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Fichamento O liberalismo clássico e a reinvenção do subalterno Histoória Contemporânea 1

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FICHAMENTO
História Contemporânea 1
Professor: Dr. David Maciel
Nome do Aluno: Dyeenmes Procópio de Carvalho
Obra: DEL ROIO, Marcos. O império universal e seus antípodas: a ocidentalização do mundo. São Paulo: Ícone, 1998.
Capítulo II – O liberalismo clássico e a reinvenção do subalterno
1)- “Em fins do século XVII, o Ocidente optou definitiva e irreversivelmente pelo ingresso na época da modernidade capitalista, [...] – Pg. 65.
2)- “A modernidade, contrapondo-se à ordem feudal, cria o homem do trabalho perpétuo, já que o produtivismo aparece como condição da ordem do mundo que produz e reproduz alienação e exploração [...]” – Pg. 65.
3)- “Com o advento da modernidade efetuou-se também uma ruptura epistemológica definindo um paradigma científico que, a partir de uma teoria atomística, estabeleceu o mundo como objeto dissociado do sujeito, podendo assim controlar e dominar a natureza como externalidade.” – Pg. 66.
4)- “O sujeito da necessidade, na modernidade, aparece como indivíduo coagido pela necessidade econômica e que no mercado encontra sua identidade; também no mercado expressa a liberdade jurídica, pois é a partir da propriedade, objeto do direito, que se define o sujeito abstrato, formalmente livre e igual a qualquer outro indivíduo. Assim, o mundo da necessidade e da desigualdade real se apresenta como que formado por individualidades abstratamente livres, iguais e proprietárias.” – Pg. 66.
5)- “No entanto, a generalização da modernidade só teria início cerca de um século depois, com o surgimento da indústria na Inglaterra e com as revoluções burguesas na América do Norte a na França.” – Pg. 67.
6)- “Sua origem encontra-se na expropriação do trabalhador que, tendo seus meios de vida e de trabalho transformado em mercadoria, com sua necessidade gerou o mercado de consumo. O trabalhador da manufatura é ao mesmo tempo consumidor e pequeno produtor de alimento, já que camponês proprietário e trabalhador tende a desaparecer com a progressiva abolição das relações feudais agrárias e a emergência da moderna propriedade privada” – Pg. 67.
7)- “A emergência da modernidade capitalista dependeu muito do fundamental papel do Estado, tanto no decorrer da revolução burguesa, quanto das instituições liberais que apareceram no seu corolário” – Pg. 67.
8)- “Foi nos pequenos proprietários (yeomen) artesãos, comerciantes e parte da pequena nobreza (gentry) que a vertente puritana do calvinismo encontrou sua base social e os portadores dos novos valores éticos que abriram passagem para a modernidade capitalista.” – Pg. 68
9)- “Os predestinados através da orientação divina, encontrariam sua vocação profissional, a qual deveria ser cumprida com rigor e dedicação” – Pg. 68.
10)- “Assim, a acumulação de riqueza material e a propriedade privada seriam sinais externos do cumprimento da vocação e decorrências de um comportamento racional e moralmente correto; o desperdício e a ostentação, pelo contrário, seriam comportamentos a um tempo irracionais e imorais.” – Pg. 69.
11)- “A divisão da humanidade em predestinados e condenados a priori justificou o amplo apoio dos puritanos à legislação contra os pobres que, pelo fato de não serem proprietários, não estariam entre os vocacionados pela divindade” – Pg. 69.
12)- “Essa formulação é tributária da filosofia racional de Descartes, para quem o homem deveria tornar-se ‘amor e senhor da natureza’” – Pg. 70.
13)- “Assim, tanto a ascese puritana, da qual eram portadores pequenos proprietários agrários, artesãos e comerciantes, ao se transmutar em racionalidade econômica capitalista, como a definição do paradigma do interesse econômico individual, construído por intelectuais e administradores estatais, contribuíram para combater o medo da dissolução interna do Ocidente através da ampliação dos espaços da modernidade e da consolidação do individualismo proprietário” – Pg. 71.
14)- “Foi Locke quem estabeleceu o paradigma do liberalismo clássico ao relacionar liberdade, igualdade, propriedade e racionalidade, condição humana, segundo ele, presente no estado natural, mas colocada em risco pela trajetória histórica do Ocidente, que sucessivamente se subordinou ao poder eclesiástico e ao poder monárquico absoluto” – Pg. 72.
15)- “Claro que nessas circunstâncias os despossuídos seriam considerados não dotados de racionalidade e portanto excluídos dos direitos de cidadania, padrão no qual se enquadrava a estrondosa maioria da população inglesa no final do século XVII.” – Pg. 72.
16)- “É de tal maneira que, de fins do século XVII até o início do século XIX, quando a revolução burguesa refluiu diante do avanço do Oriente interno, a formação social do Ocidente procede à construção do bloco histórico no qual a burguesia emerge como classe social capacitada para a hegemonia econômica e cultural, em condições de buscar a direção do conjunto das camadas sociais proprietárias, mantendo na subalternidade os expropriados dos meios de trabalho e de vida” – Pg. 73.
17)- “A hegemonia burguesa no bloco histórico se constrói em torno de uma consciência e de uma cultura nacional-popular pela difusão de uma língua e de uma literatura, cujos instrumentos principais são a escola e a imprensa. Os intelectuais das classes dirigentes se vinculam sempre à ciência racional, e por atração molecular, a instituição eclesiástica se submete ao Estado nacional, mas a religião deve subsistir como expressão do senso comum e substrato cultural do tempo pregresso, a fim de preservar a ordem, incorporando a tradição e a presença nobiliárquica, garantindo a subalternidade dos expropriados” – Pg. 74.
18)- “A escravidão, na qual aliás Locke tinha interesses pessoais, seria justificável pela perda da propriedade, advinda do mau uso da razão natural” – Pg. 75.
19)- “Orientados por valores etnocêntricos, os novos americanos não poderiam aceitar visões cósmicas diferentes da sua, de modo que a crise social e as limitações à expansão material que os impulsionava em direção às terras índias se justificaram pela impossibilidade da aceitação etnocultural dos povos autóctones, a não ser em situação inapelável subalternidade” – Pg. 79.
20)- “Tal como na Inglaterra, o esgotamento do calvinismo puritano, assim como de outras seitas, abriu caminho para um individualismo proprietário laicizado no liberalismo, ao mesmo tempo que se forjava uma classe dominante autônoma, cuja base material estava nas grandes plantações, no comércio e na manufatura” – Pg. 79.
21)- “os princípios de liberdade e igualdade não podem ser aplicado às possessões da república nas Índias orientais durante o tempo em que a segurança dessas possessões exigir a manutenção da atual sujeição.” – Pg. 81.
22)- “O que unifica a representação política do Oriente, gerada pela modernidade capitalista do Ocidente é a noção do despotismo, a chave a partir da qual todo o Oriente deve ser um tempo conhecido, temido, inferiorizado e conquistado” – Pg. 82.
23)- “O poder despótico volta-se tanto contra aqueles que não fazem parte do Ocidente como contra os destituídos de propriedade, e portanto de racionalidade, do próprio Ocidente, excluídos do poder político e dos direitos da cidadania” – Pg. 82.
24)- “Em qualquer das três formas de Estado – monarquia, aristocracia e democracia – o despotismo seria uma forma de governo possível, significando que o poder soberano ‘se assenhorou dos bens e das próprias pessoas dos súditos, pelo direito das armas e da guerra justa, governando-os como um chefe de família governa seus escravos” – Pg. 84.
25)- “Particularmente na França, a concentração do poder político em mãos do monarca e o crescimento da burocracia estatal vinham se acelerando desde a derrota da nobreza feudal na rebelião da Fronda (1648-1652). Depois da revogação do edito de Nantes (1685), que teve por resultado a subordinação do clero católico ao poder real, também a autonomia das cidades foi limitada com a abolição das eleições locais (1692)” – Pg. 85.
26)- “Em Do espírito das leis, que veioa lume em 1748, Motesquieu expressa a necessidade de o Ocidente reinventar o Oriente subalterno do ponto de vista da ciência, e não mais da religião” – Pg. 86.
27)- “Assim como Maquiavel, que construíra uma teoria política opondo Estado, como ordenação possível da liberdade, e anarquia, também Montesquieu elaborou uma teoria antinômica que opõe moderação e despotismo” – Pg. 87.
28)- “Essa reconstrução teórica foi possibilitada por duas tendências articuladas que a opção do Ocidente pela modernidade vinham estimulando: a expansão do Ocidente sobre todo o planeta através da formação de um mercado mundial, que fortalecia as forças sociais diretamente ligadas a esse processo, e a necessidade do fortalecimento do poder político e administração pública, que redundava no esvaziamento dos direitos políticos da nobreza feudal” – Pg. 88.
29)- “Embora não conte com uma ordem social juridicamente definida, o despotismo tem no medo o princípio que lhe dá movimento, mas sendo essencialmente negativo, acaba por reproduzir-se sempre igual a si mesmo” – Pg. 89.
30)- “Assim, nos Estados despóticos, ‘a religião tem mais influência do que em qualquer outro: é um temor adicionado ao temor’” – Pg. 90.
31)- “Afirmava, no limite, que ‘é impossível supormos que tais gentes sejam homens, pois, se os considerássemos homens, começaríamos a acreditar que nós próprios não somos cristãos’. Assim é que a inferioridade chega ao limite da racialização e da negação da humanidade do outro” – Pg. 92. 
32)- “O princípio democrático pode se corromper em duas direções: quando o princípio da igualdade se perde e a virtude se refugia apenas numa parte dos homens, transmultando-se a forma republicana de democrática em aristocrática; aí o povo nada é, e aos aristocratas cabe a preservação do princípio da igualdade e da virtude cívica” – Pg. 95.
33)- “Na monarquia, ‘um só governa, mas de acordo com leis fixas e estabelecidas’, e sua corrupção aparece no momento em que essas leis não são mais respeitadas ou então são alteradas” – Pg. 96.
34)- “O abandono, por parte da nobreza, de seu papel de guardião da continuidade histórica do Ocidente, sua crise enquanto camada social dirigente, era o fiel que deslocava todo o poder para as mãos do rei, ao mostrar-se incapaz de moderar o poder e de servir de anteparo entre o monarca e o povo” – Pg. 97.
35)- “[...] Prússia, Kant passou a identificar plenamente despotismo e democracia em oposição ao Estado de direito liberal , este chamado de república. Embora, para Kant, todo ordenamento político tivesse sua origem real num ato de força, e portanto despótico, os governantes deveriam, por um imperativo moral, portar-se como se o Estado tivesse surgido de um contrato originário consensual, pois se o Estado deve ter o consenso por objetivo, sua origem não pode ser a violência” – Pg. 99.
36)- “Kant quer dizer assim que a constituição de Estado republicano seria mais fácil a partir de uma monarquia, pois o rei pode induzir reformas graduais que culminem numa monarquia constitucional, e seria mais difícil numa aristocracia, pois pode demandar uma revolução violenta” – Pg. 100.
37)- “A irrupção do outro interno sempre foi vista pelo Ocidente como uma ameaça à sua estabilidade e identidade, e assim foram encaradas as tantas insurreições camponesas, que eram associadas a heresias. Na época da modernidade, que começa a encontrar passagem desde a revolução burguesa na Inglaterra, esse outro interno negativo, ameaçador da ordem do Ocidente, que na concepção liberal viria a se chamar despotismo, toma a forma da democrcaria, que poderia projetar os produtores diretos para a ação política” – Pg. 101.
38)- “Embora todos os homens fossem iguais por direito natural, só deveriam ter acesso ao direito político de sufrágio aqueles que tivessem mantido o direito natural de propriedade, estando excluídos, portanto, assalariados, dependentes e mendigos, por serem incapazes de fazer uso da razão” – Pg. 102.
39)- “E como Hobbes, Espinosa também projetava a necessidade da criação artificial de um Estado racional absoluto que transcenda o inconveniente estado de natureza, no qual os homens tendem à autodestruição” – Pg. 103.
40)- “Assim é que, para Espinosa, o Estado menos violento e que prescinde da necessidade de revolução é o Estado democrático, já que o poder absoluto é o próprio povo, que estatui um poder uno e indivisível com base no consenso da cidadania” – Pg. 104.
41)- “Ao mesmo tempo, porém, Espinosa antecipa o ideal de Rosseau de uma república democrática originada de um contrato consensual [...] Além da razão moderna do Ocidente, Rosseau também criticava a tradição religiosa, principalmente no tocante à sua inconstitucionalidade, defendendo uma teísmo individual e subjetivo, expresso no comportamento moral sugerido pelo Evangelho” – Pg. 105.
42)- “Rosseau entende como despótica toda a forma de poder político existente, pois que nenhuma se origina de um pacto consensual entre iguais, o único capaz de fundar um verdadeiro direito público e um governo legítimo” – Pg. 106.
43)- “A democracia possível no século XVIII, visualizada por Rosseau, tem seus fundamentos econômico-sociais na produção agrícola e no artesanato, organizando-se politicamente numa confederação de cidades ou cantões” – Pg. 107.
44)- “É precisamente o caso quando, refletindo sobre a situação concreta, Rosseau vislumbra na aristocracia eletiva a melhor forma de governo para, num país com as dimensões e a população da França, substituir a monarquia absolutista” – Pg. 109.

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