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O APRENDIZ E A MAÇONARIA DO SÉCULO 21 Na apresentação da presente instrução, eu poderia copilar inúmeras matérias da Internet ou de trabalhos já editados referente ao simbologismo das peças que lapidam nossa pedra bruta como o martelo, o cinzel, o esquadro etc. Poderia, ainda, narrar os sentimentos pessoais quando da iniciação. Entretanto, por ser matéria de conhecimento de todos os irmãos que antes de mim ou juntamente comigo passaram a fazer parte desta irmandade, da qual me orgulho muito de pertencer, resolvi passar os sentimentos do que vi e aprendi nestes poucos meses que precederam a minha iniciação. 0 Dos três pontinhos, ou de um aperto de mão, aprendi a reconhecer aquele que me chama de irmão, sem que, entretanto, pouco ou nada saibamos um do outro, quem somos, onde é nossa casa, quem são as nossas famílias, quais as nossas necessidades e, o mais importante, em que podemos nos ajudar. Obviamente este conhecimento e integração se darão com o tempo, com mais encontros, pouco a pouco, saberemos oferecer àqueles que necessitem de nosso apoio, um abraço, e o conforto da palavra amiga e distinguir qual destes irmãos saberá retribuir na mesma intensidade. Ainda, cabe ao irmão mais graduado e experiente ajudar o aprendiz a conhecer os mistérios da vida não profana, mostrando-lhe os caminhos por ele já traçados, não tratando o iniciante como se este não estivesse ao alcance de seu saber, tendo-o como um igual somente quando este alcançar o grau em que o mesmo se encontra. Saibam irmãos que precisamos de seu apoio e principalmente de sua experiência para que nós aprendizes, sejamos cada vez mais livres dos preconceitos e das falsas informações, para que assim, quando estivermos sentados lado a lado no templo sejamos motivo de orgulho dos irmãos, pois estes terão a certeza que fomos e estamos sendo lapidados a sua semelhança e, com a sua ajuda. Em relação ao titulo deste trabalho, O aprendiz e a maçonaria do Século 21, cabe destacar que a sociedade moderna tem hoje características e estruturação de uma nova ordem mundial. Não podemos mais pensar no mundo medieval dominado pelo clero católico, ou nos hoje raros regimes ditatoriais, a adequação é outra, regida basicamente pela informação que hoje é intensa e rápida graças a evolução da humanidade. Assim, nos cabe perguntar: O que a Maçonaria espera hoje de seus obreiros? Que tipo de irmão deve ingressar nos seus quadros para a instalação de um trabalho produtivo e, principalmente, quais são as metas a serem alcançadas? Para mim são perguntas ainda sem resposta. Assim, como uma humilde sugestão, ao serem realizadas sindicâncias, entendo que devessem ser levadas em conta, além da conduta ilibada, da crença e da situação econômica do profano, deveria ser considerado se este se encontra apto a dar uma resposta positiva as expectativas da loja e de seus irmãos. Também ouvi comentários, da grande quantidade de irmãos inativos ou irregulares. E por que tantos aprendizes ingressam motivados e após algum tempo perdem a motivação, abandonado os trabalhos e seus padrinhos. E o mesmo de dá com muitos que já alcançaram altos graus dentro da hierarquia maçônica. Será que a ausência de metas não seria o fator desmotivacional? Talvez seja imprescindível que, independente do irmão que ocupe o digníssimo cargo de venerável mestre, esteja ele em sintonia com as metas, preceitos e diretrizes da loja que administra, para que possamos acompanhar as mudanças que se operam no mundo e, mais do que isso estejamos prontos para enfrentá-las. Mas, para isso, se faz necessário que além da palavra semestral o Maçom tenha o conhecimento prévio de quais são as metas a serem alcançadas e qual sua real parcela de contribuição para que estas metas deixem de ser um simples objeto do desejo e se tornem uma realidade. Outra questão a ser entendida é a divisão da própria Maçonaria em varias maçonarias, são diferentes ritos em diferentes potencias, causando um emaranhado de “diferentes maçonarias” que competem entre si quanto a melhor filosofia ou o rito mais aceito, Confesso que neste curto espaço de tempo visitei diferentes lojas encontrando ritos diferentes e, em uma delas, senti-me um intruso, sendo visto por alguns com olhos de desconfiança por não saber como me conduzir no templo, pois na minha loja a ritualística era diferente. (o mais incompreensível é que a referida loja pertence ao meu Oriente). Certamente, num curto espaço de tempo, estes fatores se adequarão ao novo século e ao novo maçom. Estejam certos os irmãos, de que os aprendizes maçons, motivados por uma busca incessante de conhecimento, estarão prontos para dar a sua parcela de contribuição para uma Maçonaria forte, respeitada e, a acima de tudo, intocada, bastando que ela trace as suas diretrizes, nos ensinando como sermos mais tolerantes na busca da unificação da nossa ordem, na elevação de nossos princípios, na lapidação da nossa pedra permanentemente bruta , pois a fonte do conhecimento é inesgotável . Caxias do Sul, março 2005. Alberto Motta de Lima Aprendiz Maçom