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#Hipertexto2013 l 1 Catalogação na publiCação (Cip) FiCha CatalográFiCa produzida pelo editor exeCutivo X3 Xavier, Antônio Carlos. Aprendizagem móvel dentro e fora da escola: livro de resumos. 5º Simpósio Hipertexto e Tecnologias na Educação e 1º Colóquio Internacional de Educação com Tecnologias / Antônio Carlos Xavier; Alex Sandro Gomes [orgs.]. - Recife: Pipa Comunicação, 2013. 248p. ISBN 978-85-66530-25-4 1. Educação. 2. Tecnologias. 3. Aprendizagem móvel. 4. Escola. 5. Hipertexto. I. Título. 370 CDD 37 CDUc.pc: 16/13ajns antonio CarloS xavier e alex Sandro gomeS (.ORGS) pipa ComuniCação RECIFE - 2013 Recife. Outubro, 2013 © Este livro poderá sofrer ajustes. 5º SimpóSio hipertexto e teCnologiaS na eduCação 1º Colóquio internaCional de eduCação Com teCnologiaS Aprendizagem móvel dentro e fora da escola Entidades organizadoras Núcleo de Estudos de Hipertexto e Tecnologia Educacional (NETHE/UFPE) Grupo Ciências Cognitivas e Tecnologia Educacional (CCTE/UFPE) Programa de Pós-Graduação em Letras (PPGL/UFPE) Programa de Pós-Graduação em Ciências da Computação (Cin/UFPE) apoiadoreS Universidade Federal de Pernambuco (UFPE); Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação (Propesq/UFPE); Pró-Reitoria de Extensão (Proext/ UFPE); Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES); Fundação de Amparo à Ciência e Tecnologia do Estado de Pernambuco (FACEPE); Editora Universitária (UFPE); Departamento de Letras (UFPE); Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação; Secretaria de Ciência e Tecnologia (SECTEC/PE); Porto Digital; Pipa Comunicação; Redutech; Associação Brasileira de Estudos de Hipertexto e Tecnologia Educacional (ABEHTE). equipe de organização Prof. Dr. Antonio Carlos Xavier – Coordenador – Nehte/UFPE Prof. Dr. Alex Sandro Gomes – Coordenador – CCTE/UFPE Profa. Dra. Fatiha Parahyba – Letras/UFPE Profa. Dra. Joice Armani Galli – Nehte/UFPE Profa. Dra. Simone Aubin – Nehte/UFPE Profa. Ms. Simone Reis – Nehte/UFPE Prof. Ms. Luis Carlos de Castro – Nehte/UFPE Karla Vidal - Pipa Comunicação Augusto Noronha - Pipa Comunicação marCa, divulgação e ComuniCação geral Pipa Comunicação ComiSSão CientíFiCa Prof. Dr. Alberto Poza (UFPE); Profª. Drª. Ana Beatriz Gomes (EDUMATEC/UFPE); Prof. Dr. Artur Stamford da Silva (UFPE); Profª. Drª. Evandra Grigolleto (UFPE); Profª. Drª. Fabiana Komesu (Unesp/SP); Prof. Dr. Lafayette Batista Melo (IFET/ PB); Prof. Dr. Lourival Holanda (UFPE); Prof. Dr. Luiz Fernando Gomes (Uniso/ SP); Prof. Dr. Paulo Gileno Cysneiros (UFPE); Prof. Dr. Sébastien Joachin (UFPE/ UEPB); Profª. Drª. Vera Menezes (UFMG). Capa, projeto gráFiCo e diagramação Karla Vidal e Augusto Noronha (Pipa Comunicação - www.pipacomunicacao.net)So br e o ev en to apresentação Mais uma vez com muita satisfação nos dirigimos aos participantes do 5º Simpósio de hipertexto e tecnologias educacionais para anunciar-lhes as atrações deste evento, que já faz parte do calendário de atividades acadêmicas brasileiras. Este ano o Simpósio recebe o reforço do 1º Colóquio internacional de educação com tecnologias. O tema central desta edição é Aprendizagem móvel dentro e fora da escola. E para nos ajudar a pensar como utilizar as mídias móveis para “alavancar” a educação brasileira, convidamos renomados pesquisadores nacionais e internacionais sobre a temática. Estudiosos experientes vindos dos Estados Unidos da América, França e Portugal e pensadores brasileiros estarão reunidos proferindo conferências, debatendo em mesas-redondas e lecionando oficinas nos dois grande eventos simultâneos. Professores e estudantes vindos de 24 Estados da Federação, somando um total de mais de 600 apresentadores expondo 435 trabalhos acadêmicos no total, buscarão encontrar modelos de integração das novas tecnologias ao cotidiano escolar que estejam “antenados” com as expectativas dos aprendizes do século XXI. Complementando à programação científica, os 10 melhores trabalhos classificados no Prêmio Artes digitais e Tecnologias Educacionais poderão ser conhecidos pelo público ao visitarem os stands em que os trabalhos estarão expostos. Os dois primeiros vencedores receberam a hospedagem para os três dias do evento por conta do Simpósio, bem como um valor em dinheiro. O objetivo do Prêmio é desvelar virtuoses do mundo digital seja no desenvolvimento de aplicativos pedagógicos, seja na criação de formas fruídas e estéticas de bom gosto sobre suporte digital. Mais de 150 pessoas estarão trabalhando para fazer deste evento um grande acontecimento científico, artístico e cultural para todos os que vierem participar. Ao final do evento, será divulgado o ganhador do Troféu Luiz Antonio Marcuschi para o melhor trabalho de Iniciação Científica aos estudantes apresentadores de pôsteres digitais. Logo após a premiação, haverá o sorteio de brindes, entre eles um Ipad Mini. Fechando em grande estilo o evento, os congressistas terão o privilégio de participar do show acústico de um dos maiores nomes da cultura musical nordestina e brasileira, o forrozeiro Maciel Melo. Como você pode já percebeu, sua presença e a programação preparada farão deste evento novamente um verdadeiro sucesso em todos os aspectos. Seja bem-vindo! antonio Carlos xavier e alex Sandro gomes Cordenadores tá no Facebook? Então curta e faça check-in! simposiohipertexto vai tuítar? use a hashtag: #hipertexto2013 #hipertexto2013 #Hipertexto2013 l 7 Síntese Programa 13/11/2013 7h às 9h – Credenciamento e entrega de material (Cecon/UFPE) 9h – Cerimônia de Abertura – Mesa com autoridades acadêmicas (Cecon/UFPE) 9h15 – Conferência de Abertura – JIM LENGEL – NEW YORK – EUA (Cecon/UFPE) 10h – Coquetel de abertura e Lançamento de Livros (Cecon/UFPE) 10h30 – Sessões de Comunicação Oral (Cecon/UFPE, BC/UFPE e NIATE/UFPE) 12h30 – Almoço 13h30 às 15h30 – Sessões de Comunicação Oral (Cecon/UFPE, BC/UFPE e NIATE/UFPE) 15h30 às 17h – Sessões de Comunicação Oral (Cecon/UFPE) 15h30 às 17h – Mesas-Redondas (Cecon/UFPE, BC/UFPE e NIATE/UFPE) 17h às 18h – Conferência – LUCIANO MEIRA – UFPE (Cecon/UFPE) 18h às 19h30 – Oficinas (Cecon/UFPE e NIATE/UFPE) 14/11/2013 8h às 9h40 – Sessões de Comunicação Oral (Cecon/UFPE, BC/UFPE e NIATE/UFPE) 9h40 às 11h20 – Sessões de Comunicação Oral (Cecon/UFPE, BC/UFPE e NIATE/UFPE) 11h20 às 11h30 – Intervalo para café e visita à Feira de Livros 11h30 às 12h30 – Conferência – ANA AMÉLIA CARVALHO – PORTUGAL (Cecon/UFPE) 12h30 – Almoço 13h30 às 15h30 – Sessões de Comunicação Oral (Cecon/UFPE, BC/UFPE e NIATE/UFPE) 15h30 às 17h – Sessões de Comunicação Oral (Cecon/UFPE e NIATE/UFPE) 15h30 às 17h – Mesas-Redondas (Cecon/UFPE, BC/UFPE e NIATE/UFPE) 17h às 18h – Conferência – STEPHANE SIMONIAN – LYON II – FRANÇA (Cecon/UFPE) 18h às 19h30 – Oficinas (Cecon/UFPE e NIATE/UFPE) 15/11/2013 8h às 9h20 – Sessões de Comunicação Oral (Cecon/UFPE e NIATE/UFPE) 9h20 às 10h40 – Sessões de Comunicação Oral (Cecon/UFPE e NIATE/UFPE) 11h às 12h – Conferência – JOSÉ MANUEL MORAN – USP – SÃO PAULO (Cecon/UFPE) 12h – Premiações, sorteios e show de encerramento (Cecon/UFPE) 5º Simpósio Hipertexto e Tecnologias na Educação e 1º Colóquio Internacional de Educação com Tecnologias 8 l #Hipertexto2013 Conferências #Hipertexto2013 l 9 ConFerênCiaS Educação 3.0 JamES G. LEnGEL, HunTEr CoLLEGE, CiTy univErSiTy of nEw york Para entender a educação de hoje, nós precisamos olhar para o passado da história. Há 150 anos, pessoas trabalhavam sobre a terra, ao ar livre, com ferramentas produzidas manualmente e em pequenos grupos. Elas não viajavam muito. O trabalho quase não mudava de geração para geração. Filhas faziam o mesmo trabalho de suas mães e de suas avós e suas mães antes delas. Com as mesmas ferramentas. Elas conversavamenquanto trabalhavam. O mesmo valia para os filhos e pais e avôs. Grupos de trabalho incluíam jovens e velhos. A tecnologia para o trabalho mudava lentamente. Quando as ferramentas quebravam, as pessoas podiam consertá- las. Podemos chamar isso de Ambiente de Trabalho 1.0. Agora, vamos olhar para as escolas daquela época. Os estudantes aprendiam na terra, ao ar livre, em pequenos grupos. Eles não viajavam muito. Usavam simples ferramentas produzidas manualmente. O trabalho em grupo incluía jovens e velhos. Pais e avós frequentavam a mesma escola e aprendiam as mesmas coisas. Nós podemos chamar isso de Educação 1.0. Educação e trabalho se correspondiam. A escola produzia os tipos de cidadãos necessários para o mundo ao seu redor. Alguém que pudesse trabalhar em um pequeno grupo, com ferramentas manuais, executando uma variedade de tarefas a cada dia, com uma visão clara do mundo exterior, e um pequeno círculo de conexões. Quinze anos depois, o trabalho mudou. As pessoas foram trabalhar em fábricas, com ferramentas mecânicas. Elas trabalhavam em grandes grupos, mas sozinhas em suas máquinas. Todos faziam a mesma coisa e ao mesmo tempo, durante todo o dia. Eles não podiam conversar. Usavam papel e lápis e ficavam sentados em suas mesas. Eles não eram felizes e eram supervisionados de perto. Vamos chamar isso de Ambiente de Trabalho 2.0. Esse novo trabalho exigia um novo conjunto de habilidades e um novo tipo de cidadão. E então as escolas mudaram para acompanhar as necessidades da nova economia industrial. Estudantes se formavam em grandes grupos, com a mesma idade. Eles ficavam em lugares fechados e trabalhavam de acordo com o relógio. Usavam ferramentas mecânicas, lápis e papel. Todos faziam a mesma coisa e ao mesmo tempo e eram supervisionados de perto. Vamos chamar isso de Educação 2.0. Novamente, educação correspondia a trabalho. Em ambos os locais as pessoas trabalhavam sozinhas, mas em grandes grupos. Elas usavam ferramentas mecânicas, faziam a mesma coisa durante todo o dia, e tinham uma pequena conexão com o mundo exterior. Agora, vamos olhar para o trabalho de hoje, no ambiente 3.0, muito diferente das fábricas. A maioria das pessoas, atualmente, trabalha em pequenos grupos. Elas resolvem problemas juntas. Usam ferramentas digitais. Elas apresentam novas ideias para o outro. Robôs fazem trabalhos mecânicos. Elas trabalham com problemas que ninguém tinha visto antes. Elas devem recorrer à química, matemática, biologia, história e literatura para solucionar problemas. Elas devem reunir informações de várias fontes, a maior parte na rede de relacionamentos, chegando a muitos formatos diferentes. Elas devem ser multitarefas. Elas conversam umas com as outras. E usam ferramentas digitais para comunicação. 5º Simpósio Hipertexto e Tecnologias na Educação e 1º Colóquio Internacional de Educação com Tecnologias 10 l #Hipertexto2013 Trabalham com um amplo círculo de pessoas, de todo o mundo. Vamos chamar isso de Ambiente de Trabalho 3.0. Agora, vamos levar a nossa câmera para dentro das escolas de hoje em dia para ver se a educação mudou para encontrar a nova economia. O que nós vemos? Estudantes em grandes grupos, utilizando papel e lápis como ferramentas. Todos eles fazendo a mesma coisa e ao mesmo tempo. Eles aproveitam as poucas conexões com o mundo exterior. E são supervisionados de perto. Eles fazem as mesmas coisas durante todo o dia. Não conversam entre si. Não são felizes. O que está errado? A educação não evoluiu para acompanhar as necessidades do mundo ao seu redor. Os trabalhos de hoje em dia demandam pessoas que possam trabalhar em pequenos grupos para resolverem problemas, utilizando ferramentas digitais, preparados para realizar muitas diferentes tarefas durante o dia, sem supervisão próxima, e com um vasto círculo de conexões. As escolas não estão fazendo isso. Elas não inventaram a Educação 3.0. Ainda estão fazendo a Educação 2.0. A questão de hoje para nós é: “Como deve ser a Educação 3.0 para desenvolvermos crianças e cidadãos que necessitamos formar para hoje e para amanhã?”. Qual é o seu sonho de Educação 3.0? Ensinar na Era Mobile-Learning ana améLia CarvaLHo (univErSidadE dE Coimbra, PorTuGaL) Os nossos alunos usam dispositivos móveis em qualquer lugar e a qualquer hora e os docentes não podem estar alheios a essa realidade. Rentabilizar esses dispositivos móveis é uma forma de os motivar para aprender. São apresentados exemplos e estudos sobre a utilização de ferramentas da Web 2.0 e de recursos online acessíveis a todos e que podem contribuir para fomentar a aprendizagem. Reconhece-se o esforço que os professores estão a fazer para se adaptarem à evolução tecnológica, dado a maioria pertencer a uma geração que foi educada através de livros e de manuais. Por fim, apresentam-se dados de um projeto sobre jogos que os alunos portugueses jogam em dispositivos móveis, refletindo-se sobre as suas preferências e implicações para aprender. France-Brésil : une situation différente, des problématiques communes STEPHanE Simonian – Lyon ii – franÇa La thématique de ce colloque me semble centrale : « l’apprentissage mobile à l’intérieur et à l’extérieur de l’école ». En effet, au-delà même des caractéristiques techniques des outils (tablette numérique, Tableau numérique interactif, smatphone), l’utilisation de ces outils hors des murs de l’école et leur tentative d’intégration dans le secteur éducatif et formation pose le problème de la mobilité des savoirs. Si un contenu numérique est considéré comme un savoir accessible à partir d’une connexion Internet et d’une multitude de supports (ordinateur, téléphone, etc.), le savoir devient mobile (comme le précisait déjà Pierre Levy en 1997) car le détenteur, le référent, n’est plus l’enseignant mais un contenu numérique dont l’auteur est parfois non identifié. Le Aprendizagem móvel dentro e fora da escola #Hipertexto2013 l 11 savoir est mobile car il se déplace des enseignants vers individus qui construisent des savoirs en créant des pages html, des blogs, en interagissant sur les réseaux sociaux, pour trouver des consensus sur leurs idées, leurs points de vue, leurs expériences. Le savoir est mobile car il n’est plus enclavé, détenteur de processus spécifique à la communauté scientifique. Il est un construit social, intercuturel, qui pose de nombreuses difficultés quant au statut même du contenu numérique. Peut-on considérer un contenu sur un moteur de recherche comme google ou sur wikipédia comme un savoir ? Enfin, le savoir est mobile car les outils techniques le permettent : le lien hypertexte en est un exemple saisissant : l’hypertexte se détache du « papier » par son adaptabilité à la requête de l’utilisateur, ainsi que par les multiples chemins qu’il offre en constituant un réseau. Ceci favorise un approfondissement dans la recherche d’information mais aussi dans la construction d’un parcours personnel et social : Au plus des liens sont consultés, au plus la pertinence s’élève. Ainsi, la pertinence d’un lien est avant tout une construction collective (un réseau sémantique) liée à des démarches personnelles. Lorsque vous cliquez sur un lien hypertexte, vous activez un réseau lié à votre processus de pensée (association d’idées) et contextualisez votre recherche. Vous donnez ainsi du sens à ce que vous cherchez et à la requête formulée car seul vous pouvez donner du sens. Si vous trouvez le document ou l’information que vous cherchez c’est que d’autres internautes ont donné le même sens que vous. Vous avez donc participé et renforcé un réseau sémantique en parcourant ou cheminant d’hypertexte en hypertexte. Vous faites donc partie d’un réseau sémantique à chaque fois que vous naviguez sur Internet mais cette participation reste anonyme (aucun d’entre nous ne sait qui fait partie de ce réseau sémantique). La faille du réseau qui en estdonc aussi sa force est que cheminer ne signifie pas obligatoirement accéder à l’information ou aux documents recherchés. Dans cette perspective les résultats des recherches, dont nous parleront ultérieurement, montrent que les performances des individus lors de la recherche d’information, la localisation d’information, mais aussi la mémorisation, l’application d’une formule ou théorie, sont davantage élevées dans une structuration séquentielle – proche du livre ou de l’audiovisuel, que dans une structuration non-linéaire symbolisée l’hypertexte. Il semblerait même qu’une non linéarité non contrainte augmente la fracture sociale entre des individus ayant des connaissances élevées en lecture, écriture et, dans le cas de la recherche d’information, des connaissances élevées sur ce qu’il cherche. Ainsi l’hypertexte et plus largement le numérique pose un double problématique: • celui de la fracture numérique et donc de la fracture sociale dont une des missions de l’école est précisément de la réduire. • celui du conflit pédagogique entre des savoirs construits hors de l’école et ceux construits dans l’école par l’utilisation de ces objets. Pour traiter ces deux points, je me baserai sur l’article de Sorj Bernardo et Remold Juli (2005) publié en 2005 qui me conduit à penser qu’entre la Fance et le Brésil, la situation est différente mais les problématiques sont communes : Cet article s’intitule publié dans la revue Revue Education et sociétés, s’intitule : « La fracture numérique et l’éducation au Brésil : dedans et dehors de l’école ». 5º Simpósio Hipertexto e Tecnologias na Educação e 1º Colóquio Internacional de Educação com Tecnologias 12 l #Hipertexto2013 A falência da aula e a reinvenção da escola LuCiano mEira (ufPE) Os contextos interacionais e de circulação de conteúdos na escola de ensino médio são naturalmente complexos, pois resultam da articulação de diferentes dimensões, incluindo as formas próprias de participação social e engajamento cognitivo dos jovens, a história cultural da instituição escolar e a experiência singular dos educadores, a atualização cotidiana de currículos e práticas didáticas, além de muitas outras condições emergentes. O sucesso ou fracasso da articulação destas diferentes dimensões depende fortemente das metáforas e premissas educacionais que regulam e direcionam estrategicamente os espaços físicos e simbólicos da escola. Possivelmente, devem falir todos os modelos de educação escolar baseados em metáforas de “transmissão do conhecimento”, “absorção de informação, “retenção da aprendizagem”, “seriação” como forma de hierarquizar conteúdos e “controle” como forma de hierarquizar pessoas ou papeis na sala de aula. A aula baseada nestas metáforas é restritiva e desinteressante aos propósitos de alunos e professores: a aula como metáfora faliu. O centro e a periferia das manifestações mais autênticas e legítimas da juventude hoje se espelham na cultura de mídias, em arranjos sociais construídos nas redes sociais virtuais, na mobilidade da comunicação, na diversão como forma de aprendizagem. Mas, ao subtrairmos a cultura de mídias, criamos uma escola alheia aos propósitos dos jovens e cega às suas formas de engajamento social e modos singularizantes de aprendizagem. Pretendo neste debate propor uma visão estratégica que pode colaborar para a reinvenção da escola, a partir da criação de cenários imersivos de aprendizagem centrados na ludicidade, nos contextos comunicativos próprios das redes sociais, e enriquecidos pela virtualização do conhecimento através de nuvens de aplicativos, organizadas de tal forma a produzir dados que geram inteligência educacional para a escola. Novas metodologias para aprendizagem com tecnologias móveis JoSé manuEL moran (uSP) Pensar as tecnologias móveis a partir de uma nova ecologia da aprendizagem, propondo metodologias muito mais centradas no aluno, em desafios, na personalização e colaboração, adaptados para professores em diferentes fases de apropriação tecno-pedagógica. #Hipertexto2013 l 13 meSaS APRENDIZAGEM MÓVEL E AFFORDANCES SOCIAIS E EDUCACIONAIS mEdiaÇão: PauLo GiLEno CySnEiroS (ufPE) A LEiturA sócio-iNtErAtivA No curso dE LEtrAs-FrANcês EAd dA uFPE JoiCE armani GaLLi (ufPE) Ao longo dos tempos, a sociedade contemporânea, tipicamente grafocêntrica, tem atribuído de forma progressiva maior importância à competência leitora. Assim, a leitura socio-interativa tem se tornado um elemento decisivo para a constituição do sujeito enquanto ator social da linguagem. Acrescente-se a tal constatação, o fato de que a leitura é condição sine qua non para o entendimento linguístico em um mundo globalizado, cujas demandas do conhecimento digital são intrínsecas à formação de todo e qualquer cidadão. Nesse sentido, o presente trabalho discorrerá sobre a importância da leitura socio-interativa proposta por Galli (2004), à luz de Cicurel (1991 e 2011) no ensino a distância do curso de Letras-Francês da UFPE. Perspectivado sob o caráter social do processo de letramento digital, a aprendizagem desta língua estrangeira (LE) incide fundamentalmente sobre três resultados para a pesquisa acadêmico-científica. Primeiramente, renova o conceito de leitura em pesquisa, situado em relação ao contexto histórico, político e de poder, repercutindo em linhas investigativas de cunho eminentemente qualitativo. Renova-se igualmente pela dimensão pedagógica multidimensional atribuída ao desenvolvimento de um EAD em LE e, por fim, traz elementos relevantes para o letramento digital, particularmente para a competência leitora em francês, foco do presente debate. trAdução E tEcNoLogiA: rEFLExõEs soBrE A AtividAdE trAdutóriA faTiHa dECHiCHa ParaHyba (ufPE) A inserção das diferentes ferramentas de tradução constitui, atualmente, uma mudança de paradigma na atividade tradutória. Diante desse novo cenário, o trabalho discute, por um lado, o potencial dos novos recursos e aquilo que eles representam para a tradução, tanto em termos de tornar a atividade mais célere, quanto em relação à resolução dos problemas de tradução. Por outro lado, o trabalho apresenta algumas reflexões sobre essa nova realidade considerando que, o tradutor, além de sua capacidade cognitiva e sua capacidade discursiva nas línguas materna e estrangeira(s), lida com outra dimensão: a variedade de ‘recursos externos’ (Alves et al. 2000). Ademais, os saberes sobre a tradução, bem como os procedimentos de tradução (Barbosa, 5º Simpósio Hipertexto e Tecnologias na Educação e 1º Colóquio Internacional de Educação com Tecnologias 14 l #Hipertexto2013 2004), passam por transformações, tendo em vista que as novas ferramentas desempenham um papel importante na tomada de decisão do tradutor, com vistas à resolução de determinados problemas de tradução. Nesse sentido, é necessário incorporar o uso dos novos recursos na formação do tradutor, de forma a capacitá-lo a fazer destes um uso consciente e ético. APRENDIZAGEM MÓVEL: DESAFIOS POLÍTICOS, TEÓRICOS E METODOLÓGICOS mEdiaÇão: maria JoSé Luna (ufPE) APLicAtivos digitAis PArA ENsiNo dE iNgLês vEra mEnEzES (ufmG) O iTunes (http://www.itunes.com) disponibiliza para usuários de I-pads e I-phones uma enorme quantidade de aplicativos para aprendizagem de inglês. Alguns são gratuitos, outros são pagos ou semi-gratuitos e outros são meras propagandas de cursos pagos. Após selecionar e analisar alguns desses aplicativos, farei uma síntese sobre as características gerais de aplicativos utilizados para o ensino de (1) vocabulário, (2) gramática, (3) leitura, (4) compreensão oral, (5) escrita e (6) pronúncia. Em seguida farei uma descrição mais detalhada de 6 desses recursos digitais gratuitos considerados de boa qualidade. Os critérios de análise serão os seguintes: gratuidade ou semi- gratuidade; público a que se destina; nível de ensino;tipo de atividade; conceito de língua(gem), qualidade da instrução; qualidade do insumo linguístico. PoLíticAs PArA MoBiLidAdE digitAL NAs EscoLAs rodriGo CamarGo araGão (uESC) Apresento um panorama das políticas públicas para mobilidade digital nas escolas. Partirei do cenário global com algumas experiências reunidas pela UNESCO (2012). Logo após, apresento como o governo federal está lidando com o tema nos âmbitos da infra-estrutura, produção de conteúdos didáticos, distribuição de equipamentos, formação de professores e avaliação de impactos de projetos que tratam de tecnologias. Focalizarei em contraste alguns casos em curso no país de governos municipais e estaduais. A partir do panorama apresentado, reflito sobre os potenciais e limites de lidarmos com estas políticas dentro da situação atual do país e as estratégias que podem ser usadas para lidar com os desafios que teremos à medida que a sociedade se torna cada dia mais móvel e com maior acesso aos dispositivos e sua conectividade. Aprendizagem móvel dentro e fora da escola #Hipertexto2013 l 15 APrENdizAgEM MóvEL, rEdEs NEurossociAis E coNstrução dE coNhEciMENto rafaEL vETromiLLE-CaSTro (ufPEL) A partir da ideia de rede neurossocial, um desdobramento proposto a partir do conceito de rede neural, pretende-se discutir as condições para construção de conhecimento dentro e fora do contexto escolar, com ou sem uso de tecnologias da informação e da comunicação (TIC). É objetivo também debater as implicações dos dispositivos móveis na aprendizagem e nas ações docentes e discentes, como possivelmente também nas políticas educacionais. (EM)REDADOS: ENSINANDO E APRENDENDO INGLÊS NA ERA DA CONECTIVIDADE mEdiaÇão: kyria finardi (abEHTE/ufES) o ENsiNo-APrENdizAgEM dE grAMáticA MEdiAdo PELo coMPutAdor: PErcEPçõEs dos ALuNos soBrE uMA ABordAgEM híBridA GiCELE vErGinE viEira PrEbianCa (ifC); marLi fáTima viCk viEira Apesar da incorporação massiva de recursos tecnológicos no ensino-aprendizagem de língua estrangeira (L2) na atualidade, pouca atenção tem sido dada ao ensino-aprendizagem de gramática mediado pelo computador (BATURAY; DALOGLU; YILDIRIM, 2010). Devido ao fato de alunos nativos digitais serem cada vez mais comuns nas escolas, acredita-se na importância de conduzir estudos que investiguem o uso que esses alunos fazem dos recursos tecnológicos providos pela Internet para aprender Inglês, em especial suas percepções a respeito de atividades implementadas na plataforma Moodle. Portanto, o objetivo desta fala é relatar o nível de satisfação de estudantes de L2 em relação a uma abordagem híbrida de ensino que combinou instrução gramatical face a face e instrução gramatical mediada pelo computador em aulas de Inglês para alunos do Ensino Básico, Técnico e Tecnológico na modalidade integrada. Vinte e sete alunos participaram do estudo. Os dados foram coletados por meio de questionários aproximadamente trinta dias após o início da instrução gramatical híbrida. Os resultados apontam para uma postura positiva dos alunos em relação à abordagem híbrida. Porém, indicam diferentes preferências dos mesmos quanto à utilização dos recursos tecnológicos para aprendizagem de Inglês. Provavelmente, isto se deve ao perfil heterogêneo dos aprendizes e suas áreas de interesse. 5º Simpósio Hipertexto e Tecnologias na Educação e 1º Colóquio Internacional de Educação com Tecnologias 16 l #Hipertexto2013 A ABordAgEM híBridA No ENsiNo-APrENdizAgEM dE vocABuLário EM L2 GiSELE Luz CardoSo (ifSC/GaSPar) A abordagem híbrida no processo de ensino-aprendizagem tem atraído a atenção de pesquisadores de aquisição de vocabulário em L2, os quais entendem que para o ensino de L2 ser bem sucedido, aprendizes e professores precisam combinar duas abordagens diferentes, mas complementares: Aprendizagem de Línguas Assistida pelo Computador (CALL) e a interação face a face (NEUMEIER, 2005). Esta fala apresentará os resultados de um estudo sobre as impressões de alunos de um curso de Inglês para fins específicos (ESP) sobre a metodologia híbrida de ensino- aprendizagem de vocabulário em L2. Os dados foram coletados através de: questionários online, postagens nos fórums do Moodle, uma entrevista e autoavaliações dos estudantes. O estudo produziu resultados positivos. Os participantes apreciaram as oportunidades de executarem as atividades no Moodle, de terem acesso imediato a dicionários online e sites de busca e relataram estarem conscientes do processo de aprendizagem através da metodologia empregada. Eles também tinham consciência de que as atividades tradicionais impressas contribuíam para o processo de aprendizado deles. O ambiente híbrido de aprendizagem favoreceu a aquisição de vocabulário. Os resultados sugerem que a abordagem híbrida em um curso de ESP é bem aceita pelos alunos e contribui para a aquisição de vocabulário em L2 APrENdizAgEM dE LíNguA EstrANgEirA: AuLAs quE NuNcA tErMiNAM raquEL CaroLina Souza fErraz d’ELy (ufSC) A educação a distância tem sido concebida como modalidade de ensino e aprendizagem que se constitui em lócus de formação de professores e que se caracteriza pela inovação ao promover mediações em ambiente virtual de ensino e aprendizagem (Belonni, 2005), ainda que o conceito de inovação não deva estar unicamente atrelado ao uso de ferramentas tecnológicas (Hernández, 2000). Com o intuito de oferecer aos alunos do Curso de Letras- Inglês da Universidade Federal de Santa Catarina a oportunidade de ensino e aprendizagem on-line, e desta maneira visar a inclusão dos alunos nessa modalidade, como também desenvolver sua autonomia, 20% da disciplina LLE 7416 – Ensino e Aprendizagem de Língua Estrangeira foi ministrada a distancia por meio de fóruns de discussão, tarefas , e questionários disponibilizados na plataforma Moodle. De acordo com a voz dos alunos e sua participação nas atividades propostas o ambiente virtual pode- se afirmar que o ambiente virtual serviu de fator motivacional para os alunos e foi percebido como oportunidade frutífera de aprendizagem. De qualquer forma, a pouca participação em atividades não mandatórias sinaliza desafios em relação a construir dinâmicas que levem à autonomia como também a conscientização do uso da tecnologia para fins pedagógicos. Aprendizagem móvel dentro e fora da escola #Hipertexto2013 l 17 APRENDIZAGEM COM APLICATIVOS DIGITAIS NA ESCOLA 3.0 mEdiaÇão: EdiLSon fErnandES (ufPE) MoBiLE LEArNiNg Jim LEnGEL (nova iorquE - Eua) We’ll examine a Day in the Life of a university student armed with a mobile device, and compare that with what you are doing now in your school. Then we will analyze how mobile devices can change the landscape of learning, and what you need to to do encourage this trend. APLicAtivos EducAcioNAis: tEoriA E PráticA anTonio CarLoS XaviEr (ufPE) É inegável a avalanche de aplicativos computacionais que vivenciamos atualmente. O barateamento dos equipamentos informáticos e do acesso à internet por banda larga, 3G e 4G em conexão sem fio, bem como a popularização dos dispositivos móveis têm levado os desenvolvedores de programas a criarem uma multiplicidade de softwares compactos para oferecer soluções às mais diversas necessidades da sociedade. Produzidos para diferentes setores como serviço, lazer e entretenimento, eles também chegaram à educação. Porém, o que deve ter um aplicativo para ser considerado educativo? Quais os critérios pedagógicos mínimos para o professor adotar um aplicativo como ferramenta pedagógica? Saber quais as características, as concepções de ensino/aprendizagem e o efetivo potencial pedagógico que constituem tais aplicativos ditos educacionais são requisitos fundamentais para nortear a escolha e o uso de tais equipamentos de aprendizagem na escola. Este trabalho tem como objetivo principal apresentar diretrizes e critérios pedagógicos queorientem o professor a selecionar aplicativos para dispositivos móveis que despertem o interesse do estudante e promovam a aprendizagem de modo inovador. APrENdizAgEM coM APLicAtivos digitAis NA EscoLA 3.0 aLEX Sandro GomES (ufPE) A aprendizagem na escola ocorre aninhada em um complexo contexto social e histórico. Uma das formas de simplificar a análise desse contexto de relações é pelo referencial da didática. Atividades didáticas serão sempre mediadas por artefatos culturais. O que se discute nesta mesa é a apropriação de artefatos digitais na prática profissional de professores. Nesta mesa, formularemos perguntas e apresentaremos uma agenda de pesquisa acerca do entendimento dos fenômenos didáticos, como estes são transformados qualitativamente pela incorporação de aplicativos digitais e quais as implicações para o design de novos produtos e para a formação de professores. 5º Simpósio Hipertexto e Tecnologias na Educação e 1º Colóquio Internacional de Educação com Tecnologias 18 l #Hipertexto2013 MÍDIAS MÓVEIS NA FORMAÇÃO DOCENTE E NO DESENVOLVIMENTO PROFISSIONAL mEdiaÇão: SimonE dE CamPoS rEiS (ufPE) iNtErAção E PrEsENçA EM EAd JoSé CarLoS GonÇaLvES (uff) A percepção da ausência ou distância do professor/tutor pode levar a sentimentos de isolamento, frustração, ansiedade, perda da identidade e rejeição, e consequentes cenários de abandono, evasão, insucesso nas tarefas e atividades. Como evitar ou minimizar a distância física, social e psicológica do professor/tutor, na interação em AVA, agravada por dificuldades operacionais no uso da tecnologia e operacionalização do sistema? Em perspectiva sociolinguística interacional (Ribeiro e Garcez, 2002), investiga-se a natureza da comunicação em interação nas comunidades de aprendizagem, suas categorias descritivas e funções na interação professor/alunos. Discutem-se os conceitos de distância (Tori, 2010), tipos de distância, variáveis e consequências. Enfocam-se os conceitos de presença (Gonçalves 2013), tipos de presença, e os fatores que determinam graus de presença e resultados para a interação. Como unidades de análise, investigam-se enquadres, alinhamentos, estruturas de expectativas e de participação e pistas de contextualização que sinalizam o significado das mensagens para os participantes em interações de um curso de Português Instrumental EaD. O artigo sugere as tecnologias leves da escuta atenta, re-enquadre da tarefa pedagógica e estratégias de aproximação para a diminuição da distância e a otimização da presença, visando à autonomia do aprendiz e à transformação dos AVA em comunidades de aprendizagem. MídiAs MóvEis NA ForMAção docENtE E No dEsENvoLviMENto ProFissioNAL ana bEaTriz GomES CarvaLHo (ufPE) O uso de mídias móveis no contexto da aprendizagem pressupõe mudanças na percepção do uso das tecnologias digitais. Da mesma forma que “Um Computador por Aluno” propõe uma revolução no modelo de inclusão digital na perspectiva 1:1, o uso das mídias móveis possibilita a inovação a partir do próprio conceito que está agregado aos softwares, gadgets, apps etc., permitindo uma interação mais fluida, imediata e compartilhada, com foco no uso intensificado da comunicação em rede. É necessário discutir a apropriação tecnológica que está associada ao processo de internalização, transformação e apropriação participativa proposto (ROGOFF, 1995; BAR et al., 2005; BUZATO, 2010), uma vez que a interação social é a forma pela qual os indivíduos adaptam, modificam e dão novo significado ao uso das tecnologias e ao mesmo tempo são transformados por elas. Assim, não basta fornecer o conhecimento específico dos dispositivos Aprendizagem móvel dentro e fora da escola #Hipertexto2013 l 19 tecnológicos, é necessário pensar ainda durante o processo de formação em como todos os dispositivos poderão ser apropriados e utilizados no trabalho, especificamente no contexto da consolidação da cultura digital e no processo de formação docente. EducAção E cidAdEs iNtELigENtEs kiEv Gama (Cin/ufPE) O conceito que vem sendo chamado de Cidades Inteligentes (Smart Cities) é uma tendência mundial que diz respeito ao uso de soluções intensivas de Tecnologia de Comunicação e Informação como instrumentos para tornar cidades mais inteligentes, otimizando certos aspectos da vida urbana. Esta necessidade é oriunda do crescente aumento populacional urbano, que tem trazido grandes desafios para os gestores de cidades. Problemas relacionados ao tráfego, segurança, educação, saúde, consumo de água e energia, dentre outros, têm sido cada vez mais difíceis de serem administrados. Especificamente, como a educação se insere no contexto de uma cidade inteligente? Graças ao uso de tecnologia, já pudemos extrapolar as fronteiras das salas de aulas, por exemplo, através do uso da Internet para o ensino à distância. Discutiremos os potenciais para se explorar a tecnologia de várias formas, visando mudar os paradigmas do aprendizado e se adaptar a este novo cenário de cidades inteligentes. APRENDIZAGEM MÓVEL E JOGOS EDUCACIONAIS NA ESCOLA mEdiaÇão: SianE GóiS (ufPE) PodcAstiNg E Jogos: rENtABiLizAr o cELuLAr PArA APrENdEr ana améLia CarvaLHo (univErSidadE dE Coimbra, PorTuGaL) Apresentam-se pesquisas realizadas em Portugal sobre podcasting nos diferentes níveis de ensino, comentando-se as reações dos professores e dos alunos. Salienta-se a pertinência da utilização de jogos no ensino para aprender os conteúdos escolares, apresentando-se exemplos. Dá-se particular destaque à utilização do celular como ferramenta de aprendizagem. MoBiLE LEArNiNg: ExPLorANdo PotENciALidAdEs EM sALA dE LíNguA iNgLEsA GiSELda doS SanToS CoSTa (ifPi) Nenhum outro empreendimento na história mundial tem causado tanta mudança, num espaço de tempo tão curto, como o uso da tecnologia móvel em geral, e do celular, em particular. De acordo com os estudos de Feldmann (2005), as tecnologias móveis não são um fenômeno 5º Simpósio Hipertexto e Tecnologias na Educação e 1º Colóquio Internacional de Educação com Tecnologias 20 l #Hipertexto2013 recente. Os jornais, as revistas, o rádio e outras mídias já eram móveis. No entanto, o que é novo é a possibilidade de, através do celular, chegarmos diretamente a uma pessoa e não a um local. Estamos vivendo em um contexto da computação ubíqua, no qual os celulares estão incorporados em nossas atividades diárias, de modo que nós, inconscientemente, aproveitamos suas comodidades digitais como estratégias para alcançar certos benefícios em nossa vida real. Então, por que não tirarmos proveito desta situação? Por que não explorarmos as potencialidades deste dispositivo no ensino-aprendizagem de línguas? Como a tecnologia móvel tornou-se onipresente na vida cotidiana e no mundo do trabalho, sua incorporação na educação é inevitável. Sabemos que a maioria das tecnologias utilizadas em sala de aula não foram originalmente projetadas para uso educacional, entretanto, podem ser reaproveitadas se o professor tiver consciência e competência em práticas pedagógicas com tecnologia. Aprendizagem móvel ou m-learning não é uma tecnologia, mas a tecnologia ajuda o m-learning acontecer. Nesse sentido, o objetivo desta comunicação é apresentar alguns affordances que emergiram da interação do aluno com o celular e que potencializaram o desenvolvimento de algumas habilidades linguísticas no ensino-aprendizagem de língua inglesa como língua estrangeira, no Instituto Federal do Piaui. Esperamos, com essa fala, ajudar os professores a implementar soluções criativas em suas práticas linguístico-pedagógicas. APrENdizAgEM MóvEL E Jogos EducAcioNAis NA EscoLA JoSé manuEL moran (uSP) Na educação presencial e a distância cresce a importância da aprendizagem ativa, por atividades e desafios. Hoje temos várias formas interessantes de aprender por jogos e desafios, competitivose cooperativos, individuais e em grupo, que motivam os alunos e permitem o equilíbrio entre aprendizagem personalizada e em grupo. CENáRIOS FUTUROS DA EDUCAÇÃO qUE O RECIFE PRECISA mEdiaÇão: rEGina CELi (ufPE) andré rEGiS (vErEador do rECifE) SuSana LEaL (obSErvaTório do rECifE) anTônio PauLo rESEndE (ufPE) No debate promovido serão apresentados os Indicadores de Educação do Observatório do Recife, movimento da sociedade civil que reúne setores empresariais, acadêmicos, movimentos sociais e cidadãos, mobilizados com o intuito de selecionar, propor e monitorar indicadores da cidade do Recife na busca da melhoria dos níveis de vida de todos os que habitam a capital pernambucana. Aberto a contribuições múltiplas, o ODR não tem destaque para lideranças individuais nem direcionamento político-partidário ou privilégio de grupos específicos. #Hipertexto2013 l 21 coMuNicAçõEs coordENAdAs LÍNGUA, TECNOLOGIA E EDUCAÇÃO: NOVOS DESAFIOS, MÚLTIPLOS OLHARES CoordEnaÇão: bEnEdiTo GomES bEzErra (uPE) Nesta sessão, serão apresentados trabalhos que, a partir de diferentes perspectivas teóricas, discutem questões cujo foco se coloca ora na língua portuguesa, ora nos processos de ensino- aprendizagem e letramento em diversos níveis de formação escolar, tendo como fio condutor a relação com as tecnologias de informação e comunicação. No primeiro trabalho, Benedito Gomes Bezerra problematiza o discurso científico sobre a língua e a linguagem em uso na internet, especialmente nos contextos de redes sociais, com base na análise de um corpus de artigos publicados em periódicos nacionais. Em seguida, Amanda Cavalcante de Oliveira Lêdo discute as práticas de letramento subjacentes a um evento de letramento típico da educação a distância, tendo como objeto um curso de letras nessa modalidade. O terceiro trabalho, de Emmanuella Farias de Almeida Barros, apresenta uma pesquisa sobre o papel de um blog educacional em mediar atividades de leitura e escrita de alunos do ensino fundamental. Por fim, o quarto trabalho, de Débora Amorim Gomes da Costa Maciel, examina o modo como as propostas curriculares de universidades brasileiras contribuem para uma formação docente apta a atender às demandas de uso e interação com as novas tecnologias de informação e comunicação. o discurso AcAdêMico soBrE LíNguA E LiNguAgEM NA iNtErNEt bEnEdiTo GomES bEzErra (uPE) O desenvolvimento crescente das tecnologias digitais de informação e comunicação tem trazido como consequência inelutável a instauração de novas práticas discursivas. No contexto brasileiro, a internet, particularmente, tem sido frequentemente considerada como criadora e veiculadora de uma linguagem própria que não poucas vezes é vista como uma ameaça à integridade da língua portuguesa. A partir de uma concepção de língua como atividade interacional complexa e heterogênea, variada e variável, meu objetivo, neste trabalho, é refletir criticamente sobre possíveis sentidos construídos pelo discurso científico manifesto acerca da língua e da linguagem na/da internet. Para os propósitos do trabalho, analisei um corpus de 05 artigos científicos publicados nos últimos 10 anos, aleatoriamente colhidos em periódicos envolvendo as áreas de letras, educação e comunicação. A análise foi orientada principalmente para as referências a língua e linguagem, vistas como reveladoras das concepções dos autores sobre as práticas discursivas no ambiente digital. Entre os achados mais salientes, destacam- se temores sobre a decadência da língua e prognósticos de uma possível interferência da “linguagem da internet” sobre a escrita em situações formais, além de diversos equívocos na descrição da modalidade de uso da língua rotulada como “internetês”, especialmente no que toca à relação fala e escrita. 5º Simpósio Hipertexto e Tecnologias na Educação e 1º Colóquio Internacional de Educação com Tecnologias 22 l #Hipertexto2013 EducAção E tEcNoLogiA: o quE ProPõE o currícuLo PArA A ForMAção docENtE? bEnEdiTo GomES bEzErra (uPE) débora amorim GomES da CoSTa maCiEL (uPE) O trabalho examina o modo como as propostas curriculares de universidades brasileiras contribuem para uma formação docente apta a atender às demandas de uso e interação com as novas tecnologias de informação e comunicação. Analisa ementários de componentes curriculares do curso de licenciatura em Pedagogia, cujo objetivo é a formação docente para o uso das Tecnologias na Educação. Dialoga com o Plano Nacional de Educação (PNE, 2011-2020), com as Diretrizes Curriculares Nacionais para o Curso de Pedagogia, documentos norteadores da formação docente no século XXI, e com teóricos que discutem e problematizam o uso das ferramentas tecnológicas na prática docente (PERRENOUD, 2000; ALAVA, 2002; CATAPAN, 2003; XAVIER 2007; UMBELINA, 2012). A pesquisa sinaliza que as disciplinas tecem uma formação baseada na discussão a respeito da Ciência, tecnologia, sociedade e cultura; da Prática pedagógica; da Modalidade de ensino e do Ensino da técnica. Revela, também uma compreensão de que há um novo modo de ser, de saber e de apreender dos sujeitos. LíNguA PortuguEsA E o BLog EducAcioNAL: LEiturA E EscritA MEdiAdAs PELAs NovAs tEcNoLogiAs EmmanuELLa fariaS dE aLmEida barroS (ufPE) Atualmente, se espera que o sujeito após alguns anos de escolarização possa utilizar o seu conhecimento acerca do código grafofônico em práticas sociais diversas, e, não apenas dominar as técnicas simples de ler e escrever. Para tanto, é investigado aqui como o hipertexto, a partir do uso do Blog em sala de aula, pode contribuir com o letramento de crianças, utilizando o computador não apenas como um instrumento a mais, e sim explorando todas as ferramentas que são oferecidas, de modo à contemplar estudos gramaticais mais dinâmicos. A pesquisa foi realizada no município de Garanhuns – PE, em uma instituição privada, com o processo analítico direcionado as aulas de Língua Portuguesa, em uma turma de sétimo ano. Diante disso, a pesquisa em questão voltou-se, principalmente para a base conceitual de Soares (2008), Marcuschi (2000), Lévy (1996). Os resultados indicaram que o blog pode contribuir com o letramento, pois os educandos podem explorar outras formas de ler e escrever em um suporte mais interativo e atual, bem como auxiliar no estudo de conteúdos específicos dessa disciplina. PráticAs E EvENtos dE LEtrAMENto NA EducAção A distÂNciA amanda CavaLCanTE dE oLivEira Lêdo (ufPE) Considerando a necessidade de investigar a questão do letramento em cursos de nível superior, o presente trabalho tem por objetivo analisar as práticas e os eventos de letramento ocorridos Aprendizagem móvel dentro e fora da escola #Hipertexto2013 l 23 no Ambiente Virtual de um curso de Letras a Distância. Teoricamente, estamos baseados em uma perspectiva social do letramento, conforme proposta dos Novos Estudos sobre Letramento (STREET, 2007; 2010; BARTON; HAMILTON, 2005), a partir dos quais discutiremos os conceitos de práticas e eventos de letramento. Metodologicamente, analisaremos, pautados nas categorias propostas por Hamilton (2000), os elementos visíveis e não visíveis que compõem as práticas e os eventos de letramento dos quais os estudantes participam no AVA, partindo dos dados obtidos pela descrição do AVA realizada pela pesquisadora e pela descrição das atividades diárias realizadas por um dos estudantes no ambiente. Os resultados preliminares sugerem uma diversidade de eventos de letramento, que apresentam os elementos previstos por Hamilton e estão permeados por práticas específicas do ambiente acadêmico. 5º Simpósio Hipertexto e Tecnologias na Educação e 1º Colóquio Internacional de Educação com Tecnologias 24 l #Hipertexto2013 PRáTICAS PEDAGÓGICAS INTERACIONAIS EM AMBIENTES DE FÓRUM, CHAT E ELABORAÇÃO DIGITAL DE ATIVIDADES CoordEnaÇão: riTa dE CáSSiaSouTo maior SiquEira Lima (ufaL) Esta sessão propõe refletir sobre situações de ensino/aprendizagem em ambientes virtuais ou na perspectiva dos Novos Letramentos, analisando práticas linguístico-discursivas próprias desses contextos e apresentando as implicações pedagógicas desses processos interativos. Cristiano Lessa de Oliveira analisa uma situação de ensino/aprendizagem, através do Gênero Digital Fórum Eletrônico (FE), em contexto da Educação a Distância, observando não só os traços constitutivos desse gênero digital como também o fazer colaborativo nesse ambiente. Poliana Pimentel apresenta análise de aulas de Língua Inglesa na perspectiva dos Novos Letramentos, com uma proposta de atividade com o gênero propaganda, utilizando diversos recursos digitais. Antônio Lima, também no contexto de Educação a Distância, trata das simetrias das interações, analisando o uso do fórum para ressaltar sua importância como instrumento para promoção de aprendizagem. Por fim, Rita Souto Maior analisa uma aula de Língua Portuguesa, ofertada por meio do Chat, observando a configuração de Ethos Especular dos sujeitos envolvidos e as estratégias linguístico-discursivas envolvidas nesse momento interacional que promovem o monitoramento de papeis sociais. Esses estudos redirecionam o olhar para as práticas reflexivas de ensino que extrapolam a mera perspectiva de transmissão de conhecimento, deslocando o processo para a noção de construção coletiva e atualização do saber. ENsiNo-APrENdizAgEM AtrAvÉs dE chAt: oBsErvANdo o Ethos EsPEcuLAr dAs EstrAtÉgiAs dE MoNitorAMENto iNtErAcioNAL riTa dE CáSSia SouTo maior SiquEira Lima (ufaL) Consideramos que os conflitos ocorridos nas ações de sala de aula, observados em análises de microcenas, implicam ações linguístico-discursivas reveladoras de ethos especular (SOUTO MAIOR, 2009, 2011, 2012) dos sujeitos envolvidos. No âmbito da Linguística Aplicada, este estudo objetiva analisar situações interacionais de ratificação de imagens entre professora e alunos em contexto de aula de Língua Portuguesa, no curso de Ciências Sociais, por meio do Chat. De cunho qualitativo (CHIZZZOTTI, 2001), algumas questões de pesquisa nortearão a discussão, como: quais marcas linguístico-discursivas são mais comuns nos conflitos interacionais neste ambiente? O que essas marcas revelam do ethos dos sujeitos envolvidos? O conflito entre imagens pode manifestar-se de diversas formas e, no processo interativo, a ratificação, dada pelo professor, consiste em estabelecer interlocução com o aluno “como falante legítimo, que tem fácil acesso ao piso conversacional, que é ouvido com atenção e cujas contribuições são bem recebidas, aprovadas, expandidas e aproveitadas no curso da interação” (BORTONI-RICARDO & DETTONI, 2001, p. 81). Observamos que, pela configuração social do Ethos especular, observada através das atuações nos eventos linguísticos, os sujeitos envolvidos engajam-se numa sucessão de estratégias de monitoramento de língua e desvelamento de papeis assimétricos. Aprendizagem móvel dentro e fora da escola #Hipertexto2013 l 25 o huMor E os Estudos soBrE os Novos LEtrAMENtos No gêNEro ProPAgANdA coM rEcursos digitAis PoLiana PimEnTEL SiLva (ufaL) Calcado nos preceitos teóricos da Linguística Aplicada, a presente pesquisa tem como objetivo analisar o humor (BAKHTIN, 2010; BERGSON, 2004; MINOIS 2008) durante as atividades desenvolvidas nas aulas de inglês aliado aos estudos sobre os Novos Letramentos (GEE, 2008; LANKSHEAR & KNOBEL, 2006). Tendo mente a importância dos aspectos sociais abordados pelo viés do humor, analisaremos o gênero propaganda como uma proposta de atividade utilizando diversos recursos digitais disponíveis. No âmbito das pesquisas qualitativas e com base nas referências metodológicas da pesquisa-ação (BARBIER, 2007) a pesquisa foi realizada em uma turma de inglês do 9º ano em uma escola pública do município da Barra de Santo Antônio (AL). Portanto, a temática desse trabalho transita em torno do estudo da linguagem e dos seus variados conceitos e do reflexo desses conceitos no ensino e aprendizagem do inglês. No final desse estudo, mais do que expor teorias e métodos, pretendemos suscitar possibilidades pedagógicas que norteiem o ensino de língua estrangeira dentro de práticas educacionais, na qual os aprendizes possam estar envolvidos em contextos que reclamem trocas de conhecimentos e valores sociais. ELEMENtos coNstitutivos do gêNEro digitAL FóruM ELEtrÔNico: o FAzEr coLABorAtivo E os trAços hiPErtExtuAis CriSTiano LESSa dE oLivEira (ifaL) Neste estudo, analiso o Gênero Digital Fórum Eletrônico (FE) em contexto de ensino-aprendizagem na Educação a Distância, considerando não somente seus traços hipertextuais, mas também o fazer colaborativo presente na sua elaboração. Assim, entendo o FE como um ambiente propício a reflexões, bem como um espaço destinado a discussões em torno de temas propostos por seus usuários. É um local que serve à argumentação, sendo de natureza assíncrona, permitindo o envio de mensagens on-line. O corpus é constituído por um FE, usado na disciplina Fundamentos da Linguística, do Curso de Letras/Português, do Instituto Federal de Alagoas, tendo como suporte de aprendizagem a plataforma Moodle. Aponto como traços constitutivos do referido Gênero Digital a aprendizagem colaborativa, tendo como principais características a responsabilidade individual, a interdependência positiva, a habilidade de colaboração, a interação e a avaliação. Com relação aos elementos hipertextuais, constato os seguintes traços: a intertextualidade, a multissemiose e os hiperlinks, sendo estes últimos considerados dispositivos digitais que permitem ao hiperleitor navegar na Web, deslocando-se virtualmente por uma infinidade de páginas. Portanto, considero importante o FE, pois, através de seu uso, os alunos poderão se aprofundar no tema, refletindo sobre suas respostas e as respostas dos outros, num contínuo processo interativo. 5º Simpósio Hipertexto e Tecnologias na Educação e 1º Colóquio Internacional de Educação com Tecnologias 26 l #Hipertexto2013 AÇÕES DIGITAIS EM DIFERENTES SALAS DE AULA BRASILEIRAS CoordEnaÇão: núbio dELannE fErraz mafra (uEL) A velocidade dos avanços das novas tecnologias de informação e comunicação (NTIC) no cotidiano social é infinita e reconhecidamente maior que a capacidade da escola em lidar com estes mesmos avanços. Em aulas de língua materna e estrangeira na educação básica, os padecimentos não são menores. Os avanços constatados na familiaridade do professor com as NTIC têm sido importantes, porém insuficientes para uma renovação dos procedimentos didático-pedagógicos. Além disso, as recentes demandas do letramento digital desafiam estas aulas para além de paradigmas estritamente linguísticos. Esta sessão coordenada se insere neste contexto de ações digitais no âmbito do ensino de línguas, com o olhar voltado para diferentes realidades do nosso país. Mafra analisa teses e dissertações produzidas sobre este assunto na última década no Brasil em programas de Letras/Linguística. Um trabalho desenvolvido com diferentes tecnologias digitais em escola técnica de Floriano (PI) é apresentado por Batista Júnior. Acri reflete sobre os resultados do desenvolvimento de escrita colaborativa em Google Docs em Rolândia (PR), junto a alunos de ensino médio público. Já Paixão analisa as possibilidades de ações didático-pedagógicas com redes sociais no ensino de línguas, a partir de pesquisa desenvolvida com discentes de cidades paranaenses do chamado Norte Pioneiro. ProJEto dE PEsquisA LEdiNt: LEtrAMENto digitAL EM PEsquisAs dE iNtErvENção núbio dELannE fErraz mafra (uEL) Não obstante o reconhecimento da presença na escola de novas tecnologias de informação e comunicação (NTIC), e dos problemas a ela associados, constatamos (MAFRA; MOREIRA, 2012) a faltade capacitação dos professores para o uso pedagógico das NTIC. Ou seja: “reflexões” sobre a presença da tecnologia em sala de aula continuam importantes, mas definitivamente não são suficientes. Ações mais propositivas, ainda que não menos reflexivas, colocam-se na contemporaneidade como uma inadiável agenda para todos que pensam o ensino em suas diferentes articulações. Nesta empreitada que se impõe, a academia e a pesquisa – em nosso caso, sob o viés da Linguística Aplicada – precisam se fazer parceiros do chão da sala de aula. Tendo em vista uma primeira análise das teses e dissertações produzidas no Brasil sobre o assunto, entre 2000 e 2010 (MAFRA; COSCARELLI, 2013), pretendemos apresentar nesta comunicação os resultados parciais do projeto de pesquisa “LEDINT – Letramento digital nas aulas de Língua Portuguesa: teorias e práticas em pesquisas de intervenção” (Grupo de Pesquisa FELIP), buscando discutir a noção de pesquisa de intervenção, no âmbito do letramento digital em aulas de língua portuguesa, permeando teses e dissertações produzidas na última década, em diálogo com as concepções de linguagem e de aprendizagem. Aprendizagem móvel dentro e fora da escola #Hipertexto2013 l 27 LEtrAMENto digitAL E EscritA coLABorAtivA: NívEis dE iNtErAção No googLE docs marCELo CriSTiano aCri (núCLEo rEGionaL dE EduCaÇão - Londrina) Apresentam-se aqui resultados de uma pesquisa de mestrado realizada em um colégio público da cidade de Rolândia-PR, em que 25 alunos foram convidados a elaborar um blog jornalístico escolar. O foco foi o desenvolvimento da escrita colaborativa através da utilização do processador de textos oferecido pelo Google Docs e foram analisadas as intervenções e os níveis de interação entre os alunos. A pesquisa, caracterizada como pesquisa-intervenção, baseia-se em Lemos (2002), Primo (2003, 2005), Chartier (1999) e Ribeiro (2008; 2009; 2012), para tratar da interatividade, escrita colaborativa e hipertextualidade; em Vigotski (2007), para tratar da aprendizagem; Bakhtin (2006; 2010), da interação verbal; Soares (2003), Kleiman (1995), Coscarelli (2007) e Ribeiro (2009), sobre letramento, multiletramento e letramento digital. Realizamos oficinas para apresentar a ferramenta digital. Em seguida, os alunos escolheram os temas e iniciaram a produção escrita. Segundo nossas hipóteses, a utilização da tecnologia digital estimularia e potencializaria a produção escrita, o discurso seria aprimorado por meio da multimidiação e desenvolver-se-ia uma leitura mais crítica e baseada na confiabilidade das referências devido ao fato de lidarem com fontes de informação virtuais e construírem hipertextualidade. rEdEs sociAis dA iNtErNEt E o ENsiNo dE LíNguAs SErGio vaLE da PaiXão (ifPr) Com o avanço da tecnologia dos últimos anos e a consideração de um novo perfil de alunos que chegam a escola nessa era digital, há uma certa exigência para que os recursos tecnológicos, bem como os espaços utilizados para a comunicação virtual façam parte dos instrumentos didáticos para o ensino nas disciplinas que compõem o currículo escolar. A dinamicidade, característica da língua, permite-nos afirmar que tais recursos tecnológicos são extremamente bem vindos ao ensino. O uso de recursos linguísticos presentes nas esferas digitais de comunicação têm se mostrado uma importante ferramenta para que professores possam melhorar e proporcionar o letramento aos alunos, como nos apontam os pressupostos teóricos advindos de Kleiman, (1995; 1998), Soares, (2000; 2002; 2004.), e estudos sobre o letramento digital como os trabalhos de Xavier, (2005); Araújo; Dieb, (2009); Coscarelli; Ribeiro, (2012). Nesse sentido, apresentaremos em nossa comunicação, discussões teóricas e possibilidades de trabalhos escolares para o ensino de línguas utilizando-se das redes sociais da internet e dos recursos disponíveis na tecnologia atual. Tal apresentação é um recorte de nossa dissertação de mestrado e que representa nossa particular prática de trabalho com língua portuguesa e inglesa na educação básica de ensino mediadas pelas TICs. 5º Simpósio Hipertexto e Tecnologias na Educação e 1º Colóquio Internacional de Educação com Tecnologias 28 l #Hipertexto2013 Ação LEgAL - tEcNoLogiAs digitAis E cidAdANiA PArA A Aquisição dE coMPEtêNciAs LiNguísticAs No ENsiNo MÉdio ProFissioNALizANtE JoSé ribamar LoPES baTiSTa Júnior (ufPi) A vivência social que garante o exercício da cidadania é um dos objetivos da escola. Desenvolver a argumentatividade, contribuindo significativamente para a melhoria do espaço social tem sido um desafio. Segundo Barton (2007) esse domínio passa pela construção de pontes de significado, entre a escola e a sociedade. Em 2013, no Colégio Técnico de Floriano, propomos às turmas de terceiro ano dos cursos de Agropecuária e Informática o projeto Ação Legal. Os grupos selecionariam temas sociais considerados por eles um problema a ser enfrentado, como a doação de sangue e de órgãos; obesidade; gravidez na adolescência; meio ambiente. Para a militância na causa, o grupo construiria um calendário de atividades de divulgação, com elaboração de fanpages, cartazes, folders, vídeos, manifestações de conscientização, camisetas, palestras e exposições, que se desmembrariam ao longo do período letivo. Realizamos oficinas e minicursos sobre conhecimentos jurídico/legal, redação oficial, causas sociais e meios de mobilização de massas – redes sociais, internet e suas ferramentas para muni-los de ferramentas técnicas para a atuação cidadã. Ao longo da atividade pudemos diagnosticar a importância da interação escola/sociedade e do uso das tecnologias digitais para a formação crítica bem como para o enriquecimento do debate e amadurecimento das habilidades argumentativas. Aprendizagem móvel dentro e fora da escola #Hipertexto2013 l 29 WEBAULA NO FORMATO DE E-BOOK: A EXPERIÊNCIA DO IFCE CoordEnaÇão: nukáCia mEyrE SiLva araúJo (uECE) Esta sessão apresentará uma experiência de criação e desenvolvimento de uma ferramenta de ensino: o e-book interativo. Esse material educacional digital (MED) foi desenvolvido para o curso de Licenciatura em Educação Profissional, Científica e Tecnológica do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Ceará (IFCE). Considerando-se os diversos profissionais que trabalharam na construção, o processo será descrito a partir de quatro olhares diferentes: a) a diretoria de Educação a Distância e Núcleo de Tecnologias Educacionais do IFCE discutirão os motivos da mudança do antigo formato de webaulas em slide para o e-book; b) a equipe design instrucional apresentará um resultado de pesquisa em que alunos opinam sobre cada uma das versões de MEDs já desenvolvidas pela Diretoria de Educação a Distância; c) a equipe de revisão analisará o processo de escrita hipertextual do e-book; e d) a equipe de diagramação refletirá sobre o papel do diagramador web para a efetivação dessa proposta de MED interativo e hipertextual. A sessão traz uma grande contribuição para avançarmos ainda mais nos estudos sobre a produção de MEDs, em especial de e-books didáticos, pois apresenta uma abordagem geral da criação e desenvolvimento, sob a perspectiva de toda a equipe multidisciplinar envolvida no processo. Produção tExtuAL do E-BooK: dEscrição do ProcEsso dE EscritA nukáCia mEyrE SiLva araúJo (uECE) débora LibEraTo arruda HiSSa (ifCE) Neste trabalho, descreveremos o processo de escrita do gênero webaula no formato de e-book desenvolvido pelo Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Ceará (IFCE). Apresentaremos as etapas do planejamento da produção textual, desde a concepção do texto no formato impresso, até a versão final do e-book em que se incluem recursos hipertextuais e em que se fazem as adequações de linguagem e inserções de recursos, como links, áudio e vídeo. Traçaremos um panorama dasvárias atividades interdependentes, que são necessárias para que seja produzida uma webaula em formato e-book, além do perfil da equipe pedagógica responsável pela produção, dando ênfase ao professor especialista no conteúdo informacional da webaula, o professor conteudista. Analisaremos a distribuição das diferentes funções e tarefas entre os sujeitos produtores do texto (conteudista, designer instrucional, revisor, diagramador, pesquisador iconográfico), a fim de discutirmos as implicações desse processo de produção coletiva de um texto que se materializará em um gênero hipertextual. O propósito de escrita dos produtores do e-book é desenvolver um texto que seja eficiente no que diz respeito ao ensino-aprendizagem dos alunos de EaD e que atenda às exigências de currículos acadêmicos de graduação e especialização previamente traçados pela instituição de ensino superior. 5º Simpósio Hipertexto e Tecnologias na Educação e 1º Colóquio Internacional de Educação com Tecnologias 30 l #Hipertexto2013 coNstrução do E-BooK: coNtriBuição dA diAgrAMAção WEB (dEscrição dos APLicAtivos, dAs dEcisõEs oPErAcioNAis, rEcursos E NovAs tENdêNciAs) fabriCE marC JoyE (ifCE) LiLian frEiTaS CoELHo (ifCE) Lívia maria dE Lima SanTiaGo (ifCE) Neste trabalho, apresentaremos a nova modelagem web adotada pela equipe técnica da Diretoria de Educação a Distância (DEaD) do Instituto Federal do Ceará (IFCE), para a construção da nova proposta de layout da webaula no modelo e-book. Sabendo que o aspecto central no processo de elaboração do material didático é desenvolver a comunicação fluída e constante entre os atores envolvidos no processo de produção de conteúdo e promover a discussão entre equipe técnica e pedagógica, buscaremos apresentar o papel do diagramador web como agente de contribuição sob uma perspectiva técnica, apontando quais recursos e ferramentas de caráter operacionais melhor se ajustam a proposta didática e tecnológica do modelo e-book da Diretoria de EaD. Além disso, descreveremos as etapas que compuseram a elaboração do e-book desde seu planejamento, desenvolvimento até sua construção propriamente dita. Tomaremos por base a nova organização do conteúdo didático, a inserção de novos atores no fluxograma de produção de conteúdo da DEaD e a incorporação de elementos midiáticos na estrutura do e-book. dA BArrA dE roLAgEM Ao E-BooK: A visão do ALuNo do iFcE iraCi dE oLivEira moraES SCHmidLin (ifCE) karinE naSCimEnTo PorTELa (ifCE) márCia roXana da SiLva réGiS (ifCE) O presente artigo reflete sobre a construção dos materiais educacionais digitais (MEDs), seus formatos e sua adequação ao aprendizado, a partir da visão do aluno. Visa analisar os MEDs produzidos pela equipe da Diretoria de Educação a Distância do Instituto Federal do Ceará (DEaD-IFCE) para os cursos de graduação ofertados na modalidade semipresencial. O objetivo geral é apurar, de forma comparativa, as visões dos alunos de cada uma das versões de MEDs desenvolvidos pela DEaD-IFCE, batizados pela equipe como “barra de rolagem”, “slides” e “e-book”. Pretende-se ainda descrever os MEDs, seus recursos e elementos de design pedagógico, a partir dos parâmetros para construção de MEDs propostos por Torrezzan e Behar (2009), Palange (2009) e Vaz (2009). A pesquisa é de cunho exploratório, descritivo e comparativo, analisando aspectos quantitativos e qualitativos dos MEDs e de sua utilização por parte do aprendiz. Como principal procedimento para coleta de dados, foram aplicados questionários entre os alunos dos cursos, levantando a visão deles acerca dos MEDs para eles disponibilizados. A pesquisa pretende contribuir para a melhoria das práticas em EaD, no design educacional do modelo e-book em construção, abordando as evoluções, acertos, problemas e erros identificados pelos alunos nos formatos analisados. Aprendizagem móvel dentro e fora da escola #Hipertexto2013 l 31 E-BooK iNtErAtivo: A gEstão dE uM ProJEto MuLtidisciPLiNAr NA EvoLução do MAtEriAL didático dos cursos A distÂNciA No iFcE CaSSandra ribEiro JoyE (ifCE) Gina maria PorTo dE aGuiar (ifCE) fabriCE marC JoyE (ifCE) Este trabalho apresenta um relato de experiência realizada entre a gestão e a equipe multidisciplinar da Diretoria de Educação a Distância (DEaD) do Instituto Federal do Ceará, em torno da mudança de formato das webaulas, partindo do conteúdo web em janelas com barra de rolagem para o que se denomina e-book “interativo”. A mudança visa atender a demanda do leitor atual, que se identifica com o formato dos livros digitais, por guardarem a representação mental dos modelos físicos de livros, com diferencial da interatividade permitida pela tecnologia. O objetivo dessa mudança é proporcionar mais interatividade com o conteúdo a partir dos recursos tecnológicos próprios para a construção de e-books, bem como utilizar esse formato para outras mídias com o objetivo de possibilitar maior mobilidade, acesso e controle do percurso de aprendizagem pelo aprendiz na interação com o material didático. O processo de construção envolve um trabalho sistemático com toda equipe multidisciplinar para construção da identidade desse e-book, utilizando a pesquisa e o trabalho coletivo de discussões e testes para o projeto piloto da mudança. Envolve observação e análise dos materiais didáticos digitais de outras instituições, a observação participante junto à equipe multidisciplinar da DEaD e a revisão bibliográfica na temática. 5º Simpósio Hipertexto e Tecnologias na Educação e 1º Colóquio Internacional de Educação com Tecnologias 32 l #Hipertexto2013 CULTURAS, LETRAMENTOS E TECNOLOGIAS NO ENSINO DE LÍNGUAS CoordEnaÇão: rodriGo araGão (iaT/uESC) Apresentaremos aqui trabalhos no âmbito do grupo de pesquisa do projeto FORTE – Formação, Linguagens e Tecnologias. Para esta sessão coordenada, faço um recorte dos trabalhos que tem se debruçado sobre os letramentos em culturas digitais e no ensino de línguas. Inicialmente, farei uma exposição sobre conceitos de linguagem, tecnologia e cultura para lidarmos com os letramentos demandados atualmente e propormos estratégias de ensino/aprendizagem pautadas na aproximação articulada de práticas sociais com linguagens e tecnologias, a pesquisa acadêmica e a educação básica. Em seguida, debatermos três trabalhos que aprofundam a apresentação inicial. Resultados de uma pesquisa sobre os letramentos digitais e a Educação de Jovens e Adultos de escolas do município de Itabuna-BA nos mostram como o uso de TICs na escola são configuradas por situações e representações de professores sobre seu público alvo e uma cultura de ensino na EJA. Observaremos também como práticas didáticas digitais com blogs no ensino/aprendizagem de Língua Portuguesa e Inglesa demandam conceitos de multimodalidade, hipertextualidade e multiletramentos para que sejam efetivamente parte de uma cultura digital. Finalmente, será apresentada uma pesquisa-ação sobre letramentos em redes sociais com alunos de inglês em uma escola pública de ensino fundamental atendida pelo projeto UCA. LiNguAgENs E tEcNoLogiAs NAs PráticAs sociAis, PoLíticAs E EscoLArEs rodriGo araGão (iaT/uESC) Práticas sociais com as tecnologias da comunicação têm desafiado a escola enquanto agência de letramento e de apropriação de conhecimentos. Se por um lado, vivemos imersos em uma cultura digital no cotidiano, o mesmo pode não ser dito sobre o cotidiano da escola. Os governos buscam inserir equipamentos nas escolas e também criar diretrizes curriculares (Brasil, 1999, 2006). Vemos que alguns estudos têm mostrado dificuldades de fazer com que a cultura digital seja uma realidade no ensino/aprendizagem de línguas (Aragão, 2009; Mateus, 2004; Paiva, 2010). Observamos que maiores investimentos em equipamentos, ou na produção de textos oficiais, dissociados de uma epistemologia da prática e em articulação sistêmica comusuários e contextos de uso, não tem gerado os resultados esperados. Notamos desarticulação entre o uso, a infra-estrutura, e as ambiências relacionais necessárias à gestão e consolidação de culturas digitais. Ainda, os letramentos contemporâneos nos demandam repensar a escola e sua cultura tradicional ao passo que, se levarmos isso a cabo, os próprios conceitos de escola e política pública devem ser reinventados. Apresentarei nesta comunicação os fundamentos e exemplos práticos desta reflexão. Aprendizagem móvel dentro e fora da escola #Hipertexto2013 l 33 MuLtiLEtrAMENtos E hiPErtExtuALidAdE No ENsiNo/APrENdizAgEM manoELa oLivEira dE Souza SanTana (uESC) rodriGo araGão (iaT/uESC) No cenário de uma cultura social imersa em práticas diversas com tecnologias da comunicação, espaços educacionais, para acompanhar as solicitações desse contexto, implementam práticas, utilizando suportes digitais. Os multiletramentos requerem atos leitores e escritores mediados também pela multimodalidade e pelo hipertexto. O que se coloca no cerne para reflexão nesta comunicação é a forma do trabalho com o hipertexto e a multimodalidade nas práticas textuais do ensino de línguas – português e inglês – com blogs de docentes, do Ensino Médio, de escolas baianas. A discussão que segue, qualitativa no âmbito da Linguística Aplicada, e mais especificamente a área de Linguagem e Tecnologia, nos leva a percepção de que, na interface entre blog e ensino/aprendizagem de línguas, aprendizes e mediadores da práxis precisam se reconhecer como sujeitos dessas linguagens, podendo ler e gerir textos, articulando linguagens, novas rotas para a leitura e escrita, por meio da linguagem verbal, imagens e sons, e vivenciar culturas digitais, com criticidade, o caráter interacional que demandam os letramentos da sociedade contemporânea. LEtrAMENtos digitAis E A EJA EM itABuNA JosÉ WANdErLEy souzA oLivEirA (uEsc) rodrigo ArAgão (iAt/uEsc) Esta pesquisa parte de concepções de letramentos (SOARES, 2003) e de letramentos digitais (BUZATO, 2006; XAVIER, 2012) para compreendermos a ação de professores da EJA do município de Itabuna-Bahia em relação ao uso de tecnologias no ensino de línguas. Com isto, espera-se poder fortalecer estratégias para lidar com esse cenário na escola pública e difundir formas de lidar com o conhecimento a partir do uso de tecnologias. Adotamos a pesquisa de cunho etnográfico, através de observação e entrevista gravada, com seis docentes da área de linguagens da EJA, em seis escolas de Itabuna-BA. Os resultados indicam que a aversão ao uso de TICs não está em limitações de letramento digital dos professores da EJA, mas na maneira como entendem suas práticas de letramento e uma representação da cultura dos alunos da EJA. Outra observação da pesquisa é a necessidade de termos mecanismos para que estados, governo federal e municípios construam suas orientações, diretrizes e marcos legais em consonância com uma política de EJA que não exclua, mas inclua todos e todas em ações articuladas. 5º Simpósio Hipertexto e Tecnologias na Educação e 1º Colóquio Internacional de Educação com Tecnologias 34 l #Hipertexto2013 ciBErcuLturA E rEdEs sociAis No ENsiNo dE iNgLês iky annE diaS (uESC) rodriGo araGão (iaT/uESC) Hoje, em que tudo está interconectado em redes, mais que ensinar coisas novas, insta educar de outra maneira, segundo uma prática que compreenda a complexidade das culturas e linguagens em fluxo. Foi a esse desafio que nos propomos ao investigar as redes sociais no ensino/aprendizagem de Língua Inglesa. Para isso realizamos uma revisão sobre cibercultura e redes sociais (CASTELLS, 2003; RECUERO, 2009); estudos da Linguística Aplicada voltados para o uso das TICs no ensino de língua estrangeira segundo a teoria da complexidade (PAIVA; BRAGA, 2009; PAIVA, 2010; FARIA, 2010), além das orientações sobre os multiletramentos (BRASIL, 2006; ROJO, 2012). Essa base teórica subsidia a execução de uma pesquisa-ação realizada em uma classe de oitavo ano na Escola Estadual Padre Carlo Salerio em Itabuna, Bahia, durante um semestre letivo de 2013. Neste, desenvolvemos junto com a professora-pesquisadora, uma prática de ensino/aprendizagem que pretende fomentar a apropriação dessas redes na cultura da sala de aula, com resultados nos multiletramentos docentes, discentes e em ações alinhadas com as práticas socioculturais contemporâneas. Apontaremos aqui os limites e os potenciais para o ensino/aprendizagem de inglês na educação básica fundamentadas na cibercultura e em redes sociais. Aprendizagem móvel dentro e fora da escola #Hipertexto2013 l 35 MULTILETRAMENTOS, PESqUISA ETNOGRáFICA E TECNOLOGIA CoordEnaÇão: Luiz fErnando GomES (uniSo) Esta sessão coordenada apresenta trabalhos de pesquisa que envolvem três instituições: Universidade Federal de Alagoas- UFAL, Universidade Federal de Sergipe – UFS e Universidade de Sorocaba – Uniso, tendo como núcleo comum propostas de uso de tecnologias em práticas sociais de usos da linguagem. O referencial teórico central sobre letramento, nas três propostas, baseia-se em Lankshear & Knobel, Kalantzis & Cope Rojo e Bakhtin, e em Rocha e Tosta sobre os estudos etnográficos. Duas propostas envolvem trabalhos em uma comunidade de bordadeiras, em Maceió, onde se propôs a criação coletiva, por cerca de dez mulheres da associação das bordadeiras, de um blog e de uma página no Facebook, que mostrasse não apenas o trabalho por elas desenvolvido, mas também falasse sobre o Pontal da Barra e sobre suas histórias individuais. Dessas atividades de uso efetivo da linguagem sobressaiu uma nova visão da língua escrita e de suas possibilidades emancipadoras. Também questões sobre o posicionamento ético e científico do pesquisador etnográfico emergiram desse contato-envolvimento com os membros da comunidade. A proposta sobre o uso do rádio para programas sobre música e cultura hispano-americanas revela a importância da integração das mídias para a comunicação multicultural. A PEsquisA EtNográFicA EM ProJEtos dE LEtrAMENto: discussõEs iNiciAis soBrE o PAPEL do PEsquisAdor EM AtividAdEs coMuNitáriAs Luiz fErnando GomES (uniSo) O objetivo deste trabalho é trazer algumas considerações a respeito das atribuições, necessidades e dificuldades com as quais se depara o pesquisador ao propor e desenvolver atividades de letramento em comunidades periféricas. As reflexões partem de nossas experiências e de registros em áudio e anotações de campo durante a realização de um projeto de extensão desenvolvido em parceria Uniso-UFAL, intitulado “Novos letramentos e ativismo social: em busca de uma palavra outra para as mulheres da Comunidade do Pontal da Barra”, (Maceió-AL). Trabalhos de Lankshear & Knobel, do Grupo de Nova Londres e de Rojo falam dos letramentos como práticas contextualizadas de uso da língua e das linguagens em sua variedade modal e cultural e Rocha & Tosta esclarecem que conhecer as culturas locais pressupõe ouvir o outro e a maneira como percebemos o outro está relacionada à distância que assumimos perante ele. Nossa presença na comunidade do Pontal da Barra trouxe-nos vários questionamentos acerca das formas de aproximação dos membros da comunidade e do entendimento de tempos, culturas, necessidades e expectativas deles e nossas, com relação ao projeto proposto. 5º Simpósio Hipertexto e Tecnologias na Educação e 1º Colóquio Internacional de Educação com Tecnologias 36 l #Hipertexto2013 A FuNção sociAL do rádio: PráticAs dE LEtrAMENto EM MiNi ProgrAMAs soBrE MÚsicA E cuLturA hisPANo-AMEricANAs raquEL dE La CorTE doS SanToS (ufS) O objetivo deste trabalho é apresentar o projeto de extensão: “Um programa de rádio voltado para a música e cultura hispano-americanas”, considerando sua relação com práticas de letramento, envolvendo tanto a mídia radiofônica quanto os espaços de
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