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W BA 07 58 _v 1. 4 SISTEMAS DE CONTROLE 2 Rosana Yasue Narazaki Londrina Editora e Distribuidora Educacional S.A. 2019 Sistemas de Controle 1ª edição 3 2019 Editora e Distribuidora Educacional S.A. Avenida Paris, 675 – Parque Residencial João Piza CEP: 86041-100 — Londrina — PR e-mail: editora.educacional@kroton.com.br Homepage: http://www.kroton.com.br/ Presidente Rodrigo Galindo Vice-Presidente de Pós-Graduação e Educação Continuada Paulo de Tarso Pires de Moraes Conselho Acadêmico Carlos Roberto Pagani Junior Camila Braga de Oliveira Higa Carolina Yaly Giani Vendramel de Oliveira Juliana Caramigo Gennarini Nirse Ruscheinsky Breternitz Priscila Pereira Silva Tayra Carolina Nascimento Aleixo Coordenador Nirse Ruscheinsky Breternitz Revisor Paulo Broniera Jr Editorial Alessandra Cristina Fahl Beatriz Meloni Montefusco Daniella Fernandes Haruze Manta Hâmila Samai Franco dos Santos Mariana de Campos Barroso Paola Andressa Machado Leal Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) __________________________________________________________________________________________ Narazaki, Rosana Yasue N218s Sistemas de controle/ Rosana Yasue Narazaki, – Londrina: Editora e Distribuidora Educacional S.A. 2019. 140 p. ISBN 978-85-522-1500-4 1. Controladores programáveis. 2. Controle de processo. I. Narazaki, Rosana Yasue. II. Título. CDD 620 ____________________________________________________________________________________________ Thamiris Mantovani CRB: 8/9491 © 2019 por Editora e Distribuidora Educacional S.A. Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta publicação poderá ser reproduzida ou transmitida de qualquer modo ou por qualquer outro meio, eletrônico ou mecânico, incluindo fotocópia, gravação ou qualquer outro tipo de sistema de armazenamento e transmissão de informação, sem prévia autorização, por escrito, da Editora e Distribuidora Educacional S.A. SUMÁRIO Apresentação da disciplina __________________________________________________04 Automação da medição _____________________________________________________07 Análise de sistemas e processos industriais ________________________________27 Controladores Lógicos Programáveis _______________________________________48 Sistemas Digitais de Controle Distribuído ___________________________________71 Sistemas de controle híbridos ___________________________________________ 90 Controle de caldeiras, reatores e tanques ___________________________________110 Fundamentos de programação em CLPs ____________________________________131 SISTEMAS DE CONTROLE 5 Apresentação da disciplina A automação na indústria vem ocorrendo desde longa data. Com o passar dos anos, as tecnologias vêm se aprimorando, principalmente com a conexão dos sistemas de controle em grandes redes de comunicação. A troca de dados de produção por meio das redes de gerenciamento abriu as portas para tornar as indústrias mais integradas, podendo ser monitoradas e sofrer interferência do operador, esteja ele onde estiver. Executar todo um controle por meio de computação em nuvem é uma realidade. Além disso, dispomos de ferramentas capazes de predizer ocorrências e permitir a tomada de ações de modo antecipativo em curso. Essas são algumas das premissas para a implementação da Indústria 4.0! Você que está se preparando para essa realidade, encontrará nesta disciplina os conceitos de automação da medição. Será apresentado às principais partes e aos tipos de um sistema automatizado. Você será apresentado aos fundamentos dos processos industriais e às estratégias de controle mais complexas. Após discorrer sobre os conceitos de automação, você compreenderá o que é um Controlador Lógico Programável (CLP) e entenderá o seu ciclo de programação e endereçamento de entradas e saídas. Além do CLP e já em nível mais avançado de tecnologia está o Sistema Digital de Controle Distribuído (SDCD). A Leitura Fundamental levará você a entender em quais processos industriais a aplicação do SDCD poderá trazer benefícios expressivos. Dada a vastidão de soluções no ambiente industrial, a evolução das tecnologias e dos equipamentos propiciou diferentes configurações de automação. Dessa forma, a autora trouxe para a Leitura Fundamental a abordagem dos sistemas híbridos. 6 Por fim, são apresentadas algumas aplicações de controle, como em caldeiras, reatores e tanques, fundamentados em programação de Controladores Lógico Programáveis. Não deixe de resolver os exercícios ao final de cada tema e consultar as leituras complementares, pois elas são fundamentais para o seu futuro profissional. Também procure resolver os problemas propostos no Teoria na Prática antes de assistir aos vídeos, para que você possa comparar os resultados a que chegou com aqueles apresentados na aula. Bons estudos! Automação da medição Autor: Rosana Yasue Narazaki Objetivos • Estabelecer um conceito inicial de automação; • Apresentar as principais partes de um sistema automatizado. • Apresentar os principais arranjos para automação. 8 1. Introdução A aquisição de informações sobre estados (ligado/desligado, aberto/ fechado, etc.) e valores de determinado sistema é uma parte essencial para um processo ativo. Ainda que se faça isso de maneira natural, ou seja, sem o uso de ferramentas (sensores/detectores/instrumentos), é uma atividade constante e, mesmo que seja realizada em ciclos, repete-se infinitamente durante o tempo em que o processo está ativo. Exemplo: ao atravessar uma rua, é natural avaliarmos os riscos de atropelamento até atingir uma posição segura do outro lado da rua. Assim, podemos dizer que a aquisição de informações é o ponto de partida para uma tomada de decisão. Processos ativos complexos demandam informações de suas condições de contorno para que se possa extrair, no menor tempo possível, o máximo de resultados. Para efeito de simplificação, denominaremos essa aquisição de informações como medição. Em tempos passados, a medição só estava disponível no local onde o evento ocorria. Para que ela fosse compartilhada ou chegasse ao local de tomada de decisão, era necessária a intervenção humana fazendo o transporte via relatórios ou outros. A fragilidade dessa metodologia é facilmente perceptível por meio de falhas e atrasos intrínsecos a esse transporte. Com o desenvolvimento técnico, a medição passou a ser levada até os locais de tomada de decisão. Porém, havia uma grande dependência da interpretação das medições para a tomada da decisão, pois a medição dependia da leitura e percepção humana. Nessa altura, havia os erros de paralaxe, erros provocados por iluminação deficiente, etc. Um expressivo avanço ocorreu quando a medição foi automatizada. Diz- se que um sistema está automatizado quando uma ou mais tarefas são realizadas em função dos sinais de várias naturezas, sem intervenção humana (PRUDENTE, 2015). As primeiras máquinas automatizadas 9 surgiram na década de 1960. Eram máquinas automatizadas com um mínimo de intervenção humana construídas para um tipo de produto. Havia, porém, uma desvantagem: se o produto mudava, a adequação da máquina era impossível ou muito custosa. Era uma automação rígida. Com a evolução tecnológica, as máquinas automáticas passaram a utilizar várias tecnologias integradas: eletrônicas, hidráulicas, pneumáticas, computacionais. Essa integração de várias tecnologias é chamada de automação flexível. Essa configuração permitiu a produção com tempo reduzido, com muitas vantagens: economia de energia e de material; rápida alteração na produção; redução de duração e custo de produção; melhor ambiente de trabalho. Neste tema, por uma questão de simplificação e ampliação de abrangência, estaremosnos referindo a máquinas, equipamentos e sistemas simplesmente como “sistemas”, dado que é o termo com significado mais abrangente dentre os anteriores. 2. Organização de sistemas automatizados Uma simplificação para os sistemas automatizados é possível se agruparmos os subsistemas em duas partes principais: o grupo de potência e o grupo de comando. O grupo de potência é o que movimenta o sistema, analogamente aos músculos que movimentam o esqueleto. Um exemplo disso são os motores, os cilindros pneumáticos ou hidráulicos, entre outros. Já grupo de comando é a parte inteligente que elabora o processamento necessário para a obtenção do respectivo produto. É composto por processadores e detectores (interruptores, chave de fim de curso, etc.). truck Destacar truck Destacar 10 Como essa aglutinação de subsistemas não é visível tão facilmente em uma primeira abordagem, estender um pouco mais a discussão sobre partes da automação lhe proporcionará um melhor entendimento. Entenda, a seguir, como se compõe um sistema de automação. 2.1. Atuadores Na automação, os atuadores recebem um sinal que pode ser elétrico, pneumático ou hidráulico, processam-no e, como resultado, efetivam uma ação sobre o sistema que, em geral, pode ser um movimento mecânico executado por atuadores do tipo elétrico, pneumático, mecânico ou hidráulico. Do tipo elétrico, podemos listar os motores de indução ou assíncronos, motores de passo, motores lineares (usados na robótica), entre outros. Os motores assíncronos tornaram-se competitivos com relação aos motores de corrente contínua devido ao seu acionamento (frenagem, regulação de velocidade). A transmissão de potência, quando realizada por um redutor de velocidade acoplado ao motor, leva o nome de motorredutor. Os atuadores ocupam vastas aplicações na automação para içar, mover, bloquear e posicionar vários elementos. Há também os cilindros pneumáticos ou hidráulicos. A diferença entre eles está na potência de acionamento (força de empurrar) e no tipo de fluido utilizado. Para potência reduzida e alta velocidade, utilizam-se cilindros a ar comprimido (pneumático); para altas potências e baixa velocidade, utilizam-se cilindros hidráulicos. Os atuadores se relacionam, portanto, à potência na conceituação de automação. 2.2. Detectores e sensores Outra parte que compõe a automação são os dispositivos detectores. Eles são divididos em duas grandes categorias: truck Destacar truck Destacar 11 Tipo digital: a saída é do tipo ligado/desligado. Esse detector verifica quando uma grandeza supera um determinado valor definido. Exemplo: uma fotocélula abre ou fecha um circuito com base na presença ou ausência de um sinal luminoso. Tipo analógico: transforma uma grandeza física em um sinal contínuo proporcional ao valor da grandeza física. É mais conhecido como transdutor, uma vez que o sensor é mais utilizado para sinal ligado/ desligado. Exemplos: sensor de proximidade, potenciômetros, indicador de nível de líquido. Os detectores e sensores se relacionam, portanto, a comando na conceituação de automação. 2.3. Interação homem-máquina Outra parte que compõe a automação é a interação homem-máquina. Ela pode ser dividida em dois grupos principais: (1) comando e sinalização e (2) terminal de gestão. Fazem parte do grupo de comando e sinalização as chaves seletoras, as botoeiras, os indicadores luminosos, os displays. Do segundo grupo, fazem parte os componentes mais atuais tecnologicamente, tais como o painel operador (OP), também chamado de IHM (Interface Homem Máquina). Há diversidade de tamanhos e complexidade, mas, em geral, são dotados de uma tela e um conjunto de teclas para navegação. São robustas, com elevado grau de proteção. Há também os terminais de gestão com monitor, com programas supervisores específicos para controle de variáveis de processo. A Figura 1 ilustra o conceito de automação dentro de um sistema (ou máquina). truck Destacar 12 Figura 1 – Ilustração de automação Fonte: elaborado pela autora. PARA SABER MAIS Os equipamentos para instalações industriais, em geral, devem ter invólucros com características de proteção adequadas às condições operacionais a que estarão sujeitos. Exemplo: umidade, gotejamento, submersão, etc. Essa proteção é internacionalmente codificada e, em português do Brasil, é comumente referida como grau de proteção IP. As principais organizações que tratam de códigos de proteção são National Electrical Manufacturers Association (NEMA) e a International Electrotechnical Commission (IEC). 3. Lógica em sistemas de controle automatizados A lógica nos sistemas de controle automatizados é o componente responsável por determinar as tarefas que serão executadas de 13 acordo com as informações recebidas do entorno da máquina ou do sistema. A lógica pode ser cabeada ou programada e o determinante a ser considerado antes da escolha entre as duas é a complexidade da máquina ou do sistema em que a automação será aplicada. 3.1. Lógica cabeada Por associação, é possível dizer que a lógica cabeada é aquela executada por meio da ligação via fios e cabos dos elementos sensores/detectores ao grupo de comando e deste aos elementos componentes do grupo de potência. Esse tipo de lógica se baseia em uma técnica que não possui flexibilidade em caso de alteração de componentes nem e/ou função. Os sistemas de automação implementados com lógica cabeada atendem a aplicações específicas. A lógica cabeada, além de ser somente aplicável em sistemas de baixíssima complexidade, também é intrinsecamente complexa. Sua principal vantagem está no custo de implementação baixo. Um exemplo de sistema de controle automático com lógica cabeada simples de visualizar e entender é o aplicado a sinais de trânsito em cruzamentos com a opção de temporização para travessia de pedestres, visualizável na Figura 2. Figura 2 – Exemplo de aplicação de lógica cabeada Fonte: Slobo/iStock.com truck Destacar 14 3.2. Lógica programada A inserção das unidades de processamento digital nos sistemas de controle propiciou um grande e rápido avanço tecnológico para atividades do dia a dia por dois aspectos fundamentais: pela flexibilidade para implementação de alterações de funcionalidades e pela velocidade de reação para as diversas e inúmeras variações que os sensores/detectores são capazes de transmitir para o grupo de comando. Por outro lado, o desenvolvimento das unidades de processamento digital fez com que as mesmas incorporassem, além de funções lógicas complexas, a capacidade de tratamento matemático dos sinais recebidos, a ponto de simplificar a programação até o nível de resumir a programação e a concatenação de blocos de funções pré-definidas. A partir da conceituação que obtivemos de lógica programada e a ambientação desse conceito dentro de instalações que exigem robustez, confiabilidade, acuracidade, entre outros, ou seja, fábricas e/ou indústrias, convergimos para uma especificidade a qual se denomina informática industrial. Com as devidas ressalvas, poderíamos dizer que a informática industrial consiste na aplicação da informática clássica (hardwares e softwares) devidamente elaborada para atender às exigências do ambiente industrial. Neste ponto, você poderá inferir muitas características partindo dos conceitos de lógica cabeada e lógica programada. Verifique o Quadro 1 que resume algumas dessas características comparativamente. truck Destacar 15 Quadro 1 – Comparação entre lógica cabeada e lógica programada Lógica cabeada Lógica programada Montada com componentes discretos eletromecânicos, tais como: • Relés; • Contatores; • Temporizadores; • Sequenciadores; • eletrônicos (montados em placas ou quadro elétrico); • portas lógicas combinatórias; • flip-flops. Contempla dispositivos com capacidade de encadear as ações de diversos componentes de um programa, tais como: • Controladores Lógicos Programáveis (CLP) • Sistemas Digitais de ControleDistribuído (SDCD) Fonte: baseado em Prudente (2015). 4. Tipos de sistemas de automação 4.1. Controlador Lógico Programável O Controlador Lógico Programável (CLP) também é conhecido pela sigla PLC, que é o acrônimo das palavras em inglês programmable logic controller. Nos primórdios, teve seu desenvolvimento orientado para controle em manufatura, pois, nesse segmento, a população de sinais truck Destacar 16 (entradas e saídas) que necessitam ser processados é composta por sinais discretos ou digitais. Por sinais discretos, entende-se aqueles que se apresentam com estados bem definidos. Exemplo: ligado/desligado, aberto/fechado, aceso/apagado, etc. Como a população de sinais (quantidade de entradas/saída) varia muito de acordo com o sistema/ máquina, existem CLPs para tratar desde pequenas quantidades até quantidades muito grandes de sinais ou sob outra ótica, CLPs para com funções básicas e outro para funções avançadas. Você poderá visualizar alguns desses CLPs presentes na Figura 3, que contém CLPs de diferentes tipos. Figura 3 – Controladores Lógicos Programáveis Fonte: © Siemens AG 2019, todos os direitos reservados. Disponível em: https:// www.automation.siemens.com/bilddb/index.aspx?gridview=view2&objkey=P_ST70_ XX_06373&showdetail=true&view=Search> Acesso em: 7 abr. 2019. Os arranjos para entradas e saídas no CLPs são locais e remotos. O arranjo local pode ter uma variante, isso é, o local com expansão, conforme o fabricante. A Figura 4 ilustra alguns 3 arranjos: local com expansão, local com remotas e remotas. https://www.automation.siemens.com/bilddb/index.aspx?gridview=view2&objkey=P_ST70_XX_06373&showdetai https://www.automation.siemens.com/bilddb/index.aspx?gridview=view2&objkey=P_ST70_XX_06373&showdetai https://www.automation.siemens.com/bilddb/index.aspx?gridview=view2&objkey=P_ST70_XX_06373&showdetai 17 Figura 4 – Arranjos de Controladores Lógicos Programáveis Fonte: elaborado pela autora. O Controlador Lógico Programável (CLP) é um produto amadurecido e consolidado, bem como normalizado mundialmente. Apesar de ter sido concebido para tratamento de sinais discretos, acompanhou o desenvolvimento da tecnologia inicialmente embarcada e atingiu um nível de desenvolvimento tecnológico que o tornou capaz de controlar também variáveis não discretas ou analógicas. Exemplo: temperatura de um forno, nível de água em um tanque, vazão dentro de uma tubulação, etc. Os CLPs mais sofisticados têm recursos tão avançados que a comercialização deles pelos seus fabricantes precisa ser controlada por entidades governamentais para garantir que esses componentes serão utilizados somente em processos de fabricação capazes de trazer benefícios para a humanidade e não para o malefício dela, como armas de destruição em massa com alto poder de fogo e precisão. 18 4.2. Sistemas Digitais de Controle Distribuído O Sistema Digital de Controle Distribuído (SDCD), que usualmente é também referido com os termos em inglês Digital Control System (DCS), tem como característica o arranjo em que todos os controladores são alocados próximos aos subsistemas em que cada controlador atua. Você poderá ver a ilustração desse arranjo na Figura 5. Nesta figura, é mostrada a arquitetura de um SDCD básico. Figura 5 – Arranjo de Sistema Digital de Controle Distribuído Fonte: baseado em Alves (2017). Os SDCDs estão associados a processos de transformação que dependem de medição de uma grande quantidade de variáveis não discretas em sua grande maioria, controle em malha fechada e agrupadas deterministicamente pelo processo fabril. truck Destacar 19 4.3. Automação baseada em microcomputadores A automação baseada em computador, também conhecida pelos termos em inglês PC-based control and automation é uma alternativa à automação que utiliza componentes como os controladores (dos CLPs ou SDCDs). Isso ocorre em função da possibilidade de o usuário poder usufruir de muito mais flexibilidade e performance do que com os componentes usuais. Ao longo dos anos, a tecnologia embarcada em microcomputadores para aplicação industrial evoluiu. Praticamente, é a mesma tecnologia que está disponível nos mais potentes e modernos microcomputadores usados em qualquer outro segmento, como bancos, centros de pesquisa e ciências aplicadas e outros. Os arranjos de representação da estrutura de sistema de automação baseada em computador podem variar, mas você poderá visualizar na Figura 6 uma estrutura básica desse tipo de sistema. Figura 6 – Arranjo de automação baseada em microcomputador Fonte: baseado em Alves (2017) truck Destacar 20 Uma consideração importante a ser feita é que a base instalada dentro do ambiente industrial, tanto como no comercial, ainda contempla uma gama diversificada de tecnologias das mais diversas gerações. Logo, há de se considerar que nem sempre será possível introduzir ou mesmo migrar para tecnologias que representem o estado da arte se não tivermos bem claro que a proposição que se deseja implantar representa um ganho significativo ou, ainda na mesma direção, uma redução importante de perdas. Por inferência, podemos dizer que não é possível implantar a automação pela automação, quando os processos que estão sendo considerados em um plano diretor de automação ou algo que o valha, estejam estabilizados e sem indicativos que permitam vislumbrar um cenário desafiador adiante, quer seja para sobrepujar a obsolescência tecnológica ou pelo aumento do volume de produção. ASSIMILE A gama de fabricantes de produtos e soluções de automação é muito grande. Devido à necessidade de obter a máxima performance em um sistema ou equipamento, da medição ao controle, até o gerenciamento do sistema, faz-se mandatório que todos os componentes sejam compatíveis entre si. Às vezes, mesmo que os componentes sejam de um mesmo fabricante, pode haver incompatibilidade se as versões de software não forem compatíveis. Este tema tratou dos pontos principais para se iniciarem estudos de automação de sistemas. Pela exigência de resultados eficientes, controle de qualidade, tecnologias testadas, consolidadas e normalizadas, focalizamos nossa análise predominantemente no ambiente fabril. 21 Foram abordados aspectos da medição das variáveis e os fundamentos da automação. Os arranjos de automação que foram apresentadas resumem as práticas mais consagradas sem esgotá-las ou limitá-las, uma vez que o desenvolvimento tecnológico propicia evoluções e, em muitos casos, quebras de paradigmas. TEORIA EM PRÁTICA Reflita sobre a seguinte situação: você foi aprovado em um processo de seleção para uma posição de engenheiro de controle e automação em uma empresa que fabrica produtos de aço aplicados como ferramentas em máquinas de pequeno e médio porte para puncionamento, estampagem e outros. A empresa foi estabelecida na década de 1940 e desde então vem ampliando o seu parque fabril com a aquisição de máquinas. As máquinas foram adquiridas por meio de compras de máquinas novas ou usadas. O catálogo de produtos dessa empresa conta com mais de 10.000 itens. Da produção, 20% é vendido para o Brasil e os outros 80% são exportados para o mundo. Com esse panorama, é possível inferir que o parque fabril é extremamente diversificado em tecnologias, fabricantes, níveis e modelos de automação. Nessa empresa, 60% das máquinas de produção não possuem automação, mais de 35% possui algum tipo de automação e menos de 5% possui automação da mais moderna. Uma vez que sua missão ao ter sido contratado pela empresa é elevar o grau de automação da fábrica como um todo, como você acredita que isso poderia ser realizado? 22 VERIFICAÇÃO DE LEITURA 1. A Figura 7 abaixo mostra a arquitetura de automação de um sistema com marcações numeradas de 1 a 4. Considerando os conceitos básicos de sistemas automatizados, é correto afirmar que: Figura 7 – Representação gráfica de um sistema de controle automatizado Fonte: adaptado de © Siemens AG 2019,todos os direitos reservados. Disponível em: <https://www.automation.siemens.com/bilddb/ index.aspx?gridview=view2&objkey=G_PCS7_ XX_00632&showdetail=true&view=Search. Acesso em: 7 abr. 2019 a. A indicação 1 sinaliza elementos do grupo dos detectores e sensores, enquanto a indicação 3 sinaliza elementos do grupo de potência. https://www.automation.siemens.com/bilddb/index.aspx?gridview=view2&objkey=G_PCS7_XX_00632&showdetai https://www.automation.siemens.com/bilddb/index.aspx?gridview=view2&objkey=G_PCS7_XX_00632&showdetai https://www.automation.siemens.com/bilddb/index.aspx?gridview=view2&objkey=G_PCS7_XX_00632&showdetai 23 b. A indicação 2 sinaliza elementos do grupo dos detectores e sensores, enquanto a indicação 3 sinaliza elementos do grupo de potência. c. A indicação 3 sinaliza elementos do grupo dos detectores e sensores, enquanto a indicação 4 sinaliza elementos do grupo de potência. d. A indicação 1 sinaliza elementos do grupo dos detectores e sensores, enquanto a indicação 4 sinaliza elementos do grupo de potência. e. A indicação 3 sinaliza elementos do grupo de potência, enquanto a indicação 4 sinaliza elementos do grupo de interação. 2. Analisando as lógicas de implementação em sistemas automatizados de controle, podemos afirmar que: a. A lógica cabeada tem como uma das suas desvantagens o fato de ter um custo muito elevado mesmo nas aplicações de baixíssima complexidade. b. A lógica programada deve ser aplicada em sistemas automatizados que não necessitam de diversas alterações de adequação do sistema às diferentes entregas da produção. c. A complexidade da lógica cabeada é inversamente proporcional à complexidade do sistema, isso é, quanto mais complexo se torna o sistema, menos complexa se torna a lógica cabeada. d. A lógica programada não acompanhou o desenvolvimento tecnológico dos processos e sistemas de produção. e. A lógica programada deve ser aplicada em sistemas automatizados que necessitam de diversas alterações truck Destacar truck Destacar 24 de adequação do sistema às diferentes entregas da produção. 3. Os tipos de sistemas de automação apresentam características próprias que, por definição, podem determinar o sistema no qual eles serão utilizados. Dentre as associações abaixo, escolha a correta: a. Sistema Digital de Controle Distribuído – Centro de usinagem para fabricação de ferramentas rotativas (brocas) de 1 a 100 mm. b. Sistema Digital de Controle Distribuído – Controle automatizado de travessia de pedestre com deficiência visual em rua de mão única sem cruzamento. c. Sistema Digital de Controle Distribuído – Controle automatizado de refinaria de petróleo. d. Sistema Digital de Controle Distribuído – Controle automatizado de lavador de ônibus. e. Sistema Digital de Controle Distribuído – Controle automatizado de máquina automática de envase de cerveja. Referências bibliográficas ALVES, J. L. L. Instrumentação, controle e automação de processos. 2. ed. Rio de Janeiro: Livros Técnicos e Científicos Editora Ltda., 2017. PRUDENTE, F. Automação industrial: PLC: teoria e aplicações. 2. ed. Rio de Janeiro: Livros Técnicos e Científicos Editora Ltda, 2015. truck Destacar 25 Gabarito Questão 1 – Resposta E Resolução: a indicação 1 sinaliza a motorização que representa a parte que entrega força ao sistema e, assim, por associação, é possível afirmar que esses componentes pertencem ao grupo de potência. A indicação 2 sinaliza a instrumentação do sistema, que representa a parte de sensoriamento e a detecção das condições de funcionamento do sistema. A indicação 3 representa a parte que faz a interação do homem com o sistema e a indicação 4 é a parte que faz o processamento das informações coletadas do sistema, encadeia a lógica de tomada de decisão automatizada e envia essas informações a outras partes do sistema, ou seja, compõem o grupo de comando do sistema, o que exclui a alternativa D, como afirmação verdadeira. Isto justifica a opção da letra E. Questão 2 – Resposta E Resolução: a lógica cabeada tem como uma das suas vantagens o fato de ter um custo muito baixo nas aplicações de baixíssima complexidade, o que exclui a alternativa A, como afirmação verdadeira. A lógica programada deve ser aplicada em sistemas automatizados que necessitam de diversas alterações de adequação do sistema às diferentes entregas da produção, o que exclui a alternativa B, como afirmação verdadeira. A complexidade da lógica cabeada é diretamente proporcional à complexidade do sistema, isso é, quanto mais complexo se torna o sistema, mais complexa se torna a lógica cabeada, o que exclui a alternativa C, como afirmação verdadeira. A lógica programada acompanhou o desenvolvimento tecnológico dos processos e sistemas de produção. A lógica programada deve ser aplicada em sistemas automatizados que necessitam de diversas alterações de adequação do sistema às diferentes entregas da produção, o que valida a alternativa E, como afirmação verdadeira. truck Destacar truck Destacar 26 Questão 3 – Resposta C Resolução: caracteristicamente, os sistemas digitais de controle distribuído estão associados a processos de transformação que dependem de medição de uma grande quantidade de variáveis não discretas, em sua grande maioria, controle em malha fechada e conjuntos de variáveis reunidas de acordo com as diversas fases do processo de transformação, excluindo a alternativa A. Os centros de usinagem são máquinas que cumprem tarefas específicas e sua lógica se baseia principalmente em variáveis discretas (cotas). O sinal de trânsito para travessia de pedestres em uma via de mão única sem cruzamento é uma aplicação de simples implementação, pois se restringe a uma pequena quantidade de variáveis discretas e uma implementação de pequena complexidade, excluindo a opção pela alternativa B. Uma refinaria de petróleo entrega diversos subprodutos antes de seu produto final. Cada um desses subprodutos corresponde a uma fase do processo de produção. A grande maioria das variáveis instrumentadas do processo é variável não discreta. Isso justifica a opção pela alternativa C. O lavador automatizado de ônibus representa uma aplicação de complexidade relativamente pequena e quantidade de variáveis discretas também relativamente pequena, mas apesar de requerer uma quantidade muito grande de ajustes na execução do processo, face as circunstâncias como as diferentes dimensões dos ônibus, é uma opção a ser excluída nas aplicações de sistemas digitais de controle distribuído. A máquina automatizada de envase de cervejas, do ponto de vista de automação, é uma aplicação em que predominam as variáveis discretas e o controle em malha aberta, excluindo a opção E como alternativa correta. truck Destacar Análise de sistemas e processos industriais Autor: Rosana Yasue Narazaki Objetivos • Apresentar componentes típicos em sistemas de automação. • Apresentar fundamentos de processos industriais. • Apresentar estratégias de controle complexas. 28 1. Introdução Os sistemas de automação possuem diferenciação entre si, que é relacionada a aspectos de aplicação, velocidade de resposta, processo, arquitetura de planta, etc. Embora esses aspectos direcionem para um ou outro sistema, existem características comuns a serem abordadas, que são inerentes a todos os sistemas, independente do fabricante ou da tecnologia empregada. Assim, este tema abordará com mais profundidade a composição de um sistema de automação de maneira geral. 2. Componentes presentes em sistemas de automação A Figura 1 aponta componentes presentes em sistemas de automação em geral. Neste tema, para simplificação, agrupamos os componentes em três subgrupos: os componentes essenciais, os componentes especializados e os componentes periféricos. Os componentes essenciais são os componentes que todo sistema necessita para operar, independente do grau de complexidade e quantidade de variáveis processadas. Os componentesespecializados são aplicáveis quando uma variável específica exige tratamento exclusivo em função de quantidade ou taxa de frequência de variação, por exemplo. Os componentes periféricos são componentes importantes para habilitar o funcionamento de um sistema de automação, porém, uma vez que a automação esteja em modo de execução, o sistema não dependerá deles para a operação contínua. 29 Figura 1 – Ilustração de componentes de automação Fonte: elaborado pela autora. 30 2.1. Essenciais Os componentes essenciais e suas funções são apresentados a seguir: • Fonte O módulo fonte é responsável por suprir a energia necessária ao controlador e todos os demais componentes a nível. Por nível local, entende-se aqueles componentes que estejam montados num mesmo gabinete (armário, painel, coluna). Geralmente, a fonte é ligada a um único controlador, porém, isso dependerá da potência da fonte e o consumo dos componentes aos quais ela fornece energia. Um exemplo de fonte de alimentação é mostrado na Figura 2. Figura 2 – Ilustração de fonte de alimentação Fonte: © Siemens AG 2019, todos os direitos reservados. Disponível em: https:// www.automation.siemens.com/bilddb/index.aspx?gridview=view2&objkey=P_KT01_ XX_01892&showdetail=true&view=Search. Acesso em: 13 abr. 2019. https://www.automation.siemens.com/bilddb/index.aspx?gridview=view2&objkey=P_KT01_XX_01892&showdetai https://www.automation.siemens.com/bilddb/index.aspx?gridview=view2&objkey=P_KT01_XX_01892&showdetai https://www.automation.siemens.com/bilddb/index.aspx?gridview=view2&objkey=P_KT01_XX_01892&showdetai 31 • Controlador O controlador é módulo que armazena e processa a lógica de automação do sistema. Em alguns controladores, a memória de programa está presente nas placas internas do módulo eletrônico, e em outros, o programa é colocado em cartões de memória (SD cards ou assemelhados). Para todos os casos, é muito importante, do ponto de manutenção e segurança operacional, que haja pelo menos um backup da última atualização de programa do sistema. A Figura 3 apresenta alguns controladores, desde uma versão micro até uma versão de alta funcionalidade. Figura 3 – Ilustração de controladores Fonte: © Siemens AG 2019, todos os direitos reservados. Disponível em: https:// www.automation.siemens.com/bilddb/index.aspx?gridview=view2&objkey=P_ST70_ XX_06372&showdetail=true&view=Search. Acesso em: 13 abr. 2019. 32 • Entradas e saídas Os módulos de entrada são os módulos que recebem/coletam as informações do entorno do sistema. Por sua vez, os módulos de saída enviam para os atuadores os resultados da lógica que é programada no controlador. Os módulos de entrada e saída mais modernos são totalmente flexíveis, podendo cumprir a função de entrada como a função de saída no mesmo componente, diferentemente de quando foram introduzidos como componentes de automação, pois eram módulos especializados. A Figura 4 apresenta um módulo de entradas e saídas combinadas. Figura 4 – Ilustração de módulos de entradas e saídas combinadas Fonte: adaptado de © Siemens AG 2019, todos os direitos reservados. Disponível em: https://www.automation.siemens.com/bilddb/index.aspx?gridview=view2&objkey=P_ST70_ XX_05327&showdetail=true&view=Search. Acesso em: 13 abr. 2019. https://www.automation.siemens.com/bilddb/index.aspx?gridview=view2&objkey=P_ST70_XX_05327&showdetai https://www.automation.siemens.com/bilddb/index.aspx?gridview=view2&objkey=P_ST70_XX_05327&showdetai 33 2.2. Especializados Os módulos especializados executam funções únicas. Via de regra, são aplicados onde é necessária mais performance e também servem para não comprometer os tempos de processamento e desempenho da unidade de processamento interno do controlador, de forma geral. Na aparência, os módulos especializados nem sempre são identificados facilmente. A Figura 5 ilustra um módulo especializado. Figura 5 – Ilustração de módulo especializado Fonte: © Siemens AG 2019, todos os direitos reservados. Disponível em: https:// www.automation.siemens.com/bilddb/index.aspx?gridview=view2&objkey=P_ST70_ XX_06290&showdetail=true&view=Search. Acesso em: 13 abr. 2019. 34 Os componentes especializados e suas funções são apresentados a seguir: • Contadores: os módulos contadores são utilizados em processo de altíssima velocidade, onde o controle é feito por contagem de pulsos. • Posicionadores: os módulos posicionadores estão associados a processos que exigem controle de posicionamento e até interpolação de eixos. • Pesagem: os módulos de pesagem são módulos específicos para receber e tratar sinais de elementos sensores tipo células de carga (em inglês, strain gages). • Temporizadores: os módulos temporizadores são semelhantes aos módulos contadores com a diferença de estarem referenciados no tempo. • Remotas: as remotas são unidades aptas a agregar diversas funções, contudo, costumam ficar separadas do controlador com a capacidade de transmitir sinais e receber comandos via protocolos de rede. • Interfaces: os módulos de interface servem para expandir os módulos de entrada e saída locais dos controladores até o limite da especificação técnica do componente. • Medição: semelhantes aos módulos de contagem, os módulos de medição são utilizados para leitura de frequência ou rotações e processos de altíssima velocidade. 35 • Áreas classificadas: os módulos para área classificada são módulos construídos especialmente para utilização em ambientes perigosos. Figura 6 – Ilustração de módulo para área classificada Fonte: © Siemens AG 2019, todos os direitos reservados. Disponível em: https:// www.automation.siemens.com/bilddb/index.aspx?gridview=view2&objkey=P_ST70_ XX_03276&showdetail=true&view=Search. Acesso em: 13 abr. 2019. • Segurança: os módulos de segurança são módulos desenvolvidos para garantir a segurança de todos os envolvidos no processo (equipamentos e pessoas). • Comunicação: os módulos de comunicação servem para habilitar o controlador a trocar dados de acordo com os diversos protocolos de comunicação existentes no ambiente industrial. https://www.automation.siemens.com/bilddb/index.aspx?gridview=view2&objkey=P_ST70_XX_03276&showdetai https://www.automation.siemens.com/bilddb/index.aspx?gridview=view2&objkey=P_ST70_XX_03276&showdetai https://www.automation.siemens.com/bilddb/index.aspx?gridview=view2&objkey=P_ST70_XX_03276&showdetai 36 • Encoder absoluto: módulos utilizados exclusivamente para leitura de dados advindos de encoders absolutos. • Outros: os módulos especializados não foram esgotados nesta abordagem. Dependendo da especialização do fabricante, é possível que exista ainda uma diversidade de módulos disponíveis no mercado. 2.3. Periféricos Com o preceito de que sistemas automatizados podem funcionar perfeitamente sem a intervenção humana, podemos supor que bastaria encerrá-los em um invólucro e nada mais seria necessário para uma produção eficiente e livre de percalços. Contudo, abrir totalmente mão da intervenção cria corolários que podem não ser desejados. Por essa razão, alguns equipamentos periféricos se fazem presentes com frequência, mesmo não sendo exigidos em uma alta taxa de utilização. Figura 7 – Ilustração de componentes periféricos Fonte: © Siemens AG 2019, todos os direitos reservados. Disponível em: https:// www.automation.siemens.com/bilddb/index.aspx?gridview=view2&objkey=P_ST80_ XX_02789&showdetail=true&view=Search. Acesso em: 13 abr. 2019. https://www.automation.siemens.com/bilddb/index.aspx?gridview=view2&objkey=P_ST80_XX_02789&showdeta https://www.automation.siemens.com/bilddb/index.aspx?gridview=view2&objkey=P_ST80_XX_02789&showdeta https://www.automation.siemens.com/bilddb/index.aspx?gridview=view2&objkey=P_ST80_XX_02789&showdeta 37 PARA SABER MAIS Em instalações industriais, existem normas de segurança para a regulamentação de operação e uso de equipamentos eletroeletrônicos. A aplicação dessas normas identificará áreas classificadas baseada ematmosferas explosivas. Define-se área classificada como um ambiente no qual se identifica potencial de explosão que exija contramedidas para proteção patrimonial e humana (vapores, névoas e substâncias químicas explosivas). Para esse tipo de área, uma das medidas é a utilização de invólucro diferenciado para a contenção de qualquer faísca interna do equipamento capaz de provocar acidentes. 3. A indústria e seus processos Basicamente, é possível dividir os processos em dois tipos: contínuos e discretos. Nos processos contínuos, as transformações são controladas seguindo métricas baseadas no tempo de maneira contínua. Diferentemente, os processos discretos seguem métricas de medidas de intervalos determinados de tempo. 38 Quadro 1 – Comparação geral de processos contínuos e processos discretos Processos contínuos Processos discretos Toneladas Fluidos Exemplos: petrolíferas, químicas, papel e celulose, alimentícia, cimenteira, tratamento de água Intensivas em capital Pouca mão de obra Controle baseado em: temperatura, pressão, vazão e nível (usualmente) Unidades Partes e peças Exemplos: automobilística, fábricas/manufaturas em geral Intensivas em mão de obra Controle baseado em: ligado/ desligado, alto/baixo, dentro/ fora, etc. Fonte: elaborado pelo autor. 3.1 Dinâmica dos processos Existe toda uma fundamentação teórica para o estudo da dinâmica dos processos. Essa fundamentação visa estabelecer modelos matemáticos para determinar as reações dos processos a partir de alimentação ou carga hipotética. Assim, é possível determinar reações em primeira ordem e segunda ordem com o uso de algoritmos matemáticos, a exemplo das equações diferenciais e transformadas de Laplace. A teoria de controle pode ser iniciada com a distinção entre controle em 39 circuito aberto ou malha aberta e controle em circuito fechado ou malha fechada. O controle em malha aberta é um conceito de controle mais simples, com diversos exemplos no nosso dia a dia. Considere um deles, como o controle de máquina automática de café: você aperta um botão e a máquina cumpre um programa fixo até disponibilizar o café para você beber. Iniciando com a noção de controle em malha fechada, partimos com o modo controlador mais simples: on/off. O controlador on/off é não linear, ou seja, opera somente em dois patamares que comumente faz o sistema oscilar. Outros modos controladores mais complexos possuem mais linearidade. Com utilização de uma informação de medição do processo, o controlador fará a comparação em relação a um valor de referência (set point) e atuará na regulação do processo. Veja a Figura 8 e a Figura 9 com dois tipos de controle de malha fechada: o controle a realimentação e o controle antecipativo, respectivamente. A associação ou a combinação destes propicia sistemáticas de controle avançado, resultando em estratégias complexas. Dentre estas podemos citar o controle em cascata e o controle por realimentação de estados. Com o intuito de propiciar uma visão mais prática da parte teórica, abordaremos a seguir o controle PID (proporcional, integral e derivativo), pois é o tipo de utilização mais difundido no ambiente industrial. 40 Figura 8 – Controle a realimentação Fonte: ALVES, 2017. Figura 9 – Controle antecipativo Fonte: ALVES, 2017. 3.2. Controle PID O controle PID foi desenvolvido empiricamente e, após aplicado na indústria, teve sua fundamentação teórica baseada na equação a seguir: 41 onde: u = variável de controle e = erro de controle Assim, a variável de controle é então a soma de um termo proporcional ao erro (P), um termo proporcional à integral do erro (I) e um termo proporcional à derivada do erro (D). Os parâmetros do controlador são o ganho proporcional K, o tempo integral Ti e o tempo derivativo Td. Visualizando somente como uma aplicação, conforme a Figura 10, é relevante considerar que, dos primórdios, quando os controladores de processo eram essencialmente mecânicos, depois pneumáticos, até os eletrônicos analógicos e por último os digitais, antes que os controles PID fossem incorporados aos controladores lógicos como uma ferramenta do software de programação, eles ainda tiveram as versões para controle de um único circuito (malha), comumente chamados como, nos termos em inglês, single-loop, e para controle de vários circuitos (malhas) ou como, no inglês, multi-loop. Figura 10 – Ilustração de controle PID Fonte: elaborado pelo autor. 42 4. Controles complexos A despeito da simplificação feita para tratar do controle PID, a dinâmica dos processos de fabricação (contínuos ou discretos) pode ensejar, em grande ou pequena escala, variantes do controle PID ou mesmo conjugações de estruturas de controle para atender às necessidades de uma determinada transformação. Por essa razão, vamos apresentar algumas delas a seguir. 4.1 Cascata O controle em cascata se faz presente para o caso de haver vários sinais sequencialmente dependentes para controle de somente uma variável. 4.2 Realimentação O controle por realimentação é uma variante do controle em cascata, pois, nesse tipo de controle, existem ações de realimentação ao longo da sequência de fases da estrutura de controle. Esse tipo de controle é feito por componentes dedicados diferentes de um controlador PID. 4.3 Relação Este tipo de controle é utilizado para garantir que o ponto de ajuste (set point) siga uma determinada relação entre variáveis de processos, ou seja, uma ação de controle que segue uma determinação indireta. 4.4 Antecipatório Este tipo de controle, para cumprir sua função, exige que sejam utilizados pelo menos dois modelos de ganho do processo, pois exige ações rápidas e sensibilidade reduzida a ruídos. 43 ASSIMILE Processos industriais podem ser contínuos, discretos ou combinados. Dependendo da verticalização ou do nível de integração da planta, é possível que todos eles estejam presentes. Diante dessa situação, é necessário que o indivíduo responsável pelo gerenciamento geral da planta esteja sensível ou seja sensibilizado da necessidade de escolher soluções de automação capazes de cobrir, se não todas, boa parte das demandas dos processos industriais, sob o risco de, não fazendo isso, tornar a administração de produção uma tarefa cheia de dificuldades. Este tema tratou dos componentes de um sistema de automação de maneira geral, apresentando algumas variantes aos tipos mais comuns. É importante destacar que, às vezes por razões tecnológicas, às vezes por questões de marketing ou mesmo de uma determinada cultura, nomenclaturas, critérios e até mesmo lógicas podem ser tratadas diferentes, mesmo sendo aplicadas às mesmas situações. Além disso, destacamos também que a abordagem dada a processos industriais não objetivou esgotar o assunto, e sim ampliar o horizonte daqueles que já estejam inseridos em processos produtivos e capacitar outros a, uma vez inseridos, serem capazes de ter um entendimento básico para poder tomar decisões sobre sistemas de automação com propriedade. TEORIA EM PRÁTICA Um empresário adquiriu um equipamento automático desenvolvido para servir como estação móvel de tratamento estético externo de veículos de passeio (lavador e secador de veículos de passeio). Como esse equipamento foi 44 construído para ser utilizado na década de 1970, seu projeto utiliza totalmente tecnologia mecânica. O empresário busca a atualização do equipamento utilizando um sistema de automação. Com que componentes o equipamento deveria ser atualizado, considerando a atual oferta de componentes de automação disponíveis para compra? VERIFICAÇÃO DE LEITURA 1. A Figura 11 reúne imagens de componentes de sistemas de automação. Considerando a classificação em essenciais, especializados e periféricos é correto afirmar que: Figura 11 – Componentes de automação Fonte: adaptado de © Siemens AG 2019, todos os direitos reservados. Disponível em: https://www.automation.siemens.com/bilddb/index.aspx?gridview=view2&objkey=P_KT01_ https://www.automation.siemens.com/bilddb/index.aspx?gridview=view2&objkey=P_KT01_XX_01551&showdetail=true&view=Search https://www.automation.siemens.com/bilddb/index.aspx?gridview=view2&objkey=P_KT01_XX_01551&showdetail=true&view=Search 45 XX_01551&showdetail=true&view=Search, https://www.automation.siemens.com/bilddb/ index.aspx?gridview=view2&objkey=G_IK10_ XX_92820&showdetail=true&view=Search e https://www.automation.siemens.com/bilddb/ index.aspx?gridview=view2&objkey=P_ST80 XX_01683&showdetail=true&view=Search. Acesso em: 13 abr. 2019. a. Os três componentes são componentes periféricos. b. Os três componentes são essenciais. c. Os três componentes são especializados. d. Dois componentes são periféricos e um componente é especializado. e. Um componente é periférico, um componente é essencial e um componente é especializado. 2. A Figura 12 apresenta uma imagem de um módulo de segurança típico de componentes de sistemas de automação. Considerando a descrição de componente de segurança apresentado na Leitura Fundamental, é possível dizer que: Figura 12 – Módulo de segurança Fonte: adaptado de © Siemens AG 2019, todos os direitos reservados. Disponível em: https://www.automation.siemens.com/bilddb/index.aspx?gridview=view2&objkey=P_KT01_XX_01551&showdetail=true&view=Search https://www.automation.siemens.com/bilddb/index.aspx?gridview=view2&objkey=G_IK10_XX_92820&showdetail=true&view=Search https://www.automation.siemens.com/bilddb/index.aspx?gridview=view2&objkey=G_IK10_XX_92820&showdetail=true&view=Search https://www.automation.siemens.com/bilddb/index.aspx?gridview=view2&objkey=G_IK10_XX_92820&showdetail=true&view=Search truck Destacar 46 https://www.automation.siemens.com/bilddb/ index.aspx?gridview=view2&objkey=P_ST70_ XX_07322&showdetail=true&view=Search. Acesso em: 13 abr. 2019. a. Os módulos de segurança são módulos desenvolvidos para garantir a segurança de equipamentos e pessoas. b. Os módulos de segurança não servem para garantir a segurança das pessoas envolvidas no processo. c. Os módulos de segurança são módulos desenvolvidos para garantir a segurança somente dos equipamentos. d. Os módulos de segurança são módulos desenvolvidos para vigilância patrimonial eletrônica. e. Os módulos de segurança substituem serviços de portaria em instalações com alto grau de automação de processos. 3. Sobre os processos de fabricação, determinar, entre as associações abaixo, a correta: a. Processo contínuo – Fábrica de pregos com espessuras variando de 4 a 10 mm e comprimento de 30 mm a 100 mm b. Processo contínuo – Máquina embaladora de sorvetes de 27 sabores diferentes. c. Processo contínuo – Alto-forno siderúrgico. d. Processo discreto – Refinaria de petróleo. e. Processo discreto – Estação de tratamento de água truck Destacar truck Destacar 47 Referências bibliográficas ALVES, J. L. L. Instrumentação, controle e automação de processos. 2. ed. Rio de Janeiro: Livros Técnicos e Científicos Editora Ltda., 2017. PRUDENTE, F. Automação industrial: PLC: teoria e aplicações. 2. ed. Rio de Janeiro: Livros Técnicos e Científicos Editora Ltda, 2015. Gabarito Questão 1 – Resposta E Resolução: a Figura 11 apresenta um componente essencial, um componente especializado e um componente periférico, tornando as opções A, B, C e D incorretas. Questão 2 – Resposta A Resolução: os módulos de segurança são módulos desenvolvidos para garantir a segurança de todos os envolvidos no processo (equipamentos e pessoas). Ainda que os fabricantes estabeleçam diferenças de abordagens, as opções B, C, D e E contradizem esse preceito. Questão 3 – Resposta C Resolução: nas opções A e B, a associação está incorreta, pois, para ambos os exemplos, os processos são discretos. A alternativa C é a correta, o processo é contínuo. Nas opções D e E, a associação está incorreta porque os processos são contínuos. truck Destacar truck Destacar truck Destacar truck Destacar Controladores Lógicos Programáveis Autor: Rosana Yasue Narazaki Objetivos • Compreender a arquitetura do Controlador Lógico Programável. • Entender o ciclo de programação. • Compreender o endereçamento das entradas. • Compreender os tipos de linguagem de programação. 49 1. História da automação Automação pode ser definido como um sistema que cumpre tarefas por meio de decisão em função dos sinais de várias naturezas, vindas do processo ou das máquinas (PRUDENTE, 2015). Até os anos 1960, a lógica de controle era feita por meio de painéis elétricos. Os relés eram interligados por fiação, efetuando a lógica de controle. Você pode imaginar o quanto era custoso e trabalhoso desenvolver um sistema de automação dessa forma. O resultado eram salas enormes de controle, sendo sua manutenção algo um tanto quanto complexa. A lógica era rígida, ou seja, os painéis eram concebidos para uma certa aplicação. Quando havia necessidade de uma mudança, como, por exemplo, modernização da linha de produção, a mudança ou era custosa ou impossível de se fazer. Contudo, em 1960, foi concebido o primeiro Controlador Lógico Programável (CLP). Foi uma solução da Bedford Associates para a General Motors (CAPELLI, 2013). Esse equipamento era utilizado para controlar processos eletromecânicos em indústrias ou no comando de máquinas. A entrada do CLP propiciou uma economia de espaço físico e menor prevenção corretiva e preventiva. O CLP foi evoluindo com o tempo devido aos apelos das partes interessadas que necessitavam de facilidade de operação, tanto pelos programadores como pelo pessoal da produção, além da adequação do equipamento aos ambientes hostis da fábrica (alta temperatura, umidades, poeira, etc.). Nos anos 1970, o CLP era munido de CPU e, em 1973, foi lançado o primeiro CLP com comunicação, sendo possível fazer uma rede de CLPs. Dessa forma, foi possível controlar as máquinas a distância. 50 Porém, havia incompatibilidade de protocolos entre os fabricantes, o que foi resolvido nos anos 1990 com a IEC 61131-3 (CAPELLI, 2013). As principais características do uso de CLP são as seguintes: • linguagem de programação amigável e de alto nível; • simplificação dos painéis elétricos, pois toda a fiação se resume ao conjunto de entradas e saídas do CLP; • alteração da aplicação fica mais rápida e menos onerosa; • confiabilidade operacional: alteração é por meio de software e não mais por uma alteração de fiação; • funções avançadas: os controladores possuem funções matemáticas, lógicas, temporizadores, contador, etc. • comunicação em rede, permitindo troca de dados entre controladores, computadores e elementos de campo O CLP possui cinco tipos de linguagem de programação normatizadas pela Comissão Eletrotécnica Internacional (em inglês: International Electrotechnical Commission, IEC). Análogo ao diagrama elétrico de lógica de relés existe o Ladder. A Figura 1 apresenta a analogia da lógica de relés com a lógica de CLP em linguagem Ladder. Assim, é possível afirmar que a lógica do CLP em linguagem Ladder é a representação da lógica do diagrama elétrico da lógica de relés, porém de forma horizontal. 51 Figura 1 – Analogia do diagrama elétrico com a lógica do CLP Fonte: CAPELLI, 2013, p. 23. PARA SABER MAIS A lógica do CLP é também conhecida como linguagem Ladder, ou seja, uma linguagem de contato. Tal qual o sistema elétrico, há contatos do tipo normalmente abertos (fecham quando acionados) e contatos do tipo fechados (abrem quando são acionados). 2. A arquitetura do CLP O CLP constitui-se de Unidade Central de Processamento (em inglês, Central Processing Unit, CPU) e módulos de entrada e saídas, que podem ser analógicas e/ou digitais. Esse conjunto é interconectado e alimentado por uma fonte de alimentação. A CPU é a inteligência do equipamento, chamado também de componente de comando. É nesse componente que reside a lógica do processo ou da máquina. Os módulos de entrada recebem os sinais elétricos dossensores e atuadores. Esses sinais são 52 tratados pela CPU, que aplica a lógica, e as saídas atuam em motores, solenoides, cilindros, etc. Estes também são conhecidos como bloco de potência. A Figura 2 apresenta um CLP modular com fonte de alimentação, CPU e módulos de entrada e saída. Figura 2 – Composição de um CLP Fonte: adaptado de © Siemens AG 2019, todos os direitos reservados. Disponível em: https://www.automation.siemens.com/bilddb/index.aspx?gridview=view2&objkey=G_SY02_ XX_00463&showdetail=true&view=Search. Acesso em: 14 abr. 2019. O CLP pode ter estrutura modular, como visto na Figura 2, ou pode ser compacto, ou seja, um único produto com CPU, fonte de alimentação e entradas e saídas limitadas, como pode ser visto na Figura 3: Figura 3 – CLP compacto Fonte: adaptado de © Siemens AG 2019, todos os direitos reservados. Disponível em: https://www.automation.siemens.com/bilddb/index.aspx?gridview=view2&objkey=G_SY02_ XX_01297&showdetail=true&view=Search. Acesso em: 14 abr. 2019. https://www.automation.siemens.com/bilddb/index.aspx?gridview=view2&objkey=G_SY02_XX_00463&showdetai https://www.automation.siemens.com/bilddb/index.aspx?gridview=view2&objkey=G_SY02_XX_00463&showdetai 53 ASSIMILE Existem dois tipos de sinais que o CLP pode receber de entrada ou atuar a saída: sinais digitais e sinais analógicos. Os sinais digitais possuem dois estados: aberto/fechado, que equivale a atuar ou não atuar um dispositivo de saída, por exemplo. Já os analógicos podem apresentar variações dentro de uma escala, que normalmente vai de 0 a 24 Vcc (tensão contínua) ou -24 Vcc a +24 Vcc. A interação do homem com o processo automatizado é feita pela interface homem-máquina (IHM). A IHM pode ser de dois tipos: por comando convencional ou por terminal de gestão/programação. O primeiro tipo, comando convencional, o homem interage com a máquina usando chaves seletoras, chaves digitais, botoeiras fixadas em console, indicadores luminosos e displays. O segundo tipo, terminal de gestão/programação, é resultante do avanço tecnológico. Podem ser classificados em painel operador (OP) e terminal de operação. Os OPs são também chamados de IHM. São dispositivos de complexidade e tamanhos diversos. São dotados de tela de cristal líquido e conjuntos de tecla para navegação. Possuem programas proprietários, ou seja, o OP só pode ser programado com o software desenvolvido para o OP. Possui alto grau de proteção, pois, em geral, fica instalado no chão de fábrica. Os terminais de gestão são computadores próprios para trabalho em ambiente industrial. São dotados de software de programação do CLP e de softwares supervisores específicos para a quantidade de 54 variáveis que fazem parte do processo. Com o avanço da tecnologia, computadores de uso não industrial estão sendo utilizados como terminais de gestão e IHM, em salas de controle com ambiente controlado. A Figura 4 apresenta alguns dos diversos tipos de IHM e também o terminal de gestão. Figura 4 – IHM e terminal de gestão Fonte: adaptado de © Siemens AG 2019, todos os direitos reservados. Disponível em: https://www.automation.siemens.com/bilddb/index.aspx?gridview=view2&objkey=G_SY02_ XX_00111&showdetail=true&view=Search; https://www.automation.siemens.com/bilddb/ index.aspx?gridview=view2&objkey=G_SY02_XX_00106&showdetail=true&view=Search; https://www.automation.siemens.com/bilddb/index.aspx?gridview=view2&objkey=G_SY02_ XX_00072&showdetail=true&view=Search. Acesso em: 14 abr. 2019. Os softwares de supervisão, como o próprio nome diz, supervisiona o processo/máquina que está automatizado. São criadas telas com sinóticos que representam o campo e suas variáveis. O sistema supervisor armazena um conjunto de dados que, tratados ou analisados, podem otimizar a produção e sugerir intervenções de melhoria. Esses programas supervisores também são chamados Scada (Supervision, Control and Data Aquisition – Supervisão, Controle e Aquisição de Dados, em português). Veja na Figura 5 uma tela do sistema supervisório que faz o controle de uma caldeira. https://www.automation.siemens.com/bilddb/index.aspx?gridview=view2&objkey=G_SY02_XX_00106&showdetail=true&view=Search https://www.automation.siemens.com/bilddb/index.aspx?gridview=view2&objkey=G_SY02_XX_00106&showdetail=true&view=Search 55 Figura 5 – Tela de um sistema Scada Fonte: adaptado de © Siemens AG 2019, todos os direitos reservados. Disponível em: https://www.automation.siemens.com/bilddb/index.aspx?gridview=view2&objkey=S_ST80_ XX_00277&showdetail=true&view=Search. Acesso em: 14 abr. 2019. Você já deve ter percebido que, em um sistema, para ser operado e supervisionado na sala de controle, é preciso ter uma comunicação entre todos os componentes do sistema controlado. Para essa finalidade, os CLPs possuem placas dedicadas, ou seja, placas com função específica. Entre elas, têm-se a placa de comunicação. As redes de chão de fábrica são denominadas de rede local LAN (Local Area Network – rede local, em português). Essas redes são para aplicação industrial e fazem a comunicação de um determinado número de equipamentos independentes, em uma área limitada, como uma empresa ou indústria (PRUDENTE, 2015). A rede tipo LAN conecta vários atuadores e sensores ao CLP. Algumas redes mais conhecidas no mercado são Profibus-DP, DeviceNet, Interbus, CanOpen. Uma rede composta somente de atuadores e sensores se comunica por meio da rede ASI (Actuator Sensor Interface – Interface do Sensor Atuador). https://www.automation.siemens.com/bilddb/index.aspx?gridview=view2&objkey=S_ST80_XX_00277&showdetail=true&view=Search https://www.automation.siemens.com/bilddb/index.aspx?gridview=view2&objkey=S_ST80_XX_00277&showdetail=true&view=Search 56 Os cabos de rede podem ser coaxial, cabo telefônicos tipo UTP (Unshielded Twisted Pair – par de cabos não aterrados, em português) ou até mesmo por fibra ótica. A CPU do CLP contém memória fixa e RAM (memória variável). Já a memória RAM contém o aplicativo do usuário e atualiza os dados internos e as imagens de entradas e saídas (E/S). A memória possui dois estados: (a) RUN (CLP em operação), (b) PROG (parado, carregamento do programa aplicativo). A memória RAM também é utilizada pelo programa de usuário para guardar dados em uma tabela de valores manipuláveis. Além disso, há um espaço para guardar a tabela imagem (reprodução do estado) das entradas e saídas. Observe na Figura 6 o diagrama de blocos básico da CPU. Figura 6 – Diagrama de blocos da CPU do CLP Fonte: elaborado pela autora. 57 3. Ciclo de scan do CLP O ciclo de scan (modo execução do programa do usuário) é realizado em três etapas: (1) atualização das entradas, (2) processamento das instruções de programa e (3) atualização das saídas, conforme Figura 7. Figura 7 – Ciclo de processamento Fonte: elaborado pela autora. No primeiro ciclo de programa, as variáveis de entradas são zeradas, a partir do qual o processamento se desenvolve, atualizando a imagem das saídas. As E/S são lidas e escritas de modo sincronizado com a varredura da CPU. Quando há gavetas de E/S remotas, elas são lidas de forma assíncrona. Esse ciclo está representado na Figura 8. 58 Figura 8 – Transferência de dados de E/S Fonte: MORAES; CASTRUCCI, 2010, p. 31. Vamos entender como são construídas as imagens de E/S. Veja na Figura 8 que, nas entradas, quando um circuito externo é fechado, um diodo emissor de luz sensibiliza a base do componente, fazendo circular uma corrente. A CPU entende que aquela entrada que estava na condição 0 (sem corrente e, portanto, o circuito está aberto), passa à condição 1 (entender que o circuito se fechou). A condição 0 ou 1 é uma composição binária e é dessa forma que a CPU entende que uma entrada foi ou não acionada. Figura 9 – Módulo de entrada a optoisolador Fonte: MORAES; CASTRUCCI, 2010, p. 28. 59 Da mesma forma, há circuito das saídas. Como se pode notar, na Figura 10, a CPU envia um sinal 1 (fechar circuito)para a saída a transistor. O transistor é energizado e deixa conduzir corrente para a saída 5, fazendo com que o atuador seja energizado. Figura 10 – Módulo de saída a transistor Fonte: MORAES; CASTRUCCI, 2010, p. 28. O circuito das entradas varia de acordo com a tensão de entrada dos componentes de campo, assim como as saídas. Demonstramos, neste texto, alguns exemplos de circuito de entradas e saídas. Uma vez que você entendeu como as entradas e saídas são acionadas pela CPU, podemos construir as imagens de E/S. Figura 11 – Palavra imagem de E/S Fonte: adaptado de © Siemens AG 2019, todos os direitos reservados. Disponível em: https://www.automation.siemens.com/bilddb/index.aspx?gridview=view2&objkey=G_ST70_ XX_01847&showdetail=true&view=Search. Acesso em: 17 mai. 2019. 60 4. Endereçamento das E/S O endereçamento tanto das entradas como das saídas são semelhantes. Na Figura 12, temos como exemplo a entrada I:12/04 e O:02/06. A primeira letra indica se é uma entrada (I-input que significa “entrada” em inglês) e (O-output que significa “saída” em inglês). Após a designação do tipo de variável, temos dois números separados por uma barra (/). O número anterior à barra é a localização física do módulo no CLP. Assim a imagem da entrada está no módulo 12 e a imagem da saída está no módulo 02. Por fim, o número após a barra (/) indica a posição do endereço do bit na imagem da palavra de entrada ou saída. Citamos o bit porque a imagem de E/S do CLP corresponde a uma palavra inteira de 16 bits. Tenha em mente que, neste exemplo, haverá uma execução de comando conforme a linha 15 do programa. Figura 12 – Endereços de E/S Fonte: elaborado pela autora. 61 Perceba que endereços, por exemplo, I:02/08 e O:02/08 são endereços totalmente diferentes dos endereços anteriores, ou seja, são imagens diferentes. 5. Terminal de programação O terminal de programação é o meio pelo qual o usuário e o CLP se comunicam. Ele é utilizado para implementar o software aplicativo, podendo ser um computador ou um dispositivo portátil. A Figura 13 ilustra a comunicação da CPU com o terminal de programação. É importante frisar que isso se dá por meio de um canal específico para essa finalidade utilizando-se de cabos especiais até comunicação sem fio. Figura 13 – Exemplo de conexão do terminal de programação Fonte: adaptado de © Siemens AG 2019, todos os direitos reservados. Disponível em: https://www.automation.siemens.com/bilddb/index.aspx?gridview=view2&objkey=G_SY02_ XX_02210&showdetail=true&view=Search; https://www.automation.siemens.com/bilddb/ index.aspx?gridview=view2&objkey=P_ST70_XX_08389&showdetail=true&view=Search; https://www.automation.siemens.com/bilddb/index.aspx?gridview=view2&objkey=P_IK10_ XX_02167&showdetail=true&view=Search e https://www.automation.siemens.com/bilddb/ index.aspx?gridview=view2&objkey=P_ST70_XX_05220&showdetail=true&view=Search. Acesso em: 16 mai. 2019. https://www.automation.siemens.com/bilddb/index.aspx?gridview=view2&objkey=P_IK10_XX_02167&showdetail=true&view=Search https://www.automation.siemens.com/bilddb/index.aspx?gridview=view2&objkey=P_IK10_XX_02167&showdetail=true&view=Search 62 6. Linguagens de programação Até os anos 1990, não havia uma padronização na linguagem de programação. Os programas aplicativos eram desenvolvidos em linguagem Basic, Forthram, C e outras. Cada fabricante desenvolvia o programa aplicativo na linguagem mais conveniente para ele. Para os usuários, era uma grande barreira para utilização dos equipamentos. Havia um custo alto em treinar os colaboradores em todas as linguagens de programação de todos os fabricantes existentes no chão de fábrica, além de desperdícios de tempo, não havia como fazer uma integração de sistema. O órgão internacional International Electrotechnical Comission (IEC) começou a padronizar as linguagens de programação dos CLPs. Isso incluía também a padronização do hardware, instalação, testes, documentação, comunicação e programação (CAPELLI, 2013). A norma publicada foi a IEC 61.131, que trouxe as seguintes vantagens: • flexibilidade para o operador, pois a programação foi concebida em três modos gráficos e dois textos estruturados. O operador pode escolher o modo de programação que mais tenha afinidade; • o programa pode ser estruturado em elementos funcionais; • reduz erro de digitação; • surge o Sequential Function Chart (SFC – Gráfico de Funções Sequenciais, em português), permitindo programação passo a passo. As cinco linguagens-padrão são: texto estruturado, Ladder, lista de instrução, diagrama de blocos e SFC (também conhecido como Grafecet). 63 O texto estruturado é uma linguagem de alto nível que lembra a linguagem Pascal. O Ladder é uma linguagem baseada em lógica de contato, como mostra a Figura 14, onde o contato X1 aciona a saída Y11. Da mesma forma, a saída Y0 só é acionada pelo contato X1 ou pela combinação dos contato X0 e R901C. Figura 14 – Exemplo de linguagem Ladder Fonte: CAPELLI, 2013, p. 30. A representação da linguagem Ladder da Figura 14 em lista de instrução está representada na Figura 15. Figura 15 – Lista de instruções Fonte: CAPELLI, 2013, p. 30. 64 O SFC (Grafcet) mistura lista de instruções, diagrama Ladder e bloco de funções, como se pode verificar na Figura 16. Figura 16 – Exemplo de programação em SFC (Grafcet) Fonte: CAPELLI, 2013, p. 31. 7. Estrutura de programa O programa de usuário consiste de diversas partes que se denominam blocos. Os blocos estão subdivididos em: • OB: blocos de organização que organiza a sequência do sistema de automação. Pode incluir outros blocos, tais como bloco de programa (PB), blocos de funções (FB) e blocos de dados (DB). • PB: bloco de programação que, em geral, é o bloco onde está o programa do usuário. 65 • FB: bloco de função. Possui os controles mais sofisticados, tais como controle de temperatura e vazão. São blocos prontos para serem incorporados no programa de usuário. • DM: bloco de dado. Armazena dados tais como tempo, contagem, sinais de referência, etc. O conteúdo desses blocos é alterado durante o programa. • SB: bloco de sequenciamento. Contém programas com representações gráficas. A Figura 17 apresenta como esses blocos estão interligados. Figura 17 – Estrutura de programação Fonte: NATALE, 2008, p. 27. 66 A Figura 17 representa um ciclo de operação da CPU. O bloco OB, organizador do programa, inicia a leitura do bloco de programa PB3. Quando o programa pede o bloco de função FB20, esse bloco vai para o bloco FB20 propriamente dito, executa e retorna para o programa o valor calculado pela função. Temos também a representação do bloco FB10 que, na sua execução, vai coletar ou escrever dados no bloco de dados DB. Como o programa é cíclico, a CPU sabe exatamente quanto tempo levará cada ciclo. Caso o tempo seja ultrapassado, a CPU acusa falha e interrompe o programa. Nesse caso, o operador pode determinar se, em caso de falha, os sinais de entrada e saída são mantidos ou existe a possibilidade de levar todas as entradas e saída para um estado de segurança. O estado de segurança é determinado pelo operador, na programação do CLP. Você compreendeu, nesta disciplina, a história do surgimento do CLP. Também aprendeu como é a arquitetura do CLP. Estudou também a forma como o programa do CLP é estruturado. Essas são as competências necessárias para você, aluno, trabalhar com um sistema de automação. TEORIA EM PRÁTICA Sua empresa necessita de um controle automático para uma máquina. Essa máquina funciona da seguinte forma: uma peça entra na máquina acionando a chave limite LS1. Cinco segundos depois, o motor da máquina é automaticamente ligado. Quando a peça é finalizada, esta toca uma segunda chave limite LS2 que para o motor. Além disso, deve haver um botão de emergência. Como você faria a automação dessa máquina em termos de arquitetura do CLP e programa aplicativo? 67 VERIFICAÇÃO DE LEITURA 1. Considerando conceitosgerais de CLP, desde históricos até de programação, incluindo componentes periféricos, analise as afirmações a seguir: ( ) O CLP foi concebido com linguagem de alto nível desde os seus primórdios. ( ) O terminal de gestão pode ser um terminal de programação ( ) Os CLPs são dispositivos de alta complexidade, portanto, são custosos e próprios para projetos de alta complexidade. ( ) Todo o OP é uma IHM, mas nem sempre uma IHM é uma OP. Considerando (V) como verdadeiro e (F) como falso, assinale a opção que apresenta a sequência correta: a. F – V – F – F. b. F – F – F – V. c. V – V – F – V. d. V – F – V – F. e. F – F – F – F. 2. Com a elaboração da IEC 61.131, houve uma padronização da linguagem de programação. Assinale a única alternativa verdadeira: a. A linguagem de programação foi concebida em dois modos gráficos e três textos estruturados. b. Padronizaram-se as linguagens de programação Basic e Forthram. truck Destacar 68 c. Padronizou-se que os CLPs deveriam ter proteção para uso industrial. d. Surgem padrões para as linguagens em lista de instrução e Ladder. e. Habilitou os CLP a se comunicarem. 3. Um fabricante de máquinas de extração de suco de laranja decidiu lançar no mercado uma máquina automatizada com CLP e pediu um orçamento de seu fornecedor de material elétrico. Entre as opções abaixo, assinale a opção que contém os componentes mínimos necessários para compor uma arquitetura de CLP: a. CPU, plataforma Android, dispositivo de comunicação, memória microchip. b. Fonte de alimentação, tela, teclado e tampa protetora. c. Memória, IHM, fonte de alimentação, microprocessador. d. Linguagem de programação, CPU, fonte de alimentação, terminal de programação. e. Fonte, CPU, memória, módulos de entrada e saída, módulos de comunicação. Referências bibliográficas CAPELLI, A. Automação industrial: controle do movimento e processos contínuos. 3. ed. São Paulo: Érica, 2013. MORAES, C. C.; CASTRUCCI P. L. Engenharia de automação. 2. ed. Rio de Janeiro: LTC, 2010. NATALE, F. Automação industrial – Série brasileira de tecnologia. 10. ed. São Paulo: Érica, 2008. truck Destacar truck Destacar 69 PRUDENTE, F. Automação industrial PLC: teoria e aplicações: curso básico. Rio de Janeiro: LTC, 2015. Gabarito Questão 1 – Resposta A Resolução: a primeira afirmação é falsa (F), pois o CLP foi inicialmente concebido com “linguagem de máquinas”, isso é, uma linguagem codificada em estados ligado/desligado ou graficamente “0” e “1”. A segunda afirmação é verdadeira (V) porque o terminal de gestão pode ter embarcado o software para programação do CLP, servindo também como terminal de programação. A terceira afirmação é falsa (F), pois existem CLPs que atendem às mais diversas aplicações, de projetos simples a complexos, de custo muito baixo a custo muito alto, a exemplo dos CLPs compactos para tarefas simples. A quarta afirmação é falsa (F) porque, em alguns casos, o dispositivo utilizado para a função de interface homem- máquina (IHM) permite somente visualização, sendo o componente de operação um elemento à parte da visualização, como exemplo, uma botoeira de acionamentos externos. Assim, como a sequência correta é F – V – F – F, a opção correta é a letra A. Questão 2 – Resposta D Resolução: a opção A é falsa, pois padronizaram-se três linguagens de programação em modo gráfico e duas linguagens de programação em modo texto estruturado. A opção B é falsa porque as linguagens Basic e Forthram não são abordadas na IEC 61.131. A opção C é falsa porque a abordagem de proteção industrial não é feita na IEC 61.131. A opção D é correta porque, antes da norma, cada fabricante utilizava codificação e estrutura de linguagem próprias, criando restrições para o desenvolvimento técnico industrial como um todo. A opção E é falsa porque a IEC 61.131 não trata de comunicação de CLPs. truck Destacar truck Destacar 70 Questão 3 – Resposta E Resolução: A alternativa A não é correta, pois o CLP não está na plataforma Android e possui memória fixa e RAM. A alternativa B é falsa porque o CLP não possui tela, telado ou tampa protetora. A alternativa C é falsa, pois, embora se possa utilizar uma IHM, ela não faz parte do CLP. A alternativa D é falsa, pois a linguagem de programação e o terminal de programação não fazem parte do CLP. truck Destacar Sistemas Digitais de Controle Distribuído Autor: Rosana Yasue Narazaki Objetivos • Conceituar o Sistema Digital de Controle Distribuído. • Apresentar estrutura básica de um Sistema Digital de Controle Distribuído. • Apontar processos industriais em que a aplicação de Sistemas Digitais de Controle distribuído tenha a possibilidade de resultar em benefícios expressivos. 72 1. Introdução Os princípios que serviram para o desenvolvimento da automação de processos na década de 1960 para os processos de produção discretos (manufatura) também foram aplicados aos processos de fabricação contínua, pareando o controlador lógico programável (CLP) – utilizado nas manufaturas e dando vez a uma solução orientada para processos contínuos que foi denominada de Sistema Digital de Controle Distribuído (SDCD). Toda essa evolução seguiu os passos do desenvolvimento da eletrônica, aliada ao desenvolvimento das redes industriais. O registro do primeiro SDCD (Sistema Digital de Controle Distribuído) comercializado data de 1975 (FILIPPO FILHO, 2014). Em sua composição clássica, o sistema se caracteriza por possuir, dentro de uma única sala de controle, duas unidades computadorizadas independentes, sendo uma unidade para operação e controle e outra unidade para a supervisão. Outra nomenclatura usual para esses sistemas é o acrônimo DCS, que vem do inglês descentralized control system. 2. Conceito de Sistema Digital de Controle Distribuído (SDCD) Uma estrutura capaz de conceituar um Sistema Digital de Controle Distribuído (SDCD) pode ser visualizada na Figura 1. 73 Figura 1 – Ilustração de estrutura de SDCD Fonte: adaptado de Filippo Filho (2014). Nos SDCD, os controladores ficam alocados próximos aos processos industriais, ou por função ou por localização. Dentro da estrutura do SDCD, as unidades terminais remotas (em inglês, remote terminal unit, RTU) são vistas como dispositivos de entrada e saída e constituem parte da rede de comunicação que integra o sistema. Em muitos casos, possuem, inclusive, interfaces homem-máquina. É importante ressaltar que, dada a criticidade da operação/processo, a rede de comunicação entre os dispositivos costuma ser redundante. Assim, o SDCD é um sistema de controle de processos industriais pelo qual dispositivos de campo enviam e recebem sinais, via unidades de processamento, para uma sala de controle em tempo real. Ainda como outro aspecto relevante, os SDCD podem ser constituídos com supervisão intermediária de sistemas tipo Scada, do inglês Supervisory Control and Data Acquisition, ou não, quando os dispositivos de campo são conectados diretamente à unidade central. UCS = UNIDADE CENTRAL DO SISTEMA SUP = SUPERVISÃO UTR = UNIDADE TERMINAL REMOTA (CLP, inversor, instrumentos e outros dispositivos microprocessados) 74 PARA SABER MAIS Um dos grandes avanços na comunicação entre os controladores e os dispositivos de campo é a comunicação por Fieldbus ou barramento de campo. Este surgiu como uma evolução do tradicional sinal analógico de 4-20 mA para uma rede de comunicação digital. O Fieldbus representa uma família de protocolos que surgiram a partir deste. Suas vantagens são: comunicação bidirecional – o dispositivo de campo (transdutores, atuadores e sensores) pode tanto enviar como receber sinais, trazendo maior inteligência aos dispositivos em campo; barramento multidrop – todos os dispositivos são interligados no mesmo cabo de sinal, economizando em infraestrutura e facilitando suas implantações em campo. 2.1. A pirâmide do SDCD Uma visão hierárquica de automação com SDCD auxilia no melhor entendimento do sistema.
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