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Escola de Formação Complementar do Exército EsFCEX Curso de Formação de Oficiais De acordo com o Edital de Abertura JL089-2017 DADOS DA OBRA Título da obra: Escola de Formação Complementar do Exército - EsFCEX Cargo: Curso de Formação de Oficiais (Baseado de acordo com o Edital de Abertura) • Geografia do Brasil • História do Brasil • Língua Portuguesa • Língua Inglesa • Língua Espanhola Gestão de Conteúdos Emanuela Amaral de Souza Produção Editorial/Revisão Elaine Cristina Igor de Oliveira Camila Lopes Suelen Domenica Pereira Capa Natália Maio Editoração Eletrônica Marlene Moreno Gerente de Projetos Bruno Fernandes APRESENTAÇÃO CURSO ONLINE PARABÉNS! ESTE É O PASSAPORTE PARA SUA APROVAÇÃO. A Nova Concursos tem um único propósito: mudar a vida das pessoas. Vamos ajudar você a alcançar o tão desejado cargo público. Nossos livros são elaborados por professores que atuam na área de Concursos Públicos. Assim a matéria é organizada de forma que otimize o tempo do candidato. 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Ex: FV054-17 PASSO 3 Pronto! Você já pode acessar os conteúdos online. SUMÁRIO Geografia do Brasil 1. A Organização do Espaço Brasileiro ....................................................................................................................................................................01 a) A integração brasileira ao processo de internacionalização da economia; o desenvolvimento econômico e social; e os indicadores sociais do Brasil. ..................................................................................................................................................................................01 b) O processo de industrialização brasileira, os fatores de localização e as suas repercussões: econômicas, ambientais e urbanas. ...........................................................................................................................................................................................................................02 c) A rede de transportes brasileira e sua estrutura e evolução. ..............................................................................................................03 d) A questão urbana brasileira: processos e estruturas. .............................................................................................................................07 e) A agropecuária, a estrutura fundiária e problemas sociais rurais no Brasil, dinâmica das fronteiras agrícolas e sua expansão para o Centro-Oeste e para a Amazônia. ....................................................................................................................................07 f) A população brasileira: evolução, estrutura e dinâmica. .......................................................................................................................08 g) A distribuição dos efetivos demográficos e os movimentos migratórios internos: reflexos sociais e espaciais. ........09 h) A divisão regional do trabalho: o Centro-Sul como pólo dinâmico da economia nacional. ................................................10 2. A Questão Regional no Brasil .................................................................................................................................................................................13 a) A regionalização do país: sua justificativa sócio-econômica e critérios adotados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE); as regiões e as políticas públicas para fins de planejamento. .........................................................................13 b) As regiões brasileiras: especializações territoriais, produtivas e características sociais e econômicas. ............................13 3. O Espaço Natural Brasileiro: seu aproveitamento econômico e o meio ambiente .........................................................................16 a) Geomorfologia do território Brasileiro: O território brasileiro e a placa sulamericana; as bases geológicas do Brasil; as feições do relevo; os domínios naturais e as classificações do relevo brasileiro. ............................................................................16 b) A questão ambiental no Brasil. ........................................................................................................................................................................16 c) Os recursos minerais. ............................................................................................................................................................................................16 d) As fontes de energia e os recursos hídricos. ..............................................................................................................................................16 e) A biosfera e os climas do Brasil .........................................................................................................................................................................16 História do Brasil 1. Brasil Colônia: administração, economia, cultura e sociedade .................................................................................................................01 a. As Capitanias Hereditárias e Governos Gerais. ..........................................................................................................................................01 b. As atividades econômicas e a expansão colonial: agricultura, pecuária, comércio e mineração. .......................................02 c. Os povos indígenas; aldeamentos; ação jesuítica. ...................................................................................................................................03 d. As camadas senhoriais, os escravos e outros trabalhadores. .............................................................................................................04 e. A conquista dos sertões; entradas e bandeiras. ........................................................................................................................................05 f. O exclusivo comercial português. .....................................................................................................................................................................06 g. Os conflitos coloniais e os movimentos rebeldes de livres e de escravos do final do século XVIII e início do século XIX. .....................................................................................................................................................................................................................06 h. A transferência da Corte portuguesa para o Brasil e seus efeitos; o período joanino no Brasil. ........................................07 2. O Brasil Monárquico ...................................................................................................................................................................................................09a. A independência do Brasil e o Primeiro Reinado. ....................................................................................................................................09 b. A Constituição de 1824. ......................................................................................................................................................................................11 c. Militares: a Guarda Nacional e o Exército. ....................................................................................................................................................12 d. A fase regencial (1831-1840). ...........................................................................................................................................................................12 e. O Ato Adicional de 1834. ....................................................................................................................................................................................13 f. As revoltas políticas e sociais das primeiras décadas do Império. .....................................................................................................14 g. Centralização x descentralização. ....................................................................................................................................................................14 h. A consolidação da ordem interna: o fim das rebeliões, os partidos, a legislação, o fortalecimento do Estado, a econo- mia cafeeira, a tributação. ........................................................................................................................................................................................14 i. Modernização: economia e cultura na sociedade imperial. ..................................................................................................................15 j. A escravidão, as lutas escravas pela liberdade, o movimento abolicionista e a abolição. .......................................................15 k. A introdução do trabalho livre. .........................................................................................................................................................................15 l. Política externa: as questões platinas, a Guerra do Paraguai e o Exército. .....................................................................................16 m. O movimento republicano e o advento da República. .........................................................................................................................17 SUMÁRIO 3. A República brasileira .................................................................................................................................................................................................18 a. A Constituição de 1891, os militares e a consolidação da República. .............................................................................................19 b. A “Política dos governadores”. .........................................................................................................................................................................19 c. O coronelismo e o sistema eleitoral. ..............................................................................................................................................................20 d. O movimento operário. .......................................................................................................................................................................................20 e. O tenentismo. ...........................................................................................................................................................................................................20 f. A Revolução de 1930. .............................................................................................................................................................................................21 g. O período Vargas (1930-1945): economia, sociedade, política e cultura. O Brasil na II Guerra Mundial. .......................22 h. A crise do Estado Novo e a sua superação. ................................................................................................................................................27 i. O período democrático (1945-1964): economia, sociedade, política e cultura. ..........................................................................28 j. A intervenção militar, sua natureza e transformações entre 1964 e 1985. As mudanças institucionais durante o período. ............................................................................................................................................................................................................29 k. O “milagre econômico”. .......................................................................................................................................................................................31 l. A redemocratização. ...............................................................................................................................................................................................32 m. Os movimentos sociais nas décadas de 1970 e 1980: estudantes, operários e demais setores da sociedade. ..........33 n. A campanha pelas eleições diretas. ................................................................................................................................................................33 o. A Constituição de 1988. ......................................................................................................................................................................................34 p. Brasil pós Constituição de 1988 a 201: governos de Collor, Itamar, Fernando Henrique Cardoso e Lula. .......................36 Língua Portuguesa 1. Ortografia .........................................................................................................................................................................................................................01 2. Acentuação .......................................................................................................................................................................................................................05 3. Classe, estrutura e formação das palavras (morfossemântica)..................................................................................................................08 4. A oração e seus termos (morfossintaxe) .............................................................................................................................................................30 5. Concordância verbal e nominal ...............................................................................................................................................................................39 6. Regência verbal, regência nominal e emprego de crase .............................................................................................................................44 7. Texto, vocabulário e a construção de sentidos .................................................................................................................................................55 8. Coerência e coesão .......................................................................................................................................................................................................59 9. Emprego dos tempos, modos verbais e vozes verbais .................................................................................................................................62 10. Pontuação ......................................................................................................................................................................................................................7711. Fenômenos semânticos (metáfora, metonímia, sinonímia, antonímia, eufemismo, hiponímia, hiperonímia, ambiguida- de, vaguidade, polissemia, homonímia, paráfrase). ............................................................................................................................................80 12. Argumentação e pragmática (atos de fala, implicitação, dêixis, máximas conversacionais) .....................................................90 Língua Inglesa 1. Pronouns: subject, object, possessive, interrogative, demonstrative, indefinite. ...............................................................................01 2. Verb tenses: simple present, simple past (regular and irregular verbs), present continuous, past continuous and future (will and going to), present perfect, past perfect. ................................................................................................................................................01 3. Modals: can, could, will, would, should and must. ..........................................................................................................................................01 4. Adjectives: comparative and superlative forms. ...............................................................................................................................................01 5. Adverbs: time, position of adverbs, manner and frequency. ......................................................................................................................01 6. Prepositions: time, place and location. ................................................................................................................................................................01 7. Articles: definite and indefinite. ...............................................................................................................................................................................01 8. Quantifiers: many, much, (a) few, (a) little, a lot and some, any. ...............................................................................................................01 9. Sentences: affirmative, negative and interrogative. ........................................................................................................................................01 10. Coordination and subordination ..........................................................................................................................................................................01 11. Reading comprehension ..........................................................................................................................................................................................01 12. Relative clauses ............................................................................................................................................................................................................01 SUMÁRIO Língua Espanhola 1. Lectura e interpretación textual ..............................................................................................................................................................................01 2. Acentuación de la palabras/Tonicidad .................................................................................................................................................................01 3. Artículos determinados (contracciones AL y DEL) e indeterminados; demostrativos; posesivos; indefinidos; el uso del NEUTRO LO. ..........................................................................................................................................................................................................................01 4. Numerales: cardinales y ordinales ..........................................................................................................................................................................01 5. Sustantivos: género ; número ..................................................................................................................................................................................01 6. Adjetivos: género y número ......................................................................................................................................................................................01 7. Pronombres personales: tónicos y átonos .........................................................................................................................................................01 8. Preposiciones ..................................................................................................................................................................................................................01 9. Conjunciones ...................................................................................................................................................................................................................01 10. Adverbios ........................................................................................................................................................................................................................01 11. Verbos regulares e irregulares: tiempos simples y compuestos.............................................................................................................01 12. Sinonímia y antonímia ..............................................................................................................................................................................................01 13. Semántica: divergencias léxicas entre el portugués y el español.- heterotónicos/heterogenéricos ......................................01 14. Los falsos cognatos ....................................................................................................................................................................................................01 15. Comprensión e interpretación de textos ..........................................................................................................................................................01 16. Lectura e interpretación de imágenes ...............................................................................................................................................................01 GEOGRAFIA DO BRASIL 1. A Organização do Espaço Brasileiro ....................................................................................................................................................................01 a) A integração brasileira ao processo de internacionalização da economia; o desenvolvimento econômico e social; e os indicadores sociais do Brasil. ..................................................................................................................................................................................01 b) O processo de industrialização brasileira, os fatores de localização e as suas repercussões: econômicas, ambientais e urbanas. ...........................................................................................................................................................................................................................02 c) A rede de transportes brasileira e sua estrutura e evolução. ..............................................................................................................03 d) A questão urbana brasileira: processos e estruturas. .............................................................................................................................07 e) A agropecuária, a estrutura fundiária e problemas sociais rurais no Brasil, dinâmica das fronteiras agrícolas e sua expansão para o Centro-Oeste e para a Amazônia. ....................................................................................................................................07f) A população brasileira: evolução, estrutura e dinâmica. .......................................................................................................................08 g) A distribuição dos efetivos demográficos e os movimentos migratórios internos: reflexos sociais e espaciais. ........09 h) A divisão regional do trabalho: o Centro-Sul como pólo dinâmico da economia nacional. ................................................10 2. A Questão Regional no Brasil .................................................................................................................................................................................13 a) A regionalização do país: sua justificativa sócio-econômica e critérios adotados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE); as regiões e as políticas públicas para fins de planejamento. .........................................................................13 b) As regiões brasileiras: especializações territoriais, produtivas e características sociais e econômicas. ............................13 3. O Espaço Natural Brasileiro: seu aproveitamento econômico e o meio ambiente .........................................................................16 a) Geomorfologia do território Brasileiro: O território brasileiro e a placa sulamericana; as bases geológicas do Brasil; as feições do relevo; os domínios naturais e as classificações do relevo brasileiro. ............................................................................16 b) A questão ambiental no Brasil. ........................................................................................................................................................................16 c) Os recursos minerais. ............................................................................................................................................................................................16 d) As fontes de energia e os recursos hídricos. ..............................................................................................................................................16 e) A biosfera e os climas do Brasil .........................................................................................................................................................................16 1 GEOGRAFIA DO BRASIL 1. A ORGANIZAÇÃO DO ESPAÇO BRASILEIRO A) A INTEGRAÇÃO BRASILEIRA AO PROCESSO DE INTERNACIONALIZAÇÃO DA ECONOMIA; O DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO E SOCIAL; E OS INDICADORES SOCIAIS DO BRASIL. Os indicadores sociais e econômicos são instrumen- tos que buscam revelar dados sobre fatores tipicamente abstratos, como o desenvolvimento social e econômico de alguma região. As finalidades atendem tanto a pesquisas quanto a formulação de programas de políticas públicas. Famosos indicadores como o IDH (Índice de Desenvol- vimento Humano) e o Metas do Milênio permitem compa- rar dados de diferentes populações ao redor do mundo. Esses números ajudam a orientar ações de auxílio interna- cional aos países mais pobres, por exemplo. Dentro desses indicadores amplos, os critérios para a classificação são es- tabelecidos por organizações internacionais. Os diferentes tipos de indicadores são caracterizados de acordo com os fatores abordados, podendo ser analí- ticos ou sintéticos. Os primeiros estão relacionados a uma única variável, como a alfabetização. Já os indicadores sin- téticos são compostos por mais de uma variável, como no caso do IDH. Outros bons exemplos de indicadores são o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) e o PNUD (Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento). Ambos são sintéticos, pois são compostos por diversas va- riáveis, como Educação, Saúde e Renda. O IBGE é um dos principais indicadores utilizados como referência para pesquisas no país, sendo que este instru- mento engloba as seguintes variáveis: População, Saúde, Educação, Atividade Econômica, Renda, Patrimônio, Uso do Tempo, Segurança Pública, Mobilidade Social e Cultura. O indicador Metas do Milênio possui como diferencial a classificação de fatores como Mercado de Trabalho, Meio Ambiente e Cooperação Internacional. Nessa comparação chama a atenção o fator da Mor- talidade Infantil, que no Nordeste é mais de duas vezes e meia maior do que na região Sul. Fora a questão das re- giões, as áreas rurais e urbanas também apresentam gran- de disparidade. O analfabetismo, por exemplo, costuma ser três vezes maior nas áreas rurais. Outras diferenças seme- lhantes são encontradas quando a população geral é divida por nível de renda. As famílias que vivem com rendimento mensal abaixo de um salário mínimo apresentam um alto índice de analfabetismo, enquanto o índice entre as famí- lias com renda superior a dois salários mínimos é muito baixo. Fonte: http://economia.culturamix.com/banco/indica- dores-sociais-e-economicos Nos últimos 50 anos, as chamadas economias em de- senvolvimento alcançaram níveis expressivos de industria- lização e urbanização, formando uma burguesia nacional e uma classe média de assalariados com renda relativamente elevada. Esse momento pode ser compreendido através de dois pressupostos: a participação do Estado como empre- sário e a atração de empresas transnacionais. Após a década de 1950, ocorreu no Brasil o processo de internacionalização da economia, com grande partici- pação do Estado como empresário e no desenvolvimento de infraestrutura (transportes, energia, portos) e políticas de incentivos fiscais. Todos esses fatores, aliados à dispo- nibilidade de mão-de-obra barata, mercado consumidor emergente e acesso a matérias-primas e fontes de energia, atraíram empresas transnacionais para o território brasi- leiro. Houve uma grande ampliação do parque industrial, principalmente indústrias de bens de consumo duráveis (automóveis e eletrodomésticos). O país conheceu a sua industrialização tardia e adotou plenamente o Fordismo, um sistema produtivo tradicional que considerava a capacidade de produção e os grandes parques industriais como fundamentos para a atividade in- dustrial. Esse padrão concretizado com o governo de Jus- celino Kubitschek (1956-1961) foi ampliado pela ditadura militar (1964-1985). Os militares criaram obras estruturais em diferentes regiões brasileiras, a destacar as usinas hi- drelétricas e as rodovias. Muitos municípios do interior do estado de São Paulo começaram a desenvolver seus distri- tos industriais. Durante a década de 1970, ocorreu o “mila- gre econômico brasileiro”, que elevou o país à posição de 8ª economia mundial no ano de 1973, com taxas anuais de crescimento em torno de 10%. No caso brasileiro, o modelo fordista trouxe cresci- mento econômico para o país, mas não foi capaz de pro- mover o desenvolvimento econômico regional. O aumen- to de renda per capita de um país nem sempre representa avanços na qualidade de vida. O crescimento que o Brasil obteve, principalmente durante o período correspondente ao regime militar, construiu um arcabouço técnico e logís- tico para o desenvolvimento, mas não o privilegiou. A partir da década de 1980, ocorreu o esgotamento da capacidade do Estado em promover o desenvolvimento industrial - fim do Estado empresário - devido às políticas econômicas mal sucedidas que aumentaram a dívida ex- terna e a inflação. No plano externo, os países desenvol- vidos começaram a adotar medidas neoliberais, reduzindo o papel do Estado na sua participação em determinados setores econômicos. O Brasil iniciou, a partir da década de 1990, um ace- lerado programa de abertura econômica conduzido pelo governo Collor. Através da redução de alíquotas de impor- tações, desregulamentação do Estado, privatizações das empresas estatais e diminuição de subsídios, mudanças profundas foram implementadas na estrutura industrialdo país. Apesar de estimular a competitividade, muitas pequenas e médias empresas não tiveram suporte técni- co e financeiro para se adaptarem a essas transformações. Até os dias atuais, a principal dificuldade enfrentada pelos pequenos e médios empreendedores no Brasil é que os investimentos em tecnologia e o crédito necessário para a 2 GEOGRAFIA DO BRASIL efetuação de qualquer base de estruturação produtiva ain- da dependem do resguardo estatal. Enfim, o país abraçou o neoliberalismo econômico como política de Estado. Fonte: http://brasilescola.uol.com.br/geografia/resu- mo-historico-economico-brasil-internacionalizacao-eco- nomia.htm B) O PROCESSO DE INDUSTRIALIZAÇÃO BRASILEIRA, OS FATORES DE LOCALIZAÇÃO E AS SUAS REPERCUSSÕES: ECONÔMICAS, AMBIENTAIS E URBANAS. A Industrialização é um processo de modernização pelo qual passam os meios de produção de uma determi- nada sociedade. É pautada pela ampliação de tecnologias e pelo desenvolvimento da economia de modo geral. O processo de evolução da indústria, como ela é co- nhecida atualmente, demandou um longo período. O pri- mórdios de uma industrialização efetiva ocorreram na In- glaterra. Isso porque a indústria altera não só os modos de se produzir, mas são impactantes também nas relações sociais. No século XVIII ocorre a chamada Primeira Revolução Industrial, quando a Inglaterra baseia seu desenvolvimento econômico nas indústrias, promovendo o cercamento dos campos (enclosures) e empurrando os trabalhadores para as áreas que se urbanizavam através da produção indus- trial. Ao mesmo tempo, esse processo libera mão-de-obra em abundância, amplia o mercado consumidor e dispo- nibiliza terras à produção capitalista. A Industrialização promove mudanças que vão muito além da utilização de máquinas, pois representa novas formas de organização social, sobretudo com a forte divisão entre detentores dos meios de produção e o proletariado, ou seja, aquele que vende sua força de trabalho. Na Primeira Revolução Industrial, destaca-se, ainda, o uso do ferro como matéria prima e do carvão mineral como principal fonte energética. A Segunda Revolução Industrial aumentou significati- vamente a quantidade de países participantes da evolução industrial. É uma fase marcada pelo uso do aço, do petró- leo e da energia elétrica. Países como EUA, Alemanha, Itália, Japão e mesmo a Inglaterra passaram a produzir em larga escala, ampliando sua participação no comércio mundial. Já a Terceira Revolução Industrial é marcada pelo avan- ço da eletrônica, da informática, da robotização etc. O Ja- pão foi um dos precursores, mas outras economias tam- bém vivem esse estágio. Vale destacar que, no mundo atual, a industrialização se distribui por inúmeras áreas do planeta, expandindo a produção para além dos centros industriais tradicionais. Áreas como os Tigres Asiáticos, por exemplo, se consoli- dam como grandes espaços de produção, por oferecerem vantagens competitivas às empresas que ali se instalam (mão de obra barata, qualificada e disciplinada, por exem- plo). Outros países apresentam crescimento de sua indus- trialização, como o Brasil, México e Argentina, sobretudo pelo aumento do consumo interno. Isso tudo está asso- ciado à atual fase da Globalização, na qual as empresas procuram vantagens competitivas. Daí as grandes empre- sas transnacionais possuírem filiais espalhadas por grande parte do planeta. Na sequência do material serão apresentadas diversas considerações sobre a industrialização no Brasil. O Brasil é considerado um país emergente ou em de- senvolvimento. Apesar disso, está quase um século atrasa- do industrialmente e tecnologicamente em relação às na- ções que ingressaram no processo de industrialização no momento em que a Primeira Revolução Industrial entrou em vigor, como Inglaterra, Alemanha, França, Estados Uni- dos, Japão e outros. As indústrias no Brasil se desenvolveram a partir de mudanças estruturais de caráter econômico, social e polí- tico, que ocorreram principalmente nos últimos trinta anos do século XIX. O conjunto de mudanças aconteceu especialmente nas relações de trabalho, com a expansão do emprego remunerado que resultou em aumento do consumo de mercadorias, a abolição do trabalho escravo e o ingresso de estrangeiros no Brasil como italianos, alemães, japone- ses, dentre muitas outras nacionalidades, que vieram para compor a mão de obra, além de contribuir no povoamen- to do país, como ocorreu na região Sul. Um dos maiores acontecimentos no campo político foi a proclamação da República. Diante desses acontecimentos históricos, o pro- cesso industrial brasileiro passou por quatro etapas. • Primeira etapa: essa ocorreu entre 1500 e 1808, quando o país ainda era colônia. Dessa forma, a metrópole não aceitava a implantação de indústrias (salvo em casos especiais, como os engenhos) e a produção tinha regime artesanal. • Segunda etapa: corresponde a uma fase que se de- senvolveu entre 1808 a 1930, que ficou marcada pela che- gada da família real portuguesa em 1808. Nesse período foi concedida a permissão para a implantação de indús- tria no país a partir de vários requisitos, dentre muitos, a criação, em 1828, de um tributo com taxas de 15% para mercadorias importadas e, em 1844, a taxa tributária foi para 60%, denominada de tarifa Alves Branco. Outro fator determinante nesse sentido foi o declínio do café, momen- to em que muitos fazendeiros deixaram as atividades do campo e, com seus recursos, entraram no setor industrial, que prometia grandes perspectivas de prosperidade. As primeiras empresas limitavam-se à produção de alimentos, de tecidos, além de velas e sabão. Em suma, tratava-se de produtos sem grandes tecnologias empregadas. • Terceira etapa: período que ocorreu entre 1930 e 1955, momento em que a indústria recebeu muitos investi- mentos dos ex-cafeicultores e também em logística. Assim, houve a construção de vias de circulação de mercadorias, matérias-primas e pessoas, proveniente das evoluções nos meios de transporte que facilitaram a distribuição de produtos para várias regiões do país (muitas ferrovias que anteriormente transportavam café, nessa etapa passaram 3 GEOGRAFIA DO BRASIL a servir os interesses industriais). Foi instalada no país a Companhia Siderúrgica Nacional, construída entre os anos de 1942 e 1947, empresa de extrema importância no siste- ma produtivo industrial, uma vez que abastecia as indús- trias com matéria-prima, principalmente metais. No ano de 1953, foi instituída uma das mais promissoras empresas estatais: a PETROBRAS. • Quarta etapa: teve início em 1955, e segue até os dias de hoje. Essa fase foi promovida inicialmente pelo pre- sidente Juscelino Kubitschek, que promoveu a abertura da economia e das fronteiras produtivas, permitindo a entra- da de recursos em forma de empréstimos e também em investimentos com a instalação de empresas multinacio- nais. Com o ingresso dos militares no governo do país, no ano de 1964, as medidas produtivas tiveram novos rumos, como a intensificação da entrada de empresas e capitais de origem estrangeira comprometendo o crescimento autô- nomo do país, que resultou no incremento da dependência econômica, industrial e tecnológica em relação aos países de economias consolidadas. No fim do século XX houve um razoável crescimento econômico no país, promovendo uma melhoria na qualidade de vida da população brasilei- ra, além de maior acesso ao consumo. Houve também a estabilidade da moeda, além de outros fatores que foram determinantes para o progresso gradativo do país. Fonte: http://mundoeducacao.bol.uol.com.br/geogra- fia/a-industrializacao-brasileira.htm C) A REDE DE TRANSPORTES BRASILEIRA E SUA ESTRUTURA E EVOLUÇÃO. A Revolução Industrial é a característica marcante des- se período contemporâneo.Ela teve início, porém, nos tempos modernos, mas foi principalmente a partir desta época que se difundiu. A Revolução Industrial divide-se da seguinte maneira: • 1ª Revolução Industrial: de 1760 a 1850, pratica- mente restrita à Inglaterra. Os principais aperfeiçoamentos foram no ramo de tecelagem, tendo também a introdução da força a vapor. • 2ª Revolução Industrial: de 1850 a 1900, com di- fusão pela Europa (Bélgica, França, Alemanha, Itália e, no final do século, Rússia), América (Estados Unidos) e Ásia (Japão — a partir de 1868). Agora, surgem novas formas de energia elétrica — como a hidrelétrica —, novos derivados do petróleo — como a gasolina, sendo utilizada posterior- mente pelos motores a explosão. Houve também grande desenvolvimento do transporte marítimo e terrestre — como, respectivamente, barcos e locomotivas a vapor. • 3ª Revolução Industrial: de 1900 até os tempos atuais, com a sua expansão pelo mundo inteiro. Compreen- de o aperfeiçoamento dos inventos, tendo principalmente a explosão do processo evolutivo. Assim, apresenta novas técnicas industriais e energéticas, e expansão dos meios de comunicação. Fase Antecedente à 2ª Guerra Mundial (1939–1945) A locomotiva a vapor Um dos desenvolvimentos muito significativo para o transporte terrestre, foi o surgimento da locomotiva a va- por de George Stephenson, no início do século XIX — que ampliou a rede de estradas de ferro. Em 1825 uma de suas locomotivas tornou-se o primeiro trem de passageiros — atingia 24 km/h e ligava Stockton a Darlington. Conseguin- te, foi desenvolvida pela mesma pessoa, em 1829, outra locomotiva chamada de Rocket — atingia 60 km/h —, que inaugurou a construção de uma estrada de ferro de 64 km entre Liverpool e Manchester. Essa locomotiva constituía- se basicamente por um vagão de combustível, um tanque d’água e uma cadeira tubular. As primeiras ferrovias foram construídas na Inglaterra, Estado Unidos, Alemanha e Bél- gica. Esse desenvolvimento facilitou a distribuição de mer- cadorias que se tornou mais rápida, barata e eficiente — esse último deve-se ao transporte de cargas muito mais pesadas O automóvel Outro importante transporte terrestre foi a construção do primeiro automóvel pelo engenheiro belga Étienne Le- noir, em 1863. Ele instalou sobre uma carreta de três rodas um motor de combustão interna (seu funcionamento deve- se à queima de combustível no interior de vários cilindros). Esse rudimentar automóvel tomou uma forma mais pareci- da com os de hoje a partir da construção do Ford modelo T, por Henry Ford. Este foi a transformação da carreta a motor de Lenoir para um automóvel teria como método de fabricação a produção em série, revolucionando a maneira de se fabricar carros, e implicando numa venda de mais de 15 milhões de modelos vendidos, em 1930. O carro era montado a partir de um conjunto de peças padronizadas. Posteriormente, surgiria o carro mais popular e mais ven- dido de todos os tempos: o Fusca. Ele foi projetado na dé- cada de 1930, pelo engenheiro alemão Ferdinand Porsche, e conseguiu ter mais de 20 milhões de unidades vendidas A Primeira Guerra Mundial (1914–1918) foi essen- cial para acelerar o desenvolvimento dos aviões — que tinham fins militares. Em 1918 já existia aeroplanos muito mais rápidos e seguros. Além disso, Jornais ofe- reciam prêmios àqueles que fizessem façanhas aéreas. Assim, em 1919, foi realizado pelos britânicos John Al- cock e Arthur Brown a primeira travessia transatlântica sem escalas, realizada em 16 horas e meia. Outra faça- nha foi a travessia transatlântica realizada por um só homem, Charles Lindbergh, em 1927. Os meios de comunicação Os meios de comunicação teve como precursor o telégrafo, que através de fios permitia enviar mensa- gens por sinais elétricos codificados. O primeiro des- se aparelho foi inventado por dois ingleses em 1837: C. Wheatstone e W. Cooke. Mas foi em 1838 que seria inventado por Samuel Morse o código mais famoso: o código morse. Neste, as letras são representadas por 4 GEOGRAFIA DO BRASIL um código binário (traços e pontos). Então, em 1876, foi inventado pelo americano Alexander Graham Bell, o telefone. E, em 1884, através da Companhia Telefô- nica Bell, instalou-se a primeira linha telefônica de lon- ga distância — entre Nova Iorque e Boston; o primeiro cabo a cruzar o oceano atlântico é de 1956, fazendo somente 36 chamadas por vez. Telégrafo de Morse. Interior de um tubo de vidro). Baseando-se nesse in- vento, tem-se a televisão eletrônica moderna, que aparece em 1936. O primeiro serviço público de tevê foi iniciado pela BBC (British Broadcasting Corporation) de Londres; as transmissões regulares começaram em 1941, nos Estados Unidos; e a primeira transmissão à cores foi feita em 1953, pela rede americana CBS. Transistores e semi-condutores Uma grande evo- lução foram as invenções do transistor e do semicondu- tor. Estes substituíram as válvulas a vácuo. Os físicos nor- te-americanos John Bardeen, Walter Brattain e William Shockley inventaram os transistores em 1947, sendo estes baseado nas propriedades dos semicondutores — para a fabricação tanto de rádios quanto de circuitos eletrônicos de computadores. Estes semicondutores são um material menos isolante que o vidro e mais que os metais: silício ou germânio. Em 1958 é criado o circuito integrado, que permite a redução cada vez maior dos aparelhos eletrôni- cos. Atualmente, é possível a reunião de mais de três mi- lhões de transistores em 1 cm² de material semicondutor. A fibra óptica A fibra óptica é inventada em 1952, mas torna-se co- mercialmente interessante apenas na década de 1970 e 1980 , quando os sistemas de telecomunicação — que uti- lizam então linhas telefônicas comuns — começam a ficar deficientes devido ao crescimento da transmissão de dados via computadores desde a década de 60. Essa nova rede de telecomunicação conduz sinais luminosos em alta veloci- dade, ao contrário dos cabos tradicionais que transmitem dados por ondas eletromagnéticas ou impulsos elétricos. O cabo de fibra óptica é constituído essencialmente por uma pequena barra de vidro central revestida por material ópti- co que reflete a luz que se desvia do vidro de volta a este, e isto envolto por uma capa de polietileno protetora. Esses cabos têm a capacidade de transmitirem sinais digitais ou analógicos, de vídeo e áudio (televisão, Internet) ou áudio (telefone, rádio). Para sua transmissão, é necessário um dis- positivo transmissor e outro receptor, sendo que a princi- pal diferença entre a transmissão de sinais digitais para os analógicos, o seguinte: o primeiro precisa de apenas dois tipos de sinais luminosos — isso pois o digital consiste em um sistema binário constituído pelos números 0 e 1 —, já o segundo é necessário uma infinidade de sinais luminosos de diferentes intensidades de luz.desenvolvido pela Micro- soft um programa para computadores PC que rodava no sistema operacional MS-DOS, e que simulava um sistema operacional: o Windows. Porém, foi somente em 1995, que foi lançado um verdadeiro sistema operacional para PC: o Windows 95. As redes de comunicação e transportes Os transportes são imprescindíveis nas sociedades atuais e encontram-se em constante evolução. Transporte é sinônimo de uma atividade que visa levar algo através do espaço, ou seja, de um lugar para outro. Os diferentes modos de transporte possuem uma rede (conjunto de estradas, vias-férreas, rios navegáveis, canais, oleodutos e gasodutos que se interligam, formando uma malha mais ou menos densa) própria. A rede rodoviária é constituída pelas auto-estradas e estradas, a rede ferroviária é composta pelas linhas férreas, etc. As redes de transporte organiza-se em «nós» (as es- tações ferroviárias, os portos marítimos e os aeroportos).A diversidade dos modos de transporte e a desi- gualdade espacial das redes A grande flexibilidade e mobilidade dos transportes terrestres permitiram o maior distanciamento entre as áreas de residência e as áreas de trabalho, levando à ex- pansão das cidades. Os transportes são muito importantes para o desenvolvimento das regiões. O aumento da mo- bilidade permitiu desenvolver o comércio e, consequente- mente, as atividades produtivas, quer a nível regional, quer a nível internacional, diminuir as assimetrias regionais e a melhorar a qualidade de vida e o bem-estar da população. Ao mesmo tempo, ajudou à expansão de novas formas de organização do espaço, referindo-se a titulo de exemplo o crescimento dos subúrbios nas grandes cidades, à redistri- buição espacial da população, como a eclosão e intensifi- cação de movimentos migratórios, assim como à massifi- cação de fenômenos sociais, culturais e econômicos, como é o caso do turismo. Papel dos Transportes no desenvolvimento econô- mico e social das regiões. As infraestruturas de transportes como estradas, pon- tes, túneis, vias férreas, aeroportos, portos marítimos e flu- viais têm contribuído para reduzir as distâncias, permitindo ultrapassar barreiras físicas como rios e montanhas, condi- cionando a acessibilidade das regiões e, por isso, o seu de- senvolvimento econômico e social. Atualmente, os transportes: · São responsáveis pela crescente mobilidade das pes- soas para os empregos, nas deslocações quotidianas, nas viagens de turismo, promovem o aproveitamento dos re- cursos endógenos (exploração dos recursos locais). etc.; · Facilitam o desenvolvimento do comércio e das ativi- dades produtivas, ; · Permitem a difusão de ideias, de culturas e de técni- cas; · Estruturam o espaço urbano (cidades que crescem, serviços, comércio, industriais e urbanas que se expandem, etc.); · Promovem a troca de produtos, bens, pessoas, infor- mação (integração espacial) entre as diversas regiões den- tro do país e entre os diferentes povos do mundo; · Promovem as atividades econômicas e sociais, permi- tindo a implantação da indústria, o alargamento dos mer- cados (intensificam as trocas comerciais) e o aumento da produção; 5 GEOGRAFIA DO BRASIL · Geram uma multiplicidade de serviços e de comércio e atividades produtivas; ·Criam emprego; · Facilitam a divisão internacional do trabalho; - Os transportes rodoviários são os mais indicados, no transporte intracontinental, para transportar pessoas e mercadorias a curtas distâncias. - Os transportes ferroviários são os mais indicados, no transporte intracontinental, para transportar muitas pessoas e grandes cargas a médias e a longas distâncias. - Os transportes marítimos são os mais adequados, no transporte intercontinental, de grandes cargas a lon- gas distâncias. - Os transportes aéreos são os mais rápidos (chegam mais longe em menos tempo), mas são caros, poluentes e têm um consumo elevado de combustível, sendo preferido nas deslocações a médias e longas distâncias no tráfego de passageiros devido à sua velocidade, conforto e rapidez. Informação do mundo globalizado Antes da Revolução Industrial, as comunicações e os transportes eram lentos e pouco seguros. Os fluxos comer- ciais, as viagens e o conhecimento de outros lugares eram muito limitados. A evolução dos transportes e das comu- nicações tem sido tão rápida que quase podemos afirmar que o ser humano vence distâncias, dando-nos a a sen- sação de que a distância física diminuiu, “encolhendo” o Mundo Os barcos a vapor Nos transportes marítimos, foi essencial a navegação que utilizava força a vapor, sendo os primeiros barcos des- se tipo foram utilizados para transportar passageiros nos rios dos Estados Unidos. Esses barcos, através da força do vapor, eram movidos por imensas rodas equipadas com pás — um exemplo é Delta Queen, de 1826. Assim, em 1843, o britânico Isambard Kingdom Brunel, desenvolveu o Great Britain, provido de um gigantesco casco de ferro e propulsor a hélice — este, respectivamente, possibilitava maior segurança e transporte de mais carga, além de atin- gir-se maior velocidade. Além disso, houve o desenvolvimento de novos instru- mentos de navegação, que possibilitaram aos cartógrafos desenharem mapas com mais exatidão métrica. Assim, te- mos o sextante (no século XIX) — um aperfeiçoamento do astrolábio —, que permitiu a localização precisa do nave- gador no globo terrestre, a partir de medições dos ângulos entre as estrelas conhecidas e a linha do horizonte (obser- vava-se no telescópio, e então fazia-se a leitura da escala). Os aviões A partir deste século, há a introdução de um novo meio de locomoção, o transporte aéreo. O primeiro voo foi feito pelos irmãos americanos Orville e Wilbur Wright, em 1903; porém, o primeiro voo devidamente homologado foi reali- zado pelo brasileiro Alberto Santos Dumont, em 1908. As- sim, em seguida, o engenheiro francês Louis Blériot voou, em 1909, de França à Inglaterra — compreendendo 42 qui- lômetros. Esses primeiros aviões eram de madeira e tecido, com suportes de ferro. Foram aperfeiçoados e substituídos por modelos de metal aerodinâmicos, na década de 1920. Sendo, por um alemão em 1939, desenvolvido o primeiro avião a jato, chamado de He 178. Atualmente, existem ja- tos — como o Boeing 747 — que pode carregar mais de 400 passageiros e executar uma viagem de mais de 12.000 quilômetros. O primeiro rádio. Os meios de comunicação começavam a surgir. Em 1895, é inventado o telégrafo sem fio (precursor do rádio) pelo engenheiro italiano Guglielmo Marconi, que obteve apoio de outro cientista descobridor das ondas de rádio — o alemão Heinrich Hertz . Assim, em 1901, Marconi enviou a primeira mensagem transatlântica por rádio, sendo trans- mitida por código morse, e em 1906, data-se a primeira transmissão sonora transatlântica. Os programas de rádio tornaram-se regulares na década de 1920. Os primeiros rá- dios eram grandes, mas com a invenção dos transistores, em 1947, reduziu-se seu tamanho. A transmissão sonora via rádio deve-se à invenção da válvula a vácuo, que constituía o componente básico dos circuitos eletrônicos dos primeiros aparelhos de rádio. Pri- meiramente, constitui-se as válvulas diodo, sendo em 1906 introduzida a válvula triodo, que possibilitou transmitir, receber e amplificar sinais de rádio, transformando-os em sons compreensíveis — como a voz. A captura de imagens e sua reprodução, ou seja, a invenção da fotografia, o cinema e a televisão, respecti- vamente, ocorreram da seguinte maneira. Na década de 1870, Eadweard Muybridge obteve o efeito de movimen- to através de fotos sucessivas de movimentos humanos e animais, tiradas com um aparelho de alta velocidade. Apesar de já na década de 1830 o francês Louis-Jacques Daguerre ter criado um processo fotográfico que utilizava placas de cobre cobertas com prata e iodo — simulando o movimento —, este era muito precário pois produzia uma cópia de cada fotografia. Um pouco mais tarde, o inglês William Fox Talbot inventou um processo que utilizava uma imagem negativa, permitindo um número ilimitado de cópias positivas da mesma fotografia. Surgia, então, a câmera fotográfica, que utilizava este último processo de revelação de imagens. Esta consistia de uma caixa escura, com um orifício de um lado, por onde entra a imagem do exterior e a reproduz sobre a parede oposta da câmera. Ela foi aperfeiçoada colocando-se uma lente em seu orifício, e assim obtendo uma imagem mais nítida. Posteriormente, em 1826, conseguiu obter o primeiro registro de uma ima- gem permanente, através de uma chapa de estanho cober- ta com betume sensível à luz. Então, finalmente inventa-se a fotografia, retirando a placa e tratando a fotografia qui- micamente. Consequentemente àcriação da fotografia, surge o cinema. Para isso, foi inventado a câmera cinematográfi- ca, por Étienne-Jules Marey, capaz de tirar doze fotos por segundo. Após nove anos foi inventado, por Thomas Edi- son, o cinetoscópio (exibia uma série de imagens a certa velocidade, produzindo assim um efeito de movimento). Posteriormente, em 1895, os irmãos franceses Louis e Au- guste Lumière, usaram um dispositivo semelhante a este descrito para a primeira exibição pública cinematográfica. Este dispositivo usava uma tira contínua de filme, rodada 6 GEOGRAFIA DO BRASIL à mão num projetor de imagens à tela. Então, na década de 1920, teve-se a invenção de filmes sonoros; em 1932, da produção de filmes coloridos, pelo sistema Technicolor. Em 1926 teve-se a invenção da televisão, pelo escocês John Logie Baird. Esse aparelho é concebido a partir da in- venção, de Vladimir Zworykin, do iconoscópio (dispositivo eletrônico que por protetora. Esses cabos têm a capacida- de de transmitirem sinais digitais ou analógicos, de vídeo e áudio (televisão, Internet) ou áudio (telefone, rádio). Para sua transmissão, é necessário um dispositivo transmissor e outro receptor, sendo que a principal diferença entre a transmissão de sinais digitais para os analógicos, o seguin- te: o primeiro precisa de apenas dois tipos de sinais lumi- nosos — isso pois o digital consiste em um sistema binário constituído pelos números 0 e 1 —, já o segundo é ne- cessário uma infinidade de sinais luminosos de diferentes intensidades de luz. Essas revolucionárias redes de telecomunicação per- mitem a transmissão de dados a uma velocidade muito maior que a dos cabos convencionais de cobre — atinge a velocidade da luz (300.000 km/s), com a transmissão de até 1 bilhão de bits por segundo (cada bit equivale a uma unidade de informação no sistema binário). Simplificando, são pacotes de até 1 bilhão de bits enviados a cada segun- do, que viajam à velocidade da luz. E também a uma maior distância sem a necessidade de uso de repetidores (dis- positivos utilizados para o sinal não enfraquecer) — 4.000 metros contra 1.500 metros dos cabos convencionais. Além disso, permite uma menor interferência; menor possibili- dade de intercepção, garantindo uma maior segurança de transmissão de dados; e impossibilidade de causar incên- dios devido à não-produção de descargas elétricas. Entre- tanto, possuem custo mais elevado em relação aos cabos convencionais, e exigem equipamentos avançados para sua instalação: a necessidade de ficarem alinhados e não- submetidos a uma grande pressão — caso contrário, tem sua capacidade diminuída — exigem que os equipamentos de instalação sejam de grande precisão. Os microprocessadores e a informática O microprocessador é a parte fundamental de um computador, mas não somente deste, pois é utilizado tam- bém para várias outras máquinas: máquinas de lavar e de costura, calculadoras, televisões e rádios modernos, carros, robôs, satélites, etc. O primeiro foi criado pela empresa In- tel, em 1971: foi o i4004 O microprocessador — que está envolvido por uma cápsula chamada chip — compreende a unidade aritmé- tico-lógica (dispositivo que realiza operações de cálculo), a unidade de controle (dispositivo que comanda outros, através de instruções corretas para executar tarefas), os re- gistros (dispositivo de memória de dados e de resultados das operações das unidades de um microprocessador) e buses internos de conexão (bus é um microcabo que co- necta os dispositivos de um computador, e permite o envio de mensagens). Para a comunicação do microprocessador com dispositivos externos, utiliza os buses externos. IBM 5100, o primeiro computador próximo do pessoal. O primeiro computador pessoal (ou PC — do inglês, personal computer) produzido em larga escala foi o IBM 5100, lançado em 1975. Então, em 1983, foi construído pela IBM, o PC XT: compreendia um microprocessador 8088 e um disco rígido (dispositivo com certa capacidade de armazenamento de dados de um computador). Sub- sequente, temos o desenvolvimento de outros micropro- cessadores mais avançados, sendo que estes caracterizam os nomes dos computadores: 286, 386, 486 (cada um com diversos tipos, como o 486 SX e 486 DX) A Interface Gráfica é a utilização do computador por meios gráficos, que por meio de ícones (símbolo gráfico) pode-se indicar um comando pelo qual o computador deve seguir. Isso é feito através do mouse (periférico que move um indicador para executar um comando). Assim, a Interface Gráfica substituiu o teclado para a execução de comandos, simplificando a utilização dos microcomputa- dores. Esta simplificação do modo de utilização do com- putadores, foi: · Flexibilizam a localização das atividades econômicas; · Permitem uma melhor e mais rápida distribuição de bens (produtos, equipamentos e matérias-primas) e servi- ços, traduzindo-se na subida do nível médio de vida da população; · Permitem a mobilidade da população (casa / trabalho, viagens de negócios, turismo...); · Facilitam o intercâmbio de técnicas e constituem um fato de aproximação de povos e culturas; · Quebram o isolamento das regiões desfavorecidas; · Atenuam as assimetrias socioeconômicas regionais; · Permitindo a especialização, o aumento de rendimen- to, de produtividade e dispersão das atividades econômi- cas, permitem o desenvolvimento integral das diferentes regiões; · Um sistema de vias de comunicação desenvolvido e eficiente (grande acessibilidade) indica a grande mobi- lidade da comunidade à procura das suas necessidades, assegurando às populações e agentes econômicos iguais oportunidades de aceder a níveis de serviços elevados e com características idênticas. A modernização dos transportes modificou a noção de distância. Antigamente a distância física media-se em ter- mos absolutos (distância em quilômetros), na atualidade mede-se em termos relativos (distância-relativa): distância- tempo e distância-custo). A maior velocidade dos transportes permitiu diminuir a distância-tempo (corresponde ao tempo utilizado para percorrer uma determinada distância). A maior ca- pacidade de carga dos transportes e a diminuição dos cus- tos permitiram reduzir a distância-custo ( corresponde ao custo associado a uma determinada distância). A acessibilidade (maior ou menor facilidade com que se atinge um local; depende do tipo de transporte, das condições da via, da intensidade do tráfego e dos custos associados) dos lugares pode ser medida utilizan- do os indicadores distância-tempo e distância-custo. A competitividade dos diferentes modos de trans- porte 7 GEOGRAFIA DO BRASIL As principais redes de transporte utilizadas para o es- tabelecimento de ligações são: a rede rodoviária, a rede ferroviária, a rede marítima e a rede aérea. A escolha do modo transporte a utilizar depende de vários fatores, po- dendo enunciar-se como os mais importantes o custo do transporte, o tipo de mercadoria a transportar, a distância a vencer, o tempo gasto no percurso e o tipo de trajeto a percorrer. Fonte: http://hygorbh.blogspot.com.br/ D) A QUESTÃO URBANA BRASILEIRA: PROCESSOS E ESTRUTURAS. É fundamental diferenciar crescimento urbano de ur- banização. Esta ocorre quando a população das cidades cresce mais do que a população rural, com migrações do campo para a cidade. Já o crescimento urbano, ou das ci- dades, pode suceder sem a urbanização. Historicamente no Brasil, até o século XIX, houve ape- nas crescimento urbano, uma vez que a população rural cresceu tanto quanto a urbana. Durante os ciclos econômi- cos, açúcar, ouro e café, a população urbana representava menos de 10% do total. Portanto, o conceito de urbaniza- ção só pode ser século XX, com uma industrialização que acelerou o êxodo rural. No início do século XX, o Brasil possuía32,6% da po- pulação vivendo nas cidades. Após 1960 (ver gráficos), o processo de urbanização no Brasil cresceu de forma signi- ficativa em todas as regiões. Entre os principais fatores que aceleram a urbanização, sem dúvida, a industrialização foi decisiva, sobretudo nos períodos de 1956 a 1961, com o “Plano de Metas” de J. Ku- bitschek, e de 1967 a 1973, com o “Milagre Econômico”de Delfim Netto. Simultaneamente houve expansão do merca- do de trabalho nas cidades em função do crescimento do setor de serviços e da própria industrialização. Portanto, neste quadro de alterações, o êxodo rural au- mentou, deixando a urbanização mais intensa e, infelizmen- te, ineficiente. A cidade não estava preparada para receber tantas pessoas, gerando caos na infraestrutura, surgindo problemas, já abordados, como as submoradias, transporte precário e falta de rede de esgoto, água e energia. Para agravar a situação, a industrialização não absor- veu todos os migrantes, e o resultado foi a hipertrofia do setor terciário, multiplicando o número de desemprega- dos, de subempregos e de pequenos negócios, marcados pela baixa escolaridade. A urbanização tem suas particularidades, como, por exemplo, a região Centro-Oeste ser a segunda região mais urbanizada do país. O fato é explicado pela construção de Brasília, associado à pecuária tradicional e à recente agri- cultura moderna de grãos, atividades que exigem pouca mão-de-obra. Segundo a demógrafa Rosana Baeninger, da Unicamp, o País passa por um novo ciclo de urbanização, marcado pelo deslocamento ou migração de curta distância entre regiões, até mesmo entre municípios próximos – é a cha- mada migração polinucleada. Beaninger aponta outras mudanças, como a saturação econômica das grandes metrópoles, inibindo as ofertas de empregos e a diminuição das fronteiras agrícolas, com o fim dos incentivos governamentais. A grande novidade é que a população rural de São Paulo voltou a crescer (0,78%) de 1991 a 2000. O fato é explicado pela expansão de novas atividades econômicas no meio rural, como a agroindústria, os condomínios, com serviços (incluindo o trabalho doméstico) e o turismo rural, com hotéis-fazenda. E) A AGROPECUÁRIA, A ESTRUTURA FUNDIÁRIA E PROBLEMAS SOCIAIS RURAIS NO BRASIL, DINÂMICA DAS FRONTEIRAS AGRÍCOLAS E SUA EXPANSÃO PARA O CENTRO-OESTE E PARA A AMAZÔNIA. A estrutura fundiária corresponde ao modo como as propriedades rurais estão dispersas pelo território e seus respectivos tamanhos, que facilita a compreensão das de- sigualdades que acontecem no campo. A desigualdade estrutural fundiária brasileira configura como um dos principais problemas do meio rural, isso por que interfere diretamente na quantidade de postos de tra- balho, valor de salários e, automaticamente, nas condições de trabalho e o modo de vida dos trabalhadores rurais. No caso específico do Brasil, uma grande parte das ter- ras do país se encontra nas mãos de uma pequena parcela da população, essas pessoas são conhecidas como latifun- diários. Já os minifundiários são proprietários de milhares de pequenas propriedades rurais espalhadas pelo país, al- gumas são tão pequenas que muitas vezes não conseguem produzir renda e a própria subsistência familiar suficiente. Diante das informações, fica evidente que no Brasil ocorre uma discrepância em relação à distribuição de ter- ras, uma vez que alguns detêm uma elevada quantidade de terras e outros possuem pouca ou nenhuma, esses aspec- tos caracterizam a concentração fundiária brasileira. É importante conhecer os números que revelam quan- tas são as propriedades rurais e suas extensões: existem pelo menos 50.566 estabelecimentos rurais inferior a 1 hectare, essas juntas ocupam no país uma área de 25.827 hectares, há também propriedades de tamanho supe- rior a 100 mil hectares que juntas ocupam uma área de 24.047.669 hectares. Outra forma de concentração de terras no Brasil é pro- veniente também da expropriação, isso significa a venda de pequenas propriedades rurais para grandes latifundiários com intuito de pagar dívidas geralmente geradas em em- 8 GEOGRAFIA DO BRASIL préstimos bancários, como são muito pequenas e o nível tecnológico é restrito diversas vezes não alcançam uma boa produtividade e os custos são elevados, dessa forma, não conseguem competir no mercado, ou seja, não obtêm lucros. Esse processo favorece o sistema migratório do campo para a cidade, chamado de êxodo rural. A problemática referente à distribuição da terra no Bra- sil é produto histórico, resultado do modo como no passa- do ocorreu a posse de terras ou como foram concedidas. A distribuição teve início ainda no período colonial com a criação das capitanias hereditárias e sesmarias, ca- racterizada pela entrega da terra pelo dono da capitania a quem fosse de seu interesse ou vontade, em suma, como no passado a divisão de terras foi desigual os reflexos são percebidos na atualidade e é uma questão extremamente polêmica e que divide opiniões. Fonte: http://mundoeducacao.bol.uol.com.br/geogra- fia/estrutura-fundiaria-brasil.htm F) A POPULAÇÃO BRASILEIRA: EVOLUÇÃO, ESTRUTURA E DINÂMICA. População Brasileira População é o conjunto de pessoas que residem em determinado território, que pode ser uma cidade, um esta- do, um país ou mesmo o planeta como um todo. Ela pode ser classificada segunda sua religião, nacionalidade, local de moradia (urbana e rural), atividade econômica (ativa ou inativa) e tem seu comportamento e suas condições de vida retratados através de indicadores sociais, como taxas de natalidade, mortalidade, expectativa de vida, índices de analfabetismo, participação na renda, etc. O Brasil, em 2013, ultrapassou a casa dos 200 milhões de habitantes. (aproximadamente 201 milhões). É um país populoso, o quinto maior do planeta, porém, não é den- samente povoado (densidade demográfica de aproxima- damente 23,6 hab/km2. Segundo o IBGE, o país tem atual- mente 201,032 milhões de habitantes, contra 199,242 milhões em 2012, um crescimento de cerca de 1 por cento. Em 2000, a população brasileira era de 177,448 milhões de habitantes. Antes da colonização, a população do atual território brasileiro era, segundo estimativas, de dois a cinco milhões de índios, pertencentes a vários grupos. Os grupos mais numerosos, e que ocupavam as maiores extensões territo- riais, eram o jê e o tupi-guarani. O crescimento vegetativo ou natural corresponde à di- ferença entre as taxas de natalidade e de mortalidade. No Brasil, embora essas duas taxas tenham declinado no pe- ríodo de 1940-1960, foi somente a partir da década de 60 que o crescimento vegetativo passou a diminuir. A partir da década de 60, com a urbanização acelerada no Brasil, a taxa de natalidade passou a cair de forma mais acentuada que a taxa de mortalidade. Consequentemen- te, o crescimento vegetativo começou a diminuir, embora ainda apresentasse valores altos, típicos de países subde- senvolvidos. Demográfica e economicamente falando, existe uma série de termos utilizados para mensurar e estabelecer es- tatísticas sobre as características socioeconômicas e espa- ciais de um país ou território. Um dos mais importantes é o conceito de População Economicamente Ativa (PEA). Existem várias definições sobre o que seria, precisa- mente, a População Economicamente Ativa. O Instituto Bra- sileiro de Geografia e Estatística (IBGE) define a PEA como a mão de obra com a qual o setor produtivo pode contar, ou seja, é o número de habitantes em idade e condições físicas para exercer algum ofício no mercado de trabalho. Nessa conceituação, a População Economicamente Ativa envolve aquilo que o IBGE classifica como população ocupada e população desocupada. O primeiro termo re- fere-se aos que possuem algum ofício em um período de referência,sendo esse ofício remunerado, não remunerado, por conta própria ou como um empregador. Já o segundo termo refere-se ao grupo de pessoas que não possuem emprego e que estão aptas a trabalhar, tendo realizado al- gum mínimo esforço para tal. Dessa forma, em uma definição mais simples, costu- ma-se dizer que a PEA é a população empregada ou que possui condições de trabalhar e que realiza algum esforço para isso. Consequentemente, a População Não Economicamente Ativa refere-se às pessoas não classifica- das como ocupadas e desocupadas, isto é, aquelas que não possuem idade, interesse ou condições de exercer algum ofício. A classificação da idade para o enquadramento na PEA varia de país para país. Em alguns lugares, engloba-se a população que possui de 10 a 60 anos. No Brasil e também em muitos outros países, a idade mínima é de 15 anos. Por- tanto, além de um conceito econômico, trata-se também de um termo demográfico. Em países subdesenvolvidos ou em boa parte dos emergentes, a pirâmide etária indica – quase sempre – uma população predominantemente jovem, em face das elevadas taxas de natalidade e mortalidade. Nesses locais, a PEA apresenta-se em grande quantidade, o que é o mes- mo que uma mão de obra farta e barata, ocorrência que atrai muitas empresas. Em alguns países emergentes e na maioria dos desenvolvidos (sobretudo da Europa), há um envelhecimento populacional que resulta das baixas taxas de natalidade, mortalidade e alta expectativa de vida. Com isso, proporcionalmente, a PEA é muito baixa, o que pode comprometer suas economias. O Brasil vem assistindo a uma gradativa redução de sua População Economicamente Ativa, graças a essas mesmas mudanças demográficas. Recentemente, o país deixou de ser considerado “jovem” e passou a ser classificado como “adulto”, graças ao processo de envelhecimento popula- cional, ou seja, a elevação da média de idade no território nacional. Fonte: http://mundoeducacao.bol.uol.com.br/geogra- fia/o-conceito-populacao-economicamente-ativa-pea.htm 9 GEOGRAFIA DO BRASIL G) A DISTRIBUIÇÃO DOS EFETIVOS DEMOGRÁFICOS E OS MOVIMENTOS MIGRATÓRIOS INTERNOS: REFLEXOS SOCIAIS E ESPACIAIS. Movimentos Migratórios Impulsionados por motivos diversos, como a fome, a conquista territorial, a fuga a perseguições políticas e religiosas, as crises econômicas, entre outros, os movimentos migratórios têm se realizado ao longo da história de forma contínua. Cada época marca seu motivo. A verdade é que os movimentos de população permitiram o povoamento do mundo e significaram a expansão de etnias, línguas, religiões e conhecimento, num emaranhado processo que dá ao mundo atual os traços de grande diversidade e riqueza cultural que observamos. As chamadas Grandes Navegações ou “grandes invasões”, por exemplo, foram responsáveis pela colonização do con- tinente americano a partir do século XVI; e significaram a difusão da cultura dos europeus, a qual entrou em choque com as culturas das comunidades indígenas que já habitavam o território. Esse deslocamento populacional foi estimulado pelo expansionismo territorial das potências europeias da época, que buscavam fontes de matérias-primas e novos mercados para seus produtos, portanto, tinha motivação geopolítica e eco- nômica. Essa migração aumentou maciçamente no século XIX e começo do XX. Paralelamente, perseguições políticas e religiosas, guerras e crises econômicas foram responsáveis por grandes deslo- camentos humanos da Europa e Ásia para as Américas. Outras partes do mundo sofreram estimulação migratória mais lo- calizada, como é o caso da Austrália e Nova Zelândia, onde a perspectiva de melhoria de condições de vida, com a possibili- dade de mobilidade social (ascensão econômica), incentivou especialmente parte da população da Grã-Bretanha a emigrar. Causas das migrações atuais Os movimentos migratórios atuais relacionam-se, principalmente, a duas causas: • A busca por melhores condições de vida – caracteriza os deslocamentos populacionais provocados pela miséria que se concentra em algumas partes do mundo. Portanto, têm caráter econômico, constituindo fluxos ou correntes migratórias de países pobres para países ricos. Exemplos: pós-década de 60 (século XX), da Europa Mediterrânea para a Europa Ociden- tal; na atualidade, do norte da África para países europeus, de regiões da América Latina para os EUA e Canadá, do extremo oriente para as Américas. Essas migrações são vistas como o efeito colateral mais perverso da globalização. • A fuga de regiões em conflito – trata-se de migrações provocadas por guerras locais, portanto, têm motivação po- lítico-bélica, constituindo um verdadeiro êxodo para os países que recebem os refugiados. Esses deslocamentos ocorrem por uma questão de sobrevivência às perseguições motivadas por conflitos étnicos e às atrocidades cometidas contra as populações civis. Os exemplos mais recentes foram os que ocorreram na Bósnia-Herzegovina e Kosovo. 10 GEOGRAFIA DO BRASIL • Mas é no continente africano que se desencadeia a maior quantidade de movimentos migratórios: são legiões de refugiados vagando pelo espaço local, à procura de abrigo, fugindo de guerras tribais, instabilidades políticas, questões raciais e religiosas e golpes militares. Áreas de repulsão e atração Hoje, no mundo, podemos identificar algumas áreas com características de repulsão (países emissores) e de atração (países receptores) no espaço terrestre, que levam milhares de pessoas a se deslocar. Como áreas de repulsão, podemos identificar: a) América Latina (México, América Central e América do Sul) – com seus históricos problemas de desequilíbrio econômico, provocados por endividamentos e mau geren- ciamento do dinheiro público, gerando enormes bolsões de pobreza. b) África – onde, além da pobreza crônica da popula- ção, ocorrem conflitos raciais de extrema violência dentro dos países artificialmente criados pelos colonizadores eu- ropeus. c) Ásia – o continente que concentra o maior contin- gente absoluto de pobres do mundo onde as estruturas sociais são profundamente injustas, muitas vezes exacer- badas pelos sistemas de castas e pelo comportamento re- ligioso. d) Leste Europeu – onde o fim do socialismo gerou enorme desorganização econômica, com a eliminação de empregos e benefícios estatais, expondo diferenças antes controladas pela ideologia política comum, provocando conflitos étnicos e religiosos. O desenvolvimento do capitalismo internacional con- centrou, particularmente, a riqueza em algumas regiões do globo, atraindo as populações empobrecidas que têm grande desejo de participar dos benefícios decorrentes desse poder. Como exemplos dessas áreas de atração, podemos identificar: a) América Anglo-Saxônica – os EUA e, em menor escala, o Canadá, com suas ricas economias, são atrativos para as populações latino-americanas, principalmente me- xicanos e centro-americanos que veem na poderosa nação (EUA) a solução para seus problemas. Veja mais em Imigra- ção Ilegal ao EUA. b) Europa Ocidental – essa região concentra as prin- cipais economias do continente: Alemanha, França, Itália e Reino Unido, além da Holanda, Suécia e Suíça. A Europa é circundada por várias regiões com economias problemáti- cas, como a África, Oriente Médio, Europa Oriental e, mais distante, o Sul e Sudeste Asiático. Quando, nos anos 60 (século XX), os países acima ci- tados começaram a apresentar um desenvolvimento mais acelerado, libertando-se dos problemas gerados pela Se- gunda Guerra Mundial, teve início a imigração. Em prin- cípio, ela ocorreu na própria Europa (migração intracon- tinental), dos países mais pobres, como Portugal, Irlanda, Grécia, Espanha, e Turquia em direção aos países centrais. Mais tarde, também começaram a chegar os imigrantes de outros continentes (migração intercontinental’),
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