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Psicanálise_PESQUISA

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UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA – UNEB
DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS DA VIDA – CAMPUS I
CURSO DE FISIOTERAPIA
MYCHELLE REGINA MELO DE SOUZA LUZ
PSICANÁLISE
SALVADOR- BAHIA
2014
MYCHELLE REGINA MELO DE SOUZA LUZ
PSICANÁLISE
PSICOLOGIA EM SAÚDE
Pesquisa apresentado na Universidade do Estado Da Bahia, como requisito parcial de avaliação da I Unidade do 3° semestre, na disciplina de Psicologia em Saúde.
Solicitada pela Profa. Lilian Darze de Araújo Góes.
SALVADOR- BAHIA
2014
PSICANÁLISE
A psicanálise foi criada por Sigmund Freud (1856-1939), advindo de uma família pobre e judaica, Sigmund Freud nasceu na Moravia em 1856, porém mudou-se logo cedo para Viena. Apesar de ter sido criado por uma babá católica, Freud nunca foi incentivado a seguir qualquer religião, assumindo quando adulto seu posicionamento ateu. Sua família mesmo em dificuldades, proporcionou ao jovem Freud todas as condições para sua formação médica. Nesta formação, Freud enveredou pelos laboratórios de fisiologia e de anatomia cerebral, onde realizava pesquisas. Mas, tendo em vista que a pesquisa não lhe proporcionava tantas oportunidades de trabalho e consequentemente seu sustento, Freud abandona o laboratório e ingressa no hospital geral. Foi este contexto que possibilitou a esse jovem médico a observação dos primeiros casos de histeria, muito presente nesta época.
A trajetória e história da psicanálise está indissociavelmente ligada à vida de Freud. O marco inicial dos estudos que levaram ao desenvolvimento da Psicanálise, se dá a partir do momento em que Freud inicia seus questionamentos acerca da histeria, quanto algo que vai além de causas orgânicas. Contribuindo assim, para o que futuramente iria se constituir como um método de investigação da psique, uma técnica de tratamento e uma teoria do inconsciente e do psíquico. Freud inaugurou uma nova área do conhecimento, uma nova forma de ver e pensar o mundo: as neuroses, a infância, a sexualidade, os relacionamento humanos, a subjetividade, a sociedade etc.
Freud teve sensibilidade e receptividade para escutar o discurso do histérico e aprender o que este tinha a lhe ensinar. Foi escutando o histérico que Freud criou a psicanálise, sua teoria, sua prática, seu método terapêutico e sua ética. Ele teve o despojamento de reconhecer a ignorância e a impotência diante de um sem número de situações, diante do sofrimento e lançou-se a busca de novos instrumentos, novos conceitos, novas técnicas. 
O ambiente cultural da Áustria, o contexto iluminista pós-Revolução Industrial e a Revolução Francesa, aliada aos conhecimentos psiquiátricos, neurofisiológicos, literários, sociológicos, antropológicos e artísticos, contribuíram, segundo para que Freud identificasse fenômenos mentais que iam além dos perceptíveis pela consciência. (Colich, 2005)
Após as observações iniciais de Freud sobre os casos de histeria, ele começa a pesquisar esse transtorno focalizando aspectos para além do biológico. Com a ajuda de Breuer, médico neurologista, Freud teve acesso, através de relatos do próprio Breuer, ao caso de uma paciente histérica. Utilizava-se a hipnose para fazer com que a paciente lembrasse de experiências traumáticas, porém não havia muita eficácia, uma vez que posteriormente o sintoma retornava. Freud sugere a Breuer o uso do método catártico, pois este possibilita ao paciente lembrar da “carga” em que estivera presa para liber em seguida, através da emoção, buscando assim a cura dos sintomas. Após muitos estudos e observações, Freud em parceria com Breuer, publica em 1895 os “Estudos dobre a histeria” introduzindo a teoria da sedução e do trauma. Porém Freud pressupunha uma outra origem para a histeria, o que culminaria na transição do método catártico para a psicanálise. Para ele, havia uma relação direta entre a histeria e a sexualidade, o que não foi concordado por Breuer, resultando em seu afastamento. Sigmund inicia então uma pesquisa que vai além da histeria, investigando a vida sexual dos chamados neuróticos.
Segundo Colich (2005), Freud procurou construir uma ciência explanatória que pudesse provar seus achados, encontrando seus fatores e agentes causais, organizados em forma de leis e princípios gerais. Olhava o cérebro e a mente como fenomenologicamente idênticos e estava preocupado com o modelo neurofisiológico, a hidrostase, a termodinâmica e o conceito darwiniano de evolução da mente. Isso influenciou de forma decisiva o modelo de inconsciente construído por Freud, estabelecendo a centralidade dos conceitos de pulsão (formulação teórica para tentar expressar a transformação de estímulos em elementos psíquicos) e recalque. Decorre daí formulações sobre “investimento”, “representação”, “resistência”, “defesas”, fases do desenvolvimento da libido”, “a teoria inicial sobre ansiedade”, a “transferência” como revivência de uma memória passada, e a “realidade psíquica”.
Até a Primeira Guerra Mundial vigorava uma situação de relativa centralidade em torno da figura de Freud. Mas aos poucos ocorre a formação de tradições psicanalíticas locais. Budapest, Londres, Zurique, além de Viena e Berlim, tornam-se referência para analistas, que agora ultrapassam o laço pessoal e direto com a figura do fundador. Dunker (2005) diz que trata-se agora de pequenos grupos à procura de autolegitimação e reconhecimento no quadro de um movimento psicanalítico cada vez mais extenso e impessoal.
Passado o período pré-psicanalítico (1877-1896) tem-se início a primeira fase da psicanálise(1896-706). Nesta, Freud abandona o método catártico e o substitui pela psicanálise. Utiliza no lugar da hipnose a associação livre, com a qual pedia para a paciente falar livremente tudo que lhe viesse à cabeça, sem censura. Substitui ainda, a teoria do trauma pela teoria da fantasia segundo a qual os elementos relatados na construção da história de cada paciente não fazem parte da realidade.
A psicanálise, na verdade não é uma escola da psicologia, é uma área do conhecimento independente, que surgiu como uma forma alternativa de dar conta do sofrimento psíquico e de entender o funcionamento mental como um todo. Suas noções e hipóteses teóricas são forjadas e articuladas de maneira a constituir modelos para a compreensão de fenômenos psíquicos que povoam a clínica e a vida cotidiana. A psicanálise tem seu próprio princípio organizador, sua própria episteme. Entender sua criação e desenvolvimento envolve questões epistemológicas, relações com outras áreas do conhecimento e sua contextualização através da história.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Colich, J. C. Modelos Psicanalíticos da Mente. In: Eizirik, C. L.; Aguiar, R. G. de; Schestatsky, S. S. (orgs). Psicoterapia de Orientação Analítica: fundamentos teóricos e clínicos. Porto Alegre: Artmed, 2005.
Dunker, C. I. L. Aspectos Históricos da Psicanálise Freudiana. In: Jacó-Vilela, A. M.; Ferreira, A. A. L.; Portugal, F. T. História da Psicologia: rumos e percursos. Rio de Janeiro: NAU Editora, 2005.

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