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RELATÓRIO DE ECOLOGIA


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UNIVERSIDADE FEDERAL DA FRONTEIRA SUL
CAMPUS CHAPECÓ
CURSO ENGENHARIA AMBIENTAL E SANITÁRIA
DISCIPLINA: ECOLOGIA APLICADA
PROFº: GERALDO COELHO
RELATÓRIO VISITA DE CAMPO AO INSTITUTO GOIO-EN
Luciane Rodrigues Adorno 
 Valeria Paola Foschera
Chapecó
2017
O presente trabalho tem por objetivo relatar uma visita de campo feita ao Instituto Goio-En, instalado no município de Águas de Chapecó pela turma de Ecologia Aplicada – 2ª fase – Engenharia Ambiental e Sanitária da Universidade Federal da Fronteira Sul no dia 28/11/2017. No decorrer do trabalho foram relatados aspectos sobre os peixes nativos do Rio Uruguai, como esses peixes nativos podem ser considerados como bioindicadores no sul do Brasil e sobre os peixes exóticos que podem ser considerados invasores e quais são os seus prejuízos para os ecossistemas no sul do País.
Sobre o local da visita de campo, o Instituto Goio-En realiza diversas pesquisas que estão relacionadas aos peixes presentes na bacia hidrográfica do Rio Uruguai, que é a maior bacia hidrográfica de Santa Catarina e essa tem uma grande diversidade de peixes e é formada pelo Rio Uruguai e seus afluentes. O Instituto Goio-En garante a preservação das espécies nativas do Rio Uruguai, que servem como a principal fonte de alimento da população dessa região. 
Esse instituto mantém um Projeto de Preservação de Peixes Migradores do Rio Uruguai (Projeto Piraqué), que possui uma importante estação de criação de peixes que monitora a água e faz o controle das diversas espécies, onde permite que seja realizada a criação, o crescimento e o armazenamento dos peixes. 
Possui diversas espécies migratórias do Rio Uruguai e entre seus diversos estudos e aprimoramento de tecnologias, contribui para a economia com o incentivo da atividade pesqueira da região juntamente considerando os aspectos da preservação do meio ambiente. 
Em relação as espécies migratórias do Rio Uruguai que são reproduzidos pelo Projeto de Preservação de Peixes Migradores do Rio Uruguai, essas espécies são utilizadas para um repovoamento do rio e contribuem para um desenvolvimento maior de pesquisas e tem grande potencial para cultivo. 
Segundo o Instituto Goio-En entre as espécies que são reproduzidas pelo projeto, encontram-se o Dourado - Salminus brasiliensis que entre as suas principais características é um peixe predador de grande porte que tem o hábito alimentar carnívoro, de acordo com o seu nome tem uma coloração dourada com listras pretas nas laterais do corpo, por esse motivo também é conhecido por muitos como tigre do rio.
 Fonte: Instituto Goio-En
Figura 1: Dourado - Salminus brasiliensis
O Curimbatá – Prochilodus lineatus também presente, tem uma coloração prateada e com grandes escamas e uma de suas características marcante é o formato de sua boca que é protrátil e com seus pequenos dentes raspam a matéria orgânica que acaba servindo como seu alimento.
 Fonte: Instituto Goio-En
Figura 2: Curimbatá – Prochilodus lineatus
Encontra-se presente também o Jundiá - Rhamdia quelen que apresenta um rápido crescimento grande quantidade de gordura e poucas espinhas, é um peixe de couro que tem o hábito alimentar onívoro, ou seja, tem uma alimentação diversificada, se alimenta tanto de matéria vegetal como também se alimenta de matéria animal. Tem uma coloração com tons marrons e pequenas manchas arredondadas pretas, o que se assemelha muito as onças, por esse motivo é muito conhecido como peixe – onça.
 Fonte: Instituto Goio-En
Figura 3: Jundiá - Rhamdia quelen
O Projeto Piraqué realiza a análise das rotas migratórias onde obtém informações de como é o processo de deslocamento desses peixes, e com isso é possível saber quais são as melhores medidas que podem ser utilizadas para garantir a preservação desses peixes. Segundo o Instituto Goio-En essa atividade também garante avaliar os impactos dos empreendimentos hidrelétricos que atuam sobre as principais espécies migratórias de peixes.
O processo ocorre onde após a captura dos peixes esses são marcados pela equipe do projeto e os peixes que apresentam as melhores condições físicas são selecionados e anestesiados para ser possível realizar a sua medição e a obtenção do seu peso, nesses são inseridos uma marcação plástica que contém uma numeração que serve para o reconhecimento e identificação, depois de marcados os peixes são soltos novamente no rio. O processo onde os peixes são capturados novamente ocorre tanto pelos pesquisadores como também pelos próprios pescadores da região, como um incentivo para a devolução das marcas, os pescadores acaba recebendo brindes quando devolvem as mesmas.
Com a realização desse procedimento é possível verificar e registrar o estado de conservação e analisar a ictiofauna, que é todo o conjunto das espécies de peixes que existem, onde são analisadas as rotas utilizadas pelos grandes peixes migradores assim conseguem avaliar as áreas de reprodução e as áreas onde são colocados seus ovos. 
 Fonte: Instituto Goio-En
Figura 4: Marca com numeração utilizada na identificação dos peixes
 Os peixes podem ser utilizados como bioindicadores da qualidade das condições ambientais pois esses são sensíveis as perturbações acabam refletindo e respondendo as transformações presentes como em casos de contaminações. O termo “bioindicadores” pode ser definido como a escolha de espécies dada sua sensibilidade ou tolerância a diversos tipos de alterações ambientais, geralmente causadas por ações antropogênicas, como poluição orgânica, assoreamento, construção de barragens, pesca predatória entre outros (Washington, 1984, Agostinho et al., 2005).
 Com a análise da qualidade do peixe coletado é possível também verificar a qualidade da água com a observação da concentração de metais pesados que se encontram presentes no tecido muscular desses peixes, isso influencia e contribui para propor medidas que ajudem a mantém uma boa qualidade da água e do pescado.
 Com relação aos peixes exóticos que podem ser considerados invasores e o seu prejuízo para os ecossistemas, pode-se dizer que o cultivo de espécies de peixes exóticas tem grande predominância em Santa Catarina, esses podem ser considerados como invasores e acabam gerando prejuízos para o ecossistema do sul do Brasil. 
 Referente aos prejuízos causados pela introdução de peixes em ambientes onde não são nativos, essas espécies exóticas se adaptam onde foram introduzidas e como não possuem predadores naturais se multiplicam rapidamente e acabam por afetar de forma negativa o ambiente, pois nesse sentido competem por alimento ou acabam se alimentando dos mesmos e competem por espaço com os seres que já estavam ali presentes, quando essas espécies escapam da sua área de criação para os rios, podem espalhar doenças e causar uma ameaça da conservação da diversidade. Assim na piscicultura ocorre uma grande preocupação na proteção, para que se evite que esses peixes escapem e gerem problemas ambientais.
 Em ambientes aquáticos, espécies introduzidas, em particular os peixes, podem causar alterações no hábitat (revolvimento do fundo, alterações de transparência, entre outras) e na estrutura da comunidade, hibridização, perda do patrimônio genético original, alterações tróficas e introdução de doenças e parasitas (Taylor et al., 1984)
 É valido ressaltar que não são todas as introduções de espécies que causam problemas e prejuízos, mas a grande maioria causa, onde além dos problemas causados no meio ambiente que são percebidos desde cedo, ou seja, à curto prazo, muitos problemas causados pelas introduções podem só serem percebidos pelapopulação à longo prazo, onde as mudanças só serão percebidas ao longo do tempo. Assim é muito comum que o reconhecimento dessas mudanças e prejuízos só sejam reconhecidos em estados muito avançados onde é possível que os danos sejam de difícil reversão, ou até mesmo irreversíveis.
Referências bibliográficas:
AGOSTINHO, A.A.; THOMAZ, S.M. & GOMES, L.C. Conservação da biodiversidade em águas continentais do Brasil. Megadiversidade, v.1, n.1. 70 - 78, 2005.
ARIAS, A.R.L; BUSS, D.F.; ALBUQUERQUE, C.; INÁCIO A.F.; FREIRE, M.M.; EGLER, M. Utilização de bioindicadores na avaliação de impacto e no monitoramento da contaminação de rios e córregos por agrotóxicos. Ciência, saúde coletiva, Rio de Janeiro, v.12, n.1, 61-72, 2007.
INSTITUTO GOIO-EN (Chapecó/SC). ESTUDO DOS PEIXES. Disponível em: <http://www.institutogoioen.org.br/index.php>. Acesso em: 09 dez. 2017.
PETRY, A. C.; THOMAZ, S. M.; ESTEVES, F. DE A. Comunidade de peixes. In: Esteves, F. de A. (coord.) Fundamentos de Limnologia. 3. Ed. Rio de Janeiro: Interciência, 2011, p. 609-624.
VIEIRA, D. B. & SHIBATTA, O. A. 2007. Peixes como indicadores da qualidade ambiental do ribeirão esperança, município de Londrina, Paraná, Brasil.  Biota Neotropica Vol. 7, No. 1. < http://www.redalyc.org/html/1991/199114289008/ >. Acesso em: 09 dez. 2017.
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