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Guia de Estudo - Unidade I (1)

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GUIA DE ESTUDO
UNIDADE I
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1ª UNIDADE
DISCIPLINA: ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA
1. Administração Financeira
Em nossa primeira aula faremos um estudo sobre a Administração Financeira, conhe-
ceremos as principais áreas e funções de Finanças e abordaremos alguns conceitos 
financeiros iniciais como: risco, retorno e Custo de oportunidade.
Antes de começarmos a nossa conversa sobre Administração Financeira, você de-
verá parar e pegar o seu livro texto com o mesmo título de nossa disciplina, do autor 
Megliorini, da Pearson, que você ganhou do Centro Universitário Maurício de Nassau, 
e fazer a leitura da unidade I, da página dois (02) até a página onze (11).
Então, agora que você já fez a leitura recomendada, vamos dialogar sobre o assunto: 
o que seriam Finanças para você? Qual a importância da área financeira na adminis-
tração de uma empresa? Você já parou para pensar nisso? O termo finanças pode 
ser definido como “a arte e a ciência de administrar o dinheiro”. As Finanças estão 
relacionadas ao processo, às instituições, aos mercados e aos instrumentos envolvi-
dos na transferência de dinheiro entre as pessoas, as empresas e os órgãos governa-
mentais. (Gitman, 2010). Logo, pode-se perceber que é uma área vital para o sucesso 
de qualquer tipo de negócio. Para tanto, é preciso conhecer bem as finanças do seu 
negócio para que se consiga uma boa administração do mesmo, pois essa área é 
responsável pelo controle dos pagamentos de todas as contas da empresa, que, por 
muitas vezes, se encontram no setor de Contas a Pagar da empresa e é responsável, 
também, pelo controle das Contas a Receber (clientes), assim como sobre o controle 
dos empréstimos e financiamentos da empresa, que se encontram sob a supervisão 
do Diretor financeiro – coordenador de todos esses setores que fazem parte do de-
partamento de Finanças. 
Os administradores financeiros são responsáveis pela gestão dos negócios financei-
ros de organizações de todos os tipos. Também estão mais ativamente envolvidos 
no desenvolvimento de estratégias empresariais e na melhoria de sua posição com-
petitiva. Com a crescente globalização, a função do administrador financeiro ganhou 
contrastes complexos, exigindo que ele seja capaz de gerenciar fluxos de caixa em 
diferentes moedas e os proteger dos riscos que decorrem naturalmente das transa-
ções internacionais. As condições econômicas e regulatórias em transformação tam-
bém tornam mais complexa a função do administrador financeiro, o que faz com que 
possa ser notado um maior destaque dos profissionais desta área no mercado, pois 
os campos de atuação para os profissionais de Finanças são: instituições bancárias e 
afins, assessoria financeira pessoal, investimentos, imóveis e seguros. Dentro dessas 
áreas, o administrador financeiro pode atuar em vários campos e desenvolver várias 
atividades como: trabalhar com orçamento da empresa, administração de fluxo de cai-
xa, administração do crédito (análise de crédito dos clientes), análise de investimen-
DANIEL
Highlight
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tos (compra de máquinas, desenvolvimento de produtos, compra de ações de outras 
companhias) e captação de fundos (aquisição de empréstimos e financiamentos junto 
aos bancos).
A relevância dada à área de finanças depende do tamanho da empresa, pois, quando 
a empresa é pequena, tal função costuma ser realizada pelo presidente da empresa 
ou pelo departamento de contabilidade e, à medida que o tamanho da empresa au-
menta, a área de finanças passa a ser um departamento em separado que se reporta 
diretamente ao presidente executivo. Para ampliar a sua visão sobre a área de finan-
ças, você deverá ler o artigo sobre o assunto que se encontra no seguinte link: http://
sereduc.com/yIRh8k.
Depois de fazer a leitura desse artigo, você deverá fazer um exercício, que apresenta 
algumas questões sobre o texto, para que você possa testar seus conhecimentos 
sobre Finanças.
1.1. A área de Finanças e sua relação com as demais áreas do conhecimento
Antes de continuarmos nossa discussão, você deverá parar e fazer a leitura do seu 
livro texto de Administração Financeira, do autor Megliorini: unidade I, da página doze 
(12) até a página dezesseis (16) e, para complementar o seu conhecimento, você 
deverá acessar a biblioteca virtual e fazer a leitura do livro de Princípios de Adminis-
tração Financeira, do autor Lawrence J. Gitman e fazer a leitura do capítulo 1 do livro, 
da página três (03) até a página onze (11).
Agora que você fez a leitura recomendada, você viu que a Administração Financeira 
apresenta uma relação estreita com outras áreas de conhecimento como a área de 
economia, pois os administradores financeiros precisam entender o arcabouço da 
economia em que atuam para responder a mudanças, ou até antecipá-las; principal-
mente quando trabalham no orçamento da empresa, pois precisam conhecer algumas 
variáveis como taxa de juros, inflação, cenários econômicos, PIB (Produto Interno 
Bruto) para tomarem a decisão correta e se prepararem para eventos futuros. 
A área de finanças, representada pelo tesoureiro, e a contabilidade, representada 
pelo controller, estão intimamente relacionadas e, via de regra, se sobrepõem. Mas as 
principais diferenças entre ambas as funções são que: o Tesoureiro costuma ser res-
ponsável por atividades relacionadas ao capital da empresa, tal como o planejamento 
financeiro e a captação de fundos, tomada de decisões de investimento de capital, a 
gestão de caixa, a gestão de atividades creditícias, a gestão de fundos de pensão e a 
gestão de câmbio. Enquanto o Controller lida com as atividades contábeis, como: a 
contabilidade empresarial, a gestão tributária, a contabilidade financeira e a contabili-
dade de custos. Ou seja, o foco do tesoureiro tende a ser mais EXTERNO, e o do con-
troller, tende a ser mais INTERNO. Conforme o organograma apresentado a seguir: 
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(Figura abaixo deverá ser readaptada – livro de MASAKAZU, HOJI. Administração 
financeira e orçamentária. 3. ed. São Paulo: Atlas, 2001.)
 
FONTE: MASAKAZU, HOJI. Administração financeira e orçamentária. 3. ed. São 
Paulo: Atlas, 2001.
Uma diferença significativa de perspectiva e ênfase entre as áreas de finanças e con-
tabilidade é que os contadores geralmente usam o regime de competência, enquanto 
os administradores financeiros enfatizam os fluxos de caixa. Você sabe a diferença 
entre esses dois regimes? O regime de competência registra as receitas e despesas 
no momento de ocorrência do fato gerador, ou seja, no momento em que acontece-
ram, independente da data do pagamento ou do recebimento. Enquanto o regime de 
Caixa registra as receitas e as despesas no momento do pagamento e do recebimen-
to, ou seja, ele está preocupado com as entradas e saídas de dinheiro do caixa, como 
se fosse o nosso bolso. Como, por exemplo, temos: Suponha que essas são as suas 
contas do Mês de Janeiro, caso você quisesse comparar suas receitas com suas des-
pesas para saber seu saldo pelo regime de competência e pelo regime de caixa, qual 
seria seu resultado?
Os resultados seriam em cada um dos regimes, conforme apresentado na tabela a 
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seguir:
Logo, de acordo com o quadro acima, no regime de competência, foram considera-
das todas as receitas e despesas do período, ou seja, referente ao mês de Janeiro, 
independente da data do pagamento ou recebimento. Já no regime de caixa foram 
consideradas APENAS as receitas e despesas que foram recebidas ou pagas no mês 
de Janeiro, ou seja, esse regime se preocupa com o dinheiro, como se fosse o seu 
bolso, preocupando-se com as entradas e saídas de dinheiro do período. Tais regimes 
são muito relevantes na área de finanças. Pois as demonstrações contábeis -- como 
o balanço patrimonial, a demonstração do resultado (DR) e as outras demonstrações 
contábeis -- seguem o regime de competência, pois é o critério aceito pela legislação 
do impostode renda e que deve ser seguido para elaboração e apresentação dessas 
demonstrações pelas empresas. Já a chamada Demonstração do Fluxo de Caixa 
(DFC) segue o regime de caixa e é uma demonstração muito importante para que os 
gestores tomem decisões como: análise de investimentos, captação de financiamen-
tos e gestão da necessidade de capital de giro da empresa. Tais conceitos deverão ser 
mais aprofundados nas próximas aulas.
2. Conceitos de Risco, Retorno e Custo de Oportunidade.
Agora que você já conhece bem a função da área de finanças nas empresas e sua re-
lação com as demais áreas, vamos debater alguns conceitos relevantes que envolvem 
a área de finanças. Para isso, será necessário que você efetue a leitura do livro texto 
de Megliorini, na unidade I, da página dezesseis (16) até a página vinte e dois (22) e, 
para complementar o seu conhecimento, ainda na biblioteca virtual, faça a leitura do 
capítulo cinco do livro de Princípios de Administração Financeira, do autor Lawrence 
J. Gitman, da página duzentos e três (203) até a página duzentos e treze (213).
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Você deve ter visto, em sua leitura, que não seria possível falar em Finanças sem falar 
nos conceitos de Risco e Retorno. Mas o que seria o Risco para você? E o retorno? 
Quando vamos analisar a possibilidade de um investimento, essas são, sem dúvida, 
nossas primeiras preocupações, ou não? Pensamos qual retorno que tal investimento 
nos trará? E qual risco iremos correr para alcançar esse retorno? O Risco na área 
de finanças está associado à chance de perda financeira. Já o Retorno é o ganho ou 
prejuízo total que se tem com um investimento: é o resultado do nosso investimento.
Podemos obter ganhos com tal investimento ou prejuízo. Como no caso de comprar 
uma ação na bolsa de valores por um valor X, poderemos vender essa ação por um 
valor X-1, através do qual teremos prejuízo; ou poderemos vendê-la por um valor X+1 
e, então, teremos lucro. Ao comprar essa ação, você escolheu correr o risco de ga-
nhar ou de perder com esse investimento. Com isto, vai ser justamente essa medida 
que indica a possibilidade de perda financeira com o investimento realizado. Existem 
investidores mais conservadores que procuram investimentos de risco menor como, 
por exemplo, a poupança, cujo risco é quase zero, e títulos do governo como CDB, 
que apresentam um baixo risco. Tudo vai depender do custo de oportunidade do in-
vestidor. Visto isto, o que seria o custo de oportunidade? Você já ouviu falar nesse 
conceito? Vamos refletir: Se hoje você ganhasse dez milhões de reais na Mega Sena, 
qual investimento mais seguro você teria para colocar o seu dinheiro sem se preocu-
par? Vamos supor que você respondeu que é a poupança. Então, eu lhe pergunto: 
o que faria você trocar a poupança para investir em um título público, por exemplo? 
Certamente, você compraria o título se ele apresentasse o risco parecido com o da 
poupança e lhe desse um retorno maior do que o a da poupança. Com base nisso, 
qual o seu custo de oportunidade? Seria a taxa de retorno oferecida pela poupança, 
certo? Pois você a utilizou como base de comparação para decidir entre os outros 
investimentos. Ou seja, o custo de oportunidade é o retorno mínimo que o investidor 
deseja e serve como base de comparação para que o investidor possa escolher entre 
as diversas alternativas de projetos de investimentos.
Vamos supor que você tenha um milhão de reais para aplicar no mercado financeiro, 
cuja remuneração é de 20% ao ano, e que você está avaliando alternativas de in-
vestimentos, entre as quais a constituição de uma empresa. Caso você aplique esse 
dinheiro na empresa, você teria um lucro de duzentos e vinte e quatro mil reais (R$ 
224.000,00). Analisando a situação, você trocaria o investimento do mercado financei-
ro pela abertura da empresa? Como faremos para resolver essa situação? 
Para tomarmos a decisão correta, peço que você refaça a leitura no livro texto de 
Megliorini, da página seis até a página sete, e veja a fórmula do Retorno sobre o Patri-
mônio Líquido (RSPL), que se encontra no livro, e vamos resolver a questão com ela:
Você precisa encontrar o retorno sobre o patrimônio líquido (RSPL) da empresa para 
que possa comparar com a taxa de retorno do mercado financeiro, o lucro líquido da 
empresa é de R$ 224.000,00 e o patrimônio líquido da empresa será um milhão de 
reais acrescido do valor do lucro. Então, substituindo na fórmula, teremos:
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Com isso, encontramos uma taxa de retorno para o caso de constituir uma empresa 
de 22,40% em comparação com uma taxa de retorno de 20% para o caso de investir 
no mercado financeiro. Logo, investir na empresa vai trazer para você um retorno 
maior do que investir no mercado financeiro. Ou seja, a empresa apresentou um re-
torno maior do que o seu custo de oportunidade, que, nesse caso, era de 20% ao ano. 
Agora vamos imaginar que você não queira investir todo seu dinheiro nessa empresa 
e só deseje investir a metade, ou seja, quinhentos mil reais, e o restante você vai pe-
gar um empréstimo bancário de quinhentos mil reais com juros de 15% ao ano. Com 
isso, a empresa terá uma despesa de juros de R$ 75.000,00, que diminuirá seu lucro 
líquido, mas também reduzirá o imposto de renda a ser pago. Logo, o lucro líquido 
da empresa para essa situação será de R$ 171.500,00 (cento e setenta e um mil e 
quinhentos reais). Vemos que houve uma redução no lucro líquido da empresa, mas 
vamos verificar se essa situação ainda apresenta um retorno vantajoso para você?
Novamente, colocaremos os valores na equação 2.1 e teremos o seguinte retorno 
sobre patrimônio líquido:
Agora vemos que essa mudança proporcionou para você, investidor, um retorno ain-
da maior do que a situação anterior. Na próxima unidade você vai entender melhor 
porque isso ocorreu, pois essa situação demonstrou que o uso do capital de tercei-
ros, representado pelos empréstimos, proporcionou um retorno maior para o dono da 
empresa do que o uso do capital próprio, que foi representado pelo investimento dos 
sócios da empresa.
Vamos continuar analisando os conceitos de retorno e risco para um ativo individual.
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2.1 Cálculo do Retorno
O retorno, como dito anteriormente, representa o ganho ou prejuízo que o investidor 
espera obter com um investimento em um determinado período de tempo. De acordo 
com a fórmula exposta no livro texto de Megliorini, pode ser calculado pela seguinte 
equação: 
Onde: 
Kt = taxa de retorno do ativo durante o intervalo de tempo considerado (t);
Pt = preço ou valor do ativo no fim do período t;
Pt-1 = preço ou valor do ativo no início do período t;
Dt = fluxo de caixa proporcionado pelo ativo durante o período t.
Vejamos um exemplo de cálculo de retorno. Vamos supor que você, como empresário(a) 
conceituado(a), tenha investido na compra de duas máquinas Ônix e Ômega e gosta-
ria de medir o retorno dessas máquinas. A máquina Ônix foi comprada há um ano pelo 
valor de R$ 25.000,00 e tem o valor de mercado de R$ 26.000,00. Durante o ano, ela 
gerou R$ 1.000,00 em fluxo de caixa para o proprietário da empresa. Já a máquina 
Ômega foi comprada há três anos pelo valor de R$ 18.000,00 e tem o valor de mer-
cado de R$ 17.800,00. Durante o ano, ela gerou R$ 2.800,00 em fluxo de caixa para 
o proprietário da empresa. Qual será a taxa de retorno anual de cada uma das má-
quinas? Como resolveremos essa questão? Vamos começar substituindo na fórmula:
Retorno da máquina Ônix:
Retorno da máquina Ômega:
Embora o valor de mercado da máquina ômega tenha sido menor do que o da máqui-
na ônix, seu fluxo de caixa proporcionou uma taxa de retorno mais elevada do que o 
da máquina ônix. Por isso, a relevância de avaliar o retorno de cada uma das máqui-
nas e compará-los entre si para tomar decisões mais confiáveis.
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2.2 Cálculo do Risco
O risco representa a chance de perda financeira. Pois, de acordo comGitman (2010, 
p. 203): “Ativos que apresentam maior chance de perda são considerados mais arris-
cados do que os que trazem uma chance menor”. Ou seja, quanto maior o retorno, 
maior será o risco. Pois, o risco e o retorno são diretamente proporcionais. 
O indicador estatístico mais comum de risco de um ativo é o desvio padrão, , que 
mede a dispersão em torno do valor esperado, ou seja, mensura a variabilidade dos 
retornos de um ativo. 
Existem diversos tipos de riscos que afetam os administradores financeiros e os acio-
nistas. De acordo com Gitman (2010, p. 204) os riscos específicos da empresa são: 
o risco operacional, que está associado à possibilidade de que a empresa não seja 
capaz de cobrir seus custos operacionais; e o risco financeiro, que está ligado à 
possibilidade de que a empresa não seja capaz de fazer frente a suas obrigações fi-
nanceiras. Os riscos específicos do acionista são: o risco de taxa de juros, que está 
ligado à possibilidade de que mudanças nas taxas de juros afetem negativamente o 
valor de um investimento; o risco de liquidez, que está relacionado à possibilidade de 
que um investimento não possa ser facilmente liquidado a um preço razoável, já que 
a liquidez é afetada de modo significativo pela extensão e profundidade de mercado 
em que um investimento costuma ser negociado; e outro tipo de risco seria o risco de 
mercado, que representa a possibilidade de que o valor de um investimento caia de-
vido a fatores de mercado que independem do investimento em si como acontecimen-
tos econômicos, políticos e sociais. Existem ainda os riscos inerentes às empresas e 
aos acionistas que são: o risco de evento, que está atrelado à possibilidade de que 
algum evento inteiramente imprevisto exerça efeito significativo sobre o valor de uma 
empresa ou de um investimento específico como alguma mudança na legislação proi-
bindo a venda de determinado produto ou algo parecido; tem-se também o risco de 
câmbio, que é a exposição dos fluxos de caixa esperados futuros e flutuações da taxa 
de câmbio; o risco de poder aquisitivo que é a possibilidade de que uma mudança 
nos níveis de preços causada pela inflação ou deflação possa afetar negativamente 
os fluxos de caixa e o valor da empresa ou investimento; e o risco tributário, que é a 
possibilidade de que sobrevenham mudanças desfavoráveis na legislação tributária. 
Para avaliar o risco de um ativo, pode ser utilizada a análise de cenários e distribui-
ções de probabilidades. A análise de cenários considera os diversos resultados alter-
nativos possíveis para obter um senso da variabilidade dos retornos. Esses cenários 
são compostos de resultados pessimistas (os piores possíveis), mais prováveis (re-
sultados esperados) e cenários otimistas (os melhores possíveis). Essa análise nos 
permite verificar os retornos esperados em cada um desses cenários e como o ativo 
se comporta nas diversas alternativas estudadas. Com isso, o risco é medido em 
função da amplitude dos retornos. A amplitude é encontrada subtraindo-se o retorno 
associado ao resultado pessimista do retorno associado ao resultado otimista. Quanto 
maior a amplitude, maior a variabilidade, ou seja, maior o risco do ativo. 
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Para entender como funciona esse cálculo, vamos supor que a empresa ABC Com-
pany, uma empresa de cosméticos, quer escolher entre dois investimentos, X e Y. 
Cada um exige desembolso inicial de R$ 15.000,00 e tem uma taxa de retorno anual 
mais provável de 20%. A administração estimou que os retornos associados aos re-
sultados mais otimistas e pessimistas de cada investimento no quadro a seguir. Qual 
investimento você, como administrador financeiro, aconselharia a empresa ABC Com-
pany a escolher?
De acordo com o quadro acima, podemos observar que o ativo Y apresenta um risco 
maior de 17%, enquanto o ativo X apresenta um risco menor de 7%. Logo, como am-
bos ativos oferecem o mesmo retorno, o investidor avesso ao risco preferiria o ativo X 
ao invés do ativo Y, uma vez que ele apresenta um risco menor. 
O coeficiente de variação, CV, de acordo com Gitman (2010, p.212): “consiste em uma 
medida de dispersão relativa que é útil na comparação dos riscos de ativos com dife-
rentes retornos esperados”. De acordo com Gitman (2010), a fórmula que nos ajuda a 
calcular esse coeficiente de variação é dada pela seguinte equação:
Coeficiente de Variação = 
Pela expressão, podemos observar que, quanto mais alto o coeficiente de variação, 
maior o risco e, por consequência, maior o retorno esperado. 
2.3 Risco e Retorno numa carteira de ativos 
Para que você entenda melhor os conceitos que serão tratados nessa seção, é ne-
cessário que faça a leitura do livro texto de Megliorini, da página vinte e dois (22) até a 
página vinte e quatro (24) e, para complementar o seu conhecimento, faça a leitura do 
capítulo cinco do livro de Princípios de Administração Financeira do autor Lawrence J. 
Gitman da página duzentos e quatorze (214) até a página duzentos e dezoito (218). 
Ambos estão disponíveis na biblioteca virtual.
Agora que você já leu sobre o assunto, viu a importância de analisar o risco e retorno 
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de uma carteira de ativos, pois o investidor, para tentar diversificar o seu risco, busca 
investir em uma carteira de ativos, procurando maximizar o retorno dos investimentos 
e diminuir o risco. Isso ocorre porque, além de todos aqueles tipos de riscos que vi-
mos na seção anterior, ainda existem dois tipos de riscos muito importantes para essa 
análise que faremos: o risco sistemático ou não diversificável, que corresponde a 
qualquer tipo de risco que afeta as empresas em geral e que não pode ser diluído atra-
vés da diversificação de ativos; e o risco não sistemático ou diversificável, que é 
o risco que afeta especificamente uma empresa ou um pequeno grupo de empresas. 
Existe o risco não sistemático ou diversificável, que é um tipo de risco que pode ser 
diluído através da diversificação de ativos num carteira. Mas como isso acontece? 
Para que isso ocorra você deverá investir em ativos que possuam uma correlação 
negativa, ou seja, ativos que variam em sentidos opostos. Por exemplo, você poderá 
comprar ações da bolsa de valores e investir no fundo CDI (Certificados de depósi-
tos Interbancários), pois esses ativos possuem correlação negativa entre si. Então, 
quando, por algum fator de mercado, perder dinheiro no investimento com as ações, 
você ganhará dinheiro no investimento no fundo CDI, porque tais ativos apresentam 
correlação negativa.
Esse conceito de diversificação de ativos em uma carteira foi desenvolvido por Harry 
Markowitz (http://pt.wikipedia.org/wiki/Harry_Max_Markowitz), em 1952, e é chamado 
de Teoria das Carteiras. Markowitz desenvolveu essa teoria em sua tese de doutora-
do apresentada em 1952, na Universidade de Chicago, recebendo, no mesmo ano, 
o Prêmio Nobel de Economia. Pois, uma das maiores contribuições dos estudos de 
Markowitz foi ressaltar a relevância da diversificação dos ativos como forma de mini-
mizar o risco da Carteira. Ele revolucionou na época com seus estudos da teoria de 
carteira, embora tenham se passado muitos anos de suas descobertas e se tenham 
desenvolvido melhorias em tais técnicas, ele ainda continua sendo a base para as 
análises de investimento. 
Portanto, caso você esteja interessado em fazer investimentos, não se esqueça: bus-
que medir o grau de correlação entre os ativos e componha a sua carteira com ativos 
que apresentem uma correlação negativa para que, com isso, você consiga diluir o 
risco e maximizar o retorno dos seus investimentos.
2.4 Revisão da Unidade Um
Para concluirmos o assunto da unidade um, vamos recapitular os principais conceitos 
vistos na unidade. Nela aprendemos sobre o papel da área de finanças nas empresas, 
vimos a sua relevância e vimos a sua relação com outras áreas como a economia e a 
contabilidade. Aprendemos tambémsobre o papel do tesoureiro nas empresas, que é 
um profissional que administra o capital da empresa através de investimentos, finan-
ciamentos, entre outros. 
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Vimos alguns conceitos importantes como o risco, o retorno e o custo de oportunida-
de. Aprendemos, através dos exemplos, como calculá-los para tomar a decisão que 
maximize o retorno da empresa e diminua o risco do investimento. Além de aprender-
mos sobre a diversificação dos ativos em uma carteira de investimentos como forma 
de diluir o risco do negócio.
Agora é sua vez de pôr em prática o que foi mostrado nessa unidade. Para praticar os 
conhecimentos vistos, aprendidos, faça os exercícios referentes à unidade I que es-
tão no ambiente virtual e participe do fórum sobre os assuntos abordados para trocar 
conhecimentos com os demais estudantes da disciplina.

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