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ENERGIA: Acoplamentos e transferência (caderno máquinas_05)

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Éo ponto do trator ligado diretamente àcaixa de câmbio que transmite potŒncia na forma de movimento rotativo ao
mecanismo da mÆquina que estÆ acoplada ao tra-
tor. Erroneamente Ø chamada de “tomada de for-
ça”. Encontra-se em material tØcnico abreviada
por TDP, TDF ou PTO do inglŒs, Power take off.
A velocidade angular e o sentido de rotaçªo deste
eixo sªo normalizados pela ISO, assim como as
suas dimensıes:
TransferŒncia
de energia
TIPO ROTA˙ˆO
 (rpm)
DI´METRO
(mm)
NO DE
ESTRIAS
POT˚NCIA DO
MOTOR (kW)
1
2
3
540
1000
1000
35
40
45
7
21
20
48
92
132
A razªo da introduçªo da velocidade de 1000
rpm Ø que com o crescimento da potŒncia dos mo-
tores dos tratores, nªo era possível transmitir toda
esta potŒncia com este eixo e rotaçªo de 540 rpm,
porque os grandes torques poderiam romper o
eixo. Assim se convencionou aumentar a veloci-
dade (mantendo o mesmo diâmetro) porque as-
sim como a potŒncia havia aumentado nos moto-
res o regime de rotaçıes destes tambØm havia in-
crementado. Desta forma se encontrou uma ma-
neira de diminuir as perdas com a reduçªo entre
Setembro / Outubro 2001 • MÆquinas
Acoplamento e transferŒncia de potŒncia - Especial • 3
Figura 1: Tipos de eixos padronizados de TDP (540 e 1000 rpm) (Fonte: UPM)
540 r.p.m.
6 estrias
35 mm
540 r.p.m.
6 estrias
44 mm
1000 r.p.m.
21 estrias
35 mm
1000 r.p.m.
20 estrias
45 mm
ASAE 1··3/8
DIN 9611 A
ISO Tipus 1
ASAE 1··3/4
ASAE 1··3/8
DIN 9611 A
ISO Tipus 2
ISO Tipus 3
34
.87
44
.33
34
.87
44
.37
Na transmissªo de energia
aos implementos, os tratores
possuem diversos elementos
TransferŒncia
de energia
Cu
lt
iv
ar
Na transmissªo de energia
aos implementos, os tratores
possuem diversos elementos
D
E
B
A
C
4 • Especial - Acoplamento e transferŒncia de potŒncia
MÆquinas • Setembro / Outubro 2001
Figura 2:
Sistema hidrÆulico de trŒs pontos:
A) Barra elevadora ajustÆvel,
B) Rótula de elevaçªo,
C) Estabilizadores,
D) Braço do terceiro ponto,
E) Ponteira de engate.
(Fonte: Cemagref)
Este sistema Ø classificado por meio de categorias, segundo suas dimensıes:
Cat I:
Cat II:
Cat III:
Cat IV:
Cat 1N:
atØ 48 kW de potŒncia no motor do trator.
atØ 92 kW de potŒncia no motor do trator.
de 80 a 185 kW de potŒncia no motor do trator.
de 135 a 300 kW de potŒncia no motor do trator.
Para tratores estreitos (fruteiros).
motor e TDP. O nœmero de estrias foi alterado
para evitar equívocos de acoplamento.
OBS.:  No Brasil existem tratores com o pri-
meiro tipo de TDP e com duas velocidades dife-
rentes ( 540 e 1000 rpm). Pode ser:
TDP do trator
Sªo as chamadas TDP proporcionais ao avan-
ço do trator. Sªo dependentes da velocidade de
deslocamento mas independentes da marcha se-
lecionada. Podem ser utilizadas para acionamen-
to de reboques autopropelidos (Ex.: Exploraçªo
florestal e transporte interno). Geralmente neste
caso estarªo juntos os dois tipos de tomada de
potŒncia. Nesse caso hÆ uma total relaçªo entre o
funcionamento da TDP e das rodas do trator.
TDP do motor
Tem funcionamento  independente: Pode-se
parar o movimento da TDP sem parar o trator,
tornando-se œtil nas manobras. Sªo considera-
SISTEMA HIDR`ULICO
das totalmente independentes quando o aciona-
mento for por meio de alavancas e semi inde-
pendente quando dispuser de embreagem pró-
pria ou dupla.
A posiçªo da TDP em relaçªo ao solo e em
relaçªo a BT Ø igualmente padronizada. A nor-
ma ISO 500 fixa a relaçªo entre regime da TDP
e do motor entre 0,8 e 0,9, ou seja, a rotaçªo da
TDP deve ser fixada em 80 a 90% da rotaçªo do
motor. Isto se deve a que as mÆquinas que utili-
zam a TDP geralmente utilizam pouca potŒncia
assim podem trabalhar a um regime de rotaçıes
menor, consumindo menos energia.
A TDP Ø um dos problemas mais claros de
insegurança na utilizaçªo dos tratores agrícolas,
pois alØm de ter estrias, se sobressai da carcaça
da transmissªo. É problema importante quando
o operador utiliza a subida ao trator pela parte
traseira. AlØm disto, para utilizÆ-la deve ser usa-
do um eixo cardam que gira, por isto se desen-
volveram proteçıes a estes eixos.
Sistema de engate em trŒs pontos:
É o ponto de engate com maior integraçªo
entre implemento e trator.
• Funçªo
Levantar, nivelar e ajustar os implementos
montados ao trator.
• Funcionamento
O princípio bÆsico da construçªo e funcio-
namento do sistema hidrÆulico dos tratores, Ø
que a pressªo de um líquido fechado se exerce
igualmente em todas as  direçıes, portanto, a
força hidrÆulica pode ser aplicada em vÆrios pon-
tos, simultaneamente e seletivamente.
• Partes
Depósito de líquido (óleo próprio ou da transmis-
sªo), bomba hidrÆulica (de engrenagens ou
pistªo),vÆlvulas (controle de fluxo), cilindro ou
pistªo, vÆlvula de segurança (limitadora), filtros, man-
gueiras e  tubos, alØm dos pontos externos de acopla-
mento dos implementos, como barras de levante, bra-
ços inferiores do sistema hidrÆulico de trŒs pontos e a
barra ou coluna ajustÆvel do terceiro ponto que estÆ
ligada ao pistªo de controle automÆtico de sensibilida-
de. Os maiores problemas na utilizaçªo deste engate
sªo a complexidade de engate e regulagem, que obriga
um certo treinamento e habilidade do operador, e a
falta de normalizaçªo entre os tratores e implementos
(Norma ISO 730). Esse sistema Ø classificado por meio
de categorias, segundo suas dimensıes:
O princípio
bÆsico da
construçªo e
funcionamento
do sistema
hidrÆulico dos
tratores, Ø que
a pressªo de
um líquido
fechado se
exerce
igualmente em
todas as 
direçıes,
portanto, a
força hidrÆulica
pode ser
aplicada em
vÆrios pontos,
simultaneamente
e seletivamente
Setembro / Outubro 2001 • MÆquinas
Rodados de uso agrícola - Especial • 5
Figura 3:
Engate frontal para
tratores agrícolas
(Fonte: Cemagref)
Atualmente Ø freqüente encontrar-se nas pontas
dos braços inferiores, onde de situam as rótulas, um
engate rÆpido, que facilita bastante o acoplamento.
Este pode ser feito por meio de uma barra ou chassi
em, forma de um “A” ou por esferas que se colocam
nos pontos de acoplamento do implemento.
Mundialmente jÆ se começa a utilizar o engate
frontal com elevaçªo hidrÆulica, muito semelhante
ao que se usa na parte traseira do trator (ISO 8579).
Atualmente existem tratores com sistema de con-
trole eletrônico de regulaçªo da profundidade, pres-
sªo, etc. (Ex.: Sistema hidrotronic da MF) Nesse sis-
tema hÆ um painel de comando ao lado do posto do
operador onde se faz o ajuste no início do trabalho e
depois ao operador somente resta as operaçıes de le-
vantar e baixar o implemento. Funciona com dois sen-
sores de traçªo, um sensor de posiçªo, uma central
eletrônica de controle (caixa-preta) e o painel de con-
trole.
• Controle remoto
Atualmente nos tratores alØm do uso do sistema 
hidrÆulico para acionar equipamentos pelos trŒs pon-
tos, pode-se controlar implementos semi-montados
ou de arrasto pelo controle remoto.
Este  dispositivo possibilita retirada do óleo sob
pressªo por meio de  mangueiras acopladas por en-
gate rÆpido em pontos próprios do trator e acionar
pistıes hidrÆulicos localizados no implemento. O
controle se faz pelo operador, diretamente do banco,
por meio de alavancas ou interruptores.
A grande vantagem deste sistema Ø que podemos
acionar (levantar e regular) implementos de grande
porte que excedam a capacidade de levante do siste-
ma hidrÆulico convencional.
C
A
B
D • Funçªo
Usada para implementos arrastados. Possi-
bilita a aplicaçªo da força de traçªo do trator em
um só ponto. Bastante usada no passado em to-
dos os equipamentos e atualmente nos equipa-
mentos de grande porte (grades aradoras) e nos
equipamentos de transporte (carretas).
É importante a regulagem da linhade tra-
çªo, que Ø uma linha imaginÆria que parte do
centro de carga do trator passa pelo ponto de
uniªo do implemento e a BT e se une ao centro
de carga do implemento.
A uniªo pela BT nªo Ø uma forma muito se-
gura em termos de operaçªo para transportar re-
boques, pelas flexıes que se formam, transferŒn-
cia de peso e movimento lateral. Uma das medi-
das de segurança que pode ser implementada Ø a
colocaçªo de freio nos próprios reboques. Outra
medida Ø bloquear o movimento de oscilaçªo la-
teral da barra.
O acoplamento de implementos pela BT Ø
uma tarefa bastante difícil pela distribuiçªo de
peso dos implementos (ex.: reboques e semea-
doras), que sempre Ø dianteira, isto Ø, sempre o
implemento inclina-se para frente. Por isto, es-
tes equipamentos vem providos de macaco, que
alØm de apoiar a dianteira do engate, pode auxi-
liar na regulagem da altura do ponto de engate.
As dimensıes da barra, seus orifícios de en-
gate e seus pinos de acoplamento sªo dimensio-
nados por norma específica. A barra de traçªo
pode ser fixa ou regulÆvel. As segundas permi-
tem movimento no sentido horizontal (oscilan-
tes) auxiliam nas curvas e no sentido vertical,
auxiliando o acerto da altura do engate com o
implemento.
BARRA DE TRA˙ˆO (BT)
• Funçªo
Usados para diminuir a marcha do trator,
mantŒ-lo imóvel quando estiver parado e para aju-
dar o trator nas manobras. Os freios sªo indivi-
duais nas rodas motrizes. Se um só freio Ø aplica-
do, o diferencial acelera a outra roda ajudando a
fazer a manobra.
Devem ter uma folga adequada e igual para as
duas rodas. Atualmente sªo usados freio a disco a
seco e a banho de óleo.
Os tratores de potŒncia mØdia e baixa, possu-
em um sistema de freios das rodas somente no
eixo traseiro, geralmente imersos em banho de
óleo. Este sistema estÆ projetado em funçªo do
peso do trator, com e sem lastro e da velocidade
mÆxima que se pode desenvolver em condiçıes
de trabalho. É importante ressaltar que o sistema
de transmissªo, por sua grande reduçªo, jÆ faz um
papel importante na frenagem do trator, bastan-
do para isto fazer uma desaceleraçªo do motor.
Hoje em dia jÆ hÆ uma norma de ensaio para
avaliar o rendimento dos freios dos tratores, ba-
seado na desaceleraçªo mØdia calculada em fun-
çªo da distância consumida para parar o trator.
FREIOS:
Os tratores de
potŒncia mØdia
e baixa,
possuem um
sistema de
freios das rodas
somente no
eixo traseiro,
geralmente
imersos em
banho de óleo.
Este sistema
estÆ projetado
em funçªo do
peso do trator,
com e sem
lastro e da
velocidade
mÆxima que se
pode
desenvolver em
condiçıes de
trabalho
6 • Especial - Rodados de uso agrícola
MÆquinas • Setembro / Outubro 2001
No trator agrícola, os roda-dos sªo uma das partesmais importantes, pois
alØm de outras funçıes, sªo os respon-
sÆveis por converter o movimento ro-
tativo do motor em movimento line-
ar œtil, que proporciona o desloca-
mento. A essa funçªo natural dos ro-
dados, se adicionam outras talvez de
igual importância. As principais fun-
çıes dos rodados dos tratores sªo:
• Proporcionar condiçªo de equi-
líbrio;
• Dar sustentaçªo (flutuaçªo) -
auxilia o trator a ano se enterrar no
solo macio;
• Proporcionar vªo livre ao tra-
tor,  para poder trabalhar sobre cul-
turas sem provocar danos exagerados;
• Propiciar desenvolvimento de
traçªo;
• Suportar o peso total do trator,
mantendo-o na superfície do solo
agrícola sem deixar que este afunde,
provocando problemas à traçªo;
• Proporcionar uma interaçªo
com o solo e por isto desenvolver o
movimento do trator fazendo-o com
a mÆxima eficiŒncia e com mínimas
perdas;
• Amortecer as vibraçıes provo-
cadas pelas irregularidades do ter-
reno.
Aroda Ø um invento humano recente que,ao contrÆrio do que se pensa, tem um ren-dimento muito baixo na maioria das con-
diçıes em que se a utiliza. Esse Ø o caso dos terrenos
agrícolas nas suas condiçıes naturais e nas condi-
çıes induzidas por excesso de umidade e mÆ drena-
gem. Sua eficiŒncia melhora quando se passa a con-
diçıes de terreno firme ou duro.
A roda estÆ constituída por uma parte metÆli-
ca formada pelo disco que Ø a peça que se liga ao
eixo do trator e pelo aro que Ø onde se instala o
pneu.
O pneu Ø uma peça de borracha com agarra-
deiras na banda de apoio com o solo. Sªo flexíveis
e dentro geralmente contŒm uma câmara de ar e
Ægua que os mantŒm inflados. As pressıes inter-
nas podem variar, em solo agrícola entre os 60 e
os 160 kPa.
Com carga, Ø lógico que ocorre uma deforma-
PNEUS
çªo, por pressionamento, que pode ser estimada
por um coeficiente de deflexªo que se situa pró-
ximo a 20% do diâmetro nas rodas motrizes e 15%
nas rodas diretrizes. A deformaçªo pode ser esti-
mada pelo raio sob carga, que Ø a distância entre
o centro do eixo atØ a superfície de apoio de re-
ferŒncia. Depende de fatores como a pressªo interna
do pneu, a carga ou peso e o tipo de pneu (dureza,
nœmero de lonas, tipo de carcaça, etc). É muito im-
portante estabelecer uma pressªo interna adequada
do pneu pois quando sªo excessivas, podem provocar
aumento do patinamento, diminuindo a resistŒncia
ao rolamento, aumentando tambØm a pressªo na Ærea
de apoio, o que pode provocar compactaçªo do solo.
Quando sªo insuficientes, provocam maiores perdas
por resistŒncia ao rolamento mas provocam uma
melhor interaçªo entre o pneu e a superfície, ocasio-
nando menor patinamento, mas tambØm maior des-
gaste da banda.
Rodados agrícolas
G
oo
dy
ea
r
A roda estÆ
constituída por
uma parte
metÆlica
formada pelo
disco que Ø a
peça que se liga
ao eixo do
trator e pelo
aro que Ø onde
se instala o
pneu
Embora a história registre que o pneu foi pa-
tenteado em 1845 por Thomsom, que trŒs anos
depois Goodyear inventou a vulcanizaçªo da bor-
racha e que o processo de introduçªo de lonas
ocorreu na Alemanha no mesmo ano, somente em
1889 foi construído o primeiro pneu por Dunlop
na Irlanda e por Michelin, o primeiro pneu des-
montÆvel com câmara de ar.
AtØ 1930 os tratores agrícolas utilizaram ro-
das de ferro com garras, sendo Ø lógico bastante
limitante o seu uso em caminhos permanentes.
Em 1932, quase trinta anos depois do automó-
vel, a companhia Allis-Chalmers introduzia co-
mercialmente o pneu de borracha no trator mo-
delo Universal. Em 1937, a metade dos tratores
comercializada no mundo jÆ utilizava pneus de
borracha. Pode-se considerar que a introduçªo dos
pneus agrícolas de borracha foi uma das conquis-
tas tecnológicas juntamente com o motor Diesel
e o sistema Ferguson de engate em trŒs pontos.
Foram muitos anos para que esta tecnologia pu-
desse ser posta em prÆtica, assim como desde a
invençªo do pneu radial (Michelin), em 1948, atØ
a utilizaçªo destes na Europa e EUA, pelos anos
70, tecnologia esta que a pressªo dos custos e
outras razıes impediram a sua implantaçªo atØ
agora no Brasil.
Anos ou dØcadas agora nos parecem muito
para o desenvolvimento do pneu, mas desde 1888
quando se equipou o primeiro automóvel com
pneu de borracha e este nªo passava dos 1 mil km
de duraçªo, atØ 1907, quando os pneus jÆ dura-
vam mais de 10 mil km, atØ os dias atuais onde a
duraçªo pode superar facilmente os 50 mil km, se
desenvolveram estudos de muito valor para ou-
tras mÆquinas como o trator. A princípio o ho-
mem pensou que com um veículo adaptado às
condiçıes do terreno, este poderia ser mantido
na sua condiçªo natural, mas com o passar do
tempo, acumulando fracassos, se chegou a con-
clusªo que o mais prÆtico seria pavimentar o ter-
reno e diminuir o rendimento fora de estrada (off-
road) do veículo. Mas na agricultura isto nªo Ø
possível e o veículo continuou a ser desenvolvido
para as condiçıes naturais. Neste ponto começa-
ram a distanciar-se as posiçıes entre os tØcnicos
que trabalhavam na indœstria de tratores e a dos
automóveis.
Tipos de rodadosPneus e esteiras.
• Pneus
Reduzem potŒncia para o arraste, ruído e pó
produzidos.
Vantagens do uso dos pneus nos tratores e nas
mÆquinas agrícolas:
• Menor resistŒncia ao rolamento:
Menor consumo de potŒncia
Menor consumo de combustível
• Diminuiçªo da rigidez:
Maior conforto
Maior duraçªo dos componentes mecânicos
• Maior aderŒncia:
Melhor aproveitamento em condiçıes adversas
Maior flutuaçªo
Possibilidade de transitar por caminhos pavimentados
Melhor mobilidade
Aumento da velocidade de avanço
A nomenclatura antiga utilizada para diferen-
ciar os pneus por suas medidas, consistia em ma-
nifestar a largura e diâmetro da roda e o usuÆrio
sabia que aquele pneu estava em condiçıes de ser
utilizado com esta medida de roda.
As esteiras de borracha, melhor denominadas
de cintas de borracha, estªo em crescente utiliza-
çªo nos tratores agrícolas.
• Dimensıes  dos pneus 
A indicaçªo de dimensªo dos pneus Ø  feita
internacionalmente por nœmeros gravados na la-
teral do pneu.
15-30
15: Largura da roda, em polegadas
30: Diâmetro da roda, em polegadas
Depois se começou a incluir a largura da se-
çªo do pneu, com a pressªo recomendada, mas
sem carga aplicada, ou seja, sem deflexªo:
 23.1/18-30
 23.1 significa a largura do pneu medida na
Setembro / Outubro 2001 • MÆquinas
Rodados de uso agrícola - Especial • 7
Figura 4:
Tipos de pneus
A . Pneu diagonal,
B. Pneu radial,
C. Pneu de perfil alto,
D. Pneu de baixo perfil
A
C
B
D
AtØ 1930 os
tratores
agrícolas
utilizaram
rodas de ferro
com garras,
sendo Ø lógico
bastante
limitante o seu
uso em
caminhos
permanentes
8 • Especial - Rodados de uso agrícola
MÆquinas • Setembro / Outubro 2001
parte  mais larga, isto Ø a maior dimensªo de um
lado a outro, em polegadas.
18 significa a largura do pneu na parte onde
esta  se assenta no rodado (talªo). Coincide com
a largura da roda. TambØm medido em polega-
das.
30 significa o diâmetro do pneu, medido de
onde se assenta na roda, coincide com o diâmetro
da roda. TambØm Ø medido e expresso em polega-
das.
18.4/15-30
18.4: Largura da seçªo do pneu, em polega-
das, com o decimal separado por ponto.
Com a introduçªo de novas formas de pneus
e rodas, aumento do nœmero de opçıes por espe-
cificaçªo e a ampla utilizaçªo de pneus radiais na
Europa e EUA, se ampliou à nomenclatura:
18.4 R 30 142 A8 *
18.4: Largura da seçªo do pneu, em polega-
das;
R: Tipo de construçªo da carcaça;
30: Diâmetro da roda, em polegadas;
142: ˝ndice de carga (tabela);
A8: Código de velocidade (tabela);
* Pressªo interna de referŒncia de 160 kPa.
Quando o pneu nªo necessita de câmara de
ar, aparece a designaçªo tubeless.
Mais recentemente, com a disseminaçªo e ado-
çªo do Sistema Internacional de Unidades de Me-
dida, apareceu a mais nova designaçªo:
650/65 R 38 142 A8
650: Largura da seçªo do pneu, em milíme-
tros;
65: Perfil ou índice de relaçªo de forma (I =
Altura/Largura).
• Classificaçªo dos pneus agrícolas
Os pneus utilizados na agricultura podem ser
classificados por seu uso:
1. Motrizes
Utilizados para tratores e mÆquinas, sªo pneus
que transmitem potŒncia e suportam  peso.  Tem
um desenho de garras e estrutura para cada si-
tuaçªo. Ex.: Desenho superficial para solos soltos
e lavrados. Sªo usados nos eixos traseiros dos tra-
tores e em ambos nos tratores 4 x 4.
2. Diretrizes
Servem para direçªo da mÆquina e suportam
certo peso. Tem nervos no sentido do diâmetro
para que ano haja derrapagem lateral da mÆqui-
na.
3. Transportadores
Utilizados para implementos e mÆquinas. Su-
portam o peso do equipamento e proporcionam
menos resistŒncia ao rolamento possível.
Esta classificaçªo Ø bastante popular nos EUA,
mas nªo teve a mesma aceitaçªo e uso no resto do
mundo.
• Pressªo interna ou pressªo de insuflagem
É a pressªo interna do ar que estÆ contido den-
tro do pneu. A sua diminuiçªo reduz a resistŒncia
e a potŒncia necessÆria para mover uma mÆquina
em solo macio ou recØm lavrado. O seu aumento,
reduz a resistŒncia e a potŒncia necessÆria para
mover uma mÆquina em solo duro (estrada).
Quanto à pressªo interna, os pneus podem ser classificados como:
• Ultrabaixa pressªo: 10 a 20 kPa. Sªo os pneus
de grande flutuaçªo;
• Baixa pressªo: 50 a 150 kPa;
• Pressıes normais: 100 a 200 kPa. Nestas
duas categorias enquadram-se os pneus de trato-
res e colhedoras;
• Alta Pressªo: 300 a 600 kPa. Sªo os pneus
de reboques e veículos de transporte.
• O que afeta o pneu na agricultura
A utilizaçªo do pneu na agricultura tem algu-
mas particularidades que o difere de outras utili-
zaçıes como a automotiva e a rodoviÆria. Princi-
palmente se pode salientar estas diferenças anali-
sando os dois tipos de trabalhos que sªo o de tra-
çªo em solo agrícola e o de transporte.
Figura 5:
Calibraçªo dos pneus do
trator em funçªo do
trabalho realizado
Sc
lo
ss
er
Pelo fato de
que a estrutura
do pneu tem
reforçada a
banda de apoio
e bem flexível a
banda lateral, a
resistŒncia à
deformaçªo Ø
diferente em
ambas zonas e
a uniªo entre
estas deve ser
bem mais
reforçada pois
aí podem
ocorrer
problemas de
separaçªo
Setembro / Outubro 2001 • MÆquinas
Rodados de uso agrícola - Especial • 9
Figura 6:
Trator com cinta
de borracha
(Material de divulgaçªo)
• Novos perfis e estruturas de pneus
A primeira diferenciaçªo que se pode estabe-
lecer entre os pneus e seus œltimos desenvolvi-
mentos Ø com relaçªo ao tipo de construçªo da
carcaça. Os pneus podem dividir-se em:
A) Diagonal
Neste tipo de estrutura, os reforços da estru-
tura do pneu, que Ø um tecido de material sintØ-
tico, estªo dispostos formando um ângulo de 40 a
45° em relaçªo ao plano mØdio do pneu.
Com esta forma construtiva, o conjunto tem
uma resistŒncia igual em toda a banda lateral e
da banda de apoio. A relaçªo altura/largura Ø ge-
ralmente superior a 0,85, estando normalmente
próxima de 1.
A forma da figura que se manifesta na inter-
face entre o pneu e o solo agrícola aproxima-se a
elipsóide, sempre com a dimensªo do comprimen-
to sendo maior do que a largura.
As pressıes internas mínimas estªo próximas
aos 80 kPa (0,8 bar) e baixar mais esta pressªo
significa correr o risco de que o pneu gire em re-
laçªo à roda.
B) Radial (SØrie 80):
Neste tipo de construçªo, o tecido sintØtico
que proporciona a estrutura do pneu estÆ coloca-
do longitudinalmente ao plano mØdio do pneu. A
base deste tipo de construçªo foi o pneu foi o
“pneu X” da Michelin. Depois a Pirelli, KlØber e
outras companhias modificaram este pneu, man-
tendo os ângulos de colocaçªo dos fios, mas subs-
tituindo os fio de aço por fibra de material nªo
metÆlico.
Sªo bastante comuns nesta construçªo os per-
fis baixos, onde a relaçªo altura/largura varia en-
tre 0,60 e 0,65.
Pelo fato de que a estrutura do pneu tem re-
forçada a banda de apoio e bem flexível a banda
lateral, a resistŒncia à deformaçªo Ø diferente em
ambas zonas e a uniªo entre estas deve ser bem
mais reforçada pois aí podem ocorrer problemas
de separaçªo.
Como vantagens deste tipo de construçªo
pode-se dizer que ocorre uma significativa dimi-
nuiçªo na resistŒncia ao rolamento em face de que
a banda de apoio Ø mais rígida que a banda lateral
e o pneu adapta-se às rugosidades do terreno sem
modificar tanto o contato com o solo. Como con-
seqüŒncia, hÆ um maior aquecimento da banda
lateral e esta estÆ mais sujeita aos estresses, aque-
cimento e deterioraçªo. Entre todas as vantagens,
destacaria uma em especial, de que neste tipo de
pneu se aumentou a capacidade de carga man-
tendo a mesma pressªo interna.
Outra implicaçªo Ø que o raio dinâmico de ro-
lamento varia mais, estabelecendo relaçıes de pa-
tinamento mais variÆveis, que nªo necessariamen-
te sªo maiores, que os diagonais ondea carcaça
toda tem mais resistŒncia, comportando-se mais
rigidamente. Esta rigidez da carcaça Ø que faz di-
minuir a eficiŒncia de traçªo, comumente encon-
trada nos pneus de estrutura radial.
A Ærea de contato pneu e solo tŒm a forma
mais retangular que os diagonais e sempre que se
diminui a pressªo interna do pneu ou aumenta o
peso sobre a roda, a figura geomØtrica aumenta
mais por incremento da secçªo longitudinal que
pela dimensªo lateral, que varia bastante menos.
Na figura 7, aparecem Æreas de contato de um
pneu do tipo diagonal sob trŒs diferentes pres-
sıes internas e quatro níveis de carga imposta ao
pneu. A superfície de contato aumenta com o in-
cremento das cargas verticais e com a diminuiçªo
da pressªo interna.
Sendo mais rígida a banda de apoio do pneu,
os tacos ou garras se comportam mais rigidamen-
te em relaçªo a esta banda e sua flexibilidade de-
pende em maior parte do tipo de consistŒncia de
borracha utilizada. Por esta razªo este tipo de
pneu tem maiores problemas para autolimpar-se,
pois se as garras nªo se movimentam em relaçªo à
banda de rolamento, o solo se adere e a flexibili-
dade da própria garra fica como œnico fator res-
ponsÆvel em evitar a aderŒncia de uma porçªo de
solo que pode vir a impedir a açªo da garra, pois
um volume de solo obstrui o espaço entre duas
garras consecutivas.
As pressıes mínimas neste tipo de pneu Ø mui-
to próximo ao que utiliza no tipo diagonal, ao re-
dor de 80 kPa, nªo havendo ganho neste sentido,
mas o desgaste e o rendimento energØtico Ø me-
lhor. Como a banda lateral Ø bem mais flexível
que na estrutura diagonal, a pressªo interna Ø que
dÆ a estrutura ao pneu, capacitando-o a suportar
grandes torques aplicados a esta regiªo do pneu e
suportados pelo terreno.
Cl
aa
s
A utilizaçªo do
pneu na
agricultura tem
algumas
particularidades
que o difere de
outras
utilizaçıes
como a
automotiva e a
rodoviÆria
10 • Especial - Rodados de uso agrícola
MÆquinas • Setembro / Outubro 2001
C) Diagonal de ângulo reduzido: “Stabilia”
(SØrie 70)
Lançamento da Empresa Dunlop, este pneu
tem características intermediÆrias entre o dia-
gonal e o radial. O ângulo das garras foi diminu-
ído para 30° menor que os 45° comumente utili-
zados. A vantagem desta estrutura Ø que se tor-
na possível utilizar pressıes internas mais redu-
zidas sem que o pneu gire sobre o rodado.
Em funçªo destas características, a Ærea de
contato com o solo Ø intermediÆria entre a elip-
se (diagonal) e o retângulo (radial). Em muitas
provas se verificou que a autolimpeza Ø bem
maior e hÆ indícios de que o conforto do opera-
dor melhora em relaçªo ao diagonal comum.
D) Pneus Largos e extralargos
Com o objetivo expresso de aumentar a flu-
tuaçªo foram criados hÆ alguns anos atrÆs os
pneus extralargos, que vieram a ser conhecidos
pela denominaçªo de “Terra-tire”, que Ø marca
registrada de Goodyear. Sªo pneus que podem
ser utilizados a velocidades que variam entre os
4 e os 50 km/h e que tem características bem
relacionadas à flutuaçªo em solo agrícola, com o
objetivo de diminuir a impressªo de rastros no
solo, a compactaçªo superficial (atØ 45 cm).
Como problema principal deste tipo de pneu estÆ
a dificuldade em adaptar todos os equipamen-
tos agrícolas ao trator que o utiliza.
A teoria diz que este tipo de pneu pode solu-
cionar os problemas de compactaçªo superficial
pois a açªo do pneu pode-se resumir em:
Grau de compactaçªo superficial: Em funçªo
da pressªo de contato.
Compactaçªo em profundidade:
• `rea de contato;
• Largura do pneu;
• Peso total aplicado.
Figura 7:
Impressªo da Ærea de
contato de pneus radiais
a diferentes pressıes internas.
Fonte: Universidade
de Milªo, ItÆlia.
JosØ Fernando Schlosser,
Universidade Federal de Santa Maria/RS
Quanto ao rodado duplo, se pode estabelecer as
seguintes consideraçıes:
• Geralmente de igual dimensªo;
• Os externos podem ser menores;
• Dªo maior estabilidade e capacidade de traçªo;
• Incrementa a Ærea trafegada e compactada;
• Por recomendaçªo tØcnica, nªo se deve ultra-
passar 88% do peso que levaria com pneu sim-
ples;
• Pode ser opçªo econômica para aumentar a
Ærea de contato.
Com o
objetivo
expresso de
aumentar a
flutuaçªo
foram criados
hÆ alguns anos
atrÆs os pneus
extralargos,
que vieram a
ser conhecidos
pela
denominaçªo
de “Terra-
tire”, que Ø
marca
registrada de
Goodyear

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