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ppg aula 2 cap. 3 do livro

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Resumo 3 – ETIOPATOGÊNESE GERAL DAS LESÕES
Diversos estímulos podem causar lesões de acordo com a intensidade que atuam, tempo e da constituição do organismo. A lesão é resultado da interação do agressor com mecanismos de defesa e de maneira didática é dividido em dois tipos, sendo que há uma associação entre essas causas. Doenças Exógenas (agentes físicos, químicos, biológicos e desvios de nutrição) são de origem do meio ambiente e as Endógenas (patrimônio genético, resposta imune, fatores emocionais) tem origem no organismo e ainda há aquelas de causa desconhecida chamadas de idiopáticas, essenciais ou criptogenéticas. 
Entre os mecanismos que produzem lesões os três mais importantes são:
Redução de oxigênio
Geração de radicais livres
Resposta imune inata e adaptativa
Hipóxia e Anóxia
Redução e interrupção do fornecimento de oxigênio as células que podem gerar lesões reversíveis ou irreversíveis dependendo da intensidade. Diante de uma situação de hipóxia a célula precisa se adaptar já que há uma redução de ATP, assim o ATP é utilizado como prioridade nas bombas iônicas e há uma redução na síntese proteica e de DNA. Aumento do AMP que leva a ativação de AMP cinases (acelera captação e quebra de glicose e inibe sínteses não só de glicose).
A ativação de um fator de regulação HIF-1 parece ser a maneira pela qual se aumenta a resistência a hipóxia. Ele controla a expressão de vários genes. 
A quebra da glicose não consegue compensar sozinha a redução do ATP e isso gera lesões:
Há Redução da ação das bombas então se retém mais sódio dentro da célula junto com água causando degeneração hidrópica (acúmulo de água). 
Alteração na permeabilidade a íons, com destaque para o cálcio. Levando a ativação e proteínas cinases dependentes de cálcio-calmodulina o que desarranja citoesqueleto e provoca achatamento de microvilosidades
Acumulo de Acetil-coa já que a cadeia respiratória está parcialmente inativa, levando a síntese de ácidos graxos e acumulo no citosol (esteatose). Só não de forma tão intensa pelo controle da síntese pelo HIF-1. 
Essas lesões são reversíveis, quando cessa a hipóxia a célula volta ao normal.
LESÕES IRREVERSÍVEIS
Se a hipóxia persiste, as lesões se tornam irreversíveis e leva célula a morte:
Até aparecerem essas lesões irreversíveis ocorre progressivamente a alteração das membranas da célula por perda das moléculas estruturais e incapacidade de repor; Elevado nível de cálcio no citosol ativada fosfolipases que promovem alterações de membranas, cálcio também altera polimerização e associação de proteínas dos filamentos intermediários e ativa proteases dependentes de cálcio-calmodulina; mitocôndrias sofrem tumefação pela expansão da matriz interna, altera permeabilidade da matriz externa, cessa síntese de ATP porque cessa atividade da ATPase aí é o chamado ponto de não retorno. 
Quando enzimas do lisossomo passam para o citosol célula está morta não sendo essa causa da irreversibilidade da lesão, ou seja, é o aumento dos níveis de cálcio e a dificuldade da célula de realizar sínteses são fundamentais na instalação da morte celular por hipóxia ou anóxia.
As evidências ultraestruturais para irreversibilidade da lesão são a tumefação da matriz interna da mitocôndria e surgem depósitos elétron-densos no seu interior, perda das cristas mitocondriais ao lado de bolhas e solução de continuidade da membrana citoplasmática e do ponto de vista funcional um lesão irreversível tem como características: depleção acentuada de ATP; cessa glicose anaeróbica, acumula lactato e outros metabolitos e conversão de nucleotídeos em nucleosídeos e bases orgânicas. 
Hipóxia grave leva a necrose, moderada pode levar a apoptose devido à lesão das mitocôndrias e liberação de citocromo c. 
Uma célula que passou um longo período sem oxigênio ou com pouco oxigênio, quando sofre reperfusão tem os danos intensificados porque a produção de radicais livres de oxigênio é facilitada por um produto da quebra de proteínas (xantina oxidase). 
Radicais Livres
Os radicais livres são moléculas que tem um elétron não emparelhado na camada orbital mais externa e são suscetíveis de reagir com outras moléculas para se estabilizar o que pode levar uma reação em cadeia e produzir mais radicais. Esses radicais surgem quando existe ganho e perda de elétrons e um deles fica desemparelhado, como em reações de oxirredução, por exemplo, onde o processo ocorre em etapas e há possibilidade de formar esses compostos intermediários.
 Na célula o oxigênio é a principal fonte de radicais livres, já que ele recebe quatro elétrons em etapas para formar água, nesse processo ocorre à formação de radicais livres, no entanto, em são inativado no local e não saem de lá por causa da arquitetura molecular das enzimas que comandam esse processo. Além de originar os radicais livres, o O2 pode formar o chamados ERDO- espécies reativas derivadas do oxigênio, que são produzidos em várias reações na célula junto com radicais livres que inclusive podem ser utilizados por fagócitos para matar micro-organismos. 
Agressões produzem lesões porque formam radicais livres, substâncias químicas quando metabolizadas geram esses radicais, radiações ionizantes também e alguns alimentos e a fumaça de cigarro contém radicais livres. 
As células possuem sistemas oxidantes que impedem o efeito lesivo dos radicais e dos ERDO, então quando há eficiência no transporte de elétrons, pouca disponibilidade de metais de transição livres no citoplasma e os mecanismos antioxidantes naturais funcionando normalmente há um controle da produção e dos efeitos dos radicais livres. Havendo desequilíbrio seja na redução dos mecanismos de controle ou do aumento da produção de radicais ocorre o estresse oxidativo que pode causar lesões. 
Lesões produzidas por radicais livres
Os radicais livres podem provocas lesões celulares porque podem reagir com lipídeos proteínas e ácidos nucléicos. Ex1: tetracloreto de carbono nos hepatócitos em convertido em ccl3* no retículo endoplasmático liso e é o principal responsável pela necrose hepatocelular. 
Os radicais livres podem atuar regulando a atividade celular, sendo utilizados como sinalizadores (O2*, h2o2*).
AGENTE FÍSICO COMO CAUSA DE LESÕES
Dependendo da intensidade e da duração qualquer agente físico pode causar lesão no organismo. Sendo eles:
Força mecânica: promove vários tipos de lesões chamadas de lesões traumáticas causadas por rompimento de estruturas celulares ou dos tecidos que liberam moléculas que causam resposta inflamatória ou quando não causam ruptura distendem a célula e acionam mecanorreceptores que ativam mediadores para resposta local. Ex1: embolia gasosa onde um trauma libera êmbolos de gordura que podem obstruir vasos (ou como resultado da fase aguda lipoproteínas do plasma que se agregam de acordo com alguns estudiosos).
Variação de pressão atmosférica: O organismo se adapta melhor a aumento de pressão (até três vezes mais) do que com a redução (50% abaixo já é possível ver manifestações graves). Ex1: síndrome da descompressão- ocorre quando há descompressão rápida e os gases formam bolhas e pode haver um êmbolo gasoso que obstrui vasos e altere a arquitetura da célula. Já em condições de baixa pressão a redução da tensão de O2 nos alvéolos o que provoca hipóxia. Há vasoconstrição periférica, edema, taquipneia para compensar baixar tensão de oxigênio. Variação brusca de pressão (blast) promove lesão pelo deslocamento abrupto de ar, água, algo sólido e depende do local atingido para ser mais grave ou não. Os órgãos sólidos são mais resistentes que os ocos. 
Variações de temperatura: Ao contrário da variação de pressão, o organismo suporta melhor a redução do que o aumento da temperatura. No caso da ação local das baixas temperaturas, há vasoconstrição, logo redução do suprimento sanguíneo, hipóxia, edema, água começa a congelar, ocorre necrose do membro se o quadro persiste. A morte celular é decorrente do congelamento da água intracelular. No caso de congelamento de micro-organismos, espermatozoidespara estudo, o congelamento é feito com nitrogênio líquido e com substâncias protetoras que impedem o congelamento da água intracelular. Os efeitos sistêmicos do frio é a redução da temperatura corporal abaixo de 35 graus já é considerado hipotermia e a morte é resultado da falência cardiorrespiratória por inibição de centros no bulbo.
Com relação as altas temperaturas, a lesão local é chamada de queimadura. O calor causa liberação de histamina, edema, dependendo da lesão no vaso pode haver hemorragia e então trombose que leva a necrose. Se a temperatura se eleva demais a morte ocorre devido a desnaturação proteica. A ação sistêmica das altas temperaturas é vasodilatação periférica que leva a insuficiência circulatória que se agrava com a sudorese. A insuficiência circulatória gera hipóxia que danifica sistema nervoso e individuo pode ter convulsões. 
Eletricidade causa lesões pela disfunção elétrica (de músculos, miocárdio, tecido nervoso) e produção de calor de acordo com a resistência oferecida pelos tecidos. O dano depende da intensidade, área, trajeto. (pele molhada oferece menor resistência e conduz melhor a corrente). Já os raios quando atingem uma pessoa produzem correntes em várias direções, há produção de muito calor nos órgãos internos que podem se romper juntamente com vasos, água vaporiza. 
Radiação lesa o tecido pela ação direta nas moléculas ou pela produção de radicais livres. Os tecidos com maior atividade mitótica são geralmente os mais radiossensíveis e sobre o câncer existem aqueles radiossensíveis (sofrem regressão, mas nem todas as células são eliminadas na radioterapia) e os radiocuráveis que podem ser eliminados com a radioterapia. 
Ondas sonoras Ruídos altos produzem lesões nas células ciliadas do órgão de Corti o que diminui a acuidade da audição. 
AGENTE BIOLÓGICO COMO CAUSA DE LESÕES
Agentes biológicos podem invadir o organismo e causar doenças, chamadas de doenças infecciosas. Esses agentes biológicos podem causar lesões pelos seguintes mecanismos:
Ação direta, invadindo a célula e causando a sua morte – efeito citopático.
Pela liberação de substancias tóxicas - as exotoxinas.
Componentes desse agente ou substancias liberadas após a sua morte, as endotoxinas.
Pela ativação da resposta inflamatória no local.
Indução da resposta imunitária celular ou humoral.
Antígenos do invasor podem ser aderir a células ou tecidos fazendo com que eles se tornem alvos. 
Antígenos do micro-organismo podem ser semelhantes a moléculas do tecido causando autoagressão 
AGENTE QUÍMICO COMO CAUSA DE LESÕES
Podem causar lesões por dois mecanismos:
Ação direta sobre célula e interstício provocando transformações moleculares que levam a degenerações ou morte celular. Podem ter efeito carcinogênico e nos primeiros meses de formação do bebe causar erros no desenvolvimento (efeito teratógeno). 
Ação indireta atuando como antígeno gerando resposta imune humoral.

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