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Fichamento - História Medieval 1 DUBY, Georges. Guerreiros e camponeses: os primórdios do crescimento econômico europeu do século VII ao século XII. Lisboa: Editora Estampa, 1980. II – A estrutura social 1. Biografia do autor e obras: 2. Resumo: 3. Identificar os objetivos principais: listá-los em forma de citação. 4. Identificação do tema: o tema não é o problema ou o objetivo do texto, mas o assunto que está sendo tratado. Por isso é só listar os temas principais abordados pelo (s) autor/es. 5. Tese (s) do autor (es): nem sempre a tese está explicita, nem mesmo no início do texto; ela pode estar nas entrelinhas ou no final do texto. a)- Nem a sociedade romana nem a germânica eram sociedades igualitárias. Ambas reconheciam a primazia duma nobreza que formava a classe senatorial no Império e que compreendia a família e companheiros dos chefes guerreiros nos clãs bárbaros – Pg. 43. 3- Os senhores a)- Algumas residências senhoriais eram estruturadas semelhante às dos camponeses, mas maiores e mais bem arranjadas. Eram habitadas principalmente por escravos e pelo gado e as suas appendica estavam muito espalhadas. Nas regiões onde o uso do latim clássico se mantinha, eram chamadas de villae, e muitas vezes estabeleciam-se de fato nos sítios das antigas villae romanas. Pertenciam a guerreiros, magnates e fundações eclesiásticas – Pg. 48. 6. Ideias a)- Ambas as sociedades praticavam a escravatura e as guerras permanentes mantinham a existência duma classe servil, renovada todos os Verões com as sortidas em territórios dos povos vizinhos [...] Assim, começavam a emergir três grupos econômicos basicamente distintos: os escravos, totalmente alienáveis, os camponeses livres e os homens ricos (principes, nobiles), senhores do trabalho dos outros e dos seus frutos – Pg. 43. 1- Escravos a)- Todas as fontes escritas que chegaram até nos revelam a existência na Europa dos séculos VII e VIII de grande número de homens e mulheres que são denominados em latim servi e acillae, designados pelo substantivo neutro mancipia, que exprime ainda mais vivamente o seu estado de coisas e não de pessoas – Pg. 55. b)- Estes exemplos mostram que a população de escravos se renovava simultaneamente pela procriação, pela guerra e pelo comércio [...] O cristianismo não condenou a escravatura: quase não lhe fazia referência. A Igreja só proibia a escravatura de indivíduos batizados, mas esta proibição não seria mais respeitada do que muitas outras – Pg. 44. c)- Os casamentos mistos deste tipo, como a prática de alforria, era sinais inequívocos do afrouxamento da segregação total e deram origem ao aparecimento de categorias legais intermediárias entre a liberdade plena e a sua total ausência – Pg. 45. 2 – Camponeses livres a)- A disposição legais e o estatuto social que davam aos indivíduos mantinham a demarcação entre a escravatura e a liberdade. Esta não significava a independência pessoal, mas o fato de pertencer ao “povo” (populus) e de ser responsável perante as instituições públicas [...] O direito de usar armas, de seguir o chefe guerreiro nas expedições, levadas a cabo na Primavera, e assim partilhar os eventuais produtos do saque constituíam os critérios básicos de liberdade – Pg. 45. b)- Esta sujeição [exploração econômica] só atingia sua plenitude quando envolvida num senhorio. Uma grande parte do campesinato, senão a maioria, eram coloni cultivando as terras pertencentes a outrem – Pg. 46. c)- As várias fontes históricas são muito lacônicas sobre este estrato da base da sociedade rural. Quase todos os documentos dizem respeito ao domínio senhorial e falam de homens na proporção inversa da sua independência em relação a este. No entanto, era a este nível que se podia encontrar a unidade fundamental da produção agrícola: a equipa de trabalhadores ligados por laços de sangue, que trabalhava a terra herdada dos seus antepassados – Pg. 46. d)- A maneira como a unidade familiar se ligava ao solo, a combinação de direitos de propriedade, a que dedicava as suas energias e da qual retirava o sustento, é muito mais clara para nós. Aqui, mais uma vez, as terras camponesas só podem ser vistas através dos olhos dos seus donos, os senhorios das terras que as olhavam de fora, como a base dos seus poderes de exploração, uma base real mais firme e muito mais estável do que as pessoas, que tinham muito mais mobilidade, pela fuga, migrações, casamentos e outras circunstâncias do acaso – Pg. 47. 3- Os senhores a)- No sistema político que se estabelece após as migrações, o poder de comando, da chefia do exército e o de garantir a administração da justiça entre o povo pertencia ao rei – Pg. 48. b)- [...] as propriedades reais estavam ameaçadas pela fragmentação como todas as propriedades laicas, de geração em geração [...] Como resultado, o rei estava sempre rodeado por uma numerosa casa (familia). Este agrupamento de pessoas, ligadas ao soberano por laços domésticos, era chamado o “palácio” (palatium) naquilo que sobrevivia da linguagem do Baixo Império e o seu tamanho ultrapassava em muito o de todas as outras casas do reino – Pg. 49. c)- Os patrimônios eclesiásticos beneficiavam da corrente crescente de ofertas à Igreja. Assim, a vasta propriedade da abadia de Fontenelle na Normandia, fundada em 645, formou-se em nos de setenta e cinco anos [...] Os limites das grandes propriedades são difíceis de definir claramente antes dos finais do século VIII, antes do renascimento da escrita na época carolíngia. Temos de nos satisfazer com ligeiros indícios, espalhados em alguns códigos de leis, com raríssimos testamentos de bispos e com alguns raros documentos de venda conservados nos arquivos de casas religiosas, embora estes nunca mencionem as propriedades dos leigos até estes começarem a apropriar-se das riquezas da Igreja – Pg. 50. d)- No entanto, já se encontram exemplos dum fenômeno que se tornaria cada vez mais frequente nas regiões mais avançadas, isto é, villae onde a terra não era exclusivamente trabalhada pelos servos da casa, mas parcialmente dividia em parcelas ou fazendas subsidiárias, entregue a famílias de camponeses – Pg. 52. e)- Nesta época, os grandes proprietários parecem ter descoberto que lhes era muito proveitoso casar alguns dos seus escravos, instalá-los num mansus torna-los responsáveis pelo seu cultivo, encarregando-os de alimentar suas próprias famílias. O processo permitia aliviar os encargos do senhor na manutenção do pessoal e garantir o entusiasmo pelo trabalho, por parte da mão-de-obra servil, aumentar sua produtividade e garantir sua renovação, uma vez que estes casais de escravos ficavam encarregados de zelar pelo sustento dos filhos até estes chegarem à idade de trabalhar. Esta última vantagem sobrepôs-se gradualmente às outras, uma vez que os escravos se tornaram cada vez mais raros na maioria dos mercados da Europa Ocidental durante todo o período carolíngio e merovíngio – Pg. 52. f)- Entre estes, tornavam-se cada vez mais frequentes os antigos escravos. Pode agora discernir-se uma lenta transformação na condição do escravo, que lentamente o aproximava dos rendeiros livres [...] Ainda no século IX, os rendeiros de Auvergne, sendo muitos deles ainda escravos, pouco mais tinham que levar à villa do que porções fixas da sua colheita e estavam praticamente livres das corveias. g)- Citação – Há o agrarium (renda do solo) avaliada pelo meirinho que deve zelar por que o colonus pague de acordo com o que tem. Ele dará três medidas de cereal por cada trinta que colha e pagará pelo direito de pasto, de acordo com o costume da terra. Ele deverá arar, semear, cercar, ceifar, acarretar e recolher a colheita em andecingue (porções previamente divididas da terra do senhorio) do tamanho devido... Ele devercercar, segar e virar (o feno) num arpentum do prado (pertença do senhor). No que respeito aos grãos da Primavera, deve pôr de lado até duas medidas de semente, semear, colher e recolher o grão... Que ele entregue um de cada dois fardos de linho e um de cada dez potes de mel, quatro galinhas e vinte ovos. Devem fornecer cavalos de posta ou ir eles próprios aonde lhes mandarem. Deverão encarregar-se de fretes com os seus carros, dentro de um raio de cinquenta léguas, mas não poderão ser obrigados a ir mais longe. Para reparar as casas do senhor, palheiro, celeiro e cerca, foram-lhes atribuídas tarefas razoáveis – Pg. 54. h)- Toa a área do reino era propriedade pessoal do rei, o que significa que todo o território que não pertencesse a outra pessoa era seu, e qualquer pessoa que lavrasse a terra sem dono teoricamente lhe devia alguma coisa – Pg. 56. i)- Neste período obscuro, a tendência a longo prazo parece ter sido o progressivo fortalecimento da aristocracia, através da lenta maturação daquilo que viria a constituir o quadra da economia medieval – o senhorio – Pg. 56. j)- O poder que os homens ricos exerciam sobre a população fortaleceu-se provavelmente primeiro nas regiões mais desenvolvidas – Pg. 56. k)- Para sobreviver, os camponeses tinham de prescindir da característica essencial da liberdade – a sua função militar. Como anteriormente na Roma Imperial, os trabalhadores rurais eram indefesos, inermes. Tornaram-se naquilo que a linguagem dos documentos carolíngios chama de “pobres” (pauperes) [...] Esmagados não só pela hostilidade da natureza, mas também pelas obrigações deste tipo, muitos “pobres” destes tempos procuravam a proteção de alguma figura poderosa que os protegia ou alimentava – Pg. 57. l)- Citação – Como é sabido por todos que eu não tinha meios para me vestir e alimentar, pedi a vossa piedade a vossa vontade concedeu-ma, e permitiu-me ser trazido e entregue à vossa proteção. Assim fiz, nas seguintes condições: deveis ajudar-me e sustentar-me no que respeito a alimentos e vestimentas, de acordo com o que eu vos possa servir e seja digno de vós. Enquanto eu for vivo, dever-vos-ei serviço e obediência compatíveis com a liberdade, e pelo resto dos meus dias não terei o direito de me retirar do vosso poder ou proteção – Pg. 58. m)- Cerca do século VII, os reis anglo-saxões iam dando aos bispos e abades o feorm, isto é, o direito à hospitalidade e serviços de construção pelos ceorlas numa grande extensão de território – Pg. 58. n)- A distribuição do poder sobre a terra e as pessoas punha o problema da ligação entre as habitações da aristocracia e as numerosas clareiras onde os camponses lutavam para tirar da terra os meios de sobrevivência e de satisfazer as exigências dos seus senhores [...] Além disso, era essencial para eles aparecerem de vez em quando, nem que fosse só para impedir que a sua autoridade se tornasse demasiado remota, portanto, nula – Pg. 59. o)- Entre os trabalhadores e o senhores interpunham-se homens que, embora muitas vezes fossem escravos, faziam os possíveis para conseguir lucros máximos na sua profissão. Desta forma, cada grande propriedade alimentava a sua quota- parte de parasitas – Pg. 60. 7. Problematizações principais 8. Listar as fontes e os principais autores (historiografia) mencionados no texto 9. síntese crítica do texto:
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