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17/08/2017 1 Síntese de Hemoglobina - Estrutura - Função - Tipos - Destruição das Hemácias Prof° Dr. Marcos André Cavalcanti Bezerra Prof° Adjunto IV da UFPE / Pesquisador HEMOPE Centro de Biociências macbezerra.ufpe@gmail.com Hemoglobina Substância com peso molecular de 64.500 daltons. Sua molécula é um tetrâmero e cada subunidade compõem- se de uma cadeia polipeptídica, a globina, e um grupo prostético, o heme, um pigmento contendo ferro que se combina com oxigênio e confere a molécula sua capacidade de transportar oxigênio. Função: transporte de O2 dos pulmões para os tecidos e parte do CO2 e prótons dos tecidos para os pulmões. Diferentes Níveis de Estrutura a Molécula da Hb • Estrutura Primária: Sequência de aminoácidos na cadeia de globina, determinados pela ordem das bases nitrogenadas (A, C, T, G) no DNA. • Estrutura Secundária: A sequência em que estes aminoácidos estão dispostos na cadeia de globina determina que ela assuma uma conformação helicoidal (denominada -hélice), que transforma aquilo que seria uma estrutura linear em uma espiral. • Estrutura Terciária: Ennovelamento da -hélice formando uma estrutura globular, delimitando a bolsa do heme e deixando os aminoácidos polares na superfície. • Estrutura Quaternária: Associação de um par de cadeias -símiles e um par de cadeias β-símiles, formando um tetrâmero e delimitando uma cavidade central onde se aloja o 2,3 DPG. Estrutura Terciária da Cadeia de Globina A molécula de hemoglobina b b Sítios de Ligação O2 (Grupo Heme) Síntese da Hemoglobina Durante a eritropoese: • Início: Proeritroblastos • maior quantidade: eritroblastos basófilos eritroblastos policromáticos eritroblastos ortocromáticos • reticulócitos: 10 - 20 % • hemácia madura - não há síntese • heme e globina sintetizados separadamente 17/08/2017 3 Síntese da Hemoglobina Transferrina Fe Ferritina Mitocôndria Ribossomos Aminoácidos Cadeias e b Globinas 2 b2 Hemoglobina Coproporfirinogênio Porfobilinogênio Uroporfirinogênio Glicina + B6 Succinil CoA Fe Heme (x4) dALA Protoporfirina + Síntese de Hemoglobina • Processa-se no citoplasma do eritroblasto, após ter lugar à formação do heme e das cadeias de globina; • O heme é sintetizado ao nível da mitocôndria, enquanto as cadeias de globina se formam em ribossomos específicos do citoplasma. Controle genético da Hb normal • As diferenças existentes entre as Hb sintetizadas durante o desenvolvimento do indivíduo servem para preencher as diferentes necessidades de oxigênio dessas diversas fases. • No início da vida embrionária e durante a vida fetal, há tipos de Hb que desaparecem após o nascimento. • Na espécie humana, as primeiras moléculas de Hb embrionárias são produzidas no saco vitelínico, precedendo o desenvolvimento da circulação sanguínea estabelecendo as trocas gasosas que são realizadas através da placenta. • Entretanto, na maior parte da vida fetal, o feto obtém oxigênio através da circulação materna devido a intima cooperação entre os vasos maternos fetais da placenta. Ontogenia das Hemoglobinas É o Estudo Evolutivo das Hemoglobinas Humanas Relacionado à Fase do Desenvolvimento e à Fisiologia de Oxigenação Específica para os Períodos Embrionário, Fetal e Pós-Nascimento. Genes Globinícos 17/08/2017 4 Gene da Globina Controle genético da síntese de cadeias globínicas e Ag b Gg d 5’ 3’ Cromossomo 16 z 2 1 5’ 3’ Cromossomo 11 Cluster de genes beta Cluster de genes alfa Ontogenia das cadeias globínicas Megaloblasto Macrócito Normócito Fígado Medula Óssea Saco Vitelínico Fase medular Fase visceral Fase mesenquimal 2 6 9 12 18 24 50 40 30 20 10 Vida pré-natal (semanas) Vida pós-natal (semanas) 30 38 6 12 18 24 28 34 48 LO C A L E T IP O D E E R IT R O PO IE S E T O T A L D A S ÍN T E S E D E G LO B IN A S ( % ) b b g d g d 42 e z 2 1 Cromossomo 16 5’ 3’ Cromossomo 11 e Ag b Gg d 5’ 3’ Embrionária Fetal Adulto Expressão das cadeias globínicas Concentração das hemoglobinas embrionárias, Fetal, A, e A2 no período do desenvolvimento embrionário, fetal e 6 meses após o nascimento Período Hemoglobina Concentração Embrionário (3ª a 8ª semana) Gower-1 (z2e2) Portland (z2 g2) Gower-2 (2e2) 20-40% 5-20% 10-20% Fetal (Por volta da 5ª semana) Fetal (2g 2) A (2b 2) A2 (2d2) 90-100% 5-10% Traços Pós-nascimento (acima de 6 meses) A (2b 2) A2 (2d2) Fetal (2g2) 96-98% 2-3,5% 0-2,0% Eletroforese de Hb embrionárias AA Embrião SS A F S + - 17/08/2017 5 Eletroforese de Hb em RN e adulto + - RN Após RN Hb AF 6mês Hb AFC A F A2-C Eletroforese de Hemoglobina em Adulto + - Após 6º mês A F A2 Síntese de Hemoglobina b d g 2g2 Hb Fetal = 0 - 1% 2d2 2b2 Hb A = 96 - 98% Hb A2 = 2,0 - 3,5% Genes Relacionados a Síntese de Hemoglobina Genes do Cromossomo 11 RCG e g d b RCG z 2 1 Genes do Cromossomo 16 Controle no Cromossomo 11 R C G e g d b EMBRIÃO FETO PÓS-NASCIMENTO PÓS-NASCIMENTO RNA Polimerase do Gene Beta Os genes RCG contém proteínas específicas (RNA polimerase) para cada um dos genes e, g, d, e b, e atuam respectivamente nas fases embrionárias (até se esgotar a RNA polimerase para e), fase fetal (até se esgotar a RNA polimerase para g), e pós- nascimento nos genes b e d, até o fim da vida 17/08/2017 6 Controle no Cromossomo 16 RCG z 2 1 FETO E PÓS-NASCIMENTO PÓS-NASCIMENTO EMBRIÃO RNA Polimerase do Gene Alfa Os genes RCG também são específicos para cada um dos genes alfa: z (embrionário), 1 (fetal e pós-nascimento), 2 (pós- nascimento). Degradação da Hb • Esgotamento metabólico e diminuição da oxigenação da Hb; • Alterações degenerativas; • São removidos pelo sistema monocítico-macrofágico (baço, fígado e MO) Destruição Extravascular dos Eritrócitos DEGRADAÇÃO DA HEMOGLOBINA Ferro Reaproveitado Grupo Heme Biliverdina Excreção pelas fezes e urina Globina Aminoácidos Reaproveitados Bilirrubina Indireta Bilirrubina livre (não conjugada) Bilirrubina Direta Transportada ao fígado (bilirrubina conjugada) Transformação em glicoronídeos Processo Fisiológico Eritrocitário Normal • Um mesmo eritrócito contém de 250 a 320 milhões de moléculas de Hb. • Cada eritrócito se satura com oxigênio em seu nível máximo de 96% ao passar pelos pulmões. • Ao distribuir o oxigênio para os tecidos ele doa 1/3 desse oxigênio. 17/08/2017 7 Eritrócitos na Circulação (120 dias de vida, 27 a 32 pg de Hb) Processo Fisiológico Eritrocitário Normal O mesmo eritrócito do sangue venoso pode conter Hb oxigenada (oxi-Hb) e Hemoglobina desoxigenada (desoxi-Hb) 2,3 Difosfoglicerato • A reação entre Hemoglobina e o 2,3 DPG pode ser considerada como se segue: Hb O2 +2,3-DPG Hb DPG + O2 • Um aumento no nível de 2,3 DPG na hemácia aumenta a quantidade de oxigênio liberadapela hemoglobina em uma dada pressão parcial de oxigênio, isto é, o 2,3 DPG desvia a curva de dissociação do oxigênio para a direita. Principais Alterações na Síntese de Hemoglobina ADQUIRIDAS: • Deficiência de Ferro • Deficiência de Folato e B12 HEREDITÁRIAS: • Mutações de aminoácidos com formação de Hb variantes • Mutações na regulação quantitativa de globinas alfa (talassemia alfa) e de globinas beta (talassemia beta) Determinação do Hematócrito Laboratório Central (LABCEN) do CCB / UFPE UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO CENTRO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS CURSO DE BIOMEDICINA Biomedicina 5ºP (BR256) Prof° Dr. Marcos André C. Bezerra Prof° Dr. Anttonio Roberto L. de Araújo Determinação do Hematócrito • Hematócrito (Ht ou Hct) é o volume da massa eritrocitária expressa em porcentagem (ou fração decimal). O hematócrito pode ser determinado por tecnologia automática ou manual. 17/08/2017 8 Determinação do Hematócrito Aparelhos para Determinação do Hematócrito 1- Microcentrífuga • A determinação manual é baseada no empacotamento das hemácias; • O Ht obtido por microcentrifugação: micro-hematócrito, (embora aceito) é em geral mais elevado (1 a 3 pontos percentuais a mais) em função da retenção plasmática entre a massa centrifugada; • Ocorre diminuição do Ht quando o anticoagulante EDTA está em excesso, pois este excesso desidrata os eritrócitos com conseqüente diminuição da massa eritrocitária diminuindo portanto o Ht. Determinação do Micro-Hematócrito • Amostra: sangue total em tubo contendo EDTA. • 1- Colocar o tubo capilar dentro do tubo contendo a amostra e deixar que o sangue penetre e preencha até aproximadamente 80% do tubo • 2- Preencher a parte vazia restante vedando-a com massa de modelar (de preferência de cor clara a fim de diferenciar do vermelho do sangue). Determinação do Micro-Hematócrito Determinação do Micro-Hematócrito 17/08/2017 9 Determinação do Micro-Hematócrito • 3 - Colocar o capilar na microcentrifuga e centrifugar por 5-10 min a 10.000 -12.000 rpm. Determinação do Micro-Hematócrito Microcentrifuga Hematócrito - Método Manual Microcentrifugação centrifugação 11.000 rpm 3 a 5 minutos Tubo capilar Comp: 75mm Diâmetro: 1mm Retenção de plasma entre os eritrócitos Determinação do Micro-Hematócrito • 4- Realizar leitura através de um escala lendo de baixo para cima o volume correspondente à massa eritrocitária e expressar o resultado em porcentagem. Hematócrito 17/08/2017 10 Hematócrito Causas de Erro • 1- Excesso de EDTA. • 2- Coagulação da amostra ou sangue hemolisado. • 3- Microcentrífugas com rotações alteradas. • 4- Leitura incorreta dos resultados Aparelhos para Determinação do Hematócrito 2- Contadores eletrônicos • Nos contadores eletrônicos o Ht é obtido pelo aparelho através da multiplicação dos eritrócitos pelo VCM (Volume Corpuscular Médio). • Ht = no de hemácias (x 106/l) x VCM (fl) 10 Aparelhos para Determinação do Hematócrito 2- Contadores eletrônicos • Como o hematócrito foi originado por técnicas tradicionais para permitir o cálculo do VCM; nestas circunstâncias (através de contadores eletrônicos), ele é preciso e contextual, porém inútil para o tradicional objetivo. 17/08/2017 11 Valores de Referências do Hematócrito em Diferentes Faixas Etárias 1 dia 48 a 68% 3 dias 46 a 66% 15 dias 44 a 60% 3 meses 33 a 41% 6 meses 31 a 39% 1 a 2 anos 32 a 40% 5 anos 33 a 41% 10 anos 35 a 43% Masculino 39 a 53% Feminino 35 a 47% Crianças: Adultos Observação • Ht abaixo dos valores referenciais encontra-se: nas anemias, hemorragias agudas, gravidez • Ht acima dos valores referenciais encontra-se: nas poliglobulias, queimaduras, desidratação Dosagem de Hemoglobina Prof° Dr. Marcos André Cavalcanti Bezerra Prof° Adjunto III da UFPE / Pesquisador HEMOPE Centro de Ciências Biológicas macbezerra.ufpe@gmail.com Dosagem de Hemoglobina • A determinação da concentração de Hb pelos métodos manual e automatizado baseia-se no mesmo princípio: - As células são lisadas e todas as formas de Hb são convertidas em cianometahemoglobina, que é um componente estável e mensurável pela determinação da absorbância a 540nm. - Diferente da medida do Ht, que é calculado na maioria dos equipamentos, a de Hb é feita diretamente, tornando essa medida o parâmentro de escolha para o diagnóstico de anemia. Dosagem de Hemoglobina Métodos Manuais e automatizados Princípio: determinação colorimétrica pelo método da Cianometahemoglobina Sulfa-Hb Hb-O2 Hb-CO2 Meta Hb CianometaHb Ferricianeto K+ Cianeto K+ Leitura espectrofotométrica – 540 nm Método Manual Princípio: Utiliza-se uma solução de ferricianeto (líquido de Drabkin), que converte o ferro da hemoglobina (ferroso) em férrico, formando metahemoglobina, que se combina com o cianeto de potássio para formar cianometahemoglobina, medida em espectrofotômetro a 540 nm. Obs.: Utiliza-se sempre um padrão cuja concentração de hemoglobina é conhecida Drabkin: solução de cianeto de potássio e ferrocianeto de potássio. 17/08/2017 12 Procedimento • Colocar 20 l de amostra de sangue total em 5 ml do líquido de Drabkin em tubo de ensaio (utilizar micropipeta e ponteira). • Limpar a parte externa da ponteira com papel absorvente: lavar três vezes o interior da ponteira, por aspiração e expulsão. • Agitar, aguardar pelo menos 5 minutos e determinar a absorbância em 540 nm, zerando o aparelho com o próprio líquido de Drabkin (branco). Cálculos • Hb (g/dL) = fc x absorbância da amostra • Fc = fator de correção • Fator de correção: obtido através da leitura da absorbância do padrão de hemoglobina, feito em triplicata. • Fc = concentração do padrão / média das absorbâncias do padrão Valores de referência • Homens 13,0 a 18,0 g/dL • Muheres 12,0 a 16,0 gdL Contagem de Leucócitos e de Hemácias Prof° Dr. Marcos André Cavalcanti Bezerra Prof° Adjunto III da UFPE / Pesquisador HEMOPE Centro de Ciências Biológicas macbezerra.ufpe@gmail.com CONTAGEM DE CÉLULAS Técnicas manuais -Baixo custo de reagentes e equipamentos -Muitas horas de trabalho Técnicas automatizadas - Grande capital - Rápida execução de amostras - Corpo técnico pequeno - Aumento da reprodutibilidade, precisão e exatidão - Maior segurança para o operador Contagem de Leucócitos • A contagem de leucócitos sem diferenciação é feita por contadores automáticos de células sanguíneas (tecnologia automática), ou por câmeras de contagem de glóbulos (tecnologia manual); • Com o advento de automação em hematologia, que já vem ocorrendo, cada vez mais a vários anos em grande número de laboratórios de análises clínicas, é cada vez mais raro, o número de laboratórios que fazem uso da Câmera de Neubauer para contagem de leucócitos. 17/08/2017 13 Câmera de Neubauer Contagem de Leucócitos pela Câmara de Neubauer • Técnica: 1- Pipetar 380l da solução diluente. 2- Acrescentar 20l de sangue. 3- Colocar sobre a câmara de Neubauer uma lamínula específica para a câmara. 4- Introduzir a amostra (sangue+solução diluente) entre a lamínula e acâmara de Neubauer. 5- Aguardar 1 min para os leucócitos depositarem. 6- Realizar a contagem através de microscopia óptica, utilizando objetiva de 10 ou 40 conforme necessidade. 7- Contar os leucócitos posicionados nos quadradinhos dos 4 campos do retículo de Neubauer. 8- O resultado da contagem será multiplicado por um fator, calculado de acordo com a diluição utilizada, sendo expresso por mm3. Líquido de Turk Líquido de Turk ácido acético glacial ..................................... 30ml água destilada (q.s.p).................................... 1000 ml 2 gotas de solução a 1% de azul de metileno Câmera de Neubauer 17/08/2017 14 Critérios para Contagem das Células Célula contada Célula não contada Métodos Manuais – Câmara de Neubauer Diluições utilizadas para a contagem de leucócitos Sangue Solução Diluente Proporção da diluição Fator de multiplicação 1 20l 180l 1:10 25 2 20l 380l 1:20 50 3 20l 780l 1:40 100 4 20l 1180l 1:60 150 Cuidados Obs: Nas acentuadas leucopenias utilizamos menos solução diluente a fim de concentrar mais os leucócitos objetivando maior facilidade na contagem e confiabilidade de resultados. Obs: Nas acentuadas leucocitoses fazemos o inverso, ou seja, aumentamos a diluição obtendo consequentemente maiores fatores de multiplicação facilitando a contagem com maior confiabilidade de resultados. Fórmula para Fator de Multiplicação FM = PC x PD CC PC = Profundidade da câmara (que passa ser uma constante igual a 10); PD = Proporção da diluição (este parâmetro varia com a diluição utilizada que em geralmente é de 1:20 ou 1:40 por satisfazer as contagens leucocitárias rotineiramente obtidas); CC = Campos contados (aqui também temos uma constante igual a 4, referente aos 4 campos laterais da câmara de Neubauer, contendo cada um 16 quadradinhos). Valores Referenciais da Contagem de Leucócitos Recém-nascidos 10.000 a 25.000/l 14 dias a 7 anos 6.000 a 16.000/l 8-18 anos 4.500 a 13.500/l 13-18 anos 4.500 a 12.000/l Acima 18 anos 4.000 a 11.000/l Diminuição abaixo dos valores de referência para as faixas etárias chama-se leucopenia. Aumento acima dos valores de referência para as faixas etárias chama-se leucocitose. Contagem Manual de Eritrócitos • Determinação do número de eritrócitos por mm3 (ou ml) de sangue, em um hemocitômetro (câmara de contagem específica), após diluição de amostra de sangue total com líquido diluidor apropriado. • A contagem é feita em 1/5 do quadrante central da câmara de Neubauer (H1 + H2+ H3 + H4 + H5), através de cálculos que incluem o fator de diluição utilizado e a área contada. 17/08/2017 15 Câmera de Neubauer Procedimento - 4 ml de líquido diluidor (líquido de Hayem) - 20 L de amostra (limpar cuidadosamente a parte externa da ponteira com papel absorvente) - transferir a amostra para o tubo com o líquido diluidor lavando a ponteira no líquido por sucessivas aspiração e expulsão da amostra. (diluição 1:200). - homogeneizar a amostra do tubo por inversão (cuidadosamente para não romper as hemácias). - encher a câmara de contagem e realizar a contagem; Área de contagem : 1/5 do quadrado central Aumento : 400x Diluentes Líquido de Dacie : citrato trissódico Líquido de Gower : sulfato de sódio Líquido de Hayen : bicloreto de mercúrio Fator de diluição: 1:200 Cálculo da contagem: Nº de eritrócitos/ mm3 = N / Vol x D Onde: N = número total de glóbulos vermelhos contados (H1 + H2+ H3 + H4 + H5) Volume = área x profundidade da câmara (0,2 mm2 x 0,1mm) = 0,02 mm3 D = diluição (1:200) Nº de eritrócitos/ mm3 = N / Vol x D N N ----------------- = ----------- = N X 10 000 / mm3 0,02 X 1/200 0,0001 Valores de referência: Homens 4 400 000 a 6 000 000 / mm3 Mulheres 3 900 000 a 5 400 000 / mm3 Contagem de Eritrócitos Manual Obs: Método que não deve mais ser utilizado, devido sua imprecisão. 17/08/2017 16 CELL DYN 3700 ABBOTT Contador Automático de Células IMPEDÂNCIA ELÉTRICA Princípio • Método baseado na determinação de mudanças na resistência elétrica que produzem pulsos elétricos mensuráveis. • O número de pulsos gerado é indicativo do número de partículas. • A amplitude de cada pulso é eletricamente proporcional ao volume da partícula. MÉTODOS AUTOMATIZADOS Contagem de Hemácias • A contagem de hemácias é comumente determinada pelos métodos de impedância ou de dispersão de luz; • Na contagem por impedância, descrita por Wallace Coulter em 1956, a amostra de sangue diluída em solução eletrolítica atravessa um pequeno orifício onde a corrente elétrica é mantida entre dois eletrodos; • Como a hemácia é má condutora de eletricidade, a sua passagem pela abertura aumenta a resistência elétrica e gera um pulso, que será maior ou menor dependendo do tamanho da célula. • O número de pulsos gerados determinará o número de hemácias na amostra, e a análise da amplitude dos pulsos fornecerá informações relativas ao tamanho da célula. Contagem de Hemácias • Pela técnica de dispersão de luz, a suspensão de células atravessa uma abertura em frente a uma fonte de luz; • Um fotomultiplicador converterá o sinal luminosos em impulso elétrico que será acumulado e contado; • As medidas da intensidade e do ângulo de dispersão da luz determinarão o tamanho da célula; • Ambas as tecnologias permitem que um grande numero de células seja rapidamente quantificadas, aumentando, assim, o nível de precisão da contagem. Técnica de dispersão de luz Impedância Elétrica Fentolitros N ° d e P u ls o s MÉTODOS AUTOMATIZADOS Hemograma:Eritrograma Prof° Dr. Marcos André Cavalcanti Bezerra Prof° Adjunto III da UFPE / Pesquisador HEMOPE Centro de Ciências Biológicas macbezerra.ufpe@gmail.com 17/08/2017 17 O Hemograma A análise do sangue periférico pretende responder a duas questões principais: 1. A MO está produzindo um número suficiente de células maduras de diferentes linhagens? 2. Os processos de proliferação, diferenciação e aquisição de funções de cada tipo celular estão se desenvolvendo de maneira adequada em todas as linhagens celulares? Grotto, HZW 2009 O Hemograma • Alterações nesses dois quesitos básicos estão relacionados com numerosas condições patológicas, e o hemograma tem como finalidade fornecer respostas a essas questões. • A diversidade de informações, embora em geral bastante inespecíficas, que o hemograma pode fornecer, torna esse exame subsidiário um dos mais solicitados nas práticas clínica e cirúrgica. Grotto, HZW 2009 Análise do Exame Hematológico - Hemograma Finalidade: avaliar quantitativamente e qualitativamente os diferentes componentes celulares do sangue. • Eritrograma • Leucograma • Plaquetas • Exame microscópico do esfregaço sanguíneo: análise qualitativa análises quantitativas Oxigenação dos tecidos Resposta imunológicaHemostasia Variações Fisiológicas Idade Sexo Raça Gravidez Exercícios Físicos Hemograma HEMOGRAMA Avaliação da quantidade e da morfologia das células sangüíneas Doenças hematológicas Processos Infecciosos e Inflamatórios Emergências médicas e cirúrgicas Quimioterapia e Radioterapia Doenças crônicas em geral Exame complementar para diagnóstico e acompanhamento Hemograma - Resultados auxiliam na identificação e no acompanhamento da evolução de uma variedade de doenças e no monitoramento da utilização de medicamentos. • Avaliação eritrocitária: processos anêmicos, policitêmicos e alterações de forma e tamanho das hemácias. • Avaliação leucocitária: processos inflamatórios, infecciosos, alérgicos, parasitários e leucêmicos. • Avaliação plaquetária: problemas na hemostasia (hemorragias, trombose). 17/08/2017 18 HEMOGRAMA - composição Eritrograma •Hemácias, Hemoglobina e Hematócrito •Indices Hematimétricos: VCM, HCM, CHCM e RDW •Morfologia eritrocitária Leucograma •Contagem de Leucócitos totais •Contagem diferencial de leucócitos • Relativa •Absoluta Contagem de Plaquetas Eritrograma Consiste dos métodos laboratoriais que determinam os parâmetros hematológicos da série vermelha no sangue periférico: contagem de eritrócitos, dosagem de hemoglobina, determinação do hematócrito, cálculo dos índices hematimétricos e análise da morfologia eritrocitária. • O eritrograma é o conjunto das análises que incluem contagem de eritrócitos, dosagem da hemoglobina, e determinação do hematócrito (ou micro-hematócrito). • Dessas análises obtêm-se os índices hematimétricos que são importantes na classificação laboratorial das anemias. • Os índices hematimétricos são três: VCM (volume corpuscular médio), HCM (hemoglobina corpuscular média) e o CHCM (concentração da hemoglobina corpuscular média). Eritrograma Índices Hematimétricos Volume Corpuscular Médio (VCM): Valor hematimétrico que corresponde ao volume corpuscular médio dos eritrócitos medido em fentolitros (fL). É um resultado da divisão do hematócrito pela contagem de eritrócitos. VCM: Ht(%) x 10 RBC (milhões/L) Os contadores automáticos, contam e medem, simultaneamente, os eritrócitos; os volumes corpusculares individuais são integrados, gerando um VCM, notavelmente reprodutível. Valores normais: 89 ± 9 fL Este índice classifica morfologicamente as anemias quanto ao volume em: microcítica, normocítica e macrocítica Hemoglobina Corpuscular Média (HCM): é um valor hematimétrico que corresponde a hemogobina média, sendo então, o total de hemoglobina no eritrócito) em média. Sua unidade é o pigograma (g x 10-12) e seu resultado é proveniente da divisão da hemoglobina pela contagem de eritrócitos. HCM: Hb (g/dL) x 10 RBC (milhões/L) Valores normais: 27-32 pg Índices Hematimétricos Concentração de Hemoglobina Corpuscular Média (CHCM): é um valor hematimetríco que corresponde a concentração de hemogobina média, ou seja, a média da concentração da hemoglobina nos eritrócitos obtida pela divisão do valor da hemoglobina pelo hematócrito. A unidade do CHCM é em percentagem. CHCM: Hb (g/dL) x 100 Ht(%) Valores normais: 31-35 % Este índice classifica morfologicamente as anemias com relação ao conteúdo hemoglobínico em: Normocrômica, hipocrômica e hipercrômica Índices Hematimétricos 17/08/2017 19 RDW (Índice de Anisocitose) • Com o emprego de contadores automáticos avançados, surgiram outros índices, dos quais o RDW (amplitude dos eritrócitos) tem sido útil para indicar alterações morfológicas dos eritrócitos, relacionados a variação no tamanho. • Na maioria desses aparelhos, o RDW representa o desvio padrão das medidas do tamanho do eritrócito, e em outros é obtido pelo coeficiente de variação (CV) do tamanho dessas células. Valores normais: 11,6 - 14,0% As fórmulas para obter esses índices são: VCM: Ht(%) x 10 CE (milhões/L) HCM: Hb (g/dL) x 10 CE (milhões/L) CHCM: Hb (g/dL) x 100 Ht(%) RDW: (Red Cell Distribution Width): amplitude de distribuição dos eritrócitos RDW: Indicativo de alteração de tamanho dos eritrócitos HEMOGRAMA ERITROGRAMA • Hemácias (milhões/uL) • Hemoglobina (g/dL) • Hematócrito (%) • Indices Hematimétricos • Volume corpuscular médio –VCM (fL) • Hemoglobina corpuscular média – HCM (pg) • Concentração de hemoglobina corpuscular média – CHCM (%) • RDW (%) • Morfologia eritrocitária -Tamanho -Coloração -Forma -Inclusões Plasma Buffy Coat Eritrócitos Contagem de Eritrócitos • Eritrócitos • Poliglobulia ou policitemia: aumento dos eritrócitos circulantes acima do número normal. 1. Relativa: hemocroncentração 2. Absoluta: produção aumentada • Eritropenia ou Hipoglobulia: diminuição dos eritrócitos circulantes. 1. Perda de sangue: anemia pós-hemorrágicas 2. Destruição exagerada de eritrócitos: anemias hemolíticas 3. Produção deficiente de eritrócitos: anemia por hipofunção ou insuficiência da MO. Homens 4,2 – 6,3 milhões/mm3 Mulheres 3,8 – 5,5 milhões/mm3 Dosagem de Hemoglobina Considera-se portador de anemia o indivíduo cuja dosagem de hemoglobina é inferior a: • 13 g/dl no homem adulto • 12 g/dl na mulher adulta • 11 g/dl na mulher grávida • 11 g/dl em crianças entre 6 meses e 6 anos • 12 g/dl em crianças entre 6 anos e 14 anos Vol. Normal Sg Total Vol. Normal Eritrócitos HEMOGRAMA ERITROGRAMA Policitemias Relativa Absoluta Anemias Absoluta Relativa ALTERAÇÕES PATOLÓGICAS DA SÉRIE VERMELHA 17/08/2017 20 Policitemia Aumento no volume corporal de eritrócitos circulantes Eritrocitose Aumento da concentração de eritrócitos determinada pela contagem do número de células, do hematócrito ou da hemoglobina. Wintrobe, 2004. Cap. 50 ERITROGRAMA Policitemia RELATIVA ABSOLUTA DESIDRATAÇÃO HIPERTENSÃO ESTRESSE PRIMÁRIA • Policitemia vera SECUNDÁRIA •Aumento fisiológico de EPO •Altitude, doença pulmonar e tabagismo… •Produção patológica de EPO •Tumores Wintrobe, 2004. Cap. 50 ERITROGRAMA Labcen 2013 Labcen 2013 Labcen 2013 Labcen 2013 17/08/2017 21 Labcen 2013 Contagem de Reticulócitos Contagem de Reticulócitos • Os reticulócitos são eritrócitos jovens, recém-liberados pela MO e que ainda contêm RNA ribossômico. • Pela exposição das células não fixadas a certos corantes, como a azul de cresil brilhante ou o novo azul de metileno, os ribossomos são precipitados e corados, aparecendo como um retículo; • Como as células ainda estavam vivas quando foram expostas ao corante, essa coloração é chamada de supravital. Contagem de Reticulócitos • A contagem de reticulócitos é uma técnica relativamente simples servindo para averiguar a velocidade de produção dos eritrócitos em resposta a anemias, sendo um parâmetro importante, servindo os valores relativos (expressos em percentagem) também de base para conversão em valores absolutos (expressos por milímetro cúbico) o qual reflete com mais fidedignidade a atividade eritropoética, em função de que nas anemias de um modo geral, a contagem em percentagem não é um parâmetro inteiramente confiável para averiguar a adequada resposta da MO.Finalidade do exame Técnica da contagem de reticulócitos manual - Coletar 5 ml de sangue em tubo com o anticoagulante EDTA; - Colocar 6 gotas de sangue em um tubo de hemólise; - Acrescentar 3 a 4 gotas de corante azul de cresil brilhante; - Colocar em banho-maria à 37ºC por 20 minutos; - Deixar esfriar e fazer uma lâmina de esfregaço; - Deixar os estiraços secar à temperatura ambiente e logo após realizar leitura microscópica com a objetiva de imersão; - Dividir o campo em quatro partes facilitando assim a contagem de eritrócitos. Técnica da contagem de reticulócitos manual - Em campos com distribuição eritrocitária uniforme, contar de preferência um quadrante dos quatro e multiplicar por quatro, para ter um campo de eritrócitos; - Proceder assim até contar 1.000 (mil) eritrócitos, o que em geral ocorre do quinto ao sétimo campo, contando simultaneamente em todos os campos os reticulócitos; - Realizar os cálculos através de uma regra de três simples, expressando o resultado em percentagem. Exemplo: 1.000 eritrócitos................................30 reticulócitos 100 eritrócitos.................................X reticulócitos 17/08/2017 22 Técnica da contagem de reticulócitos manual Obs: Para expressar o resultado por milímetro cúbico (valor absoluto), realizar a contagem global eritrocitária e aplicar a fórmula: Ret. / mm3 = % de reticulócitos x eritrócitos/mm3 100 Reticulócitos Contagem de Reticulócitos - Reflete o estado de atividade eritropoetico da MO; - Determinação das anemias hemolíticas e carenciais; - Avaliação da resposta ao tratamento. VN: 0,5 a 2,0% ou 25.000-75.000 mm3 Contagem de Reticulócitos Níveis de reticulócitos e anemia a) n0 de reticulócitos aumentado - hemólise - perda sanguínea aguda - resposta de uma medula “desnutrida” a uma terapêutica específica de reposição b) n0 de reticulócitos diminuído - doença grave da MO (aplasia, leucemia, linfomas, SMD, EPO) - depressão temporária da eritropoese (agente infeccioso, drogas, toxinas). Hematócrito Tempo de Maturação > 40 % 1,0 dia 30-40 % 1,5 dias 20-30 % 2,0 dias < 20 % 2,5 dias Classificação CINÉTICA das Anemias IPR = Reticulócitos (%) x Hematócrito (%) tempo de maturação 45 (%) ÍNDICE DE PRODUÇÃO DE RETICULÓCITOS Contagem relativa: 0,5 a 2,0% Contagem absoluta: 25.000-75.000/µL Classificação CINÉTICA das Anemias Anemias Hemolíticas Perda Sangüínea Aguda IPR > 2,0 HIPERproliferativas Anemia Carencial Tratada HIPOproliferativas IPR < 2,0 Eritropoese Insuficiente Eritropoese Ineficaz Deficiência de Ferro Deficiência de Eritropoetina Comprometimento Medular Anemia Megaloblástica Talassemia 17/08/2017 23 Leucograma • Leucócitos circulantes no sangue periférico: - Neutrófilos, eosinófilos, basófilos, monócitos e linfócitos • Leucocitose: número total de leucócitos acima do limite superior normal (> 11.000 mm3) • Leucopenia: número total de leucócitos abaixo do limite inferior normal (< 4.000 mm3) • Neutrofilia, neutropenia, eosinofilia, eosinopenia, basofilia, basopenia, monocitose, monocitopenia, linfocitose e linfocitopenia. Contagem de Plaquetas • Plaquetas: 150.000 – 450.000 mm3 • Trombofilia (trombocitose ou plaquetose): número de plaquetas aumentado. 1. Aumento da produção: após hemorragias ou doença mieloproliferativa crônica (trombocitemia essencial; LMC) 2. Diminuição da destruição: após a esplenectomia • Trombocitopenia: diminuição das plaquetas circulantes 1. Menor produção: hipofunção ou insuficiência da MO 2. Maior destruição: Púrpura trombocitopênica imunológica 3. Maior utilização: Púrpura trombocitopênica trombótica Eritrograma • Eritrograma – consiste dos métodos laboratoriais que determinam os parâmetros hematológicos da série vermelha no sangue periférico: contagem de eritrócitos, dosagem de hemoglobina, determinação do hematócrito, cálculo dos índices hematimétricos e análise da morfologia eritrocitária. • A Hgb é o dado básico do eritrograma, pois anemia é a sua deficiência abaixo dos limites de referência para a população; Hemograma Normal Eritrócitos H: 4,2 - 6,3milhões/mm3 M: 3,8 - 5,5milhões/mm3 Hemoglobina H: 13,0 – 18,0 g/dl M: 12,0 – 16,0 g/dl Hematócrito H: 39 – 53% M: 35 – 47% Volume corpuscular médio (VCM) 80 – 96 fl Hemoglobina corpuscular média (HCM) 27 – 32 pg Conc. de hemoglobina corpuscular média (CHCM) 31 – 35% RDW 11,6 – 14% Leucócitos – Total 4.000 – 11.000/mm3 Neutrófilos 50-70% 2.000-7.700/mm3 Linfócitos 20-40% 800-4.400/mm3 Monócitos 03-11% 120-1.210/mm3 Eosinófilos 01-07% 40-770/mm3 Basófilos 00-02% 00-220/mm3 Plaquetas 150.000 – 450.000/mm3 Série Eritrocitária MORFOLOGIA ERITROCITÁRIA Tamanho e Coloração ERITROGRAMA 17/08/2017 24 Estudo do Esfregaço de Sangue Periférico Alterações morfológicas dos eritrócitos • Alterações no tamanho (anisocitose) - Hemácia normocítica: 7,5 m - Hemácia microcítica: < 7,5 m - Hemácia macrocítica: > 7,5 m RDW (Red Cell Distribution Width): amplitude de distribuição dos eritrócitos. RDW: indicativo de anisocitose Anisocitose É o aumento da variabilidade do tamanho eritrocitário que excede a observada em um individuo normal e sadio. Ela é uma anormalidade inespecífica, comumente encontrada nas desordens hematológicas. Nas contagens fornecidas por instrumentos automatizados, um aumento do RDW é indicativo de anisocitose. Histograma e RDW • São subprodutos da medida eletrônica do volume dos eritrócitos. Como os eritrócitos são medidos um a um, o computador do aparelho gera uma curva de freqüência, com o volume em fentolitros na abscissa, e a freqüência respectiva, na ordenada. •A curva, denominada histograma (do volume eritróide), é elucidativa das características da população examinada, nos sangues normais, é aproximadamente gaussiana e de abertura estreita. • Quando a curva situa-se mais à esquerda, ou à direita, na abscissa, denota micro ou macrocitose, respectivamente. Anisocitose Anisocitose 17/08/2017 25 Normocitose Microcitose Macrocitose Estudo do Esfregaço de Sangue Periférico Alterações morfológicas dos eritrócitos • Alterações na cor (anisocromia) - Hemácia normocrômica - Hemácia hipocrômica - Hemácia hipercrômica Policromasia: presença de reticulócitos imaturos (coloração policromática) Anisocromia • Descreve uma variabilidade excessiva no grau de coloração ou hemoglobinização do eritrócito. Na prática significa um espectro que se estende desde a hipocromia até a normocromia. • A anisocromia indica, comumente, uma situação de mudança, como a progressão de um anemia ferropênica, ou sua resposta ao tratamento, ou, ainda, o desenvolvimento ou a regressão da anemia de doença crônica. • A anisocromasiareflete no aumento do HDW medido por alguns instrumentos automáticos. Normocromia 17/08/2017 26 Hipocromia Hipercromia Policromatofilia ou Policromasia Descreve os eritrócitos que têm coloração róseo-azulada, em conseqüência da captação simultânea da eosina (pela Hb) e dos corantes básicos (pelo RNA ribossômico). Uma vez que os reticulócitos são células cujo RNA ribossômico absorve corantes supravitais, formando retículo visível, há um relacionamento entre os reticulócitos e as células policromáticas. MORFOLOGIA ERITROCITÁRIA Forma ERITROGRAMA Poiquilocitose / Pecilocitose • A célula que tem forma anormal é um poiquilócito ou pecilócito. Fala-se em pecilocitose, quando há um número exagerado de células de forma anormal. • A altitude produz certo grau de pecilocitose em indivíduos hematologicamente normais. • A pecilocitose é também uma anormalidade comum, freqüentemente inespecífica, encontrada em várias desordens hematológicas; pode resultar da produção de células anormais pela MO, ou dano às células normais após serem liberadas na corrente sangüínea. Poiquilocitose ou Pecilocitose 17/08/2017 27 Normócitos • A maioria dos eritrócitos normais tem a forma de disco bicôncavo. Na distensão corada apresentam um contorno aproximadamente circular, mostrando apenas pequenas variações quanto à forma e ao tamanho. • O diâmetro médio é de 7,5m. Na área da distensão onde as células formam uma camada única, uma área central mais pálida ocupa aproximadamente um terço da célula. Eritrócito Normal Micrografia com microscópio eletrônico de varredura de um eritrócito normal • A forma e a flexibilidade normais do eritrócito dependem da integridade do citoesqueleto ao qual está ligada a membrana lipídica. O aparecimento de uma forma anômala pode resultar de um defeito primário do citoesqueleto, ou da membrana, ou ser secundário à fragmentação, ou à polimerização, cristalização ou precipitação da hemoglobina. • A membrana do eritrócito é constituída de dupla camada lipídica, atravessada por várias proteínas transmembrana. Poiquilócitos ou Pecilócitos Esferócitos Dacriócitos (Eritrócitos em forma de lágrima) 17/08/2017 28 Equinócitos Queratócitos Estomatócitos Eliptócitos Esquizócitos Drepanócitos (Hemácias Falcizadas) 17/08/2017 29 Codócitos (Hemácias em Alvo) Inclusões nos eritrócitos - Inclusões coradas podem ser vistas no interior dos glóbulos vermelhos em situações de eritropoese acelerada ou malformada; - Algumas são vistas com a coloração de rotina; outras, somente com colorações especiais. As principais são: • Corpos de Howell-Jolly • Pontilhado Basófilo • Corpos de Heinz • Inclusões de HbH • Siderossomos (corpúsculo de Pappenheimer) • Anéis de Cabot • Inclusões Parasitárias • Eritroblastos • Cristal de HbC Corpos de Heinz • Grânulos azuis corados pelo violeta de metila em eritrócitos contendo Hb precipitada por desnaturação oxidativa. Talassemia Conceito: a talassemia constitui um grupo de doenças hereditárias, de distribuição mundial, causada pela deficiência de síntese das cadeias da hemoglobina. Fisiopatologia: - Deleções nos genes = redução ou ausência de produção de cadeias globínicas . - Hemoglobinização deficiente das hemácias = microcitose e hipocrômia. - Acúmulo das cadeias de síntese preservada: Feto: g4 Hb Bart’s elevada afinidade pelo O2. Adulto: b4 HbH altamente instável precipitação hemólise (extravascular). Mecanismos fisiopatológicos – Talassemias < b b4 (HbH) Corpúsculos de inclusão Anemia Hemolítica Crônica Microcítica-Hipocromica Redução da Vida média Destruição precoce (SRE) Apoptose (MO) Eritropoese Ineficaz Elevada afinidade ao O2 Hipóxia tecidual Eritrócitos 120 dias Eritroblastos Normal ~ b Inclusões de HbH Grânulos de precipitado de HbH (b4) desnaturada. 17/08/2017 30 Corpúsculo de Pappenheimer Grânulos de ferritina. Aparecem como minuscúlos grânulos escuros em forma de cacho de uva. Corpúsculo de Howell-Jolly Resto de cromatina nuclear Anel de Cabot Anel de cor púrpura, resultante de resto do fuso celular Labcen, 2011 Pontilhado Basófilo Grumos de material de RNA endoplasmático, formam-se durante a secagem do esfregaço, coram-se como minúsculos e numerosos grânulos dispersos pelo citoplasma. Hb C - Fisiopatologia 17/08/2017 31 Cristal de Hb C Labcen, 2011 Labcen, 2011 Labcen, 2011 Labcen, 2011 17/08/2017 32 Eritroblasto Rouleaux ou Empilhamento Ocorre em processos inflamatórios devido ao aumento das imunoglobulinas e do fibrinogênio. Aglutinação de Eritrócitos Agregados irregulares de eritrócitos aglutinados no sangue resfriado à TA, indicam presença crioaglutininas a frio. Macrocitose Presença de eritroblastos Eritroblastos ortocromáticos, policromáticos e basófilos, além de um proeritroblasto ao centro. Anisocitose com predomínio de macrócitos. Poiquilocitose Anisocitose com Macrocitose dois eritroblastos policromatófilos 17/08/2017 33 Anisocitose e Hipocromia Labcen, 2011 Labcen, 2011 Labcen, 2011 Anisocitose acentuada com macrócitos 17/08/2017 34 Anisocitose com microcitose e hemácias policromatófilas (notar o tamanho e a cor dos macrócitos policromáticos) Hereditary spherocytosis. A typical Wright-stained peripheral blood smear from a patient with autosomal dominant hereditary spherocytosis is shown. Small, dense, round, conditioned spherocytes that lack central pallor are visible throughout. Estomatocitose hereditária Mostrando pontilhdo basófilo e numerosos estomatócitos Distensão sangüínea de paciente com ovalocitose Mostrando alguns macro-ovalócitos; um com estroma em formato de “Y”, e os demais com estroma transverso excêntrico. Muitas das células menores são estomatócitos, ovalócitos ou estomato-ovalócitos. HbS - Fisiopatologia da Doença Falciforme Infarto Tecidual Hipóxia Crises de Dor Polímero HbS oxigenada desoxigenada b6 GAG GTG Solução HbS Célula HbS GluVal Anisopoiquilocitose com presença de drepanócitos e codócitos 17/08/2017 35 LabCen, 2012 LabCen 2013 LabCen 2013 Labcen, 2011 Labcen, 2011 17/08/2017 36 Poiquilocitose com numerosos equinócitos, acantócitos e esquisócitos (fragmentos). Raros ovalócitos também estão presentes. Um eosinófilo e, acima, uma macroplaqueta Poiquilocitose com equinócitos, acantócitos e esquisócitos. Raros ovalócitos também estão presentes. À direita, um basófilo. Ao centro, e à esquerda, duas plaquetas gigantes. Ao centro, e à esquerda, duas plaquetas gigantes. Há também uma evidente trombocitose. 17/08/2017 37 Hipocromia Anisocitose com alguns macrócitos ovalocíticos e micrócitos. Poiquilocitose (no campo, dacriócito, ovalócito e esquisócito). No campo, um neutrófilo hipersegmentado e um linfócito. LABCEN 2012 Presença de eritroblastos ortocromáticos Anisocitose com alguns macrócitos policromatófilos. Freqüentes equinócitos. Anisocitose com predomínio de micrócitos Beta talassemia menor. Alguns dacriócitos. Hipocromia. No campo, podem ser observadas duas hemácias com pontilhado basófilo. 17/08/2017 38 Labcen, 2011 Labcen, 2011 Correção da contagem global de leucócitos em decorrênciade precursores eritróides no sangue periférico (eritroblastos) Eritroblastos > 10 / 100 leucócitos contados • Quando no estiraço sangüíneo estão presentes eritroblastos faz- se a correção. A correção é feita contando-se os eritroblastos visualizados durante a contagem de 100 leucócitos, aplicando-se a seguinte fórmula: 100 leucócitos + eritroblastos --------- eritroblastos encontrados durante a contagem diferencial Leucócitos/mm3 ---------- X eritroblastos • O resultado obtido através da fórmula usada para a correção, corresponde ao número de núcleos de eritroblastos, que foram contados por qualquer metodologia como leucócitos. Para obtermos o número correto de leucócitos, subtrai-se do valor da contagem de leucócitos, o valor obtido através da fórmula de correção Exemplo • A contagem global de leucócitos de um indivíduo foi 18.000/mm3. Durante a contagem diferencial dos leucócitos foram contados 20 eritroblastos, feita a correção quanto fica a contagem global leucocitária? 100 leucócitos + eritroblastos --------- eritroblastos encontrados durante a contagem diferencial Leucócitos/mm3 ---------- X eritroblastos 100 + 20 --------- 20 18.000 ---------- X eritroblastos X = 3.000 eritroblastos Contagem global de leucócitos corrigida: 18.000 – 3.000= 15.000 Correção de Leucócitos A contagem global de leucócitos de um indivíduo foi 18.000/mm3. Durante a contagem diferencial dos leucócitos foram contados 20 eritroblastos, feita a correção quanto fica a contagem global leucocitária? Leucócitos corrigidos = Leucócitos totais x 100 100 + nº eritroblastos Leucócitos corrigidos = 18.000 x 100 100 + 20 Leucócitos corrigidos = 15.000 HEMOGRAMA- Leucograma 17/08/2017 39 LEUCOGRAMA CÉLULAS ANORMAIS Labcen, 2011 Microcitose e hipocromia Alfa-Talassemia. No campo, um neutrófilo segmentado e um linfócito. Labcen 2013 17/08/2017 40 Labcen, 2011 Labcen, 2011 17/08/2017 41 Labcen, 2011 Labcen, 2011 Labcen, 2011 17/08/2017 42 Labcen, 2011 Labcen, 2011 17/08/2017 43 Labcen, 2011 Labcen, 2011 Labcen, 2013 Labcen, 2013 Labcen 2013 17/08/2017 44 LabCen, 2013 Labcen, 2011 Labcen, 2011 Labcen, 2011 Labcen, 2011 Labcen, 2011 17/08/2017 45 Labcen, 2011 Macrófagos com leischimanias. Sangue retirado de baço mostrando a fagocitose de leischimanias por macrófagos em caso de leischimaniose visceral Labcen, 2011 17/08/2017 46 Labcen, 2011 Labcen, 2011 Labcen, 2011 17/08/2017 47 Oliveira, RAG Oliveira, RAG 17/08/2017 48 Classificação das Anemias Prof° Dr. Marcos André Cavalcanti Bezerra Prof° Adjunto III da UFPE / Pesquisador HEMOPE Centro de Ciências Biológicas macbezerra.ufpe@gmail.com GLADER, B. Wintrobe, 11a. Edição, cap 27. ANEMIA Definição fisiológica Hipóxia tecidual decorrente da diminuição da capacidade de transporte do oxigênio pelo sangue REDUÇÃO NA MASSA DE ERITRÓCITOS CIRCULANTES Hemoglobina não funcionante 287 ANEMIA Definição laboratorial Eritrócitos (milhões/µL) Hematócrito (%) Hemoglobina (g/dL) Critério da OMS (1968) Diminuição da Hemoglobina HOMENS < 13 g/dL MULHERES < 12 g/dL Gestantes e crianças < 11g/dL Critérios para diagnóstico laboratorial da ANEMIA Classificação Fisiopatológica I - Problemas na produção de eritrócitos a) Por deficiência de nutrientes essenciais à eritropoese: • deficiência de ferro • deficiência de vitamina B12 • deficiência de ácido fólico b) Por condições que pertubem a eritropoese • infecções • aplasias 17/08/2017 49 Classificação Fisiopatológica II – Aumento da destruição dos eritrócitos a) Anemias hemolíticas por mecanismos intracorpusculares: • hemoglobinopatias • defeitos na membrana do eritrócito • defeitos enzimáticos b) Anemias hemolíticas por mecanismos extracorpusculares: • anticorpos na membrana do eritrócito • Agentes infecciosos (toxina bacteriana) III – Perda sanguínea: hemorragias Classificação das Anemias a) Anemia normocítica e normocrômica • Perda sanguínea • Insuficiência da medula óssea • Algumas anemias hemolíticas b) Anemia microcítica e hipocrômica • Anemia ferropriva • Síndromes talassêmicas • Anemia da Doença Crônica c) Anemia macrocítica e normocrômica • Anemia Megaloblástica • Síndrome Mielodisplásica Classificação Morfológica (VCM e HCM) Classificação Morfológica das ANEMIAS Microcítica Hipocrômica (VCM < 80fL) (HCM< 27pg) Normocítica Normocrômica (VCM: 80-96fL) (HCM: 27-32pg) Macrocítica (VCM > 96fL) (HCM > 32pg) Oliveira, RAG Hemograma: Como Fazer e Interpretar, 2009 ERITROGRAMA Microcítica Hipocrômica Anemia Ferropriva Balanço negativo de ferro Anemia da Doença Crônica Deficiência na utilização de ferro Talassemias Deficiência na síntese de globina Anemia Sideroblástica Deficiência na síntese do grupo heme Deficiência na síntese de Hb Normocítica Normocrômica Macrocítica ERITROGRAMA Microcítica Hipocrômica Macrocítica Normocítica Normocrômica Perda Sangüínea Hemorragia aguda Insuficiência Medular Mieloaplasia Anemias hemolíticas Hereditárias Hemoglobinopatias Membranopatias Eritroenzimopatias Adquiridas Imunológicas Auto-Imune Iso-imune Induzida por drogas Não-Imunológicas Agentes infecciosos Trauma mecânico Agentes químicos 17/08/2017 50 ERITROGRAMA Microcítica Hipocrômica Normocítica Normocrômica Macrocítica Megaloblástica Não megaloblástica Doença hepática Alcoolismo Reticulocitose Deficiência de Vitamina B12 Deficiência de Ácido fólico ERITROGRAMA Redução na produção Perda Sangüínea Aumento na destruição Classificação FISIOPATOLÓGICA das Anemias ANEMIAS CARENCIAIS •Ferropriva •Megaloblástica INSUFICIÊNCIA MEDULAR •Mieloaplasia ANEMIAS HEMOLÍTICAS Hereditárias ou Adquiridas HEMORRAGIA AGUDA ERITROGRAMA Classificação CINÉTICA das Anemias Hematócrito Tempo de Maturação > 40 % 1,0 dia 30-40 % 1,5 dias 20-30 % 2,0 dias < 20 % 2,5 dias IPR = Reticulócitos (%) x Hematócrito (%) tempo de maturação 45 (%) ÍNDICE DE PRODUÇÃO DE RETICULÓCITOS Contagem relativa: 0,5 a 2,0% Contagem absoluta: 25.000-75.000/µL ERITROGRAMA Classificação CINÉTICA das Anemias Anemias Hemolíticas Perda Sangüínea Aguda IPR > 2,0 HIPERproliferativas Anemia Carencial Tratada HIPOproliferativas IPR < 2,0 Eritropoese Insuficiente Eritropoese Ineficaz Deficiência de Ferro Deficiência de Eritropoetina Comprometimento Medular Anemia Megaloblástica Talassemia Diagnóstico de Anemias • História do paciente (quando a anemia começou, possibilidade de perda sanguínea crônica, sintomas de distúrbios cerebrais, circulatórios ou neurológicos, tratamento prévio para anemia, utilização de medicamentos, exposição a toxinas, história dietética, história familiar, origem racial...)• Exame físico (pele, fundo de olho, boca, abdome, linfonodos...) • Avaliação laboratorial inicial: hemograma (eritrograma e esfregaço sanguíneo) e contagem de reticulócitos.
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