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Fisiologia do Sangue

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UNIVERSIDADE LUTERANA DO BRASIL – ULBRA CANOAS 
 
 
 
 
 
ATIVIDADE SEMI- PRESENCIAL 
FISIOLOGIA DO SANGUE 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fisiologia I 
 
 
 
 
CAREN TÁSSIA BARTH 
 
 
 
 
 
 
CANOAS 
2017 
FISIOLOGIA DO SANGUE 
 
• SANGUE 
 
O sangue é um tecido que contém uma fase sólida, que compreende os elementos 
celulares, e uma fase líquida, que corresponde ao plasma. 
 
Os elementos celulares do sangue são as hemácias, os leucócitos e as plaquetas. 
 
Hemácias são as células encarregadas do transporte de oxigênio para os tecidos e do 
gás carbônico resultante do metabolismo celular; 
Leucócitos constituem um exército de defesa do organismo contra a invasão por 
agentes estranhos(antígenos); 
Plaquetas são fragmentos celulares fundamentais aos processos de hemostasia e 
coagulação do sangue. 
O plasma sanguíneo é constituido por elementos sólidos e água. Os elementos sólidos 
do plasma são, principalmente as proteinas, gorduras, hidratos de carbono, eletrólitos, 
sais orgânicos e minerais, e hormônios. 
O plasma é um líquido viscoso que contém 90% de água e 10% de sólidos, como 
proteinas, lipídeos, glicose, ácidos e sais, vitaminas, minerais, hormônios e enzimas. 
Em cada litro de sangue existem 60 a 80 gramas de proteina. A maior parte é 
constituida pela albumina; em menor proporção estão as globulinas, relacionadas à 
formação de anticorpos para a defesa do organismo e o fibrinogênio, uma proteina 
fundamental no processo de coagulação do sangue. 
O organismo humano contém uma grande quantidade de água, capaz de migrar entre 
os diversos compartimentos, impulsionada pelo fenômeno da osmose. A osmose é um 
processo físico que ocorre entre duas soluções separadas por uma membrana 
permeável, em que a água atravessa a membrana para o lado que contém o maior 
número de solutos, para igualar a sua quantidade nos dois lados da membrana. 
 
 
 
• HEMATÓCRITOS 
 
Hematócrito (ou Ht ou Htc) é a porcentagem de volume ocupada pelos glóbulos 
vermelhos ou hemácias no volume total de sangue. 
Os valores médios são diferentes segundo o sexo e idade, e variam entre 0,42-0,52 
(42%-52%) nos homens e 0,36-0,48 (36%-48%) nas mulheres. Caso o valor seja 
inferior à média significa que existe pouca quantidade de glóbulos vermelhos e se for 
superior existe uma maior quantidade de glóbulos vermelhos para o volume de sangue. 
Esta é uma medida cada vez mais importante para efeitos clínicos, estando associada 
ao diagnóstico de anemia. 
 
 
 
 
• VOLEMIA 
 
Volemia é um termo médico para a quantidade de sangue circulando no corpo. Em um 
humano adulto ela é de aproximadamente 75 ml/kg logo um homem de 60 kg possui 
cerca de 4,5 litros de sangue. Quando essa quantidade decresce (geralmente por 
causa de uma hemorragia, desidratação ou problemas renais) se dá o nome de 
hipovolemia, e caso fique abaixo de 80-70% do original causa choque volêmico. É 
chamada de hipervolemia quando, pelo contrário, ela é excessiva por conta de 
absorção de líquidos em excesso (geralmente por desequilíbrio hidroeletrolítico ou 
desequilíbrio ácido-básico, por medicamentos ou intencionalmente em certos 
procedimentos cirúrgicos). 
Frequentemente a volemia é inferida pelo peso mas pode ser necessário saber a 
volemia mais precisamente para a administração de medicamentos sensíveis, nos quais 
pequenas doses causam grandes alterações, como anestésicos e toxinas potentes. 
Reposição volêmica se refere às técnicas utilizadas para repôr o sangue perdido no 
caso de uma hipovolemia, diminuir o volume no caso de hipervolemia e aos 
procedimendos para manter ele estável quando houver risco de alterações (como 
transfusão de sangue). 
 
 
 
• HEMATOPOIESE 
 
Hematopoiese é o processo de renovação celular do sangue por meio de processos 
mitóticos, pois estas células possuem vida muito curta. Esse processo ocorre nos 
órgão hemocitopoéticos (ou hematopoéticos). 
As primeiras células sanguíneas do embrião surgem muito precocemente, no 
mesoderma do saco vitelínico. Posteriormente, o fígado e o baço funcionam como 
órgãos hemocitopoéticos temporários. Entretanto, no segundo mês de vida intra-
uterina, já é iniciado o processo de ossificação da clavícula e tem início a formação 
da medula óssea, que se torna cada vez mais importante como órgão 
hemocitopoético. 
Na vida pós-natal, os eritrócitos, granulócitos, linfócitos, monócitos e plaquetas se 
originam a partir de células-tronco da medula óssea vermelha. Conforme o tipo de 
glóbulo formado, o processo recebe os seguintes nomes: eritropoese, 
granulocitopoese, linfocitopoese, monocitopoese e megacariocitopoese. Muitos 
linfócitos são formados na medula óssea, porém existe proliferação dessas células 
nos órgãos linfáticos, a partir de linfócitos originados na medula óssea. As células 
sanguíneas passam por muitos estágios de diferenciação e maturação na medula 
óssea, antes de passarem para o sangue. 
Células-tronco 
As células-tronco originam células filhas que seguem dois destinos diferentes: uma 
permanece como células-tronco, mantendo a população destas células, e outras se 
diferenciam em outros tipos celulares com características específicas. O pool de 
células-tronco se mantém constante porque as que se diferenciam são substituídas 
por células filhas que se mantêm nesse pool. 
Acredita-se que todas as células sanguíneas derivam de um único tipo celular da 
medula óssea, por isso recebe o nome de célula-tronco pluripotente. Estas últimas 
proliferam e originam duas linhagens: a das células linfóides, que vai dar origem aos 
linfócitos, e a das células mielóides, que origina os eritrócitos, granulócitos, 
monócitos e plaquetas. Durante sua diferenciação, os linfócitos são transportados 
pelo sangue para os linfonodos, timo, baço e outros órgãos linfáticos, onde 
proliferam. 
 
 
 
• HEMATOPOIETINA /ERITROPOIETINA 
 
Eritropoetina ou EPO é uma hormona de glicoproteína que controla a eritropoiese, ou a 
produção de células vermelhas do sangue. É uma citocina (molécula de sinalização de 
proteína) para eritrócitos (glóbulos vermelhos) precursores da medula óssea. A EPO 
humana tem um peso molecular de 34 kDa. 
Também chamada de hemopoetina, é produzida por fibroblastos intersticiais no rim em 
estreita associação com o peritubular capilar e túbulo epitelial tubular. Também é 
produzido em células perisinusoidais no fígado. Enquanto a produção hepática 
predomina no período fetal e perinatal, a produção renal é predominante durante a 
idade adulta. Além disso a eritropoiese, a eritropoietina tem também outras funções 
biológicas conhecidas. Por exemplo, ela desempenha um papel importante na resposta 
do cérebro à lesão neuronal.[1] EPO também está envolvido no processo de 
cicatrização da ferida.[2] 
Quando exógeno, o EPO é usado como uma droga para melhorar o desempenho, é 
classificado como um agente estimulante da eritropoiese (AEE). EPO exógena pode 
muitas vezes ser detectada no sangue, devido a pequenas diferenças em relação ao da 
proteína endógena, por exemplo, nas características de modificação pós-traducional. 
 
 
 
• INTERLEUCINA 
 
As interleucinas (do grego, entre células brancas) são alguns tipos de proteínas 
produzidas principalmente por leucócitos (principalmente por linfócitos T, macrófagos e 
eosinófilos) cada uma com suas funções, sendo que a maioria delas está envolvida na 
ativação ou supressão do sistema imune e na indução de divisão de outras células. 
Também possuem função na memória e são usados como medicamento. 
Existem mais de 36 tipos, numerados pela ordem da sua descoberta, e alguns podem 
ser divididos em sub-tipos de acordo com sua atividade, por exemplo, IL-1a, IL-1b e IL-
1ra. Antigamente possuíam nomes de acordo com sua ação, exemplo, "fator 
quimiotático de neutrófilos" para o IL-8, que ignoravam que elas podiam ter múltiplas 
funções. O efeito queuma interleucina produz depende da célula que o capta, atuando 
como um capitão que dá uma ordem diferente para cada tipo de soldado. 
 
Muitos de seus efeitos ocorrem em cadeia e inibem o sistema imune, por exemplo, a 
interleucina 10 (IL-10) é produzido por Linfócitos T regulatórios (LTr) para inibir a 
atividade de outros linfócitos T ao mesmo tempo que estimulam outros LTr a produzir 
mais IL-10. Essa autoimunossupressão é importante para evitar respostas excessivas 
(autoimunidade). 
 
 
 
• HEMOGLOBINA 
 
A hemoglobina (frequentemente abreviada como Hb) é uma metaloproteína que contém 
ferro presente nos glóbulos vermelhos (eritrócitos) e que permite o transporte de 
oxigénio pelo sistema circulatório. 
Composta de 4 moléculas proteicas de estrutura terciária e 4 grupamentos heme que 
contém o ferro, cada íon ferro é capaz de se ligar frouxamente a quatro átomos de 
oxigênio, um para cada molécula de hemoglobina. 
Além de transportar oxigênio, a hemoglobina também participa do processo de 
transporte de nutrientes a todas as células do corpo, processo este, no qual o sangue 
leva os nutrientes e recolhe as substâncias secretadas pelas células, conduzindo-as, 
posteriormente, para fora do organismo. 
Para se combinarem com o oxigênio, os eritrócitos precisam contê-lo em quantidade 
suficiente, e, isto, depende dos níveis de ferro presentes no organismo. A deficiência de 
ferro no organismo leva a um quadro conhecido como anemia. 
A hemoglobina é capaz de transportar oxigênio numa quantidade superior a vinte vezes 
seu volume. Entretanto, quando se une ao monóxido de carbono, ela perde sua 
capacidade de combinar-se com o oxigênio, o que implicará na perda de sua função e, 
conseqüentemente, em possíveis danos ao organismo. 
O tempo médio de vida dos glóbulos vermelhos é de aproximadamente 120 dias, após 
este período, eles se degeneram no baço ou no sistema circulatório , contudo, o ferro 
se reintegra nos novos eritrócitos (glóbulos vermelhos) que se formam na medula 
óssea. 
 
 
 
• METABOLISMO DO FERRO 
 
O ferro é um íon inorgânico essencial para a maioria dos organismos vivos. 
Participa de múltiplos processos vitais variando desde mecanismos celulares oxidativo 
até transporte de oxigênio nos tecidos. Este elemento trata-se de um componente 
fundamental de moléculas como hemoglobina, mioglobina, citocromos, e inúmeras 
enzimas, além das proteínas próprias de seu metabolismo. Apresenta duas 
características particulares: (1) sua absorção no intestino é regulada pelas 
necessidades do organismo, não havendo mecanismo de excreção; (2) perda de ferro 
ocorre por descamação da pele e mucosas, pelo suor e por hemorragia. 
Na mulher, a perda de ferro é em média maior que nos homens devido à perda de 
sangue menstrual. 
A carência de ferro acarreta conseqüências para todo o organismo, sendo a 
anemia a manifestação mais grava. Ao contrário, o excesso de ferro não é benéfico 
devido a complicações tóxicas desencadeadas pelo seu acúmulo. Por isso, é 
necessário 
que haja uma homeostase no metabolismo do ferro, e esta irá possibilitar a manutenção 
das funções celulares essências e ao mesmo tempo evitar possíveis danos teciduais. 
 
 
 
• HEMÓLISE 
 
Hemólise é o processo no qual ocorre o rompimento da membrana das hemácias e o 
consequente lançamento no meio de hemoglobina e outras substâncias. A hemólise 
pode ocorrer no corpo humano ou durante o processamento do sangue. Diz-se que a 
hemólise é in vivo ou in vitro quando ocorre no corpo ou fora do corpo, 
respectivamente. 
A hemólise in vivo pode causar sérios problemas de saúde, como a anemia hemolítica, 
uma doença caracterizada pela destruição precoce de hemácias. Icterícia e 
esplenomegalia são sinais dessa patologia, que pode ser hereditária ou adquirida. Em 
casos de hemólise grave, podem ser necessárias transfusões de sangue. 
A hemólise pode provocar um aumento da produção de eritropoetina, que age na 
medula e estimula a maturação dos eritroblastos. Isso faz com que reticulócitos 
(hemácias imaturas) sejam lançados no sangue e é por esse motivo que as anemias 
hemolíticas são também chamadas de hiperproliferativas. A hemólise também ocasiona 
um aumento da bilirrubina, o que pode provocar a formação de cálculos biliares. 
Além das anemias hemolíticas, outra doença relacionada com a hemólise é a 
eritroblastose fetal. Ela ocorre quando uma mãe Rh negativo tem um bebê Rh positivo. 
Durante a gestação ou durante o parto, a mãe pode ter contato com o sangue da 
criança e ficar sensibilizada, ocasionando problemas caso ela tenha outra gestação de 
um bebê Rh positivo. A mãe começa a produzir anticorpos, que poderão chegar até a 
circulação do feto durante a nova gestação e ocasionar aglutinação e hemólise. 
Quando a hemólise ocorre in vitro, é decorrente de procedimentos incorretos de coleta, 
processamento do material, transporte ou então armazenamento inadequado da 
amostra de sangue. Quando esses erros ocorrem, torna-se necessária uma nova 
coleta. A aplicação prolongada de torniquete e a transferência de sangue da seringa 
para o tubo sem retirar a agulha, por exemplo, pode ocasionar a hemólise. 
A hemólise in vitro pode influenciar no resultado de alguns exames. Pesquisas 
comprovam que pequenas taxas de hemólise podem reduzir os valores de exames de 
glicemia de jejum e alterar a atividade sérica de LDH. Sendo assim, é essencial que as 
coletas sejam feitas de maneira adequada para que a qualidade dos exames seja 
satisfatória. 
 
 
 
• ICTERICIA 
 
A icterícia, uma descoloração amarelada da pele e de outros órgãos, é uma das 
características da hiperbilirrubinemia, que se refere a um acúmulo excessivo de 
bilirrubina no sangue. 
A eliminação lenta ou ineficaz da bilirrubina resulta em algum grau de icterícia em cerca 
da metade dos recém-nascidos a termo e 90% dos recém-nascidos prematuros. 
Felizmente, a maioria dos recém nascidos a termo evita o acúmulo tóxico de bilirrubina 
porque tem locais de ligação com a albumina sérica adequados e produção hepática 
suficiente de glicuranil transferase. Fatores que podem aumentar o risco de 
hiperbilirrubinemia não-conjugada (um nível sérico elevado de bilirrubina não-
conjugada) incluem asfixia, estresse por frio (manutenção ineficaz do calor), 
hipoglicemia e ingestão materna de salicilatos. 
A excreção ineficaz de bilirrubina conjugada pode causar hiperbilirrubinemia conjugada 
(um nível sérico elevado de bilirrubina conjugada). Sempre anormal no recém-nascido, 
essa condição impõe uma avaliação. 
 
 
 
• ANEMIA 
 
Anemia é definida pela Organização Mundial de Saúde (OMS) como a condição na qual 
o conteúdo de hemoglobina no sangue está abaixo do normal como resultado da 
carência de um ou mais nutrientes essenciais, seja qual for a causa dessa deficiência. 
As anemias podem ser causadas por deficiência de vários nutrientes como ferro, zinco, 
vitamina B12 e proteínas. Porém, a anemia causada por deficiência de ferro, 
denominada Anemia Ferropriva, é muito mais comum que as demais (estima-se que 
90% das anemias sejam causadas por carência de Ferro). 
 
 
 
• POLICITEMIA 
 
A policitemia é caracterizada pelo número excessivo de células vermelhas no sangue, 
as hemácias, resultando em um aumento da viscosidade do sangue que faz com que 
este ande mais lentamente dentro das veias, podendo provocar dores de cabeça, 
tonturas e, até, infarto. 
Geralmente, a policitemia é diagnosticada num hemograma e pode ser dividida em: 
Policitemia primária: também conhecida como policitemia neonatal ou policitemia 
vera, acontece devido a alterações na produção de células sanguíneas pela medula; 
Policitemia secundária: é resultado de outras doenças, como tumores renais ou 
DPOC. 
A policitemia não tem cura, mas pode ser controlada com remédios e transfusões para 
diminuir a viscosidade do sangue e prevenir complicações, como AVC ou emboliapulmonar. 
 
 
 
• HEMOAGLUTINAÇÃO 
 
Alguns vírus, ou antígenos derivados de vírus, se adsorvem às hemácias através de 
receptores existentes na membrana destas. Como resultado, as hemácias aglutinam, 
sendo este 
fenômeno denominado de hemaglutinação. 
A reação de hemaglutinação pode ser usada para detecção ou identificação preliminar 
de vírus isolados de pacientes, pesquisando-se quais as hemácias que estes vírus 
aglutinam. Pode, também, ser usada para titular os vírus hemaglutinantes, 
determinando-se a mais alta diluição de vírus que ainda é capaz de aglutinar hemácias. 
 
 
 
• IMUNIDADE INATA 
 
A imunidade inata é a primeira linha de defesa do organismo, com a qual ele já nasce. 
É uma resposta rápida, não específica e limitada aos estímulos estranhos ao corpo. É 
representada por barreiras físicas, químicas e biológicas, células e moléculas, 
presentes em todos os indivíduos. 
 
Os principais componentes da imunidade inata são: 
 
1. Barreiras físicas e mecânicas: Retardam/impedem a entrada de moléculas e 
agentes infecciosos (pele, trato respiratório, membranas, mucosas, fluidos 
corporais, tosse, espirro). 
2. Barreiras fisiológicas: Inibem/eliminam o crescimento de microrganismos 
patogênicos devido à temperatura corporal e à acidez do trato gastrointestinal; 
rompem as paredes celulares e lisam (rompem) células patogênicas através de 
mediadores químicos (lisozimas, interferon, sistema complemento); 
3. Barreiras celulares: Endocitam/fagocitam as partículas e microrganismos 
estranhos, eliminando-os (linfócitos natural killer e leucócitos fagocíticos – 
neutrófilos, monócitos e macrófagos); 
4. Barreira inflamatória: Reação a infecções com danos tecidulares; induzem 
células fagocitárias para a área afetada. 
A resposta imune inata é capaz de prevenir e controlar diversas infecções, e ainda pode 
otimizar as respostas imunes adaptativas contra diferentes tipos de microrganismos. É 
a imunidade inata que avisa sobre a presença de uma infecção, acionando assim os 
mecanismos de imunidade adaptativa contra os microrganismos causadores de 
doenças que conseguem ultrapassar as defesas imunitárias inatas. 
 
 
 
• IMUNIDADE ADQUIRIDA 
 
A imunidade adquirida ou adaptativa é ativada pelo contato com agentes infecciosos e 
sua resposta à infecção aumenta em magnitude a cada exposição sucessiva ao mesmo 
invasor. Existem dois tipos de imunidade adquirida: a imunidade humoral e a imunidade 
celular. A imunidade humoral gera uma resposta mediada por moléculas no sangue e 
nas secreções da mucosa, chamadas de anticorpos, produzidos pelos linfócitos B, 
sendo o principal mecanismo de defesa contra microrganismos extracelulares e suas 
toxinas. Os anticorpos reconhecem os antígenos (qualquer partícula estranha ao 
corpo), neutralizam a infecção e eliminam estes antígenos por variados mecanismos 
efetores. Por sua vez, a imunidade celular gera resposta mediada pelos linfócitos T. 
Quando microrganismos intracelulares, como os vírus e algumas bactérias, sobrevivem 
e proliferam dentro das células hospedeiras, estando inacessíveis para os anticorpos 
circulantes, as células T promovem a destruição do microrganismo ou a morte das 
células infectadas, para eliminar a infecção. 
 
A imunidade adquirida ainda pode ser classificada em imunidade ativa e imunidade 
passiva. A imunidade ativa é aquela que é induzida pela exposição a um antígeno. 
Assim, o indivíduo imunizado tem um papel ativo na resposta ao antígeno. A imunidade 
ativa pode ser natural, quando adquirida através de doença, ou passiva, quando 
adquirida por meio de vacinas. A imunidade passiva é a imunização por meio da 
transferência de anticorpos específicos de um indivíduo imunizado para um não-
imunizado. A imunidade passiva é chamada de natural, quando acontece, por exemplo, 
através da transferência de anticorpos maternais para o feto; é artificial quando há a 
passagem de anticorpos prontos, como num soro anti-ofídico (contra veneno de 
serpentes). 
A resposta imune adquirida, mediada pelos linfócitos B e T, apresenta uma série de 
propriedades que administram a resposta destes. São elas: 
 
1. Especificidade: o sistema imunológico reconhece os diversos antígenos e 
produz uma resposta imunológica específica para cada um deles. 
2. Diversidade: o sistema imune é capaz de reconhecer milhares de antígenos 
diferentes e produzir uma resposta adequada para cada um deles. 
3. Memória imunológica: a exposição do sistema imunológico a antígenos faz 
aumentar sua habilidade em responder a esse mesmo antígeno novamente. As 
respostas subsequentes ao mesmo antígeno são normalmente mais rápidas, 
maiores e qualitativamente diferentes da primeira. Uma vez produzidas, as 
células de memória têm vida longa e são capazes de reconhecer esse antígeno 
por anos. 
4. Especialização: o sistema imune responde por vias distintas a diferentes 
antígenos, maximizando a eficiência dos mecanismos de defesa. Assim, os 
linfócitos B e T se especializam entre as diferentes classes de microrganismos 
ou pelos diferentes estágios da infecção do mesmo microrganismo. 
5. Discriminação ou Auto-tolerância: capacidade de reagir que os linfócitos B e T 
apresentam contra moléculas estranhas, mas não apresentam contra suas 
próprias moléculas. 
6. Auto-limitação da resposta: as células B e T ativadas produzem moléculas que 
auxiliam o término da resposta imune. Para B são as imunoglobulinas G4 (IgG4) 
e para T são as interleucinas 4 e 10 (IL-4 e IL-10). 
 
 
 
• FAGOCITOSE: 
 
Fagocitose é o englobamento e digestão de partículas sólidas e micro-organismos por 
fagócitos ou células ameboides. Consiste também em processo de alimentação de 
muitos protozoários unicelulares - onde a partícula englobada pela célula, através da 
expansão da membrana plasmática, é envolvida num vacúolo digestivo, a partir do qual 
a matéria digerida passa depois para o citoplasma. No seres humanos a fagocitose esta 
ligada diretamente ao processo imunológico. 
Na corrente sanguínea ocorre quando o sistema imunológico identifica um corpo 
estranho que será englobado e digerido pelos leucócitos. Um grande aumento de 
leucócitos no sangue indica processo infeccioso. 
 
 
 
• LEUCOCITOSE 
 
A leucocitose é o aumento do número de leucócitos (glóbulos brancos) no sangue. 
Pode ser causada pela presença de infecção no organismo, por situações como 
exercícios físicos, gestação ou ainda leucemias. 
Os leucócitos são responsáveis pela resposta do organismo a agentes causadores de 
doenças ou a situações de esforço físico e estressantes. São divididos em neutrófilos, 
eosinófilos, basófilos, linfócitos e monócitos. O seu aumento no sangue, acima de 
11.500 por milímetro cúbico de sangue, é considerado uma leucocitose. Porém, a 
causa depende das suas características e do tipo de leucócito aumentado. 
 
 
 
• LEUCOPENIA 
 
Leucopenia (leuco=branco; penia=diminuição) é a redução global do número dos 
glóbulos brancos no sangue, chamados leucócitos. O mais frequente é que a 
leucopenia surja devido a uma linfopenia ou neutropenia. As taxas globais de leucócitos 
para homens adultos normais estão entre 4.500 e 11.000 por milímetro cúbico do 
sangue. Considera-se que há leucopenia quando a pessoa apresenta menos de 4.500 
leucócitos por milímetro cúbico de sangue. A leucopenia não é uma doença, mas a 
manifestação hematológica de algum transtorno orgânico, crônico ou transitório. A 
leucocitose (aumento de glóbulos brancos além do normal) é mais frequente que a 
leucopenia. Uma pseudoleucopenia pode ocorrer em fases iniciais das infecções, que 
depois se reverte numa leucocitose. 
 
 
 
• IMUNIDADE HUMORAL 
 
Imunidade humoral é uma subdivisão da imunidade adquirida onde a resposta 
imunológica é realizada por moléculas existentes no sangue, denominadas de 
anticorpos, diferente da imunidade mediada por células,que são realizadas pelos 
linfócitos T e B. 
É importante no combate a organismos extracelulares e pode ainda haver participação 
de mastócitos/basófilos, com eliminação de grânulos contendo substâncias com 
atividade microbicida. 
 
Tipos de Imunidade humoral: 
 
Ativa natural: adquirida através de doença clínica ou sub-clínica 
 
Ativa artificial: adquirida por meio de vacinas 
 
Passiva natural: passagem de IgG por meio da placenta (congenita) 
 
Passiva artificial: passagem de anticorpos prontos (Ex. soro antitetanico) 
 
 
 
• IMUNIDADE CELULAR 
 
IMUNIDADE CELULAR é a Imunidade mediada por células chamadas linfócitos T (cuja 
maturação se produz no timo) que tem como função eliminar os antigénios 
(microorganismos intracelulares), tais como vírus e algumas bactérias, que sobrevivem 
e proliferam dentro dos fagócitos e de outras células do hospedeiro, onde ficam 
inacessíveis aos anticorpos circulantes. 
Os mecanismos fisiológicos da imunidade celular são complexos, implicando uma rede 
de células com funções especializadas (monócitos, linfócitos) e de mensageiros 
químicos (citoquinas, linfoquinas), que promove a destruição dos microorganismos nos 
fagócitos ou a lise das células infectadas. 
 
 
 
• RESPOSTA IMUNOLÓGICA 
 
O sistema imunológico, também chamado de imune ou imunitário, é o conjunto de 
células, tecidos, órgãos e moléculas responsáveis pela retirada de agentes ou 
moléculas estranhas do organismo de todos os seres vivos, com a finalidade de manter 
a homeostasia dinâmica do organismo. O funcionamento do sistema imune consiste na 
resposta coletiva e coordenada das células e moléculas diante dos agentes estranhos; 
isto caracteriza a resposta imune. 
 
 
 
• IMUNIDADE ATIVA 
A imunização ativa ocorre quando o próprio sistema imune do indivíduo, ao entrar em 
contato com uma substância estranha ao organismo, responde produzindo anticorpos e 
células imunes (linfócitos T). Esse tipo de imunidade geralmente dura por vários anos, 
às vezes, por toda uma vida. Os dois meios de se adquirir imunidade ativa são 
contraindo uma doença infecciosa e a vacinação. 
 
 
• IMUNIDADE PASSIVA 
 
A imunização passiva é obtida pela transferência ao indivíduo de anticorpos produzidos 
por um animal ou outro ser humano. Esse tipo de imunidade produz uma rápida e 
eficiente proteção, que, contudo, é temporária, durando em média poucas semanas ou 
meses. A imunidade passiva natural é o tipo mais comum de imunidade passiva, sendo 
caracterizada pela passagem de anticorpos da mãe para o feto através da placenta e 
também pelo leite. Essa transferência de anticorpos ocorre nos últimos 2 meses de 
gestação, de modo a conferir uma boa imunidade à criança durante seu primeiro ano de 
vida. A imunidade passiva artificial pode ser adquirida sob três formas principais: a 
imunoglobulina humana combinada, a imunoglobulina humana hiperimune e o soro 
heterólogo. A transfusão de sangue é uma outra forma de se adquirir imunidade 
passiva, já que, virtualmente, todos os tipos de produtos sanguíneos (i.e. sangue total, 
plasma, concentrado de hemácias, concentrado de plaquetas, etc) contêm anticorpos. 
 
 
 
• PLAQUETAS 
 
Uma plaqueta sanguínea ou trombócito é uma componente do sangue cuja função 
(junto com os fatores de coagulação) é a de parar sangramentos aglomerando-se e 
formando coágulos em lesões nos vasos sanguíneos. Plaquetas não têm núcleos: são 
fragmentos de citoplasma derivados de Megacariócitos da medula óssea, que entram 
em circulação. Plaquetas são somente encontradas em mamíferos, sendo que em 
outros animais (como aves ou anfíbios), trombócitos circulam como células 
mononucleadas intactaste. 
Uma pessoa normal tem entre 150.000 e 450.000 plaquetas por milímetro cúbico de 
sangue. Sua diminuição ou disfunção pode levar a sangramentos, assim como seu 
aumento pode aumentar o risco de trombose. 
 
 
 
• TROMBOCITOPENIA 
 
Trombocitopenia ou plaquetopenia é a redução do número de plaquetas no sangue, ao 
contrário do que ocorre na trombocitose. Quando a quantidade de plaquetas no sangue 
é inferior a 150.000/mm³, diz-se que o indivíduo apresenta trombocitopenia. Pacientes 
com trombocitopenia possuem maior tendência a apresentar fenômenos hemorrágicos 
(hemorragias), a depender da causa da trombocitopenia e do número total de 
plaquetas. 
 
 
 
• FATORES DE COAGULAÇÃO 
 
Os fatores da coagulação são proteínas circulantes do sangue, atuando como enzimas, 
mas que normalmente encontram-se inativas. Todo o processo desencadeado por 
estes fatores da coagulação depende da ativação de um fator para ativação do 
seguinte, por isso, este processo também é denominado de cascata da coagulação. 
 
Os fatores da coagulação foram denominados através da utilização de números 
romanos, indicadores da ordem na qual foram descobertos pela ciência, sendo que não 
há o fator VI, pois algum tempo depois da descoberta deste, foi verificado que ele na 
verdade se tratava do fator V ativado. 
O desencadeamento destes fatores da coagulação pode ocorrer por duas vias, à 
intrínseca e a extrínseca, as quais posteriormente se encontram na via comum. 
A via intrínseca, ou sistema intrínseco, da coagulação é estimulado pelo contato entre o 
sangue e o colágeno subendotelial ou um corpo estranho, ela é desencadeada pelo 
contato do fator XII com algo que não corresponda a parede de um vaso sanguíneo, por 
exemplo, colágeno, metal ou vidro, os quais possuem a superfície negativamente 
carregada. 
 
 
 
• MECANISMO DE COAGULAÇÃO GERAL 
 
Segundo o modelo clássico da coagulação sanguínea proposto em 1964, inicialmente 
as plaquetas liberam uma enzima denominada tromboplastina no local lesionado. Esta, 
por sua vez, juntamente a íons de cálcio, transforma a enzima protrombina em 
trombina, que é uma enzima proteolítica que transforma o fibrinogênio em monômeros 
de fibrina através da remoção de alguns peptídios. Esses monômeros polimerizam-se e 
formam os fios de fibrina. Por fim, é formada uma rede a partir desses fios, onde ficam 
aprisionados as células do sangue, plaquetas e o plasma, constituindo o coágulo. 
 
 
 
• VIA INTRÍNSECA / EXTRÍNSECA 
 
Com um processo bastante complexo, a coagulação sanguínea pode acontecer por via 
intrínseca, que ocorre no interior dos vasos sanguíneos, ou por via extrínseca, quando 
o sangue extravasa dos vasos para os tecidos conjuntivos. 
 
O processo por via intrínseca inicia-se quando o sangue entra em contato com regiões 
da parede do vaso com alguma lesão. Suas reações ativam o fator X que, na presença 
dos fosfolípides liberados pelas plaquetas e de cálcio, catalisa a transformação de 
protombina em trombina, que catalisará a conversão do fibriogênio em fibrina. 
 
Por via extrínseca a tromboplastina é lançada pelos tecidos lesados e, junto com o fator 
VII e o cálcio, ativa o fator X que, catalisando a transformação da protombina em 
trombina. A última etapa do processo é idêntica ao que ocorre por via intrínseca. 
 
 
 
• PPT 
 
 
As proteínas plasmáticas totais ou PPT referem-se a todas as proteínas do plasma, que 
são compostas pela albumina e pelas globulinas. As determinações das proteínas 
plasmáticas totais em acompanhamento ao hemograma são úteis para avaliação dos 
líquidos e eletrólitos, e ainda no diagnóstico de anemia. 
 
 
 
• ALBUMINA 
 
A albumina é uma proteína intrínseca – ou seja, produzida pelo nosso corpo – que 
compõe grande parte do plasma sanguíneo (ela consiste em 70% dos elementos 
“sólidos” dele) e é essencial para o funcionamento do organismo. Ela é produzida pelo 
fígado e exerce diversas funções que asseguram o bom funcionamento do corpo. 
Grande parte de sua função é atuar como uma “carregadora” de substâncias, se 
ligando a compostos hidrofóbicos – que não se ligam facilmente com a água – e 
colaborando para que eles sejam transportados pela correntesanguínea. 
Além disso, a albumina também carrega essas moléculas para dentro e fora dos 
tecidos, e sem ela essa atividade não seria possível. Outra importante atividade da 
albumina é assegurar que o equilíbrio de água entre os tecidos e o sangue seja 
adequado. 
Quando ela diminui, a água presente nos vasos sanguíneos extravasa para as células 
em contato com esses vasos, causando um edema generalizado. É por isso que nas 
doenças crônicas que cursam com a hipoalbuminemia o portador está sempre inchado. 
Ainda, ela está relacionada com os processos de coagulação sanguínea. Quando ela 
está em falta, então, podem ocorrer eventos hemorrágicos, dificuldade na cicatrização 
de lesões e até um aumento do volume do ciclo da menstruação nas mulheres. 
 
 
 
• IMUNOGLOBULINA 
 
Anticorpos (Ac), imunoglobulinas (Ig) ou gamaglobulinas,[1] são glicoproteínas 
sintetizadas e excretadas por células plasmáticas derivadas dos linfócitos B, os 
plasmócitos, presentes no plasma, tecidos e secreções, que atacam proteínas 
estranhas ao corpo, chamadas de antígenos, realizando assim a defesa do organismo 
(imunidade humoral). Depois que o sistema imunológico entra em contato com um 
antígeno (proveniente de bactérias, fungos, etc.), são produzidos anticorpos específicos 
contra ele. 
Há cinco classes de imunoglobulina com função de anticorpo: IgA, IgD, IgE, IgG e IgM. 
Os diferentes tipos se diferenciam pela suas propriedades biológicas, localizações 
funcionais e habilidade para lidar com diferentes antígenos. 
As principais ações dos anticorpos são a neutralização de toxinas, recobrimento de 
antígenos, destruição celular e fagocitose auxiliada pelo sistema complemento. 
• VITAMINA K 
 
 
A vitamina K, ou vitamina anti-hemorrágica, denota um grupo de compostos lipofílicos 
derivados do isopreno. Em 1929, Henrik Dam verificou o desenvolvimento de 
hemorragia subcutânea e anemia em galinhas submetidas a alimentação livre de 
lipídios. Posteriormente, constatou-se que a condição destes animais poderia ser 
revertida pela oferta de extratos de fígado e vários tecidos de plantas, nos quais 
identificou-se uma substância anti-hemorrágica solúvel presente em lipídeos. Em 1939, 
as formas de ocorrência natural da vitamina foram isoladas da alfafa e da farinha de 
peixe podre. As formas naturais de vitamina K são a filoquinona ou vitamina K1 (2-metil-
3-fitil-1,4-naftoquinona), encontradas em hortaliças e óleos vegetais, e as 
menaquinonas ou vitamina K2, maioritariamente sintetizadas por bactérias. As 
menaquinonas pertencem a uma família de compostos com cadeias laterais de isoprenil 
(constituindo grupo fitíl) de diversos tamanhos. Essas vitaminas são designadas MK-n, 
onde “n” representa o número de resíduos isoprenóides na cadeia lateral. As 
menaquinonas naturais variam de MK-4 a MK-13. A forma MK-4 é a mais comumente 
encontrada nos tecidos animais, pois também é produzida a partir da filoquinona no 
organismo ou ainda da menadiona ou vitamina K3 (2-metil-1,4 naftoquinona), a forma 
sintética deste micronutriente .

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