Buscar

Etiopatogênese das Lesões Celulares I

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 3 páginas

Prévia do material em texto

Ayla Mendes Cavalcante Sabino 
Aula 05.03 – Etiopatogênese das Lesões 
Celulares I 
Patologia Geral 
 
Causas da lesão celular: 
◌ Exógenas: meio ambiente 
Agentes físicos 
Substancias químicas 
Agentes infecciosos 
◌ Endógenas: produzidas pelo organismo 
Falta de suprimento sanguíneo (ex.: infarto) 
Anormalidades genômicas 
Desvios de nutrição 
Alterações na resposta imune 
Maioria das lesões: exógena + endógena 
 
Mecanismos da lesão: 
1. Redução da disponibilidade de O2 
2. Radicais livres 
3. Reação imunitária 
4. Anormalidades de expressão genica 
5. Agentes físicos 
 
REDUÇÃO DA DISPONIBILIDADE DE O2 
◌ Hipoxia: redução do fornecimento de O2 
(pode causar AVC, trombose, covid-19, infarto..) 
◌ Anoxia: interrupção do fornecimento de O2 
 
- A lesão pode ou não ocorrer em casos de 
hipoxia, mas com certeza irá ocorrer por anoxia. 
 
 
 
Causas de hipóxia: 
▪ Obstrução vascular 
▪ Anemia (↓hemoglobina, transporte O2) 
▪ Deslocamento para área com baixa 
concentração de O2 
▪ Asfixia 
A redução de oxigenação pode causar no 
organismo efeitos clínicos (como o cansaço), 
assim como também a nível celular (lesões nas 
células). 
Hipoxia reduz a respiração celular aeróbica → 
diminuição da fosforilação oxidativa e dos níveis 
de ATP produzido pelas mitocôndrias → 
redução do metabolismo, alterações 
morfológicas da célula, que resulta na 
inatividade da bomba de cálcio-potássio, 
aumentando assim a quantidade de Ca2+ 
citoplasmático → ativação de enzimas 
autolíticas que danificam a célula. 
▪ A queda de oxigênio tem alteração direta na 
mitocôndria, interferindo na: produção de ATP, 
síntese de proteínas, integridade da célula, 
transporte ativo da célula: 
 
▪ Enzimas autolíticas: tem consequências 
nocivas a integridade das membranas celulares 
e a preservação do aparelho genético 
Quando há ↓O2, as células começam o 
processo de respiração anaeróbia, obtendo 
energia através da glicose – porém essa energia 
produzida é em pouca quantidade e produz 
substâncias tóxicas, dentre elas, o ácido lático: 
 
Ayla Mendes Cavalcante Sabino 
 
Quando a quebra da glicose é de forma 
anaeróbia – a energia gerada é muito baixa e há 
produção de ácido lático: isso faz com que o 
meio fique ácido, e quando isso permanece por 
um longo período de tempo, ocorre a 
desnaturação das enzimas: sempre que o 
organismo fica sem oxigênio, ele pensa “o que 
eu posso fazer para reverter essa situação”, 
então inicia o processo de desnaturação das 
enzimas por meio de algumas substâncias: 
◌ Ativação do HIF-1: principal indutor de 
resistência à hipoxia: regula a transcrição de 
genes de enzimas que favorecem a glicólise. 
Ou seja, é necessário obter energia de 
alguma forma, então ocorre a quebra da 
glicose. Quando há O2, é uma obtenção 
eficiente. Quando há ↓O2, ocorre a 
ativação do HIF-1 para tentar favorecer 
essa quebra de glicose (ganho energético). 
◌ Eritropoietina: os rins, ao filtrar o sangue e 
detectar a baixa concentração de O2, libera 
eritropoietina que age na medula-óssea, 
estimulando a eritropoiese (produção de 
hemácias). 
◌ Glut-4: transportador da glicose na membrana 
- funciona como uma molécula/substância que 
fica na superfície célula que ajuda a “segurar e 
jogar” a glicose no interior da célula, para que 
ela seja metabolizada, e assim, obter energia. 
Se ↑Glut-4 = maior a chance de glicose no 
interior da célula 
◌ VEGF: fator de crescimento do endotélio 
vascular – estimula o processo de angiogênese 
(formação de novos vasos). 
É muito importante quando ocorre em 
uma região especifica. Por exemplo, no 
coração de um idoso, as artérias estão 
obliteradas e o sangue passa muito 
lentamente, se enquadrando como anoxia, 
então o VEGF estimula a produção de vias 
acessórias, chamadas de vicinais: “se a 
estrada principal não está funcionando, ele 
atalhos”, mas isso só ocorre quando a 
lesão ocorre aos poucos 
Ex.: Um paciente de 70 anos, possui muitas 
estradas vicinais, então em casos de um AVC, 
apesar de apresentar mais riscos/sequelas, tem 
mais chances de sobreviver imediatamente 
após o infarto quando comprado a um paciente 
de 20 anos. A chance do paciente de 20 anos 
não conseguir chegar ao hospital é muito maior 
– já que não possui tantas estradas vicinais 
(atalhos), como um idoso. 
Quando o caminho pelo qual o sangue percorre 
está obliterado, o Stent funciona como uma 
“mola” que abre essa estrada. Combo do sucesso 
para o coração: exercício físico (que não seja tão 
intenso, para não sobrecarregar o coração), dieta 
balanceada, para de fumar/beber. 
Atletas de alta performance também são grupo 
de risco – possui muitos vasos (o que é 
excelente), porém sobrecarrega o coração. 
▪ Quando a hipóxia permanece, a energia 
produzida pela via da glicólise não é suficiente: 
 
Se ↓O2 = ↓ATP = a bomba sódio/potássio não 
funciona, logo: o sódio fica preso e há a entrada 
de água para interior da célula ➔ Quando a 
célula fica cheia de água ocorre a degeneração 
hidrópica (a célula aumenta de volume – até 
“explodir”). 
O termo “Degeneração” é utilizado para dizer 
que a célula esta cheia de alguma coisa: pode 
ser proteína, pigmento, água, etc. 
▪ Quando a célula está funcionando 
normalmente, o cálcio fica preso na 
mitocôndria. A saída do Ca2+ da mitocôndria 
para o citosol estimula a morte celular 
(apoptose): isso ocorre devido a um desarranjo 
do citoesqueleto da célula. 
▪ A quebra de glicose de forma anaeróbia, 
forma muito ácido lático e acetil-CoA (está 
relacionada ao acumulo de triglicerídeos na 
célula, levando a uma sobrecarga). Logo, a 
oferta excessiva de acetil-CoA, leva ao quadro 
de esteatose hepática (acúmulo de triglicerídeo 
dentro da célula). 
Ayla Mendes Cavalcante Sabino 
Histologicamente - exemplos de degeneração: 
 
Degeneração Hidrópica: excesso de água – o 
núcleo permanece redondo 
Degeneração gordurosa: excesso de gordura – o 
núcleo fica “espremido”, menor do que o 
tamanho normal (ex.: esteatose hepática) 
 
Quando cessada a hipóxia → a célula volta à 
normalidade! 
 
Efeito da Reperfusão: 
Hipóteses: 
▪ Maior captação de CA++ 
▪ ▪ Produção de radicais livres pelos 
leucócitos/inflamação 
▪ Chegada súbita de plasma, gerando choque 
osmótico 
 ↘ Ruptura celular 
◌ Quando a pessoa passa muito tempo com 
falta de oxigênio (hipoxia) e vai para um local 
com muito O2 ➔ pode ocorrer Lesão de 
Reperfusão. 
Isso é muito comum em mergulhos, escalada de 
montanhas – tem que ter um controle na 
velocidade de disponibilidade de O2 para evitar 
esse efeito de reperfusão. 
Mudança bruscas de pressões: risco de embolia 
e efeito de reperfusão. 
● Curiosidade: Lesões irreversíveis por hipoxia 
se instalam em tempos diferentes a depender 
do tipo celular. 
 
- Como identificar AVC: sorriso unilateral, pedir 
para apertar com as mãos ou levantar os braços 
(fraqueza nos músculos), falta de cognição (o 
paciente não consegue repetir uma frase 
simples). Nem sempre são apresentados todos 
os sintomas de uma vez. 
 
 
▪ Radicais Livres: são moléculas muito ativas no 
corpo, que tentam se juntar com qualquer coisa 
– e acaba afetando o funcionamento normal do 
nosso organismo: 
Normalmente o organismo produz radicais 
livres: o simples ato de respirar produz RL – de 
forma reversível. Mas o excesso de RL vai 
querer se juntar na membrana das células (leva 
a morte), interfere na síntese de proteínas (por 
ex. o colágeno), afeta o DNA (mexe com tudo, 
aumenta a chance do desenvolvimento de 
mutações do material genético). 
Ou seja, os RL: causam câncer, envelhecem e 
podem matar. 
 
 
 
 
Resumindo: 
Na hipóxia a célula se sobrecarrega ao ponto de 
não aguentar mais. Na anoxia, o corpo não tem 
como se proteger e costuma “matar” mais 
rápido. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Bibliografia: Robbins, Patologia Básica.

Continue navegando