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Éo ponto do trator ligado diretamente àcaixa de câmbio que transmite potŒncia na forma de movimento rotativo ao mecanismo da mÆquina que estÆ acoplada ao tra- tor. Erroneamente Ø chamada de tomada de for- ça. Encontra-se em material tØcnico abreviada por TDP, TDF ou PTO do inglŒs, Power take off. A velocidade angular e o sentido de rotaçªo deste eixo sªo normalizados pela ISO, assim como as suas dimensıes: TransferŒncia de energia TIPO ROTA˙ˆO (rpm) DI´METRO (mm) NO DE ESTRIAS POT˚NCIA DO MOTOR (kW) 1 2 3 540 1000 1000 35 40 45 7 21 20 48 92 132 A razªo da introduçªo da velocidade de 1000 rpm Ø que com o crescimento da potŒncia dos mo- tores dos tratores, nªo era possível transmitir toda esta potŒncia com este eixo e rotaçªo de 540 rpm, porque os grandes torques poderiam romper o eixo. Assim se convencionou aumentar a veloci- dade (mantendo o mesmo diâmetro) porque as- sim como a potŒncia havia aumentado nos moto- res o regime de rotaçıes destes tambØm havia in- crementado. Desta forma se encontrou uma ma- neira de diminuir as perdas com a reduçªo entre Setembro / Outubro 2001 MÆquinas Acoplamento e transferŒncia de potŒncia - Especial 3 Figura 1: Tipos de eixos padronizados de TDP (540 e 1000 rpm) (Fonte: UPM) 540 r.p.m. 6 estrias 35 mm 540 r.p.m. 6 estrias 44 mm 1000 r.p.m. 21 estrias 35 mm 1000 r.p.m. 20 estrias 45 mm ASAE 1··3/8 DIN 9611 A ISO Tipus 1 ASAE 1··3/4 ASAE 1··3/8 DIN 9611 A ISO Tipus 2 ISO Tipus 3 34 .87 44 .33 34 .87 44 .37 Na transmissªo de energia aos implementos, os tratores possuem diversos elementos TransferŒncia de energia Cu lt iv ar Na transmissªo de energia aos implementos, os tratores possuem diversos elementos D E B A C 4 Especial - Acoplamento e transferŒncia de potŒncia MÆquinas Setembro / Outubro 2001 Figura 2: Sistema hidrÆulico de trŒs pontos: A) Barra elevadora ajustÆvel, B) Rótula de elevaçªo, C) Estabilizadores, D) Braço do terceiro ponto, E) Ponteira de engate. (Fonte: Cemagref) Este sistema Ø classificado por meio de categorias, segundo suas dimensıes: Cat I: Cat II: Cat III: Cat IV: Cat 1N: atØ 48 kW de potŒncia no motor do trator. atØ 92 kW de potŒncia no motor do trator. de 80 a 185 kW de potŒncia no motor do trator. de 135 a 300 kW de potŒncia no motor do trator. Para tratores estreitos (fruteiros). motor e TDP. O nœmero de estrias foi alterado para evitar equívocos de acoplamento. OBS.: No Brasil existem tratores com o pri- meiro tipo de TDP e com duas velocidades dife- rentes ( 540 e 1000 rpm). Pode ser: TDP do trator Sªo as chamadas TDP proporcionais ao avan- ço do trator. Sªo dependentes da velocidade de deslocamento mas independentes da marcha se- lecionada. Podem ser utilizadas para acionamen- to de reboques autopropelidos (Ex.: Exploraçªo florestal e transporte interno). Geralmente neste caso estarªo juntos os dois tipos de tomada de potŒncia. Nesse caso hÆ uma total relaçªo entre o funcionamento da TDP e das rodas do trator. TDP do motor Tem funcionamento independente: Pode-se parar o movimento da TDP sem parar o trator, tornando-se œtil nas manobras. Sªo considera- SISTEMA HIDR`ULICO das totalmente independentes quando o aciona- mento for por meio de alavancas e semi inde- pendente quando dispuser de embreagem pró- pria ou dupla. A posiçªo da TDP em relaçªo ao solo e em relaçªo a BT Ø igualmente padronizada. A nor- ma ISO 500 fixa a relaçªo entre regime da TDP e do motor entre 0,8 e 0,9, ou seja, a rotaçªo da TDP deve ser fixada em 80 a 90% da rotaçªo do motor. Isto se deve a que as mÆquinas que utili- zam a TDP geralmente utilizam pouca potŒncia assim podem trabalhar a um regime de rotaçıes menor, consumindo menos energia. A TDP Ø um dos problemas mais claros de insegurança na utilizaçªo dos tratores agrícolas, pois alØm de ter estrias, se sobressai da carcaça da transmissªo. É problema importante quando o operador utiliza a subida ao trator pela parte traseira. AlØm disto, para utilizÆ-la deve ser usa- do um eixo cardam que gira, por isto se desen- volveram proteçıes a estes eixos. Sistema de engate em trŒs pontos: É o ponto de engate com maior integraçªo entre implemento e trator. Funçªo Levantar, nivelar e ajustar os implementos montados ao trator. Funcionamento O princípio bÆsico da construçªo e funcio- namento do sistema hidrÆulico dos tratores, Ø que a pressªo de um líquido fechado se exerce igualmente em todas as direçıes, portanto, a força hidrÆulica pode ser aplicada em vÆrios pon- tos, simultaneamente e seletivamente. Partes Depósito de líquido (óleo próprio ou da transmis- sªo), bomba hidrÆulica (de engrenagens ou pistªo),vÆlvulas (controle de fluxo), cilindro ou pistªo, vÆlvula de segurança (limitadora), filtros, man- gueiras e tubos, alØm dos pontos externos de acopla- mento dos implementos, como barras de levante, bra- ços inferiores do sistema hidrÆulico de trŒs pontos e a barra ou coluna ajustÆvel do terceiro ponto que estÆ ligada ao pistªo de controle automÆtico de sensibilida- de. Os maiores problemas na utilizaçªo deste engate sªo a complexidade de engate e regulagem, que obriga um certo treinamento e habilidade do operador, e a falta de normalizaçªo entre os tratores e implementos (Norma ISO 730). Esse sistema Ø classificado por meio de categorias, segundo suas dimensıes: O princípio bÆsico da construçªo e funcionamento do sistema hidrÆulico dos tratores, Ø que a pressªo de um líquido fechado se exerce igualmente em todas as direçıes, portanto, a força hidrÆulica pode ser aplicada em vÆrios pontos, simultaneamente e seletivamente Setembro / Outubro 2001 MÆquinas Rodados de uso agrícola - Especial 5 Figura 3: Engate frontal para tratores agrícolas (Fonte: Cemagref) Atualmente Ø freqüente encontrar-se nas pontas dos braços inferiores, onde de situam as rótulas, um engate rÆpido, que facilita bastante o acoplamento. Este pode ser feito por meio de uma barra ou chassi em, forma de um A ou por esferas que se colocam nos pontos de acoplamento do implemento. Mundialmente jÆ se começa a utilizar o engate frontal com elevaçªo hidrÆulica, muito semelhante ao que se usa na parte traseira do trator (ISO 8579). Atualmente existem tratores com sistema de con- trole eletrônico de regulaçªo da profundidade, pres- sªo, etc. (Ex.: Sistema hidrotronic da MF) Nesse sis- tema hÆ um painel de comando ao lado do posto do operador onde se faz o ajuste no início do trabalho e depois ao operador somente resta as operaçıes de le- vantar e baixar o implemento. Funciona com dois sen- sores de traçªo, um sensor de posiçªo, uma central eletrônica de controle (caixa-preta) e o painel de con- trole. Controle remoto Atualmente nos tratores alØm do uso do sistema hidrÆulico para acionar equipamentos pelos trŒs pon- tos, pode-se controlar implementos semi-montados ou de arrasto pelo controle remoto. Este dispositivo possibilita retirada do óleo sob pressªo por meio de mangueiras acopladas por en- gate rÆpido em pontos próprios do trator e acionar pistıes hidrÆulicos localizados no implemento. O controle se faz pelo operador, diretamente do banco, por meio de alavancas ou interruptores. A grande vantagem deste sistema Ø que podemos acionar (levantar e regular) implementos de grande porte que excedam a capacidade de levante do siste- ma hidrÆulico convencional. C A B D Funçªo Usada para implementos arrastados. Possi- bilita a aplicaçªo da força de traçªo do trator em um só ponto. Bastante usada no passado em to- dos os equipamentos e atualmente nos equipa- mentos de grande porte (grades aradoras) e nos equipamentos de transporte (carretas). É importante a regulagem da linhade tra- çªo, que Ø uma linha imaginÆria que parte do centro de carga do trator passa pelo ponto de uniªo do implemento e a BT e se une ao centro de carga do implemento. A uniªo pela BT nªo Ø uma forma muito se- gura em termos de operaçªo para transportar re- boques, pelas flexıes que se formam, transferŒn- cia de peso e movimento lateral. Uma das medi- das de segurança que pode ser implementada Ø a colocaçªo de freio nos próprios reboques. Outra medida Ø bloquear o movimento de oscilaçªo la- teral da barra. O acoplamento de implementos pela BT Ø uma tarefa bastante difícil pela distribuiçªo de peso dos implementos (ex.: reboques e semea- doras), que sempre Ø dianteira, isto Ø, sempre o implemento inclina-se para frente. Por isto, es- tes equipamentos vem providos de macaco, que alØm de apoiar a dianteira do engate, pode auxi- liar na regulagem da altura do ponto de engate. As dimensıes da barra, seus orifícios de en- gate e seus pinos de acoplamento sªo dimensio- nados por norma específica. A barra de traçªo pode ser fixa ou regulÆvel. As segundas permi- tem movimento no sentido horizontal (oscilan- tes) auxiliam nas curvas e no sentido vertical, auxiliando o acerto da altura do engate com o implemento. BARRA DE TRA˙ˆO (BT) Funçªo Usados para diminuir a marcha do trator, mantŒ-lo imóvel quando estiver parado e para aju- dar o trator nas manobras. Os freios sªo indivi- duais nas rodas motrizes. Se um só freio Ø aplica- do, o diferencial acelera a outra roda ajudando a fazer a manobra. Devem ter uma folga adequada e igual para as duas rodas. Atualmente sªo usados freio a disco a seco e a banho de óleo. Os tratores de potŒncia mØdia e baixa, possu- em um sistema de freios das rodas somente no eixo traseiro, geralmente imersos em banho de óleo. Este sistema estÆ projetado em funçªo do peso do trator, com e sem lastro e da velocidade mÆxima que se pode desenvolver em condiçıes de trabalho. É importante ressaltar que o sistema de transmissªo, por sua grande reduçªo, jÆ faz um papel importante na frenagem do trator, bastan- do para isto fazer uma desaceleraçªo do motor. Hoje em dia jÆ hÆ uma norma de ensaio para avaliar o rendimento dos freios dos tratores, ba- seado na desaceleraçªo mØdia calculada em fun- çªo da distância consumida para parar o trator. FREIOS: Os tratores de potŒncia mØdia e baixa, possuem um sistema de freios das rodas somente no eixo traseiro, geralmente imersos em banho de óleo. Este sistema estÆ projetado em funçªo do peso do trator, com e sem lastro e da velocidade mÆxima que se pode desenvolver em condiçıes de trabalho 6 Especial - Rodados de uso agrícola MÆquinas Setembro / Outubro 2001 No trator agrícola, os roda-dos sªo uma das partesmais importantes, pois alØm de outras funçıes, sªo os respon- sÆveis por converter o movimento ro- tativo do motor em movimento line- ar œtil, que proporciona o desloca- mento. A essa funçªo natural dos ro- dados, se adicionam outras talvez de igual importância. As principais fun- çıes dos rodados dos tratores sªo: Proporcionar condiçªo de equi- líbrio; Dar sustentaçªo (flutuaçªo) - auxilia o trator a ano se enterrar no solo macio; Proporcionar vªo livre ao tra- tor, para poder trabalhar sobre cul- turas sem provocar danos exagerados; Propiciar desenvolvimento de traçªo; Suportar o peso total do trator, mantendo-o na superfície do solo agrícola sem deixar que este afunde, provocando problemas à traçªo; Proporcionar uma interaçªo com o solo e por isto desenvolver o movimento do trator fazendo-o com a mÆxima eficiŒncia e com mínimas perdas; Amortecer as vibraçıes provo- cadas pelas irregularidades do ter- reno. Aroda Ø um invento humano recente que,ao contrÆrio do que se pensa, tem um ren-dimento muito baixo na maioria das con- diçıes em que se a utiliza. Esse Ø o caso dos terrenos agrícolas nas suas condiçıes naturais e nas condi- çıes induzidas por excesso de umidade e mÆ drena- gem. Sua eficiŒncia melhora quando se passa a con- diçıes de terreno firme ou duro. A roda estÆ constituída por uma parte metÆli- ca formada pelo disco que Ø a peça que se liga ao eixo do trator e pelo aro que Ø onde se instala o pneu. O pneu Ø uma peça de borracha com agarra- deiras na banda de apoio com o solo. Sªo flexíveis e dentro geralmente contŒm uma câmara de ar e Ægua que os mantŒm inflados. As pressıes inter- nas podem variar, em solo agrícola entre os 60 e os 160 kPa. Com carga, Ø lógico que ocorre uma deforma- PNEUS çªo, por pressionamento, que pode ser estimada por um coeficiente de deflexªo que se situa pró- ximo a 20% do diâmetro nas rodas motrizes e 15% nas rodas diretrizes. A deformaçªo pode ser esti- mada pelo raio sob carga, que Ø a distância entre o centro do eixo atØ a superfície de apoio de re- ferŒncia. Depende de fatores como a pressªo interna do pneu, a carga ou peso e o tipo de pneu (dureza, nœmero de lonas, tipo de carcaça, etc). É muito im- portante estabelecer uma pressªo interna adequada do pneu pois quando sªo excessivas, podem provocar aumento do patinamento, diminuindo a resistŒncia ao rolamento, aumentando tambØm a pressªo na Ærea de apoio, o que pode provocar compactaçªo do solo. Quando sªo insuficientes, provocam maiores perdas por resistŒncia ao rolamento mas provocam uma melhor interaçªo entre o pneu e a superfície, ocasio- nando menor patinamento, mas tambØm maior des- gaste da banda. Rodados agrícolas G oo dy ea r A roda estÆ constituída por uma parte metÆlica formada pelo disco que Ø a peça que se liga ao eixo do trator e pelo aro que Ø onde se instala o pneu Embora a história registre que o pneu foi pa- tenteado em 1845 por Thomsom, que trŒs anos depois Goodyear inventou a vulcanizaçªo da bor- racha e que o processo de introduçªo de lonas ocorreu na Alemanha no mesmo ano, somente em 1889 foi construído o primeiro pneu por Dunlop na Irlanda e por Michelin, o primeiro pneu des- montÆvel com câmara de ar. AtØ 1930 os tratores agrícolas utilizaram ro- das de ferro com garras, sendo Ø lógico bastante limitante o seu uso em caminhos permanentes. Em 1932, quase trinta anos depois do automó- vel, a companhia Allis-Chalmers introduzia co- mercialmente o pneu de borracha no trator mo- delo Universal. Em 1937, a metade dos tratores comercializada no mundo jÆ utilizava pneus de borracha. Pode-se considerar que a introduçªo dos pneus agrícolas de borracha foi uma das conquis- tas tecnológicas juntamente com o motor Diesel e o sistema Ferguson de engate em trŒs pontos. Foram muitos anos para que esta tecnologia pu- desse ser posta em prÆtica, assim como desde a invençªo do pneu radial (Michelin), em 1948, atØ a utilizaçªo destes na Europa e EUA, pelos anos 70, tecnologia esta que a pressªo dos custos e outras razıes impediram a sua implantaçªo atØ agora no Brasil. Anos ou dØcadas agora nos parecem muito para o desenvolvimento do pneu, mas desde 1888 quando se equipou o primeiro automóvel com pneu de borracha e este nªo passava dos 1 mil km de duraçªo, atØ 1907, quando os pneus jÆ dura- vam mais de 10 mil km, atØ os dias atuais onde a duraçªo pode superar facilmente os 50 mil km, se desenvolveram estudos de muito valor para ou- tras mÆquinas como o trator. A princípio o ho- mem pensou que com um veículo adaptado às condiçıes do terreno, este poderia ser mantido na sua condiçªo natural, mas com o passar do tempo, acumulando fracassos, se chegou a con- clusªo que o mais prÆtico seria pavimentar o ter- reno e diminuir o rendimento fora de estrada (off- road) do veículo. Mas na agricultura isto nªo Ø possível e o veículo continuou a ser desenvolvido para as condiçıes naturais. Neste ponto começa- ram a distanciar-se as posiçıes entre os tØcnicos que trabalhavam na indœstria de tratores e a dos automóveis. Tipos de rodadosPneus e esteiras. Pneus Reduzem potŒncia para o arraste, ruído e pó produzidos. Vantagens do uso dos pneus nos tratores e nas mÆquinas agrícolas: Menor resistŒncia ao rolamento: Menor consumo de potŒncia Menor consumo de combustível Diminuiçªo da rigidez: Maior conforto Maior duraçªo dos componentes mecânicos Maior aderŒncia: Melhor aproveitamento em condiçıes adversas Maior flutuaçªo Possibilidade de transitar por caminhos pavimentados Melhor mobilidade Aumento da velocidade de avanço A nomenclatura antiga utilizada para diferen- ciar os pneus por suas medidas, consistia em ma- nifestar a largura e diâmetro da roda e o usuÆrio sabia que aquele pneu estava em condiçıes de ser utilizado com esta medida de roda. As esteiras de borracha, melhor denominadas de cintas de borracha, estªo em crescente utiliza- çªo nos tratores agrícolas. Dimensıes dos pneus A indicaçªo de dimensªo dos pneus Ø feita internacionalmente por nœmeros gravados na la- teral do pneu. 15-30 15: Largura da roda, em polegadas 30: Diâmetro da roda, em polegadas Depois se começou a incluir a largura da se- çªo do pneu, com a pressªo recomendada, mas sem carga aplicada, ou seja, sem deflexªo: 23.1/18-30 23.1 significa a largura do pneu medida na Setembro / Outubro 2001 MÆquinas Rodados de uso agrícola - Especial 7 Figura 4: Tipos de pneus A . Pneu diagonal, B. Pneu radial, C. Pneu de perfil alto, D. Pneu de baixo perfil A C B D AtØ 1930 os tratores agrícolas utilizaram rodas de ferro com garras, sendo Ø lógico bastante limitante o seu uso em caminhos permanentes 8 Especial - Rodados de uso agrícola MÆquinas Setembro / Outubro 2001 parte mais larga, isto Ø a maior dimensªo de um lado a outro, em polegadas. 18 significa a largura do pneu na parte onde esta se assenta no rodado (talªo). Coincide com a largura da roda. TambØm medido em polega- das. 30 significa o diâmetro do pneu, medido de onde se assenta na roda, coincide com o diâmetro da roda. TambØm Ø medido e expresso em polega- das. 18.4/15-30 18.4: Largura da seçªo do pneu, em polega- das, com o decimal separado por ponto. Com a introduçªo de novas formas de pneus e rodas, aumento do nœmero de opçıes por espe- cificaçªo e a ampla utilizaçªo de pneus radiais na Europa e EUA, se ampliou à nomenclatura: 18.4 R 30 142 A8 * 18.4: Largura da seçªo do pneu, em polega- das; R: Tipo de construçªo da carcaça; 30: Diâmetro da roda, em polegadas; 142: ˝ndice de carga (tabela); A8: Código de velocidade (tabela); * Pressªo interna de referŒncia de 160 kPa. Quando o pneu nªo necessita de câmara de ar, aparece a designaçªo tubeless. Mais recentemente, com a disseminaçªo e ado- çªo do Sistema Internacional de Unidades de Me- dida, apareceu a mais nova designaçªo: 650/65 R 38 142 A8 650: Largura da seçªo do pneu, em milíme- tros; 65: Perfil ou índice de relaçªo de forma (I = Altura/Largura). Classificaçªo dos pneus agrícolas Os pneus utilizados na agricultura podem ser classificados por seu uso: 1. Motrizes Utilizados para tratores e mÆquinas, sªo pneus que transmitem potŒncia e suportam peso. Tem um desenho de garras e estrutura para cada si- tuaçªo. Ex.: Desenho superficial para solos soltos e lavrados. Sªo usados nos eixos traseiros dos tra- tores e em ambos nos tratores 4 x 4. 2. Diretrizes Servem para direçªo da mÆquina e suportam certo peso. Tem nervos no sentido do diâmetro para que ano haja derrapagem lateral da mÆqui- na. 3. Transportadores Utilizados para implementos e mÆquinas. Su- portam o peso do equipamento e proporcionam menos resistŒncia ao rolamento possível. Esta classificaçªo Ø bastante popular nos EUA, mas nªo teve a mesma aceitaçªo e uso no resto do mundo. Pressªo interna ou pressªo de insuflagem É a pressªo interna do ar que estÆ contido den- tro do pneu. A sua diminuiçªo reduz a resistŒncia e a potŒncia necessÆria para mover uma mÆquina em solo macio ou recØm lavrado. O seu aumento, reduz a resistŒncia e a potŒncia necessÆria para mover uma mÆquina em solo duro (estrada). Quanto à pressªo interna, os pneus podem ser classificados como: Ultrabaixa pressªo: 10 a 20 kPa. Sªo os pneus de grande flutuaçªo; Baixa pressªo: 50 a 150 kPa; Pressıes normais: 100 a 200 kPa. Nestas duas categorias enquadram-se os pneus de trato- res e colhedoras; Alta Pressªo: 300 a 600 kPa. Sªo os pneus de reboques e veículos de transporte. O que afeta o pneu na agricultura A utilizaçªo do pneu na agricultura tem algu- mas particularidades que o difere de outras utili- zaçıes como a automotiva e a rodoviÆria. Princi- palmente se pode salientar estas diferenças anali- sando os dois tipos de trabalhos que sªo o de tra- çªo em solo agrícola e o de transporte. Figura 5: Calibraçªo dos pneus do trator em funçªo do trabalho realizado Sc lo ss er Pelo fato de que a estrutura do pneu tem reforçada a banda de apoio e bem flexível a banda lateral, a resistŒncia à deformaçªo Ø diferente em ambas zonas e a uniªo entre estas deve ser bem mais reforçada pois aí podem ocorrer problemas de separaçªo Setembro / Outubro 2001 MÆquinas Rodados de uso agrícola - Especial 9 Figura 6: Trator com cinta de borracha (Material de divulgaçªo) Novos perfis e estruturas de pneus A primeira diferenciaçªo que se pode estabe- lecer entre os pneus e seus œltimos desenvolvi- mentos Ø com relaçªo ao tipo de construçªo da carcaça. Os pneus podem dividir-se em: A) Diagonal Neste tipo de estrutura, os reforços da estru- tura do pneu, que Ø um tecido de material sintØ- tico, estªo dispostos formando um ângulo de 40 a 45° em relaçªo ao plano mØdio do pneu. Com esta forma construtiva, o conjunto tem uma resistŒncia igual em toda a banda lateral e da banda de apoio. A relaçªo altura/largura Ø ge- ralmente superior a 0,85, estando normalmente próxima de 1. A forma da figura que se manifesta na inter- face entre o pneu e o solo agrícola aproxima-se a elipsóide, sempre com a dimensªo do comprimen- to sendo maior do que a largura. As pressıes internas mínimas estªo próximas aos 80 kPa (0,8 bar) e baixar mais esta pressªo significa correr o risco de que o pneu gire em re- laçªo à roda. B) Radial (SØrie 80): Neste tipo de construçªo, o tecido sintØtico que proporciona a estrutura do pneu estÆ coloca- do longitudinalmente ao plano mØdio do pneu. A base deste tipo de construçªo foi o pneu foi o pneu X da Michelin. Depois a Pirelli, KlØber e outras companhias modificaram este pneu, man- tendo os ângulos de colocaçªo dos fios, mas subs- tituindo os fio de aço por fibra de material nªo metÆlico. Sªo bastante comuns nesta construçªo os per- fis baixos, onde a relaçªo altura/largura varia en- tre 0,60 e 0,65. Pelo fato de que a estrutura do pneu tem re- forçada a banda de apoio e bem flexível a banda lateral, a resistŒncia à deformaçªo Ø diferente em ambas zonas e a uniªo entre estas deve ser bem mais reforçada pois aí podem ocorrer problemas de separaçªo. Como vantagens deste tipo de construçªo pode-se dizer que ocorre uma significativa dimi- nuiçªo na resistŒncia ao rolamento em face de que a banda de apoio Ø mais rígida que a banda lateral e o pneu adapta-se às rugosidades do terreno sem modificar tanto o contato com o solo. Como con- seqüŒncia, hÆ um maior aquecimento da banda lateral e esta estÆ mais sujeita aos estresses, aque- cimento e deterioraçªo. Entre todas as vantagens, destacaria uma em especial, de que neste tipo de pneu se aumentou a capacidade de carga man- tendo a mesma pressªo interna. Outra implicaçªo Ø que o raio dinâmico de ro- lamento varia mais, estabelecendo relaçıes de pa- tinamento mais variÆveis, que nªo necessariamen- te sªo maiores, que os diagonais ondea carcaça toda tem mais resistŒncia, comportando-se mais rigidamente. Esta rigidez da carcaça Ø que faz di- minuir a eficiŒncia de traçªo, comumente encon- trada nos pneus de estrutura radial. A Ærea de contato pneu e solo tŒm a forma mais retangular que os diagonais e sempre que se diminui a pressªo interna do pneu ou aumenta o peso sobre a roda, a figura geomØtrica aumenta mais por incremento da secçªo longitudinal que pela dimensªo lateral, que varia bastante menos. Na figura 7, aparecem Æreas de contato de um pneu do tipo diagonal sob trŒs diferentes pres- sıes internas e quatro níveis de carga imposta ao pneu. A superfície de contato aumenta com o in- cremento das cargas verticais e com a diminuiçªo da pressªo interna. Sendo mais rígida a banda de apoio do pneu, os tacos ou garras se comportam mais rigidamen- te em relaçªo a esta banda e sua flexibilidade de- pende em maior parte do tipo de consistŒncia de borracha utilizada. Por esta razªo este tipo de pneu tem maiores problemas para autolimpar-se, pois se as garras nªo se movimentam em relaçªo à banda de rolamento, o solo se adere e a flexibili- dade da própria garra fica como œnico fator res- ponsÆvel em evitar a aderŒncia de uma porçªo de solo que pode vir a impedir a açªo da garra, pois um volume de solo obstrui o espaço entre duas garras consecutivas. As pressıes mínimas neste tipo de pneu Ø mui- to próximo ao que utiliza no tipo diagonal, ao re- dor de 80 kPa, nªo havendo ganho neste sentido, mas o desgaste e o rendimento energØtico Ø me- lhor. Como a banda lateral Ø bem mais flexível que na estrutura diagonal, a pressªo interna Ø que dÆ a estrutura ao pneu, capacitando-o a suportar grandes torques aplicados a esta regiªo do pneu e suportados pelo terreno. Cl aa s A utilizaçªo do pneu na agricultura tem algumas particularidades que o difere de outras utilizaçıes como a automotiva e a rodoviÆria 10 Especial - Rodados de uso agrícola MÆquinas Setembro / Outubro 2001 C) Diagonal de ângulo reduzido: Stabilia (SØrie 70) Lançamento da Empresa Dunlop, este pneu tem características intermediÆrias entre o dia- gonal e o radial. O ângulo das garras foi diminu- ído para 30° menor que os 45° comumente utili- zados. A vantagem desta estrutura Ø que se tor- na possível utilizar pressıes internas mais redu- zidas sem que o pneu gire sobre o rodado. Em funçªo destas características, a Ærea de contato com o solo Ø intermediÆria entre a elip- se (diagonal) e o retângulo (radial). Em muitas provas se verificou que a autolimpeza Ø bem maior e hÆ indícios de que o conforto do opera- dor melhora em relaçªo ao diagonal comum. D) Pneus Largos e extralargos Com o objetivo expresso de aumentar a flu- tuaçªo foram criados hÆ alguns anos atrÆs os pneus extralargos, que vieram a ser conhecidos pela denominaçªo de Terra-tire, que Ø marca registrada de Goodyear. Sªo pneus que podem ser utilizados a velocidades que variam entre os 4 e os 50 km/h e que tem características bem relacionadas à flutuaçªo em solo agrícola, com o objetivo de diminuir a impressªo de rastros no solo, a compactaçªo superficial (atØ 45 cm). Como problema principal deste tipo de pneu estÆ a dificuldade em adaptar todos os equipamen- tos agrícolas ao trator que o utiliza. A teoria diz que este tipo de pneu pode solu- cionar os problemas de compactaçªo superficial pois a açªo do pneu pode-se resumir em: Grau de compactaçªo superficial: Em funçªo da pressªo de contato. Compactaçªo em profundidade: `rea de contato; Largura do pneu; Peso total aplicado. Figura 7: Impressªo da Ærea de contato de pneus radiais a diferentes pressıes internas. Fonte: Universidade de Milªo, ItÆlia. JosØ Fernando Schlosser, Universidade Federal de Santa Maria/RS Quanto ao rodado duplo, se pode estabelecer as seguintes consideraçıes: Geralmente de igual dimensªo; Os externos podem ser menores; Dªo maior estabilidade e capacidade de traçªo; Incrementa a Ærea trafegada e compactada; Por recomendaçªo tØcnica, nªo se deve ultra- passar 88% do peso que levaria com pneu sim- ples; Pode ser opçªo econômica para aumentar a Ærea de contato. Com o objetivo expresso de aumentar a flutuaçªo foram criados hÆ alguns anos atrÆs os pneus extralargos, que vieram a ser conhecidos pela denominaçªo de Terra- tire, que Ø marca registrada de Goodyear
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