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08/06/2011 1 Profª Cátia Bethonico Prova do negócio jurídico Prova do negócio jurídico As declarações de vontade, fundamento do negócio jurídico, tem forma livre. É o que dispõe o art. 107 do Código Civil: Art. 107. A validade da declaração de vontade não dependerá de forma especial, senão quando a lei expressamente a exigir. Prova do negócio jurídico • Em algumas hipóteses a lei exige a lavratura do ato negocial em instrumento público. • Essa exigência não apenas para efeito de prova – é um mandamento legal, imperativo de segurança jurídica. 08/06/2011 2 Prova do negócio jurídico • A forma especial ou solene está prevista no art. 215 do Código Civil. É excepcional. • Forma especial: um solenidade. • Ato de forma especial complexa: inúmeras solenidades exigidas por lei. • Forma múltipla: formalização do negócio por diversas modalidades, podendo o interessado optar por qualquer um deles. Prova do negócio jurídico • Conceito: A prova é o meio pelo qual se constata a veracidade do negócio jurídico que se realizou, confirmando, assim, a sua existência e validade. Importante: se a lei impuser forma especial, o ato não se prova por outra forma que não seja a forma especial. Provas em espécie Código Civil Art. 212. Salvo o negócio a que se impõe forma especial, o fato jurídico pode ser provado mediante: I - confissão; II - documento; III - testemunha; IV - presunção; V - perícia. 08/06/2011 3 Confissão É o reconhecimento livre da veracidade do fato que a outra parte da relação jurídica ou do próprio negócio pretende provar. Código de Processo Civil Art. 348. Há confissão, quando a parte admite a verdade de um fato, contrário ao seu interesse e favorável ao adversário. A confissão é judicial ou extrajudicial. Confissão Código Civil Art. 213. Não tem eficácia a confissão se provém de quem não é capaz de dispor do direito a que se referem os fatos confessados. Parágrafo único. Se feita a confissão por um representante, somente é eficaz nos limites em que este pode vincular o representado. Art. 214. A confissão é irrevogável, mas pode ser anulada se decorreu de erro de fato ou de coação. Confissão • Ocorre confissão sob coação quando o confitente reconhece o fato por força de violência psicológica sofrida. Se a coação for física: o ato (confissão) deixa de ser anulável e passa a ser inexistente. 08/06/2011 4 Confissão Ocorre erro de fato quando o declarante equivoca-se sobre a natureza do negócio, suas qualidades essenciais, seu objeto, ou quanto a pessoa do outro declarante, e culmina por confessar, por engano, fato inverídico, não condizente com a realidade. Confissão É indivisível a confissão. Código de Processo Civil Art. 354. A confissão é, de regra, indivisível, não podendo a parte, que a quiser invocar como prova, aceitá-la no tópico que a beneficiar e rejeitá-la no que Ihe for desfavorável Documento A doutrina, em regra, afirma que documento é um escrito representativo de um determinado fato jurídico. Pergunta: e os documentos eletrônicos? 08/06/2011 5 Documento • Os documentos podem ser: – Públicos: quando formados por oficial público, no exercício de suas funções e na forma da lei (guia de recolhimento de tributo) – Particulares: quando formados por particulares ou por quem atue nessa qualidade (aviso de cancelamento de plano de saúde) Sendo público ou privado, o documento é formado com o propósito de servir de prova do ato representado. Documento Os documentos em língua estrangeira deverão ser convertidos para a língua portuguesa, para que possa ter efeitos legais em nosso país (art. 224 do Código Civil) Testemunha • É “a pessoa capaz e estranha ao feito, chamada a juízo para depor o que sabe sobre o fato litigioso” (João Monteiro) • Regulamentação: – Código de processo civil: arts. 400 a 419 – Código civil: arts. 227 a 229 08/06/2011 6 Testemunha • Anotações: 1. Para efeito probatório, em negócios de valor superior a 10 salários mínimos, não se admite prova exclusivamente testemunhal (art. 227, CC); mas possui esta caráter subsidiário (art. 402, CPC) 2. Testemunhas que firmaram negócio com as partes são instrumentárias; as que depõem em juízo, judiciais. 3. O art. 228 do Código Civil possui um rol de pessoas que não podem testemunhar (vide também art. 405 do CPC). Testemunha • Anotações (continuação) 4. Há os impedidos de testemunhar, pelo eventual interesse que possam ter no litígio; em geral, são pessoas que estão ligadas indiretamente às partes (vide art. 405, § 2º, CPC) 5. Há também os suspeitos de testemunhar, em prol do princípio da verdade material (art. 405, § 3º, CPC) 6. O juiz poderá ouvir as testemunhas impedidas ou suspeitas, independentemente de compromisso, dando aos seus depoimentos o valor que possam merecer (art. 405, § 4º, CPC) Testemunha Código Civil Art. 229. Ninguém pode ser obrigado a depor sobre fato: I - a cujo respeito, por estado ou profissão, deva guardar segredo; II - a que não possa responder sem desonra própria, de seu cônjuge, parente em grau sucessível, ou amigo íntimo; III - que o exponha, ou às pessoas referidas no inciso antecedente, a perigo de vida, de demanda, ou de dano patrimonial imediato. 08/06/2011 7 Presunções • Presunção é “a operação mental pela qual, partindo-se de um fato conhecido, chega-se a um fato desconhecido, admitido como verdadeiro” (Pablo e Rodolfo) • Podem ser: – Absolutas: são inafastáveis, firmando certeza jurídica a verdade do fato que se quer provar – Relativas: são as mais comuns; e admitem prova em contrário Presunções • Exemplo: a propriedade presume-se plena e exclusiva até prova em contrário (art. 1231, CC) Ainda: Art. 322. Quando o pagamento for em quotas periódicas, a quitação da última estabelece, até prova em contrário, a presunção de estarem solvidas as anteriores. Art. 323. Sendo a quitação do capital sem reserva dos juros, estes presumem-se pagos. Art. 324. A entrega do título ao devedor firma a presunção do pagamento. Perícia • É disciplinada nos arts. 420 a 439 do CPC; • São classificadas em: – Exame – Vistoria – Avaliação • O perito é auxiliar da justiça, e desempenha um múnus publico, não podendo escusar-se sem justo motivo, nem atuar temerariamente. 08/06/2011 8 Perícia O código civil ainda dispõe: Art. 231. Aquele que se nega a submeter-se a exame médico necessário não poderá aproveitar-se de sua recusa. Art. 232. A recusa à perícia médica ordenada pelo juiz poderá suprir a prova que se pretendia obter com o exame.
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