Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Autodesk University 2005 Novembro 28 - Dezembro 1, 2005, Orlando, Flórida. Autodesk Revit Building – Dicas e Lições para Gerentes de CAD E. Phillip Read – Autodesk, Inc. Com mais de 12 anos de experiência combinada em engenharia e arquitetura, Phil Read é um arquiteto dedicado à implementação do Autodesk Revit e trabalha diretamente com empresas em treinamento, implementação e estabelecimento de práticas mais adequadas. Esta abordagem prática no próprio local de trabalho auxilia a manter o foco enquanto se inicia um projeto e se introduz a equipe à nova dinâmica de projeto. Phil é graduado em Arquitetura e Comunicação e Mestre em Arquitetura pela Universidade da Carolina do Norte Tradução e comentários Roberto Klein, Arquiteto. Os comentários do tradutor aparecerão em itálico. Introdução De modo geral, um software de CAD arquitetônico é frequentemente usado como uma aplicação para a criação de desenhos de representação. Plantas, elevações, cortes, tabelas, legendas, notações, cotas, grades, perspectivas e demais documentos gráficos são exemplos de desenhos que expressam relações arquitetônicas. Acima disto há outra camada complexa que é gerenciamento do CAD. Mais do que simplesmente gerenciar o próprio sistema, o gerente de CAD deve colaborar nas tomadas de decisão da empresa e saber quando implementar a ferramenta adequada para o trabalho. Deve também fomentar as práticas mais adequadas, balancear a dinâmica do escritório e sobretudo, manter a calma sob pressão. O Autodesk Revit representa uma abordagem totalmente diferente para a prática de projeto, desenvolvimento e visualização de arquitetura. No Autodesk Revit o modelo do edifício cria os desenhos, a documentação e a visualização de forma integrada e simultânea. Os desenhos não são “exportados” do modelo nem “referenciados” para dentro do modelo. No Revit os desenhos são expressões sofisticadas do modelo do edifício (BIM – Bulding Information Model – Modelo de Informações do Edifício). E cada vista do modelo expressa independentemente e simultaneamente a escala, a fase, o nível de detalhe, as variantes do projeto e a documentação de forma associada. Uma mudança num desenho ou tabela muda o modelo do edifício e qualquer mudança no edifício é imediatamente refletida na documentação. Os gerentes de CAD terão seu papel elevado na medida em que o escritório comece a implementar o Autodesk Revit. Aparecerão questões relativas à aquisição de hardware e gerenciamento de rede. Quando um projeto for iniciado, garantir a manutenção dos procedimentos mais adequados criará uma base de dados de projeto mais consistente, ajudando a equipe a evitar problemas que normalmente ocorrem com a tecnologia de CAD convencional. E ainda há o benefício adicional de possuir um sistema de gerenciamento do edifício que permite que os padrões corretos de documentação sejam mantidos e coordenados durante todo o projeto. Tanto no CAD arquitetônico tradicional (AutoCAD, ADT, ArchiCAD, Microstation, VectorWorks) quanto no Autodesk Revit o resultado final desejado é sempre o mesmo: produzir uma documentação arquitetônica precisa e coordenada. Cada ferramenta, porém, aborda o produto final de forma diferente e, portanto, cada ferramenta deve ser abordada diferentemente. Nenhuma ferramenta deve ser usada “acidentalmente”. Isto era verdadeiro para os desenhos à mão feitos a lápis, ainda é verdadeiro para o CAD tradicional e certamente continuará sendo verdadeiro com o Autodesk Revit. Simplesmente não é possível montar uma base de dados por acidente. É possível que muitos de vocês (Gerentes de CAD) já estejam acostumados a trabalhar com bases de dados (O autor se refere a ferramentas de gerenciamento como o Autodesk Buzzsaw). Os usuários comuns de CAD tradicional nem tanto. Geralmente os projetos mais sofisticados coordenam dados simplesmente ligando vários desenhos (via xref), de modo a referenciar o trabalho de outra pessoa. Mas ao fim do dia os arquivos são elementos singulares (separados); abertos, editados e fechados por um único usuário de cada vez. Possivelmente vocês também compreendam a diferença cultural de se trabalhar numa base de dados, onde uma única decisão acaba se refletindo no projeto como um todo, seja ela intencional ou não. Este é maior benefício de trabalhar num ambiente de base de dados, mas ao mesmo tempo ressalta a importância de compreender as implicações de uma decisão tomada antes do tempo. O propósito deste documento é considerar cuidadosamente as diferenças culturais que vocês encontrarão antes, durante e depois de um projeto com o Autodesk Revit. Se vocês estiverem familiarizados com o Revit e estiverem conduzindo seu uso com êxito, provavelmente já estarão cientes dos tópicos e sugestões que serão abordados. Contudo, vocês ainda acharão esta apresentação útil como um recurso que traduz em palavras muitas coisas que são óbvias para vocês, mas não necessariamente para as demais pessoas à sua volta. Existem cinco questões interdependentes que devem ser consideradas no esforço do gerente de CAD em implementar o Revit com êxito. São elas: ● Tecnologia ● Templates (Gabaritos) ● Treinamento e Implementação ● Equipes ● Técnicas Tecnologia Não há como escapar. O Revit é uma aplicação que usa intensivamente o sistema operacional, o processador, a memória, a placa gráfica, o disco fixo e a rede. Porém, simplesmente instalar mais memória para um projeto com resposta “lenta” não ajudará se os usuários não forem cuidadosos com algumas coisas óbvias. A boa prática preconiza organizar o projeto em worksets organizados por assuntos tais como, eixos compartilhados, pisos, partições internas, forros, fechamento externa, núcleo, estrutura etc. É melhor fechar os worksets não usados naquele momento do que simplesmente desligar a visibilidade. Também se recomenda fechar regularmente as janelas invisíveis de modo que a seleção de elementos não precise regenerar várias vistas, mesmo que elas estejam encobertas por outras janelas. Da mesma forma mantenham fechadas as aplicações desnecessárias. Coisas inócuas, como ouvir arquivos de áudio mp3, ou serviços que podem ser realizados fora do horário de trabalho, como rodar um scan de antivirus em segundo plano, prejudicam em muito a performance. *Observação do tradutor: Manter vários programas abertos é uma prática comum aqui no Brasil e cuja cultura precisa ser mudada urgentemente. Temos observado situações em que os usuários mantém abertos ao mesmo tempo o AutoCAD, o Outlook, o Word, o Internet Explorer, o MSN Messenger, o Windows Media Player, etc. Se ao usuário comum os recursos do sistema parecem infinitos, na verdade cada aplicação aberta no Windows consome entre 250 Mb a 1 Gb de memória virtual (RAM+arquivo de paginação em disco) impactando terrivelmente a performance do computador. O argumento de que é preciso ter agilidade para trocar entre um programa e outro hoje não tem mais justificação, pois o tempo de carga de um software numa máquina moderna não leva mais do que alguns poucos segundos. Ao trocar de aplicação gráfica, por exemplo do AutoCAD para o Photoshop, feche primeiro um programa para depois abrir o outro. Evite usar aplicações de multimídia tais como o Windows Media Player concomitante com AutoCAD , 3dsmax ou Revit. Serviços de comunicação inter-pessoal como MSN Messenger e ICQ, embora tenham pouco impacto na performance geral do sistema quando usados em modo de texto, prejudicam substancialmente a concentração e induzem o usuário a erros primários. É melhor convencer os usuários a manter o foco durante o expediente normal e usar estes serviços nos períodos entre a volta do almoço e o reinício do trabalho na parte da tarde, ou logo após o término do expediente. A configuração mínima para uso do Revit é: Microsoft Windows XP (Porfessional, Home, ou Tablet PC) ou MicrosoftWindows 2000 SP4 Processador Intel Pentium 4 de 1.4 Ghz ou AMD Athlon equivalente 1 Gb de memória RAM 1Gb de espaço em disco para a instalação do software Monitor e placa gráfica com resolução de no mínimo 1024x768 e 24 bits por pixel Conexão de Internet para registro e ativação do software Microsoft Windows Explorer 6.0 ou superior A configuração recomendada pela Autodesk é: Microsoft Windows XP Professional SP2 ou mais recente Processador Intel Pentium 4 de 2.8 Ghz ou AMD Athlon equivalente 2Gb de RAM Monitor e placa gráfica com resolução de no mínimo 1280x1024 e 24 bits por pixel Mouse com dois botões e scroll Abaixo seguem as configurações de hardware em uso nos projetos de Revit da Skidmore Owings e Merril (cortesia de James Vandezande, SOM New York): Projetos pequenos: Pentium 4 de 1.8 Ghz com 1Gb de RAM Projetos complexos como a Freedom Tower: Worksations Dell 650 Xeon 2.8 Ghz (algumas com dois processadores*) 2Gb de RAM Placas gráficas Nvidia série Quadro FX com 128 Mb de RAM Monitores LCD de 19” com resolução de 1920x1200 pixels (aspecto 16x10) Discos SCSI Rede Gigabit Decisão chave para minimizar o tempo de salvamento para o arquivo central *Observação do tradutor: Aplicações de modelagem e renderização com 3dsmax, vray, mentalray, finalrender tiram partido de um segundo processador. No Revit o segundo processador será usado apenas pelo Accurender. Processadores da AMD com capacidade para 64 bits como AMD Athlon64, Opteron e processadores Intel com extensões 64 bits EMT 64 só terão sentido quando aplicações como Revit e 3dsmax forem portadas para o Windows XP Professional 64 Bit Edition. Templates (Gabaritos) Templates ou gabaritos de projeto bem elaborados são os containeres para um eventual projeto de edifício, sem o edifício. É o ponto de partida necessário para começar qualquer projeto no Revit. O arquivo template deverá integrar todos os padrões de documentação de modo que os usuários não precisem perder tempo procurando coisas ou trabalhar ou se engajar em tarefas repetitivas num nível menos elevado. O que vocês não precisam incluir no template: ● Especificidades Desnecessárias Nem tudo em arquitetura pode ser automatizado. Nem tudo pode ser antecipado. Evite aumentar o tamanho do seu template de projeto com conteúdo desnecessário. Catálogos extensos de paredes externas e famílias de componentes são desnecessários e na maioria das é melhor criá-los na medida da necessidade, ao invés de purgá-las depois. Se o seu escritório tende a especializar-se em determinados tipos de projeto então considere a criação de um template específico para esta tipologia, exemplos: hotelaria, arquitetura hospitalar, escolas etc. A idéia é que se vocês não tiverem uma família de sistemas que já foi criada, ela poderá ser recuperada de modo rápido e específico a partir de outro projeto ou template através do “Transfer Project Standards”. ● Detalhes A criação de detalhes no Revit é um processo aditivo. Tentar acomodar uma extensa biblioteca de detalhes dentro de um template de projeto não é necessário e certamente piorará a performance. Alguns detalhes são apropriados como tipos de paredes internas com suas diferentes camadas, alturas de bancadas e equipamentos sanitários, tipologias padronizadas de portas e esquadrias. Além disso, é muito provável que o usuário perca tempo gerenciando informações que ele nem mesmo usará no projeto. ● Vistas de Projeto O Revit dimensiona automaticamente as extensões de cada vista baseado na escala de representação e no tamanho do projeto. Tentar predeterminar os pontos de inserção apropriados de cada vista nas folhas não terá muito sucesso. E se você tiver que mover a vista duas vezes você terá de esperar duas vezes pela regeneração. Lembre-se, a regeneração no Revit é mais lenta do que no AutoCAD porque cada vista, planta, corte, elevação ou perspectiva é na verdade processada em 3D. ● Eixos e Níveis Adicionais Eixos e níveis são tipicamente específicos a cada projeto. Leva mais tempo para editar ou apagar eixos existentes do que criar um novo sistema a partir do zero quando e onde for apropriado ● Worksets Iniciados Worksets criados pelo usuário não são layers nos quais os elementos singulares são colocados num nível granular. Os Worksets são um mecanismo para atribuir grandes porções do projeto a um subconjunto do banco de dados. Desta maneira os worksets podem ser abertos ou fechados seletivamente para todo o projeto, ao invés da abordagem vista por vista frequentemente empregada com os sistemas tradicionais de CAD. Isto facilita o gerenciamento do arquivo e permite a cada um dos membros da equipe se concentrar numa parte específica do projeto. Um projeto relativamente grande e complexo terá apenas um arquivo e uma dúzia de worksets (comparado com projetos modestos em CAD tradicional que tem centenas de layers e arquivos de referência). Como cada projeto é único, é difícil predizer quais worksets serão necessários. De qualquer forma, criar os worksets na medida em que surja a necessidade toma pouco tempo e pode ser facilmente resolvido depois de uma dinâmica do grupo e de um acordo entre os participantes. O que vocês precisam num template: ● Folhas e Carimbos (Title Blocks) Os blocos de título para folhas e carimbos vêm em formatos e tamanhos. Um template de projeto precisará de no mínimo quatro formatos em diversos tamanhos: Um para a folha de capa, outro para os desenhos de documentação, um terceiro para adendos em pequeno formato e um quarto para apresentações/perspectivas. O autor evidentemente se refere à norma americana. No Brasil deveremos considerar um template com carimbos por fases, EP, AP, PL, PE etc. em folhas de tamanhos padronizados A4, A3, A2, A1, A0, e formatos especiais criados caso a caso. ● Tipos de Paredes Enquanto as paredes externas são específicas a cada projeto, as partições internas são mais previsíveis, exemplos: alvenaria de bloco, alvenaria cerâmica, dry-wall etc. Nas diferentes espessuras. Elas podem ser desenhadas, anotadas e dimensionadas em vistas de legenda. ● Elementos Genéricos Famílias de sistemas e de componentes genéricos devem existir de modo a permitir a distinção entre iteração de projeto da resolução final. O que o autor quer dizer é que em muitos casos no início de um projeto não sabemos ainda se uma parede vai ser de bloco ou tijolo ou se a laje será nervurada ou de concreto alveolar. Estas definições dependem muitas vezes de consultores externos. Quando ainda não se conhece a solução técnica final deve-se recorrer a tipos genéricos. No Revit é muito fácil substituir o tipo de uma parede ou piso por outro e pode ser feito a qualquer momento. ● Templates de Visualização (View Templates) Os templates de visualização default que acompanham o Revit são excelentes pontos de partida, porém não são suficientemente granulares para o trabalho de produção. Templates adicionais para outras disciplinas como Interiores/Acabamentos devem ser criados. Especificar a escala no nome do template também ajuda (Planta de Arquitetura 1:100, Planta de Arquitetura 1:50, Elevação 1:100, Implantação 1:500 etc.). Tenham em mente que vocês podem pré-configurar mais do que simplesmente a visibilidade dos elementos. Representar alguns elementos em meio tom é outra opção. Isto permite a coexistência de geometria de diferentes disciplinas de maneira mais clara. ● Conjunto Incial de Folhas de Projeto – Nomeadas e Numeradas Um conjunto inicial contendo uma folha vazia nomeada e numerada de cada tipo ajuda a equipe como ponto de partida de onde colocar as primeiras vistas criadas. Também ajuda a lembrar as convenções corretas de numeração/nomeação na medida em que folhas adicionais são criadas. Uma única folha para cada um dos tipos de vista deve ser suficiente. Qualquer excesso de especificidade requereráedições mais tarde. Para organizar o conjunto de folhas também será necessário criar os filtros e agrupamentos apropriados. É possível que não exista ainda dentro de suas empresas uma designação numérica para vistas em 3D e perspectivas como parte do caderno de projeto, o que é compreensível do ponto de vista do CAD tradicional. Como é muito simples e fácil criar estas vistas no Revit é muito provável que vistas em 3D se tornem cada vez mais comuns como parte da documentação do projeto. Talvez seja o momento de revisar os manuais de padronização de CAD de seus escritórios e acrescentar uma série numérica adicional para este cenário. ● Pastas Adicionais para Escritório / Projetos / Clientes Acrescentar pastas adicionais (Settings>Folders>File Locations) ajuda a navegar rapidamente para o conteúdo. Acrescentando um atalho para Documentos Recentes permite localizar e carregar rapidamente arquivos ou elementos criados ou editados recentemente sem perder tempo de navegação na estrutura de diretórios da rede para encontrar conteúdo específico do projeto. ● Sub-Pastas Adicionais para a Biblioteca Nem todo o conteúdo que vocês precisarem para um projeto terá uma pasta correspondente dentro da estrutura default da biblioteca do Revit. Pastas adicionais serão necessárias para manter um projeto bem organizado Blocos Detalhes padrão do escritório e de consultores em 2D em formatos DWG e DGN Detalhes Um arquivo de projeto de Revit com montagens de detalhes padrão criadas em vistas de desenho para copiar/colar de projeto para projeto Modelos Genéricos Modelos que não se encaixam em nenhuma categoria padrão do Revit. Grupos Um projeto de Revit contendo montagens arquitetônicas comuns que variam pouco de projeto para projeto (unidades de sanitários, sanitários de deficientes, núcleos típicos escadas e elevadores, etc.). Materiais Materiais específicos do projeto bem como os arquivos de bibliotecas (mlib) associados, caso o Revit seja usado para renderizar. Tabelas (Schedules) Nem todas as tabelas farão parte da eventual documentação. Usuários podem criar tabelas com os formatos e a fórmulas que eles a parte de qualquer projeto. Neste momento as tabelas ainda não podem ser transferidas via “Transfer Project Standards”. Simplesmente copiem as tabelas entre os projetos e os dados serão automaticamente preenchidos. Parametros Compartilhados (Shared Parameters) Famílias e projetos muitas vezes requerem parâmetros compartilhados e esta pasta deve conter o arquivo Parameters.txt. Escadas, Corrimãos e Parapeitos (railings) Um arquivo de projeto e Revit (rvt) contendo uma coleção de escadas, corrimãos e parapeitos customizados. Isto permite com que os usuários especifiquem a intenção de projeto usando conteúdo genérico e formalmente preciso para a definição dos posicionamentos, podendo substituí-lo mais tarde quando apropriado. Paredes Elementos hospedeiros como tipos de paredes não são criados no editor de famílias e sim diretamente no editor principal. Mas ao invés de trabalhar no contexto do projeto, às vezes ajuda mais criar vários tipos de paredes num arquivo específico onde elas possam ser visualizadas e selecionadas e transferidas para o projeto em andamento através de copiar/colar ou via Tranfer Project Standards. Configuração de Projeto Revejam as configurações de projeto default que acompanham o Revit adequando-as ao padrão de documentação de suas empresas: Estrutura de diretórios para o conteúdo e o projeto Organização do navegador de projeto Padrões de preenchimento Materiais Estilos de Objetos Fases Templates de Vistas Estilos de Linhas Pesos de Linhas Padrões de Linhas Tags de Vistas Configurações Estruturais Configurações de Terreno Notações Unidades de Projeto Snaps Cotas Temporárias Etc. O tradutor recomenda que todos os nomes de estilos, materiais, famílias etc. criados pelo escritório sejam em português. É uma forma interessante de distinguir aquilo que vem por default no programa do que foi criado especificamente para o uso no escritório. A criação de um template completo com toda a customização necessária é um trabalho longo e só será completada depois de alguns projetos. Deve-se, portanto, conduzir este trabalho em paralelo com o desenvolvimento dos projeto pilotos. Treinamento e Implementação Treinamento e Implementação é muito mais do que simplesmente aprender a usar uma nova ferramenta. Trata-se principalmente de implementar um novo processo cultural. É uma abordagem holística a diferentes níveis dentro de uma organização que deve ser previsível se quiser ser eficiente. Segue um roteiro de uma abordagem eficaz para implementar o Revit numa organização: Avaliação de Processo (1 a 2 dias) A avaliação do processo de trabalho é uma sessão de um a dois dias durante os quais o gerente de CAD e os consultores externos se reunirão com os diferentes níveis dentro de uma organização para oferecer uma visão geral do Autodesk Revit. O objetivo é compreender quais necessidades específicas devem ser atendidas, considerando que diferentes membros da equipe podem ter atribuições e metas diversas e, às vezes, conflitantes. É critico que a implementação do Revit seja realizada e gerenciada com todos estes diversos objetivos de maneira a maximizar os benefícios e minimizar as descontinuidades. O processo que se segue permite à equipe a assimilar uma compreensão mais profunda do Revit, além dos limites de um projeto piloto. Desta forma haverá tempo suficiente para a equipe continue desenvolvendo projetos típicos em CAD simultaneamente com o desenvolvimento do projeto piloto e ao mesmo tempo manterá os gerentes de CAD tranqüilos. O autor considera que um projeto piloto de média complexidade terá uma equipe ideal de 2 a 4 pessoas. Também sugere que é mais interessante para a organização conduzir ao mesmo tempo dois projetos piloto com equipes diferentes. Isto criará uma saudável competição interna entre as equipes, estimulando a pró-atividade e o diálogo para a troca de experiências. Treinamento Básico (4 dias) 1. Visão geral da interface de usuário e elementos básicos 2. Introdução ao editor de famílias 3. Introdução à documentação 4. Ambiente multiusuário (worksets) e melhores práticas – Início de um projeto piloto Depois da fase de treinamento básico recomenda-se deixar as equipes seguirem sozinhas por um período de 1 a 3 semanas para maturação no uso do software. Treinamento Avançado (4 dias) 1. Criação avançada de famílias de sistema 2. Criação avançada de famílias de componentes 3. Configuração de projeto e documentação avançada 4. Trabalho em paralelo para a resolução de padrões de projeto Implementação de Projeto (4 dias) Trabalho em paralelo com a equipe e gerentes de tecnologia para resolução de padrões de projeto. Equipes O CAD tradicional aborda a questão da documentação do ponto de vista daquilo que precisa ser desenhado. Aos indivíduos são atribuídas tarefas para várias seqüências de desenhos de plantas, cortes, elevações, tabelas, detalhas e perspectivas. Neste caso, é pouco prático se não impossível, começar um desenho de modo preciso sem que outros esforços tenham precedido a tarefa. No Autodesk Revit um projeto não começa por aquilo que precisa ser desenhado, mas sim por aquilo que precisa ser construído. Esta é uma distinção crítica do ponto de vista da formação da equipe de projeto e de sua dinâmica. Pensem nesta sala na qual vocês estão sentados neste momento como um exemplo. Para documentar precisamente a sala usando a abordagem do CAD tradicional, uma equipe desenharia plantas, cortes, elevações, detalhes, ampliações, perspectivas, tabelas etc. Para realizar a tarefa da maneira mais rápida possível seria razoável montar uma equipe e atribuir um desenho a cada indivíduo. No Autodesk Revit cada uma destas vistas estaria integradaàs demais, pois elas são baseadas num modelo paramétrico do edifício inteiro. Como resultado, não é possível atribuir desenhos individuais aos membros da equipe. Usando Revit, uma pessoa poderá trabalhar criando a forma física da sala (paredes, pisos, forros). Uma segunda pessoa poderá colocar as esquadrias, portas e janelas e elementos repetitivos na sala como luminárias, mobiliário. Outra poderá estabelecer as elevações, cortes, chamadas de ampliações, cameras. E a quarta poderá se encarregar de diagramar as vistas produzidas pelos demais nas folhas apropriadas. Uma equipe de projeto de 3 a 4 pessoas organizadas desta forma conseguirá gerenciar um projeto de escala significativa. É bom lembrar que nem todos os membros da equipe precisam conhecer o Revit na sua totalidade para iniciar o trabalho num projeto. Cada membro deve ter um conhecimento geral da interface de usuário da funcionalidade básica e do processo de trabalho. Também é provável que os membros gravitem de acordo com a experiência e com as preferências individuais. Algumas pessoas até mesmo sugeriram erroneamente de que com o Revit o desenho 2D acabará. Não é verdade. É preciso definir até que ponto vale a pena modelar em 3D e a partir de que ponto é melhor desenhar em 2D. Em ambos os casos as informações fazem parte da mesma base de dados paramétrica. Então o que faz uma boa equipe usando Autodesk Revit? A coisa mais importante é considerar em primeiro lugar são as partes fundamentais do edifício. Existem, relações, repetições e representações. Concebido como ferramenta para arquitetos, não é a toa que estes três fundamentos coincidam exatamente com a funcionalidade básica do Autodesk Revit. Relacionamentos No Revit os relacionamentos básicos do edifício são expressos pelas Famílias de Sistema (System Families). Paredes, Pisos, Forros, Telhados, Escadas, Corrimãos e Peitoris, Níveis e Eixos normalmente são criados primeiro, embora não necessariamente. Estes elementos mantêm um relacionamento fundamental entre si. Paredes ligadas a outras paredes “limpam” suas conexões automaticamente. As escadas reconhecem o seu relacionamento nível a nível e se ajustam automaticamente quando ocorre uma mudança de nível, desde que a mudança não seja demasiado severa e as regras de cálculo sejam mantidas. Até que alguns destes relacionamentos estejam bem resolvidos, é pouco prático prosseguir ou entrar em maiores especificidades. Repetições Na medida em que os relacionamentos restantes são resolvidos, é hora de considerar os muitos elementos que serão distribuídos pelo edifício. Alguns elementos, como portas e janelas, criam aberturas em seus hospedeiros quando inseridos no projeto. Outros, como mesas e cadeiras, simplesmente reconhecem seu relacionamento com o nível onde são colocados. Componentes repetitivos são criados no Editor de Famílias. Na maioria dos casos atribui-se paramentos a estes elementos que possibilitam a alteração de suas propriedades quando carregados no projeto. Por exemplo, as dimensões de uma porta, ou janela. Desta forma um mesmo elemento pode ser usado para representar diversos casos diferentes. Representações Desenhos 2D representativos são muito importantes no Revit. No nível de montagem, linhas, cotas, componentes de detalhe, textos e outros elementos específicos à vista são usados para a criação de detalhes. Os detalhes são tipicamente produzidos no ambiente de projeto dentro da vista apropriada e as vantagens de criar detalhes no Revit são extraordinárias já que o Revit possibilita a completa centralização dos dados. Claro que em alguns casos detalhes fornecidos por fabricantes ou recuperados de projetos antigos já existirão numa determinada condição, por exemplo, em formato DWG. Estes delta lhes poderão ser importados ou linkados dentro do Revit de modo a coordenar e completar o projeto. O aspecto mais importante a lembrar é que a equipe de projeto não será organizada em torno de um conjunto de desenhos, mas sim em torno de um edifício. Vocês perceberão que os membros da equipe gravitarão para determinadas funções. O Revit não é um ambiente orientado a tarefas e vocês devem antecipar a sobreposição de funções da equipe. Mas não fiquem surpresos se algumas pessoas realmente gostarem do desafio de criar famílias paramétricas que antecipam a mudança e que mudam sua representação de forma apropriada de acordo com a vista. Outros ficarão mais preocupados com a organização geral do edifício, da concepção inteligente da pele do edifício a garantir que os espaços estejam adequadamente organizados. E outros que estão mais familiarizados com o trabalho em 2D (embora frequentemente frustrados com as limitações do CAD tradicional) ficarão empolgados quando chegar o momento de criar detalhes e documentação elegantes no Revit. Como um projeto tende a evoluir no Autodesk Revit? Bem (obviamente) as coisas precisam ser projetadas! O envelope do edifício, os espaços e os componentes que ocupam estes espaços precisam ser resolvidos. Quando se chega às famílias, se algum elemento em particular ainda não existir, ele precisará ser criado do zero (a não ser que um elemento similar possa ser aberto e modificado). A este nível de iteração de projeto, detalhes construtivos serão provavelmente específicos demais. Os membros da equipe devem concentrar-se no layout dos espaços principais. Na media em que o projeto progride, menos componentes precisarão ser criados, mas ainda há muito o que fazer no nível do edifício propriamente dito. Na medida em que os elementos hospedeiros estejam mais resolvidos e suas posições mais fixas, vistas adicionais podem ser criadas em escalas mais ampliadas e colocadas nas folhas apropriadas. Começa então a anotação destas vistas (cotas, leaders, etc.). Finalmente, com a aproximação da entrega, os detalhes precisam ser completados. Membros da equipe anteriormente concentrados no edifício ou em famílias de componentes podem juntar esforços para resolver detalhes no nível apropriado. A diferença fundamental entre usar CAD e usar Revit é que o processo de construir um edifício (mesmo na forma de uma base de dados) requer uma cultura diferente de simplesmente tentar desenhar um edifício. O tamanho das equipes tende a diminuir, pois o que precisava ser desenhado (sem mencionar o que precisava ser redesenhado e coordenado) foi reduzido. A experiência mostra que ter pessoas demais num projeto de Revit pode ser prejudicial. O primeiro projeto de Revit não deve ter mais do que duas ou três pessoas no início do projeto e três ou quatro pessoas na medida em que o projeto evolúi e a entrega se aproxima. Se vocês encontrarem mais do que seis pessoas (representando a mesma disciplina) trabalhando num mesmo projeto de Revit talvez seja necessário reavaliar se o programa está sendo usado apropriadamente e se as melhores praticas estão sendo mantidas. Mais uma coisa: não tente apressar seu primeiro projeto Espera-se que o primeiro projeto em Revit leve o mesmo tempo que se fosse feito no CAD tradicional. Mas lembrem-se que vocês o farão num processo totalmente diferente e ao mesmo tempo estarão usando uma nova ferramenta (e realizando as duas coisas com uma equipe menor). E aplicando um treinamento pró-ativo vocês deverão ser capazes de completar o primeiro projeto iniciado em Revit sem maiores dificuldades. Técnicas OK. Vocês possuem uma bagagem de anos de experiência com CAD tradicional. Vocês compreendem que não é necessariamente a ferramenta mais eficiente para usar, mas é familiar e previsível. E isto conta bastante quando a entrega se aproxima. Mas ao mesmo tempo vocês não temem um desafio. E vocês estão cada vez mais convencidos que o Revit, vocês próprios, suas equipes e sua companhia estão prontos. Qual é a próxima etapa? Este documento não substituirá o treinamento formal em duas etapas de quatro dias descritoanteriormente. Por melhor que sejam suas intenções, vocês inevitavelmente gastarão muito mais tempo e dinheiro trabalhando acidentalmente do que trabalhando com a confiança de saber onde vocês e suas equipes estão direcionados. Construir uma base de dados (sobre qualquer coisa, até mesmo um site de Internet, ou uma planilha de cálculo) não terá êxito se abordada por tentativa e erro. Contudo existem técnicas de alto nível a serem lembradas quando vocês estiverem considerando o início de seus primeiros projetos em Revit. Em primeiro lugar, estejam certos de trabalhar no nível apropriado de detalhe quando o projeto começa. Embora seja tentador, não tentem avançar demais além de sua capacidade. De outra forma terão de retroceder muitas vezes antes de prosseguir. Comecem criando classes “genéricas” para a maioria dos elementos, tanto nas famílias de sistema como nas famílias de componentes. Usem este conteúdo genérico para o posicionamento durante a fase de concepção (iteração) até mais detalhes sejam conhecidos. Atribuindo materiais diferentes a estes elementos para preenchimento, vistas sombreadas e transparência no nível bruto (coarse) de detalhe, ajuda a identificá-los rapidamente em todas as vistas (plantas, elevações e cortes) e até mesmo tabelas. Há outro benefício em começar com elementos genéricos. Os arquitetos de concepção podem comunicar rapidamente sua intenção de projeto aos membros da equipe que estejam eventualmente dedicados ao desenvolvimento futuro do projeto de modo a minimizar descontinuidade do processo. No CAD tradicional, mover da fase de concepção (iteração) para a fase de desenvolvimento (resolução) é um processo bastante descontínuo, pois as alterações precisam ser coordenadas manualmente entre diferentes vistas. No Revit, por outro lado, a equipe conseguirá localizar e trocar os elementos genéricos por outros mais detalhados. Todas as vistas são atualizadas automaticamente. Legendas e cotas permanecem associativas. Ao criar o conteúdo inicial, existem duas coisas a serem consideradas: 1) Qual a probabilidade de alguma coisa mudar, e 2) De que forma ela será alterada. Lembrem-se que num primeiro passo a família não precisa ser totalmente parametrizada para poder comunicar a intenção de projeto. Atribuição de materiais pode esperar. Escolhendo a categoria apropriada, ponto de inserção e possivelmente o pior caso geométrico e geralmente suficiente. O um primeiro passo terá êxito se conseguir resolver a localização dos elementos e a forma geral do projeto. E da próxima vez que a família for editada e recarregada no projeto todas as vistas serão atualizadas de acordo. Colocar as vistas em folhas apropriadamente numeradas e nomeadas deve ocorrer durante todo to desenvolvimento do projeto para evitar gargalos de documentação na medida em que a entrega se aproxima. E saber onde encontrar as coisas, especialmente se alguém entrou na equipe no meio do processo, pode ser complicado. Felizmente, trabalhar diretamente no conjunto de documentação (project browser) selecionando s vistas ativas organiza esta questão elegantemente e coincide com as convenções existentes para documentarão e revisão de arquitetura. Criar detalhes em Revit é um processo aditivo. Colocar as vistas nas folhas ajuda a resolver o que ainda falta ser feito do ponto de vista da documentação. Prossiga gerando tabelas, ainda que não haja conteúdo para ser quantificado. A tabela se preencherá automaticamente na media em que o conteúdo for adicionado. O que é mais importante neste estágio é que as tabelas estejam corretamente formatadas e colocadas nas folhas apropriadas. Em alguns casos, detalhes padrão do escritório ou de fabricantes já existentes em formato DWG, serão importados ou linkados no projeto. Observação: um link no Revit equivale a uma xref do AutoCAD. Duas coisas importantes devem ser consideradas. 1) Sempre importar ou linkar detalhes usando a opção “Current View Only” De outra forma o detalhe importado estará visível em todas as vistas que interceptam este arquivo de CAD (mesmo em elevações e cortes) Desta forma o Revit gastará mais tempo processando estas vistas para a impressão podendo até causar erros na impressão. 2) Se você precisar modificar o detalhe, você poderá optar por fazê-lo no arquivo original (usando o AutoCAD) e então recarregar ou regenerar o link. Se vocês decidirem explodir detalhes importados, façam-no de modo parcial. A explosão total de um detalhe resultará em centenas e centenas de pequenos elementos aos quais Revit atribui uma identificação individual para cada um deles. O gerenciamento de arquivos (salvar para o central, recarregar worksets, tempo de impressão) degradará bastante. Isto levanta uma questão importante: Considerando o tempo que será gasto para selecionar um detalhe padrão externo, explodi-lo, limpá-lo e finalmente editar o texto, não seria mais rápido simplesmente recriar o mesmo detalhe no Revit? Uma prática recomendada pelo tradutor será alocar estagiários para passar a limpo (redesenhar) dentro do Revita a biblioteca de detalhes 2D já existente em DWG, linkando e traçando por cima e desprezando o arquivo antigo. Como o Revit permite a criação rápida de vistas em perspectiva, há uma tentação de criar renderizações em raytrace de muitas vistas sem necessidade. Assim vocês devem cuidar para que a equipe não prejudique a eficiência, perdendo tempo demais na criação de renderizações, aplicando e ajustando materiais e editando o resultado em softwares de pós-produção como o Photoshop. Na maioria das vezes as vista sombreadas com linhas e sombra projetada são suficientes e são atualizadas em tempo real enquanto as vista em raytrace precisam ser recalculadas. Conclusão Esperamos que esta introdução ao Revit tenha sido informativa e útil. A Autodesk Consulting Services oferece um conjunto de serviços concebidos para facilitar a transição da implementação do Revit em suas organizações. Isto é feito para minimizar a descontinuidade enquanto se maximiza os beneficios, antes, durante e depois de seu primeiro projeto. Se vocês tiverem êxito, nós teremos êxito. E menos do que êxito não é uma opção. Se estiverem interessados em aprender mais sobre a Autodesk Consulting Services, por favor visitem http://www.autodesk.com/consuling Grato Phil
Compartilhar