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1 LISTA DE EXERCÍCIOS: REVISÃO 4 – FILOSOFIA MEDIEVAL TEMA ABORDADO AULA 16 – Filosofia Moderna: Política - Nicolau Maquiavel. AULA 17 – Filosofia Moderna: Política - Thomas Hobbes. AULA 18 – Filosofia Moderna: Política - John Locke. AULA 19 – Filosofia Moderna: Política - Jean-Jacques Rousseau. AULA 20 – Filosofia Moderna: Política - Charles Montesquieu. 1. (Ueg 2011) No século XIX, influenciados pelo Romantismo, muitos intelectuais brasileiros idealizaram a cultura indígena, considerando-a como autêntica representante do nacionalismo brasileiro. Em termos filosóficos, essa valorização do indígena foi influenciada pelo pensamento do filósofo A) Thomas Hobbes, autor da frase “o homem é o lobo do homem”, que valorizava o comportamento típico de tribos selvagens. B) Santo Agostinho, que, por meio do “livre arbítrio”, acreditava que as sociedades selvagens eram capazes de alcançar a graça divina. C) Montesquieu, que se inspirou na organização social dos indígenas para elaborar a famosa teoria dos “três poderes”. D) Jacques Rousseau, que elaborou a teoria do “bom selvagem”, defendendo a pureza das sociedades primitivas. 2. (Ufpa 2011) “A soberania não pode ser representada pela mesma razão por que não pode ser alienada, consiste essencialmente na vontade geral e a vontade absolutamente não se representa. (...). Os deputados do povo não são nem podem ser seus representantes; não passam de comissários seus, nada podendo concluir definitivamente. É nula toda lei que o povo diretamente não ratificar; em absoluto, não é lei.” (ROSSEAU, J.J. Do Contrato social, São Paulo, Abril Cultural, 1973, livro III, cap. XV, p. 108-109) Rousseau, ao negar que a soberania possa ser representada preconiza como regime político: A) um sistema misto de democracia semidireta, no qual atuariam mecanismos corretivos das distorções da representação política tradicional. B) a constituição de uma República, na qual os deputados teriam uma participação política limitada. C) a democracia direta ou participativa, mantida por meio de assembleias frequentes de todos os cidadãos. D) a democracia indireta, pois as leis seriam elaboradas pelos deputados distritais e aprovadas pelo povo. E) um regime comunista no qual o poder seria extinto, assim como as diferenças entre cidadão e súdito. 2 3. (Uel 2011) Leia o texto a seguir. Locke divide o poder do governo em três poderes, cada um dos quais origina um ramo de governo: o poder legislativo (que é o fundamental), o executivo (no qual é incluído o judiciário) e o federativo (que é o poder de declarar a guerra, concertar a paz e estabelecer alianças com outras comunidades). Enquanto o governo continuar sendo expressão da vontade livre dos membros da sociedade, a rebelião não é permitida: é injusta a rebelião contra um governo legal. Mas a rebelião é aceita por Locke em caso de dissolução da sociedade e quando o governo deixa de cumprir sua função e se transforma em uma tirania. (LOCKE, John. In: MORA, J. F. Dicionário de Filosofia. São Paulo: Loyola, 2001. V. III. p. 1770.) Com base no texto e nos conhecimentos sobre John Locke, é correto afirmar: I. O direito de rebelião é um direito natural e legítimo de todo cidadão sob a vigência da legalidade. II. O Estado deve cuidar do bem-estar material dos cidadãos sem tomar partido em questões de matéria religiosa. III. O poder legislativo ocupa papel preponderante. IV. Na estrutura de poder, dentro de certos limites, o Estado tem o poder de fazer as leis e obrigar que sejam cumpridas. Assinale a alternativa correta. A) Somente as afirmativas I e II são corretas. B) Somente as afirmativas I e III são corretas. C) Somente as afirmativas III e IV são corretas. D) Somente as afirmativas I, II e IV são corretas. E) Somente as afirmativas II, III e IV são corretas. 4. (Uel 2011) Leia o texto a seguir. Justiça e Estado apresentam-se como elementos indissociáveis na filosofia política hobbesiana. Ao romper com a concepção de justiça defendida pela tradição aristotélico- escolástica. Hobbes propõe uma nova moralidade relacionada ao poder político e sua constituição jurídica. O Estado surge pelo pacto para possibilitar a justiça e, na conformidade com a lei, se sustenta por meio dela. No Leviatã (caps. XIV-XV), a justiça hobbesiana fundamenta-se, em última instância, na lei natural concernente à autoconservação, da qual deriva a segunda lei que impõe a cada um a renúncia de seu direito a todas as coisas, para garantir a paz e a defesa de si mesmo. Desta, por sua vez, implica a terceira lei natural: que os homens cumpram os pactos que celebrarem. Segundo Hobbes, “onde não há poder comum não há lei, e onde não há lei não há injustiça. Na guerra, a força e a fraude são as duas virtudes cardeais”. (HOBBES, T. Leviatã. Trad. J. Monteiro e M. B. N. da Silva. São Paulo: Nova Cultural, 1997. Coleção Os Pensadores, cap. XIII.) Com base no texto e nos conhecimentos sobre o pensamento de Hobbes, é correto afirmar: 3 A) A humanidade é capaz, sem que haja um poder coercitivo que a mantenha submissa, de consentir na observância da justiça e das outras leis de natureza a partir do pacto constitutivo do Estado. B) A justiça tem sua origem na celebração de pactos de confiança mútua, pelos quais os cidadãos, ao renunciarem sua liberdade em prol de todos, removem o medo de quando se encontravam na condição natural de guerra. C) A justiça é definida como observância das leis naturais e, portanto, a injustiça consiste na submissão ao poder coercitivo que obriga igualmente os homens ao cumprimento dos seus pactos. D) As noções de justiça e de injustiça, como as de bem e de mal, têm lugar a partir do momento em que os homens vivem sob um poder soberano capaz de evitar uma condição de guerra generalizada de todos. E) A justiça torna-se vital para a manutenção do Estado na medida em que as leis que a efetivam sejam criadas, por direito natural, pelos súditos com o objetivo de assegurar solidariamente a paz e a segurança de todos. 5. (Ufu 2011) A Itália do tempo de Nicolau Maquiavel (1469 – 1527) não era um Estado unificado como hoje, mas fragmentada em reinos e repúblicas. Na obra O Príncipe, declara seu sonho de ver a península unificada. Para tanto, entre outros conceitos, forjou as concepções de virtú e de fortuna. A primeira representa a capacidade de governar, agir para conquistar e manter o poder; a segunda é relativa aos “acasos da sorte” aos quais todos estão submetidos, inclusive os governantes. Afinal, como registrado na famosa ópera de Carl Orff: Fortuna imperatrix mundi (A Fortuna governa o mundo). Por isso, um príncipe prudente não pode nem deve guardar a palavra dada quando isso se lhe torne prejudicial e quando as causas que o determinaram cessem de existir. MAQUIAVEL, N. “O príncipe”. Coleção os Pensadores. São Paulo: Abril Cultura, 1973, p. 79 - 80. Com base nas informações acima, assinale a alternativa que melhor interpreta o pensamento de Maquiavel. A) Trata-se da fortuna, quando Maquiavel diz que “as causas que o determinaram cessem de existir”; e de virtú, quando Maquiavel diz que o príncipe deve ser “prudente”. B) Trata-se da virtú, quando Maquiavel diz que as “causas mudaram”; e de fortuna quando se refere ao príncipe prudente, pois um príncipe com tal qualidade saberia acumular grande quantidade de riquezas. C) Apesar de ser uma frase de Maquiavel, conforme o texto introdutório, ela não guarda qualquer relação com as noções de virtú e fortuna. D) O fragmento de Maquiavel expressa bem a noção de virtú, ao dizer que o príncipe deve ser prudente, mas não se relaciona com a noção de fortuna, pois em nenhum momento afirma que as “circunstâncias” podem mudar.6. (Uel 2011) Leia o texto a seguir. Certamente, a brusca mudança de direção que encontramos nas reflexões de Maquiavel, em comparação com os humanistas anteriores, explica-se em larga medida pela nova realidade política que se criara em Florença e na Itália, mas também pressupõe uma grande crise de valores morais que começava a grassar. Ela não apenas constatava a divisão entre “ser” e “dever ser”, mas também elevava essa divisão a princípio e a colocava como base da nova visão dos fatos políticos. (REALE, G.; ANTISERI, D. História da Filosofia. São Paulo: Paulinas, 1990. V. II, p. 127.) 4 Dentre as contribuições de Maquiavel à Filosofia Política, é correto afirmar: A) Inaugurou a reflexão sobre a constituição do Estado ideal. B) Estabeleceu critérios para a consolidação de um governo tirânico e despótico. C) Consolidou a tábua de virtudes necessárias a um bom homem. D) Fundou os procedimentos de verificação da correção das normas. E) Rompeu o vínculo de dependência entre o poder civil e a autoridade religiosa. 7. (Unesp 2011) Analise o texto político, que apresenta uma visão muito próxima de importantes reflexões do filósofo italiano Maquiavel, um dos primeiros a apontar que os domínios da ética e da política são práticas distintas. “A política arruína o caráter”, disse Otto von Bismarck (1815-1898), o “chanceler de ferro” da Alemanha, para quem mentir era dever do estadista. Os ditadores que agora enojam o mundo ao reprimir ferozmente seus próprios povos nas praças árabes foram colocados e mantidos no poder por nações que se enxergam como faróis da democracia e dos direitos humanos: Estados Unidos, Inglaterra e França. Isso é condenável? Os ditadores eram a única esperança do Ocidente de continuar tendo acesso ao petróleo árabe e de manter um mínimo de informação sobre as organizações terroristas islâmicas. Antes de condenar, reflita sobre a frase do mais extraordinário diplomata americano do século passado, George Kennan, morto aos 101 anos em 2005: “As sociedades não vivem para conduzir sua política externa: seria mais exato dizer que elas conduzem sua política externa para viver”. (Veja, 02.03.2011. Adaptado.) A associação entre o texto e as ideias de Maquiavel pode ser feita, pois o filósofo A) considerava a ditadura o modelo mais apropriado de governo, sendo simpático à repressão militar sobre populações civis. B) foi um dos teóricos da democracia liberal, demonstrando-se avesso a qualquer tipo de manifestação de autoritarismo por parte dos governantes. C) foi um dos teóricos do socialismo científico, respaldando as ideias de Marx e Engels. D) foi um pensador escolástico que preconizou a moralidade cristã como base da vida política. E) refletiu sobre a política através de aspectos prioritariamente pragmáticos. 8. (Ifsp 2011) Reconhecido por muitos como fundador do pensamento político moderno, Maquiavel chocou a sociedade de seu tempo ao propor, em O Príncipe, que A) a soberania do Estado é ilimitada e que o monarca, embora submetido às leis divinas, pode interpretá-las de forma autônoma, sem a necessidade de recorrer ao Papa. B) a autoridade do monarca é sagrada, ilimitada e incontestável, pois o príncipe recebe seu poder diretamente de Deus. C) o Estado é personificado pelo monarca, que encarna a soberania e cujo poder não conhece outros limites que não aqueles ditados pela moral. D) a autoridade do príncipe deriva do consentimento dos governados, pois a função do Estado é promover e assegurar a felicidade dos seus súditos. E) a política é autonormativa, justificando seus meios em prol de um bem maior, que é a estabilidade do Estado. 5 9. (Ufu 2011) Os filósofos contratualistas elaboraram suas teorias sobre os fundamentos ou origens do poder do Estado a partir de alguns conceitos fundamentais tais como, a soberania, o estado de natureza, o estado civil, o estado de guerra, o pacto social etc. [...] O estado de guerra é um estado de inimizade e destruição [...] nisto temos a clara diferença entre o estado de natureza e o estado de guerra, muito embora certas pessoas os tenham confundido, eles estão tão distantes um do outro [...]. LOCKE, John. Segundo Tratado sobre o Governo. São Paulo: Ed. Abril Cultural, 1978. Leia o texto acima e assinale a alternativa correta. A) Para Locke, o estado de natureza é um estado de destruição, inimizade, enfim uma guerra “de todos os homens contra todos os homens”. B) Segundo Locke, o estado de natureza se confunde com o estado de guerra. C) Segundo Locke, para compreendermos o poder político, é necessário distinguir o estado de guerra do estado de natureza. D) Uma das semelhanças entre Locke e Hobbes está no fato de ambos utilizarem o conceito de estado de natureza exatamente com o mesmo significado. 10. (Ufu 2011) Com base em seus conhecimentos e no texto abaixo, assinale a alternativa correta, segundo Hobbes. [...] a condição dos homens fora da sociedade civil (condição esta que podemos adequadamente chamar de estado de natureza) nada mais é do que uma simples guerra de todos contra todos na qual todos os homens têm igual direito a todas as coisas; [...] e que todos os homens, tão cedo chegam a compreender essa odiosa condição, desejam [...] libertar-se de tal miséria. HOBBES, Thomas, Do Cidadão, Ed. Martins Fontes, 1992. A) O estado de natureza não se confunde com o estado de guerra, pois este é apenas circunstancial ao passo que o estado de natureza é uma condição da existência humana. B) A condição de miséria a que se refere o texto é o estado de natureza ou, tal como se pode compreender, o estado de guerra. C) O direito dos homens a todas as coisas não tem como consequência necessária a guerra de todos contra todos. D) A origem do poder nada tem a ver com as noções de estado de guerra e estado de natureza. 6 RESOLUÇÕES Resposta da questão 1: [D] É muito simplista a relação direta entre a história conjectural rousseauísta e a valorização do indígena na literatura brasileira do século XIX, especificamente, por exemplo, José de Alencar. Isso porque ambos os lados perdem muitíssimo significado com a simplificação. Primeiramente, Rousseau não defende exatamente o homem natural, o “bom selvagem”, pois este é apenas uma representação do homem no seu estado primitivo no qual inexistia sociedade. Além disso, sequer este homem (apenas ‘quase igual’ aos outros animais, pois possui diferentemente liberdade) pode ser dito factual – apesar de algumas das suas descrições, no segundo discurso (O discurso sobre a origem da desigualdade), sobre o desenvolvimento da linguagem, da tecnologia, etc. serem verossímeis, até demonstráveis. Segundamente, José de Alencar não está preocupado, como Rousseau, com a origem da desigualdade, ou com o contrato social. O autor de O Guarani tem uma preocupação vinculada à nacionalidade brasileira, à fundação de uma identidade brasileira que unisse a civilização europeia ao nativo e libertasse essa nova nacionalidade. Portanto, a similaridade entre ambos deve ser observada sob inúmeras ressalvas. Rousseau pode servir de inspiração, porém ele pode dizer apenas o que realmente escreveu e “sociedades primitivas” de “bons selvagens” é simplesmente um contrassenso. Resposta da questão 2: [C] Para Rousseau o soberano é o povo, entendido como vontade geral, pessoal moral e coletiva livre e corpo político de cidadãos. Os indivíduos, pelo contrato, criaram-se a si mesmos como povo e é a este que transferem os direitos naturais para que sejam transformados em direitos civis. Assim sendo, o governante não é o soberano, mas sim o representante da soberania popular. Resposta da questão 3: [E] Locke considera o Legislativoo poder supremo, ao qual deve se subordinar tanto o executivo quanto o poder federativo, assim, entende-se que o poder do Estado está fundamentado nas instituições políticas, e não no arbítrio dos indivíduos. Resposta da questão 4: [D] Cabe ao soberano julgar sobre o bem e o mal, sobre o justo e o injusto; ninguém pode discordar, pois tudo o que o soberano faz é resultado do investimento da autoridade consentida pelo súdito, em suma, o homem abdica da liberdade dando plenos poderes ao Estado absoluto a fim de proteger a sua própria vida. 7 Resposta da questão 5: [A] Maquiavel não partiu da Bíblia ou do Direito Romano e nem das obras de filósofos clássicos, mas da experiência real de seu tempo para construir suas teorias políticas. A compreensão destas experiências históricas e a interpretação do sentido delas o conduziram à ideia de que uma nova concepção da sociedade e da política tornara-se necessária principalmente para a Itália e para Florença. Sua obra funda o pensamento político moderno, porque busca oferecer respostas novas a uma situação histórica também nova que seus contemporâneos tentavam compreender, buscando nos autores antigos respostas que já não cabiam nos acontecimentos que ocorriam diante de seus olhos. A maneira melhor de entender o conceito de fortuna é com a questão central do estudo da ética pelos filósofos: “O que está e o que não está em nosso poder?” “Estar em nosso poder” significa a ação racional voluntária livre, própria da virtude, e “não estar em nosso poder” significa o conjunto de circunstâncias que não dependem de nós nem de nossa vontade. Maquiavel não abandonou a noção de que um governante virtuoso é aquele cujas virtudes não sucumbem ao poderio da caprichosa e inconstante fortuna, porém, lhe imputa um sentido inteiramente novo. A virtu é a capacidade do príncipe para ser flexível as circunstâncias, mudando com elas para agarrar e dominar a fortuna, em outras palavras, um príncipe que agir sempre da mesma maneira e de acordo com os mesmo princípios em todas as circunstâncias fracassará e não terá virtu nenhuma, assim, para ser senhor de sua sorte ou das circunstâncias deve mudar com elas, e com elas, ser volúvel e inconstante, pois somente assim saberá agarrá-las e vencê-las. Em alguns momentos, deverá ser cruel, em outras, generoso; em outras, deverá mentir, em outras, ser honrado; em certos momentos, deverá ceder à vontade dos outros, em alguns, ser inflexível. O ethos ou caráter do príncipe deve variar com as circunstâncias, para que sempre seja senhor delas. A fortuna, diz Maquiavel, é sempre favorável a quem deseja agarrá-la. Oferece-se como um presente a todo aquele que tiver ousadia para dobrá-la e vencê-la. Assim, no lugar da tradicional oposição entre constância o caráter virtuoso e a inconstância da fortuna, Maquiavel introduz a virtu política, como astúcia e capacidade para adaptar-se às circunstâncias e aos tempos, como ousadia para agarrar a boa ocasião e força para não ser arrastada pelas más, em outras palavras, Maquiavel inaugura a ideia de valores políticos medidos pela eficácia prática e pela utilidade social, afastados dos padrões que regulam a moralidade privada dos indivíduos. Resposta da questão 6: [E] Entende-se que a moral cristã transcende a autoridade do Estado ao passo que todo membro da comunidade pode recorrer sempre que o poder temporal atentar contra os direitos essenciais e inalienáveis. Resposta da questão 7: [E] Nicolau Maquiavel (1469-1527), para descrever a ação do príncipe (governante) usa de duas expressões italianas virtú e fortuna. A virtú significa virtude, no sentido grego de força, valor, uma qualidade de guerreiro e lutador forte e viril. Em Maquiavel, não se trata disto, mas sim da capacidade do príncipe de perceber o jogo das forças que caracteriza o momento político para agir, seja de qual maneira for, para alcançar seus objetivos. O pensamento de Maquiavel se aproxima com o texto da questão quando ela se aplica a fortuna, ou seja, a ocasião (pragmático) que não deve deixar escapar pelo príncipe e nela utilizar-se dos meios necessários para seus fins. 8 Resposta da questão 8: [E] A alternativa E é a única correta. É justamente em “O príncipe” que foi explicitada a ideia de que os fins justificam os meios, pois vale tudo para se manter a autoridade. O livro é praticamente um manual sobre o que um governante deve fazer e como deve se comportar para manter seu poder e provocou uma ruptura com a moral vigente. Maquiavel afirma ainda que para um bom governante é necessário possuir uma combinação de virtú (qualidades que um bom administrador e governante deve possuir para passar por cima dos obstáculos do destino) com fortuna (sorte). Resposta da questão 9: [C] Assim como Hobbes, o filósofo inglês John Locke também refletiu sobre a origem do poder político e sobre sua necessidade para congregar os homens, que em estado de natureza viviam isolados. Locke faz uma reflexão mais moderada que a de Hobbes no tocante ao estado de natureza o que dá como errada a questão D. Refere-se ao estado de natureza como uma condição na qual, pela falta de uma normatização geral, cada qual seria juiz de sua própria causa, o que levaria ao surgimento de problemas nas relações entre os homens, ou seja, o estado de guerra. Para evitar este problema, o Estado seria criado e sua função seria garantir a segurança dos indivíduos e de seus direitos naturais, como o direito à vida, à liberdade, à propriedade e aos bens necessários para sua conservação garantidos pelo trabalho. Resposta da questão 10: [B] Thomas Hobbes foi o primeiro grande filósofo contratualista. Em sua investigação, o filósofo concluiu que o homem, embora vivendo em sociedade, não possui o instinto natural de sociabilidade como havia afirmado Aristóteles. Cada homem sempre encara seu semelhante como um concorrente que precisa ser dominado. Onde não houve domínio de um homem sobre o outro, dirá Hobbes, existirá sempre uma competição intensa até que esse domínio seja alcançado e a consequência dessa disputa entre os homens em estado de natureza foi gerar um estado de guerra e de matança permanente nas comunidades primitivas, a guerra de todos contra todos. A única solução para dar fim a esta brutalidade social primitiva era a criação artificial da sociedade política administrada pelo Estado. Para isso, os homens tiveram que firmar um contrato entre si pelo qual cada um transferia seu direito de governar a si próprio para um terceiro, neste caso, o Estado cujo papel era governar a todos, impondo ordem, segurança e direção à conturbada vida social.
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