste critério o limite de tolerância ocupacional diária ao ruído 
correspondente a NEN igual a 85 dB (A), e o limite de exposição valor teto para 
ruído contínuo ou intermitente é de 115 dB (A). Para este critério considera-se 
como nível de ação o valor NEN igual a 82 dB (A). 
 
Avaliação da exposição de um trabalhador ao ruído contínuo ou 
intermitente por meio da dose diária utilizando medidor integrador portado pelo 
avaliador 
 
Na indisponibilidade do medidor integrador de uso pessoal poderão ser 
utilizados outros tipos de medidores não fixados no trabalhador, neste caso a 
dose poderá ser determinada pela expressão 
 
D = (C1 / T1 + C2 / T2 + ......... + Cn / Tn) . 100% 
 
Onde: 
D - dose diária de ruído. 
C1 - tempo real de exposição a um nível específico (NPS) 
T1 - duração total permitida a esse nível (NPS) 
 
Neste critério, o limite de tolerância ocupacional diária ao ruído contínuo 
ou intermitente corresponde a dose diária igual a 100%. 
 
Caso a dose diária esteja entre 50% e 100%, a exposição deve ser 
considerada acima do nível de ação, devendo ser adotadas medidas preventivas 
de forma a minimizar a probabilidade de que as exposições ao ruído causem 
prejuízos a audição do trabalhador. 
 
Quando a exposição for a um único nível de ruído o cálculo da dose diária 
é feito utilizando a expressão 
 
D = (C1 / T1) . 100% 
 
 
 
 
Onde: 
D - dose diária de ruído. 
C1 - tempo real de exposição a um nível específico (NPS) 
T1 - duração total permitida a esse nível (NPS) 
 
Da mesma forma neste critério, o limite de tolerância ocupacional diária ao 
ruído contínuo ou intermitente corresponde a dose diária igual a 100%. Caso a 
dose diária esteja entre 50% e 100%, a exposição deve ser considerada acima 
do nível de ação, devendo ser adotadas medidas preventivas de forma a 
minimizar a probabilidade de que as exposições ao ruído causem prejuízos a 
audição do trabalhador. 
 
Como pode ser observado existem divergências significativas entre a NR 
15 e a NHO 01. Para minimizar esse conflito o INSS publicou a Instrução s 
Normativa IN 45/2010 que apresenta, em seu artigo 239, que na avaliação 
devemos utilizar: 
 
- Os limites de tolerância definidos no Quadro Anexo I da NR 15 do MTE; 
e 
- As metodologias e os procedimentos definidos na NHO 01 da 
FUNDACENTRO. 
 
Segundo a NR 15 na avaliação da exposição ocupacional ao ruído de 
impacto devem ser atendidos os seguintes aspectos: 
 
1. Os níveis de impacto deverão ser avaliados em decibel (dB), com 
medidor de nível de pressão sonora operando no circuito linear e circuito de 
resposta para impacto. As leituras devem ser feitas próximas ao ouvido do 
trabalhador. O limite de tolerância para ruído de impacto será de 130 dB (linear). 
Nos intervalos entre os picos, o ruído existente deverá ser avaliado como ruído 
continuo. 
 
 
 
2. Em caso de não se dispor de medidor de nível de pressão sonora com 
circuito de resposta para impacto, será valida a leitura feita no circuito de 
resposta rápida (FAST) e circuito de compensação “C”. Neste caso, o limite de 
tolerância será de 120 dB (C). 
3. As atividades ou operações que exponham os trabalhadores, sem 
proteção adequada, a níveis de ruído de impacto superiores a 140 dB (LINEAR), 
medidos no circuito de resposta para impacto, ou superiores a 130 dB (C), 
medidos no circuito de resposta rápida (FAST), oferecerão risco grave e iminente. 
 
O texto a seguir é um resumo da NHO 01 para a avaliação da exposição 
ocupacional ao ruído de impacto e tem a orientação do documento original. 
 
A determinação da exposição ao ruído de impacto ou impulsivo deve ser 
feita por meio de medidor de nível de pressão sonora operando em (Linear) e 
circuito de resposta para medição de nível de pico. 
Neste critério o limite de exposição diária ao ruído de impacto é 
determinado pela expressão a seguir: 
 
Np = 160 – 10 Log (n) 
 
Onde: 
Np = nível de pico, em dB (Lin), máximo admissível. 
n = número de impactos ou impulsos ocorridos durante a jornada diária 
de trabalho. 
 
A Tabela a seguir, obtida com base na expressão anterior, apresenta a 
correlação entre os níveis de pico máximo admissíveis e o número de impactos 
ocorridos durante a jornada diária de trabalho, extraída a partir da expressão de 
determinação do limite de exposição diária ao ruído de impacto. 
 
Níveis de pico máximo admissíveis em função do número de impactos 
 
 
 
 
 
 
Np n Np n Np n 
120 10000 127 1995 134 398 
121 7943 128 1584 135 316 
122 6309 129 1258 136 251 
123 5011 130 1000 137 199 
124 3981 131 794 138 158 
125 3162 132 630 139 125 
126 2511 133 501 140 100 
 
Quando o número de impactos ou de impulsos diário exceder a 10.000 (n 
> 10.000), o ruído deverá ser considerado como contínuo ou intermitente. O 
limite de tolerância valor teto para ruído de impacto corresponde ao valor de 
nível de pico de 140 dB (Lin). 
 
O nível de ação para a exposição ocupacional ao ruído de impacto 
corresponde ao valor Np obtido na expressão acima, subtraído de 3 decibéis. 
 
Na ocorrência simultânea de ruído continuo ou intermitente e ruído de 
impacto, a exposição ocupacional estará acima do limite de exposição, quando 
pelo menos o limite para um dos tipos de ruído for excedido. 
 
Não é permitida exposição a ruídos de impacto ou impulsivos com níveis 
de pico superiores a 140 dB para indivíduos que não estejam adequadamente 
protegidos. 
 
2.1.4 MEDIDAS DE CONTROLE NA EXPOSIÇÃO AO RUÍDO 
 
Sempre que as avaliações indiquem que os níveis de pressãosonora estão 
acima do nível de ação devem ser aplicadas as medidas de controle a fim de 
eliminar ou minimizar o risco associado. 
 
 
 
 
Na fonte: 
- eliminação ou atenuação do ruído na fonte (troca ou manutenção); 
- isolamento a distância ou no local (segregação ou enclausuramento); 
- organização do trabalho (concentração de maquinas ruidosas) 
 
No meio de transmissão do som: 
- absorção do som (barreiras, tratamento acústico, etc..). 
- refúgios de ruído – console central enclausurado. 
 
No trabalhador: 
- Exame otológico admissional; 
- Exame audiométrico periódico; 
- rotatividade na função, 
- Isolamento dos trabalhadores com problemas ou afastamento dos 
mesmos em operações ruidosas. 
- Equipamento de proteção individual. 
 
Obs.: Os protetores auriculares para serem eficazes devem ser usados de 
forma correta e obedecer aos requisitos mínimos de qualidade representada pela 
capacidade de atenuação; o uso permanente do protetor garante a eficácia da 
proteção, e os protetores devem ser capazes de reduzir a intensidade do ruído 
abaixo do limite de tolerância. 
 
2.1.5 PROTETORES AUDITIVOS 
 
São dois os tipos de protetores auditivos mais usuais: o tipo concha e o de 
inserção. 
 
Protetor auditivo tipo concha: 
- São constituídos por duas conchas de material plástico com bordas 
almofadadas. Tem como vantagens a simplicidade e rapidez na utilização, 
 
 
 
tamanho único e são fáceis de higienizar. Como principal desvantagem temos a 
utilização em ambientes quentes. 
 
Fonte: http://www.aplequipamentos.com.br/a-necessidade-de-usar-protetores-
auditivos 
 
Protetor auditivo de inserção moldável ou pré-moldado: 
- O protetor pré-moldado é constituído de três flanges geralmente em 
silicone medicinal para a inserção no canal auditivo. Tem a aplicação indicada 
quando necessário o uso de outros EPI de forma simultânea. Tem como 
vantagens o tamanho reduzido para guarda e transporte e são relativamente 
confortáveis mesmo em ambientes quentes. Como principal desvantagem temos 
a necessária e permanente higienização. 
- Já o protetor de inserção moldável e fabricado em espuma moldável o 
que permite a adaptação a qualquer tamanho de canal auditivo. Tem a aplicação 
indicada quando necessário o uso de outros EPI de forma simultânea. Tem como 
vantagens o tamanho reduzido para guarda e transporte e são relativamente 
confortáveis mesmo em ambientes quentes. Como principais desvantagens 
temos o fato da necessária e permanente higienização, assim como, de não 
poder sofrer manutenção. 
 
 
 
 
Fonte: http://www.superepi.com.br/protetor-auricular-laranja-dystray-em-
silicone-12db-p514/ 
 
 
Fonte: Peixoto e Ferreira, 2013 
 
Para a determinação do nível sonoro no ouvido protegido do trabalhador 
basta a realização da operação de diferença entre o leq medido pela atenuação 
que está preconizada pelo fabricante (NRRsf - Nível de Redução do Ruído Subject 
Fit que e obtido em testes de laboratório com ouvintes não habituais) 
 
dB (A) = Leq – NRRsf 
 
 
 
 
Onde: 
dB (A) = ruído resultante no ouvido protegido 
Leq = ruído equivalente resultante na região da audição 
NRRsf = atenuação do protetor 
 
2.1.6 PROGRAMA DE CONSERVAÇÃO AUDITIVA (PCA) 
 
A ordem de serviço do INSS 608, de 1998 apresenta os aspectos técnicos 
para identificar a PAIRO – perda auditiva induzida por ruído ocupacional, assim 
como recomenda a obrigatoriedade de implementação pelo empregador de um 
programa de conservação auditiva – PCA. Este programa e composto por uma 
série de medidas administrativas e de controle do risco que devem ser 
implementadas em toda a empresa que detectou em suas ações de 
levantamentos das condições ambientais níveis de pressão sonora elevados. O 
referido programa deve contemplar os seguintes aspectos: 
a) Avaliação dos níveis de ruído no ambiente ocupacional construção do 
mapa do ruído. 
b) Adoção de medidas administrativas e de engenharia. 
c) Exames audiométricos periódicos. 
d) supervisão e treinamento. 
e) Compromisso da administração em implementar o PCA. 
f) Documentação de todas as atividades. 
g) Auditoria interna do programa. 
 
2.2 TEMPERATURAS EXTREMAS 
 
2.2.1 A TERMUREGULAÇÃO HUMANA 
 
A termorregulação humana coordenada pelo hipotálamo tem por objetivo 
impedir grandes variações na temperatura interna do corpo garantindo assim o 
bom funcionamento dos sistemas vitais. O hipotálamo recebe impulsos, 
 
 
 
originados em células termos sensíveis e emite comandos que acionam 
mecanismos de compensação, como a vasoconstrição e vasodilatação cutâneas e 
a sudorese, que interferem nas trocas térmicas do corpo com o ambiente de 
forma a manter a temperatura interna (FUNDACENTRO, 2002). 
 
As temperaturas extremas, ou seja, o calor ou o frio em intensidade sufi 
ciente para causar alterações e prejuízos a performance ou a saúde do 
trabalhador, constituem-se em um fator de risco importante do ponto de vista 
ocupacional. 
 
2.2.2 CONCEITUAÇÃO 
 
Homeotermia ou Endotermia - é a capacidade que alguns animais 
possuem de utilizar o metabolismo para manter sua temperatura corporal 
relativamente constante. 
 
Condução – calor transmitido entre sólidos em contato direto (corpos em 
repouso - fluxo de calor de um corpo de temperatura maior para outro de 
temperatura menor); 
 
Convecção – característico de fluídos (mesmo processo anterior só que 
pelo menos um dos corpos é um fluido - líquido ou gasoso), com a troca de calor 
ocorrendo devido aos movimentos do ar em contato com o corpo; 
 
Radiação – transmissão de calor por meio de raios ou ondas que se 
processam através do espaço vazio, sem contato; 
 
Evaporação – quando o líquido que envolve um sólido passa para o estado 
de vapor; 
 
Calor radiante – calor absorvido pelo mecanismo da radiação. 
 
 
 
 
Calor metabólico – calor produzido pelo organismo em função da atividade 
física exercida 
 
Ciclo de Exposição - conjunto de situações térmicas ao qual o trabalhador 
é submetido, conjugado às diversas atividades físicas por ele desenvolvidas, em 
uma sequência definida, e que se repete de forma contínua no decorrer da 
jornada de trabalho. 
 
Índice de Bulbo Úmido Termômetro de Globo Médio (IBUTG) - média 
ponderada no tempo dos diversos valores de IBUTG obtidos em um intervalo de 
60 minutos corridos (60 minutos mais desfavoráveis da jornada). 
 
Taxa Metabólica Média (M) - média ponderada no tempo das taxas 
metabólicas, obtidas em um intervalo de 60 minutos corridos (60 minutos mais 
desfavoráveis da jornada). 
 
Ponto de Medição - ponto físico escolhido para o posicionamento do 
dispositivo de medição onde serão obtidas as leituras representativas da situação 
térmica objeto de avaliação (região mais atingida no trabalhador). 
 
Situação Térmica - cada parte do ciclo de exposição onde as condições do 
ambiente que interferem na carga térmica a que o trabalhador está exposto 
podem ser consideradas estáveis. 
 
Grupo Homogêneo - corresponde a um grupo de trabalhadores que 
experimentam exposição semelhante, tanto do ponto de vista das condições 
ambientais como das atividades físicas desenvolvidas, de modo que o resultado 
fornecido pela avaliação da exposição de parte do grupo seja representativo da 
exposição de todos os trabalhadores que compõem o mesmo grupo. 
 
Limite de Exposição: valor máximo de IBUTG, relacionado à M que 
representa as condições sob as quais se acredita que a maioria dos trabalhadores 
 
 
 
possa estar exposta, repetidamente, durante toda asua vida de trabalho, sem 
sofrer efeitos adversos à sua saúde. 
 
2.2.3 EQUILÍBRIO HOMEOTÉRMICO 
 
São os seguintes os fatores ambientais e individuais que influenciam na 
sensação térmica: 
- temperatura do ar – para uma temperatura maior do que a temperatura 
da pele temos um ganho de calor do organismo pelos mecanismos de convecção 
ou condução. 
- umidade do ar - influi na troca térmica que ocorre entre o organismo 
humano e o meio ambiente pela evaporação 
- velocidade do ar - e a responsável por aumentar a troca térmica entre o 
corpo e meio ambiente, por condução/convecção. 
- calor radiante – e a energia emitida pelos corpos aquecidos a partir de 
fontes de radiação infravermelha 
- tipo de atividade exercida pelo trabalhador – a taxa metabólica 
correspondente e estimada através de tabelas disponíveis na legislação. 
 
A exposição do trabalhador a temperaturas extremas pode ser entendida 
pela expressão a seguir (balanço térmico): 
 
S = + M ± C ± R – E 
 
onde: 
S - calor acumulado no organismo; 
M – calor produzido pelo metabolismo; 
C – calor ganho ou perdido por condução/convecção; 
R – calor ganho ou perdido por radiação; 
E – calor perdido por evaporação. 
 
Obs.: 
 
 
 
temperatura da superfície do corpo tsc X temperatura ambiente ta 
 
tsc > ta – corpo cede calor para as moléculas de ar; 
tsc = ta – não haverá troca de calor; 
tsc < ta – corpo recebe calor do meio ambiente e entra em sobrecarga 
térmica. 
 
O calor cedido é por condução/convecção (tsc > ta) - quando em contato 
com a pele, o ar aquece-se, tornando-se menos denso, deslocando-se então, em 
direção ascendente. 
 
O calor recebido é por contato ou proveniente de fontes radiantes, que 
transmitem à distância, energias por meio de ondas eletromagnéticas 
(radiações), cujos comprimentos de onda localizam-se na região infravermelha 
do espectro luminoso. Nesse caso o organismo utiliza o mecanismo do suor, cuja 
evaporação, resfria a superfície do corpo. 
 
As limitações fisiológicas decorrem da capacidade de funcionamento das 
glândulas sudoríparas (1 litro por hora - 615 kcal/h). Já as limitações de natureza 
ambiental são relacionadas com as condições do meio que influenciam na 
evaporação do suor. 
 
Quando o organismo não consegue liberar o excesso de temperatura 
interna uma fadiga fisiológica é provável. Existem quatro categorias de doenças 
devidas ao calor: desidratação, câimbras, choque térmico, e exaustão. 
 
 
2.2.4 AVALIAÇÃO DA EXPOSIÇÃO OCUPACIONAL AO CALOR – NR 
15 
 
A seguir apresentamos um resumo da NR 15 (Anexo III) que está 
orientado segundo a sequência do documento original: 
 
 
 
1. A avaliação da exposição ocupacional ao calor adotado pela NR 15 
toma por base o Índice de Bulbo Úmido Termômetro de Globo – IBUTG, 
calculado através das equações seguintes: 
a) Para ambientes internos ou externos sem carga solar direta 
 
IBUTG = 0,7 tbn + 0,3 tg 
 
b) Para ambientes externos com carga solar direta 
 
IBUTG = 0,7 tbn + 0,2 tg + 0,1 tbs 
 
onde 
tbn = temperatura de bulbo úmido natural em ºC 
tg = temperatura de globo em ºC 
tbs = temperatura de bulbo seco (temperatura do ar) em ºC. 
2. Os aparelhos que devem ser usados nesta avaliação são: termômetro de 
bulbo úmido natural, termômetro de globo e termômetro de mercúrio 
comum. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
3. As medições devem ser efetuadas no local onde permanece o trabalhador, 
à altura da região do corpo mais atingida. 
 
Limites de Tolerância para exposição ao calor, em regime de 
trabalho intermitente com períodos de descanso no próprio local de 
prestação de serviço. 
 
1. Em função do índice obtido, o regime de trabalho intermitente será 
definido no Quadro N.º 1. 
 
 
2. Os períodos de descanso serão considerados tempo de serviço para 
todos os efeitos legais. 
3. A determinação do tipo de atividade (Leve, Moderada ou Pesada) é feita 
consultando-se o Quadro n.º 3. 
TIPO DE ATIVIDADE Kcal/h 
 
 
 
 
Limites de Tolerância para exposição ao calor, em regime de 
trabalho intermitente com período de descanso em outro local (local de 
descanso). 
1. Para os fins deste item, considera-se como local de descanso ambiente 
termicamente mais ameno, com o trabalhador em repouso ou exercendo 
atividade leve. 
2. Os limites de tolerância são dados segundo o Quadro n. º 2. 
 
M (Kcal/h) MÁXIMO IBUTG 
175 
200 
250 
300 
350 
400 
450 
500 
 
30,5 
30,0 
28,5 
27,5 
26,5 
26,0 
25,5 
25,0 
 
 
 
M é a taxa de metabolismo média ponderada para uma hora, determinada 
pela seguinte fórmula: 
 
SENTADO EM REPOUSO 100 
TRABALHO LEVE 
Sentado, movimentos moderados com braços e tronco (ex.: datilografia). 
Sentado, movimentos moderados com braços e pernas (ex.: dirigir). 
De pé, trabalho leve, em máquina ou bancada, principalmente com os 
braços. 
 
125 
150 
150 
TRABALHO MODERADO 
Sentado, movimentos vigorosos com braços e pernas. 
De pé, trabalho leve em máquina ou bancada, com alguma movimentação. 
De pé, trabalho moderado em máquina ou bancada, com alguma 
movimentação. 
Em movimento, trabalho moderado de levantar ou empurrar. 
 
 
180 
175 
220 
300 
TRABALHO PESADO 
Trabalho intermitente de levantar, empurrar ou arrastar pesos (ex.: 
remoção com pá). 
Trabalho fatigante 
 
440 
550 
 
 
 
M = Mt x Tt + Md x Td 
 60 
Sendo: 
Mt - taxa de metabolismo no local de trabalho. 
Tt - soma dos tempos, em minutos, em que se permanece no local de 
trabalho. 
Md - taxa de metabolismo no local de descanso. 
Td - soma dos tempos, em minutos, em que se permanece no local de 
descanso. 
 
IBUTG é o valor IBUTG médio ponderado para uma hora, determinado 
pela seguinte fórmula: 
 
IBUTG = IBUTGt x Tt + IBUTGd x Td 
 60 
Sendo: 
IBUTGt = valor do IBUTG no local de trabalho. 
IBUTGd = valor do IBUTG no local de descanso. 
Tt e Td = como anteriormente definidos. 
Os tempos Tt e Td devem ser tomados no período mais desfavorável do 
ciclo de trabalho, sendo Tt + Td = 60 minutos corridos. 
3. As taxas de metabolismo Mt e Md serão obtidas consultando-se o 
Quadro n.º 3. 
4. Os períodos de descanso serão considerados tempo de serviço para 
todos os efeitos legais. 
 
2.2.5 AVALIAÇÃO DA EXPOSIÇÃO OCUPACIONAL AO CALOR – 
NHO 06 
 
A seguir apresentamos um resumo da NHO 06 orientado segundo a 
sequência do referido documento. 
 
 
 
 
A avaliação da exposição ao calor é feita por meio da análise da exposição 
de cada trabalhador, cobrindo-se todo o seu ciclo de exposição. A determinação 
do Índice de Bulbo Úmido termômetro de Globo Médio, IBUTG, e da Taxa 
Metabólica Média, M, representativos da exposição ocupacional ao calor, devem 
ser obtidos em um intervalo de 60 minutos corridos, considerado o mais crítico 
em relação à exposição ao calor. 
 
O Índice de Bulbo Úmido Termômetro de Globo – IBUTG, deve ser 
calculado através das equações seguintes: 
a) Para ambientes internos ou externos sem carga solar direta 
 
IBUTG = 0,7 tbn + 0,3 tg 
b) Para ambientes externos com carga solar direta 
 
IBUTG = 0,7 tbn + 0,2 tg + 0,1 tbs 
 
Onde: 
tbn = temperatura de bulbo úmido natural em ºC 
tg = temperatura de globo em ºC 
tbs = temperatura de bulbo seco (temperatura do ar) em ºC. 
 
As taxas metabólicas relativas às diversas atividades físicas exercidas pelo 
trabalhador devem ser estimadas utilizando-se os dados constantes do Quadro 1 
(NHO 06 - parcial).Atividade Taxa metabólica (Kcal/h) 
Taxa metabólica (W/m²) 
 
SENTADO 
Em repouso 90 58 
 
Trabalho leve com as mãos 
(escrever, datilografar) 105 68 
 
Trabalho moderado com as 
 
 
 
 mãos e braços (desenhar, 
trabalho leve de montagem) 170 110 
 
Quando o trabalhador está exposto a duas ou mais situações térmicas 
diferentes, deve ser determinado o IBUTG média ponderada no tempo (situações 
térmicas que compõem o ciclo de exposição). Da mesma forma quando o 
trabalhador desenvolve duas ou mais atividades físicas deve ser determinada a 
taxa metabólica média ponderada no tempo (atividades físicas exercidas pelo 
trabalhador durante o ciclo de Exposição). 
 
É permitida a utilização de conjunto convencional ou equipamento 
eletrônico para a determinação do IBUTG. 
 
 
Fonte: Peixoto e Ferreira, 2012. 
 
O conjunto de medição deverá sempre ser posicionado no local de 
medição, de maneira que os sensores fiquem todos alinhados segundo um plano 
horizontal. Quando houver uma fonte principal de calor, os termômetros deverão 
 
 
 
estar contidos num mesmo plano vertical e colocados próximos uns dos outros, 
sem, no entanto, se tocarem. A posição do conjunto no ponto de medição deve 
ser tal que a normal ao referido plano vertical esteja na direção da fonte 
supracitada. Caso não haja uma fonte principal de calor, este cuidado torna-se 
desnecessário. 
 
A altura de montagem dos equipamentos deve coincidir com a região mais 
atingida do corpo. 
 
A determinação do Índice de Bulbo Úmido Termômetro de Globo Médio, 
IBUTG, e da Taxa Metabólica Média, M, representativos da exposição ocupacional 
ao calor, deve ser obtida em um intervalo de 60 minutos corridos, considerado o 
mais crítico em relação à exposição ao 
calor. 
 
O limite de exposição ocupacional ao calor é o valor de IBUTG máximo 
permissível (IBUTGMÁX) correspondente ao valor de M determinado para a 
condição de exposição avaliada, conforme Quadro 2 NHO 06 (parcial). Este limite 
é válido para trabalhadores sadios, aclimatados, completamente vestidos com 
calça e camisa leves, e com reposição adequada de água e sais minerais. 
 
 
 
 
 
 
2.2.6 EFEITOS SOBRE O ORGANISMO 
 
São os seguintes os principais efeitos sobre o organismo: 
- exaustão - com a dilatação dos vasos sanguíneos em resposta ao calor, 
há uma insuficiência do suprimento de sangue do córtex cerebral, resultando na 
queda da pressão arterial; 
- desidratação - a desidratação provoca, principalmente, redução de 
volume de sangue, promovendo a exaustão do calor. 
- câimbras - na sudorese, há perda de água e sais minerais o que pode 
ocasionar câimbras. 
- choque térmico - ocorre quando a temperatura do núcleo do corpo 
atinge determinado nível, 
 
2.2.7 MEDIDAS DE CONTROLE NA EXPOSIÇÃO AO CALOR 
 
 
 
 
Sempre que as avaliações indiquem devem ser aplicadas as medidas de 
controle a fim de eliminar ou minimizar o risco associado: 
- eliminação dos riscos – alteração do processo, substituição ou alteração 
de local de instalação de equipamentos, automatização do posto de trabalho; 
- meio ambiente – eliminar radiação solar direta, diminuir ganho por 
radiação (isolamento) e diminuir ganho por convecção (reduzir temperatura do 
ar); ventilação local exaustora (controle de temperatura do ar, umidade ou 
velocidade). 
- trabalhadores – seleção adequada, aclimatação, pausas, roupas 
adequadas, limitação do tempo de exposição, óculos infravermelho, educação e 
treinamento, controle de saúde. 
 
2.3 AVALIAÇÃO DA EXPOSIÇÃO OCUPACIONAL AO FIO 
 
2.3.1 CONCEITUAÇÃO E AVALIAÇÃO DA EXPOSIÇÃO 
OCUPACIONAL AO FRIO - NR 15 
 
A temperatura abaixo de 15o centígrados diminui a concentração, reduz a 
capacidade para julgar, afeta o controle muscular. O organismo humano não se 
aclimata ao frio da mesma forma que ao calor. Quando exposto ao frio, os vasos 
sanguíneos, que abastecem a pele, as mãos e os pés, contraem-se para que 
menos sangue circule na superfície do corpo, diminuindo assim a perda de calor. 
 
Com temperatura corporal inferior a 35ºC o corpo reage passando a 
tremer (aumento da atividade física) e com a temperatura corporal de 29ºC o 
hipotálamo perde a capacidade termorreguladora e o indivíduo pode entrar em 
sonolência e coma (hipotermia). 
 
A NR 15 não estabelece limite de tolerância para o frio e determina que a 
avaliação da insalubridade se realize através de avaliação qualitativa, por perito, 
do ambiente laboral. 
 
 
 
 
Ainda com base no Anexo 9 da NR 15 as atividades ou operações 
executadas no interior de câmaras frigoríficas, ou em locais que apresentem 
condições similares, que exponham os trabalhadores ao frio, sem a proteção 
adequada, serão consideradas insalubres em decorrência de laudo de inspeção 
realizada no local de trabalho. 
 
Ainda segundo o Art. 253 da CLT, NR 29 e NR 36, para os empregados 
que trabalham no interior das câmeras frigorificas e para os que movimentam 
mercadorias do ambiente quente ou normal para o frio e vice-versa, depois de 1 
(uma) hora e 40 (quarenta) minutos de trabalho continuo, será assegurado um 
período de 20 (vinte) minutos de repouso, computado esse intervalo como de 
trabalho efetivo. 
 
Cabe salientar que considera-se artificialmente frio, o que for inferior, na 
primeira, segunda e terceira zonas climáticas a 15º C, na quarta zona a 12º C, e 
nas zonas quinta, sexta e sétima, a 10º C, conforme mapa oficial do Instituto 
Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE. 
 
2.3.2 MEDIDAS DE CONTROLE NA EXPOSIÇÃO AO FRIO 
 
Sempre que as avaliações indiquem devem ser aplicadas as medidas de 
controle a fim de eliminar ou minimizar o risco associado. 
 
A redução da velocidade e o aumento da temperatura do ar são medidas 
são medidas de caráter coletivo capazes de minimizar a exposição, mas quando 
não possíveis deve-se adotar medidas de caráter administrativo (limitação do 
tempo de exposição) e os equipamentos de proteção individual (luvas, botas, 
capuz, etc.…). Outras medidas importantes são: aclimatação, controle medico, 
capacitação nos procedimentos de primeiros socorros, hábitos alimentares, 
utilização de EPI, etc... 
 
 
 
 
Cabe aqui destacar que o procedimento técnico de avaliação, como 
critérios para amostragem, escolha das situações térmicas desfavoráveis, 
condições para o uso e utilização de instrumentos deve ser obedecido o que está 
estabelecido para NHO 06. 
 
2.4 UMIDADE 
 
2.4.1 INTRODUÇÃO E CONCEITUAÇÃO 
 
A umidade pode ser definida como a quantidade de vapor de água em 
suspensão presente em uma porção da atmosfera. A umidade pode acarretar 
efeitos metabólicos e endocrinológicos para a saúde. Dentre outras podemos 
destacar as afecções do trato respiratório, circulatório e cutâneas, etc. ... 
Adicionalmente deve ser considerado ainda o risco de acidentes por queda. 
 
2.4.2 AVALIAÇÃO DA EXPOSIÇÃO OCUPACIONAL A UMIDADE - 
NR 15 
 
A seguir apresentamos um resumo da NR 15 (Anexo X) que está orientado 
segundo a sequência do documento original. 
 
As atividades ou operações executadas em locais alagados ou 
encharcados, com umidade excessiva, capazes de produzir danos à saúde dos 
trabalhadores, serão consideradas insalubres em decorrência de laudo de 
inspeção realizada no local de trabalho. 
 
2.4.3 MEDIDAS DE CONTROLE NA EXPOSIÇÃO A UMIDADE 
 
Sempre que as avaliações indiquem devem ser aplicadas as medidas de 
controle a fim de eliminar ou minimizar o risco associado. 
 
Medidas de proteçãocoletiva: 
 
 
 
- Alteração no processo de trabalho, Implantação de barreiras de 
contenção, Implantação de ralos para escoamento, Implantação de áreas com 
estrados de madeira, Implantação de sistemas de ventilação e exaustão. 
 
Medidas de proteção individual: 
- Adoção de equipamentos de proteção individual Luvas, botas, aventais, 
etc. ... 
 
2.5 VIBRAÇÃO 
 
2.5.1 INTRODUÇÃO 
 
Podemos afirmar que um corpo está em vibração quando ele descreve um 
movimento oscilatório em torno de um ponto de referência. O número de vezes 
de um ciclo completo de um movimento durante um período de um segundo é 
chamado de frequência e é medido em Hertz [Hz]. 
 
Já a Convenção n° 148, da Organização Internacional do Trabalho - OIT, 
estabelece que as vibrações são compreendidas por movimentos oscilatórios que 
são transmitidos para o organismo humano por estruturas solidas, que são 
nocivas a saúde ou que possa oferecer qualquer outro tipo de perigo. 
 
As vibrações ditas ocupacionais podem ser classificadas em vibrações de 
corpo inteiro e em vibrações de mãos e braços. As vibrações de corpo inteiro – 
VCI são caracterizadas por serem transmitidas ao corpo através dos pês, adegas 
e costas (empilhadeiras, tratores, caminhões, etc. ...). Já as vibrações de mãos e 
braços – VMB são caracterizadas por serem transmitidas ao corpo através das 
mãos e braços (motosserras, marteletes pneumáticos, furadeiras, etc. ...). 
 
Na medida em que a vibração é um movimento oscilatório a sua 
quantificação é realizada pela aceleração em m/s2 ou em dB através de: 
 
 
 
 
dB = 20 log A / A0 
 
Onde: 
A = aceleração avaliada em m/s2 
A0 = aceleração de referência (10
-6 m/ s2) 
 
As vibrações retilíneas transmitidas ao corpo do trabalhador devem ser 
avaliadas nas direções de um sistema ortogonal que para a VCI tem origem no 
coração segundo os esquemas seguintes 
 
 
 
Fonte: NHO 09, Fundacentro. 
 
Já para a VMB A origem do sistema ortogonal é posicionada sobre o 
objeto que vai ser segurado pelo trabalhador e abaixo do início dos dedos, 
segundo os esquemas seguintes 
 
 
 
Fonte: NHO 10, Fundacentro. 
 
 
 
 
 
2.5.2 Critério legal 
 
O anexo 8 da NR 15 estabelece os critérios para caracterização da 
condição de trabalho insalubre decorrente da exposição às Vibrações de Mãos e 
Braços (VMB) e Vibrações de Corpo Inteiro (VCI). 
 
Já os procedimentos técnicos para a avaliação quantitativa das VCI e VMB são os 
estabelecidos nas Normas de Higiene Ocupacional da FUNDACENTRO, a saber: 
 
- NHO 09 - Avaliação da exposição ocupacional a vibrações de corpo 
inteiro, que toma por base as seguintes referências ISO 2631 (1997) – 
Mechanical Vibration and Shock – Evaluation Human Exposure of Whole-body. 
Part 1: General Requirements e da ISO 8041 (2005) – Human Response to 
Vibration – Measure Instrumentation 
- NHO 10 - Avaliação da exposição ocupacional a vibrações em mãos e 
braços, estruturada a partir da ISO 5349-1 (2001) - Mechanical Vibration – 
Measurement and Evaluation of Human Exposure to Hand-transmitted Vibration – 
Part 1: General Requirements”, ISO 5349-2 (2001) -“Mechanical Vibration – 
Measurement and Evaluation of Human Exposure to Hand-transmitted Vibration – 
Part 2: Practical Guidance for Measurement at the Workplace”, e ISO 8041 
(2005): Human Response to Vibration – Measuring Intrumentation. 
 
Cabe ainda destacar que o Anexo I da NR 9, Programa de Prevenção de 
Riscos Ambientais – PPRA, apresenta os critérios para prevenção de doenças e 
distúrbios decorrentes da exposição ocupacional às Vibrações em Mãos e Braços 
- VMB e às Vibrações de Corpo Inteiro - VCI, no âmbito do Programa de 
Prevenção de Riscos Ambientais. 
 
A seguir estão listadas as principais definições estabelecidas pelas normas 
FUNDACENTRO NHO 09 e NHO 10: 
 
 
 
- Aceleração instantânea [aj(t)]: valor da aceleração ponderada em 
frequência, no instante de tempo “t”, expressa em m/s2, segundo um 
determinado eixo de direção “j”, sendo que “j” corresponde aos eixos ortogonais 
“x”, “y” ou “z”. 
- Aceleração média (amj): raiz média quadrática dos diversos valores da 
aceleração instantânea ocorridos em um período de medição, expressa em m/s2, 
na direção “j”. 
- Aceleração média resultante (amr): corresponde à raiz quadrada da 
soma dos quadrados das acelerações médias, medidas segundo os três eixos 
ortogonais “x”, “y” e “z”, definida pela expressão que segue: 
 
Amr = [(fx . amx)
2 + (fy . amy)
2) + (fy . amy)
2]1/2 m/s2 
 
Sendo: 
amj = aceleração média; 
fj = fator de multiplicação em função do eixo considerado (f = 1,4 para os 
eixos “x” e “y” e 
 “ f ”= 1,0 para o eixo “z”). 
- Aceleração resultante de exposição parcial (arepi): corresponde à 
aceleração média resultante representativa da exposição ocupacional relativa à 
componente de exposição “i”, ocorrida em uma parcela de tempo da jornada 
diária, considerando os três eixos ortogonais. Este parâmetro poderá ser 
resultado de uma média aritmética das acelerações obtidas cada vez que a 
componente de exposição é repetida. 
- Aceleração resultante de exposição (are): corresponde à aceleração 
média resultante representativa da exposição ocupacional diária, considerando os 
três eixos ortogonais e as diversas componentes de exposição identificadas, 
definida pela expressão que segue: 
 
are = [1/T. Σ1
m. ni . arep
2
i .Ti]
1/2 m/s2 
 
Sendo: 
 
 
 
arepi = aceleração resultante de exposição parcial; 
ni = número de repetições da componente de exposição “i” ao longo da 
jornada de trabalho; 
Ti = tempo2 de duração da componente de exposição “i”; 
m = número de componentes de exposição que compõem a exposição 
diária; 
T = tempo de duração da jornada diária de trabalho. 
 
- Aceleração resultante de exposição normalizada (aren): corresponde à 
aceleração resultante de exposição (are) convertida para uma jornada diária 
padrão de 8 horas, determinada pela seguinte expressão: 
 
aren = are.(T/T0)
1/2 m/s2 
 
Sendo: 
are = aceleração resultante de exposição; 
T = tempo de duração da jornada diária de trabalho expresso em 
horas ou minutos; 
T0 = 8 horas ou 480 minutos. 
- Componente de exposição: parte da exposição diária que pode ser 
representada por um único valor de aceleração resultante de exposição parcial 
(arep). A componente de exposição pode ser decorrente de uma única operação 
ou consequência de duas ou mais operações executadas de forma sequencial. 
- Fator de crista (FC): módulo da razão entre o máximo valor de pico de 
aj(t) e o valor de amj, ambas ponderadas em frequência. 
- Forças de preensão: forças exercidas pelo trabalhador para segurar a 
ferramenta ou a peça que está sendo trabalhada. 
- Grupo de exposição similar (GES): corresponde a um grupo de 
trabalhadores que experimentam exposição semelhante, de forma que o 
resultado fornecido pela avaliação da exposição de parte deste grupo seja 
representativo da exposição de todos os trabalhadores que o compõem. 
 
 
 
- Limite de exposição (LE): parâmetro de exposição ocupacional que 
representa condições sob as quais se acredita que a maioria dos trabalhadores 
possa estar exposta repetidamente sem sofrer efeitos adversos que possam 
resultar em dano à sua saúde. 
- Nível de ação: valor acima do qual devem ser adotadas ações 
preventivas de forma a minimizar a probabilidade de que as exposições à 
vibração causem danos à saúde do trabalhador e evitar que o limite de exposição 
seja ultrapassado. 
- Ponto de medição: ponto(s) localizado (s) na zona de exposição, ou 
próximo (s) a esta, cujos valores obtidos sejam representativos da exposição da 
região do corpo atingida 
- Valor da dose de vibração (VDVj): corresponde ao valor obtido a partir 
do método de dose de vibração à quarta potência3 determinado na direção “j”, 
sendo que “j” corresponde aos eixos ortogonais “x”, “y” ou “z”, expresso em 
m/s1,75. 
- Valor da dose de vibração (VDVji): corresponde ao valor de dose de 
vibração, determinado na direção “j”, relativo às “s” amostras da componente de 
exposição “i” que foram mensuradas, definido pela expressão que segue: 
- Valor da dose de vibração da exposição parcial (VDVexpji): corresponde 
ao valor de dose de vibração representativo da exposição ocupacional diária no 
eixo “j”, relativo à componente de exposição “i”, que pode ser obtido por meio da 
expressão que segue: 
 
 
VDVexpji = fj . VDVji (Texp /Tamos)
1/4 m/s1,75 
 
Sendo: 
VDVji = valor da dose de vibração medido no eixo “j”, relativo à 
componente de exposição “i”; 
Texp = tempo total de exposição à vibração, ao longo de toda a jornada 
de trabalho, decorrente da componente de exposição “i” em estudo. Corresponde 
ao número de repetições da componente vezes o seu tempo de duração; 
 
 
 
Tamos = tempo total utilizado para a medição das “s” amostras 
representativas da componente de exposição “i”, em estudo: 
 
Tamos = Σ1
s Tk 
Sendo: 
Tk = tempo de medição relativo à késima amostra selecionada dentre as 
repetições da componente de exposição “i”; 
s = número de amostras da componente de exposição “i” que foram 
mensuradas; 
fj = fator de multiplicação em função do eixo considerado 
(f = 1,4 para os eixos “x” e “y” e f = 1,0 para o eixo “z”). 
- Valor da dose de vibração da exposição (VDVexpj): corresponde ao valor 
de dose de vibração representativo da exposição ocupacional diária em cada eixo 
de medição, que pode ser obtido por meio da expressão que segue: 
 
VDVexpj = [Σ1
m (VDVexpji)
4]1/4 m/s1,75 
 
Sendo: 
VDVexpji = valor da dose de vibração da exposição representativo da 
exposição ocupacional diária no eixo “j”, relativo à componente de exposição “i”; 
m = número de componentes de exposição que compõem a exposição 
diária. 
- Valor da dose de vibração resultante (VDVR): corresponde ao valor da 
dose de vibração representativo da exposição ocupacional diária, considerando a 
resultante dos três eixos de medição, que pode ser obtido por meio da expressão 
que segue: 
 
VDVR = [Σj (VDVexpj)
4 ]1/4 m/s1,75 
 
Sendo: 
VDVexpj = valor da dose de vibração da exposição, representativo da 
exposição ocupacional diária no eixo “j”, sendo “j” igual a “x”, “y” ou “z”. 
 
 
 
- Síndrome da vibração em mãos e braços (SVMB): corresponde à 
terminologia utilizada para se referir ao conjunto de sintomas de ordem vascular, 
neurológica, osteoarticular, muscular e outros, ocasionados pela exposição 
ocupacional à vibração em mãos e braços. 
 
- Zona de exposição: interface entre a fonte de vibração e a região do 
corpo para a qual a energia da vibração é transferida. 
 
2.5.3 LIMITES DE EXPOSIÇÃO E CARACTERIZAÇÃO E 
CLASSIFICAÇÃO DA INSALUBRIDADE 
 
São as seguintes as premissas para a caracterização da insalubridade 
previstas no Anexo 8 da NR 15: 
 - Caracteriza-se a condição insalubre caso seja superado o limite de 
exposição ocupacional diária a VMB correspondente a um valor de aceleração 
resultante de exposição normalizada (aren) de 5 m/s2. 
- O nível de ação para a exposição ocupacional diária à vibração em mãos 
e braços adotado nesta norma corresponde a um valor de aceleração resultante 
de exposição normalizada (aren) de 2,5 m/s2. 
 - Caracteriza-se a condição insalubre caso sejam superados quaisquer dos 
limites de exposição ocupacional diária a VCI: 
 valor da aceleração resultante de exposição normalizada (aren) de 1,1 m/s2, e 
valor da dose de vibração resultante (VDVR) de 21,0 m/s1,75. 
- O nível de ação para a exposição ocupacional diária à vibração de corpo 
inteiro adotado nesta norma corresponde a um valor da aceleração resultante de 
exposição normalizada (aren) de 0,5m/s2 e ao valor da dose de vibração 
resultante (VDVR) de 9,1m/s1,75. 
 - Para fins de caracterização da condição insalubre, o empregador deve 
comprovar a avaliação dos dois parâmetros acima descritos. 
 - As situações de exposição a VMB e VCI superiores aos limites de 
exposição ocupacional são caracterizadas como insalubres em grau médio. 
 
 
 
 
 A avaliação quantitativa deve ser representativa da exposição, abrangendo 
aspectos organizacionais e ambientais que envolvam o trabalhador no exercício 
de suas funções. 
 
 Cabe ressaltar que a caracterização da exposição deve ser objeto de laudo 
técnico que contemple, no mínimo, os seguintes itens: 
 - objetivo e datas em que foram desenvolvidos os procedimentos; 
- descrição e resultado da avaliação preliminar da exposição, realizada de 
acordo com o item 3, do Anexo 1 da NR-9 do MTE; 
- metodologia e critérios empregados, inclusas a caracterização da 
exposição e representatividade da amostragem; 
- instrumentais utilizados, bem como o registro dos certificados de 
calibração; 
- dados obtidos e respectiva interpretação; 
- circunstâncias específicas que envolveram a avaliação; 
- descrição das medidas preventivas e corretivas eventualmente existentes 
e indicação das necessárias, bem como a comprovação de sua eficácia; 
- conclusão. 
 
2.5.4 EFEITOS SOBRE A SAÚDE 
 
Segundo a norma ISO 2531 a exposição diária as VCI pode acarretar além 
de danos permanentes a região espinhal problemas não menos importantes nos 
sistemas urinário, circulatório e nervoso central. 
 
Já com relação a exposição diária as VMB são reportados problemas no 
sistema vascular, neurológico, osteoarticular e muscular. Cabe destacar que a 
doença característica deste tipo de exposição é a doença dos “dedos brancos”. 
 
 
 
 
Fonte:http://www.industria-transformadora.info/vibracoes-na-industria-evite-a-
sindrome-do-dedo-branco/ 
 
Importante ressaltar que os riscos caracterizados por vibrações dependem 
de fatores como intensidade, frequência, direção da vibração, tempo de 
exposição, direção da vibração transmitida, método de trabalho e fatores 
predisponentes do indivíduo. 
 
2.5.5 PROCEDIMENTOS DE AVALIAÇÃO 
 
A seguir estão destacados os principais itens previstos na NHO 09 e NHO 
10 relativos aos procedimentos de avaliação: 
 
A avaliação da vibração deverá ser feita de forma a ser representativa da 
exposição de todos os trabalhadores considerados no estudo. A análise 
preliminar tem por objetivo reunir elementos que permitam enquadrar as 
situações analisadas em três distintas possibilidades, quais sejam: 
- a convicção técnica de que as situações de exposição sejam aceitáveis, 
pressupondo-se que estejam abaixo do nível de ação; 
- a convicção técnica de que as situações de exposição sejam inaceitáveis, 
pressupondo-se que estejam acima do limite de exposição; 
 
 
 
- a incerteza quanto à aceitabilidade das situações de exposição 
analisadas. 
 
Para a análise preliminar da exposição, deve-se considerar, entre outros, 
os seguintes aspectos: 
- informações fornecidas por fabricantes de veículos, máquinas ou 
equipamentos sobre suas especificações técnicas, incluindo os níveis de vibração 
gerados durante as operações envolvidas na exposição; 
- estado de conservação de veículos, máquinas ou equipamentos utilizados 
quanto aos sistemas de amortecimento, assentos e demais dispositivosque 
possam interferir na exposição dos operadores ou motoristas. O nível de vibração 
gerado depende, entre outros fatores, das características e do estado de 
conservação desses dispositivos. Esses aspectos devem ser considerados quando 
da utilização de dados relativos a operações e equipamentos similares; 
- dados de medições de exposição ocupacional já existentes, 
eventualmente disponíveis; 
- características da superfície de circulação; 
- constatação de condições específicas de trabalho que possam contribuir 
para o agravamento das condições de exposição, como, por exemplo: atividades 
desenvolvidas em situações ou condições diversas das finalidades para as quais 
se destinam os veículos, as máquinas ou os equipamentos; 
- estimativa de tempo efetivo da exposição diária; 
- nível de ação e limite de exposição adotados, conforme item 5; 
- informações ou registros relacionados a queixas, susceptibilidades ou 
predisposições atípicas ou antecedentes médicos relacionados aos trabalhadores 
expostos e os efeitos neles gerados. 
 
Quando, por meio da análise preliminar, houver a convicção técnica de 
que as situações de exposição são aceitáveis, em princípio não são necessárias 
avaliações quantitativas, sendo recomendada, no mínimo, a manutenção das 
condições de exposição existentes. 
 
 
 
 
Quando, por meio da análise preliminar, houver a convicção técnica de 
que as situações de exposição são inaceitáveis, em princípio não são necessárias 
avaliações quantitativas, sendo obrigatória a adoção de medidas de controle. 
 
Quando, após a análise preliminar, permanecer a incerteza da 
aceitabilidade da condição de exposição analisada ou quando houver a 
necessidade de se dispor do valor da aceleração resultante de exposição 
normalizada (aren) e do valor da dose de vibração resultante (VDVR) para 
quaisquer fins, deve-se efetuar a avaliação quantitativa. 
 
2.5.6 AVALIAÇÃO QUANTITATIVA DA EXPOSIÇÃO 
 
A avaliação da exposição ocupacional à vibração de corpo inteiro deverá 
ser feita utilizando-se sistemas de medição que permitam a determinação da 
aceleração resultante de exposição normalizada (aren) e do valor da dose de 
vibração resultante (VDVR), parâmetros representativos da exposição diária do 
trabalhador. 
 
A avaliação da exposição ocupacional à vibração em mãos e braços deverá 
ser feita utilizando-se de sistemas de medição que permitam a obtenção da 
aceleração resultante de exposição normalizada (aren), parâmetro representativo 
da exposição diária do trabalhador. 
 
Os sistemas de medição devem ser compostos basicamente de medidores 
integradores e de transdutores (incluindo acelerômetros de assento) do tipo tri 
axial. Esses transdutores serão posicionados nos pontos de medição. Os 
equipamentos de medição, quando em uso, devem estar calibrados e em 
perfeitas condições eletromecânicas. 
 
 
 
 
 
Fonte: http://01db.acoemgroup.com.br/catalogo/VIB-Dosmetro-de-
vibraco-1-0-246-produit 
 
As medições da vibração transmitida ao corpo devem ser feitas segundo 
as três direções de um sistema de coordenadas ortogonais de forma simultânea, 
utilizando-se acelerômetro do tipo tri axial. As Figuras a seguir mostram 
exemplos de localização e fixação de acelerômetro 
 
 
Fonte: NHO 09, Fundacentro (VCI) 
 
 
 
 
 
 
Fonte: http://01db.acoemgroup.com.br/catalogo/VIB-Dosmetro-de-vibraco-1-0-
246-produit 
 
 
 
Fonte: NHO 10, Fundacentro 
 
Em determinadas situações de trabalho, nas quais as atividades são 
realizadas em pé, as medições para VCI terão de ser feitas com acelerômetros 
fixados no piso. 
 
Para as medições de VMB a utilização de transdutores de pequeno porte 
minimiza a interferência na medição e facilita um melhor posicionamento. O 
conjunto composto pelo acelerômetro e pelos dispositivos de fixação deve 
possuir massa inferior a 10% da massa do componente vibrante (punho, corpo 
da ferramenta ou peça trabalhada). 
 
 
 
 
O valor da dose de vibração (VDVj), na literatura técnica, é tratado como 
um parâmetro complementar utilizado para a representação da exposição 
ocupacional, quando há a ocorrência de picos no sinal de vibração. Essa condição 
fica caracterizada quando o fator de crista (FC) for superior a nove (fc > 9). Por 
conduta preventiva a legislação adota este parâmetro como mais um critério de 
julgamento da exposição, devendo ser determinado em todos os casos. 
 
A exposição diária pode ser decorrente das seguintes situações: 
- uma componente de exposição, de curta ou longa duração, de 
ocorrência única ou repetida durante toda a jornada de trabalho ou em parte 
dela; 
- duas ou mais componentes de exposição, de curta ou longa duração, 
repetidas ou não, de forma sequencial ou aleatória, durante toda a jornada de 
trabalho ou em parte dela. 
 
Quando a exposição diária for composta por duas ou mais componentes 
de exposição, distintas entre si, a avaliação da exposição ocupacional diária 
poderá ser feita pela composição dos dados obtidos para cada uma das 
componentes. 
 
Uma vez determinadas as componentes de exposição, devem ser obtidos: 
a aceleração resultante de exposição parcial (arepi) representativa da 
contribuição da exposição ocupacional de cada uma das diferentes componentes 
identificadas; o tempo médio de duração de cada componente (Ti); e o número 
de repetições de cada componente ao longo da jornada de trabalho (ni). Esses 
parâmetros serão utilizados na determinação da aceleração resultante de 
exposição (are). 
 
Adicionalmente para VCI deve ainda ser obtido o valor da dose de 
vibração da exposição parcial (VDVexpji), 
 
 
 
 
A aceleração resultante de exposição parcial (arepi) de cada componente 
de exposição deve ser obtida por meio da média aritmética das acelerações. 
 
Para a avaliação da VCI o valor da dose de vibração da exposição parcial 
(VDVexpji) de cada componente de exposição deve ser determinado por meio da 
projeção do valor da dose de vibração (VDVji). O VDVji dever ser determinado 
pela somatória dos valores de dose VDVjik, obtidos cada vez que a componente é 
repetida. 
 
Outra situação ocorre quando a integração do sinal for mantida de forma 
continuada, procedimento recomendável para operações intermitentes que 
alternem rápidas exposições com rápidas interrupções. Neste caso, a medição 
prossegue cobrindo várias repetições da componente de exposição até que o 
avaliador, baseado no seu julgamento e experiência profissional, tenha convicção 
de que a amostragem é representativa da exposição, sendo que o resultado amri 
obtido já corresponde ao valor do arepi a ser atribuído à componente de 
exposição em análise. 
 
2.5.7 MEDIDAS PREVENTIVAS E CORRETIVAS DE CONTROLE DA 
EXPOSIÇÃO 
 
De acordo com o Anexo 1, da Norma Regulamentadora nº 9 - Programas 
de Prevenção de Riscos Ambientais (PPRA): 
- No processo de eliminação ou redução dos riscos relacionados à 
exposição às vibrações mecânicas devem ser considerados, entre outros fatores, 
os esforços físicos e aspectos posturais. 
 - O empregador deve comprovar, no âmbito das ações de manutenção 
preventiva e corretiva de veículos, máquinas, equipamentos e ferramentas, a 
adoção de medidas efetivas que visem o controle e a redução da exposição a 
vibrações. 
- As ferramentas manuais vibratórias que produzam acelerações 
superiores a 2,5 m/s2 nas mãos dos operadores devem informar junto às suas 
 
 
 
especificações técnicas a vibração emitida pelas mesmas, indicando as normas de 
ensaio que foram utilizadas para a medição. 
- As situações de exposição ocupacionalsuperior ao nível de ação, 
independentemente do uso de equipamentos de proteção individual, implicam 
obrigatória adoção de medidas de caráter preventivo. 
 - As situações de exposição ocupacional superior ao limite de exposição, 
independentemente do uso de equipamentos de proteção individual, implicam 
obrigatória adoção de medidas de caráter corretivo. 
 
Ainda de acordo com o Anexo 1 – Vibração, da Norma Regulamentadora 
nº 9 - Programas de Prevenção de Riscos Ambientais (PPRA) estão previstas as 
seguintes medidas preventivas: 
- as medidas preventivas são ações que visam a minimizar à probabilidade 
de que as exposições à vibração causem prejuízos ao trabalhador exposto e 
evitar que o limite de exposição seja ultrapassado. (Devem incluir o 
monitoramento periódico da exposição, a informação, a orientação aos 
trabalhadores e o controle médico). 
- o monitoramento periódico consiste em uma avaliação sistemática e 
repetitiva da exposição dos trabalhadores e das medidas de controle, visando a 
um acompanhamento dos níveis de exposição, tendo em vista a introdução ou a 
modificação das medidas de controle sempre 
que necessário. 
- os trabalhadores devem ser informados e orientados sobre: os riscos 
decorrentes da exposição à vibração de corpo inteiro; os cuidados e 
procedimentos necessários para redução da exposição à vibração, como, por 
exemplo, adotar velocidades adequadas no uso de veículos, evitar, dentro do 
possível, superfícies irregulares, ajustar o assento do veículo em relação ao 
posicionamento e ao peso do usuário; os cuidados a serem tomados após a 
exposição, tais como evitar levantar pesos ou fazer movimentos bruscos de 
torção ou flexão; as eventuais limitações de proteção das medidas de controle, 
sua importância e seu uso correto; a necessidade de informar seus superiores 
 
 
 
sempre que observar níveis anormais de vibração durante o uso de veículos ou 
durante a execução de atividades em plataformas de trabalho. 
 
Cabe destacar que o controle médico dos trabalhadores expostos a 
vibrações de corpo inteiro deve envolver exames físicos e a manutenção de um 
histórico com registros de exposições anteriores. 
 
Finalmente e ainda de acordo com o Anexo 1 – Vibração, da Norma 
Regulamentadora nº 9 - Programas de Prevenção de Riscos Ambientais (PPRA) 
estão previstas medidas corretivas, que devem contemplar, no mínimo, uma das 
medidas abaixo, obedecida a hierarquia prevista na NR9: 
 - no caso de exposição às VMB, modificação do processo ou da operação 
de trabalho, podendo envolver: a substituição de ferramentas e acessórios; a 
reformulação ou a reorganização de bancadas e postos de trabalho; a alteração 
das rotinas ou dos procedimentos 
de trabalho; a adequação do tipo de ferramenta, do acessório utilizado e das 
velocidades operacionais; 
- no caso de exposição às VCI, modificação do processo ou da operação 
de trabalho, podendo envolver: o reprojeto de plataformas de trabalho; a 
reformulação, a reorganização ou a alteração das rotinas ou dos procedimentos e 
organização do trabalho; a adequação de veículos utilizados, especialmente pela 
adoção de assentos antivibratórios; a melhoria das condições e das 
características dos pisos e pavimentos utilizados para circulação das máquinas e 
dos veículos; 
- redução do tempo e da intensidade de exposição diária à vibração; 
- alternância de atividades ou operações que gerem exposições a níveis 
mais elevados de vibração com outras que não apresentem exposições ou 
impliquem exposições a menores níveis. 
 
Cabe ressaltar que as medidas de caráter corretivo mencionadas não excluem 
outras medidas que possam ser consideradas necessárias ou recomendáveis em 
 
 
 
função das particularidades de cada condição de trabalho. 
 
2.6 PRESSÕES ANORMAIS 
 
2.6.1 CONCEITUAÇÃO 
 
Muitos trabalhadores desempenham suas atividades sob condições de 
trabalho especiais influenciados pela pressão atmosférica considerada anormal, 
por exemplo: em atividades de mergulho, na construção civil em tubulações ou 
tuneis pressurizados e em voos a grandes altitudes. 
 
A pressão atmosférica é a pressão que o ar exerce sobre todos os corpos 
devido ao seu peso . A superfície corporal, ao nível do mar, recebe uma pressão 
uniformemente distribuída correspondente a 1,03 kg/cm² - 1 ATM (760 mmHg 
ao nível do mar). Cada gás componente do ar exerce uma pressão proporcional a 
composição do mesmo. 
 
As pressões anormais que apresentam níveis de pressão atmosférica 
abaixo da normal são classificadas como hiperbáricas (trabalhos realizados a 
grande altitude) e as que apresentam níveis de pressão atmosférica acima da 
normal, são classificadas como hiperbáricas (trabalhos realizados sob ar 
comprimido ou são submersos). 
 
Na medida em que o corpo é constituído de muitas cavidades aéreas e o 
sangue é uma solução que se presta para o transporte de gases as variações de 
pressão alteram o volume dos gases bem como a solubilidade dos gases no 
sangue. 
 
São as seguintes as leis dos gases que regem as respostas do nosso 
organismo: 
 
 
 
- Lei de Avogrado – as moléculas dos gases estão em constante 
movimento, variando o seu número em função da temperatura e pressão neles 
exercidos; 
- Lei de Boyle – o volume ocupado por um gás é inversamente 
proporcional à pressão absoluta a que está sujeito; 
- Lei de Dalton – a pressão total exercida por uma mistura de gases é 
igual a soma das pressões que cada um dos seus gases componentes da mistura 
exerceria se ocupasse sozinho o volume total da mistura; 
 
 Cálculo da pressão parcial: 
 
 ppx = P. X % 
 
Sendo: 
ppx = Pressão parcial do gás "X" 
P = pressão total do gás (absoluta) 
X% = porcentagem do gás "X" por volume na mistura 
 
Observações: 
- Por exemplo as pressões parciais do nitrogênio e do oxigênio no ar 
comprimido a 0 m e a 40 m de profundidade são, respectivamente: 
0 m (pressão de 1 ATM) – 0,8 ATM de N2 e 0,2 ATM de O2 
 
40 m (pressão de 5 ATM) – 4 ATM de N2 e 1 ATM de O2 
 
- Note-se, aqui, que o ar comprimido respirado a uma profundidade de 
40m tem uma pressão parcial de oxigênio igual a 1Atm, o que corresponde à 
inalação de oxigênio puro na superfície. Para mergulhar a grandes 
profundidades, a mistura respiratória tem que ser preparada de tal sorte que a 
pressão parcial de oxigênio não ultrapasse a 0,5 ou 0,6 bar, exceto sob 
condições controladas, e temporariamente, como nos casos de tratamento. Tal 
 
 
 
mistura contém uma porcentagem baixíssima de oxigênio, sendo irrespirável na 
superfície. 
- Lei de Henry – à temperatura constante, a quantidade de um gás que se 
dissolve em um líquido com o qual esteja em contato é diretamente proporcional 
à pressão deste gás. A absorção e eliminação de um gás no organismo, segundo 
este modelo, é de caráter exponencial. A saturação e dessaturação são 
reguladas por equações do seguinte tipo: 
Pi = Pio e-kt 
 
Onde: 
Pi = pressão do gás inerte 
Pio = pressão do gás inerte no tempo zero 
k = constante 
t = tempo 
 
Observação: 
Dessa forma em função da resposta de alguns tecidos surge a necessidade 
de se aumentar ou diminuir a pressão vagarosamente e em estágios que são 
função da pressão e do período de exposição a que o trabalhador foi submetido. 
 
Cabe observar que o Anexo 6 da NR 15, considera insalubres os trabalhos 
sob ar comprimido e aqueles que são submersos, ou seja, em atividades de 
mergulho. Ainda segundo o Anexo 6 da NR 15 temos as seguintes definições e 
conceitos associados: 
- barotrauma - É uma síndrome ocasionadapela dificuldade de equilibrar a 
pressão no interior de uma cavidade pneumática do organismo com a pressão do 
meio ambiente em variação. Cabe esclarecer que além dos espaços aéreos 
naturais outros podem ser criados por equipamentos, como por exemplo, um 
capacete ou uma máscara de mergulho. 
- câmara de superfície - uma câmara hiperbárica especialmente projetada 
para ser utilizada na descompressão dos mergulhadores, requerida pela operação 
ou pelo tratamento hiperbárico; 
 
 
 
- câmara de trabalho - é o espaço ou compartimento sob ar comprimido, 
no interior da qual o trabalho está sendo realizado; 
- câmara de recompressão - é uma câmara que, independentemente da 
câmara de trabalho, é usada para tratamento de indivíduos que adquirem doença 
descompressiva ou embolia e é diretamente supervisionada por médico 
qualificado; 
- câmara hiperbárica - é um vaso de pressão especialmente projetado para 
a ocupação humana, no qual os ocupantes podem ser submetidos a condições 
hiperbáricas; 
- câmara submersível de pressão atmosférica - é uma câmara resistente à 
pressão externa, especialmente projetada para uso submerso, na qual os seus 
ocupantes permanecem submetidos à pressão atmosférica; 
- câmara terapêutica - é a câmara de superfície destinada exclusivamente 
ao tratamento hiperbárico; 
- campânula - É uma câmara através da qual o trabalhador passa do ar 
livre para a câmara de trabalho do tubulão e vice-versa; 
- descompressão - é o conjunto de procedimentos, através do qual um 
mergulhador elimina do seu organismo o excesso de gases inertes absorvidos 
durante determinadas condições hiperbáricas, sendo tais procedimentos 
absolutamente necessários, no seu retorno à pressão atmosférica, para a 
preservação da sua integridade física; 
- eclusa de Pessoal - é uma câmara através da qual o trabalhador passa 
do ar livre para a câmara de trabalho do túnel e vice-versa; 
- emergência: qualquer condição anormal capaz de afetar a saúde do 
mergulhador ou a segurança da operação de mergulho; 
- encarregado de ar comprimido - é o profissional treinado e conhecedor 
das diversas técnicas empregadas nos trabalhos sob ar comprimido, designado 
pelo empregador como o responsável imediato pelos trabalhadores; 
- equipamento autônomo de mergulho: aquele em que o suprimento de 
mistura respiratória é levado pelo próprio mergulhador e utilizado como sua 
única fonte; 
 
 
 
- médico hiperbárico: médico com curso de medicina hiperbárica com 
currículo aprovado pela SSMT/MTb, responsável pela realização dos exames 
psicofísicos admissional, periódico e demissional de conformidade com os Anexos 
A e B e a NR 7. 
- mergulhador: o profissional qualificado e legalmente habilitado para 
utilização de equipamentos de mergulho, submersos; 
- mergulho de intervenção - é o mergulho caracterizado pelas seguintes 
condições: utilização de misturas respiratórias artificiais, e tempo de trabalho, no 
fundo, limitado a valores que não incidam no emprego de técnica de saturação. 
- misturas respiratórias artificiais – São misturas de oxigênio, hélio ou 
outros gases, apropriadas à respiração durante os trabalhos submersos, quando 
não seja indicado o uso do ar natural; 
- operador de eclusa ou de campânula - É o indivíduo previamente 
treinado nas manobras de compressão e descompressão das eclusas ou 
campânulas, responsável pelo controle da pressão no seu interior; 
- período de observação – é aquele que se inicia no momento em que o 
mergulhador deixa de estar submetido a condições hiperbáricas e se estende: até 
12 (doze) horas para os mergulhos com ar, ou até 24 (vinte e quatro) horas para 
os mergulhos com misturas respiratórias artificiais. 
- período de trabalho - é o tempo durante o qual o trabalhador fica 
submetido a pressão maior que a do ar atmosférico excluindo-se o período de 
descompressão; 
- pressão de trabalho - é a maior pressão de ar à qual é submetido o 
trabalhador no tubulão ou túnel durante o período de trabalho; 
- programa médico - é o conjunto de atividades desenvolvidas pelo 
empregador, na área médica, necessária à manutenção da saúde e integridade 
física do mergulhador; 
- sino aberto - é uma campânula com a parte inferior aberta e provida de 
estrado, de modo a abrigar e permitir o transporte de, no mínimo, 2 (dois) 
mergulhadores, da superfície ao local de trabalho, devendo possuir sistema 
próprio de comunicação, suprimento de gases de emergência e vigias que 
permitam a observação de seu exterior; 
 
 
 
- sino de mergulho - é uma câmara hiperbárica, especialmente projetada 
para ser utilizada em trabalhos submersos; 
- sistema de mergulho- é o conjunto de equipamentos necessários à 
execução de operações de mergulho, dentro das normas de segurança; 
- supervisor de mergulho - é o mergulhador, qualificado e legalmente 
habilitado, designado pelo empregador para supervisionar a operação de 
mergulho; 
- técnicas de saturação - São os procedimentos pelos quais um 
mergulhador evita repetidas descompressões para a pressão atmosférica, 
permanecendo submetido à pressão ambiente maior que aquela, de tal forma 
que seu organismo se mantenha saturado com os gases inertes das misturas 
respiratórias; 
- técnico de saturação - é o profissional devidamente qualificado para 
aplicação das técnicas adequadas às operações em saturação; 
- túnel pressurizado - é uma escavação, abaixo da superfície do solo, cujo 
maior eixo faz um ângulo não superior a 45º (quarenta e cinco graus) com a 
horizontal, fechado nas duas extremidades, em cujo interior haja pressão 
superior a uma atmosfera; 
- tubulão de ar comprimido - é uma estrutura vertical que se estende 
abaixo da superfície da água ou solo, através da qual os trabalhadores devem 
descer, entrando pela campânula, para uma pressão maior que atmosférica. A 
atmosfera pressurizada opõe-se à pressão da água e permite que os homens 
trabalhem em seu interior. 
- umbilical – é o conjunto de linha de vida, mangueira de suprimento 
respiratório e outros componentes que se façam necessários à execução segura 
do mergulho, de acordo com a sua complexidade. 
 
2.6.2 EFEITOS SOBRE A SAÚDE 
 
2.6.2.1 CONDIÇÕES HIPERBÁRICAS 
 
 
 
 
O barotrauma (do ouvido externo; do ouvido médio; do ouvido interno; 
sinusal; pulmonar; facial; dental; gastrointestinal; cutâneo; corporal) e o efeito 
mais comum e está relacionado com a lei da física que regula o comportamento 
entre as pressões e os volumes (lei de Boyle). 
 
Efeitos da pressão positiva (mergulho, tubulão pneumático e 
recompressão terapêutica): 
- com o aumento da pressão, a quantidade de gases dissolvidos nos 
tecidos do corpo aumenta em função dessa pressão, e ocasiona intoxicação 
grave; 
- na fase de compressão: intoxicação pelos gases que compõem a 
atmosfera; intoxicação aguda por oxigênio ou gás carbônico e embriaguez das 
profundidades por nitrogênio 
- na descompressão brusca (ascensão rápida dos mergulhadores): lesões 
cerebrais, dores articulares e até a morte (nitrogênio forma bolhas em várias 
partes do organismo). 
 
2.6.2.2 CONDIÇÕES HIPOBÁRICAS 
 
Prostação, perda de clareza mental, problemas de coordenação motora, 
doença descompressiva, cefaléia, hemorragia (agudo) e mal das montanhas 
(crônico) 
 
2.6.3 MEDIDAS DE CONTROLE 
 
Para condições hiperbáricas de forma geral podemos relacionar as 
seguintes ações de controle: seleção profissional adequada, exames admissional 
e periódico, repouso adequado, exposições controladas, compressão controlada, 
instalação de câmara terapêutica para tratamento de acidentes e doenças 
hiperbáricas, descompressãocontrolada. 
 
 
 
 
Para condições hipobáricas de forma geral podemos relacionar as 
seguintes ações: seleção de pessoal adequada, exames médicos específicos, 
período de adaptação, uso de máscaras de oxigênio, controle rigoroso do sistema 
de pressurização das aeronaves. 
 
2.6.4 TRABALHOS SOB AR COMPRIMIDO EM TUBULÕES 
PNEUMÁTICOS E TÚNEIS PRESSURIZADOS 
 
De acordo com o Anexo 6 da NR 15 temos as seguintes principais 
recomendações: 
- Todo trabalho sob ar comprimido será executado de acordo com as 
prescrições dadas a seguir e quaisquer modificações deverão ser previamente 
aprovadas pelo órgão nacional competente em segurança e medicina do 
trabalho. 
- O trabalhador não poderá sofrer mais que uma compressão num período 
de 24 (vinte e quatro) horas. 
- Durante o transcorrer dos trabalhos sob ar comprimido, nenhuma pessoa 
poderá ser exposta à pressão superior a 3,4 kgf/cm2, exceto em caso de 
emergência ou durante tratamento em câmara de recompressão, sob supervisão 
direta do médico responsável. 
- A duração do período de trabalho sob ar comprimido não poderá ser 
superior a 8 (oito) horas, em pressões de trabalho de 0 a 1,0 kgf/cm2; a 6 (seis) 
horas em pressões de trabalho de 1,1 a 2,5 kgf/cm2; e a 4 (quatro) horas, em 
pressão de trabalho de 2,6 a 3,4 kgf/cm2. 
- Após a descompressão, os trabalhadores serão obrigados a permanecer, 
no mínimo, por 2 (duas) horas, no canteiro de obra, cumprindo um período de 
observação médica. 
- O local adequado para o cumprimento do período de observação deverá 
ser designado pelo médico responsável. 
- Para trabalhos sob ar comprimido, os empregados deverão satisfazer os 
seguintes requisitos: ter mais de 18 (dezoito) e menos de 45 (quarenta e cinco) 
anos de idade; ser submetido a exame médico obrigatório, pré-admissional e 
 
 
 
periódico, exigido pelas características e peculiaridades próprias do trabalho, e 
ser portador de placa de identificação, fornecida no ato da admissão, após a 
realização do exame médico. 
- Antes da jornada de trabalho, os trabalhadores deverão ser 
inspecionados pelo médico, não sendo permitida a entrada em serviço daqueles 
que apresentem sinais de afecções das vias respiratórias ou outras moléstias. 
 
 
Fonte: Peixoto e Ferreira, 2012. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: http://www.ebanataw.com.br/roberto/fundacoes/fund4.htm 
 
2.6.5 EXIGÊNCIAS PARA OPERAÇÕES NAS CAMPÂNULAS OU 
ECLUSAS 
 
Deverá estar presente no local, pelo menos, uma pessoa treinada nesse 
tipo de trabalho e com autoridade para exigir o cumprimento, por parte dos 
empregados, de todas as medidas de segurança preconizadas neste item. 
 
As manobras de compressão e descompressão deverão ser executadas 
através de dispositivos localizados no exterior da campânula ou eclusa, pelo 
operador das mesmas. 
 
 
 
 
Tais dispositivos deverão existir também internamente, porém serão 
utilizados somente em emergências. 
 
No início de cada jornada de trabalho, os dispositivos de controle deverão 
ser aferidos. 
 
A comunicação entre o interior dos ambientes sob pressão de ar 
comprimido e o exterior deverá ser feita por sistema de telefonia ou similar. 
 
A compressão dos trabalhadores deverá obedecer às seguintes regras: 
- no primeiro minuto, após o início da compressão, a pressão não poderá 
ter incremento maior que 0,3 kgf/cm2; 
- atingido o valor 0,3 kgf/cm2, a pressão somente poderá ser aumentada 
após decorrido intervalo de tempo que permita ao encarregado da turma 
observar se todas as pessoas na campânula estão em boas condições; 
- decorrido o período de observação, recomendado na alínea "b", o 
aumento da pressão deverá ser feito a uma velocidade não-superior a 0,7 
kgf/cm2 , por minuto, para que nenhum trabalhador seja acometido de mal-
estar; 
- se algum dos trabalhadores se queixar de mal-estar, dores no ouvido ou 
na cabeça, a compressão deverá ser imediatamente interrompida e o 
encarregado reduzirá gradualmente a pressão da campânula até que o 
trabalhador se recupere e, não ocorrendo a recuperação, a descompressão 
continuará até a pressão atmosférica, retirando-se, então, a pessoa e 
encaminhado-a ao serviço médico descompressão continuará até a pressão 
atmosférica, retirando-se, então, a pessoa e encaminhado-a ao serviço médico. 
 
2.6.6 TRABALHOS SUBMERSOS 
 
De acordo com o Anexo 6 da NR 15 temos as seguintes principais 
recomendações: 
 
 
 
- Os mergulhadores serão classificados em duas categorias: MR - 
mergulhadores habilitados, apenas, para operações de mergulho utilizando ar 
comprimido, e MP - mergulhadores devidamente habilitados para operações de 
mergulho que exijam a utilização de mistura respiratória artificial. 
- A equipe básica para mergulho com “ar comprimido” até a profundidade 
de 50 (cinquenta metros) e na ausência das condições perigosas deverá ter a 
constituição abaixo especificada, desde que esteja prevista apenas 
descompressão na água: 1 supervisor; 1 mergulhador para a execução do 
trabalho; 1 mergulhador de reserva, pronto para intervir em caso de emergência, 
e 1 auxiliar de superfície. 
- Em águas abrigadas, nas condições anteriores considerada a natureza do 
trabalho e, desde que a profundidade não exceda a 12,00m (doze metros) a 
equipe básica poderá ser reduzida de seu auxiliar de superfície. 
- Quando, em mergulhos nas condições estipuladas anteriormente estiver 
programada descompressão na câmara de superfície, a equipe básica será 
acrescida de 1 (um) mergulhador, que atuará como operador de câmara. 
- Na ocorrência de quaisquer das condições perigosas as equipes serão 
acrescidas de 1 (um) mergulhador, passando, respectivamente, a serem 
constituídas por 5 (cinco) e 6 (seis) homens. 
- Em toda operação de mergulho em que para a realização do trabalho for 
previsto o emprego simultâneo de 2 (dois) ou mais mergulhadores na água, 
deverá existir, no mínimo, 1(um) mergulhador de reserva para cada 2 (dois) 
submersos. 
- Em operação a mais de 50,00m (cinquenta metros), ou quando for 
utilizado equipamento autônomo, serão sempre empregados, no mínimo, 2 (dois) 
mergulhadores submersos, de modo que um possa, em caso de necessidade, 
prestar assistência ao outro. 
 
Nos mergulhos de intervenção, utilizando-se Misturas Respiratórias 
Artificiais - MRA, as equipes de mergulho terão a seguinte constituição: 
 
 
 
- até a profundidade de 120,00m (cento e vinte metros): 1 supervisor; 2 
mergulhadores; 1 mergulhador encarregado da operação do sino; 1 mergulhador 
auxiliar, e 1 mergulhador de reserva para atender a possíveis emergências 
- de 120,00m (cento e vinte metros) a 130,00m (cento e trinta metros): 
todos os elementos acima e mais 1 (um) mergulhador encarregado da operação 
da câmara hiperbárica. 
 
Os exames médicos dos mergulhadores serão realizados nas seguintes 
condições: 
- por ocasião da admissão; 
- a cada 6 seis meses, para todo o pessoal em efetiva atividade de 
mergulho; 
- imediatamente, após acidente ocorrido no desempenho de atividade de 
mergulho ou moléstia grave; 
- após o término de incapacidade temporária; 
- em situações especiais, por solicitação do mergulhador ao empregador. 
 
É obrigatório o uso de comunicações verbais em todas as operações de 
mergulho realizadas em condições perigosas sendo que, em mergulhos com 
Misturas Respiratórias Artificiais - MRA, deverão ser incluídos instrumentos 
capazes de corrigir as distorções sonoras provocadas pelos gases na transmissão 
da voz. 
 
Em todas as operações de mergulho, serão utilizadosbalizamento e 
sinalização adequados de acordo com o código internacional de sinais e outros 
meios julgados necessários à segurança. 
 
Os mergulhos com descompressão só deverão ser planejados para 
situações em que uma câmara de superfície, pronta para operar, possa ser 
alcançada em menos de 1(uma) hora, utilizado o meio de transporte disponível 
no local. 
 
 
 
 
Caso a profundidade seja maior que 40,00m (quarenta metros) ou o 
tempo de descompressão maior que 20 (vinte) minutos, é obrigatória a presença 
no local do mergulho de uma câmara de superfície 
 
Sempre que for necessário pressurizar ou descomprimir um mergulhador, 
um segundo homem deverá acompanhá-lo no interior da câmara. 
 
Nas operações de mergulho discriminadas neste subitem deve ser 
observado o seguinte: 
- mergulho com equipamento autônomo a ar comprimido: profundidade 
máxima igual a 40m (quarenta) metros; 
- mergulho com equipamento a ar comprido suprido pela superfície: 
profundidade máxima igual a 50m (cinquenta) metros; 
- mergulho sem apoio de sino aberto: profundidade máxima igual a 50m 
(cinquenta) metros; d) mergulho de intervenção com mistura respiratória 
artificial (MRA) e apoiado por sino aberto: profundidade máxima igual a 90m 
(noventa) metros; 
- mergulho de intervenção com mistura respiratória artificial (MRA) e 
apoiado por sino de mergulho: profundidade máxima igual a 130m (cento e 
trinta) metros. 
 
Nas profundidades de 120 (cento e vinte) metros a 130m (cento e trinta) 
metros só poderão ser realizados mergulhos utilizando equipamentos e equipes 
que permitam a técnica de saturação. 
 
As operações de mergulho, em profundidade superior a 130m (cento e 
trinta) metros, só poderão ser realizadas quando utilizando técnicas de 
saturação. 
 
Em profundidade superior a 90m (noventa) metros, qualquer operação de 
mergulho só deverá ser realizada com sino de mergulho em conjunto com 
 
 
 
câmara de superfície adotada de todos acessórios e equipamentos auxiliares, 
ficando a profundidade limitada à pressão máxima de trabalho dessa câmara. 
 
Os sistemas e equipamentos deverão ser instalados em local adequado, de 
forma a não prejudicar as condições de segurança das operações. 
 
Os equipamentos de mergulho utilizados nas operações de mergulho 
deverão possuir certificado de aprovação fornecido ou homologado pela Diretoria 
de Portos e Costas (DPC). 
 
3. AGENTES BIOLOGICOS 
 
3.1 CONCEITUAÇÃO 
 
Segundo a NR 9 consideram-se agentes biológicos as bactérias, fungos, 
bacilos, parasitas, protozoários, vírus, entre outros. 
 
Já segundo a NR 32 Consideram-se agentes biológicos os microrganismos, 
geneticamente modificados ou não; as culturas de células; os parasitas; as 
toxinas e os príons, que são partículas compostas apenas por proteínas normais 
do organismo que, quando modificadas, tornam-se patogênicas. 
 
A exposição ocupacional acontece principalmente em atividades 
relacionadas à manipulação de produtos de origem animal, hospitais e serviços 
de saúde em geral, laboratórios, serviços de limpeza e reciclagem do lixo, 
cemitérios, trabalhos em laboratórios biológicos, necrotérios, entre outros. 
 
Os agentes biológicos são classificados em (NR 32 - Anexo I): 
 - Classe de risco 1: baixo risco individual para o trabalhador e para a 
coletividade, com baixa probabilidade de causar doença ao ser humano. 
 - Classe de risco 2: risco individual moderado para o trabalhador e com 
baixa probabilidade de disseminação para a coletividade. 
 
 
 
- Classe de risco 3: risco individual elevado para o trabalhador e com 
probabilidade de disseminação para a coletividade. 
 - Classe de risco 4: risco individual elevado para o trabalhador e com 
probabilidade elevada de disseminação para a coletividade. 
 
Adicionalmente o Anexo II da NR 32 apresenta uma lista de informações 
complementares que são agregadas as classes anteriormente relacionadas, a 
partir dos seguintes símbolos: 
- A: possíveis efeitos alérgicos 
- E: agente emergente e oportunista 
- O: agente oncogênico de baixo risco 
- O+: agente oncogênico de risco moderado 
- T: produção de toxinas 
- V: vacina eficaz disponível 
 
A transmissão de um agente biológico ocorre de forma: 
 - Direta - como por exemplo a que ocorre por bioaerossóis, por gotículas 
e contato com a mucosa dos olhos, entre outros. 
- Indireta – a que ocorre através de veículos ou vetores, como por 
exemplo a aquela que acontece na transmissão por meio de mãos, perfuro 
cortantes, água, alimentos, superfícies, luvas, etc. 
 
Como vias de penetração no organismo temos principalmente as vias 
respiratórias em um segundo plano a via cutânea e finalmente a ingestão. 
 
 
 
 
 
Fonte: Peixoto e Ferreira, 2012 
 
Dentre as principais formas de contaminação por via cutânea estão os 
casos de pele danificada, mucosas (boca, olhos), lesões por materiais perfuro 
cortantes contaminados, arranhões e mordidas. 
 
3.2 EFEITOS SOBRE A SAUDE 
 
São os seguintes os principais efeitos sobre a saúde resultantes da 
exposição aos agentes biológicos: tuberculose, sífilis, hepatite, aids; tétano, 
leptospirose, gripe H1N1, brucelose, moléstia de Weil, raiva, micoses em geral, 
malária, esquistossomose, entre outros. 
 
3.3 MEDIDAS DE CONTROLE 
 
 
 
 
São as seguintes as principais medidas de controle a exposição aos 
agentes biológicos: 
 - evitar o contato com o agente: construção de barreiras de confinamento 
(cabines de segurança biológica), utilização de barreiras que evitem o contato 
com a pele e mucosas, utilização de barreiras que evitem a penetração pelas vias 
respiratórias. 
 - desinfecção e esterilização: limpeza com esterilizantes e desinfetantes 
químicos ou esterilização com o uso de radiação ultravioleta e radiação ionizante. 
 - organização e higiene rigorosa nos locais de trabalho. 
 - controle médico permanente 
- vacinação ou imunização ativa. 
 - uso de equipamento de proteção individual adequado à atividade, tais 
como: luvas, botas, máscaras faciais, etc. ... 
 - higiene pessoal. 
 - uso de material descartável. 
 - observar normas da vigilância sanitária. 
 - descarte de material perfuro cortante em local adequado. 
 
3.4 INSALUBRIDADE 
 
O pagamento da insalubridade associada a exposição aos agentes 
biológicos está previsto para algumas atividades laborais no Anexo 14 da NR 15, 
uma vez caracterizada pela avaliação qualitativa: Insalubridade de grau máximo, 
por exemplo, em trabalhos ou operações, em contato permanente com pacientes 
em isolamento por doenças infectocontagiosas ou de grau médio, por exemplo 
em trabalhos e operações em contato permanente com pacientes, animais ou 
com material infecto-contagiante, em hospitais, serviços de emergência, 
enfermaria, etc.... 
 
 
 
 
 
 
 
 
4. AGENTES QUÍMICOS 
 
4.1 CONCEITUAÇÕES INICIAIS 
 
 
Em uma primeira analise os agentes químicos são classificados de acordo 
com o estado físico, resultando em duas famílias a família dos aerodispersóides, 
e a família dos gases e vapores. 
 
Os aerodispersóides são partículas sólidas ou líquidas suspensas ou 
dispersas no ar, de tamanho reduzido (tamanho inferior a 150 μm), que podem 
ser caracterizados pelas seguintes subclassificações: 
a) Poeiras – partículas sólidas com diâmetro na faixa de 0,1 μm a 25 
μm produzidas por ruptura mecânica de um sólido 
b) Fibras – partículas sólidas produzidas por ruptura de sólidos, que se 
diferenciam das poeiras porque têm forma alongada, com comprimento de 3 a 5 
vezes superior ao seudiâmetro. Podem ser de origem animal (lã, seda, pelo de 
cabra de camelo, etc..), vegetal (algodão, linho, etc.) e mineral (asbesto, vidro, 
cerâmica, etc.) 
c) Fumos – partículas sólidas menores que 1μm resultantes da 
condensação de vapores ou reação química. 
d) Névoas e neblinas – partículas líquidas de diâmetro entre 0,1 e 
100μm produzidas da ruptura mecânica de líquido ou por condensação de 
vapores de substâncias que são líquidas à temperatura ambiente (nebulização, 
borbulhamento e respingo) 
 
Cabe salientar que os aerodispersóides podem ainda ser classificados pelo 
tamanho em: 
a) Sedimentável – entre 10 e 150 μm 
b) Visível – menor que 50 μm 
c) Inalável – menor que 10 μm 
 
 
 
d) Respirável – menor que 5 μm 
 
Com relação ao agrupamento dos gases e vapores cabe aqui ressaltar que 
são conceitos diferentes e que devem ser conhecidos no sentido de facilitar o 
reconhecimento e a avaliação de suas concentrações em um espaço laboral: 
a) Gases – substâncias que em condições normais de temperatura e 
pressão estão em estado gasoso; 
b) Vapores – fase gasosa de uma substância que, em condições normais 
de temperatura e pressão, é líquida ou sólida (vapores de água e vapores de 
gasolina); 
 
Segundo a NR 9 consideram-se agentes químicos as substâncias, 
compostos ou produtos que possam penetrar no organismo pela via respiratória, 
nas formas de poeiras, fumos, névoas, neblinas, gases ou vapores, ou que, pela 
natureza da atividade de exposição, possam ter contato ou ser absorvidos pelo 
organismo através da pele ou por ingestão. 
 
Cabe aqui ressaltar que a via respiratória é a via mais importante na 
medida em que a grande maioria das intoxicações originadas nas atividades 
laborais resultam da aspiração de substâncias dispersas no ar. Tais substâncias 
podem ser retidas no sistema respiratório superior, nos pulmões, ou ainda passar 
para a corrente sanguínea, atingindo outras áreas do organismo. 
 
Adicionalmente as ações para garantir um ar para a respiração isento de 
substancias agressivas as normas brasileiras recomendam um teor mínimo de 
18% de oxigênio em volume. 
 
A Concentração IPVS (imediatamente perigosas para a vida e saúde) ou 
IDLH (Imediatelly Dangerous for Life and Health) significa a exposição 
respiratória aguda ao agente que pode causar a morte ou consequências 
irreversíveis a saúde (instantâneas ou retardadas), ou ainda a exposição dos 
olhos que impeça a fuga do local. Pode ainda ser entendida como a concentração 
 
 
 
máxima para a exposição por 30 minutos que permite ao trabalhador escapar de 
um ambiente se houver falha do protetor respiratório. 
 
4.2 EFEITOS SOBRE A SAÚDE 
 
A seguir estão listadas as classificações dos agentes químicos a partir dos 
efeitos sobre a saúde dos trabalhadores: 
a) Aerodispersóides 
- Carcinogênicos – causam câncer (Amianto). 
- Fibrogênicos – Produzem nódulos e causar fibroses dos tecidos 
pulmonares (Sílica e amianto). 
- Irritantes - causam ulcerações e inflamações no trato respiratório 
(névoas de ácidos e bases). 
- Mutagênicos - causam modificações celulares e alterações genéticas 
(chumbo, mercúrio) 
- Sistêmicos – afetam o funcionamento de órgãos e sistemas (manganês e 
cádmio). 
b) Gases e vapores 
- Anestésicos – agem sobre o Sistema Nervoso Central (éteres e cetonas). 
- Asfixiantes simples - atuam substituindo o oxigênio do ar (sem ação 
bioquímica 
- Asfixiantes químicos – têm ação bioquímica na célula dificultando a 
agregação do oxigênio com a hemoglobina (nitrogênio e monóxido de carbono). 
- Carcinogênicos - causam câncer (benzeno). 
- Irritantes - causam irritação e ulcerações no trato respiratório (gás 
sulfídrico). 
- Tóxicos - – afetam órgãos e sistemas (hidrocarbonetos). 
 
4.3 CARACTERIZAÇÃO DA INSALUBRIDADE 
 
 
Segundo a NR 15 são as seguintes as condições para a caracterização da 
insalubridade: 
 
 
 
a) Acima dos limites de tolerância dos anexos: 11 e 12 (avaliação 
quantitativa) 
b) Nas atividades mencionadas no anexo 13 (avaliação qualitativa de 
riscos inerentes à atividade) 
 
Estão apresentadas a seguir as unidades de medida utilizadas para 
representar as concentrações dos agentes, assim como, os limites de tolerância 
padronizados: 
a) mg/m3 (miligrama por metro cúbico) – unidade normalmente 
empregada para representar a concentração de aerodispersóides. 
 
Obs. 
A concentração nesse caso é obtida pela seguinte fórmula: 
 
C = m / Va 
 
Onde: 
 
C – concentração; 
m – massa da amostra em mg; 
 
Va – volume amostrado em m3 
 
Cabe ressaltar que 10 mg/m³ significa que em 1 metro cúbico de ar 
amostrado existem 10 miligramas do agente que se quer avaliar. 
b) ppm (partes por milhão) – unidade normalmente empregada para 
representar a concentração de gases e vapores. 
Obs. A concentração (C) nesse caso é expressa em C = volume/volume (1 
m3 de ar e 1 cm3 de ar contaminado) 
ppm = 1 cm3 / 1 m3 = 1 cm3 / 1000000; 
Cabe reassaltar que 5 ppm significa que em 1 milhão de litros de ar 
amostrado, existem 5 litros do agente que se quer avaliar. 
 
 
 
 
4.4 FICHA DE INFORMAÇÕES DE SEGURANÇA DE PRODUTOS 
QUÍMICOS - FISPQ 
 
A FISPQ (Ficha de Informações de Segurança de Produtos Químicos) 
reúne as informações necessárias sobre o transporte, manuseio, 
armazenamento, entre outros sob o ponto de vista das ações de segurança, 
saúde e meio ambiente. A referência para a elaboração dessas fichas é a NBR 
14725 - Ficha de informações de segurança de produtos químicos - FISPQ: julho 
2001. A FISPQ tem amparo legal no Decreto 2657, de 3/7/1998, que promulga a 
 Convenção 170 da OIT. 
As informações que devem constar da FISPQ são: 
 1 - IDENTIFICAÇÃO DO PRODUTO E DA EMPRESA 
 . nome do produto expresso no rótulo 
 . código interno da empresa para o produto 
 . nome da empresa 
 . endereço 
 . telefone / fax / e-mail 
 
 2 - COMPOSIÇÃO E INFORMAÇÕES SOBRE OS INGREDIENTES 
 . nome químico / sinônimo 
. número de registro do produto no “Chemical Abstract Service” of 
the Chemical Society. 
 . número da ONU 
 . natureza química / ingredientes: (faixas de concentração) 
 . classificação e rotulagem 
 
3 - IDENTIFICAÇÃO DE PERIGOS 
 . perigos e os efeitos adversos para a saúde e meio ambiente 
 
 4 - MEDIDAS DE PRIMEIROS SOCORROS 
 
 
 
. ações que devem ser tomadas e também aquelas que não devem 
ser praticadas 
. Dividir as informações por via de penetração no organismo 
(inalação, contato com a pele, contato com os olhos e ingestão) 
 . recomendações para a proteção do socorrista e para o médico 
. sinais e sintomas de exposição: (pele, olhos, via respiratória, 
ingestão) 
 
5 - MEDIDAS DE COMBATE A INCÊNDIO 
 . meios de extinção apropriados e os não recomendados 
 . necessidade de equipamentos especiais para combate às chamas 
 . métodos especiais de extinção 
 
 6 - MEDIDAS DE CONTROLE PARA DERRAMAMENTO OU 
VAZAMENTO 
 . precauções pessoais (inalação, contato com a pele e olhos) 
 . necessidade de manter afastadas as fontes de ignição 
 . ações e precauções relativas ao meio ambiente 
 . métodos de recuperação, limpeza e disposição 
 
7 - MANUSEIO E ARMAZENAMENTO 
 . medidas técnicas para a prevenção da exposição humana e do 
meio ambiente 
 . embalagem apropriada e imprópria 
 . prevenção de incêndio e explosão 
 . necessidade de ventilação 
 . materiais incompatíveis 
 
 8 - CONTROLE DE EXPOSIÇÃO E PROTEÇÃO INDIVIDUAL 
 . medidas técnicas para a proteção e controle na fonte e na 
trajetória 
 . procedimento para monitoramento. tipo de proteção para inalação, mãos, olhos e pele 
 . equipamentos especiais 
 
9 - PROPRIEDADES FISICO-QUÍMICAS 
. . aspecto, estado físico, forma, cor e odor 
 . ponto de fulgor 
. pressão de vapor 
 . densidade em água 
 . limiar do odor 
 . ponto de ignição 
 . peso molecular 
 . densidade no ar 
 . limites de exposição: TLV TWA, STEL 
 . ponto de ebulição 
 . limites de inflamabilidade: LIE, LSE 
 . solubilidade em água 
 . incompatibilidades 
 
10 - ESTABILIDADE E REATIVIDADE 
 . condições específicas que tornam o produto instável ou que possa 
reagir perigosamente 
 . materiais ou produtos incompatíveis 
 . necessidade de inibidores ou de aditivos para evitar reação 
perigosa 
 . produtos que podem ser formado se houver decomposição 
 
 11 - INFORMAÇÕES TOXICOLÓGICAS 
 . efeitos agudos, crônicos, local, sensibilização 
 . característica cancerígena, mutagênica, teratogênica 
 . produtos que causam efeito aditivo ou sinérgico 
 
12 - INFORMAÇÕES ECOLÓGICAS 
 
 
 
 . mobilidade 
 . persistência / degradabilidade 
 . bioacumulação 
 . impacto ambiental esperado 
 
 13 - CONSIDERAÇÕES SOBRE TRATAMENTO E DISPOSIÇÃO 
 . métodos para tratamento e disposição segura e ambientalmente 
aprovado (produto e embalagem) 
 . regulamentação para tratamento e disposição 
 
 14 - INFORMAÇÕES SOBRE TRANSPORTE 
 . número da ONU (produtos perigosos) 
 . código e classificação para o meio de transporte que será usado 
(terrestre, fluvial, marítimo, aéreo) 
 
 15 - REGULAMENTAÇÕES 
 . riscos e medidas de segurança conforme descrição no rótulo 
 
 16 - OUTRAS INFORMAÇÕES 
 . outras características importantes não citadas nos itens anteriores 
 . treinamentos especiais e restrições ao uso do produto 
 . bibliografia 
 
 4.5 AVALIAÇÃO DE AGENTES QUÍMICOS 
 
Para uma avaliação adequada são necessárias além das informações sobre 
o processo de trabalho e caracterização da exposição as informações sobre os 
agentes presentes no ambiente e suas possíveis interações, as medidas de 
controle existentes, as condições de manuseio e operação, e as condições 
ambientais, dentre outras variáveis. A seguir estão apresentadas as principais 
ações de planejamento de forma a garantir uma boa performance na avaliação 
 
 
 
 
4.5.1 DIMENSIONAMENTO DO TAMANHO DA AMOSTRA E 
INDICAÇÃO DO LOCAL DE COLETA 
 
O dimensionamento do tamanho da amostra depende do comportamento 
da exposição. Se a exposição tem uma grande variabilidade ao longo da jornada, 
então, pode ser necessário um número elevado de amostras espaçadas ao longo 
da jornada. 
 
As amostras podem ser coletadas diretamente junto ao trato respiratório 
do trabalhador (amostragem pessoal) ou junto a fonte do poluente (amostragem 
ambiental ou estática). 
 
4.5.2 DIMENSIONAMENTO DA DURAÇÃO DA COLETA DA 
AMOSTRA 
 
A duração da coleta de cada amostra de ar deve ser a necessária para 
amostrar um volume de ar adequado, de acordo com o método de coleta 
padronizado a ser utilizado. 
 
4.5.3 DEFINIÇÃO DO TIPO DE AMOSTRAGEM 
 
As amostragens podem ser classificadas em contínuas ou instantâneas. As 
contínuas são caracterizadas por demandarem uma duração superior a 30 
minutos, enquanto que as instantâneas têm duração inferior a 5 minutos. Cabe 
esclarecer que as instantâneas permitem determinar as concentrações mais 
elevadas (picos de concentração). 
 
Cabe salientar que a amostragem contínua pode ainda ser classificada em: 
amostra única de período completo; amostras consecutivas de período completo, 
e Amostras de período parcial. 
 
 
 
 
Na amostragem completa da jornada com várias amostras consecutivas 
(melhor forma de amostragem) a precisão cresce com o número de amostras, 
como por exemplo, 8 amostragens de 1 hora cada é mais precisa do que 2 
amostragens de 4 horas cada; 
 
Na amostragem completa da jornada com uma única amostra esta deve 
ser coletada de forma continua por pelo mens 70% da jornada. 
 
Amostra integral da jornada de trabalho se faz recomendada para 
jornadas em que a exposição ocorre de forma contínua e uniforme, ou seja, 
quando não há atividades que exponham os trabalhadores a concentrações 
significativamente mais elevadas. 
 
 
4.5.4 DEFINIÇÃO DO TIPO DE AMOSTRADOR 
 
Os instrumentos para amostragem dos agentes químicos podem ser 
divididos em 2 grupos: amostradores ativos e amostradores passivos. No grupo 
dos amostradores ativos estão todos os dispositivos que succionam um 
determinado volume de ar, por efeito de uma bomba de amostragem, fazendo-o 
passar através de um suporte de retenção, para reter o agente. Os amostradores 
passivos se utilizam apenas da difusão molecular, ou seja, dispensam o emprego 
de dispositivos de sucção. 
 
 
 
 
 
 
Fonte: http://www.fasteronline.com.br/products/bomba-de-amostragem-de-ar-
pcxr4-kit-basico-alta-vazao 
 
Os amostradores podem ser de Leitura direta quando fornecem a 
concentração do contaminante por leitura direta em superfícies graduadas ou 
display de equipamentos ou de Leitura indireta que atuam retendo o 
contaminante para posterior analise em laboratório. 
 
4.5.5 INDICAÇÃO DO MÉTODO DE COLETA 
 
Os métodos de coleta se caracterizam pela separação ou não dos 
contaminantes. No método de coleta denominado Ar total uma amostra de ar e 
recolhida e encaminhada para o laboratório. Alternativamente temos o método 
com separação dos contaminantes através de retentores para posterior analise 
em laboratório. 
 
4.5.6 INDICAÇÃO DO TIPO DE RETENTOR 
 
De forma geral os retentores são classificados em 3 grupos: Filtros de 
membrana, sólidos adsorvente (Tubos adsorventes - retenção na superfície) e 
líquidos absorventes (impingers - retenção no interior). 
 
 
 
 
 
 
Fonte: Peixoto e Ferreira, 2012 
 
 suspenso 
4.6 MEDIDAS DE CONTROLE DO RISCO 
 
As medidas de controle do risco podem ser classificadas em relativas ao 
ambiente e relativas ao homem, a saber: 
 
4.6.1 RELATIVAS AO AMBIENTE 
 
São as seguintes as principais medidas de controle relativas ao ambiente: 
a) Substituição do produto tóxico (quando possível); 
 
 
 
b) Mudança ou alteração do processo ou operação (pintura por imersão x 
pistola); 
c) Encerramento ou enclausuramento da operação (confinamento da 
operação, objetivando-se, assim, a impedir a dispersão do contaminante para 
todo o ambiente de trabalho); 
d) Segregação da operação ou processo (isolamento da operação, 
limitando seu espaço físico fora da área de produção); 
e) Umidificação; 
f) Ventilação geral diluidora (insuflação e exaustão de ar em um ambiente 
de trabalho – promove a redução da concentração de poluente); 
g) Ventilação local exaustora (captação dos poluentes de uma fonte antes 
que estes se dispersem no ar do ambiente de trabalho); 
h) Ordem e limpeza; 
 
4.6.2 RELATIVAS AO HOMEM 
 
São as seguintes as principais medidas de controle relativas ao homem: 
a) Limitação do tempo de exposição (redução dos períodos de trabalho 
quando todas as outras medidas possíveis forem impraticáveis ou insuficientes no 
controle de um agente); 
b) Educação e treinamento (conscientização quanto aos riscos inerentes às 
operações, riscos ambientais e formas operacionais adequadas); 
c) Equipamentos de proteção individual (segundalinha de defesa nas 
operações em que as concentrações de poluentes são superiores ao limite de 
tolerância): respiradores de filtro químico (gases e vapores); mecânico (fumos, 
poeira) e, filtro combinado em ambientes onde há a presença e gases e poeiras. 
d) Controle médico; 
 
 
5. AVALIAÇÃO DE AERODISPERSÓIDES 
 
5.1 CONCEITUAÇÃO 
 
 
 
 
Muitas ocupações expõem trabalhadores ao risco de inalação de poeiras 
causadoras de pneumoconiose (asbestose, siderose, silicose, etc.) e estão 
relacionadas a diversos ramos de atividades, tais como mineração, construção 
civil, metalurgia, cerâmica, vidros, acabamento de pedras etc. 
 
As poeiras podem ser classificadas em orgânicas e inorgânicas, 
dependendo de sua composição química. As orgânicas constituem risco por 
provocarem doenças pulmonares ou intoxicações. Um outro aspecto importante 
associado as poeiras orgânicas e quanto ao risco de explosões pela combustão 
violenta de partículas suspensas no ar (excrementos de aves, madeira, algodão, 
etc.) 
 
As poeiras inorgânicas que contém sílica cristalina são as de maior 
interesse para a Higiene do trabalho. Resultam de materiais existentes em 
grande quantidade na crosta terrestre, tais como, rochas, minérios e areias. 
A sílica apresenta-se geralmente como dióxido de silício (SiO2), nas formas 
cristalina e amorfa: Sílica amorfa - terra diatomácea, sílica gel, sílica precipitada 
e Sílica cristalina - cristobalita, quartzo, tridimita. 
 
A forma cristalina apresenta o maior risco, podendo causar uma grave 
pneumoconiose chamada de silicose, que é a enfermidade pulmonar mais 
conhecida, relacionada ao trabalho. O quartzo é o tipo mais comum de sílica 
cristalina. Classificado pela ACGIH como A 2 (suspeito de provocar câncer). 
 
Avaliações da exposição são realizadas através da coleta e mensuração 
das poeiras presentes na zona de respiração do trabalhador durante a jornada de 
trabalho. 
 
5.2 LIMITES DE TOLERÂNCIA NR 15 
 
 
 
 
A NR 15 em seu Anexo 12 apresenta os limites de tolerância para as 
poeiras minerais. 
 
5.2.1 ASBESTO 
 
O limite de tolerância para fibras respiráveis (diâmetro inferior a 3 
micrometros, comprimento maior ou igual a 5 micrômetros e relação entre 
comprimento e diâmetro igual ou superior a 3:1) de asbesto crisotila é de 2,0 
f/cm3 (fibras por centímetro cúbico). 
 
A NHO 04 establece as metodologias para a avaliação de fibras não 
orgânicas. 
 
5.2.2 SÍLICA 
Os limites de tolerância para fumos metálicos poeira total e respirável, 
expressos em mg/m3, estão apresentados respectivamente pelas seguintes 
expressões: 
a) Poeira total 
 
LT = 24 / % SiO2 + 3 (mg/m
3) 
 
b) Poeira respirável 
 
LT = 8 / %SiO2 + 2 (mg/m
3) 
 
Observação: A norma define que o quartzo deverá sempre ser entendido 
como sílica livre cristalizada. 
 
FUMOS METÁLICOS 
 
Os fumos notadamente são resultantes das operações de soldagem e de 
fundição de metais. Nesses processos desprendem-se vapores e gases, que após 
 
 
 
resfriamento e condensação, oxidam-se rapidamente formando os fumos 
metálicos. 
 
Dependendo do processo e das matérias – primas utilizadas, pode ocorrer a 
exposição a ferro, manganês, zinco, chumbo, cromo. A exposição a fumos 
metálicos pode produzir “febre dos fundidores”, pneumoconiose, saturnismo 
(chumbo), manganismo. 
 
Os limites de de tolerância fixados pela NR 15 são: 
a) Manganês - anexo XII, NR-15 
Obs.: insalubridade máxima - 5,0 mg/m3 exposição à poeira (extração, 
moagem, transporte de minério); 1,0 mg/m3 exposição a fumos (baterias, pilhas 
secas, vidros especiais, cerâmicas); 
b) Chumbo - anexo XI, NR-15 - 0,1 mg/m3 exposição a fumos. 
Obs.: os demais metais na forma de fumos não possuem limites 
fixados na NR-15, outros são citados para avaliação qualitativa, no 
anexo XIII. 
 
Na avaliação de fumos metálicos devemos levar em consideração os 
efeitos independentes e os efeitos combinados. Segundo a ACGIH quando os 
componentes da mistura têm efeitos tóxicos similares devem ser considerados 
seus efeitos combinados, sendo o limite da mistura igual a: 
 
 C1 + C2 + .... + Cn = 1 
 LT1 LT2 LTn 
 
Onde: 
Cn – concentração do agente n; 
LTn – limite de tolerância do agente n. 
 
Temos como meio de coleta para fumos metálicos o filtro de éster de 
celulose de 0,8 μm de porosidade e 37 mm de diâmetro. Os fumos são coletados 
em particulado total, isto é, sem o separador de partículas. Em laboratório as 
 
 
 
amostras são tratadas com ácido nítrico, a fim de dissolver os metais presentes 
na amostra, para posterior análise por espectrofotometria de absorção atômica 
(uma fonte de energia de radiação para cada metal). 
 
5.3 AVALIAÇÃO DA EXPOSIÇÃO OCUPACIONAL - PARTICULADOS 
SÓLIDOS – NHO 08 
 
São as seguintes as principais medidas de planejamento para a avaliação 
da exposição ocupacional: 
a) Para uma avaliação adequada são necessárias além das 
informações sobre o processo de trabalho e caracterização da exposição as 
informações sobre os agentes presentes no ambiente e suas possíveis interações, 
as medidas de controle existentes, as condições de manuseio e operação, e as 
condições ambientais, dentre outras variáveis. 
 
b) O dimensionamento do tamanho da amostra depende do 
comportamento da exposição. Se a exposição tem uma grande variabilidade ao 
longo da jornada, então, pode ser necessário um número elevado de amostras 
espaçadas ao longo da jornada. 
 
c) As amostras podem ser coletadas diretamente junto ao trato 
respiratório do trabalhador (amostragem pessoal) ou junto a fonte do poluente 
(amostragem ambiental ou estática). 
 
d) A duração da coleta de cada amostra de ar deve ser a necessária 
para amostrar um volume de ar adequado, de acordo com o método de coleta 
padronizado a ser utilizado. 
 
e) Para a identificação dos trabalhadores de maior risco é necessário 
observar a sua proximidade com relação à fonte geradora de material 
particulado, o tempo de exposição, a sua mobilidade, as diferenças em hábitos 
operacionais e a movimentação do ar no ambiente de trabalho. 
 
 
 
 
 
Fonte: NHO 08 – FUNDACENTRO, 2009. 
 
 
 
 
Fonte: NHO 08 – FUNDACENTRO, 2009. 
 
f) Quando não for possível caracterizar e selecionar um trabalhador de 
maior risco para cada atividade, define-se, estatisticamente, um subgrupo de 
tamanho adequado, de tal maneira que essa amostra aleatória tenha elevada 
probabilidade de incluir pelo menos um trabalhador com alta exposição. 
 
 
 
 
g) O número de amostras a serem coletadas está relacionado com o 
dispositivo de coleta a ser utilizado e a capacidade de retenção do filtro de 
membrana, variando conforme o tipo de amostra, podendo ser: 
- Amostra única de período completo, 
- Amostras consecutivas de período completo, 
- Amostras de período parcial. 
 
h) A seleção do filtro de membrana deve atender aos requisitos do método a 
ser aplicado para a análise do material particulado. A seleção do porta-filtro 
depende da fração de material particulado a ser coletada. 
 
 
Fonte: NHO 08 – FUNDACENTRO, 2009. 
 
i) Para a coleta de material particulado inalável, utilizar um dispositivo 
de coleta projetado para selecionar partículas com diâmetro aerodinâmico de até 
100 μm com 50% de eficiência de coleta. 
 
j) Para a coleta de material particulado torácico, utilizar um separador 
projetado para selecionar partículas menores que 25 μm com 50% de eficiênciade coleta em partículas com diâmetro aerodinâmico de 10 μm. 
 
k) Para a coleta de material particulado respirável, utilizar um 
separador, do tipo ciclone, projetado para selecionar partículas menores que 10 
μm com 50% de eficiência de coleta em partículas com diâmetro aerodinâmico 
de 4 μm. 
 
 
 
 
l) Para a coleta de material particulado total, utilizar porta-filtro de 37 
mm de diâmetro, de três peças, com face fechada e orifício para a entrada do ar 
de 4 mm de diâmetro, até que outra recomendação seja especificada. 
 
 
Fonte: NHO 08 – FUNDACENTRO, 2009. 
 
m) Selecionar uma bomba de amostragem que atenda às características 
técnicas definidas na NHO 08. A calibração da bomba deve ser realizada a 
partir de um padrão primário de calibração ou um padrão secundário 
devidamente calibrado, conforme a norma NHO 07. A vazão da bomba 
deve ser ajustada de acordo com orientações definidas para o 
desempenho correto do dispositivo de coleta utilizado. 
n) Utilizar mangueiras flexíveis de material plástico, de preferência inerte, 
tipo Tygon®, com diâmetro e comprimento adequados a fim de evitar a 
interrupção do fluxo de ar ou vazamentos 
 
5.4 PROCEDIMENTO DE COLETA 
 
São os seguintes os principais elementos a serem considerados na fase de 
coleta: 
 
 
 
a) Antes de iniciar a coleta das amostras, deve-se consultar o laboratório 
que realizará a análise sobre: os métodos analíticos utilizados, o fornecimento de 
dispositivos e filtros para a coleta, prazo de validade dos filtros, 
acondicionamento e transporte das amostras, entre outros. 
b) O laboratório deve utilizar métodos analíticos específicos para a 
determinação da concentração de material particulado em ambientes de 
trabalho. Podem ser utilizados métodos desenvolvidos ou sugeridos por 
organismos nacionais e internacionais de referência na área de higiene 
ocupacional 
c) Calibrar a bomba de amostragem; 
d) Montar o sistema de coleta acoplando o dispositivo de coleta à bomba 
de amostragem por meio da mangueira; 
e) Instalar o sistema de coleta no trabalhador ou posicioná-lo por meio de 
um tripé no local de trabalho a ser avaliado; 
f) Verificar se a entrada de ar do dispositivo de coleta está livre e ligar a 
bomba de amostragem; 
g) Anotar data, horário do início da coleta, código do filtro, número da 
bomba e demais dados em um formulário de registro; 
h) Acompanhar e observar o processo e as atividades de trabalho, assim 
como as ocorrências que podem interferir nos resultados durante o período de 
coleta; 
i) Desligar a bomba de amostragem após concluído o período de coleta e 
anotar o horário; 
j) Desconectar, cuidadosamente, a mangueira da bomba de amostragem 
e, posteriormente, do dispositivo de coleta; 
k) Retirar o porta-filtro do sistema de coleta, tampar o orifício de entrada 
do ar e, em seguida, o de saída do ar com os plugues adequados. 
l) Guardar o porta-filtro com a face amostrada voltada para cima, em caixa 
apropriada para transporte, de maneira a evitar o desprendimento do material 
coletado; 
 
 
 
m) Verificar a variação da vazão, considerando para análise somente as 
amostras coletadas com bombas que apresentaram variação de vazão (∆Q) 
inferior a 5%. 
 
5.5 DETERMINAÇÃO DA CONCENTRAÇÃO 
 
A seguir estão apresentados os principais passos para a determinação da 
concentração: 
a) O volume de ar amostrado deve ser calculado para cada amostra, 
de acordo com a seguinte expressão: 
 
V = Qm x t 
 1000 
Sendo: 
V = volume de ar amostrado em m3 
Qm = vazão média em l/min 
t = tempo total de coleta em minutos 
 
b) A concentração de material particulado no ar deve ser calculada 
para cada amostra de acordo com a seguinte expressão: 
 
 
C = m 
 V 
 
Sendo: 
C = concentração da amostra em mg/m3 
m = massa da amostra em mg 
V = volume de ar amostrado em m3 
 
 
 
 
c) Os resultados de concentração de material particulado de cada 
amostra são utilizados para o cálculo da concentração média ponderada pelo 
tempo para a jornada de trabalho, conforme a seguinte expressão: 
 
 CMPT = C1.t1 + C2.t2 + .... +Cn.tn 
 Ttotal 
Sendo: 
CMPT = concentração média ponderada pelo tempo 
Cn = concentração do particulado obtida na amostra n 
Tn = tempo de coleta da amostra n 
Ttotal = tempo total de coleta = t1 +t2 +...tn 
 
5.6 RESULTADOS E RELATÓRIO CONCLUSIVO DA EXPOSIÇÃO 
 
Os resultados obtidos podem ser utilizados para: avaliar a exposição dos 
trabalhadores; subsidiar a tomada de decisões quanto à implantação de medidas 
de controle preventivas e corretivas nos ambientes de trabalho; estudos 
epidemiológicos e de análise de risco, entre outros. 
 
Na interpretação dos resultados, além da comparação dos valores de 
concentração com os limites de exposição ocupacional, deve-se levar em 
consideração as informações obtidas na literatura, o objetivo da avaliação 
quantitativa, a variabilidade das concentrações, as características específicas do 
material avaliado e do processo de trabalho, entre outras. 
 
O relatório técnico deve abordar, no mínimo, os aspectos: 
 
a) Introdução, incluindo objetivos do trabalho, justificativa e datas ou 
períodos em que foram desenvolvidas as avaliações quantitativas; 
b) Materiais e equipamentos utilizados (tipo, marca e modelo de 
bombas e dispositivos de coleta); 
 
 
 
c) Metodologias utilizadas (estratégia de coleta, métodos de coleta e 
métodos analíticos); 
d) Descrição das situações de exposição avaliadas; 
e) Resultados obtidos; 
f) Conclusões e recomendações; 
g) Referências bibliográficas. 
 
5.7 APLICAÇÕES 
 
5.7.1 EXEMPLO 1: 
 
Verificar a ocorrência de insalubridade na amostragem de poeira respirável 
em uma empresa de corte de rochas, a partir dos dados de campo e dos dados 
fornecidos pelo laboratório, a seguir: 
 
- tempo de amostragem - 300 min 
- vazão da bomba - 1,7 l/min 
- massa da amostra - 2,5 mg 
- percentual de sílica livre cristalizada na amostra - 4% 
 
Observação: O tempo de amostragem e a vazão da bomba de amostragem 
pessoal utilizados foram aqueles estabelecidos por metodologia NIOSH. 
 
- cálculo do volume amostrado: 
 
 V = q x t 
 1000 
 
1,7 l/min x 300 min = 0,51 m³ 
 1000 
 
 
 
 
 
 
- cálculo da concentração da poeira: 
 
 
 C = M 2,5 mg C = 4,9 mg / m³ 
 V 0,51 m³ 
 
 
- cálculo do limite de tolerância - poeira respirável: 
 
 LT= 8 8 LT= 1,33 (mg/m³) 
 % quartzo + 2 4 + 2 
 
 
- conclusão - a concentração de poeira respirável (4,9 mg/m³) superou o 
limite de tolerância calculado (1,33 mg/m³), caracterizando a exposição 
insalubre. 
 
5.7.2 EXEMPLO 2: 
 
Verificar a ocorrência de insalubridade na amostragem de poeira respirável 
e para poeira total em uma empresa de arte em pedras, a partir dos dados de 
campo e dos dados fornecidos pelo laboratório, a seguir: 
 
 
- poeira total: 
- tempo de amostragem - 300 min 
- vazão da bomba - 2 l/min 
- massa da amostra - 4 mg 
- percentual de sílica livre cristalizada na amostra - 3% 
 
 - poeira respirável: 
 
 
 
- tempo de amostragem - 300 min 
- vazão da bomba - 1,7 l/min 
- massa da amostra - 1,5 mg 
- percentual de sílica livre cristalizada na amostra - 0,5 % 
 
- cálculos para a poeira total: 
 
 V = q x t 
 1000 
 
 V = 2 l/min x 300 min 
 1000 
 
V =0,6 m³ 
 
- concentração da poeira: 
 
 C = P 
 V 
 
 C = 4 mg 
 0,6 m³ 
 
 
 C = 6,6 mg/m³ 
 
- limite de tolerância: 
 
 LT = 24 = 24 = 4 (mg/m³) 
 % quartzo + 3 3 + 3 
 
 
 
 
- cálculos para a poeira respirável: 
 
 
V = q x t 
 1000 
 
V = 1,7 l/min x 300 min = 0,51 m³ 
 1000 
 
- concentração da poeira: 
 
C = P 
 V 
 
 C = 1,5 mg 
 0,51 m3 
 
 
 C = 2,9 mg / m³ 
 
- limite de tolerância: 
 
 LT = 8 = 8 
 % quartzo + 2 0,5 + 2 
 
 
 LT = 3,2 (mg/m³) 
 
- conclusão - A concentração obtida para a poeira total (6,6 mg/m³) 
superou o limite de tolerância calculado (4 mg/m³). A concentração obtida para a 
poeira respirável (2,9 mg/m³) é inferior ao limite de tolerância calculado (3,2 
mg/m³). Esta situação caracteriza uma exposição insalubre. 
 
 
 
 
Cabe ainda salientar que a ACGIH recomenda a avaliação da poeira 
respirável quando na poeira total a sílica livre cristalizada superar 1%. Nessa 
condição possibilidade de silicose é significativa. Para a ACGIH as partículas 
insolúveis ou pouco solúveis na água possam causar efeitos adversos, mesmo 
que não causem pneumoconioses, que tenham menos que 1 % de sílica 
cristalina e não possuam asbesto. Recomenda que as concentrações sejam 
inferiores a: 3 mg/m3 para as partículas respiráveis, e 10 mg/m3 para as 
partículas inaláveis. 
 
6. GASES E VAPORES 
 
6.1 METODOLOGIA DE AVALIAÇÃO DA EXPOSIÇÃO 
OCUPACIONAL 
 
A metodologia de avaliação a ser empregada com a definição do tipo de 
amostrador e amostragem, número de amostras, volume coletado e vazão 
depende do método padronizado envolvido (NIOSH) e das características da 
exposição. 
 
A amostragem deve seguir rigorosamente o método de amostragem 
indicado, pois esse vai referenciar o processo de análise do contaminante a ser 
empregado pelo laboratório. Podem ser utilizados equipamentos fixos instalados 
no ambiente em avaliação e equipamentos portáteis, para avaliações 
ocupacionais da exposição dos trabalhadores. 
 
O processo de amostragem pode ser realizado por coleta de ar total, ou 
por separação dos contaminantes gasosos, através de retenção (adsorção ou 
absorção) ou por condensação. 
 
Os instrumentos para amostragem dos agentes químicos podem ser 
divididos em dois grupos. No grupo dos amostradores ativos estão todos os 
 
 
 
dispositivos que succionam um determinado volume de ar, fazendo-o passar 
através de um suporte de retenção, para reter o agente. Os amostradores 
passivos se utilizam apenas da difusão molecular, ou seja, dispensam o emprego 
de dispositivos de sucção. 
 
Os amostradores podem ser: 
a) De leitura direta quando fornecem a concentração do contaminante 
por leitura direta em superfícies graduadas, ou display de equipamentos, ou 
b) De leitura indireta que atuam retendo o contaminante para 
posterior análise em laboratório. 
c) A coleta de ar total é utilizada para amostragem de gases que são 
de difícil retenção em outros meios de coleta. A coleta é realizada através de 
bolsas ou “bags”, onde uma quantidade determinada de ar contendo o 
contaminante é coletada. A coleta do ar normalmente é realizada através de uma 
bomba de amostragem motorizada. A concentração é obtida com base na massa 
de contaminante encontrada na análise de laboratório e do volume de ar 
coletado. 
 
São os seguintes os principais dispositivos de leitura direta: 
a) Tubos colorimétricos - são tubos de vidro, de pequeno diâmetro, 
que contém um sólido adsorvente, impregnado com um produto químico que 
reage com o gás ou vapor que está sendo amostrado. Essa reação resulta na 
alteração da cor. A extensão da mudança de cor é indicada na escala de 
concentração marcada no tubo. Tem como vantagens a facilidade de operação, o 
baixo custo e a possibilidade do registro dos picos de concentrações. A 
desvantagem está na baixa precisão (erros de até 30 %). 
 
 
 
 
Fonte: http://www.sklep.ibhp.pl/produkt/gazowy-reczny-zestaw-pomiarowy-
accuro-rurki-wskaznikowe-drager 
b) Medidor com sensor eletroquímico – realiza a medição direta e imediata 
do contaminante a partir de sensor especifico que determina a concentração do 
mesmo. O sensor é uma célula eletroquímica, onde em geral ocorre uma reação 
(oxidação catalítica) do gás ou vapor a ser determinado. 
 
Fonte: http://www.fasteronline.com.br/products/detector-de-4-gases-lel-o2-co-
h2s-com-sensor-lel-infravermelho-gas-clip 
 
São os seguintes os principais dispositivos ativos de leitura indireta (em 
laboratório): 
 
 
 
a) Tubo de carvão ativo ou sílica gel - consiste em um tubo de vidro 
que tem em seu interior carvão ativado ou sílica gel e que é colocado na zona 
respiratória do trabalhador. O tubo é ligado a uma bomba de aspiração através 
de uma mangueira flexível. Essa bomba força o ar a passar pelo interior do tubo, 
ficando o contaminante retido. Os tubos de carvão ativo são mais indicados para 
a amostragem de vapores orgânicos em geral e os tubos de sílica gel para gases 
ácidos em geral. 
 
Fonte: http://www.criffer.com.br/produtos/p.asp?id=36&produto=tubo-de-
carvao-ativado-50-100mg#prettyPhoto/0/ 
b) Impinger - consiste em um frasco de vidro onde será colocada uma 
solução adequada para a retenção do contaminante (solução absorvente). O 
impinger e conectado a bomba de aspiração através de uma mangueira flexível. 
A bomba forcara a passagem de um determinado volume de ar pela solução que 
reterá ou reagirá com o contaminante, absorvendo-o. 
 
 
 
 
 
Fonte: Peixoto e Ferreira, 2012 
 
Um dos principais dispositivos passivos de leitura indireta (em laboratório) 
é o botton que contém em seu interior uma determinada quantidade de material 
adsorvente (geralmente carvão ativo). Esse amostrador é fixado na lapela do 
trabalhador e a retenção do contaminante ocorre por adsorção em função da 
difusão. Ao final da jornada de trabalho (amostragem) o monitor é retirado e 
enviado para análise do conteúdo. 
 
 
 
Fonte: http://www.fasteronline.com.br/products/amostrador-passivo-para-
vapores-organicos-carvao-ativado-350-mg-5-un 
 
6.2 AVALIAÇÃO DA EXPOSIÇÃO OCUPACIONAL 
 
 
 
 
Segundo a NR 15, anexo XI, nas atividades ou operações nas quais os 
trabalhadores ficam expostos a agentes químicos, a caracterização de 
insalubridade ocorrerá quando forem ultrapassados os limites de tolerância 
constantes do Quadro 1, a seguir reproduzido parcialmente. Todos os valores 
fixados são válidos para absorção apenas por via respiratória. 
 
 
Fonte: NR-15 (parcial) 
 
Todos os valores fixados como "Asfixiantes Simples" determinam que nos 
ambientes de trabalho, em presença destas substâncias, a concentração mínima 
de oxigênio deverá ser 18 (dezoito) por cento em volume. 
 
Na coluna "VALOR TETO" estão assinalados os agentes químicos cujos 
limites de tolerância não podem ser ultrapassados em momento algum da 
jornada de trabalho. 
 
Na coluna "ABSORÇÃO TAMBÉM PELA PELE" estão assinalados os agentes 
químicos que podem ser absorvidos, por via cutânea e, portanto, exigindo na sua 
 
 
 
manipulação o uso da luvas adequadas, além do EPI necessário à proteção de 
outras partes do corpo. 
 
A avaliação das concentraçõesdos agentes químicos através de métodos 
de amostragem instantânea, de leitura direta ou não, deverá ser feita pelo 
menos em 10 (dez) amostragens, para cada ponto, ao nível respiratório do 
trabalhador. 
 
Entre cada uma das amostragens deverá haver um intervalo de, no 
mínimo, 20 (vinte) minutos. 
 
Cada uma das concentrações obtidas nas referidas amostragens não 
deverá ultrapassar os valores obtidos na equação que segue, sob pena de ser 
considerada situação de risco grave e iminente. 
 
Valor máximo = L.T. x F. D. 
 
Onde: 
L.T. = limite de tolerância para o agente químico, segundo o Quadro 1. 
F.D. = fator de desvio, segundo definido no Quadro 2. 
 
 
 
Fonte: http://www.grupomednet.com.br/medicina-trabalho/ppra-pcmso-ltcat-
aso-ppp/norma-regulamentadora-15-11.html 
 
 
 
 
O limite de tolerância será considerado excedido quando a média 
aritmética das concentrações ultrapassar os valores fixados no Quadro 1. 
 
Para os agentes químicos que tenham "VALOR TETO" assinalado no 
Quadro 1 (Tabela de Limites de Tolerância) considerar-se-á excedido o limite de 
tolerância, quando qualquer uma das concentrações obtidas nas amostragens 
ultrapassar os valores fixados no mesmo quadro. 
 
Os limites de tolerância fixados no Quadro 1 são válidos para jornadas de 
trabalho de até 48 (quarenta e oito) horas por semana, inclusive. Para jornadas 
de trabalho que excedam as 48 (quarenta e oito) horas semanais dever-se-á 
cumprir o disposto no art. 60 da CLT. 
 
ACGIH substituiu o “fator de desvio” pelo Threshold Limit Values - Short 
Term Exposure Limit (TLV-STEL) que significa “Limite de Exposição de Curta 
Duração". O TLV-STEL é a concentração a que os trabalhadores podem ficar 
expostos continuamente por curto período de tempo sem sofrer alterações 
orgânicas significativas (irritação, lesão crônica ou irreversível e narcose). 
 
O TLV-STEL deve atender simultaneamente as seguintes condições: 
a) O TLV-TWA diário não deve ser excedido; 
b) Duração máxima de 15 minutos, por período; 
c) Ocorrer por no máximo 4 períodos por jornada; 
d) Guardar intervalos de pelo menos 60 minutos entre os períodos; 
e) O STEL (média da exposição em cada período de 15 minutos) não pode 
ser excedido; 
Obs. Os efeitos tóxicos de exposições de curta duração devem ser 
conhecidos. 
 
 
 
 
Para os agentes que não possuem “Valor teto” e quando o TLV STEL não 
está estabelecido, a ACGIH, a partir de 1999, recomenda como valor máximo de 
exposição: 
a) 3 vezes o valor do TLV TWA por período total máximo de 30 
minutos em uma jornada de trabalho diária. 
b) Em nenhuma hipótese pode superar 5 vezes o TLV TWA. 
 
6.3 APLICAÇÕES 
 
i. EXEMPLO 1: 
 
Em um conjunto de 10 amostragens instantâneas de amônia (LT = 20 
ppm), utilizando tubos colorimétricos, foram obtidos os seguintes valores de 
concentrações: 10, 20, 25, 20, 15, 10, 20, 10, 20, 25. Utilizando a metodologia 
da NR 15 defina a situação de insalubridade ou não para o trabalhador que opera 
48 horas semanais no ambiente. 
 
- determinação da concentração média 
 
(10+20+25+20+ 15+10+20+10+20+25) / 10 = 17,5 
 
- determinação do valor máximo 
 
Vm = LT . FD 
 
FD do quadro 2 para LT = 20 temos: 1,5 
 
Vm = 20 . 1,5 = 30 
 
Como nenhuma das 10 concentrações observadas superou o valor máximo 
e como a média ficou abaixo do LT o ambiente não é considerado insalubre! 
 
 
 
 
ii. EXEMPLO 2: 
 
 
Em um enchedor de caminhões-tanque, a concentração de vapores de 
etanol foi determinada pelo método de medição instantânea, sendo observados 
os seguintes valores, ao nível respiratório dos operadores: 
 
QUADRO 1 QUADRO 2 
medição concentração (ppm) medição concentração (ppm) 
1 820 1 720 
2 860 2 780 
3 800 3 700 
4 740 4 850 
5 700 5 1000 
6 750 6 980 
7 800 7 880 
8 450 8 800 
9 800 9 500 
10 300 10 750 
 
Tomando como referência o anexo XI da NR 15 defina se o limite de tolerância 
foi ultrapassado no Quadro 1 e/ou no Quadro 2. Considere o LT do etanol 780 
ppm. 
 
- determinação da concentração média 
 
(820+860+800+740+ 700+750+800+450+800+300) / 10 = 
 
- determinação do valor máximo 
 
Vm = LT . FD 
 
FD do quadro 2 para LT = 20 temos: 1,5 
 
 
 
 
Vm = 20 . 1,5 = 30 
 
Como nenhuma das 10 concentrações observadas superou o valor máximo 
e como a média ficou abaixo do LT o ambiente não é considerado salubre! 
 
6.4 EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO RESPIRATORIA - EPR 
 
O Equipamento de Proteção Respiratória (EPR), é um equipamento de 
proteção individual destinado a proteção dos trabalhadores em relação a inalação 
de contaminantes, tais como, aerodispersóides, gases e vapores, bem como a 
inalação do ar com deficiência de oxigênio. 
 
Em relação ao tipo de peça facial temos as seguintes classificações: 
a) Peça Facial Inteira: cobre a boca, o nariz e os olhos. 
 
 
Fonte: https://www.bergo.com.br/produtos/detalhes/mascara-facial-inteira-
sperian-opti-fit-silicone-ca-19376 
b) Peça semi-facial: cobre a boca e o nariz, e se apoia sob o queixo. 
 
 
 
 
 
Fonte: http://multimedia.3m.com/mws/media/43673P/6000-series-half-mask-
eu.jpg 
c) Peça Um quarto Facial: cobre a boca e o nariz, e se apoia sobre o 
queixo. 
 
Fonte: http://www.americanaepi.com.br/mascaras-e-respiradores.php 
d) Capuz: envolve a cabeça e o pescoço, podendo cobrir parte dos 
ombros. 
 
 
 
 
 
Fonte: 
http://www.protecaoglobal.com/shop/produtoInfo/187/Prote%C3%A7%C3%A3o
-Prote%C3%A7%C3%A3o-Respirat%C3%B3ria-Capuz-de-Fuga-S-Cap---MSA 
 
Quanto a inalação do ar temos as seguintes classificações: 
a) Respiradores purificadores - Utiliza o ar do próprio ambiente, que passa 
por um meio filtrante onde os contaminantes são retidos. Os filtros podem ser 
mecânicos, usados para reter aerodispersóides ou filtros químicos, usados para 
gases ou vapores. Cabe destacar que a Peça Facial Filtrante ou PFF é um 
respirador cujo o filtro é própria peça facial! 
 
 
Fonte: http://www.americanaepi.com.br/mascaras-e-respiradores.php 
Observação: Os Respiradores Purificadores podem ainda ser: 
- respiradores não motorizados: o ar chega até a zona respiratória através 
da ação de inspirar. 
 
 
 
 
Fonte: http://www.epihaus.com.br/#!blank-5/tuuqo 
- respiradores motorizados: o ar chega até a zona respiratória forçado por 
uma ventoinha. 
 
 
Fonte: http://www.epihaus.com.br/#!blank-5/tuuqo 
b) Respiradores de adução de ar – se utiliza do ar de uma fonte externa. 
Estes respiradores são classificados ainda de acordo com o método pelo qual o ar 
respirável é fornecido e também pelo sistema usado para regular o suprimento 
de ar em: 
- respirador de ar natural; 
 
 
 
 
Fonte: http://www.ibrbrasil.ind.br/mascara-respiratoria-ar-mandado 
- respirador delinha de ar comprimido; 
 
Fonte: http://www.aplequipamentos.com.br/protecao-respiratoria/equipamentos-
linha-de-ar/mascara-linha-de-ar-duo-twin 
- aparelho autônomo ou máscara autônoma 
 
 
Fonte: http://www.epihaus.com.br/#!blank-5/tuuqo 
 
 
 
 
Cabe observar que a linha de ar comprimido pode ser: 
- de fluxo contínuo – garante uma pressão ligeiramente positiva dentro da 
cobertura das vias respiratórias. 
- de demanda com pressão positiva – válvula de exalação garante que a 
pressão dentro da peça facial seja mantida acima da pressão ambiente. 
- de demanda sem pressão positiva – válvula de demanda garante o fluxo 
de ar exclusivamente durante a inalação. 
 
Os filtros mecânicos podem ser: 
a) P1: Indicados contra poeiras vegetais e minerais, e névoas inorgânicas, 
tais como névoas de soda cáustica (poeiras de sílica com diâmetro superior a 
2μm). 
b) P2: Aerodispersóides descritos na classe P1 e também para fumos 
metálicos. Podem ser usados contra pesticidas que não contenham vapores 
associados. 
 
 
Fonte: http://www.destrabrasil.com.br/categoria-produto/filtros/filtros-
mecanicos/ 
c) P3: Além das classes P1 e P2 são de uso contra partículas de metais 
radionuclídeos, poeira de sílica com diâmetro menor que 2μm e fibra de asbestos 
com concentração superior a 10 fibras/cm3. 
 
 
 
 
 
Fonte: http://www.destrabrasil.com.br/categoria-produto/filtros/filtros-
mecanicos/ 
 
Os filtros químicos podem ser classificados em: 
a) Vapores orgânicos; 
 
 
Fonte: http://www.destrabrasil.com.br/produto/gma-3/ 
b) Gases ácidos (exceto CO); 
 
 
 
 
 
Fonte: http://www.destrabrasil.com.br/wp-content/uploads/2014/10/GMC-2.jpg 
c) Amônia; 
 
 
Fonte: http://www.destrabrasil.com.br/produto/gmd-3/ 
d) Gases e vapores especiais (vapor de mercúrio, monóxido de carbono e 
outros). 
 
Finalmente temos as seguintes classificações: 
a) Classe 1 – contaminante gasoso em concentração máxima de 1000 
ppm; 
b) Classe 2 - contaminante gasoso em concentração máxima de 5000 
ppm; 
c) Classe 3 – contaminante gasoso em concentração máxima de 10.000 
ppm. 
 
 
 
 
 
7. Gestão de Segurança da Engenharia de Segurança relativa as 
radiações ionizantes e não ionizantes 
 
 
7.1 INTRODUÇÃO 
 
A radiações, um dos riscos físicos, que se constitue em uma forma de 
energia e que, de acordo com a sua energia e a capacidade de interagir 
com a matéria, pode se subdividir em: 
 
A. Radiações Ionizantes: as que possuem energia suficiente para ionizar os átomos e 
moléculas com as quais interagem, sendo as mais conhecidas: 
 
➱ raios X e raios gama (radiações electromagnéticas); 
➱ radiação alfa, beta, nêutrons, prótons (radiações corpusculares). 
 
B. Radiações Não Ionizantes: as que não possuem energia suficiente para ionizar os 
átomos e as moléculas com as quais interagem, sendo as mais conhecidas: 
 
➱ luz visível(branca); 
➱ infravermelho; 
➱ ultravioleta; 
➱ microondas de aquecimento; 
➱ microondas de radiotelecomunicações; 
 
 
As radiações que pertencem ao espectro eletromagnético ocupam aí diferentes 
posições de acordo com a sua energia e comprimento de onda. Dada à 
complexidade deste tema, abordar-se-ão apenas as radiações que têm aplicação 
na indústria, medicina, pesquisas dando especial ênfase às aplicações industriais, 
 
 
 
possíveis efeitos negativos para a saúde do trabalhador e medidas de prevenção 
e de controle. 
 
 
7.2 RADIAÇÕES IONIZANTES 
 
A matéria é constituída por átomos que correspondem às unidades estruturais 
dos elementos químicos conhecidos. 
Os átomos são entidades que resultam da associação de três tipos de partículas: 
prótons, nêutrons e elétrons. 
 
Os prótons e nêutrons encontram-se agregados no núcleo do átomo (podendo 
por isso também ser designados por nucleons o fato de todos os átomos terem 
um núcleo eles podem ser chamados também de nuclídeos), ao passo que os 
elétrons se movem em torno do núcleo. 
 
Ao nos referirmos que o núcleo do átomo possui carga elétrica positiva e que 
representa a quase totalidade da massa do átomo, enquanto que os elétrons são 
eletricamente negativos, chegamos a conclusão que se o número de elétrons 
periféricos de um átomo for igual ao número de prótons do respectivo núcleo, o 
átomo tem carga elétrica total nula e que trata-se de um átomo em estado 
neutro. 
 
Em caso contrário, o átomo encontra-se num estado ionizado se o átomo tiver 
excesso de elétrons, sua carga elétrica é negativa e estamos perante a um íon 
negativo; se o átomo tiver deficiência de elétrons, a carga do átomo é positiva, 
tratando-se assim de um íon positivo. 
 
Designa-se por radioatividade a propriedade que determinados nuclídeos 
(naturais ou artificiais) possuírem a capacidade de emitir espontaneamente 
radiações corpusculares ou eletromagnéticas. 
 
 
 
 
O ser humano sempre viveu num mundo radioativo, encontrando-se 
continuamente exposto também às radiações provenientes do espaço cósmico, 
além das naturais e artificiais que existem nos radionuclídeos que estão no solo, 
água, alimentos e até mesmo o corpo humano tem na sua constituição elementos 
radioativos. 
 
As radiações ionizantes têm tido uma crescente utilização em inúmeras 
atividades, desde a medicina à indústria, a produção de eletricidade. 
 
Na indústria, medicina e outras atividades ocorrem na aplicação em aparelhos de 
radiografia para diagnósticos, controle de qualidade (ensaios não destrutivos), 
podendo ainda os raios X ocorrer como emissões de certos aparelhos (tubos de 
raios catódicos, reguladores de tensão). 
 
 
7.2.1 CONTROLE DAS RADIAÇÕES IONIZANTES 
 
O objetivo principal da proteção contra as radiações ionizantes é impedir os feitos 
determinísticos e limitar ao máximo os efeitos estocásticos. 
 
Como princípios gerais, todas as atividades que envolvam exposição a radiações 
ionizantes, deverão processar-se de forma a: 
 
➱ que os diferentes tipos de atividades que impliquem a uma exposição sejam 
previamente justificados pela vantagem que proporcionam; 
➱ que seja evitada toda a exposição ou contaminação desnecessária de pessoas 
e do meio ambiente 
➱ que os níveis de exposição sejam sempre tão baixos quanto possível em cada 
instante e sempre inferiores aos valores-limite fixados por lei. 
 
Assim, para determinar o risco e estabelecer as medidas de controle é necessário 
contemplar os seguintes aspectos: 
 
 
 
 
➱ avaliar as condições de exposição (habituais ou acidentais), com o estudo 
ambiental dos locais de trabalho, atribuindo respectiva classificação(área livre, 
área supervisionada e área controlada), atualizadas das diferentes zonas de risco 
de acordo com os níveis potenciais de exposição; 
➱ autorização prévia, licenciamento e parecer favorável para o uso de fontes 
radioativas dado pelo órgão de controle CNEN; 
➱ determinação das doses limite. 
 
A título exemplificativo, poderemos dizer que a dose equivalente ao limite anual 
para os trabalhadores expostos é de 50 mSv (5 rem ), com exceção do globo 
ocular (150 mSv); Para as pessoas não dosimetradas em geral é recomendado 
que elas não se excedam a dose anual de 1 mSv. 
 
➱ manutenção rigorosa de todos os registros efetuados durante pelo menos um 
período de 30 anos após a saída do trabalhador Ocupacionalmente Exposto (IOE), 
deve ser facultados às entidades oficiais competentes; 
 
➱ as proteções coletivas e individuais devem ser instituidas, bem como o 
acompanhamento da dosimetria individual, deverão ser da responsabilidadeda 
Instalação e de técnicos especialistas na matéria, com qualificação de seus 
serviços feitas pela Vigilância Sanitária do Ministério da Saúde ou a Comissao 
Nacional de Energia Nuclear-CNEN. 
 
A vigilância de saúde é fundamental para os trabalhadores da área de Medicina e 
Industria expostos às radiações ionizantes sendo isto considerado nos exames de 
admissão e periódicos, ou nos ocasionais, nomeadamente em caso de exposição 
acidental. Por esta razão deve ser estabelecido a manutenção dos registros 
clínicos com critérios rigorosos (devem ser mantidos pela Instalação por um 
período mínimo de 30 anos após a saída do trabalhador da Instalação). 
 
 
 
 
1 Sv ("sievert") - unidade equivalente de dose, no Sistema Internacional; dada a 
sua grande divulgação, expressa-se também o equivalente de dose em "rem", 
sendo que: 
 
1 Sv = 100 rem. 
 
De cada exame médico resultará a respectiva "Ficha de Aptidão" não devendo em 
caso algum o trabalhador exercer funções se o parecer médico for negativo. 
 
Os trabalhadores expostos a radiações ionizantes deverão ter formação contínua 
específica, de forma a cumprirem todos os procedimentos de segurança e 
proteção radiologicas exigíveis. 
 
Deverão ainda ser informados mensalmente acerca dos níveis de radiação a que 
se encontram sujeitos, bem como do resultado dos exames médicos de vigilância 
a saúde a que são submetidos. 
A radiação eletromagnética é constituída por vibração simultânea de campos 
magnético e elétrico, perpendiculares entre si. 
As radiações eletromagnéticas ionizantes de interesse são os raios X e a radiação 
gama. 
Raios X 
Raio X é a denominação dada à radiação eletromagnética de alta energia que tem 
origem na eletrosfera ou no freamento de partículas carregadas no campo 
eletromagnético do núcleo atômico ou dos elétrons. 
 
 7.2.2 RADIOATIVIDADE. 
 
Descoberta da Radioatividade: Após o descobrimento dos raios-X por William 
Röentgen em 1895, o físico francês Henri Becquerel, associando a existência desses raios 
até então desconhecidos aos materiais fosforescentes e fluorescentes, testou uma série de 
substâncias com essas características. 
 
 
 
Assim, em 1896, verificou que sais de urânio emitiam radiações capazes de velar 
chapas fotográficas, mesmo quando envoltas em papel preto. Observou ainda, que a 
quantidade de radiação emitida era proporcional à concentração de urânio e era 
independente das condições de pressão, temperatura ou estado químico da amostra, além 
de permanecer inalterada mesmo sob a ação de campos elétricos ou magnéticos. 
 
Posteriormente, o casal Pierre e Marie Curie aprofundou estas pesquisas, chegando, 
em 1898, à descoberta de dois novos elementos radioativos, quais sejam, o polônio e o 
rádio, tendo empregado o termo radioatividade para descrever a energia por eles emitida. 
 
Ernest Rutherford, em 1899, por meio de uma experiência simples, contribuiu para 
elucidar a natureza da radioatividade. Uma amostra do material radioativo foi colocada 
dentro de um recipiente de chumbo contendo um orifício. A radiação produzia um ponto 
brilhante em uma placa de sulfeto de zinco, colocada diante do orifício. 
 
Sob a ação de um campo magnético, o feixe de radiação repartia-se em três, que 
foram denominadas radiação alfa, beta e gama. 
 
Em 1909, Rutherford e Soddy demonstraram que a radiação α era constituída 
por núcleos de hélio, com dois prótons e dois nêutrons, apresentando, portanto, duas 
cargas positivas. 
A radiação β foi, posteriormente, identificada como sendo constituída por elétrons. 
Tanto as partículas α(alfa) como as partículas β (beta) eram emitidas com altas 
velocidades, demonstrando que uma grande quantidade de energia estava armazenada no 
átomo. 
Foi observado, também, que a radiação gama (γ) não era desviada de sua trajetória 
sob a ação do campo magnético e apresentava as mesmas características dos raios-X, ou 
seja, uma onda eletromagnética de alta energia. 
 
Esses trabalhos de pesquisa científica permitiram concluir que a radioatividade é a 
transformação espontânea de um núcleo atômico, convertendo um nuclídeo em outro. 
 
 
 
A natureza das radiações emitidas é característica das propriedades nucleares do 
nuclídeo que está se desintegrando, denominado nuclídeo pai. O nuclídeo pai, ao se 
desintegrar, dá origem ao nuclídeo filho. Em alguns casos, o nuclídeo filho também é 
radiativo, formando, assim, uma cadeia radioativa. 
 
Um nuclídeo radioativo é denominado radionuclídeo. 
 
Tipos de Desintegração Radioativa: 
 
 Desintegração Alfa (α ) 
 
As partículas alfa são núcleos de hélio, constituídos por dois prótons e dois nêutrons, 
tendo duas cargas positivas. 
As partículas alfa são emitidas como energias discretas e características do núcleo 
pai. A desintegração alfa é característica de núcleos pesados (Z > 82), salvo exceções, 
sendo que a maioria dos nuclídeos emissores alfa são naturais. 
 
 Desintegração Beta 
 
A desintegração beta tanto pode ser negativa (emissão de elétrons), quando o 
núcleo está com excesso de nêutrons, como positiva (emissão de pósitrons), ou seja, 
partículas com massa igual à do elétron, mas com carga positiva, quando o núcleo está com 
excesso de prótons. 
 
 Desintegração Beta Negativa ( β- ) 
 
Quando o núcleo possui um nêutron em excesso, este é convertido em um próton e 
uma partícula beta negativa. 
A partícula beta negativa possui as mesmas características dos elétrons atômicos, 
porém tem origem no núcleo. 
A emissão de partícula β- é diferente das emissões α uma vez que as partículas β- 
são emitidas em um espectro contínuo de energia, variando de zero até um valor máximo, 
característico do núcleo pai. 
 
 
 
Esta energia máxima está na faixa de 0,05 - 3,5 MeV, para os nuclídeos mais 
comuns. 
Como o núcleo possui níveis de energias discretos, a emissão de uma partícula com 
espectro contínuo de energia é explicada pela emissão de uma segunda partícula, neste 
caso o antineutrino. 
O antineutrino transporta a diferença de energia existente entre a energia da 
partícula beta negativa e a energia disponível, dada pela diferença de massa entre o núcleo 
pai e os produtos da desintegração (Q). 
 
 Desintegração Beta Positiva ( β+) 
 
Quando o núcleo possui um próton em excesso, este é convertido em um nêutron e 
uma partícula beta positiva (pósitron). 
O pósitron possui a mesma massa do elétron e sua carga tem valor absoluto igual à 
do elétron, porém com sinal positivo. De maneira análoga às partículas beta negativas, as 
partículas beta positivas são emitidas em um espectro contínuo de energia. Neste caso, a 
energia máxima está na faixa de 0,3 - 1,4 MeV, para os nuclídeos mais comuns. 
Desintegração por Captura Eletrônica. 
O processo de captura eletrônica compete com o de desintegração beta positiva, isto 
é, também ocorre quando o núcleo possui um excesso de prótons. 
Em certos casos, a probabilidade do mesmo núcleo se desintegrar por qualquer um 
desses dois processos é comparável. Assim, o núcleo, ao invés de emitir um pósitron, 
captura um elétron de seu próprio átomo, convertendo um de seus prótons em nêutron e 
liberando um neutrino monoenergético, o qual transporta a energia disponível no processo. 
O elétron da camada K é o que tem maior probabilidade de ser capturado, em razão 
da sua maior proximidade do núcleo. Entretanto, este processo pode ocorrer também com 
elétrons de camadas mais externas. 
Após a captura do elétron, este deixará uma vaga no seu nível orbital, que serápreenchida por outro elétron de camadas mais externas, dando origem à emissão de raios-X 
(chamados de característicos). 
 
 Conversão Interna e Elétron Auger 
 
 
 
A captura de elétrons orbitais pelo núcleo atômico pode vir acompanhada, algumas 
vezes, pela emissão de elétrons atômicos denominados elétrons Auger. 
 
Isto ocorre quando um dos raios-X emitidos colide com um dos elétrons que 
permaneceram nos orbitais atômicos e cede energia a esse elétron, deslocando-o de seu 
orbital. 
 
 
 Desintegração com Emissão Gama ( γ ) 
 
Em muitos casos, após ocorrer um dos tipos de desintegração descritos 
anteriormente, o processo radioativo se completa. Em outros, o núcleo filho é formado em 
um de seus estados excitados, contendo, ainda, um excesso temporário de energia. Quando 
isto ocorre, o núcleo filho emite essa energia armazenada sob a forma de raios gama (γ). 
 
A radiação gama pertence a uma classe conhecida como radiação eletromagnética. 
Este tipo de radiação consiste de pacotes de energia (quanta) transmitidos em forma 
de movimento ondulatório. A radiação eletromagnética é uma modalidade de propagação 
de energia através do espaço, sem necessidade de um meio material. Outros membros bem 
conhecidos desta classe são: ondas de rádio, raios-X e, inclusive, a luz visível. 
 
A diferença essencial entre a radiação γ e a radiação X está na sua origem. Enquanto 
os raios γ resultam de mudanças no núcleo, os raios-X são emitidos quando os elétrons 
atômicos sofrem uma mudança de orbital. 
 
Os raios γ são emitidos dos núcleos radioativos com energias bem definidas, 
correspondentes à diferença entre os níveis de energia de transição do núcleo que se 
desexcita. 
 
A transição pode ocorrer entre dois níveis excitados ou entre um nível excitado e o 
nível fundamental. Deste modo, pode haver a emissão de um ou mais raios γ em cada 
desintegração. 
 
 
 
Por exemplo, o Cobalto-60, após desintegração beta, tem como resultado o segundo 
nível de excitação do Níquel-60 que, como consequência, emite dois gamas, um de 1,17 
MeV e outro de 1,33 MeV. 
 
A energia dos raios gamas emitidos pelos diferentes nuclídeos está, 
aproximadamente, na faixa de 0,03 – 3 MeV. 
 
 Interação da Radiação com a Matéria. 
 
As radiações são processos de transferência de energia sob a forma de ondas 
eletromagnéticas e, ao interagir com a matéria, resulta na transferência de energia para os 
átomos e moléculas que estejam em sua trajetória. 
 
Sob o ponto de vista da física, as radiações, ao interagirem com um meio material, 
podem provocar ionização, excitação, ativação do núcleo ou emissão de radiação de 
frenamento, conforme descrito a seguir. Ionização: processo de formação de átomos 
eletricamente carregados, ou seja, íons, pela remoção ou acréscimo de um ou mais 
elétrons. 
Excitação: adição de energia a um átomo, elevando-o do estado fundamental de 
energia ao estado de excitação. Os elétrons são deslocados de seus orbitais de equilíbrio e, 
ao retornarem, emitem a energia excedente sob a forma de radiação (luz ou raios-X 
característicos). 
Ativação do Núcleo: interação de radiações com energia superior à energia de ligação 
dos núcleons e que provoca reações nucleares, resultando num núcleo residual e na 
emissão de radiação. 
Radiação de Frenamento:(Bremsstrahlung) radiação, em particular raios-X, emitida 
em decorrência da perda de energia cinética de elétrons que interagem com o campo 
elétrico de núcleos de átomos-alvo, átomos estes com elevado número atômico, ou mesmo 
que interagem com a eletrosfera. 
Em decorrência das diferenças existentes entre as partículas e radiações, em suas 
cargas e suas massas, cada um deles interage de modo diferente com a matéria. 
 
 
 
O conhecimento das propriedades das radiações e de seus efeitos sobre a matéria 
são de grande importância, destacando-se: 
• a detecção de substâncias radioativas, uma vez que se baseia, sempre, em alguns 
dos efeitos produzidos pela radiação na parte sensível do equipamento de medida; 
• a maior facilidade na interpretação das diversas aplicações dos materiais 
radioativos; 
• a adoção das medidas preventivas mais apropriadas, de modo a proteger o corpo 
humano dos efeitos nocivos da radiação. 
Quando as partículas carregadas ou a radiação eletromagnética atravessam a 
matéria, o mecanismo que mais contribui para a perda de energia é a interação com os 
elétrons. 
Para o caso específico de partículas carregadas, este fenômeno é facilmente 
evidenciado a partir da dispersão que elas experimentam ao interagir com a matéria. 
As partículas mais pesadas são pouco desviadas de sua direção original quando 
interagem, perdendo energia. 
As partículas beta, por serem menos pesadas, são desviadas com ângulos muito 
maiores ao interagirem com o meio. 
As perdas de energia resultante de colisões com núcleos resultam ser várias ordens 
de grandeza menores que na interação com elétrons. 
A variação do número de desintegrações nucleares espontâneas (dN) em um 
intervalo de tempo dt é chamada ATIVIDADE, (A) ou seja: 
A = dN/dt 
A primeira unidade estabelecida para atividade foi o Curie, originalmente definido 
como a taxa de desintegração do gás radônio (222Rn), em equilíbrio com um grama de rádio 
(226Ra). Posteriormente, o Curie foi definido mais precisamente pelo valor abaixo, que é 
bem próximo do medido originalmente. 
1Ci = 3,7 x 1010 desintegrações/segundo 
O sistema Internacional adotou como unidade padrão de atividade o Becquerel (Bq). 
Assim: 
1 Bq = 1 desintegração/segundo 
 
Constante de Desintegração e Meia-Vida 
 
 
 
 
A velocidade de desintegração varia muito entre os isótopos radioativos, existindo 
uma probabilidade para cada um emitir um certo tipo de radiação, ou se desintegrar, 
característica desse isótopo. Esta probabilidade é chamada Constante de Desintegração ou 
Constante Radioativa, sendo representada pelo símbolo λ. 
A velocidade de desintegração depende não só do número de átomos do isótopo 
radioativo presente na amostra (quanto maior N, maior o número de radiações emitidas), 
como também da constante radioativa λ, ou seja: 
dN/dt = -λN 
Assim, 
dN/N = - λ.dt 
Integrando-se o primeiro termo dessa igualdade no intervalo de variação do número 
de átomos não desintegrados, ou seja, entre N0 (início da contagem do tempo, t = 0) e N 
(número de átomos do radioisótopo, presentes decorrido o tempo (t) e integrando-se o 
segundo termo entre zero e t, tem-se que: 
 
N = N0 exp (- λ.t ) 
Sendo esta a expressão da Lei da Desintegração Radioativa, que mostra que o 
número de átomos de um radionuclídeo diminui exponencialmente com o tempo. 
De maneira similar, a atividade de uma fonte radioativa, no tempo t, é expressa por: 
A = A0 exp (- λ.t ) 
Meia-Vida 
A meia-vida de um isótopo radioativo, t1/2, é o tempo necessário para que metade 
dos átomos contidos numa amostra desse isótopo sofra desintegração, ou seja, é o tempo 
necessário para que N seja igual a N0/2. 
A relação matemática existente entre λ e t1/2 pode ser obtida substituindo-se, na 
equação anterior, N por N0/2 e t por t1/2. 
N0/2 = N0.exp (-λ .t1/2) 
 
 
 
 
 
 
 
8. EFEITOS BIOLÓGICOS DAS RADIAÇÕES IONIZANTES 
 
 8.1 INTRODUÇÃO. 
As propriedades da matéria são afetadas pela radiação em função do tipo de 
processo associado à absorção de energia: 
Excitação e /ou produção de íons, ativação nuclear ou, ainda, no caso específico 
de nêutrons, à produção de núcleos radioativos. 
 
Os efeitos podem ser descritos emdiferentes níveis, desde o comportamento do 
átomo isolado às mudanças produzidas no material como um todo. 
 
Sólidos orgânicos, por exemplo, quando sujeitos à excitação eletrônica causada 
pela radiação, podem mudar de cor ou emitir luz (cintilação) à medida que a 
excitação decai. No entanto, no caso de sólidos como metais ou cerâmicas, o 
efeito maior da radiação é a transferência de quantidade de movimento para 
átomos na estrutura cristalina, resultando no deslocamento desses átomos que, 
ao ocupar posições intersticiais, deixam espaços vazios. 
 
Esses processos podem causar mudanças nas propriedades físicas do sólido, 
como alteração de forma ou inchaço devido aos espaços vazios criados. 
 
A indução de cor em gemas, pela exposição destas à radiação ionizante, é uma 
prova visível da interação da radiação com a matéria. 
 
No nível atômico, a ionização afeta, principalmente, os elétrons das camadas 
mais externas que circundam o núcleo. 
 
Tendo em vista que justamente esses elétrons estão envolvidos nas ligações 
químicas de átomos em moléculas, não é de surpreender que o comportamento 
químico dos átomos ou das moléculas, ambos alterados pela radiação, seja 
diferente de seu comportamento original. 
 
 
 
 
A remoção de elétrons pode provocar a quebra de uma molécula e seus 
fragmentos, dependendo da estabilidade química, podem se combinar, de 
algumas maneiras diferentes, com o material do meio circundante. 
 
 
A irradiação de material biológico pode resultar em transformação de moléculas 
específicas (água, proteína, açúcar, DNA, etc.), levando a consequências que 
devem ser analisadas em função do papel biológico desempenhado pelas 
moléculas atingidas. 
 
Os efeitos das citadas transformações moleculares devem ser acompanhados nas 
células, visto serem estas as unidades morfológicas e fisiológicas dos seres vivos. 
O DNA, por ser responsável pela codificação da estrutura molecular de todas as 
enzimas das células, passa a ser a molécula chave no processo de 
estabelecimento de danos biológicos. 
 
No caso de exposição de seres humanos a altas doses de radiação, como em 
acidentes nucleares, uma grande parte das células do corpo é afetada, 
impossibilitando a sustentação da vida. Por outro lado, há, ainda, muita incerteza 
quanto aos efeitos da exposição de pessoas a baixas doses de radiação uma vez 
que, caso haja efeitos, estes, em via de regra, são mascarados pela ocorrência 
natural de doenças que podem ou não ser provocadas pela exposição à radiação, 
como é o caso do câncer. 
 
Assim, para que um estudo sobre os efeitos da radiação a baixas doses seja 
estatisticamente válido, é preciso observar uma população de milhões de pessoas 
expostas a esses níveis baixos de radiação, durante várias gerações, já que os 
organismos dispõem de mecanismos de reparo e, mesmo que haja morte celular, 
as células podem vir a ser prontamente substituídas por meio de processos 
metabólicos normais, “neutralizando”, assim, o efeito em estudo. 
 
 
 
 
Os efeitos das radiações ionizantes sobre os organismos vivos dependem não 
somente da dose por eles absorvida, mas, também, da taxa de absorção (aguda 
ou crônica) e do tecido atingido. 
 
Assim, por exemplo, os efeitos relacionados a uma determinada dose são muito 
menores quando essa dose é fracionada e recebida em pequenas quantidades 
ao longo do tempo, uma vez que os mecanismos de reparo das células podem 
entrar em ação entre uma dose e outra. É, também, sabido que o dano infringido 
em células quando estas estão em processo de divisão é maior, tornando os 
respectivos tecidos e órgãos mais radiosensíveis que outros constituídos por 
células que pouco ou nunca se dividem, ou seja, a radiosensibilidade é 
inversamente proporcional à especificidade da célula. 
 
Convém manter em perspectiva o fato de ser consenso mundial que a indução de 
câncer devido à exposição a baixas doses de radiação acrescenta alguns casos de 
ocorrência dessa doença aos milhares de casos que ocorrem naturalmente, 
devido a outras causas. 
 
Não se deve esquecer que o câncer é a principal doença na velhice e que 
diversas substâncias a que se pode estar exposto no dia a dia têm sido 
identificadas como cancerígenas (arsênio, fuligem de chaminés, alcatrão, 
asbestos, parafina, alguns componentes da fumaça de cigarro, toxinas em 
alimentos, etc.), além da radiação eletromagnética como a ultra-violeta e mesmo 
do calor. 
 
É importante, também, mencionar, que há alguma evidência experimental de que 
baixas doses de radiação podem estimular uma variedade de funções celulares, 
incluindo seus mecanismos de reparo, bem como aprimorar o sistema 
imunológico, fortalecendo os mecanismos de defesa do corpo. 
 
 
 
 
No entanto, estudos desses efeitos benéficos da radiação, conhecidos por 
‘hormesis’, ainda não são considerados conclusivos, face às dificuldades 
estatísticas associadas a baixas doses de radiação. 
 
 Assim, sob o ponto de vista de proteção radiológica, considera-se, por 
prudência, que qualquer dose de radiação está associada a uma probabilidade de 
ocorrência de efeitos nocivos à saúde, não importando quão baixa seja essa 
dose. 
 
8.3 MECANISMOS DE INTERAÇÃO DAS RADIAÇÕES COM O TECIDO 
 
8.3.1 Transferência de Energia 
 
Quando células em uma cultura são expostas à radiação ionizante, pode ser 
mostrado, para a maioria dos efeitos observados, que a quantidade de energia 
absorvida pela célula é, claramente, uma variável muito importante. 
 
Outro fator bastante relevante, sob o ponto de vista de efeitos biológicos, é a 
‘qualidade’ da radiação, sendo que efeitos maiores serão produzidos em áreas de 
ionização mais frequente. 
 
A incidência de radiação ionizante densa dará lugar a uma ionização do meio 
mais intensa do que a de radiação ionizante esparsa. 
 
Uma vez que a quantidade de ionização é dependente da energia liberada no 
meio, então, a qualidade de diferentes tipos de radiação pode ser comparada 
tomando por base a energia média liberada por unidade de comprimento ao 
longo do caminho percorrido no meio irradiado. 
 
Essa quantidade é denominada Transferência Linear de Energia, ou TLE da 
radiação, normalmente expressa em keV/µm, que depende, de modo complexo, 
da massa, energia e carga da radiação ionizante. 
 
 
 
 
Assim, por exemplo, para um valor típico de TLE para um elétron posto em 
movimento pela radiação do Co-60, qual seja, 0,25 keV/µm, serão liberados 250 
eV de energia ao longo de uma trajetória de 1 µm de comprimento. 
 
Radiações eletromagnéticas como raios X e gama, ou, ainda, partículas β,têm 
uma probabilidade baixa de interagir com os átomos do meio irradiado e, 
portanto, liberam sua energia ao longo de uma trajetória relativamente longa. 
Por outro lado, partículas alfa, prótons, ou mesmo nêutrons (ou seja, partículas 
pesadas) liberam sua energia ao longo de uma trajetória mais curta, em 
decorrência da maior probabilidade de colisão com o meio. 
 
No caso de valores de TLE altos, ocorrerão, em uma dada área-alvo, muitos 
eventos de ionização com alta probabilidade de efeitos biológicos danosos, 
mesmo a baixas doses. 
 
Valores baixos de TLE, ao contrário, provocam efeitos pequenos e isolados, de tal 
forma que o reparo molecular é possível. 
 
8.4 RADIAÇÕES NÃO IONIZANTES 
 
São aquelas radiações que não tem energia suficiente para arrancar elétrons de 
um átomo. 
 
São geralmente radiações eletromagnéticas e de níveis de energia que vão desde 
as ondas de radio até as radiações Ultravioleta.Todas as radiações eletromagnéticas têm uma origem comum e são campos 
elétricos e magnéticos perpendiculares entre si que se deslocam no espaço com 
a velocidade da luz. 
 
 
 
 
Elas variam em frequência, comprimento de onda e nível energético, produzindo 
assim diferentes efeitos físicos e biológicos. 
 
De todas as radiações não ionizantes, apenas iremos nos referir às radiações 
Ultravioleta e infravermelha e o caso específico do Laser, uma vez que são que 
são as que habitualmente encontramos na indústria e medicina. 
 
8.5 RADIAÇÃO ULTRAVIOLETA 
 
Na indústria, no que se refere à emissão deste tipo de radiações, temos as 
operações de solda por corte oxiacetilénico e a solda por arco elétrico. 
 
O poder de penetração das radiações ultravioleta é relativamente fraco, pelo que 
os seus efeitos no organismo humano se restringem essencialmente aos olhos e 
à pele, a saber: 
 
➱ inflamação dos tecidos do globo ocular, em especial da córnea e da conjuntiva 
(a queratoconjuntivite é considerada uma doença profissional nos soldadores); 
em regra, a profundidade de penetração é maior de acordo com o aumento do 
comprimento de onda, assim, o cristalino e a retina só poderão ser atingidos em 
casos extremos; 
 
➱ queimaduras cutâneas, de incidência e gravidade variáveis, de acordo também 
com a pigmentação da pele; os ultravioletas produzem envelhecimento precoce 
da pele e podem exercer sobre ela, o efeito carcinogênico, em especial nas 
exposições prolongadas à luz solar; 
 
➱ fotosensibilização dos tecidos biológicos. 
A gravidade da inflamação da córnea e do tecido conjuntivo por pode ocorrer 
queimadura por flash" ou "clarão de solda" dependendo de vários fatores: 
 
➱ duração da exposição 
 
 
 
 
➱ comprimento de onda da radiação produzida 
 
➱ nível de energia. 
 
 
As medidas de proteção consistem fundamentalmente em: 
 
➱ atuação em primeiro lugar sobre a fonte, mediante projeto adequado da 
instalação, colocação de cabines ou cortinas em cada posto de trabalho, sendo 
preferencial a utilização de cor escura; 
 
➱ redução do tempo de exposição; 
 
➱ proteção da pele através de vestuário adequado, luvas ou cremes protetores; 
 
➱ proteção dos olhos através de óculos ou viseira equipados com filtro 
adequado em função. 
 
Do tipo de ultravioleta emitido. “Mesmo em curtas operações de solda, como o 
"pontear", o trabalhador não deverá retirar a proteção”; 
 
➱ não esquecer que as lâmpadas fluorescentes de iluminação emitem 
geralmente radiações ultravioletas que podem, em alguns casos, contribuir para 
a dose anual recebida pelo trabalhador. 
 
A vigilância de saúde é importante na detecção precoce de alterações nos 
orgãos-alvo (por exemplo, nos olhos normalmente sentida como a "sensação de 
areia", intolerância à luz, lacrimejo e inchaço das pálpebras). 
 
 
 
 
De igual forma, é fundamental a formação e informação dos trabalhadores 
expostos à radiação ultravioleta de forma a utilizar quotidianamente os 
procedimentos mais corretos. 
 
8.6 RADIAÇÃO INFRAVERMELHA 
 
A exposição à radiação infravermelha poderá sempre ocorrer desde que uma 
superfície tenha temperatura mais elevada que o receptor, podendo ser utilizada 
em qualquer situação em que se queira promover o aquecimento localizado de 
uma superfície. 
 
Na indústria, este tipo de radiação poderá ter aplicação nomeadamente na 
secagem de tintas e vernizes e em processos de aquecimento de metais. A 
radiação infravermelha é perceptível como uma sensação de aquecimento da 
pele, dependendo do seu comprimento de onda, energia e tempo da exposição, 
podendo causar efeitos negativos no organismo como, por exemplo, 
queimaduras da pele, aumento persistente da pigmentação cutânea e lesões nos 
olhos. 
 
Assim, é recomendável o uso de proteção adequada (vestuário de trabalho, 
óculos e viseiras com filtro para as frequências relevantes). 
 
8.6.1 LASER 
 
L.A.S.E.R. significa "Light Amplification by Stimulated Emission of Radiation" e se 
caracteriza, principalmente, pela alta direcionalidade do feixe e pela elevada 
energia incidente por unidade de área. 
 
O conceito começou a ter aplicação prática nos anos 70 em várias áreas, desde a 
medicina, indústria, passando pelas áreas militar e de comunicações. 
 
 
 
 
Na indústria metalomecânica e de automóveis tem aplicação em operações de 
solda, perfuração e corte, permitindo: 
 
➱ menor tempo de operação; 
 
➱ qualidade superior da superfície tratada; 
 
➱ aumento da espessura do corte; 
 
➱ maior variedade de materiais que podem ser trabalhados. 
 
Os seguintes componentes e processos, são comuns a todos os lasers: 
 
➱ meio emissor ou meio laser: gasoso (ex.: CO2), sólido (ex.: cristal de rubi) ou 
líquido (ex.: corantes orgânicos) 
 
➱ excitação ou "sistema de bombeagem": o meio emissor pode ser excitado 
quer óptica, química ou eletricamente, o que origina emissões estimuladas de 
energia sob a forma de luz; 
 
➱ amplificação: a luz emitida é amplificada através do meio por um sistema de 
espelhos que permite obter um feixe de luz unidireccional de elevada energia e 
intensidade. 
 
A utilização dos lasers pode ter efeitos negativos no organismo humano, 
nomeadamente a nível do globo ocular e da pele, de acordo também com o 
comprimento de onda da radiação emitida (de infravermelhos a ultravioletas), 
nomeadamente: 
 
➱ queimadura da córnea; 
 
 
 
 
➱ lesão grave da retina (não se pode esquecer que o poderoso feixe de luz do 
laser pode ser concentrado por focagem na retina) 
 
➱ queimaduras da pele, dependendo do poder de densidade e de focagem (um 
foco mais desfocado poderá provocar queimaduras mais extensas, um foco 
focado queimaduras localizadas, mas significativamente mais profundas). 
 
Os limites de exposição a este fator de risco não se encontram definidos 
consensualmente, uma vez que se baseiam em múltiplos critérios como, por 
exemplo, comprimento de onda, duração da exposição, potência do pico, 
frequência de repetição, etc. 
 
Assim, as medidas de proteção deverão ser escrupulosamente cumpridas a 
saber: 
 
➱munir os equipamentos de laser com adequados sistemas de ventilação e de 
exaustão, uma vez que durante as operações de corte existe a liberação de 
fumos, gases e vapores provenientes dos materiais trabalhados; 
 
➱ uso imprescindível do equipamento de proteção individual (óculos com 
proteção em todo o redor e em conformidade com as frequências relevantes) 
bem como vestuário e luva adequados; 
 
➱ instalação de túneis no dispositivo laser; 
 
➱ evitar superfícies refletoras nas instalações; 
 
➱ providenciar que a iluminação na instalação seja suficiente e homogênea de 
forma a limitar a abertura da pupila do olho do trabalhador; 
 
➱ evitar a exposição direta dos olhos em relação ao feixe laser e aos espelhos; 
 
 
 
 
➱ permanecer alerta durante as operações de ajustamento, lembrando-se 
sempre que o feixe permanece perigoso mesmo a longas distâncias; 
 
➱ restringir o acesso à área de trabalho e implantar sinalização de segurança 
adequada. 
 
Será ainda necessário outro tipo de precauções uma vez que, aliadas ao 
processo, existem outras situações perigosas, a saber: 
 
➱ riscos elétricos: dado que são sempre necessárias altas voltagens para excitar 
o meio emissor, as operações de manutenção deverão ser feitas por pessoal 
especializado e sempre com a corrente desligada; 
 
➱ riscos de incêndio e de explosão: dependendo da natureza e dapressão dos 
gases utilizados como meio emissor. 
 
9. FUNDAMENTOS DA FÍSICA 
 
9.1 ESTRUTURA DA MATÉRIA 
 
9.1.1 Introdução 
 
A questão da estrutura da matéria vem recebendo atenção de filósofos e 
cientistas desde os primórdios da civilização. Sob o ponto de vista de proteção 
radiológica, a matéria pode ser considerada como constituída de partículas 
fundamentais cujas propriedades de interesse são a massa e a carga elétrica. 
Neste contexto, as três partículas importantes para a compreensão da estrutura e 
propriedades da matéria são os elétrons (e), os prótons (p) e os nêutrons (n). A 
estas, pode ser acrescentado o fóton, tipo especial de partícula associada à 
 
 
 
radiação eletromagnética. Partículas mais elementares como léptons e quarks 
fogem ao escopo desta publicação. 
 
O elétron já era conhecido desde o século dezenove como a unidade de carga 
elétrica, tendo sua carga negativa o mesmo valor numérico que a do próton, ou 
seja, 1,6021.10-19 C. 
 
O nêutron não possui carga elétrica e tem uma massa aproximadamente igual à 
do próton. Assim, o núcleo possui uma carga elétrica positiva cujo tamanho 
depende do número de prótons nele contidos. 
 
 
9.1.2 Átomo e Estrutura do Átomo 
 
O átomo é a menor partícula de um elemento que conserva suas propriedades 
químicas, sendo constituído por partículas fundamentais (prótons, elétrons e 
nêutrons). 
 
Os prótons e os nêutrons encontram-se aglomerados numa região central muito 
pequena, chamada núcleo, que se mantêm unida mediante forças nucleares 
fortes, que têm caráter atrativo e são muitas ordens de grandeza superiores à 
força de repulsão eletrostática existente entre os prótons, a qual tenderia a 
expulsá-los do interior do núcleo. A densidade do núcleo é muito elevada, sendo 
da ordem de milhões de toneladas por centímetro cúbico. 
 
Segundo o modelo atômico de Bohr, os elétrons, partículas de massa 
insignificante frente à massa do núcleo (me ≅ m p/1840) e carga elétrica 
negativa, movem-se em torno do núcleo, numa região denominada coroa, cujo 
raio é cerca de dez mil vezes maior que o raio do núcleo. 
 
 
 
 
Como a massa dos elétrons que orbitam em torno do núcleo é muito pequena, é 
correto considerar o núcleo como um ponto minúsculo no centro do átomo onde 
está concentrada a maior parte de sua massa. 
 
O átomo de um elemento possui uma massa bem definida, cujo valor exato é 
determinado em relação à massa de um elemento tomado como padrão. 
 
Em 1961, por um acordo internacional entre físicos e químicos, foi estabelecida 
uma escala unificada, tendo sido atribuído o valor exato de 12,000000 para a 
massa atômica do carbono-12, Assim, nessa escala, uma unidade de massa 
atômica é igual a 1/12 da massa do átomo de carbono-12, ou seja: 
 
1 u.m.a. = 1/12 da massa do carbono-12 = 1,6598.10-24g 
 
O próton possui uma massa de 1,00759 u.m.a., valor muito semelhante à massa 
do átomo de hidrogênio, e uma carga positiva igual a 1,6021.10-19 C. 
 
O nêutron possui uma massa de 1,00898 u.m.a., valor muito próximo ao da 
massa do próton, sendo eletricamente neutro. 
 
As propriedades químicas dos átomos são definidas pelo número atômico Z 
(número de unidades de carga positiva existente no átomo), sendo esta a 
característica que diferencia um elemento de outro. Normalmente, o número de 
unidades de carga positiva é igual ao da negativa, tornando o tomo 
eletricamente neutro. 
 
Átomos de um elemento podem se combinar com átomos de outro elemento 
formando moléculas. Por exemplo, quatro átomos de hidrogênio podem se 
combinar com um átomo de carbono para formar uma molécula de metano, CH4. 
 
 
 
 
 
9.1.3 Número Atômico, Número de Massa, Massa Atômica e Átomo 
grama 
 
Número atômico: é o número de prótons que um átomo possui em seu núcleo e 
que determina suas propriedades químicas, sendo representado pelo símbolo Z. 
Átomos do mesmo elemento químico possuem o mesmo número atômico, mas 
não necessariamente a mesma massa, já que podem diferir pelo número de 
nêutrons. 
 
Número de massa: é o número total de núcleons, ou seja, prótons (Z) + 
nêutrons (N) existentes em um átomo, sendo simbolizado pela letra A (A=N+Z). 
Massa atômica: também conhecida impropriamente por Peso Atômico: é a razão 
ente a massa média dos átomos do elemento em sua composição isotópica 
natural e 1/12 da massa do carbono-12. 
 
Átomo-grama: é a massa atômica de um elemento, expressa em gramas, e que 
contêm 6.02 x 1023 átomos desse elemento. 
 
 
9.1.4 Nuclídeo 
 
Chama-se nuclídeo qualquer espécie nuclear (núcleo de um dado átomo) definida 
por seu número atômico (Z), número de massa (A) e estado energético. O 
símbolo utilizado neste texto para representar os nuclídeo consiste no símbolo 
químico do elemento (por exemplo, Fe), com o número atômico (Z=26) como 
subíndice à direita, abaixo e o número de massa (A=57) como supra-índice, à 
esquerda e acima. 
 
Generalizando: 
 
 
 
 
Normalmente, omite-se o número atômico como subíndice, uma vez que o 
símbolo químico é suficiente para identificar o elemento, por exemplo: 57Fe, 4He , 
198Au. 
 
 
9.1.5 Isótopos 
 
Isótopos são nuclídeos que possuem o mesmo número atômico Z mas massas 
atômicas (A) diferentes, isto é, os isótopos têm o mesmo número de prótons, 
porém diferente número de nêutrons (N) e, como consequência, diferente 
número de massa A. O fato dos isótopos possuírem o mesmo número atômico 
faz com que se comportem quimicamente de forma idêntica. 
 
Exemplos: 38Cl e 37Cl ; 57Co e 60Co 
 
 9.1.6 Isóbaros 
 
São nuclídeos que possuem o mesmo número de massa e diferentes números 
atômicos. Tendo números atômicos distintos, comportam-se quimicamente de 
forma diferente. 
 
Exemplo: 57Fe e 57Co 
 
 
9.1.7 Isótonos 
 
São nuclídeos que possuem o mesmo número de nêutrons (N). 
 
Exemplo: 30Si14 e 
31P15 
 
 
9.1.8 Elemento 
 
 
 
 
Elemento (X) é uma substância que não pode ser decomposta, por ação química 
normal, em substâncias mais simples. A definição de elemento engloba sua 
mistura natural de isótopos, uma vez que a maioria dos elementos é formada por 
vários isótopos. Por exemplo, o estanho natural é formado pela mistura de dez 
isótopos. 
 
Desde os primórdios da Química, tentou-se classificar os elementos conforme as 
analogias ou diferenças de suas propriedades. Atualmente, a pouco mais de 
centena de elementos conhecidos está classificada no sistema periódico de Niels 
Bohr, aprimorado a partir da classificação original proposta por Mendeleiev 
(1834- 1907). Assim, os elementos são dispostos em fileiras ou períodos e 
colunas ou grupos, atendendo á estrutura eletrônica de seus átomos, de que 
dependem as respectivas propriedades, e em ordem crescente de seus números 
atômicos. 
 
 
9.1.9 Equivalência entre Massa e Energia 
 
A unidade de energia conveniente para o estudo dos fenômenos de interação da 
radiação com a matéria em proteção radiológica é o elétronvolt (simbolizado eV), 
que corresponde à energia adquirida por um elétron ao atravessar um campo 
elétrico de 1 volt. Esta unidade expressa m valor muito pequeno e sua relação 
com unidades macroscópicas e a seguinte: 
 
1 eV = 1,602.10-19 J = 1,602.10-12 erg 
 
Em 1909, como parte de sua teoria da relatividade especial, Albert Einstein 
enunciou que o conteúdo total de energia E de um sistema de massa m é dado 
pela relação: 
 
E = mc2onde c = 2,99776.1010 cm/s é a velocidade da luz no vácuo. 
 
Em quase toda reação nuclear, uma pequena quantidade de massa é 
transformada em energia, ou vice versa, como por exemplo: 
 
226Ra88 → 
222Rn86 + energia 
 
estando essa energia relacionada ao decréscimo de massa convertida de acordo 
com a equação de Einstein acima. Alternativamente, a equação de Einstein pode 
ser expressa como: 
 
E = 931 ∆m 
 
sendo E a energia, em MeV, e ∆m o decréscimo de massa, em unidade 
unificada de massa atômica. 
 
9.1.10 Energia de Ligação dos Núcleos 
 
As partículas que constituem um núcleo estável são mantidas juntas por forças 
de atração fortes e, portanto, para separá-las, é necessário realizar trabalho até 
que elas se mantenham afastadas por uma grande distância. Ou seja, energia 
deve ser fornecida ao núcleo para separá-lo em seus constituintes individuais, de 
tal forma que a energia total dos constituintes, quando suficientemente 
separados é maior do que aquela que têm quando formam o núcleo. 
 
Verifica-se que a massa real de um núcleo é sempre menor que a soma das 
massas dos núcleons que os constituem. Esta diferença de massa, conhecida por 
defeito de massa, quando convertida em energia, corresponde à energia de 
ligação do núcleo Tomando, por exemplo, o átomo de 4 He, tem-se: 
massa do núcleo do hélio = 4,00150 u.m.a. 
massa do próton = 1,00728 u.m.a. 
 
 
 
massa do nêutron = 1,00867 u.m.a. 
massa total: 2p + 2n = 4,03190 u.m.a. 
Pode ser observado que a diferença entre o valor da soma das massas dos 
constituintes do núcleo e a massa do núcleo é de 0,03040 u.m.a. Como 1 u.m.a. 
é equivalente a 931 MeV, temos que a diferença das massas eqüivale a 28,3 
MeV, que representa a energia de ligação do núcleo do átomo de Hélio. 
 
 
9.1.11 Estabilidade Nuclear 
 
Os nuclídeos podem ser estáveis ou instáveis. Estáveis são aqueles que 
preservam sua identidade de elemento químico indefinidamente. Instáveis são 
aqueles que podem sofrer um processo espontâneo de transformação 
(desintegração) e se converter em outro nuclídeo. Neste processo, pode haver a 
emissão de radiação. 
 
A energia de ligação é, também uma medida da estabilidade de um núcleo uma 
vez que pode ser demonstrado que um núcleo não se fragmenta em partículas 
menores quando sua massa é menor que a soma das massas dos fragmentos. 
 
 
9.1.12 Números Quânticos 
 
As características de cada elétron são definidas por quatro números, 
denominados números quânticos. Os elétrons estão distribuídos em camadas ou 
níveis energéticos, sendo que, para cada nível, a energia total dos elétrons que o 
ocupam é exatamente a mesma. 
 
O número quântico principal ou fundamental indica, ainda, o número máximo de 
elétrons possíveis numa camada, sendo que a cada nível energético principal é 
atribuído um número inteiro (1, 2, 3, 4, 5, 6 ou 7) ou uma letra ( K, L, M, N, O, 
P ou Q ). 
 
 
 
 
Os níveis de energia das camadas K, L e M para o átomo de tungstênio, por 
exemplo, são respectivamente 70 keV, 11 keV e 2,5 keV. Estes valores 
correspondem às energias de ligação dos elétrons em cada um desses níveis. 
Isto significa ser necessário, no mínimo, 70 keV para remover um elétron 
localizado na camada K para fora do átomo. 
 
À medida que aumenta o número atômico, aumenta o número de elétrons em 
torno do núcleo. Os novos elétrons irão ocupar as camadas disponíveis, seguindo 
uma ordem bem estabelecida. Cada camada tem uma capacidade máxima de 
receber elétrons. Assim, o nível energético K pode comportar até dois elétrons; o 
L, oito; o M, dezoito; o N e o O comportam o número máximo de trinta e dois 
elétrons cada. A camada K é a mais próxima do núcleo e corresponde ao nível 
energético mais baixo do átomo. Os elétrons em níveis energéticos mais altos 
têm probabilidade maior de situarem-se em regiões mais afastadas do núcleo do 
átomo. Os elétrons localizados em órbitas próximas do núcleo, como a órbita K, 
têm uma certa probabilidade de penetrar na região do núcleo. Este fato faz com 
que esses elétrons possam participar de certos processos nucleares. 
 
Se uma quantidade de energia for fornecida ao átomo de forma que seus 
elétrons mais internos sejam removidos para órbitas mais externas ou mesmo 
arrancados do átomo, um dos elétrons das camadas mais externas irá ocupar a 
vaga deixada e, nessa transição, o átomo emitirá fótons de energia, conhecidos 
por radiação característica. 
 
Cada nível energético principal subdivide-se em subníveis, que dependem do 
segundo número quântico, chamado número quântico secundário. O elétron 
pode se encontrar em qualquer lugar em torno do núcleo, exceto neste. No 
entanto, há algumas regiões do espaço onde é muito mais provável encontrá-lo 
que outras. Chama-se orbital à região do espaço em volta do núcleo onde é mais 
provável encontrar o elétron ou onde a densidade eletrônica é maior. O número 
quântico secundário pode ter n valores, começando por 0, sendo o valor máximo 
 
 
 
n-1, onde n = no quântico principal, e indicam a forma e o tamanho dos orbitais, 
sendo seu valor representado, também, pelas letras s, p, d, f.... Os orbitais s, por 
exemplo, têm a forma esférica e seu raio aumenta com o nível energético 
principal. 
 
Uma vez que o elétron é uma partícula carregada e em movimento, ela cria um 
campo magnético e se constitui em pequeno ímã, razão pela qual se orienta em 
qualquer campo magnético externo. As diferentes orientações que um elétron 
pode tomar vêm definidas pelo terceiro número quântico, o número quântico 
magnético, cujo valor também é inteiro, positivo, negativo ou nulo. 
 
Os elétrons têm um movimento de rotação sobre si mesmos, conhecido por 
“spin”, que é definido pelo quarto número quântico, o número quântico 
rotacional ou de spin, que toma os valores –½ e + ½, conforme o sentido de 
rotação seja horário ou o contrário. 
 
De acordo com o Princípio de exclusão de Pauli, dois elétrons de um mesmo 
átomo não podem ter os quatro números quânticos iguais; diferirão, pelo menos 
em um deles. Assim é que dois elétrons no mesmo orbital têm, necessariamente, 
spins opostos. 
 
 
9.1.13 Níveis de Energia Nucleares 
 
O núcleo atômico também se apresenta em estados com energias bem definidas. 
O estado de energia mais baixa é denominado estado fundamental e 
corresponde ao nível de energia zero. O primeiro nível acima deste é o 1º estado 
excitado e assim sucessivamente. Se, por qualquer motivo, for fornecida uma 
quantidade de energia suficiente ao núcleo, ele passará a um de seus estados 
excitados. Após um período de tempo, em geral muito curto, ele voltará ao seu 
estado fundamental, emitindo radiação. 
 
 
 
 
Normalmente, o retorno ao estado fundamental se dá por meio da emissão de 
radiação eletromagnética gama, γ. Durante esse processo, o núcleo pode passar 
por vários de seus estados de excitação. Como consequência, raios γ de 
diferentes energias podem ser emitidos por um único núcleo. 
 
 
9.2 RADIAÇÃO ELETROMAGNÉTICA 
 
Os gregos da antiguidade já haviam reconhecido a natureza única da luz, 
empregando o termo fóton para definir o ‘átomo de luz’, ou seja, a menor 
quantidade de qualquer radiação eletromagnética que possui a velocidade da luz. 
O fóton pode ser retratado como um pequeno pacote de energia, também 
chamado quantum, que se move através do espaço com a velocidade da luz. 
 
Embora fótons não possuam massa, eles possuem campos elétricos e magnéticos 
que se movem continuamente sob a forma de ondas senoidais.As propriedades importantes do modelo senoidal são a frequência (f) e o 
comprimento de ondas (λ), sendo a equação da onda expressa simplesmente 
por: 
 
v = f .λ 
 
 
No caso de radiação eletromagnética, o produto da frequência pelo comprimento 
de onda é constante e igual à velocidade da luz. Assim, sempre que a frequência 
aumenta, o comprimento de onda diminui e vice-versa. 
 
 
Outra propriedade importante da radiação eletromagnética emitida por uma 
fonte é expressa pela lei do quadrado das distâncias, ou seja, a intensidade (I) 
diminui rapidamente com a distância da fonte (d), conforme se segue: 
 
 
 
 
I1 / I2 = (d2 / d1 )
2 
 
A razão para esse rápido decréscimo na intensidade da radiação é o fato que, 
quando se aumenta cada vez mais a distância da fonte pontual, a energia 
emitida é espalhada por áreas cada vez maiores. Como regra geral, a lei do 
quadrado da distância pode ser aplicada sempre que a distância da fonte for, 
pelo menos, sete vezes maior que a maior dimensão da fonte não pontual. 
 
O espectro eletromagnético está compreendido na faixa de frequência de 10 a 
1024 Hz e o comprimento de onda dos respectivos fótons encontram se na faixa 
de 107 a 10-16 metros. 
 
9.3 RADIOATIVIDADE 
 
9.3.1 Descoberta da Radioatividade 
 
Após o descobrimento dos raios-X por William Röentgen em 1895, o físico 
francês Henri Becquerel, associando a existência desses raios até então 
desconhecidos aos materiais fosforescentes e fluorescentes, testou uma série de 
substâncias com essas características. Assim, em 1896, verificou que sais de 
urânio emitiam radiações capazes de velar chapas fotográficas, mesmo quando 
envoltas em papel preto. Observou ainda, que a quantidade de radiação emitida 
era proporcional à concentração de urânio e era independente das condições de 
pressão, temperatura ou estado químico da amostra, além de permanecer 
inalterada mesmo sob a ação de campos elétricos ou magnéticos. 
 
Posteriormente, o casal Pierre e Marie Curie aprofundou estas pesquisas, 
chegando, em 1898, à descoberta de dois novos elementos radioativos, quais 
sejam, o polônio e o rádio, tendo empregado o termo radioatividade para 
descrever a energia por eles emitida. 
 
 
 
 
Ernest Rutherford, em 1899, por meio de uma experiência simples, contribuiu 
para elucidar a natureza da radioatividade. Uma amostra do material radioativo 
foi colocada dentro de um recipiente de chumbo contendo um orifício. A radiação 
produzia um ponto brilhante em uma placa de sulfeto de zinco, colocada diante 
do orifício. Sob a ação de um campo magnético, o feixe de radiação repartia-se 
em três, que foram denominadas radiação alfa, beta e gama. 
 
Material Radioativo 
 
Em 1909, Rutherford e Soddy demonstraram que a radiação α era 
constituída por núcleos de hélio, com dois prótons e dois nêutrons, 
apresentando, portanto, duas cargas positivas. 
 
A radiação β foi, posteriormente, identificada como sendo constituída por 
elétrons. Tanto as partículas α como as partículas β eram emitidas com altas 
velocidades, demonstrando que uma grande quantidade de energia estava 
armazenada no átomo. 
 
Foi observado, também, que a radiação gama (γ) não era desviada de sua 
trajetória sob a ação do campo magnético e apresentava as mesmas 
características dos raios-X, ou seja, uma onda eletromagnética de alta energia. 
 
Esses trabalhos de pesquisa científica permitiram concluir que a radioatividade é 
a transformação espontânea de um núcleo atômico, convertendo um nuclídeo em 
outro. 
 
A natureza das radiações emitidas é característica das propriedades nucleares do 
nuclídeo que está se desintegrando, denominado nuclídeo pai. 
O nuclídeo pai, ao se desintegrar, dá origem ao nuclídeo filho. Em alguns casos, 
o nuclídeo filho também é radiativo, formando, assim, uma cadeia radioativa. 
 
Um nuclídeo radioativo é denominado radionuclídeo. 
 
 
 
 
 
9.3.2 Tipos de Desintegração Radioativa 
 
 
9.3.2.1 Desintegração Alfa (α ) 
 
As partículas alfa são núcleos de hélio, constituídos por dois prótons e dois 
nêutrons, tendo duas cargas positivas. 
 
 A reação de desintegração alfa pode ser assim esquematizada: 
 
A X Z  
A-4 Y Z-2 + 
4 He 2 + Q sendo Q a energia liberada no processo de 
desintegração, oriunda da diferença de massa existente entre o núcleo pai e os 
produtos da desintegração. 
 
As partículas alfa são emitidas como energias discretas e características do 
núcleo pai. A desintegração alfa é característica de núcleos pesados (Z> 82), 
salvo exceções, sendo que a maioria dos nuclídeos emissores alfa são naturais. 
 
 
9.3.2.2 Desintegração Beta 
 
A desintegração beta tanto pode ser negativa (emissão de elétrons), quando o 
núcleo está com excesso de nêutrons, como positiva (emissão de pósitrons), ou 
seja, partículas com massa igual à do elétron, mas com carga positiva, quando o 
núcleo está com excesso de prótons, conformedescrito a seguir. 
 
 
9.3.2.2.1 Desintegração Beta Negativa ( β- ) 
 
 
 
 
Quando o núcleo possui um nêutron em excesso, este é convertido em um 
próton e uma partícula beta negativa. 
 
A X Z  
A Y Z+1 + β- + ν + Q 
 
Aqui, ν representa o antineutrino, partícula sem carga, com massa de repouso 
extremamente pequena e que se desloca à velocidade da luz. 
 
A partícula beta negativa possui as mesmas características dos elétrons atômicos, 
porém tem origem no núcleo. A emissão de partícula β- é diferente das emissões 
α uma vez que as partículas β- são emitidas em um espectro contínuo de 
energia, variando de zero até um valor máximo, característico do núcleo pai. Esta 
energia máxima está na faixa de 0,05 – 3,5 MeV, para os nuclídeos mais comuns. 
 
Como o núcleo possui níveis de energias discretos, a emissão de uma partícula 
com espectro contínuo de energia é explicada pela emissão de uma segunda 
partícula, neste caso o antineutrino. O antineutrino transporta a diferença de 
energia existente entre a energia da partícula beta negativa e a energia 
disponível, dada pela diferença de massa entre o núcleo pai e os produtos da 
desintegração (Q). 
 
 
9.3.2.2.2 Desintegração Beta Positiva ( β+) 
 
Quando o núcleo possui um próton em excesso, este é convertido em um 
nêutron e uma partícula beta positiva (pósitron). 
 
A XZ  
 A Y Z-1 + β
+ + ν + Q 
 
O pósitron possui a mesma massa do elétron e sua carga tem valor absoluto 
igual à do elétron, porém com sinal positivo. De maneira análoga às partículas 
beta negativas, as partículas beta positivas são emitidas em um espectro 
 
 
 
contínuo de energia. Neste caso, a energia máxima está na faixa de 0,3 - 1,4 
MeV, para os nuclídeos mais comuns. 
 
 
9.3.2.2.3 Desintegração por Captura Eletrônica 
 
O processo de captura eletrônica compete com o de desintegração beta positiva, 
isto é, também ocorre quando o núcleo possui um excesso de prótons. Em certos 
casos, a probabilidade do mesmo núcleo se desintegrar por qualquer um desses 
dois processos é comparável. Assim, o núcleo, ao invés de emitir um pósitron, 
captura um elétron de seu próprio átomo, convertendo um de seus prótons em 
nêutron e liberando um neutrino monoenergético, o qual transporta a energia 
disponível no processo. 
 
 
O elétron da camada K é o que tem maior probabilidade de ser capturado, em 
razão da sua maior proximidade do núcleo. Entretanto, este processopode 
ocorrer também com elétrons de camadas mais externas. 
 
Após a captura do elétron, este deixará uma vaga no seu nível orbital, que será 
preenchida por outro elétron de camadas mais externas, dando origem à emissão 
de raios-X (chamados de característicos). 
 
 
9.3.2.2.4 Conversão Interna e Elétron Auger 
 
A captura de elétrons orbitais pelo núcleo atômico pode vir acompanhada, 
algumas vezes, pela emissão de elétrons atômicos denominados elétrons Auger. 
Isto ocorre quando um dos raios-X emitidos colide com um dos 12 elétrons que 
permaneceram nos orbitais atômicos e cede energia a esse elétron, deslocando-o 
de seu orbital. 
 
 
 
 
 
9.3.2.3 Desintegração com Emissão Gama ( γ ) 
 
Em muitos casos, após ocorrer um dos tipos de desintegração descritos 
anteriormente, o processo radioativo se completa. Em outros, o núcleo filho é 
formado em um de seus estados excitados, contendo, ainda, um excesso 
temporário de energia. Quando isto ocorre, o núcleo filho emite essa energia 
armazenada sob a forma de raios gama (γ). 
 
A radiação gama pertence a uma classe conhecida como radiação 
eletromagnética. Este tipo de radiação consiste de pacotes de energia (quanta) 
transmitidos em forma de movimento ondulatório. A radiação eletromagnética é 
uma modalidade de propagação de energia através do espaço, sem necessidade 
e um meio material. Outros membros bem conhecidos desta classe são: ondas 
de rádio, raios-X e, inclusive, a luz visível. 
 
A diferença essencial entre a radiação γ e a radiação X está na sua origem. 
Enquanto os raios γ resultam de mudanças no núcleo, os raios-X são emitidos 
quando os elétrons atômicos sofrem uma mudança de orbital. 
 
Os raios γ são emitidos dos núcleos radioativos com energias bem definidas, 
correspondentes à diferença entre os níveis de energia detransição do núcleo que 
se desexcita. A transição pode ocorrer entre dois níveis excitados ou entre um 
nível excitado e o nível fundamental. Deste modo, pode haver a emissão de um 
ou mais raios γ em cada desintegração. 
 
Por exemplo, o Cobalto-60, após desintegração beta, tem como resultado o 
segundo nível de excitação do Níquel-60 que, como consequência, emite dois 
gamas, um de 1,17 MeV e outro de 1,33 MeV. 
 
A energia dos raios gamas emitidos pelos diferentes nuclídeos está, 
aproximadamente, na faixa de 0,03 – 3 MeV. 
 
 
 
 
 
9.3.3 Interação da Radiação com a Matéria 
 
As radiações são processos de transferência de energia sob a forma de ondas 
eletromagnéticas e, ao interagir com a matéria, resulta na transferência de 
energia para os átomos e moléculas que estejam em sua trajetória. 
 
 
Sob ponto de vista da física, as radiações, ao interagirem com um meio material, 
podem provocar ionização, excitação, ativação do núcleo ou emissão de radiação 
de frenamento, conforme descrito a seguir. Ionização: processo de formação de 
átomos eletricamente carregados, ou seja, íons, pela remoção ou acréscimo de 
um ou mais elétrons. 
 
Excitação: adição de energia a um átomo, elevando-o do estado fundamental de 
energia ao estado de excitação. Os elétrons são deslocados de seus orbitais de 
equilíbrio e, ao retornarem, emitem a energia excedente sob a forma de radiação 
(luz ou raios-X característicos). 
 
Ativação do Núcleo: interação de radiações com energia superior à energia de 
ligação dos núcleons e que provoca reações nucleares, resultando num núcleo 
residual e na emissão de radiação. 
 
Radiação de Frenamento:(Bremsstrahlung) radiação, em particular raios-X, 
emitida em decorrência da perda de energia cinética de elétrons que interagem 
com o campo elétrico de núcleos de átomos-alvo, átomos estes com elevado 
número atômico, ou mesmo que interagem com a eletrosfera. 
 
Em decorrência das diferenças existentes entre as partículas e radiações, em 
suas cargas e suas massas, cada um deles interage de modo diferente com a 
matéria. 
 
 
 
 
O conhecimento das propriedades das radiações e de seus efeitos sobre a 
matéria são de grande importância, destacando-se: • a detecção de substâncias 
radioativas, uma vez que se baseia, sempre, em alguns dos efeitos produzidos 
pela radiação na parte sensível do equipamento de medida; • a maior facilidade 
na interpretação das diversas aplicações dos materiais radioativos; • a adoção 
das medidas preventivas mais apropriadas, de modo a proteger o corpo humano 
dos efeitos nocivos da radiação. 
 
Quando as partículas carregadas ou a radiação eletromagnética atravessam a 
matéria, o mecanismo que mais contribui para a perda de energia é a interação 
com os elétrons. Isto se justifica pelo fato do raio do núcleo ser da ordem de 
10.000 vezes menor que o raio do átomo. Assim, é de se esperar que o número 
de interações com elétrons seja muito maior que com núcleos, uma vez que o 
número de interações é proporcional à área projetada, ou seja, ao raio elevado 
ao quadrado. 
 
 
Para o caso específico de partículas carregadas, este fenômeno é facilmente 
evidenciado a partir da dispersão que elas experimentam ao interagir com a 
matéria. As partículas mais pesadas são pouco desviadas de sua direção original 
quando interagem, perdendo energia. As partículas beta, por serem menos 
pesadas, são desviadas com ângulos muito maiores ao interagirem com o meio. 
As perdas de energia resultante de colisões com núcleos resultam ser várias 
ordens de grandeza menores que na interação com elétrons. 
 
 
9.3.3.1 Interação de Partículas Carregadas (10 keV a 10 MeV) 
 
Uma partícula carregada, ao passar através de uma substância (alvo) pode 
interagir com elétrons carregados negativamente e núcleos de átomos ou 
moléculas carregados positivamente. Devido à força Coulombiana, a partícula, 
 
 
 
em função de sua carga, tenta atrair ou repelir os elétrons ou núcleos próximos 
de sua trajetória, perdendo parte de sua energia, esta tomada pelos átomos alvo 
próximos a sua trajetória. 
 
Essas partículas, à medida que penetram na matéria, sofrem colisões e 
interações com perda de energia até que, a uma dada espessura do material, 
toda energia é dissipada e a partícula, portanto, para de se deslocar. Denomina-
se alcance a distância média percorrida por uma partícula carregada, em uma 
dada direção, distância essa que depende de vários fatores. Quatro dos mais 
importantes são descritos a seguir: 
 
Energia: O alcance de uma dada partícula é ampliado com o aumento da energia 
inicial. 
 
Massa: Partículas mais leves tem alcance maior que partículas mais pesadas de 
mesma energia e carga. A dependência do alcance em relação à massa é, 
algumas vezes, expressa como função de velocidade da partícula. 
 
Carga: Uma partícula com menos carga possui alcance maior que uma partícula 
com mais carga. 
 
Densidade do Meio: Quanto mais alta a densidade do meio, menor é o alcance 
da partícula, sendo este muito maior em gases do que em líquidos ou sólidos. 
 
As partículas α, por exemplo, pelo fato de serem pesadas e possuírem carga +2, 
interagem muito intensamente com a matéria. Seu poder de ionização é muito 
alto, perdendo toda a energia em poucos micrometros de material sólido ou em 
alguns centímetros de ar. Isso significa que o poder de penetração das partículas 
alfa é muito pequeno, sendo a espessura de uma folha de papel suficiente para 
blindar todas as partículas emitidas por uma fonte alfa. 
 
 
 
 
Já as partículas β, pelo fato de possuírem massa muito menor do que a das 
partículas α e, ainda, uma carga menor, também apresentam poderde ionização 
mais baixo. Isto significa que seu poder de penetração é maior do que o das 
partículas α e, portanto, é necessária uma espessura maior de material para que 
ocorra a perda de toda sua energia. 
 
 9.3.3.2 Interação da Radiação Eletromagnética Ionizante com a 
Matéria 
 
No processo de interação de partículas carregadas com a matéria, a energia é 
perdida em decorrência de um grande número de colisões, a maioria com 
elétrons orbitais, processo esse que não ocorre na interação da radiação gama 
ou X com a matéria. Nesta, em princípio, os fótons são absorvidos ou desviados 
de sua trajetória original por meio de uma única interação. O fóton, quando 
produz ionização, o faz em uma única vez, sendo que o elétron pode ser 
arrancado de um átomo por diversos mecanismos. Este elétron liberado, 
denominado elétron secundário, pode possuir quase tanta energia quanto um 
fóton inicial e, por sua vez, produzir novas ionizações até consumir toda sua 
energia. Em outras palavras, pode-se considerar que a ionização da matéria, 
quando atravessada por fótons, é consequência de elétrons secundários, já que 
cada fóton, em princípio, produz muito pouca ou, às vezes, só uma ionização. 
 
Os principais efeitos decorrentes da interação das radiações γ e X com a matéria 
são: 
 
Efeito Fotoelétrico, caracterizado pela transferência total de energia de um fóton 
(radiação X ou gama), que desaparece, a um único elétron orbital, o qual é 
expelido com uma energia cinética bem definida, T, qual seja: 
 
T = hν - Be 
 
 
 
 
onde h é a constante de Planck, ν é a frequência da radiação e Be é a energia de 
ligação do elétron orbital. 
 
Como T expressa a energia do fóton, a menos de um valor constante Be, a 
transferência dessa energia para o material de um detetor pode ser utilizada 
como mecanismo de identificação do fóton e respectiva energia. O fato da 
transferência de energia do elétron de ionização para o material produzir uma 
ionização secundária proporcional, faz com que a amplitude do pulso de tensão 
ou intensidade de corrente proveniente da coleta dos elétrons, ou íons, no final 
do processo expressem a energia da radiação incidente. 
 
A direção de saída do fotoelétron, com relação à de incidência do fóton, varia 
com a energia. Para altas energias (acima de 3 MeV), a probabilidade de ser 
ejetado para frente é bastante grande. Para baixas energias (abaixo de 20 keV) a 
probabilidade de sair para o lado é máxima para um ângulo de 70 graus. 
 
O efeito fotoelétrico é predominante para baixas energias e para elementos 
químicos de elevado número atômico Z, decrescendo rapidamente com o 
aumento de energia. No caso do chumbo, por exemplo, o efeito fotoelétrico é 
maior para energias menores que 0,6 MeV e, no caso do alumínio, para energias 
menores do que 0,06 MeV. 
 
 
Efeito Comptom, onde o fóton interage com um elétron periférico do átomo, mas 
cede apenas parte de sua energia, resultando na emissão de um fóton com 
energia menor e que continua sua trajetória dentro do material e em outra 
direção. 
 
Como a transferência de energia depende da direção do elétron emergente e 
sendo esta aleatória, de um fóton de energia fixa podem resultar elétrons com 
energia variando de zero até um valor máximo. Assim, a informação associada ao 
 
 
 
elétron emergente é desinteressante, sob ponto de vista da detecção da energia 
do fóton incidente. 
 
Quando a energia de ligação dos elétrons orbitais se torna desprezível face à 
energia do fóton incidente, a probabilidade de ocorrência de espalhamento 
Compton aumenta consideravelmente. O efeito Compton é predominante para 
energias intermediárias (100keV - 1MeV). 
 
Formação de Pares, uma das formas predominantes de absorção da radiação 
eletromagnética de alta energia, também chamada de formação de par elétron-
pósitron, ocorre quando fótons de energia superior a 1,02 MeV passam próximos 
a núcleos de elevado número atômico, interagindo com o forte campo elétrico 
nuclear. Nesta interação, a radiação desaparece e dá origem a um par elétron-
pósitron, por meio da reação: 
 
γ e- + e+ + E 
 
 
9.3.4 Decaimento Radioativo 
 
Quando um núcleo é instável por excesso de núcleons (prótons e nêutrons) ou 
quando a razão A/Z (número de massa/número atômico) é muito grande, ele se 
desintegra, por emissão alfa ou beta, conforme exemplificado a seguir: 
 
226 Ra 88 → 
222 Rn 86 + 
4 He 2 ( emissão α ) 
 
234 Th 90 → 
234 Pa 91 + β
- ( emissão β ) 
 
No interior do núcleo, os prótons e os nêutrons interagem intensamente, 
resultando numa força chamada nuclear, de curto alcance, de tal forma que 
somente núcleons muito próximos interagem entre si. 
 
 
 
Existe, também, no núcleo, uma interação entre prótons, dando origem a forças 
elétricas mais 18 fracas, porém com alcance maior. Assim, quando prótons e 
nêutrons estão no núcleo, existe competição entre essas duas forças: as forças 
nucleares de curto alcance tendem a manter os núcleons bem próximos e a força 
elétrica tende a separar os prótons. 
 
Para átomos com um número elevado de prótons e nêutrons, a força elétrica de 
repulsão continua atuando, mas a força nuclear de curto alcance não abrange 
todos os núcleons, resultando em núcleo instável. Assim, em busca da 
estabilidade, ou seja, para se transformar em núcleo com núcleons mais 
fortemente ligados, são emitidas energia e partículas α ou β, o que leva à 
formação de núcleo de elemento químico distinto do original. 
 
Muitos fatores afetam a estabilidade nuclear sendo, talvez, o mais importante o 
número de nêutrons. Quando um núcleo possui nêutrons a mais (em relação ao 
número de prótons), ou a menos, o átomo pode se desintegrar em busca de uma 
configuração estável. 
 
 
9.3.4.1 Velocidade de Desintegração 
 
A emissão de radiação por uma população de átomos de um dado isótopo 
radioativo não ocorre simultaneamente em todos os seus núcleos. Assim, o 
número de átomos que se desintegram transcorrido um intervalo de tempo (t – 
t0) será dado pela diferença entre o número de átomos de um isótopo radioativo 
no instante inicial (N0) e o número de átomos ainda não desintegrados (N) do 
mesmo isótopo, no tempo t > t0. Logo, a velocidade média de desintegração, 
Vm, será dada pela relação: 
 
Vm = (N0 - N)/ (t - t0 ) 
ou 
Vm = - ( N - N0 )/ (t - t0 ) = - ∆N / ∆t 
 
 
 
 
A velocidade instantânea de desintegração num intervalo de tempo infinitésimo 
dt, ou seja, quando ∆t tende a zero, é dada pela derivada de N em relação a t, 
dN/dt , com o sinal negativo. 
 
A variação do número de desintegrações nucleares espontâneas (dN) em um 
intervalo de tempo dt é chamada atividade, A, ou seja: 
 
A = dN/dt 
 
A primeira unidade estabelecida para atividade foi o Curie, originalmente definido 
como a taxa de desintegração do gás radônio (222Rn), em equilíbrio com um 
grama de rádio (226Ra). Posteriormente, o Curie foi definido mais precisamente 
pelo valor abaixo, que é bem próximo do 
medido originalmente. 
 
1Ci = 3,7 x 1010 desintegrações/segundo 
 
O sistema Internacional adotou como unidade padrão de atividade o Becquerel 
(Bq). Assim: 
 
1 Bq = 1 desintegração/segundo 
 
 
9.3.4.2 Constante de Desintegração e Meia-Vida 
 
A velocidade de desintegração varia muito entre os isótopos radioativos, 
existindo uma probabilidade para cada um emitir um certo tipo de radiação, ou 
se desintegrar, característicadesse isótopo. Esta probabilidade é chamada 
Constante de Desintegração ou Constante Radioativa, sendo representada pelo 
símbolo λ. 
 
 
 
 
A velocidade de desintegração depende não só do número de átomos do isótopo 
radioativo presente na amostra (quanto maior N, maior o número de radiações 
emitidas), como também da constante radioativa λ, ou seja: 
 
dN/dt = -λN 
Assim, 
dN/N = - λ.dt 
 
Integrando-se o primeiro termo dessa igualdade no intervalo de variação do 
número de átomos não desintegrados, ou seja, entre N0 (início da contagem do 
tempo, t = 0) e N (número de átomos do radioisótopo, presentes decorrido o 
tempo t) e integrando-se o segundo termo entre zero e t, tem-se que: 
 
N = N0 exp (- λ.t ) 
 
sendo esta a expressão da Lei da Desintegração Radioativa, que mostra que o 
número de átomos de um radionuclídeo diminui exponencialmente com o tempo. 
 
De maneira similar, a atividade de uma fonte radioativa, no tempo t, é expressa 
por: 
 
A = A0 exp (- λ.t ) uma vez que A = λN e A0 = λN0 , ou seja A/A0 = N/N0. 
 
A meia-vida de um isótopo radioativo, t1/2, é o tempo necessário para que 
metade dos átomos contidos numa amostra desse isótopo sofra desintegração, 
ou seja, é o tempo necessário para que N seja igual a N0/2. 
A relação matemática existente entre λ e t1/2 pode ser obtida substituindo se, na 
equação anterior, N por N0/2 e t por t1/2. 
 
N0/2 = N0.exp (-λ .t1/2) 
Assim, 
1/2 = exp (-λ .t1/2) → ln 1 / 2 = -λ .t1/2 
 
 
 
Logo 
λ .t1/2 = - ln t1/ 2 = ln 1 – (- ln 2) 
Ou seja, 
λ = ln 2/ t1/2 
 
Portanto, a meia-vida de um radioisótopo pode ser calculada a partir da 
constante de desintegração e vice-versa. O intervalo de tempo necessário para 
que o organismo elimine metade de uma substância ingerida ou inalada é 
chamado meia-vida biológica, tb . 
Quando a meia-vida física e a meia-vida biológica devem ser levadas em 
consideração, determina-se a meia-vida efetiva, tef, por meio da seguinte 
expressão: 
 
tef = (t1/2. tb) / ( t1/2 + tb) 
 
 
9.3.4.3 Séries de Desintegração de Isótopos Naturais 
 
Todos os nuclídeos com número atômico maior do que Z = 83 são radioativos. 
Se o número atômico do núcleo pai for muito grande, o núcleo formado por 
decaimento também é radioativo, dando origem a uma série de decaimento 
radioativo, ou seja, sequências em que um núcleo radioativo decai em outro, que 
por sua vez decai num terceiro e assim sucessivamente. 
 
Encontram-se, na natureza, três séries de desintegração de isótopos naturais que 
se iniciam com 238U, 235U e 232Th e que, por sucessivas desintegrações, são 
compostas por isótopos de diversos elementos, o último destes sendo sempre 
isótopos diferentes, mas estáveis (não radioativos), do chumbo. 
 
A série do 238U é integrada por 18 radioisótopos, com 3 bifurcações, terminando 
no 206Pb, isótopo estável. 
 
 
 
 
A série do 235 U contem 17 isótopos, com 5 bifurcações, terminando no 207Pb, 
estável e a série do 232Th apresenta, apenas, 13 isótopos, com duas bifurcações, 
terminando no 208 Pb, também estável. 
 
O urânio natural é constituído em 99,28% pelo 238U, que se desintegra conforme 
descrito na Tabela 1, e em 0,72% pelo 235U. Quando a meia vida do nuclídeo pai 
é muito mais longa que a do filho, um equilíbrio, denominado secular, é 
estabelecido. No equilíbrio secular, as atividades dos pais e filhos tornam-se 
iguais. 
 
Assim, 
 
N1λ1 = N2λ2 = N3λ3 = N4λ4 = ....... 
ou 
N1/(t1/2)1 = N2/(t1/2)
2 = N3/(t 1/2)3 = N4/(t 1/2)4 = ....... 
 
ou seja, quando um elemento da série tem meia vida curta, o correspondente 
número de átomos será pequeno e vice versa. 
 
 
9.3.4.4 Fontes Artificiais de Radiação 
 
A radioatividade artificial foi descoberta pelo casal de cientistas franceses F. Joliot 
e I. Curie (filha de Marie Curie) ao bombardear alumínio por partículas alfa, 
obtendo a liberação de nêutrons e a formação de 30P. 
 
27 Al 13 + 
4 He 2 → 
1 n 0 + 
30 P 15 
 
Atualmente, quatro processos básicos são empregados para produzir 
artificialmente radionuclídios: • irradiação de elementos estáveis em reatores; • 
irradiação de elementos estáveis em aceleradores de partículas ou ciclotrons; 
• fissão de elementos pesados; e • decaimento/fracionamento. 
 
 
 
 
9.3.4.4.1 Radionuclídeos Produzidos em Reatores Nucleares 
 
O processo de produção de radunuclídeos em reatores nucleares é baseado na 
captura de nêutrons térmicos (ou seja, nêutrons com energia cinética baixa, da 
ordem de 0,025 eV) por átomos de um dado elemento. 
 
A X Z + 
1 n 0 → 
A+1 X Z + radiação γ 
 
Pode-se observar que na reação de captura de nêutrons, o número atômico (Z) 
do nuclídeo resultante não é alterado e o número de massa (A) aumenta em uma 
unidade. 
 
O Cromo-51, o Ferro-59, o Cobalto-60, o Selênio-76, o Molibdênio-99, o Iodo-
131, o Xenônio-133, o Samário-153, o Ouro-198 e o Irídio-192 são exemplos de 
radionuclídeos produzidos em reatores. 
 
 
9.3.4.4.2 Radionuclídeos Produzidos em Aceleradores de Partículas 
(ciclotron) 
 
A produção de radionuclídeos em aceleradores de partículas pode ser realizada 
empregando diferentes partículas a serem aceleradas, tais como prótons (1p1), 
deutério (2H1), trício (
3H1) e partícula alfa (4He2). As reações mais comuns para 
prótons são: 
 
A X Z + 
1 p 1 → 
 A X Z+1 + 
1 n 0 
 
A X Z + 1 p 1 → 
A - 1 Y Z+1 + 2 .
1 n 0 
 
As reações mais comuns para partículas α são 
 
 
 
 
A X Z + 
4 He 2 → 
A + 3 X Z+2 + 
1 n 0 
 
A X Z + 
4 He 2 → 
A + 2 X Z+2 + 2 . 
 1 n 0 
 
O Fluor-18, o Gálio-57, o Iodo-123, o Iodo-125 e o Tálio-201 são exemplos de 
radionuclídeos produzidos a partir de feixes de partículas aceleradas. 
 
 
9.3.4.4.3 Radionuclídeos Produzidos por Fissão Nuclear 
 
Para muitos radionuclídeos pesados (A ≈ 200), a captura de um nêutron resulta 
ou num radionuclídeo pesado ou em radionuclídeos cujas massas atômicas são 
cerca de metade do nuclídeo alvo. Por exemplo, no caso de 235U: 
 
235U92 + 
1n 0 → 
236U92 + γ (raio) 
 
ou, numa reação muito mais freqüente, 
 
235U92 + 
1n 0 → 
141Ba56 + 
91Kr36 + 4 . 
1n 0 
 
O processo de divisão de um núcleo pesado em dois mais leves é chamado 
de fissão. Todos os elementos de número atômico entre z = 30 (zinco) e z 
= 66 (disprósio) têm sido identificados em reações de fissão. 
 
9.3.4.4.4 Radionuclídeos Produzidos por Decaimento/Fracionamento 
 
Um radionuclídeo gerador (também chamado pai) é aquele que, por decaimento, 
resulta em radionuclídeo de meia-vida mais curta (filho). Por exemplo: 
 
99Mo → 99mTc → 99Tc → 99Ru 67 h 
 
 
 
 
Na condição acima (t 1/2 do pai > t 1/2 do filho) um equilíbrio transiente é 
estabelecido entre 99Mo e 99mTc, em um tempo t, quando a razão entre as 
quantidades desses dois radionuclídeos torna-se constante, sendo a atividade do 
filho levemente superior à do pai. No caso de geradores, o radionuclídeo filho é 
quimicamente separado do pai, antes de ser empregado em práticas médicas e 
em pesquisa. 
 
 
10. EFEITOS BIOLÓGICOS DAS RADIAÇÕES IONIZANTES 
 
10.1 INTRODUÇÃO 
 
As propriedades da matéria são afetadas pela radiação em função do tipo de 
processo associado à absorção de energia: excitação e /ou produção de íons, 
ativação nuclear ou, ainda, no caso específicode nêutrons, à produção de 
núcleos radioativos. Os efeitos podem ser descritos em diferentes níveis, desde o 
comportamento do átomo isolado às mudanças produzidas no material como um 
todo. 
 
Sólidos orgânicos, por exemplo, quando sujeitos à excitação eletrônica causada 
pela radiação, podem mudar de cor ou emitir luz (cintilação) à medida que a 
excitação decai. No entanto, no caso de sólidos como metais ou cerâmicas, o 
efeito maior da radiação é a transferência de quantidade de movimento para 
átomos na estrutura cristalina, resultando no deslocamento desses átomos que, 
ao ocupar posições intersticiais, deixam espaços vazios. Esses processos podem 
causar mudanças nas propriedades físicas do sólido, como alteração de forma ou 
inchaço devido aos espaços vazios criados. A indução de cor em gemas, pela 
exposição destas à radiação ionizante, é uma prova visível da interação da 
radiação com a 
matéria. 
 
 
 
 
No nível atômico, a ionização afeta, principalmente, os elétrons das camadas 
mais externas que circundam o núcleo. Tendo em vista que justamente esses 
elétrons estão envolvidos nas ligações químicas de átomos em moléculas, não é 
de surpreender que o comportamento químico dos átomos ou das moléculas, 
ambos alterados pela radiação, seja diferente de seu comportamento original. 
 
A remoção de elétrons pode provocar a quebra de uma molécula e seus 
fragmentos, dependendo da estabilidade química, podem se combinar, de 
algumas maneiras diferentes, com o material do meio circundante. 
 
A irradiação de material biológico pode resultar em transformação de moléculas 
específicas (água, proteína, açúcar, DNA, etc.), levando a consequências que 
devem ser analisadas em função do papel biológico desempenhado pelas 
moléculas atingidas. Os efeitos das citadas transformações moleculares devem 
ser acompanhados nas células, visto serem estas as unidades morfológicas e 
fisiológicas dos seres vivos. O DNA, por ser responsável pela codificação da 
estrutura molecular de todas as enzimas das células, passa a ser a molécula 
chave no processo de estabelecimento de danos biológicos. 
No caso de exposição de seres humanos a altas doses de radiação, como em 
acidentes nucleares, uma grande parte das células do corpo é afetada, 
impossibilitando a sustentação da vida. Por outro lado, há, ainda, muita incerteza 
quanto aos efeitos da exposição de pessoas a baixas doses de radiação uma vez 
que, caso haja efeitos, estes, em via de regra, são mascarados pela ocorrência 
natural de doenças que podem ou não ser provocadas pela exposição à radiação, 
como é o caso do câncer. 
 
Assim, para que um estudo sobre os efeitos da radiação a baixas doses seja 
estatisticamente válido, é preciso observar uma população de milhões de pessoas 
expostas a esses níveis baixos de radiação, durante várias gerações, já que os 
organismos dispõem de mecanismos de reparo e, mesmo que haja morte celular, 
as células podem vir a ser prontamente substituídas por meio de processos 
metabólicos normais, “neutralizando”, assim, o efeito em estudo. 
 
 
 
 
Os efeitos das radiações ionizantes sobre os organismos vivos dependem não 
somente da dose por eles absorvida, mas, também, da taxa de absorção (aguda 
ou crônica) e do tecido atingido. Assim, por exemplo, os efeitos relacionados a 
uma determinada dose são muito menores quando essa dose é fracionada e 
recebida em pequenas quantidades ao longo do tempo, uma vez que os 
mecanismos de reparo das células podem entrar em ação entre uma dose e 
outra. É, também, sabido que o dano infringido em células quando estas estão 
em processo de divisão é maior, tornando os respectivos tecidos e órgãos mais 
radiosensíveis que outros constituídos por células que pouco ou nunca se 
dividem, ou seja, a radiosensibilidade é inversamente proporcional à 
especificidade da célula. 
 
Convém manter em perspectiva o fato de ser consenso mundial que a indução de 
câncer devido à exposição a baixas doses de radiação acrescenta alguns casos de 
ocorrência dessa doença aos milhares de casos que ocorrem naturalmente, 
devido a outras causas. Não se deve esquecer que o câncer é a principal doença 
na velhice e que diversas substâncias a que se pode estar exposto no dia a dia 
têm sido identificadas como cancerígenas (arsênio, fuligem de chaminés, 
alcatrão, asbestos, parafina, alguns componentes da fumaça de cigarro, toxinas 
em alimentos, etc.), além da radiação eletromagnética como a ultra-violeta e 
mesmo do calor. 
 
É importante, também, mencionar, que há alguma evidência experimental de que 
baixas doses de radiação podem estimular uma variedade de funções celulares, 
incluindo seus mecanismos de reparo, bem como aprimorar o sistema 
imunológico, fortalecendo os mecanismos de defesa do corpo. No entanto, 
estudos desses efeitos benéficos da radiação, conhecidos por ‘hormesis’, ainda 
não são considerados conclusivos, face às dificuldades estatísticas associadas a 
baixas doses de radiação. 
 
 
 
Assim, só ponto de vista de proteção radiológica, considera-se, por prudência, 
que qualquer dose de radiação está associada a uma probabilidade de ocorrência 
defeitos nocivos à saúde, não importando quão baixa seja essa dose. 
 
 
10.2 MECANISMOS DE INTERAÇÃO DAS RADIAÇÕES COM O TECIDO 
 
 
10.2.1 Transferência de Energia 
 
Quando células em uma cultura são expostas à radiação ionizante, pode ser 
mostrado, para a maioria dos efeitos observados, que a quantidade de energia 
absorvida pela célula é, claramente, uma variável muito importante. 
 
Outro fator bastante relevante, sob o ponto de vista de efeitos biológicos, é a 
‘qualidade’ da radiação, sendo que efeitos maiores serão produzidos em áreas de 
ionização mais frequente. A incidência de radiação ionizante densa dará lugar a 
uma ionização do meio mais intensa do que a de radiação ionizante esparsa. 
 
Uma vez que a quantidade de ionização é dependente da energia liberada no 
meio, então, a qualidade de diferentes tipos de radiação pode ser comparada 
tomando por base a energia média liberada por unidade de comprimento ao 
longo do caminho percorrido no meio irradiado. Essa quantidade é denominada 
Transferência Linear de Energia, ou TLE da radiação, normalmente expressa em 
keV/µm, que depende, de modo complexo, da massa, energia e carga da 
radiação ionizante. Assim, por exemplo, para um valor típico de TLE para um 
elétron posto em movimento pela radiação do Co-60, qual seja, 0,25 keV/µm, 
serão liberados 250 eV de energia ao longo de uma trajetória de 1 µm de 
comprimento. 
 
Radiações eletromagnéticas como raios X e gama, ou, ainda, partículas β,têm 
uma probabilidade baixa de interagir com os átomos do meio irradiado e, 
 
 
 
portanto, liberam sua energia ao longo de uma trajetória relativamente longa. 
Por outro lado, partículas alfa, prótons, ou mesmo nêutrons (ou seja, partículas 
pesadas) liberam sua energia ao longo de uma trajetória mais curta, em 
decorrência da maior probabilidade de colisão com o meio. 
 
No caso de valores de TLE altos, ocorrerão, em uma dada área-alvo, muitos 
eventos de ionização com alta probabilidade de efeitos biológicos danosos, 
mesmo a baixas doses. Valores baixos de TLE, ao contrário, provocam efeitos 
pequenos e isolados, de tal forma que o reparo molecular é possível. 
 
 
10.2.2 Eficiência Biológica Relativa 
 
A dose absorvida é uma grandeza física que, permanecendo os demais 
parâmetros iguais, se correlaciona bem com o efeito biológico. No entanto, 
quando a qualidade da radiação muda (de raios-X para nêutrons, por exemplo), 
o efeitobiológico causado não é necessariamente o mesmo, ou seja, doses 
idênticas podem produzir efeitos diferentes em um mesmo tecido ou órgão. 
 
Assim, para caracterizar essa diferença, o conceito de eficiência biológica relativa, 
EBR, foi introduzido, tendo esta eficiência sido definida como sendo a razão entre 
a dose de uma radiação de referência, que produz um determinado efeito 
biológico e a dose da radiação em estudo, necessária para produzir o mesmo 
efeito. Normalmente, a radiação usada como referência em muitas experiências é 
a radiação X, filtrada (camada semiredutora de 1,5 mm de Cu), de tensão de 200 
kV (pico). 
 
A eficiência biológica relativa depende não somente da qualidade da radiação 
como, também, do efeito biológico que está sendo observado. 
Quando o valor da EBR de uma radiação (alfa, por exemplo) é comparado com o 
de outra radiação (gama, por exemplo) o resultado representa a razão inversa 
 
 
 
das doses absorvidas que produzem a mesma extensão de um definido efeito 
biológico. 
 
Os fatores de ponderação de dose utilizados em proteção radiológica foram 
selecionados para refletir a eficiência biológica relativa de cada tipo de radiação 
em induzir efeitos estocásticos a baixas doses, sendo esta eficiência função, 
primordialmente, da qualidade da radiação, expressa em termos de Transferência 
Linear de Energia. A rigor, a EBR depende, também, de outros fatores como 
taxa de dose, fracionamento da dose, órgão ou tecido e mesmo da idade da 
pessoa irradiada. 
 
 
10.3 EFEITOS RADIOQUÍMICOS IMEDIATOS 
 
 
10.3.1 Produção de Elétrons Hidratados e Radicais Livres 
 
Uma vez que a água é o principal componente das células, sendo responsável 
por cerca de 70% da composição celular, a maior parte da radiação incidente é 
por ela absorvida, dando lugar às seguintes espécies reativas: 
 
H2O hν→ H2O+ + ε- → H2O+ + ε-(aq) 
 
A molécula d’água, afetada pela passagem da radiação, é ionizada. O elétron 
que deixa a molécula é ‘aprisionado’ por demais moléculas d’água que, devido a 
sua natureza polar, se posicionam de tal forma que os átomos de hidrogênio, 
carregados positivamente, ficam mais próximos ao elétron e os átomos de 
oxigênio, mais distantes. Esse arranjo é denominado elétron hidratado, ε-(aq). 
 
H2O+ → •OH + H+ 
 
 
 
 
A molécula d’água ionizada, H2O+ , pode, também, se dissociar, dando formação 
ao íon hidrogênio e ao radical livre hidroxila, conforme ilustrado acima. 
 
H2O hν→ H2O* → H • + • OH 
 
É possível, ainda, por radiólise da molécula d’água, a formação dos radicais livres 
hidrogênio e hidroxila que, sendo altamente reativos – em decorrência da 
presença, nas respectivas últimas camadas eletrônicas, de um elétron isolado ou 
não emparelhado – interagem quimicamente entre si ou com as moléculas do 
meio, modificando-as. 
 
Os principais produtos resultantes da irradiação da água pura tendem a reagir 
com as bases nitrogenadas do DNA ou, na ausência destas, entre si, conforme 
se segue: 
 
ε-(aq) + ε-(aq) + 2 H2O → 2 H2 + OH 
H • + H • → H2 • OH + • OH → H2O2 H • + • OH → H2O 
 
As reações acima irão sempre competir com as reações que levam ao dano das 
moléculas biológicas presentes no sistema, conforme abordado a seguir. 
 
10.4 EFEITOS BIOLÓGICOS PROVOCADOS PELA RADIAÇÃO IONIZANTE 
 
10.4.1 Características Gerais 
 
Os efeitos biológicos provocados pela radiação ionizante são de natureza 
bastante variável e dependem de fatores como dose total recebida, se esta foi 
aguda ou crônica, se localizada ou de corpo inteiro. As características gerais 
desses efeitos são: • Especificidade: os efeitos biológicos das radiações podem 
ser provocados por outros agentes físicos, químicos ou biológicos. • 
Reversibilidade: a célula possui mecanismos de reparo, podendo, em caso de 
danos parciais, re-sintetizar ou restaurar uma estrutura danificada. • 
 
 
 
Transmissividade: a maior parte das alterações causadas pelas radiações 
ionizantes que afetam células e organismos não se transmitem a outras células 
ou outros organismos, exceção feita à irradiação das gônadas, que pode resultar 
em alterações transmissíveis aos descendentes. •Radiosensibilidade: nem todas 
as células, tecidos órgãos ou organismos respondem igualmente à mesma dose 
de radiação. A radiosensibilidade das células é diretamente proporcional a sua 
capacidade de reprodução e inversamente proporcional ao seu grau de 
especialização. 
• Fatores de Influência: pessoas expostas à mesma dose de radiação não 
apresentam,necessariamente os mesmos danos e o mesmo tempo de resposta. 
 
Por exemplo, o indivíduo é mais vulnerável à radiação quando criança (processo 
de multiplicação celular mais significativo) ou quando idoso (processo de reparo 
celular pouco eficiente). 
• Tempo de Latência: 
Há um período de tempo que decorre entre o momento da irradiação e o 
surgimento do dano visível ou detectável. 
• Limiar: Certos efeitos exigem, para se manifestar, que a dose de radiação seja 
superior a uma dose mínima. 
 
O efeito eritema, por exemplo, é observado para uma dose limiar da ordem de 
3,5 Sv (350 rem). 
 
Os efeitos biológicos da radiação podem ser somáticos ou hereditários. O 
primeiro ocorre na soma do indivíduo irradiado, enquanto que os hereditários se 
originam da introdução de danos na linhagem germinativa do sujeito e se 
manifestam em sua descendência. 
 
Para fins de proteção radiológica, os efeitos biológicos da radiação são 
classificados em estocásticos e determinísticos (não estocásticos). 
 
 
 
 
 
10.4.2 Efeitos Estocásticos e Efeitos Determinísticos 
 
Efeitos Estocásticos: são aqueles cuja probabilidade de ocorrência é função da 
dose, não existindo limiar, como é o caso do câncer. 
Assim, parab qualquer indivíduo irradiado há uma chance de que certos efeitos 
atribuíveis à radiação se manifestem, mas só depois de um período de tempo 
longo (dezenas de anos) a partir do momento que ocorreu evento de irradiação. 
 
Efeitos Determinísticos: são aqueles que surgem num curto espaço de tempo 
(dias, horas, minutos) a partir de um valor de dose limiar e sua gravidade é 
função do aumento dessa dose. 
Estes efeitos incluem inflamação e ulceração da pele, náusea, vômito, anorexia, 
diarréia, queda de cabelos, anemia, hemorragia, infecções, etc. 
Esses efeitos são atribuídos, principalmente, à morte celular ou perda de 
capacidade de reposição de células de vida biológica relativamente curta, ou 
seja, aquelas que devem se manter em permanente estado de reprodução como 
as da medula óssea, as das camadas mais internas dos tecidos de recobrimento 
(pele, revestimento do sistema gastrointestinal, recobrimento de glândulas) e 
aquelas da linhagem germinativa. 
 
Efeitos Estocásticos Hereditários: são aqueles decorrentes da irradiação das 
gônadas, que levam a alterações no material hereditário contido nos gametas 
(óvulos e espermatozóides), alterações essas que podem ser transmitidas aos 
descendentes, caso o óvulo ou espermatozóide danificado seja utilizado na 
concepção. 
 
A radiação ionizante é um dos muitos agentes que podem induzir mutações 
genéticas, sendo que um material genético alterado transmitido pelo pai ou pela 
mãe é, em teoria, suficiente para que a anomalia surja no descendente (mutação 
dominante). 
 
 
 
 
Por outro lado, as mutações recessivas só se manifestam se o pai e a mãe 
carregarem consigo o mesmo defeito mutagênico, sendo normalmente 
necessárias muitas gerações para que o danoseja visível. 
 
A observação de mutações é uma tarefa difícil, mas acredita-se que os efeitos 
hereditários decorrentes da exposição à radiação ionizante têm caráter 
cumulativo e independem da taxa de dose administrada, ou seja, não existem 
doses inoperantes. 
 
Dentre os métodos empregados para estimar a probabilidade de desordens 
hereditárias, o método da “dose duplicadora” (doubling dose method) tem sido 
adotado por organismos internacionais. A “dose duplicadora” é a quantidade de 
radiação necessária para produzir tantas mutações quanto aquelas que ocorrem 
naturalmente em uma geração, tendo sido estimada em 1 Gy (1 J/kg). 
 
De acordo com a Comissão Internacional de Proteção Radiológica (ICRP), a 
probabilidade de dano genético significante para toda uma geração está na faixa 
de 0,5-1,2 x 10-2 Sv-1, correspondendo a uma probabilidade de efeitos 
hereditários severos per capita de 0,1x10-2 Sv-1 para as primeiras duas 
gerações. 
 
 
11. ASPECTOS DE RADIOPROTEÇÃO 
 
11.1 INTRODUÇÃO 
 
É de conhecimento geral que altas doses de radiação ionizante danificam o 
tecido humano, sendo que diversos efeitos maléficos foram reportados logo 
após a descoberta dos raios-X. Naquela época (1895 – 1896), era prática 
comum verificar a intensidade dos raios-X expondo trabalhadores à 
radiação emitida e medindo o tempo transcorrido até que a região exposta 
apresentasse irritação da pele. 
 
 
 
 
Durante as décadas seguintes, foi acumulado um grande número de 
informações sobre os efeitos maléficos da radiação ionizante e, 
conseqüentemente, sobre a necessidade de regulamentar a exposição de 
indivíduos à essa radiação bem como de aprimorar as técnicas empregadas 
pelo uso de colimadores, filtros, blindagens para atenuação, etc. 
 
Assim é que, por ocasião do Segundo Congresso Internacional de 
Radiologia, em 1928, houve amplo consenso quanto à necessidade de 
formular recomendações que serviriam a diversos países como base para 
elaborar Normas de Radioproteção. 
 
Naquela época, foram recomendadas espessuras mínimas de blindagem de 
chumbo para atividades com raios-X e fontes de Ra-226, bem como 
elaborados procedimentos relacionados a locais e condições de trabalho, 
não tendo sido, no entanto, estabelecidos valores para limitar as doses de 
radiação. 
 
Em 1934, a Comissão Internacional de Proteção Radiológica (International 
Commission on Radiological Protection – ICRP), recomendou adotar, como 
limite, o valor de 0,2 R por dia para a exposição ocupacional (isto é, a 
exposição de pessoas que trabalham com radiações), o que correspondia a 
uma dose de cerca de 70 rem/ano, valor este que vigorou até 1950. 
 
Impulsionado pela Segunda Guerra Mundial, o crescente interesse por 
energia nuclear acarretou, na década de 50, avanços importantes na área 
de proteção radiológica, tendo sido adotada a ótica cautelosa segundo a 
qual toda radiação, por menor que seja, causa danos. 
 
A taxa de exposição máxima permissível para indivíduos ocupacionalmente 
expostos foi reduzida para 0,3 R por semana, correspondendo, para 
radiação X ou γ, a uma dose de 15 rem/a (0,15 Sv/a). 
 
 
 
 
Em 1956, foi recomendada nova redução para a dose ocupacional, 
passando esta a 5 rem/ano. Já em 1958, estabeleceu-se que o limite de 
dose acumulada até a idade N não poderia exceder o valor 5(N-18), tendo 
também sido adotado o limite trimestral de 3 rem. 
 
As Normas Básicas de Proteção Radiológica (NBPR), aprovadas pela 
Comissão Nacional de Energia Nuclear, CNEN, em 1973, fixaram os 
princípios básicos de proteção contra danos oriundos do uso das radiações 
e estabeleceram, para vigorar no país, entre outros, os limites de dose que 
vinham sendo recomendados internacionalmente. 
 
Em agosto de 1988, a CNEN aprovou a Norma “Diretrizes Básicas de 
Radioproteção”, em substituição às NBPR de 1973. Esta Norma 
fundamenta-se no conceito de detrimento introduzido pela ICRP-26, ou 
seja, no fato de que qualquer dose, por menor que seja, está associada à 
probabilidade de ocorrência de danos (efeitos estocásticos), e adota três 
princípios básicos: 
 
Princípio da Justificação: Qualquer atividade envolvendo radiação ou 
exposição deve ser justificada em relação a outras alternativas e produzir 
um benefício líquido para a sociedade; 
 
Princípio da Otimização: As exposições devem ser tão reduzidas quanto 
razoavelmente exeqüível (ALARA - As Low As Reasonably Achievable), 
levando-se em consideração fatores sociais e econômicos; e 
 
Princípio da Limitação da Dose Individual: As doses individuais de 
trabalhadores e indivíduos do público não devem exceder os limites anuais 
de dose estabelecidos pela CNEN, em particular, 50 mSv (5 rem) para 
trabalhadores e 1 mSv (100 rem) para o indivíduo do público. 
 
 
 
 
Atualmente, a tendência mundial tem sido a de adotar limites de dose 
ainda mais restritivos, limites esses recomendados pela ICRP em 1990 e 
que, no Brasil, já foram adotados pelo Ministério as Saúde para 
radiodiagnóstico médico e odontológico, por meio da Portaria 453, de 
01/6/98. 
Assim é que, para trabalhadores nessas áreas, a dose média anual não 
deve exceder 20 mSv (2 rem) em qualquer período de 5 anos 
consecutivos, não podendo exceder 50 mSv em nenhum ano. 
 
 
11.2 GRANDEZAS E UNIDADES EMPREGADAS EM RADIOPROTEÇÃO 
 
Grandeza, por definição, é o atributo de um fenômeno, corpo ou substância 
que pode ser qualitativamente distinguido e quantitativamente 
determinado, sendo expressa por um valor numérico multiplicado por uma 
unidade. Assim, por exemplo, comprimento é uma 
grandeza e metro é a unidade que pode ser empregada para medir um 
dado comprimento. 
 
Historicamente, as grandezas utilizadas para quantificar a radiação 
ionizante basearam-se no número total de eventos ionizantes ou, ainda, 
na quantidade total de energia depositada, geralmente em uma massa 
definida de material. Essa abordagem não leva em conta a natureza 
descontínua do processo de ionização mas é justificada empiricamente pela 
observação que essas grandezas podem ser correlacionadas bastante bem 
com os efeitos biológicos resultantes. 
 
A aplicação das recomendações da Comissão Internacional sobre Unidades 
e Medidas de Radiação (ICRU) requer o conhecimento de uma diversidade 
de conceitos e grandezas, muitas destas que se empregam em outros 
campos da ciência. 
 
 
 
 
Algumas grandezas, no entanto, são unicamente empregadas no campo 
da proteção radiológica e contêm fatores de ponderação que permitem 
contemplar diferentes tipos de energia da radiação incidente sobre um 
corpo, bem como levar em conta a radiosensibilidade relativa dos 
diferentes tipos de tecidos do organismo. Algumas mudanças conceituais, 
que vêm ocorrendo ao longo das últimas décadas, associadas a grandezas 
empregadas em proteção radiológica são abordadas neste capítulo. 
 
 
11.2.1 Atividade 
 
A atividade de uma amostra radioativa representa o número de núcleos da 
amostra, N, que se desintegram, ou seja, que sofrem transformações 
nucleares, por unidade de tempo. 
 
A = dN/dt 
 
A primeira unidade estabelecida para a atividade foi o Curie, originalmente 
definido como a taxa de desintegração de uma quantidade de gás radônio, 
Rn-222, em equilíbrio com um grama de rádio (Ra-226). Posteriormente, 
o Curie foi definido mais precisamente pelo 
seguinte valor, que é bem próximo daquele estabelecido originalmente. 
 
1Ci = 3,7 x 1010 desintegrações/segundo 
 
O sistema Internacional adotoucomo unidade padrão de atividade o 
Becquerel (Bq), sendo que: 
 
1 Bq = 1 desintegração/segundo 
 
 
3.2.2 – Fluência, φ 
 
 
 
 
A fluência é a razão entre o número de partículas ou fótons incidentes 
sobre uma esfera, dN, e a seção de área dessa esfera, da, expressa em 
m2. 
 
φ = dN/da 
 
Essa grandeza é muito empregada para medir nêutrons. 
 
 
11.2.3 Exposição X ou Gama 
 
Em 1928, foi adotado o Roentgen (R) como unidade de Exposição, ou seja, 
a quantidade de radiação X que produzia uma unidade eletrostática de 
carga (por definição igual a 3,34 x 10–10 Coulombs) em um centímetro 
cúbico de ar, em condições normais de temperatura e pressão (CNTP). 
Mais tarde, essa definição foi alterada, de maneira a ser relacionada à 
massa de ar, ao invés de ao volume (1cm3 de ar = 0,001293 g), 
englobando, também, a radiação gama. Como a unidade posteriormente 
empregada no Sistema Internacional para Exposição é o 
Coulomb/quilograma (C/kg), tem-se que: 
 
1R=2,58x10-4 C/kg 
 
De uma maneira geral, a Exposição, simbolizada por X, tem sido definida 
como: 
 
X = ∆Q/∆m 
 
Onde ∆Q é a soma das cargas elétricas de todos os íons de mesmo sinal 
(positivos ou negativos) produzidos no ar quando todos os elétrons 
gerados pelos fótons incidentes em um volume elementar de ar, cuja 
 
 
 
massa é ∆m, são completamente parados no ar. 
• A relação existente entre atividade (A) e Taxa de Exposição, X, depende 
de processos básicos de interação entre a radiação e o ar. No entanto, 
para fontes pontuais emissoras gama, a seguinte aproximação é 
amplamente empregada: 
 
 • X = Γ A/d2 (R/h) 
 
onde: 
 
Γ - constante específica da radiação gama, expressa em (R.m2)/(h.Ci); d – 
distância da fonte, medida em metros; A - atividade, expressa em Ci,, 
 
sendo a taxa de exposição, portanto, expressa em R/h. 
 
Pode-se observar que a taxa de exposição é diretamente proporcional à 
atividade do radioinuclídeo e inversamente proporcional ao quadrado da 
distância entre a fonte pontual e o ponto considerado. 
 
 
11.2.4 Dose Absorvida, D 
 
O conceito de Dose Absorvida, D, foi introduzido para representar a energia 
média depositada pela radiação incidente em um volume elementar de 
matéria de massa ∆m. 
 
À medida que os conhecimentos sobre as radiações e suas aplicações 
foram ampliados, julgou-se conveniente utilizar esse conceito de deposição 
de energia. Foi, então, originalmente adotado o “rad” (radiation absorved 
dose) para expressar uma unidade de “dose absorvida”, ou seja, de 
energia depositada por unidade de massa, sendo: 
 
 
 
 
1 rad = 100 erg/g de material irradiado 
 
É possível relacionar a dose no ar, em rad, à exposição, em R, desde que 
se conheça o valor da energia necessária para arrancar um de seus 
elétrons, cuja carga é sempre igual a 1,610 x 10-19 C. 
 
Experimentos realizados mostraram que, em média, são necessários 
33,8 eV de energia para produzir um par de íons no ar, ou seja, para 
arrancar um elétron de sua camada mais externa, produzindo 1,6 x10-19 
C. 
 
Assim, 
1,6x10 –19 C ⎯ 33,8 eV 
 
1R = 2,58x10-4 C/kg ⎯ y eV/kg 
 
ou seja, 1 R corresponde a 
 
y = 2,58x10-4 C/kg x 33,8 eV /1,6x10 –19 C = 5,366x10 16 eV/kg = 5,366 x10 
13 eV/g 
 
Mas, por definição, 
 
1 eV = 1,6x10 –12 erg 
 
então, 
 
1 R= 5,366x10 13 eV/g x 1,6x 10 –12 erg/eV = 85,9 erg/g 
 
Como 1 rad = 100 erg/g, tem-se: 
 
1 R = (85,9 erg/g )/ (100 erg/ rad. g)=0,86 rad 
 
 
 
 
Assim, conhecida a exposição no ar (R) ou a taxa de exposição no ar 
(R/h), é preciso multiplicar pelo fator 0,87 para obter a dose absorvida no 
ar (rad) ou mesmo a taxa de dose absorvida no ar (rad/h). 
 
1 R= 0,86 rad (no ar) 
 
Como cada meio é composto por diferentes conjuntos de átomos, as 
 
energias necessárias para arrancar elétrons de meios diferentes 
são diferentes (as energias de ligação são diferentes). Por essa razão, 1R 
(ou seja, 2,58x10-4 C/kg) pode ser relacionado ao valor aproximado de 
0,96 rad no tecido humano. 
 
 
11.2.5 Dose Equivalente, H (‘Dose Equivalent’: ICRP-26) 
 
Para fins de radioproteção, o rad demonstrou ser uma unidade satisfatória 
para medir raios-X, raios gama e elétrons, porque o dano biológico causado 
por estes tipos de radiação é aproximadamente proporcional à energia 
depositada. 
 
No entanto, esta proporcionalidade não se mantém no caso de partículas 
mais fortemente ionizantes, como produtos de fissão, partículas alfa, 
prótons, etc. 
 
Assim, foi necessário definir a grandeza Dose Equivalente, H, como a 
grandeza equivalente à dose absorvida no corpo humano, modificada de 
modo a constituir uma avaliação do efeito biológico da radiação, sendo 
expressa por: 
 
H = D . Q 
 
 
 
 
 
onde D é a dose absorvida num ponto de interesse do tecido ou órgão 
humano e Q é o fator de qualidade da radiação no ponto de interesse. 
 
O fator de qualidade Q, para fins práticos, apresenta precisão suficiente 
para converter o valor medido da energia depositada, D, em dose 
equivalente, H. 
 
A Dose Equivalente, H, foi originalmente expressa em rem (roentgen 
equivalent man) semdo atualmente utilizada a unidade do Sistema 
Internacional, Sievert, Sv, sendo que: 
 
1 Sv=100 rem=1 J/kg 
 
Os demais aspectos que influenciam a dose absorvida, como, por exemplo, 
a geometria da fonte, o fator de distribuição do radioisótopo no 
interior do organismo, etc., são expressos por meio de um fator de peso N, 
que freqüentemente pode ser considerado como unitário. 
 
Assim, na prática, 
1 rem = 1 rad x Q 
 
onde o fator de qualidade 
 
12. LEGISLAÇÃO E NORMALIZAÇÃO APLICÁVÉIS 
 
➱ Decreto-Lei nº 348/89, de 12/10 Estabelece normas e diretivas de 
proteção contra as radiações ionizantes, portaria 453 do MS, norma 
CNEN3.01 
 
 
 
 
 
 
 
13. VENTILAÇÃO INDUSTRIAL 
 
 
 
 13.1 INTRODUÇÃO 
 
A importância do ar para o homem é por demais conhecida sob o 
aspecto da necessidade de oxigênio para o metabolismo. Por outro 
lado, a movimentação de ar natural, isto é, através dos ventos, é 
responsável pela troca de temperatura e umidade que sentimos 
diariamente, dependendo do clima da região. A movimentação do ar 
por meios não naturais constitui-se no principal objetivo dos 
equipamentos de ventilação, ar condicionado e aquecimento, 
transmitindo ou absorvendo energia do ambiente, ou mesmo 
transportando material, atuando num padrão de grande eficiência 
sempre que utilizado em equipamentos adequadamente projetados. A 
forma pela qual se processa a transferência de energia e que da ao ar 
capacidade de desempenhar determinada função. A velocidade, a 
pressão, a temperatura e a umidade envolvem mudanças nas 
condições ambientais, tornando-as propícias ao bem-estar do 
trabalhador. A ventilação industrial tem sido e continua sendo a 
principal medida de controle efetiva para ambientes de trabalho 
prejudiciais ao ser humano. No campo da higiene do trabalho, a 
ventilação tem a finalidade de evitar a dispersão de contaminantes no 
ambiente industrial, bem como diluir concentrações de gases, vaporese promover conforto térmico ao homem. Assim sendo, a ventilação é 
um método para se evitarem doenças profissionais oriundas da 
concentração de pó em suspensão no ar, gases tóxicos ou venenosos, 
vapores, etc. O controle adequado da poluição do ar tem início com 
uma adequada ventilação das operações e processos industriais 
 
 
 
(máquinas, tornos, equipamentos, etc.), seguindo-se uma escolha 
conveniente de um coletor dos poluentes (filtros, ciclones, etc.). 
Todavia, ao se aplicar a ventilação numa industrial, é preciso verificar 
antes, as condições das máquinas, equipamentos, bem como o 
processo existente, a fim de se obter a melhor eficiência na ventilação. 
A modernização das indústrias, Isto é, mecanização e/ou automação, 
além de aumentar a produção melhora sensivelmente a higiene do 
trabalho com relação a poeiras, gases, etc. 
 
13.2 Considerações e Definições Fundamentais 
Renovação do Ar: Processo de substituição do ar que promove 
controle de temperatura e umidade do ar respirável atendendo padrões 
permitidos por normas. 
O Ar: Mistura de gases que constitui camada atmosférica de espessura 
de aproximadamente 500 km. 
 
O Ar Respirável – Ar puro: Camada atmosférica próxima ao nível do 
mar de espessura aproximada de 1 a 2% do total da camada 
atmosférica; esta camada que permite em condições normais 
permanência para o ser humano. 
 
Composição Média do Ar Respirável: O ar respirável é uma mistura 
que apresenta os seguintes componentes principais e em maior proporção 
os seguintes elementos. 
 
 N2, 78,03 % 
 02, 20; 99% 
 CO2, 0,03 % 
 H2O, 0,47% 
 outros gases, 0,49 % 
 
 
 
 
Estes valores atendem a camada atmosférica exercida sobre pressão 
atmosférica ao nível do mar de 101,322N/m² (10,332 Kf/m²) (760 
mm/Hg) a temperatura de 15 °C 
 
Os valores da pressão sofrem alterações à proporção que afastamos 
verticalmente com referência ao nível do mar, devido ao peso da camada 
de ar que reduz logicamente a medida que elevamos. 
 
Podemos obter a pressão atmosférica em qualquer ponto usando a 
fórmula antiga de Laplace. 
 
Log p mm c.a = log po . H Km . 
 18,4 +0,067 tm 
 
onde : 
 
tm - temp. média do ar compreendida entre o nível do mar e a temp. 
considerada. 
 
H – altura em Km, do ponto considerado em relação ao nível do mar 
 
 
13.3 Fatores que influenciam na troca de calor no Corpo Humano 
 
A temperatura, calor e o deslocamento do ar são responsáveis pela troca 
de calor efetuada corpo humano que em condições ideais promovem 
receptividade térmica, estes fatores ajudam no metabolismo, 
transformação de matéria em energia vital dando condições de saúde e 
bem estar. 
 
 
 
 
Importância da avaliação do Metabolismo 
 
A energia produzida pelo organismo humano na unidade de tempo pode 
ser avaliada em função do consumo de oxigênio respirável absorvido pelo 
organismo 
( 1 Kg O2  13.649 KJ = 3260 Kcal). 
 
O metabolismo depende de vários fatores tais como: 
 Natureza, constituição, raça, sexo, idade, massa corporal, altura; 
 Clima, habitação, vestuário; 
 Saúde, nutrição, atividade; 
 
Metabolismo Básico ( Mb ) 
 
Chamamos de metabolismo básico a energia consumida por metro 
quadrado de superfície humana em um individuo em jejum há 12 horas 
deitado em repouso absoluto, normalmente vestido, sem agasalho a 
temperatura agradável para o seu corpo que equivale a: 
 
Mb = 150 a 167,5 KJ/m².H (36 a 40 Kcal/m².H) 
 
Metabolismo Humano 
 
Varia de acordo com condições ou circunstâncias: 
* até os 5 anos de idade é o dobro; 
* dos 20 aos 40 anos praticamente o mesmo; 
* durante a digestão sofre considerável acréscimo dependendo do 
alimento (pequeno para açúcar e gorduras e elevado para proteínas); 
* em estado de desnutrição é diminuído; 
* em estado patológico pode aumentar ou reduzir; 
 
 
 
* em condições de temperaturas baixas ou elevadas podem aumentar ou 
reduzir devido ao sistema de operação de regulação térmica do 
organismo; 
* em atividades que requerem esforços físicos aumentam o metabolismo; 
* em atividades intelectuais não influi praticamente sobre o consumo de 
energia. 
 
Baseado nestes princípios podemos ter uma melhor avaliação dos estudos 
e resultados apresentado pela NR 15 Anexo 3 Quadro 3, que apresenta as 
taxas de metabolismo humano, segundo a ABNT. 
 
 
Temperatura 
 
O corpo humano apresenta um equilíbrio homeotérmico, ou seja, mantem 
o equilíbrio térmico em várias temperaturas embora não em perfeito bem-
estar, entretanto, a condição de maior receptividade é aquela sensação 
em que a velocidade do ar entre 0,1 a 0,15 m/s bom saturamento de 
umidade, proporcionando a mesma sensação de calor ou frio que o 
ambiente em consideração; - a esta condição definimos com temperatura 
efetiva. 
Portanto estas condições devem ser avaliadas nos ambientes onde as 
atividades então sendo desenvolvidas e na vestimenta do usuários para 
verificar as condições de conforto térmico. 
 
Um dos métodos para melhorar as condições de conforto térmico em uma 
atividade é a aplicação de ventilação ao renovação do ar , que conforme já 
foi citado promove redução de temperatura. 
 
A NR 15 Anexo 3 Estabelece Limites de tolerância para exposição de calor 
Através do Índice de Bulbo Úmido, termômetro de Globo IBUTG 
 
 
 
 
Definido: 
 
- ambiente internos e externo sem carga solar 
 
 IBUTG = 0,7 tm +0,3 tg 
 
- ambiente externo com carga solar 
 
IBUTG = 0,7 tun + 0,1 ts + 0,2 tg 
 
Onde: 
 
tm – temperatura de bulbo úmido natural 
tg – temperatura de globo 
ts- temperatura de bulbo seco 
 
 
 
De acordo com estas condições a NR 15 estabelece os Limites de 
Tolerância para exposição ao calor em regime de trabalho intermitente 
com períodos de descanso no mesmo local de trabalho tabela acima. 
 
 
Necessidades humanas de ventilação 
 
 
 
A ventilação de residências, espaços comerciais e escritórios é necessária 
para controlar odores corporais, fumaça de cigarro, odores de cozinha e 
outras impurezas odoríficas, e não para manter a quantidade necessária 
de oxigênio ou remover o Dióxido de carbono produzido pela respiração. 
Isso é verdadeiro, pois a construção padrão de edifícios para ocupação 
humana não pode prevenir a infiltração ou a saída de quantidades de ar, 
mesmo quando todas as janelas, portas e aberturas no forro estiverem 
fechadas. Dados públicos dos sobre as quantidades de ar, normalmente 
disponíveis pela ventilação natural ou infiltração, indicam que a sufocação 
por deficiência de oxigênio ou excesso de gás carbônico, como resultantes 
da respiração humana, é potencialmente impossível em construções não 
subterrâneas. 
 
 
 
 
 
13.4 Classificação dos sistemas de ventilação Para a classificação 
dos sistemas de ventilação é preciso levar em conta a finalidade a que se 
destinam. Dessa forma, os objetivos da ventilação são: 
a) Ventilação para Manutenção do conforto 
Restabelecer as condições atmosféricas num ambiente alterado pela 
presença do homem. Refrigerar o ambiente no verão e aquecer o 
ambiente no inverno. 
 
b) Ventilação para manutenção da saúde e segurança do homem 
Reduzir concentrações no ar de gases vapores, Aerodispersóides em geral, 
nocivos ao homem, até que baixe a níveis compatíveis com a saúde. 
Manter concentrações de gases, vapores e poeiras inflamáveis ou 
explosivos fora das faixas de inflamabilidade ou de explosividade. 
c) Ventilação para conservação de materiaise equipamentos (por 
imposição tecnológica). 
Reduzir aquecimento de motores elétricos, máquinas, etc. 
Isolar cabines elétricas, não permitindo entrada de vapores, gases ou 
poeiras inflamáveis, com a finalidade de se evitar explosão, por meio de 
faíscas elétricas. 
Manter produtos industriais em armazéns ventilados, com o fim de se 
evitar deterioração. 
Tipos de ventilação 
Os tipos de ventilação, empregados para qualquer finalidade, são assim 
classificados: 
a) Ventilação natural. 
b) Ventilação geral 
c) Ventilação geral para conforto térmico. 
 
 
 
d) Ventilação geral diluidora 
e) Ventilação local exaustora (Sistema) 
 
13.5 SISTEMAS DE VENTILAÇÃO 
 
Os sistemas que requerem qualquer tipo de renovação do ar são 
classificados basicamente em: 
 
- ventilação natural ou espontânea; 
- ventilação artificial, forçada o mecanizada. 
 
A ventilação natural ou espontânea 
Tem como parâmetros de contorno as diferenças de pressões naturais 
promovidas pelos ventos e gradientes de temperaturas, esta renovação é 
realizada através das aberturas dos ambientes. Neste processo obtém-se 
baixo índice de renovação. Este tipo de ventilação atente a ambiente 
(recintos) de baixas concentrações de contaminantes no ar. 
 
A ventilação artificial, forçada ou mecanizada 
Neste processo requer utilização de recursos mecânicos para promover 
maior arraste do ar do ambiente. Este tipo de ventilação pode ser geral 
diluidora o local exaustora ou simplesmente exaustora e diluidora. 
 
Ventilação Geral Diluidora 
Processo em que a ar puro se mistura com o ar ambiente contaminado 
diluindo-o seus contaminantes antes de ser retirada do recinto, a diluição 
reduz as concentrações elementos indesejáveis. 
 
 
 
 
Ventilação Diluidora por Exaustão 
Processo em que preferencialmente o ar contaminado ou quente é 
retirado do recinto , permitindo que o ar puro entre no recinto através de 
aberturas, este processo é amplamente utilizado em fabricas na qual a 
ambiente atmosférico apresenta altos índices de concentrações, nos casos 
de fundições, cabines de pinturas, jateamento, fornos etc. 
 
Quando o ar ambiente é limpo e necessita apenas de renovação para 
conforto e evitar contaminantes externos, utiliza o processo de 
insuflamento e filtragem, áreas administrativas, áreas climatizadas, bancos 
etc. o insuflamento promove uma diferença de pressão do ambiente 
externo com o interno deste modo arrastando melhorando conforto no 
ambiente principalmente térmico e umidade. 
 
Quando há restrições nas saídas devido a sobre pressão elevada 
dificultando até aberturas de portas é conveniente utilizar sistema misto 
com exaustão simultânea. 
 
Ventilação Local Exaustora. 
Nos casos em que os contaminantes estão concentrados ou localizados 
trataremos como captação (captores) forçando a retirada antes que este 
atinjam a todo ambiente classificados como local exaustora, ficando assim 
mais econômico, caso típico em laboratório, restaurantes, churrascarias 
(coifas), pequenas cabines de pinturas, capelas de laboratórios, etc. 
 
Métodos de Distribuição do Ar 
Para os processos citados podemos com relação a renovação distribuir o ar 
no recinto de varias maneiras conforme as condições apropriadas do 
recinto, definidas pelo projeto seja arquitetônico ou de planta industrial. 
- distribuição de cima para baixo 
 
 
 
- distribuição para baixo e para cima 
- distribuição de baixo para cima 
- distribuição cruzada 
- distribuição mista 
- distribuição especial em duto, em minas ou espaços confinados. 
 
 
Distribuição de Cima para Baixo 
Neste processo o ar e introduzido pela parte superior do recinto e retirado 
pela parte inferior, tem a vantagem de não permitir poeira no recinto, 
antecipara a mistura contaminante com o ar ambiente, funciona como 
fluxo pistão empurrando o ar para saídas mais próximas evitando curto 
circuito, ou turbulência. 
 
Distribuição para Baixo e para Cima 
Neste processo o ar é introduzido e retirado pela parte superior, 
basicamente dois tipos são usualmente utilizados: 
 
- entrada superior formando jato (fluxo) circulatório em todo recinto 
com saída (grades de insuflamento) próxima da entrada. 
 
- boca de insuflamento no teto, ocorre quanto o ponto de entrada e 
saída estão próximas empurrando o ar para baixo formando uma mistura 
e retirando o ara por insuflamento no centro da boca, típicos de lojas, 
bancos etc.. 
 
Distribuição de baixo para Cima 
O processo em que o ar é empurrado para cima pelas laterais do recinto e 
retirado por pontos no teto, adotado em ambiente com carga térmica 
 
 
 
significativa, que com o aumento de temperatura a ar de menor densidade 
tende a subir, ótimo para arraste de calor de insolação de cobertura. As 
sobre pressão devem ser avaliadas para evitar dificuldade de aberturas de 
portas e janelas adotar entorno de 10N/m² (1 Kg/m²). 
 
Distribuição Cruzada 
Os pontos de entrada e saída (de insuflamento) ficam em lados opostos 
situados pela parte superior do recinto, formando um fluxo dentro do 
recinto, processo utilizado em pequenos recintos devido a sua eficiência. 
 
 
Distribuição Mista 
Processo utilizado em recintos em existem vários comportamentos na 
atividade e os contaminantes não apresentam uniformidades a 
combinação de distribuição permite insuflar tanto para cima como para 
baixo o ponto de insuflamento fica normalmente em altura mediana. 
 
Distribuição em Minas ou Dutos 
Utiliza técnica especial mecanizada para renovação do ara ambiente, neste 
caso a ventilação pode ser a combinação de todos os casos citados, 
levando-se em consideração, tipo de contaminante, área, distanciamento 
até o ponto de descarte do ar, temperatura, pressão etc. 
 
Ar condicionado 
Evidentemente, o ar pode ser condicionado artificialmente. Segundo 
definição da American Society of Heating, Refrigeratind and Air 
Conditioning Engineers (ASHRAE), "ar condicionado e o processo de 
tratamento do ar de modo a controlar simultaneamente a temperatura, a 
umidade, a pureza e a distribui, para atender as necessidades do recinto 
condicionado", ocupado ou não pelo homem. As aplicações do ar 
 
 
 
condicionado são inúmeras, podendo ser citadas, entre outras, as 
seguintes: a) Processos de fabricação de certos produtos que devem ser 
feitos em recintos com umidade, temperatura e pureza controladas; por 
exemplo, fabricação de produtos farmacêuticos, alimentícios, impressão de 
cores, industrias testeis, de solventes, etc. b) Conforto do indivíduo e 
produtividade. c) Hospitais: salas de operação, salas de recuperação e 
quartos para tratamento de doentes alérgicos, etc. 
As aplicações do ar condicionado são inúmeras, podendo ser citadas, entre 
outras, as seguintes: 
a) Processos de fabricação de certos produtos que devem ser feitos em 
recintos com umidade, temperatura e pureza controladas; por exemplo, 
fabricação de produtos farmacêuticos, alimentícios, impressão de cores, 
industriais testeis, de solventes, etc. 
b) Conforto do indivíduo e produtividade. 
c) Hospitais: salas de operação, salas de recuperação e quartos para 
tratamento de doentes alérgicos, etc. 
 
 
13.6 Orientações para o Cálculo de Instalação de Ventilação 
Mecanizada 
 
Para calcular as instalações de ventilação mecanizada é importante que o 
Engenheiro de Segurança do Trabalho verifique corretamente o 
dimensionamento de seus elementos e a determinação das perdas de 
cargas com objetivo de determinar a potência mecânica de acionamento 
do motor para promover a renovação do arambiente. Este é, com 
certeza, o grande objetivo. 
 
 
 
 
O dimensionamento dos diversos elementos está ligado diretamente à 
vazão, velocidade e áreas de entrada e saída do Ar. 
 
Com a equação geral Q = AV 
 
Q – vazão em m³ / h 
 
A – área em m² 
 
V – velocidade em m / s 
 
Para o cálculo normalmente necessitamos de determinar a área de 
ventilação que chamaremos de (Ω) m² 
 
Ω = Q m³/h . (m²) 
 V 3600 m/s 
 
 
A vazão (Q) é calculada em função determinada pela necessidade da 
renovação do ar, nestes cálculos devem-se ter precauções com arraste de 
poeiras, gotas, perdas de cargas, deslocamento excessivo de ventos, a 
velocidade do ar atendida conforme NR e NB 10 da ABNT. 
 
Bocas de Insuflamento ou Difusores 
 
Temos: 
 
Para parede 
- grades de palhetas horizontais e verticais fixas 
- grades de palhetas horizontais e verticais flexionadas em um 
sentido 
 
 
 
- grades de palhetas horizontais e verticais flexionadas em duplo 
sentido 
 
Para tetos 
- difusores de placas perfuradas 
- grades que jogam o ara horizontalmente 
- difusores com anéis ou palhetas embutidas sem indução 
- difusores com anéis ou palhetas em degrau 
- difusores com iluminação no centro. 
 
Os tipos de difusores atendem a cada necessidade em função da indução 
necessária no ambiente. 
 
Existem no mercado difusores com seções diferentes adaptado a varias 
vazões que atendem satisfatoriamente, basta que o projetista determine a 
vazão de insuflamento. 
 
 
Ventilação Local Exaustora 
 
A ventilação local exaustora tem como objetivo principal captar os 
poluentes de uma fonte (gases, vapores ou poeiras toxicas) antes que os 
mesmos se dispersem no ar do ambiente de trabalho, ou seja, antes que 
atinjam a zona de respiração do trabalhador. A ventilação de operações, 
processos e equipamentos, dos quais emanam poluentes para o ambiente, 
é uma importante medida de controle de riscos. De forma indireta, a 
ventilação local exaustora também influi no bem-estar, na eficiência e na 
segurança do trabalhador, por exemplo, retirando do ambiente uma 
parcela do calor liberado por fontes quentes que eventualmente existam. 
Também no que se refere ao controle da poluição do ar da comunidade, a 
ventilação local exaustora tem papel importante. A fim de que os 
 
 
 
poluentes emitidos por uma fonte possam ser tratados em um 
equipamento de controle de poluentes (filtros, lavadoras, etc.), eles têm 
de ser captados e conduzidos a esses equipamentos, e isso, em grande 
numero de casos, é realizado por esse sistema de ventilação. Veja a 
ilustração abaixo. 
 
 
 
 
 
 
Um sistema de ventilação local exaustora deve ser projetada dentro das 
princípios de engenharia, ou seja, de maneira a se obter maior eficiência 
com o menor custo possível. Por outro lado devemos lembrar sempre que, 
na maioria das casos, o objetivo desse sistema é a proteção da saúde do 
homem; assim, este fator deve ser considerado em primeiro lugar, e todos 
os demais devem estar condicionados a ele. Muitas vezes, a instalação de 
um sistema de ventilação local exaustara, embora bem dimensionada, 
pode apresentar falhas que a tornem inoperante, pela não observância de 
regras básicas na captação de poluentes na fonte. O enclausuramento de 
operações ou processos, a direção do fluxo de ar, entre outros fatores, são 
condições básicas para uma boa captação e exausto dos poluentes Como 
 
 
 
exemplo, a Figura a seguir, ilustra a maneira correta de se proceder, 
comparada com as situações que tornam a exaustão inoperante, nos casos 
específicos de descarregamento de correias transportadoras e tanques de 
lavagem. 
 
 
 
Os captores envolvem todo o sistema não permitindo emissões fugitivas 
formando correntes de fluxo ascendente. 
 
Dependendo das concentrações não é permitido o lançamento para 
atmosfera, pois pode atingir a circunvizinhança, tendo assim a 
necessidade de instalações de filtros ou dispositivos para reduzir as 
emissões atmosféricas. Ex. cortina de água, filtros de carvão, filtros de 
manga etc. 
 
Equipamentos básicos do sistema de ventilação local exaustora: 
1) captores 
2) coletores (ciclones) alguns resíduos ficam retidos 
 
 
 
3) ventiladores 
4) motores de acionamento 
5) duto de canalização do ar contaminado 
6) duto de saída do ar contaminado 
7) dispositivos auxiliares de controle para descarte 
 
Captores 
 
São pontos de captura de poluentes, que, dimensionados 
convenientemente para uma fonte poluidora , irão enclausurar parte da 
fonte e, com um mínimo de energia ,consegue-se a entrada destes 
poluentes para o sistema de exaustão. Esses captures devem induzir, na 
zona de emissão de poluentes, correntes de ar em velocidades tais que 
assegurem que os poluentes sejam carregados pelas mesmas para dentro 
do captor. Em casos especiais, formas de captores devem ser desenhadas. 
Usualmente as dimensões do processo ou operação determinam as 
dimensões do captor e sua forma. Vários tipos de captores são utilizados 
nas mais diversas aplicações industriais 
No conjunto do sistema de ventilação local exaustora os captores ficam 
instalado próximos a fonte de contaminação de modo a arrastar todo ar 
contaminado, no projeto deve se ter preocupação com a velocidade de 
captação próxima a boca do captor ou zona de captação. 
 
 
 
 
 
 
Qualidade dos captores 
- envolver toda fonte contaminante ( baixa velocidade c’) 
- ter mínima seção de boca possível 
- aproveitar em seu desempenho o movimento inicial das partículas ao 
serem geradas 
- facilidade para operador 
- facilidade de manutenção e limpeza 
 
Obs: O bom dimensionamento do captor reduz a potencia mecânica 
instalado. 
 
Tipos de Captores 
- capelas 
- coifas 
- fendas 
- captores de politrizes esmeril 
- campânulas 
- simples bocas 
 
 
 
Capelas – armários normalmente usados em laboratórios 
Coifas – captores para arraste de gases ou vapores ; fogões, forjas, fornos 
etc 
Fendas – captores para gases ou vapores emitidos por tanques de banhos, 
instalados sobre o tanque com saída de arraste fora de centro pela lateral, 
a fenda cobre toda superfície do tanque 
Captores de politrizes e esmeris – envolvem motores (rotores) permitindo 
captura do abrasivo e do material de corte ou desbasto 
Campânula – simples caixa que envolve o equipamento, usado em 
serraria, ensacadeiras e etc. 
Simples boca – apenas abertura onde entra o ara ambiente. 
 
Ventiladores 
São os responsáveis pelo fornecimento de energia ao ar, com a finalidade 
de movimenta-lo, quer seja em ambientes quer seja em sistema de dutos. 
A função básica de um ventilador é, pois, mover uma dada quantidade de 
ar por um sistema de ventilação a ele conectado. Assim o ventilador deve 
gerar uma pressão estática suficiente para vencer as perdas do sistema e 
uma pressão cinética para manter o ar em movimento. 
Basicamente, há dois tipos de ventiladores: os axiais e os centrífugos, 
conforme as figuras abaixo. 
 
 
 
 
 
O ventilador de hélice consiste em uma hélice montada muna armação 
de controle de fluxo, com o motor apoiado por suportes normalmente 
presos à estrutura dessa armação. O ventilador é projetado para 
movimentar o ar de um espaço fechado a outro a pressões estáticas 
relativamente baixas. O tipo de armação e posição da hélice tem 
influência decisiva no desempenho do ar e eficiência do próprio 
ventilador. 
 
Um ventilador centrífugo consiste em um rotor, uma carcaçade 
conversão de pressão e um motor. O ar entra no centro do rotor em 
 
 
 
movimento na entrada, e acelerado pelas palhetas é impulsionado da 
periferia do rotor para fora da abertura de descarga. 
 
Já vimos que a vazão varia com a rotação, que a pressão desenvolvida 
varia com o quadrado da rotação e que a potência varia com o cubo da 
rotação. Essas relações, acrescidas das que mostram a variação da 
vazão, da pressão e da potência, com a densidade do fluido e o tamanho 
do ventilador, constituem as chamadas leis dos ventiladores. Usaremos a 
seguinte nomenclatura: D = diâmetro de ventilador (pés); Q = vazão 
exaurida (pés /min) pressão estática (pol. de H20); SP = rotações por 
minuto; HP = potência transferida ao fluido (em horse power); = 
capacidade do ventilador (lb./min); = densidade do fluido gasoso 
(lb./pe³); = eficiência mecânica do ventilador. 
 
Dados necessários para a seleção correta de um ventilador 
Capacidade ou Vazão? 
Pressão Estática ou Total? 
Potência Absorvida? 
O ventilador será centrífugo ou axial? 
Pode ser silencioso, de médio ou alto ruído? 
Vai aspirar ar limpo, sujo, com pós, fiapos ou corrosivos? 
Sendo corrosivo, quais são os agentes? 
Qual a temperatura do ar aspirado? 
Qual o diâmetro da peça onde vai ser ligado o ventilador, se for o caso? 
 
 
 
Trata-se de instalação de ventilação para fins de conforto ou para fins de 
aspiração de poeiras, ou troca de calor, ou de ar condicionado, civil ou 
industrial, ou torres de arrefecimento de água, ou de cabine de pintura? 
Não sabendo a capacidade, indicar o volume do ambiente, o numero de 
pessoas presentes, a potência instalada, os Kg/Hora de óleo queimado, 
etc. 
No caso de o ventilador ser centrífugo, indicar a posição da boca de saída, 
olhando do lado do motor ou da polia. 
Qual é o diâmetro e o comprimento dos dutos onde vai ser ligado o 
ventilador? 
Quantas curvas tem esse duto? 
Esse duto termina na atmosfera ou dentro de una máquina? Como se 
chama essa máquina? 
 Se vai aspirar de una coifa ou captor, quais as suas dimensões? 
 
 
 
Dados necessários para a seleção correta de um ventilador 
Capacidade ou Vazão? 
Pressão Estática ou Total? 
Potência Absorvida? 
O ventilador será centrífugo ou axial? 
Pode ser silencioso, de médio ou alto ruído? 
Vai aspirar ar limpo, sujo, com pós, fiapos ou corrosivos? 
Sendo corrosivo, quais são os agentes? 
Qual a temperatura do ar aspirado? 
Qual o diâmetro da peça onde vai ser ligado o ventilador, se for o caso? 
Trata-se de instalação de ventilação para fins de conforto ou para fins de 
aspiração de poeiras, ou troca de calor, ou de ar condicionado, civil ou 
industrial, ou torres de arrefecimento de água, ou de cabine de pintura? 
Não sabendo a capacidade, indicar o volume do ambiente, o numero de 
pessoas presentes, a potência instalada, os Kg/Hora de óleo queimado, etc. 
No caso de o ventilador ser centrífugo, indicar a posição da boca de saída, 
olhando do lado do motor ou da polia. 
Qual é o diâmetro e o comprimento dos dutos onde vai ser ligado o 
ventilador? 
Quantas curvas tem esse duto? 
Esse duto termina na atmosfera ou dentro de una máquina? Como se 
chama essa máquina? 
Se vai aspirar de una coifa ou captor, quais as suas dimensões? 
 
 
 
No caso de substituição de ventilador existente, indicar: Motor = 
Potência.........HP; RPM . . .; Volts............. Transmissão direta ou por polia? 
. . . . . ; Material de que é feito. 
 
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