Buscar

Fichamento Utopias republicanas As proclamações da República Histoória do Brasil 3

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 5 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Fichamento – História do Brasil 3
Leitura obrigatória: Carvalho, José Murilo de. “Utopias republicanas”. In: CARVALHO, José Murilo. A formação das almas: o imaginário e a república que não foi. SP: Cia das Letras, 1987. Pp. 35-54.
a. Biografia do autor e obras:
b. Resumo:
c. Identificar os objetivos principais: listá-los em forma de citação.
d. Identificação do tema: o tema não é o problema ou o objetivo do texto, mas o assunto que está sendo tratado. Por isso é só listar os temas principais abordados pelo (s) autor/es.
e. Tese (s) do autor (es): nem sempre a tese está explicita, nem mesmo no início do texto; ela pode estar nas entrelinhas ou no final do texto.
1)- Não decorrera ainda mês da proclamação da República quando o encarregado dos negócios da França no Rio de Janeiro, Camille Blondel, anotava a tentativa de vencedores de 15 de novembro de construir uma versão oficial dos fatos destinada à história. Tentava-se, segundo Blondel, ampliar ao máximo o papel de atores principais e reduzir ao mínimo a parte do acaso nos acontecimentos. O encarregado percebera um fenômeno comum aos grandes eventos: a batalha pela construção de uma versão oficial dos fatos, a luta pelo estabelecimento do mito da origem. No caso da República, a batalha era tão importante, se não mais que a própria proclamação, um evento inesperado, rápido, incruento. Estavam em jogo a definição dos papéis dos vários atores, os títulos de propriedade que cada um julgava ter sobre o novo regime, a própria natureza do regime – Pg. 35.
 
f. Ideias:
1)- O fato de ter sido a proclamação um fenômeno militar, em boa parte desvinculado do movimento republicano civil, significa que seu estudo não poder, por si só, explicar a natureza do novo regime. O advento da República não pode ser reduzido à questão militar e à insurreição das unidades militares aquarteladas em São Cristóvão. De outro lado, seria incorreto desprezar os acontecimentos de 15 de novembro como se fossem simples acidente. Embora as raízes da República devam ser buscadas mais longe e mais fundo, o ato da sua instauração possui valor simbólico inegável. Não foi por outra razão que tanto se lutou por sua definição histórica. Deodoroa, Benjamim Contant, Quintino Bocaiúva, Floriano Peixoto: não há inocência na briga pela delimitação do papel de cada uma dessas personagens. Por trás da luta, há disputa de poder e há visões distintas sobre a natureza da República.
As proclamações
1)- Se a guerra dos vivas tem a ver com a participação de Deodoro, outras disputas dizem respeito à participação de Benjamim Constant. Todos estão de acordo em reconhecer sua influência sobre as escolas militares (a da Praia Vermelha e a Escola Superior de Guerra, criada em 1889), sediada em São Cristóvão. Não há, também, dúvida sobre suas convicções republicanas, mas existem sérias discordâncias quanto à importância de sua atuação a 15 de novembro – Pg. 36.
2)- Na luta pelo estabelecimento de uma versão oficial para o 15 de novembro, pela constituição de panteão republicano, assim como deu e geralmente se dá em todos os momentos de transformação política, estava embutido o conflito pela definição do novo regime. Inicialmente apenas verbal, o conflito foi aos poucos sendo explicitado em lutas políticas que seria talvez prematuro considerar extintas cem após o acontecimento. A análise da luta pelo mito fundador pode servir para esclarecer a natureza desse conflito – Pg. 38.
Deodoro: a república militar
1)- Que representava o deodorismo? Ele foi defendido principalmente por setores militares desvinculados da propaganda republicana. Os deodoristas eram, sobretudo, os oficiais superiores que tinha lutado na guerra contra o Paraguai – Pg. 38.
2)- Para esse grupo, a proclamação foi ato estritamente militar, corporativo, executado sob a liderança insubstituível de Deodoro. Os civis pouco ou nada influíram – Pg. 38.
3)- A República, para esse grupo, era o ato final da Questão Militar, sua solução definitiva pela eliminação de um regime que, segundo eles, era dominado por uma elite bacharelesca infensa aos interesses castrenses, desrespeitosa dos brios militares – Pg. 39.
4)- É conhecida sua resposta a Deodoro quando este o sondou sobre o movimento: “Se a coisa é contra os casacas, lá tenho minha espingarda velha”. Deodoro menciona também outra manifestação de Floriano em que este, pegando um botão da farda, dissera: “Seu Manuel, a Monarquia é inimiga disso. Se for pra derrubá-la, estarei pronto” – Pg. 39.
5)- O deodorismo aparece com nitidez no óleo de H. Bernardelli que representa a proclamação da República. O quadro é totalmente dominado pela imagem equestre do marechal, que ocupa todo o primeiro plano. As outras figuras aparecem ao fundo e em postura secundária. Lá estão Benjamim, em pé de igualdade com Quintino Bocaiúva, ambos a cavalo, e, a pé, Aristides Lobo. O estilo do quadro é o da clássica exaltação do herói militar, elevado sobre os comuns mortais montando fogoso animal – Pg. 40.
Benjamin Constant: a República sociocrática
1)- Os defensores da preponderância de Benjamim Constant na proclamação representavam uma corrente política e ideológica muito distinta. A diferença aparece já nos adjetivos com que Benjamin era descrito, ou endeusado. Junto da qualificação de fundador, disputa direta com Deodoro, apareciam outras que melhor descreviam o papel a ele atribuído. Era o catequista, o apóstolo, o evangelizador, o doutrinador, a cabeça pensante, o preceptor, o mestre, o ídolo da juventude militar. Benjamin não aparece em primeiro lugar como representante da classe militar, como vingador e salvador do Exército. Aparece como o professor, o teórico, o portador de uma nova visão da história, de um projeto para o Brasil. A ele se deveria o fato de o 15 de novembro ter ido além de uma quartelada destinada a derrubar o ministério de Ouro Preto, de ser transformado em mudança de regime, em revolução, em salvação da pátria – Pg. 40.
2)- Um ano depois [1892], Teixeira Mendes publicava sua biografia. Nesta, Benjamin é colocado no panteão cívico do Brasil, ao lado de Tiradentes e José Bonifácio. Tiradentes na Inconfidência, José Bonifácio na Independência, Benjamin na República, era essa, para os ortodoxos, a trindade cívica que simbolizava o avanço da sociedade brasileira em direção ao seu destino histórico, que era também a plenitude da humanidade em sua fase positiva – Pg. 41.
3)- Os ortodoxos reprovaram a Benjamon a maneira como foi feito a República. Para eles, a transição deveria ter sido completada pela elite imperial, o imperador à frente. Mas essa convicção não impediu Teixeira Mendes, no próprio dia 15, de exortar os republicanos aos gritos: “Proclamem a ditadura! Proclamem a ditadura!”. Nem elimina o fato de que, por trás do apoio a Benjamin, havia uma visão elaborada da República – Pg. 41.
4)- Os sociocráticos, ou positivistas, eram inimigos abertos da democracia representativa, para eles característica do estado metafísico da humanidade. Em seu lugar, deveria ser implantada a ditadura como na figura de Danton dos tempos do Comitê de Salvação Pública da Revolução Francesa. O Congresso, nesse modelo, cumpria apenas um papel orçamentário. A finalidade de tal ditadura era promover a república social, isto é, garantir, de um lado, todas as liberdades espirituais e promover, de outro, a incorporação do proletariado à sociedade, mediante a eliminação dos privilégios da burguesia – Pg. 41.
5)- Se a república dos deodoristas resumia-se à salvação do Exército, a república da vertente de Benjamin Constant queria a salvação da pátria. Ela absorvia do positivismo uma visão integrada da história, uma interpretação do passado e do presente e uma projeção do futuro. Incorporava, ainda, uma tendência messiânica, a convicção do papel missionário que cabia aos positivistas, tanto militares como civis. A história tinha suas leis, seu movimento predeterminado em fases bem definidas, mas a ação humana, especialmente a dos grandes homens, poderia apressara marcha evolutiva da humanidade. Essa marcha, no caso brasileiro, passava pelo estabelecimento de uma república que garantisse a ordem material, entendida como incorporação do proletariado à sociedade, e liberdade espiritual, isto é, a quebra dos monopólios da Igreja e do Estado sobre a educação, a religião e a ciência – Pg. 42.
Quintino Bocaiúva: a república liberal
1)- A defesa de seu papel era mais problemática do que a da participação das duas facções militares, pelo simples fato de que o 15 de novembro foi ação decidida e levada a efeito pelos militares. Os republicanos civis foram colocar a par da conspiração apenas quatro dias antes de seu desfecho. Mesmo assim, como vimos, contra a vontade de Deodoro. Para a legitimidade do movimento, no entanto, era importante que ele não aparecesse como simples ação militar. Era fundamental que a presença dos históricos constasse do próprio evento, a fim de evitar a ironia de uma proclamação alheia ao esforço que desenvolviam havia tantos anos – Pg. 49.
2)- O caráter militar da operação era também por demais evidente para ser negado. O que o povo da cidade viu foi, como disse Aristides, uma parada militar liderada por Deodoro. Após a deposição do ministério no Campo de Santana, a parada seguiu pela rua da Constituição, passando pelo Rocio, pela rua do Teatro, pelo largo de São Francisco e pelas ruas do ouvidor 1º de Março, até o Arsenal de Matinha e a rua larga de São Joaquim, de onde regressou aos quartéis de São Cristóvão – Pg. 52.
3)- Na Assembleia constituinte, houve frequentes debates sobre a natureza militar da proclamação. Alguns civis, como Costa Júnior, queixavam-se das afirmações quase diárias de que a proclamação se devera exclusivamente aos militares, versão que considerava deprimente ao caráter nacional. Mas não eram só os militares constituintes, como o major Espírito Santo, que afirmavam a supremacia de sua classe nos eventos. Republicanos históricos não comprometidos com a criação de uma versão “menos deprimente” admitiam abertamente o fato. Foi o caso do desabusado Martinho Prado Júnior, o qual dizia sem peias que “Os militares fizeram a república” e criticava os civis por se terem submetido aos desígnios dos quartéis. Daí também, segundo ele, a quase nenhuma diferença entre o regime antigo e o novo. Não era a república de seus sonhos – Pg. 52.
4)- O povo seguiu curioso os acontecimentos, perguntou-se sobre o que se passava, respondeu aos vivas e seguiu a parada militar pelas ruas. Não houve tomada de bastilhas sobre Versalhes, nem ações heroicas. O povo estava fora do roteiro da proclamação fosse este militar ou civil, fosse de Deodoro, Benjamin ou Quintino Bocaiúva. O único exemplo de iniciativa popular ocorreu no final da parada militar, quando as tropas do Exército deixavam o Arsenal da Marinha para regressar aos quartéis. Os populares que acompanhavam a parada pediram a Lopes Trovão que lhes pagasse um trago. A conta de quarenta mil-réis acabou caindo nas costas do taverneiro, pois Lopes Trovão só tinha onze mil-réis no bolso. O anônimo comerciante tornou-se, sem querer, o melhor símbolo do papel do povo no novo regime: aquele que paga a conta – Pg. 53.
5)- As tentativas de construir o mito original da República revelam as contradições que marcaram o início do regime, mesmo entre os que o promoveram. Contradições que não desapareceram com o correr do tempo. A divisão entre as correntes militares teve longa vida. Não seria despropositado, por exemplo, ver no movimento dos tenentes, iniciado em 1922, assim como nas agitações nacionalistas lideradas pelo Clube Militar na década de 1950, ressonância explícita da vertente positivista. Em 1930, falava-se abertamente na implantação de uma ditadura republicana. Na década de 1950, eram frequentes as referências a Benjamin Constant e ao intenso envolvimento político dos militares que caracterizou o final do Império e o início da República. Havia até mesmo, nos anos 50, militares remanescentes do positivismo ortodoxo, como os generais Horta Barbosa e Rondon – Pg. 53.
6)- O mito da origem ficou inconcluso, como inconclusa ficara a República – Pg. 54.
h. Listar as fontes e os principais autores (historiografia) mencionados no texto
i. síntese crítica do texto:

Outros materiais