Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
23/02/2014 1 Tópicos Especiais em Engenharia Elétrica QUALIDADE DA ENERGIA ELÉTRICA Prof. Mário L. Botega Jr. 2 Prof. Antenor Pomilio UNICEP - Mário L. Botêga Jr. 23/02/2014 2 Ementa • Qualidade da Energia Elétrica • Compatibilidade Eletromagnética • Técnicas de Redução de Ruído em Sistemas Eletrônicos 3UNICEP - Mário L. Botêga Jr. Bibliografia • Avaliação da Qualidade da Energia Elétrica, UNICAMP/FEEC/DSCE, Sigmar M. Deckmann, J. A. Pomilio • Qualidade na Energia Elétrica, Ricardo Aldabó, Ed. Artliber • Harmônicas nas Instalações Elétricas, Procobre, disponível em: http://livrosgratis.net/download/2931/ harmonicas-nas-instalacoes-eletricas.html • Interferência Eletromagnética, Durval Sanches, Ed. Interciência • Noise Reduction Techniques in Electronic Systems, Henry W. Ott, Ed. John Wiley & Sons Algumas figuras utilizadas nesta apresentação foram retiradas das referências listadas acima. 4UNICEP - Mário L. Botêga Jr. 23/02/2014 3 Critério de Avaliação • Apresentação de seminário no final do curso. • Grupos de três alunos. • Temas a definir. • Estudos de caso. 5UNICEP - Mário L. Botêga Jr. Uma História Ilustrativa 6UNICEP - Mário L. Botêga Jr. 23/02/2014 4 A “máquina” de Coca-Cola 7UNICEP - Mário L. Botêga Jr. A “máquina” de Coca-Cola 8UNICEP - Mário L. Botêga Jr. 23/02/2014 5 A “máquina” de Coca-Cola 9UNICEP - Mário L. Botêga Jr. 10 Ementa • Qualidade da Energia Elétrica • Compatibilidade Eletromagnética • Técnicas de Redução de Ruído em Sistemas Eletrônicos UNICEP - Mário L. Botêga Jr. 23/02/2014 6 Tópicos • Exemplos de perda da QEE • Distúrbios que afetam a QEE • Terminologia, definições e normas • Caracterização dos distúrbios • QEE e eletrônica de potência • Distorção harmônica – caracterização • Distorção harmônica – soluções • Distorção harmônica – normas 11UNICEP - Mário L. Botêga Jr. Definição O Termo “Qualidade da Energia Elétrica” (QEE) está relacionado com qualquer desvio que possa ocorrer na magnitude, forma de onda (FO) ou frequência da tensão e/ou corrente elétrica. Esta designação também se aplica às interrupções de natureza permanente ou transitória que afetam o desempenho da transmissão, distribuição e utilização da energia elétrica. 12UNICEP - Mário L. Botêga Jr. 23/02/2014 7 QEE = Qualidade da Tensão? Resp. = NÃO ∫= dttitvEnergia ).().( v(t) - Qualidade Controlável i(t) - Qualidade Não Controlável 13UNICEP - Mário L. Botêga Jr. Exemplos de Perda da Qualidade 14UNICEP - Mário L. Botêga Jr. 23/02/2014 8 Tensão Distorcida Exemplo de Perda da Qualidade 15UNICEP - Mário L. Botêga Jr. Exemplo de Perda da Qualidade Afundamento Temporário de Tensão – “Sag” Afundamento de tensão devido a Partida de um Motor de Indução 16UNICEP - Mário L. Botêga Jr. 23/02/2014 9 Tensão com Ruído de Alta Frequência Exemplo de Perda da Qualidade 17UNICEP - Mário L. Botêga Jr. Exemplo de Perda da Qualidade Transitório de Chaveamento 18UNICEP - Mário L. Botêga Jr. 23/02/2014 10 Tensão com Efeito Notch Exemplo de Perda da Qualidade 19UNICEP - Mário L. Botêga Jr. Harmônicos G ra p h 0 - 1 0 0 .0 - 8 0 . 0 - 6 0 . 0 - 4 0 . 0 - 2 0 . 0 0 . 0 2 0 .0 4 0 .0 6 0 .0 8 0 .0 1 0 0 .0 t ( s ) 0 .0 0 .0 0 1 0 . 0 0 2 0 .0 0 3 0 . 0 0 4 0 .0 0 5 0 . 0 0 6 0 .0 0 7 0 . 0 0 8 0 . 0 0 9 0 . 0 1 0 . 0 1 1 0 .0 1 2 0 . 0 1 3 0 .0 1 4 0 .0 1 5 0 .0 1 6 0 .0 1 7 Exemplo de Perda da Qualidade Fundamental Terceiro harmônico Fundamental + 3º+5º+7º+9º harm. 20UNICEP - Mário L. Botêga Jr. 23/02/2014 11 Distúrbios que Afetam a Qualidade de Energia 21UNICEP - Mário L. Botêga Jr. Condições Ideais de Operação de um Sistema Elétrico Um sistema elétrico trifásico ideal deve satisfazer às seguintes condições de operação em regime permanente: 1. Tensões e correntes alternadas e senoidais; 2. Amplitudes constantes, nos valores nominais; 3. Frequência constante, no valor síncrono; 4. Tensões trifásicas equilibradas; 5. Fator de potência unitário nas cargas; 6. Perdas nulas na transmissão e distribuição. 22UNICEP - Mário L. Botêga Jr. 23/02/2014 12 1. Tensão Alternada Senoidal • A escolha da função senoidal como forma ideal está associada ao princípio básico da conversão eletromagnética de energia, expressa pela lei de indução de Faraday. � � = �φ(�) �� � � = � ∙ � (2� � + θ) 0 0.002 0.004 0.006 0.008 0.01 0.012 0.014 0.016 0.018 0.02 -400 -300 -200 -100 0 100 200 300 400 Tempo (s) Te n sã o (V ) 23UNICEP - Mário L. Botêga Jr. 2. Amplitude Constante • Para manter constante a amplitude da tensão no valor nominal é necessário dispor de recursos de controle. – Geradores: a amplitude da tensão terminal é controlada através da excitação do enrolamento de campo; – Transformadores: o nível de tensão é controlado através da troca de derivações (taps). 0 0.05 0.1 0.15 0.2 0.25 0.3 0.35 0.4 0.45 0.5 -400 -300 -200 -100 0 100 200 300 400 Tempo (s) Te ns ão (V ) Tensão Constante 24UNICEP - Mário L. Botêga Jr. 23/02/2014 13 3. Frequência Constante • A frequência constante facilita manter o sincronismo entre os diferentes geradores que compõe o sistema de geração interligado, independente da distância geográfica entre um e outro. • Desequilíbrios temporários entre a geração e a demanda acarretam variações da velocidade das turbinas (que implica em variações de frequência) e dos geradores que precisam operar em sincronismo. • Uma redução da frequência em relação à síncrona, acusa geração insuficiente e um aumento da frequência, indica excesso de geração. • Do ponto de vista do consumidor, a frequência da rede pode ser considerado o indicador de qualidade da energia elétrica menos preocupante, pois as pequenas perturbações que ocorrem o consumidor em geral nem percebe. 25UNICEP - Mário L. Botêga Jr. 4. Tensões Trifásicas Equilibradas • Em sistemas trifásicos é necessário garantir que a potência se distribua igualmente entre as três fases. • Para que isso ocorra é necessário que o sistema seja equilibrado, ou seja, as tensões em cada fase devem apresentar amplitudes e defasagens iguais. • �� � = � ∙ � 2π � + θ • �� � = � ∙ � 2π � + θ − 2π/3 • �� � = � ∙ � 2π � + θ− 4π/3 0 0.002 0.004 0.006 0.008 0.01 0.012 0.014 0.016 0.018 0.02 -400 -300 -200 -100 0 100 200 300 400 Tempo (s) Te ns ão (V ) Tensão Trifásica Equilibrada 26UNICEP - Mário L. Botêga Jr. 23/02/2014 14 0 0.002 0.004 0.006 0.008 0.01 0.012 0.014 0.016 0.018 0.02 -400 -300 -200 -100 0 100 200 300 400 Tempo (s) Te n sã o (V ) Tensão Trifásica Desequilibrada • Se o sistema trifásico for desequilibrado, uma ou duas fases, apresentará valor de tensão diferente do nominal. Desequilíbrio de Fase 27UNICEP - Mário L. Botêga Jr. 5. Fator de Potência Unitário nas Cargas • Manter o sistema trifásico equilibrado não garante que o fluxo de potência nas linhas seja mínimo, para atender a uma dada carga. • Essa condição só será satisfeita se a carga apresentar fator de potência unitário. • Nessa situação os sistemas de transmissão e distribuição ficam livres de suprir potência reativa, que aumenta as perdas de transmissão. • As normas atuais prevêem um fator de potência mínimo de 0.92, com tendência a se tornar ainda mais elevado (0.95- 0.96) no futuro. • A elevação do fator de potência não é um problema apenas de melhoria da qualidade da energia, mas sim uma questão econômica (minimizaçãodas perdas de transmissão). 28UNICEP - Mário L. Botêga Jr. 23/02/2014 15 Fator de Potência • Para sistema senoidal puro �� = �� ����� � � =cosϕ Q=V.I.senϕ [VAr] P=V.I.cosϕ [W] ϕ 29 • FP unitário significa ϕ=0°, ou seja: • cosϕ=1 • P=S e Q=0 UNICEP - Mário L. Botêga Jr. 6. Perdas Nulas na Transmissão e Distribuição • Manter as perdas mínimas é uma condição desejável do ponto de vista da eficiência do transporte da energia elétrica, desde os locais de geração até os pontos de consumo. • No entanto, sem a resistência série das linhas e transformadores, não ocorreria a atenuação dos transitórios de chaveamento durante a energização das linhas, transformadores e capacitores. • Sobre-tensões sustentadas que se propagariam pelo sistema, inviabilizando a operação segura. • Devido à existência de perdas na rede, pode-se conviver com certo grau de perturbações que são atenuadas tanto mais rapidamente quanto maior for a sua frequência característica. • É usual considerar que perdas de transmissão de 3% a 5% constituem um compromisso satisfatório para a operação do sistema elétrico. 30UNICEP - Mário L. Botêga Jr. 23/02/2014 16 Condições Reais de Operação • Em um sistema real é impossível satisfazer totalmente as condições ideais, pois a rede e os equipamentos elétricos estão sempre sujeitos a falhas ou perturbações que deterioram as condições que seriam desejáveis para a operação. • Usando como referência as condições de operação do sistema ideal, pode-se adotar como critério para avaliar a QEE o afastamento que o sistema real experimenta dessas condições ideais. 31UNICEP - Mário L. Botêga Jr. Critérios de Avaliação da QEE O critério de avaliação da QEE inclui a verificação de parâmetros para qualificar e quantificar a deterioração imposta por um distúrbio, por exemplo: A. Continuidade do fornecimento Quantificada através da duração e da frequência das interrupções de fornecimento de energia. B. Nível de tensão adequado Obtido através do controle dos limites mínimos e máximos de tensão dos consumidores. C. Distorção da FO Avaliação da presença de frequências harmônicas e de inter-harmônicas. D. Regulação da tensão em torno dos valores nominais Quantifica a amplitude e frequência das flutuações de tensão. E. Frequência nominal da rede Estabelecida através do balanço de energia entre sistema produtor e consumidor. F. Fator de potência Valor mínimo atual (0.92) é regulamentado através de legislação específica. G. Desequilíbrio entre fases Valor percentual de desvio do nominal. 32UNICEP - Mário L. Botêga Jr. 23/02/2014 17 Terminologia e Definições • No contexto de QEE é necessário conhecer alguns conceitos básicos extraídos de Normas bem como de conceitos de Compatibilidade Eletromagnética (EMC). 33UNICEP - Mário L. Botêga Jr. Normas • Normas de QEE e EMC são fornecidas (vendidas) por organismos nacionais e internacionais, tais como: • Agência Nacional de Energia Elétrica – ANEEL – http://www.aneel.gov.br • International Electrotechnical Comission – IEC – http://www.iec.ch/ • Associação Brasileira de Normas Técnicas – ABNT – http://www.abnt.org.br/ • The Institute of Electrical and Electronics Engineers – IEEE – http://standards.ieee.org/ • American National Standards Institute – ANSI – http://web.ansi.org/ • International Council on Large Electric Systems – CIGRÈ – http://www.cigre.org • Comitê Nacional Brasileiro de Produção e Transmissão de Energia Elétrica - CIGRÉ- Brasil – http://www.cigre.org.br 34UNICEP - Mário L. Botêga Jr. 23/02/2014 18 Compatibilidade Eletromagnética • EMC é um tópico à parte deste curso. • Normas internacionais estipulam condições de teste e limites para: • Emissões radiadas (CISPR) • Emissões Conduzidas (CISPR) • Suscetibilidades radiadas (IEC 61000) – Imunidade de emissão eletromagnética radiada (4-3) – Imunidade para ruído conduzido (4-6) • Suscetibilidades conduzidas (IEC 61000) – Descarga eletrostática (4-2) – Transientes elétricos rápidos (4-4) – Surtos (4-5) – Interrupções rápidas e variações de tensão (4-11) 35UNICEP - Mário L. Botêga Jr. • Distúrbio Eletromagnético: É qualquer fenômeno eletromagnético que pode degradar o desempenho de um dispositivo, equipamento ou sistema, e afetar adversamente matéria viva ou inerte. • Interferência Eletromagnética (IEM ou EMI) É a degradação do desempenho de um dispositivo, equipamento ou sistema causado por um distúrbio eletromagnético. • Compatibilidade Eletromagnética (CEM ou EMC) É a capacidade de um equipamento ou sistema operar satisfatoriamente no seu ambiente eletromagnético sem impor distúrbios eletromagnéticos intoleráveis nesse ambiente. 36 Terminologia UNICEP - Mário L. Botêga Jr. 23/02/2014 19 • Nível de Emissão É o nível de um determinado distúrbio eletromagnético emitido por um dispositivo, equipamento ou sistema, medido de acordo com uma dada especificação (norma). • Nível de Imunidade É o nível máximo de um dado distúrbio eletromagnético, incidente em um dado dispositivo, equipamento ou sistema sem que ocorra degradação de operação. • Nível de Compatibilidade É o nível de distúrbios eletromagnéticos que é usado como referência para a coordenação entre o nível de emissão e de imunidade dos equipamentos. 37 Terminologia UNICEP - Mário L. Botêga Jr. Definições • Componente Fundamental É a componente senoidal, na frequência nominal da rede, de um sinal de tensão ou corrente. • Desequilíbrio ou Desbalanço de Tensão É o desvio, em sistemas trifásicos, nos módulos e/ou ângulos das tensões em relação à condição equilibrada que é caracterizada pela igualdade dos módulos e defasagem de 120° entre si. • Distorção Harmônica É a distorção na forma do sinal de tensão ou corrente alternada causada por harmônicos, que são componentes senoidais, com frequências iguais a múltiplos inteiros da frequência do sistema. 38UNICEP - Mário L. Botêga Jr. 23/02/2014 20 Definições • Função Distribuição de Tensão É uma função que apresenta a distribuição estatística de ocorrências de níveis de tensão com o objetivo de identificar a quantidade de ocorrências de níveis de tensão fora dos limites adequados ou fora dos limites precários. • Flutuação de Tensão É uma série de variações regulares ou irregulares no valor eficaz ou na amplitude da tensão, que muitas vezes causa o efeito de cintilação (flicker), que é a impressão visual resultante das variações do fluxo luminoso das lâmpadas. • Limites Adequados da Tensão Medida São os limites admissíveis de variação da tensão medida, para as condições permanentes de funcionamento do sistema. 39UNICEP - Mário L. Botêga Jr. • Limites Precários de Tensão Medida São os limites admissíveis de variação da tensão medida, para condições provisórias de funcionamento do sistema. • Ponto de Entrega ou de Acoplamento É a fronteira entre as instalações da concessionária e as do consumidor. • Tensão de Fornecimento É a tensão eficaz fixada pela concessionária, em contrato de fornecimento de energia elétrica. • Tensão Medida É a média das tensões eficazes obtidas por medição, em um intervalo de tempo de 10 minutos, no ponto de entrega de um consumidor. 40 Definições UNICEP - Mário L. Botêga Jr. 23/02/2014 21 • Tensão Medida Máxima e Mínima São, respectivamente, os valores máximo e mínimo de um conjunto de tensões eficazes medidas, obtidas sequencialmente. • Tensão Nominal É a tensão eficaz fixada como base para um sistema de energia elétrica. • Variação de Tensão É o aumento ou redução do valor eficaz ou da amplitude de tensão, durante um dado intervalo de tempo. 41 Definições UNICEP - MárioL. Botêga Jr. Caracterização dos Distúrbios 42UNICEP - Mário L. Botêga Jr. 23/02/2014 22 • Os distúrbios aos quais o sistema elétrico está exposto, podem ser caracterizados de diversas maneiras: • Duração do evento – Curta, média ou longa duração • Faixa de frequências envolvidas – Baixa, média ou alta frequência • Efeitos causados – Aquecimento, vibrações, cintilação luminosa, erro de medidas, perda de eficiência, redução da vida útil • Intensidade do impacto – Pequeno, médio ou grande impacto. 43 Caracterização dos Distúrbios UNICEP - Mário L. Botêga Jr. Afundamento de Tensão (Voltage Sag or Voltage Dip) • É uma redução do valor rms da tensão durante meio ciclo até 1 minuto. • É provocado tipicamente pela entrada de uma carga temporária, de porte significativo em relação ao nível de curto-circuito local. • Pode também ser devido a um curto-circuito próximo. • Em geral, seu efeito desaparece depois que a causa direta é removida. • É o distúrbio elétrico mais comum. 44UNICEP - Mário L. Botêga Jr. 23/02/2014 23 • Exemplo: Efeito da partida de um motor de indução trifásico sobre sua tensão de alimentação. • Como a corrente de partida é muito elevada ocorre um afundamento na tensão até que seja atingida a velocidade de operação. 45 Afundamento de Tensão (Voltage Sag or Voltage Dip) UNICEP - Mário L. Botêga Jr. Elevação de tensão (Voltage Swell) • Definido pelo IEEE 1159 como um aumento de 110% a 180% no valor rms da tensão nominal com duração entre meio ciclo e 1 minuto. • Trata-se do efeito contrário ao do afundamento, sendo as principais causas as saídas temporárias de cargas. • Swells são subdivididos em 3 categorias: 46Nota: 1 pu (por unidade) = 1 x tensão nominal UNICEP - Mário L. Botêga Jr. 23/02/2014 24 • Exemplo: Elevação de tensão causada pelo desligamento de uma carga muito grande. A interrupção abrupta da corrente gera uma elevação de tensão segundo a fórmula V = L di/dt, onde L é a indutância da linha e di/dt é a alteração no fluxo de corrente. • Embora os efeitos de um afundamento (sag) são mais visíveis, os efeitos de uma onda de tensão (swell) são muitas vezes mais destrutivos. Podendo causar avaria em fontes de alimentação, super-aquecimento de componentes e desligamentos de equipamentos. 47 Elevação de tensão (Voltage Swell) UNICEP - Mário L. Botêga Jr. Sobre-Tensão • É o aumento do valor rms da tensão durante mais de 1 minuto. • Corresponde ao prolongamento da elevação de tensão (swell). • Em geral os equipamentos apresentam menor tolerância à sobre-tensões do que à sub-tensões, devido a problemas de rompimento do dielétrico. 48UNICEP - Mário L. Botêga Jr. 23/02/2014 25 Subtensão (Brownout) • É a redução do valor rms da tensão durante mais de 1 minuto. • Corresponde ao prolongamento do afundamento de tensão (sag). • Pode causar problemas para motores de indução que perdem torque e podem ficar sobrecarregados. 49UNICEP - Mário L. Botêga Jr. Desequilíbrios de Tensões • São variações desiguais em amplitude e/ou fase das tensões trifásicas. • Tipicamente são causadas pela conexão desigual de cargas mono ou bifásicas em sistemas trifásicos. 50UNICEP - Mário L. Botêga Jr. 23/02/2014 26 Micro-interrupção • É a perda completa da alimentação de até meio ciclo da frequência da rede (8,33 ms @ 60Hz). • Esse tipo de defeito em geral é devido a um curto-circuito em sistemas de distribuição com extinção rápida. • Fontes de alimentação CC com capacitores dimensionados adequadamente podem suportar esse tipo de distúrbio sem afetar o dispositivo alimentado. 51UNICEP - Mário L. Botêga Jr. Interrupção Momentânea • É uma interrupção de meio ciclo até 3 segundos de duração. • No caso de interrupções causadas pela ação correta da proteção da rede, é esperado que ao final do defeito o sistema possa retornar à condição de operação normal. 52UNICEP - Mário L. Botêga Jr. 23/02/2014 27 Interrupção Temporária • É uma interrupção com duração entre 3 segundos e 1 minuto. • Caracteriza-se quando a tensão de suprimento cai para um valor menor que 0,1 pu por um período de tempo não superior a 1 minuto. 53UNICEP - Mário L. Botêga Jr. • Exemplo: caso de um curto-circuito no sistema supridor da concessionária. • Logo que o dispositivo de proteção detecta a corrente de curto-circuito, ele comanda a desenergização da linha com vistas a eliminar a corrente de falta. • Após um curto intervalo de tempo, o religamento automático do disjuntor ou religador é efetuado. Entretanto, pode ocorrer que, após o religamento, o curto persista e uma seqüência de religamentos pode ser efetuada com o intuito de eliminar a falta. 54 Interrupção Temporária Corrente nominal Detecção da corrente de curto Primeiro religamento UNICEP - Mário L. Botêga Jr. 23/02/2014 28 Quanto custa parar um processo industrial por um minuto? 55UNICEP - Mário L. Botêga Jr. 56 Custos Estimados para Interrupção de Processo por um Intervalo Inferior a 1 minuto A - Saúde B - Gás C - Papel D - Orgãos Públicos E - Transportadoras F - Comércio Atacadista G - Madereiras H - Químicas I - Plásticos/Borrachas J - Extração de Petróleo K - Produtos Alimentícios L - Computadores M - Engenharia N - Equip. de Transporte O - Orgãos de Financiamento P - Centros de Negócios Q - Mineração R - Equip. Eletrônicos S - Equip. Instrumentação T - Refinarias de Petróleo U - Siderúrgicas V - Textil A B C D E F G H I J K L M N O P Q R S T U V M íni m o Mé di o Má x im o 0 100 200 300 400 500 600 US$ (mil) Fonte: UFU – FEE - Núcleo de Qualidade e Racionalização da Energia Elétrica Qualidade da Energia Elétrica - “Conceituação e Impactos Técnicos/Econômicos” Prof. José Carlos de Oliveira UNICEP - Mário L. Botêga Jr. 23/02/2014 29 Interrupção Permanente (Outage or Blackout) • É uma interrupção com duração maior que 1 minuto. • Este é o caso de desligamento de uma linha sem previsão de retorno imediato. Pode ocorrer de forma imprevista, no caso de defeito, ou de forma programada, para fins de manutenção ou transferência de carga. 57UNICEP - Mário L. Botêga Jr. Distorção Harmônica • É a combinação da tensão (ou corrente) fundamental com componentes de frequência múltipla inteira. • Normalmente é causada por dispositivos não- lineares de conversão de potência com espectro harmônico característico, tais como: – Ponte de retificadores – Compensadores controlados a tiristores – Ciclo-conversores, etc 58UNICEP - Mário L. Botêga Jr. 23/02/2014 30 • Exemplo: Retificador monofásico a diodos com filtro capacitivo figura (a), o qual impõe forte distorção na corrente de entrada, acarretando uma distorção na tensão devido à queda de tensão na impedância equivalente do alimentador (b). • Espectro de harmônicos (c). 59 Distorção Harmônica (a) (b) (c) Distorção na tensão Corrente altamente distorcida UNICEP - Mário L. Botêga Jr. 60 Distorção Harmônica • Dada sua importância, a “distorção harmônica” será analisada com mais detalhes à frente. UNICEP - Mário L. Botêga Jr. 23/02/2014 31 Distorção Inter-Harmônica • É a combinação da tensão (ou corrente) fundamental com componentes não múltiplas inteiras. • O efeito mais notável da inter-harmônica é a oscilação visual de monitores e luzes incandescentes (flicker), além de causar interferência nas comunicações. 61UNICEP - Mário L. Botêga Jr. 62 Distorção Inter-Harmônica • Exemplos típicos que produzem este tipo de distorção são em geral cargas não-lineares, com espectro contínuo, tais como: – Dispositivosde geração de arco (fornos e soldas) – Conversores estáticos de frequência (inversores) – Cicloconversores (que controlam grandes motores lineares utilizados em equipamentos laminadores, cimenteiros e mineiros) • Estes dispositivos transformam a tensão de alimentação em uma tensão CA de frequência menor ou maior do que a da frequência de fornecimento. UNICEP - Mário L. Botêga Jr. 23/02/2014 32 Uma planta siderúrgica caracteriza-se pela existência em seu processo produtivo de cargas não lineares de elevada potência. Dentre estas cargas possuem normalmente um Forno Elétrico a Arco (FEA) na sua fase inicial de produção do aço, que ocorre a partir da fusão de ferro-esponja, ferro-gusa ou sucatas metálicas como principais matérias-primas. 63 Forno Elétrico a Arco UNICEP - Mário L. Botêga Jr. 64 Forno Elétrico a Arco UNICEP - Mário L. Botêga Jr. 23/02/2014 33 Recortes de Comutações (Voltage Notching) • São transições sucessivas e bruscas de tensão ou corrente entre diferentes níveis. • Normalmente associadas com curto-circuito momentâneo na fonte, devido à comutação de chaves eletrônicas de potência, por exemplo conversores tiristorizados. • São fontes de ruídos e interferências indesejáveis e de difícil tratamento; 65UNICEP - Mário L. Botêga Jr. Drive para Motor CC 66 • Quando retificadores controlados (SCRs) são utilizados em conversores, por ex. drive de motor CC, é possível observar distorções na tensão de linha. • Estes conversores (rectificadores) mudam a tensão da linha de CA para CC. A comutação dos SCRs de uma fase para outra provoca uma irregularidade na FO da tensão, que aparece como um entalhe (notch). • O notch é um curto-circuito, de curta duração, entre as fases da linha. • Durante o curto-circuito, a corrente aumenta e a tensão diminui. UNICEP - Mário L. Botêga Jr. 23/02/2014 34 Oscilações Transitórias 67 • É uma alteração repentina na condição de estado estável da tensão e/ou da corrente, tanto nos limites positivo como negativo do sinal, que oscila para a frequência natural do sistema. • Estes transitórios ocorrem quando se comuta disjuntores, ou cargas indutivas ou capacitivas, tais como um motor ou um banco de capacitores. • Essas oscilações podem provocar a atuação de proteções ou produzir sobre-tensões em outros equipamentos próximos. UNICEP - Mário L. Botêga Jr. Variações de Frequência • Variações de frequência são definidas como variações na frequência fundamental de operação do sistema, tipicamente 50 ou 60 Hz. • A frequência do sistema é diretamente relacionada a velocidade de rotação dos geradores do sistema. Existem leves variações na frequência do sistema devido às mudanças na carga e mudanças na geração. • Em modernos sistemas de potência interligados, caso do Brasil, variações de frequência possuem uma taxa de ocorrência baixa. Este distúrbio ocorre com maior frequência em cargas que são supridas por geradores isolados, como é o caso da geração própria nas indústrias. 68UNICEP - Mário L. Botêga Jr. 23/02/2014 35 Flutuações de Tensão • São mudanças sustentadas da amplitude da tensão fundamental. Em geral são provocadas por variações de cargas como fornos a arco, elevadores, bombas e compressores. • O efeito principal é o fenômeno de flicker, mas as flutuações de tensão podem ocasionar oscilações de potência nas linhas de transmissão, levando os geradores a oscilar entre si (oscilações eletromecânicas) ou com a turbina (ressonância sub-síncrona). 69UNICEP - Mário L. Botêga Jr. Modulação da Amplitude 70 • Consiste na variação periódica da amplitude da tensão ou da corrente. • O afundamento regular da tensão, provocado por uma carga cíclica como um compressor de pistão acionado por motor elétrico provoca o efeito de modulação da amplitude da corrente absorvida e, com isso, da tensão do sistema alimentador. • Esse processo pode provocar o fenômeno de flicker ou cintilação luminosa quando a frequência modulante cai na faixa entre 0 e 30 Hz. UNICEP - Mário L. Botêga Jr. 23/02/2014 36 Cintilação Luminosa (Flicker) • É efeito da variação de emissão luminosa percebida visualmente, em decorrência de flutuações da magnitude da tensão. Este fenômeno está associado à operação de cargas variáveis. • A percepção visual do fenômeno ocorre na faixa de modulação da tensão entre 0 e 30 Hz, sendo máxima em torno de 8,8 Hz. • Vários fatores afetam o nível do incômodo provocado, tais como a forma da modulação (quadrada ou senoidal), o tipo de iluminação (incandescente ou fluorescente), a inércia térmica das lâmpadas, etc. • Seus efeitos são subjetivos e acumulativos, podendo afetar o sistema nervoso central, provocando estresse e até crises epilépticas em pessoas propensas. 71UNICEP - Mário L. Botêga Jr. 72 Limites da percepção Visual para Flutuações de Tensão Associadas a Ondas senoidais e Quadradas UNICEP - Mário L. Botêga Jr. 23/02/2014 37 Interferência Eletromagnética (EMI) • Quando algum dispositivo eletrônico funciona de maneira a produzir variações rápidas de tensão e/ou corrente, tal equipamento se torna uma fonte de interferência eletromagnética, podendo ocasionar o mau funcionamento de outros equipamentos eletrônicos que estejam conectados na mesma rede de alimentação. • EMI são ruídos impostos por indução ou por condução. – Indução: é devido ao acoplamento magnético entre circuitos previstos para operar em diferentes faixas de frequências e que se localizam fisicamente próximos. Este fenômeno é mais acentuado em altas frequências, pois o alcance dos efeitos é maior (ex. rádio- interferência). – Condução: em geral o efeito se manifesta por falta de um terra comum suficientemente “sólido” (ex. ruído no "terra" de fontes, causado pelo chaveamento da corrente). 73UNICEP - Mário L. Botêga Jr. 74 Interferência Eletromagnética (EMI) UNICEP - Mário L. Botêga Jr. 23/02/2014 38 Ruído Elétrico • São componentes espectrais de larga faixa de frequência observados na tensão ou corrente fundamentais. Do ponto de vista do sistema de 60 Hz, no qual a faixa de avaliação vai até a 50ª harmônica (3 kHz), tudo que estiver acima disso é considerado ruído. • Ruído elétrico nos sistemas de potência podem ser causados por dispositivos eletrônicos, circuitos de controle, equipamentos que utilizem arco elétrico e cargas com a presença de conversores estáticos. 75UNICEP - Mário L. Botêga Jr. 76 Exemplo: Reatores eletrônicos de lâmpadas fluorescentes tubulares, os quais operam aproximadamente em 40 kHz. A contaminação da tensão da rede se deve ao não aterramento do reator, sem o qual o filtro de entrada não atua corretamente, permitindo que componentes de alta frequência, estejam presentes, indevidamente, na tensão da rede, podendo afetar o funcionamento de outros equipamentos conectados na mesma rede. Ruído Elétrico UNICEP - Mário L. Botêga Jr. 23/02/2014 39 Offset CC • A presença de tensão ou corrente CC em um sistema de potência CA é chamado “offset CC ”. Este pode ocorrer devido ao efeito da retificação produzida por um conversor de meia ponte. • Correntes CC em redes CA podem provocar saturação de transformadores, causando aquecimento e perdas adicionais com diminuição da vida útil do transformador. 77UNICEP - Mário L. Botêga Jr. Surto de Tensão • É uma elevação impulsiva de tensão. Atingindo centenas a milhares de Volts. • Esse tipo de distúrbio pode estar associado a descargas atmosféricas ou a chaveamento de corrente imposta em circuitos altamente indutivos, seja através da conexão de capacitor ou pela comutação de dispositivo eletrônico. • O efeito mais comum é a ruptura de dielétricos e queima de componentes eletrônicos por sobre-tensão, ou dv/dt excessivo.• Devido à rapidez do evento (µs) não existem muitas formas de evitar os efeitos. Varistores não são rápidos o suficiente e TVS não suportam a energia do pulso. 78UNICEP - Mário L. Botêga Jr. 23/02/2014 40 Descargas Eletrostáticas (ESD) • O aparecimento de descargas eletrostáticas é resultante do desequilíbrio de cargas gerado pelo atrito entre objetos de determinados tipos de materiais, especialmente aqueles que apresentam uma grande resistência elétrica superficial. • O fenômeno pelo qual um determinado material perde ou ganha cargas, gera tensões eletrostáticas em relação ao terra ou a outros objetos. • A tendência de um material com desequilíbrio de cargas é voltar ao equilíbrio eletrostático. Durante o retorno ao equilíbrio, o fluxo de cargas gera uma descarga elétrica com um tempo de duração muito pequeno (dezenas de nano-segundos). Este fenômeno pode ser visualizado na forma de um pequeno arco elétrico; no entanto, na maioria das vezes a descarga ocorre sem que sua presença seja sentida. • Uma ESD envolve correntes de alguns poucos ampères e tensões de até 35kV. As descargas não são prejudiciais ao ser humano porque a energia dissipada é muito pequena. 79UNICEP - Mário L. Botêga Jr. 80 Descargas Eletrostáticas (ESD) UNICEP - Mário L. Botêga Jr. 23/02/2014 41 Distribuição dos Distúrbios em Função da Frequência 81UNICEP - Mário L. Botêga Jr. Outros Distúrbios... • Além destes 22 distúrbios, um sistema elétrico pode estar sujeito a outros fenômenos, tais como: – Colapso de tensão – Oscilações eletromecânicas – Ressonâncias sub-síncronas – Interferência telefônica – ... 82UNICEP - Mário L. Botêga Jr. 23/02/2014 42 Qualidade da Energia Elétrica & Eletrônica de Potência 83UNICEP - Mário L. Botêga Jr. QEE e Eletrônica de Potência 84 • Conversores eletrônicos de potência são normalmente usados como estágio de entrada de energia para aparelhos eletro- eletrônicos. • As correntes absorvidas da rede elétrica são as principais responsáveis pelos problemas de QEE, nas faixas de média e de baixa frequência. • Não obstante, alterações nos conversores de potência podem eliminar a maioria destes problemas. MOSFET IGBT GTO ThyristorUNICEP - Mário L. Botêga Jr. 23/02/2014 43 Controlador Liga-Desliga • Aplicação típica: – aquecimento (carga resistiva), fornos de microndas (controle de potência) • Características: – Baixa interferência eletromagnética (EMI), – Baixa frequência de comutação (0,1~1Hz). – Provoca modulação de baixa frequência na rede. – Circuito simples que não permite melhorias. 85UNICEP - Mário L. Botêga Jr. Retificador a Diodo com Filtro Capacitivo • Aplicações típicas: – Estágio de entrada de fontes de alimentação • Características: – Larga faixa de potência (até 3 kVA, monofásico) – Baixa EMI • Problemas de qualidade: – Distorção da corrente – Distorção na tensão – Baixo fator de potência (~0.6) – Notch de tensão – Admite melhoria para correção do baixo fator de potência 86UNICEP - Mário L. Botêga Jr. 23/02/2014 44 Soluções da Eletrônica de Potência • A FO da corrente pode ser melhorada (reduzindo a distorção harmônica e elevando o fator de potência) basicamente por dois tipos de conversores: – Retificadores com alto fator de potência (PFC) – Filtros Ativos de Potência (APF) • O PFC é tipicamente aplicado em cargas individuais de baixa/média potência. • O APF é tipicamente usado para um grupo de cargas, média/alta potência. 87UNICEP - Mário L. Botêga Jr. Soluções da Eletrônica de Potência • Se as normas IEC são consideradas, uma solução deve ser encontrada para cada carga, individualmente. • Neste caso é possível ter correntes senoidais e fator de potência unitário ao longo de todo o sistema. 88 Senoidal Distorcida UNICEP - Mário L. Botêga Jr. 23/02/2014 45 • Com o enfoque IEEE, é possível compensar as distorções do conjunto de cargas. • A corrente será senoidal apenas a partir do PCC (Ponto de Conexão da Carga), permanecendo distorcida nos alimentadores internos. 89 Soluções da Eletrônica de Potência Senoidal Distorcida UNICEP - Mário L. Botêga Jr. Retificadores com Alto Fator de Potência (Power Factor Correction - PFC) • Objetivo: evitar a distorção harmônica da corrente de entrada, transformando-a em senoidal e em fase com a tensão, isto é, FP=1 tal como se a carga fosse resistiva. • Várias topologias de fontes chaveadas podem operar como PFC. A mais popular á a “boost” (elevador de tensão, pois Vout > Vretif.). • Dois modos de condução: descontínua e contínua. • Soluções com filtros passivos, também são possíveis, mas não são tão eficientes. 90UNICEP - Mário L. Botêga Jr. 23/02/2014 46 Retificadores com Alto Fator de Potência • No modo de condução descontínua, o conversor pode operar em malha aberta, e a corrente (filtrada) de entrada apresenta baixa distorção, com fator de potência ~ 0.98. 91 Requer filtro de EMI UNICEP - Mário L. Botêga Jr. • No modo de condução contínua a FO da corrente é menos distorcida, mas o conversor deve operar em malha fechada. 92 Retificadores com Alto Fator de Potência EMI Filter Vac UNICEP - Mário L. Botêga Jr. 23/02/2014 47 Filtro Ativo de Potência - APF • Os filtros ativos de potência são conectados entre a rede elétrica e a carga, para: – Eliminar distorções de tensão provenientes da rede (filtro ativo série) – Eliminar harmônicos de corrente injetados pela carga na rede (filtro ativo paralelo) 93 Protege a carga Protege a rede UNICEP - Mário L. Botêga Jr. • Um filtro ativo série protege a carga contra perturbações na tensão da rede, tais como flutuações, harmônicos e notching. • Comporta-se como gerador de tensão controlada, produzindo uma tensão de compensação Vc em série com a tensão Vs no ponto de entrega da rede de distribuição a um consumidor especial. Com isto, a tensão compensada VL entregue à carga sensível não conterá os harmônicos e desbalanços presentes na tensão Vs. Idealmente, a tensão VL será uma senóide pura e balanceada. 94 Filtro Ativo Série Ref. Maurício Aredes et al. - VI SBQEE DESENVOLVIMENTO E IMPLEMENTAÇÃO DE UM CONDICIONADOR UNIFICADO DE ENERGIA UNICEP - Mário L. Botêga Jr. 23/02/2014 48 • Atua como uma fonte de corrente controlada que injeta uma corrente de compensação Ic, que se soma à corrente da carga não-linear IL, cancelando as distorções e desbalanços desta, de tal sorte que a corrente drenada da fonte Is tenha uma FO senoidal e balanceada. 95 Filtro Ativo Paralelo Ref. Maurício Aredes et al. - VI SBQEE DESENVOLVIMENTO E IMPLEMENTAÇÃO DE UM CONDICIONADOR UNIFICADO DE ENERGIA UNICEP - Mário L. Botêga Jr. 96 Filtro Ativo Paralelo Topologia UNICEP - Mário L. Botêga Jr. 23/02/2014 49 97 Filtro Ativo Paralelo Compensação de Harmônicos Harmônicos de mesma ordem, mesma amplitude e fase oposta Componente fundamental UNICEP - Mário L. Botêga Jr. Soluções da Eletrônica de Potência Conclusões • Nos últimos anos novas tecnologias foram incorporadas aos conversores eletrônicos de potência para eliminar ou minimizar os problemas de QEE. • Os retificadores com alto fator de potência são uma importante tecnologia para reduzir a distorção da corrente (e da tensão). • Outro enfoque é o de manter os retificadores tradicionais e compensar a distorção total produzida por um grupo de cargas. Neste caso, faz-se uso de filtros ativos de potência. • Qualquer destas alternativas aumentam a complexidade e o custo das instalações. 98UNICEP - Mário L. Botêga Jr. 23/02/2014 50 Distorção HarmônicaDefinição, Causas, Efeitos e Soluções Distorção Harmônica Introdução • Nos últimos anos os sistemas elétricos presenciaram um grande aumento de cargas não lineares a eles conectadas. • Isto se deve ao desenvolvimento e popularização da eletrônica, principalmente da eletrônica de potência, cujos circuitos caracterizam-se por apresentar uma relação não linear entre a tensão e a corrente. 100UNICEP - Mário L. Botêga Jr. 23/02/2014 51 Carga Linear x Não Linear 101UNICEP - Mário L. Botêga Jr. • Cargas típicas, não lineares na indústria: – Soft-starters – Inversores de frequência – Drives de motores CC – Fontes reguladas 102 Distorção Harmônica Causas UNICEP - Mário L. Botêga Jr. 23/02/2014 52 • Cargas típicas, não lineares nas residências: – Micro computadores – Fornos de microondas – Televisores – Lâmpadas compactas com reatores eletrônicos – Ar condicionado com tecnologia “inverter” • Com isso, crescem as preocupações relativas às distorções nas formas de onda da tensão nos sistemas elétricos. 103 Distorção Harmônica Causas UNICEP - Mário L. Botêga Jr. • Lâmpada Fluorescente 104 0 0,5 1 1,5 2 2,5 0 500 1000 1500 2000 2500 (A) frequência (Hz) -4 -3 -2 -1 0 1 2 3 4 0 0,01 0,02 0,03 0,04 0,05 0,06 0,07 I (A) tempo (s) Distorção Harmônica Exemplo UNICEP - Mário L. Botêga Jr. 23/02/2014 53 0 0,02 0,04 0,06 0,08 0,1 0,12 0,14 0,16 0,18 0,2 0 500 1000 1500 2000 2500 (A) frequência (Hz) 105 • Televisor Distorção Harmônica Exemplo -1 -0,8 -0,6 -0,4 -0,2 0 0,2 0,4 0,6 0,8 1 0 0,01 0,02 0,03 0,04 0,05 0,06 0,07 I (A) tempo (s) UNICEP - Mário L. Botêga Jr. 0 1 2 3 4 5 6 7 0 500 1000 1500 2000 2500 (A) frequência (Hz) 106 • Forno de Microondas Distorção Harmônica Exemplo -15 -10 -5 0 5 10 15 0 0,01 0,02 0,03 0,04 0,05 0,06 0,07 I (A) tempo (s) UNICEP - Mário L. Botêga Jr. 23/02/2014 54 107 • Inversor trifásico Distorção Harmônica Exemplo Frequência de chaveamento Frequência de chaveamento UNICEP - Mário L. Botêga Jr. • Uma tensão ou corrente harmônica pode ser definida como um sinal senoidal cuja frequência é múltiplo inteiro da frequência fundamental do sinal de alimentação. • Como exemplo, considere a FO de corrente “T”, que é a soma ponto a ponto dos sinais 1 e 5, os quais são senóides perfeitas, de amplitudes e frequências diferentes, chamadas de harmônicas. 108 Distorção Harmônica Definição Um sinal periódico contém harmônicas quando a FO desse sinal é deformada em relação a um sinal senoidal perfeito. UNICEP - Mário L. Botêga Jr. 23/02/2014 55 • Os sinais harmônicos são classificados quanto à sua ordem, frequência e sequência. • Exemplo: Para um sinal de 60 Hz. 109 Distorção Harmônica Classificação Ordem Frequência (Hz) Sequência 1 60 + 2 120 - 3 180 0 4 240 + 5 300 - 6 360 0 7 420 + n n*60 ... Em uma situação ideal, onde somente existisse um sinal de frequência de 60 Hz, apenas existiria a primeira harmônica, chamada de fundamental. UNICEP - Mário L. Botêga Jr. • Da tabela anterior observa-se que há dois tipos de ordem de harmônicas: as ímpares e as pares. • As ímpares são encontradas nas instalações que contenham cargas não lineares em geral. • As pares existem em casos especiais (mais raros), cujos semi- ciclos são assimétricos devido à presença de componente contínua, tendo como resultado a introdução de uma componente CC sobreposta à tensão alternada da rede. • A sequência pode ser positiva, negativa ou nula. 110 Distorção Harmônica Classificação UNICEP - Mário L. Botêga Jr. 23/02/2014 56 111 • As harmônicas tais como 7º, 13º, 19º, 25º..., giram (vetorialmente) na direção “avante”, isto é na mesma sequência que a fundamental, desta forma são denominadas “harmônicas com sequência positiva”. • As harmônicas tais como 5º, 11º, 17º, 23º..., giram na direção “reversa”, isto é na sequência oposta da fundamental desta forma são denominadas “harmônicas com sequência negativa”. • As harmônicas multíplas de 3, tais como 3º, 9º..., não giram (estão em fase uma com a outra) e são denominadas “harmônicas com sequência nula, zero ou homopolar”. Sequência UNICEP - Mário L. Botêga Jr. 112 Efeito da 3º Harmônica em Sistemas Trifásicos a 4 Fios • Ocorre a soma das correntes harmônicas de cada uma das fases no neutro, de forma que a corrente harmônica no neutro é 3 vezes a de cada fase. • Isso implica que a bitola do cabo neutro deve ser super dimensionada. UNICEP - Mário L. Botêga Jr. 23/02/2014 57 113 Vídeo: Classificações e Efeitos das Harmônicas Distorção Harmônica Classificação e Efeito das Harmônicas UNICEP - Mário L. Botêga Jr. Espectro Harmônico 114 • Através da transformada de Fourier qualquer sinal periódico pode ser decomposto em componentes senoidais (fundamental + harmônicas de ordem superior). • O espectro harmônico é a decomposição de um sinal em suas componentes harmônicas e é representado na forma de um gráfico de barras, onde cada barra representa uma harmônica com sua frequência e amplitude. • O espectro harmônico é uma representação da F.O. no domínio da frequência. • Teoricamente, o espectro harmônico de um sinal deformado qualquer chegaria ao infinito. Na prática, geralmente limita-se o número de harmônicas a serem medidas e analisadas por volta da ordem número 40, uma vez que, raramente, os sinais acima dessa ordem são significativos a ponto de poderem perturbar o funcionamento de uma instalação. UNICEP - Mário L. Botêga Jr. 23/02/2014 58 115 Espectro Harmônico UNICEP - Mário L. Botêga Jr. 116 Analisador de Espectro UNICEP - Mário L. Botêga Jr. 23/02/2014 59 117 Analisador de Potência UNICEP - Mário L. Botêga Jr. Analisador Vetorial 118UNICEP - Mário L. Botêga Jr. 23/02/2014 60 119 Uma História Ilustrativa UNICEP - Mário L. Botêga Jr. Uma Questão de economia • Este caso ocorreu em uma indústria que operava uma ponte retificadora de 6 pulsos, responsável pela geração de 5a e 7a harmônicas, características nesse tipo de conversor. 120UNICEP - Mário L. Botêga Jr. 23/02/2014 61 121 • Devido a reclamações de outros consumidores, foi solicitado ao consumidor que tomasse providências para reduzir a emissão dessas harmônicas com a instalação de filtros. • A empresa respondeu que já dispunha desses filtros mas que estavam desligados por razões de redução no consumo de energia elétrica. • Estranhando essa resposta, um técnico da concessionária foi designado para verificar o que estava acontecendo. Em “conversa no bar”, esse técnico soube que a questão de economia era a seguinte: quando os filtros eram ligados, a conta de energia da empresa subia em até 25%, por isso o filtro ficava desligado. • Depois de analisar o caso achou-se duas explicações para o que se passava: i) com a compensação reativa dos filtros, a tensão de rede subia e o consumo de energia de fato aumentava, porém a produção também aumentava na mesma proporção; ii) a 5a harmônica apresenta sequência negativa, produzindo um torque contrário no disco de indução do medidor de energia. Com isso diminuía a leitura da energia consumida, explicando a "economia" na conta do consumidor quando o filtro ficava desligado. • Neste caso a “economia” tem os seus próprios riscos e é preciso explicar o que pode ocorrer com a presença de harmônicas, como por exemplo a explosão de capacitores em bancos para correção de fator de potência, devidoa ressonâncias série ou paralela, fadiga e falha de motores, etc. Uma Questão de economia UNICEP - Mário L. Botêga Jr. Taxa de Distorção Harmônica Total (THD) • A THD é uma métrica para determinar numericamente as harmônicas presentes em um dado ponto da instalação. • É definida como sendo a relação entre os valores eficazes das componentes harmônicas da corrente (ou tensão) e a fundamental. 122 �� = !" " + !# " +⋯+ !% " !& ' 100% UNICEP - Mário L. Botêga Jr. 23/02/2014 62 123 Taxa de Distorção Harmônica Total Exemplo Ordem IRMS [A] I1 3,63 I3 2,33 I5 0,94 I7 0,69 I9 0,50 I11 0,41 I13 0,33 �� = 2,33 " + 0,94 " + 0,69 " + 0,50 " + 0,41 " + 0,33 " 3,63 ' 100% �� = 74,5% • Em um sinal puramente senoidal, ou seja: I2+ I3+...+ In=0 → THD = 0 • Dessa forma, devemos buscar nas instalações elétricas os valores de THD mais próximos de zero possíveis. UNICEP - Mário L. Botêga Jr. Analisadores de Potência Calculam a THD Automaticamente 124 Quase senoidal Não senoidal UNICEP - Mário L. Botêga Jr. 23/02/2014 63 125 Fator de Potência e Distorção Harmônica • Normalmente utilizamos os termos fator de potência (FP) e cosϕ como sinônimos, o que somente é verdade no caso de não existirem harmônicas no circuito, ou seja, se os sinais forem senoidais puros. • Nestes circuitos o FP é igual ao co-seno do ângulo de desfasamento entre as ondas de tensão e de corrente (cosϕ). Q=V.I1.senϕ1 [VAr] P=V.I1.cosϕ1 [W] ϕ1 Triângulo de Potência para Circuito Senoidal �� = � 123 41 1��3 = cosϕ & UNICEP - Mário L. Botêga Jr. 126 Q P ϕ1 γ Tetraedro de Potência para Circuito Não Senoidal Fator de Potência e Distorção Harmônica • Para os circuitos não lineares, onde ocorre distorção harmônica, a potência aparente é afetada pela distorção harmônica. Onde: S = potência aparente total [VA] S1 = potência aparente da fundamental [VA] P = potência ativa [W] (realiza trabalho) Q = potência reativa em regime sinoidal [Var] D = potência reativa associada aos harmônicos [VArh] (Distortion Power) UNICEP - Mário L. Botêga Jr. 23/02/2014 64 127 4 = �" + 5" + " = �!&�� ϕ& " + �!& � ϕ& " + �" !" " + !# " + ⋯ Fator de Potência e Distorção Harmônica �� = � 123 4 1��3 Por definição: Sendo: �� = cosϕ & 1 + �� " Substituindo na definição: Ou seja, quanto maior a distorção harmônica (THD), menor será o FP. UNICEP - Mário L. Botêga Jr. 128 Distorção Harmônica Efeitos de Harmônicas em Componentes do Sistema Elétrico • O grau com que harmônicas podem ser toleradas em um sistema de alimentação depende da susceptibilidade da carga (ou da fonte de potência). • Os equipamentos menos sensíveis são os de aquecimento (carga resistiva), para os quais a forma de onda não é relevante. • Os mais sensíveis são aqueles que assumem a existência de uma alimentação senoidal como, por exemplo, equipamentos de comunicação e processamento de dados. UNICEP - Mário L. Botêga Jr. 23/02/2014 65 129 Efeitos da Distorção Harmônica Motores e Geradores • O maior efeito dos harmônicos em máquinas rotativas (indução e síncrona) é o aumento do aquecimento devido ao aumento das perdas no ferro e no cobre. • Afeta a eficiência, o torque disponível e aumenta o ruído audível. • Outro fenômeno é a presença de harmônicos no fluxo, produzindo alterações no acionamento, como componentes de torque que atuam no sentido oposto ao da fundamental, como ocorre com o 5o , 11o, 17o, etc. harmônicos. • O efeito cumulativo do aumento das perdas implica numa diminuição da eficiência (de 5 a 10%) e da vida útil da máquina. • Este fato não se aplica a máquinas projetadas para alimentação a partir de inversores, mas apenas àquelas de uso em alimentação direta da rede. UNICEP - Mário L. Botêga Jr. • Também neste caso tem-se um aumento nas perdas. – Harmônicos na tensão aumentam as perdas ferro, – Harmônicos na corrente elevam as perdas cobre. • A elevação das perdas cobre deve-se principalmente ao efeito pelicular, que implica numa redução da área efetivamente condutora à medida que se eleva a frequência da corrente. • Correntes harmônicas podem gerar ressonâncias, com componentes de corrente com amplitude elevada. • Tem-se ainda uma maior influência das capacitâncias parasitas (entre espiras e entre enrolamento) que podem realizar acoplamentos não desejados e, eventualmente, produzir ressonâncias no próprio dispositivo. 130 Efeitos da Distorção Harmônica Transformadores UNICEP - Mário L. Botêga Jr. 23/02/2014 66 • Em razão do efeito pelicular, que restringe a secção condutora para componentes de frequência elevada, também os cabos de alimentação têm um aumento de perdas devido às harmônicas de corrente. • Além disso tem-se o chamado "efeito de proximidade", o qual relaciona um aumento na resistência do condutor em função do efeito dos campos magnéticos produzidos pelos demais condutores colocados nas adjacências. • Caso os cabos sejam longos e os sistemas conectados tenham suas ressonâncias excitadas pelas componentes harmônicas, podem aparecer elevadas sobre-tensões ao longo da linha, podendo danificar o cabo. 131 Efeitos da Distorção Harmônica Cabos de Alimentação UNICEP - Mário L. Botêga Jr. Distribuição da Corrente Elétrica em uma Seção de Condutor Circular de Cobre (Efeito Pelicular – Skin Effect) 132 Corrente elétrica em 60 Hz Corrente elétrica em 100 kHz Capacidade de Condução: Periferia = 100% Centro = 99,5% Capacidade de Condução: Periferia = 100% Centro = 0% Caracterizado pela repulsão entre linhas de corrente eletromagnética, criando a tendência da corrente fluir na superfície do condutor elétrico. É proporcional à intensidade de corrente, frequência e das características magnéticas do condutor. Frequentemente encontrado em sistemas de corrente alternada, é responsável pelo aumento da resistência aparente de um condutor elétrico, devido à diminuição da área efetiva do condutor. UNICEP - Mário L. Botêga Jr. 23/02/2014 67 • O maior problema é a possibilidade de ocorrência de ressonâncias, podendo produzir níveis excessivos de corrente e/ou de tensão. • Como a reatância capacitiva diminui com a frequência, tem- se um aumento nas correntes relativas às harmônicas presentes na tensão. • As correntes de alta frequência, que encontrarão um caminho de menor impedância pelos capacitores, elevarão as suas perdas ôhmicas, consequentemente sua temperatura. 133 Efeitos da Distorção Harmônica Capacitores de Correção do FP • O aumento no aquecimento do dispositivo encurta a vida útil do capacitor. UNICEP - Mário L. Botêga Jr. • Alguns equipamentos podem ser muito sensíveis a distorções na forma de onda de tensão. Por exemplo, se um aparelho utiliza os cruzamento com o zero (ou outros aspectos da onda de tensão) para realizar alguma ação, distorções na forma de onda podem alterar, ou mesmo inviabilizar, seu funcionamento. • Caso as harmônicas penetrem na alimentação do equipamento por meio de acoplamentos indutivos e capacitivos, eles podem também alterar o bom funcionamento do aparelho. 134 Efeitos da Distorção Harmônica Equipamentos Eletrônicos UNICEP - Mário L. Botêga Jr. 23/02/2014 68 135 Distorção Harmônica Soluções UNICEP - Mário L. Botêga Jr. Soluções Típicas • Soluções típicas para minimizar o conteúdo harmônico em uma instalação são: – Filtro passivo LC – Filtros ativos • APF série – protege a carga • APF paralelo – protege a rede – Pré-reguladores PFC 136UNICEP - Mário L. Botêga Jr. 23/02/2014 69 Filtro Passivo LC • Tipicamente utilizado em grandes consumidores, tais comoindústrias. • É uma solução mais econômica do que os conversores ativos. • Um filtro passivo LC é “sintonizado” para promover um caminho de baixa impedância para a frequência harmônica de interesse (circ. esquerdo). • Se for necessário atenuar várias harmônicas, deve-se utilizar um filtro para cada frequencia (circ. direita). 137UNICEP - Mário L. Botêga Jr. Circuito RLC Ressonante • Um filtro passivo para eliminação de harmônicas nada mais é do que um circuito RLC série ressonante. • L e C são escolhidos em função da frequência harmônica que se deseja eliminar (fo) e R é a resistência do indutor. • Na ressonância, a reatância da impedância equivalente é nula, ou seja, XC=XL, desta forma: 138 |Z| foO |Z| não é nulo devido à resistência do indutor UNICEP - Mário L. Botêga Jr. 23/02/2014 70 Exemplo de Cálculo • Deseja-se eliminar a quinta harmônica de uma instalação: • 6 = 5 ' 60 �7 = 300 �7 • 300 = & "π 89 → ;< = & =>>π ? • Escolhendo C=30,7µF/380V (UCW1,67V40J4 da WEG) • Então: L=9,16 mH 139UNICEP - Mário L. Botêga Jr. Pré-Regulador PFC Ativo para Fontes CC 140 Corrente no indutor (T) Tensão na entrada Corrente na entrada UNICEP - Mário L. Botêga Jr. 23/02/2014 71 Reator Eletrônico para Lâmpadas Compactas com PFC 141 Com PFC Sem PFC UNICEP - Mário L. Botêga Jr. NORMAS RELATIVAS A FATOR DE POTÊNCIA E DISTORÇÃO HARMÔNICA • IEC 61000-3-2 – Limites para emissão de harmônicas de corrente (<16 A por fase) • IEC 61000-3-4 – Limites para emissão de harmônicas de corrente (>16 A por fase) • IEEE-519 – Recomendação IEEE para práticas e requisitos para controle de harmônicas no sistema elétrico de potência 142UNICEP - Mário L. Botêga Jr. 23/02/2014 72 IEC 61000-3-2 Limites para emissão de harmônicas de corrente (<16 A por fase) • Refere-se às limitações das harmônicas de corrente injetadas na rede pública de alimentação. • Aplica-se a equipamentos elétricos e eletrônicos que tenham uma corrente de entrada de até 16 A por fase, conectado a uma rede pública de baixa tensão alternada, de 50 ou 60 Hz, com tensão fase-neutro entre 220 e 240 V. • Os equipamentos são classificados em 4 classes: – Classe A: Equipamentos com alimentação trifásica equilibrada e todos os demais não incluídos nas classes seguintes. – Classe B: Ferramentas portáteis. – Classe C: Dispositivos de iluminação, incluindo reguladores de intensidade (dimmer). – Classe D: Um equipamento é incluído nesta classe se a corrente de entrada, em cada semi-período, se encontra dentro de um envelope como mostrado na figura abaixo. A potência ativa de entrada deve ser inferior a 600W. 143UNICEP - Mário L. Botêga Jr. IEC 61000-3-2 Limites para as Harmônicas de Corrente 144UNICEP - Mário L. Botêga Jr. 23/02/2014 73 • Pode ser aplicado a qualquer equipamento elétrico ou eletrônico, cuja corrente de entrada seja maior que 16 A. • Sua tensão de alimentação deve ser menor que 240 V para equipamentos monofásicos, ou menor que 600 V para equipamentos trifásicos. A frequência nominal da rede pode ser 50 Hz ou 60 Hz. 145 IEC 61000-3-4 Limites para emissão de harmônicas de corrente (>16 A por fase) UNICEP - Mário L. Botêga Jr. IEC 61000-3-4 Limites Individuais de Harmônicos de Corrente em % da Fundamental 146UNICEP - Mário L. Botêga Jr. 23/02/2014 74 IEEE-519 Recomendação IEEE para práticas e requisitos para controle de harmônicas no sistema elétrico de potência • Essa recomendação produzida pelo IEEE (1991) descreve os principais fenômenos causadores de distorção harmônica, indica métodos de medição e limites de distorção. • Seu enfoque é diverso daquele da IEC 61000-3-2, uma vez que os limites estabelecidos referem-se aos valores medidos no ponto de acoplamento comum (PAC), e não em cada equipamento individual. • A filosofia é que não interessa ao sistema o que ocorre dentro de uma instalação, mas sim o que ela reflete para o exterior, ou seja, para os outros consumidores conectados à mesma alimentação. 147UNICEP - Mário L. Botêga Jr. 148 IEEE-519 Limites de Distorção da Corrente para Sistemas de Distribuição (120V a 69kV) UNICEP - Mário L. Botêga Jr. 23/02/2014 75 Regulamentação Brasileira • Para a rede básica de energia, o Operador Nacional do Sistema (ONS) estabelece desde 2002 parâmetros de qualidade para a tensão suprida. • A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), propõe valores para a distorção harmônica da tensão no sistema de distribuição. • Tal regulamentação ainda não está definida(*). (*) O SETOR ELÉTRICO , Abril 2006, José Antenor Pomilio, NORMAS RELATIVAS A FATOR DE POTÊNCIA E DISTORÇÃO HARMÔNICA 149UNICEP - Mário L. Botêga Jr. 150 da primeira parte do curso! UNICEP - Mário L. Botêga Jr.
Compartilhar