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Fichamento – História das Américas 3
KOSELLECK, Reinhart. Crítica e crise: Uma contribuição à patogênese do mundo burguês. Rio de Janeiro: Ed. UERJ, 1999.
Primeiro Capítulo
​
a. Biografia do autor e obras:
b. Resumo:
c. Identificar os objetivos principais: listá-los em forma de citação.
d. Identificação do tema: o tema não é o problema ou o objetivo do texto, mas o assunto que está sendo tratado. Por isso é só listar os temas principais abordados pelo (s) autor/es.
e. Tese (s) do autor (es): nem sempre a tese está explicita, nem mesmo no início do texto; ela pode estar nas entrelinhas ou no final do texto.
1
1)- Dois acontecimentos que fizeram época marcam o início e o fim do Absolutismo clássico. Seu ponto de partida foi a guerra civil religiosa. O Estado moderno ergueu-se desses conflitos religiosos mediante lutas penosas, e só alcançou sua forma e fisionomia plenas ao superá-los. Outra guerra civil – a Revolução Francesa – preparou seu fim brusco – Pg. 19.
2)- A primeira tarefa da investigação é apreciar tal conexão. A situação de partida do Estado moderno será explicada na medida em que isso se mostre necessário para explicitar o ponto de inserção política do Iluminismo neste Estado. Assim, impõe-se uma delimitação metodológica à análise da estrutura política do Absolutismo – para além de questões sociais e econômicas – que traz em si uma justificativa factual – Pg. 20.
3)- Para cumprir sua responsabilidade universal, o príncipe era obrigado a procurar a medida de seus atos nos efeitos previsíveis que ações trouxessem para a comunidade. Assim, a obrigatoriedade de agir impunha também a obrigatoriedade de ser o mais previdente possível. O cálculo racional de todas as possíveis consequências tornou-se o primeiro mandamento da política – Pg. 24.
f. Ideias:
1
1)- O efeito dessas duas séries de acontecimentos alastrou-se por toda a Europa. A posição singular da Inglaterra evidencia-se no fato de que lá, por assim dizer, os dois acontecimentos coincidem. Na ilha, o Estado absolutista emergente foi destruído pela guerra civil religiosa, e as lutas religiosas já significavam a revolução burguesa. No continente, o Estado absolutista permaneceu, até onde se pode remontar seu desenvolvimento, um acontecimento ligado aos conflitos posteriores à Reforma – Pg. 19.
2)- O movimento iluminista desenvolveu-se a partir do Absolutismo, no início como sua consequência interna, em seguida como sua contraparte dialética e como o inimigo que preparou sua decadência – Pg. 19.
3)- O abuso de poder por Luís XIV acelerou o movimento iluminista, em que o súdito se descobre cidadão – Pg. 20.
4)- A constelação inicial do Iluminismo se insere no domínio próprio desse sistema político que se estendia por toda a Europa – Pg. 20.
5)- Esse sistema recebeu sua expressão teórica na doutrina da “razão do Estado” – Pg. 20.
6)- No século XVI, a ordem tradicional estava em plena decadência. E, em consequência da perda da unidade da Igreja, a ordem social como um todo saiu dos eixos. Antigos laços e alianças foram desfeitos. Alta traição e luta pelo bem comum tornaram-se conceitos intercambiáveis, conforme as frentes de luta e os homens que nelas se locomoviam – Pg. 21.
7)- Uma vez que os partidos religiosos tiveram sua energia de fontes que se encontravam fora do domínio do poder dos príncipes, estes só podiam se opor a eles rompendo o primado da religião. Só assim foram capazes de submeter os diferentes partidos à autoridade estatal. O princípio “cujus régio, ejus religio” [a religião é de quem é a região] decorre do fato de que os príncipes se colocavam acima dos partidos religiosos, mesmo quando eram seguidores de alguma religião. O monarca absoluto não reconhecia nenhuma instância superior a si mesmo, a não ser Deus, cujos atributos ele próprio assumia no espaço político e histórico: “Majestas vero nec a majore potestate nec legibus ullis nec tempore definitur” [Na verdade, a autoridade não é definida nem pelo maior poder nem por quaisquer leis nem pelo tempo] – Pg. 21.
8)- Mais tarde, [Richilieu] referindo-se a eventos como esses, confrontou o monarca com a seguinte alternativa: “Ou restituís a liberdade ao povo, ou lhe assegureis a liberdade interior, pela qual o povo sacrificou sua liberdade” – Pg. 22.
9)- Ser tolerante seria mais perigoso que ser severo ou cruel, pois as consequências de qualquer complacência derramariam mais sangue e seriam mais devastadoras que a severidade momentânea – Pg. 22.
10)- Em seu romance, Barclay também indica a direção que o rei deveria tomar para pacificar o país. Ou fazia que todos se curvassem ou ninguém se submeteria – Pg. 22.
11)- A voz da consciência não deve nunca alcançar o exterior; deve antes, ser abafada: só sobrevive quem se converte. “Pode-se ver o sentido disto facilmente: os que estão mortos quiseram deixar viver sua consciência, e foi sua consciência que os matou” – Pg. 23.
12)- Desfez-se a relação entre culpabilidade e responsabilidade, constitutiva da consciência. Ambas encontraram uma nova correlação na pessoa do soberano e na do súdito. Diante do fórum de súditos, o soberano foi eximido de qualquer culpabilidade, mas coube a ele toda responsabilidade. O súdito foi dispensado de qualquer responsabilidade política mas, em compensação, foi ameaçado de uma dupla culpabilidade: externamente, ao proceder contra os interesses do soberano, em assuntos cuja decisão cabia apenas ao soberano; internamente, pela culpa que assalta quem se recolhe no anonimato – Pg. 24.
13)- Somente teólogos, garantia Spinoza, acreditavam que os estadistas também deviam observar as regras da piedade prescritas para indivíduos particulares. A exclusão da “moral” na política não se opunha à moral secular, mas à moral religiosa com pretensão política – Pg. 25.
14)- A doutrina da razão do Estado estava de tal modo condicionada pelas rivalidades confessionais que não se restringiu ao Absolutismo monárquico. No continente, infiltrou-se na tradição que defendia o fortalecimento da realeza, mas também ganhou terreno em países que tinham uma constituição corporativa ou republicana – Pg. 25.
15)- Hobbes, a quem Spinoza recorreu, é um exemplo paradigmático da gênese da moderna teoria do Estado a partir das guerras civis religiosas – Pg. 25.
16)- Hobbes se presta de modo excelente para a exposição dessa gênese, pois renunciou a todos os argumentos tradicionais, como o da analogia Deus-rei. Queria, ao contrário, pôr em evidência os fenômenos em sua crua realidade, seguindo, como afirma Dilthey, o fio condutor de um método científico. Além disso, a teoria Hobbesiana do Estado absolutista já contém in nuce a ideia do direito de Estado civil, de forma que seu olhar, embora parta do contexto das guerras religiosas, alcança por si mesmo o século XVIII – Pg. 25.
17)- Hobbes desenvolveu sua teoria do Estado a partir da situação histórica provocada pelas guerras civis religiosas. Para ele, que testemunhou a formação do Estado absolutista na França – estava lá não apenas quando Henrique IV foi assassinado, mas também quando La Rochelle se entregou às tropas de Richilieu –, não havia outro objetivo a não ser evitar a guerra civil (que lhe parecia iminente na Inglaterra) ou, se ela fosse deflagrada, encontrar meios de termina-la – Pg. 26.
18)- Para pode encontrar esse direito, Hobbes indaga-se sobre a causa da guerra civil, impelido pela ideia de que é preciso, em primeiro lugar, desmascarar os planos e interesses dos homens, dos partidos, das igrejas. Pois os homens, ofuscados por seus desejos e esperanças – compreensivelmente – a seriam incapazes de reconhecer a causa de todo o mal – Pg. 26.
19)- Para compreender o fundamento da guerra civil, Hobbes elabora uma antropologia individualista, correspondente a uma humanidade cujos vínculos sociais, políticos e religiosos tornaram-se problemáticos. Os conceitos básicos desta antropologia são appetitus et fuga [desejo e fuga] ou desire and fear [desejo e medo], que apreciados historicamenteformam os elementos de uma teoria da guerra civil – Pg. 27.
20)- O individualismo de Hobbes é o pressuposto de um Estado ordenado e, ao mesmo tempo, a condição de uma livre desenvolvimento do indivíduo – Pg. 27.
21)- A princípio, a humanidade é dominada por uma paixão, pelo desejo incessante de poder, ao qual somente a morte põe fim. Conflito, guerra e guerra civil, bellum omnium contra onmes [guerra de todos contra todos], são a sua consequência. O medo constante de uma morte violenta impede a humanidade de respirar – Pg. 27.
22)- Ao formular assim o problema, Hobbes supera a maneira pela qual ele era, em geral, tratado na época. Nega a primazia das questões que inquietavam os ânimos dos ingleses, fosse a relação das seitas com a igreja do Estado, do Parlamento com o rei ou dos direitos fundamentais com o protetor. A solução encontrada por Hobbes nos interessa sob dois aspectos. Em primeiro lugar, mostra a consciência – e o papel que ela exerce nos conflitos religiosos – como uma construção ideológica – Pg. 28.
23)- A necessidade de fundar o Estado transforma a alternativa moral entre o bem e o mal em uma alternativa política entre a guerra e a paz – Pg. 28.
24)- Externamente, Hobbes concorda com os filósofos morais de seu tempo no que diz respeito à concepção de que o homem é redigido por leis eternas e imutáveis. As leis morais têm um caráter obrigatório universal e constrangem os homens a julgar suas ações em sua consciência (in foro interno), não pelo efeito mas pela intenção. Contudo, acrescenta Hobbes, as leis que só envolvem o querer, o querer em sua sinceridade e constância, são fáceis de observar. (Elas) são fáceis de observar. Pois nisso nada exigem senão o empenho; aquele que es esforça em seu desempenho as cumpre; e aquele que cumpre a lei é justo – Pg. 28.
25)- A intenção de Hobbes já se torna clara quando se percebe que, desde o início, ele se empenha em renunciar ao emprego habitual da palavra “consciência”. Ele a destruiu de valor, por causa do uso incerto, substituindo-a pelo conceito de opinião, despido de qualquer significado religioso. A consciência não seria nada além e uma convicção subjetiva, ou seja, de um ponto de vista privado – Pg. 29.
26)- Assim, ele elabora uma terminologia extra-religiosa e conquista uma posição suprapartidária que lhe permite analisar todos os partidos em seu conjunto, como parte de uma unidade de eventos – Pg. 29.
27)- Hobbes reconhece, sem ilusões, a distância entre as intenções dos partidos, guiadas pela teologia moral, e as práticas pelas quais procuravam realizar seus objetivos – Pg. 29.
28)- Reinava então o conflito das convicções, cuja estrutura, encoberta para os envolvidos, foi evidenciada por Hobbes: “Na verdade, é desagradável lutar, mas também não decidir...Guerras sem importância serão travadas, e serão mais violentas entre as seitas da mesma religião e as facções da mesma república” (De cive, I, 5) – Pg. 29.
29)- “Todos se tornaram inimigos; alternadamente perseguidos e perseguidores, um contra todos e todos contra um; o intolerante é o homem de Hobbes, a intolerância é a guerra da humanidade” – Pg. 30.
30)- O movimento reformatório e a consequente divisão das instâncias religiosas remeteram o homem de volta à sua consciência. A consciência desprovida de amparo externo degenera em fetiche de uma justiça em causa própria. Não surpreende que precisamente esta consciência desse coragem e energia aos partidos beligerantes para continuarem a lutar. A simples consciência, que, como diz Hobbes, tem a pretensão de subir ao trono, não é juiz do bem e do mal, mas a própria fonte do mal. Não era apenas a vontade de poder que atiçava a guerra civil – e nisto reside o passo definitivo dado por Hobbes – mas também a invocação da consciência sem amparo externo. Em vez de ser uma causa pacis, a instância da consciência é, em sua pluralidade subjetiva, uma causa belli civilis – Pg. 30.
31)- A lei natural, ante de se tornar lei, precisa de uma garantia que viabilize seu cumprimento. O mandamento de estabelecer a paz, contido na lei natural, precisa ser transformado em uma lei cuja execução concreta possa ser cumprida. A verdadeira tarefa da filosofia moral é elaborar tal legalidade, e o tema apropriado à matéria em questão é a política. O resultado é a legitimação do Estado absolutista e de sua estrutura política – Pg. 31.
32)- Hobbes introduz o Estado como uma construção política em que as convicções privadas são destituídas de sua repercussão política. No direito constitucional de Hobbes, as convicções privadas não encontram nenhuma aplicação às leis; as leis não são aplicáveis ao soberano. O interesse público do Estado, sobre o qual somente o soberano tem o direito de decidir, não compete mais à consciência. A consciência, da qual o Estado se separa se aliena, transforma-se em moral privada: “Auctoritas, non veritas, facit legem” [É a autoridade, e não a verdade, quem faz as leis”] – Pg. 31.
33)- A decisão política do príncipe tem força de lei – Pg. 31.
34)- Às teorias tradicionais, Hobbes opõe uma moral cujo tema é a razão política. As leis desta moral se realizam na construção do Estado. São deduções racionais e, ao mesmo tempo, experiência adquiridas na realidade cruel da guerra civil – damnosum experientia [experiência perniciosa]. No bellum omnes contra omnes cada um busca a destruição do outro [...] Mas o medo da morte impele o homem a refugiar-se no Estado – Pg. 32.
35)- Hobbes, que a princípio em fundar o Estado em um contrato temporal e, por assim dizer, anterior a ele, terminou por instituir o Estado justamente para tornar possível este contrato. O paradoxo lógico reside no fato de que, embora deva sua existência a um contrato, o Estado existe, daí em diante, como uma construção autônoma. O Leviatã é, ao mesmo tempo, causa e efeito da fundação do Estado. Assim, Hobbes acaba com a pretensa prioridade das resoluções interna dos indivíduos e tenta demonstrar o condicionamento congênito de qualquer moral que se realize pela ordem estatal – Pg. 32.
36)- O que edifica o Estado não é somente o poder absoluto do príncipe, mas a relação entre a proteção e obediência – Pg. 33.
37)- Nesse Estado, racional é apenas a legalidade forma das leis, não o seu conteúdo. Racional é o mandamento formal, da moral política, de obedecer às leis independentemente de seu conteúdo. O Estado não é apenas um deus mortal: torna-se também o automaton, a grande máquina, e as leis são as alavancas acionadas pela vontade absoluta do soberano para manter a máquina do Estado em funcionamento. O Estado só se realiza através das vias indicadas pela razão na medida em que põe fim à guerra civil e, após encerrá-la, cuida constantemente para que ela não irrompa de novo. Desse modo, o Estado, assim como a moral política dos indivíduos, corresponde à razão – Pg. 33.
38)- A determinação do homem é a sua emancipação pela razão. Mas, para Hobbes, esta não pode ser a determinação da história, pois ele vivenciou a história como história das guerras civis. Não é o progresso que pede o Estado, mas a necessidade de pôr fim à guerra civil. A razão só pode progredir, no espaço que lhe foi reservado, quando os antagonismos religiosos são neutralizados e contidos pelo Estado. A história é, para Hobbes, uma constante interação de guerra civil e Estado, Estado e guerra e cicil. Homo homini lúpus, homo homini Dei [O homem é o lobo do homem, o homem é o Deus do homem] – Pg. 34.
39)- A formalização do conceito de lei soberana, alcançada por Hobbes, funda-se – ainda que mediante uma avaliação nova e construtiva – numa separação entre consciência interior e ação exterior. Pois somente esta diferenciação permite separar o conteúdo de uma ação e a própria ação, pressuposto necessário para um conceito de lei formal – Pg. 34.
40)- O mérito do pensamento de Hobbs consiste em ter deslocado a ruptura entre consciência e política, inevitável entre os homens de orientação religios – isto é, irracionais -, para um domínio que se situa fora da máquinaestatal. Esta ruptura aparece em dois lugares: no soberano, que está acima do Estado, e no indivíduo, pela cisão do homem em “homem” e “cidadão” – Pg. 36.
41)- Uma virtude é uma virtude não por causa da convicção ou da justa medida, mas do seu fundamento político. Contudo, para o homem como homem, a convicção, ou a própria consciência, permanece o último critério da moral. Resta apenas esperar que a convicção também se oriente pela necessidade política – Pg. 37.
42)- Assim, o homem é partido em dois. Hobbes o divide em uma metade privada e outra pública: os atos e as ações são submetidos, sem exceção, à lei do Estado, mas a convicção é livre, “in secret free” – Pg. 37.
43)- A divisão do homem em uma esfera privada e um esfera pública é constitutiva da gênese do segredo. O Iluminismo irá sucessivamente ampliar o foro interior da convicção; qualquer pretensão que incorresse em um domínio do Estado permaneceria forçosamente encoberta pelo véu do segredo. A dialética entre o segredo e movimento iluminista, desmascaramento e mistificação, surge desde o início no Estado absolutista – Pg. 37.
44)- O Estado criou uma nova ordem; historicamente, se tornaria vítima dela. Já desde o início, o foro interior da moral, delimitado pelo Estado e reservado ao homem como “homem”, significava um foco de agitação que era, originariamente, peculiar ao Estado absolutista. A instância da consciência era o resquício não superado do estado de natureza, que permaneceria mesmo quando o Estado houvesse alcançado sua forma perfeita – Pg. 38.
45)- Em suma, pode-se dizer que Hobbes não foi um historiador que tivesse reunido ou descritos fatos passados e presentes. Como pensador da história, voltado para a superação da guerra civil, encontrou uma resposta que ultrapassa a situação de partida. A comprovação da historicidade de seu pensamento está precisamente na objeção, já levantada por seus contemporâneos, de que, do que é, Hobbes deduz o que deve ser; faz nascer um Estado de um estado de natureza, em que os homens são lobos uns dos outros; tal objeção motivou Dilthey a falar da “subjetividade impetuosa” em Hobbes. Na história, sempre se produz algo a mais ou a menos – em todo caso, algo diferente do que estava contido nas premissas. Aí está a sua atualidade. Hobbes, aliás, pensava de maneira eminentemente histórica quando o salto lógico e paradoxal do estado de natureza da guerra civil para o Estado perfeito. Disse em palavras o que caracterizou o século XVII. A força do seu pensamento revela-se neste momento de prognóstico que lhe é inerente – Pg. 39.
46)- O fim das guerras religiosas – que dizer, a formação das instâncias soberanas que, na época, solucionaram, cada uma a seu modo, os problemas religiosos – conduziu ao estabelecimento dos Estado territoriais unificados. Por força da soberania absoluta, o interior de um Estado foi delimitado rigorosamente em relação ao espaço interior dos outros Estados – Pg. 40.
47)- O fim das guerras civis religiosas e a restrição da guerra à guerra entre Estados são dois fenômenos correlatos que remontam à separação entre moral e política, o primeiro de maneira implícita e o segundo de maneira explícita – Pg. 42.
48)- Consciente da imperfeição humana e, assim, transformando racionalmente a herança da consciência cristã do pecado, o direito internacional renuncia voluntariamente a apresentar-se diante de qualquer tribunal presidido pela moral da convicção – Pg. 45.
49)- “Pode-se dizer”, diz um crítico esclarecido da ordem jurídica interncional, “que, na medida em que os reis aumentaram o seu poder sobre os súditos e a arte de governar os uniu entre si mediante uma convivência mais precisa, sua honra e consciência foram à falência”. A relação indireta com a política é determinante para o homem burguês. Ele permanece numa espécie de reserva privada, que torna o monarca culpa da sua própria inocência. Em comparação com a inocência do príncipe, o súdito era potencialmente culpado; agora, em comparação com a inocência dos cidadãos, o monarca é sempre culpado – Pg. 47.
h. Listar as fontes e os principais autores (historiografia) mencionados no texto
i. síntese crítica do texto:

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