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OS DESAFIOS DA FORMAÇÃO DOS BLOCOS ECONÔMICOS Á LUZ DA TEORIA DOS JOGOS Por: Barbara Allynne Martins Cardon Matricula: 1515488 Professor: ROMULO ALEXANDRE SOARES 1. Introdução Na atual conjectura da economia mundial globalizada a expansão do comercio mundial a quebra de paradigmas e fronteiras, criou-se entre as nações uma tendência comercial a formação de blocos econômicos criados com a finalidade de facilitar o comércio entre os países membros que adotam medidas de facilitar o comercio como redução ou isenção de impostos ou de tarifas alfandegárias e buscam soluções em comum para problemas comerciais. Em tese há um crescimento do comércio entre os países constituintes de um bloco econômico, gerando crescimento econômico para os países. Usualmente estes blocos são formados por países vizinhos ou que possuam afinidades culturais ou comerciais. Esta tendência é crescente no comercio mundial, alguns economistas acreditam que ficar de fora de um bloco econômico é viver isolado do mundo comercial. Apesar de serem inegáveis os benefícios que a integração tem gerado em seus países membros, pode-se notar nos últimos anos que a relação entre alguns países tem sido marcada por conflitos comerciais. Este trabalho tem como foco analisar o comércio bilateral entre países sob a perspectiva da teoria dos jogos. Palavras-Chave: Teoria dos Jogos, Comércio Internacional, Formação de Blocos econômicos, Merco Sul. 2. Noção da teoria dos jogos A teoria dos jogos é a matéria que usa as propriedades da matemática e suas múltiplas aplicações para problemas sociais, econômicos e políticos. Desde que publicada em sua obra clássica de Von Neumann e Morgenstern, ela nos mostra que pode ser aplicada em vários âmbitos como uma disciplina autônoma, suas aplicações não se limitam apenas a economia; seus efeitos podem ser observados em diversas áreas como: Politica, psicologia, sociologia finanças e ate mesmo na guerra. Podemos afirmar que a teoria dos jogos não é uma teoria única, mas um conjunto de teorias. O que não surpreende uma vez que o jogo é um modelo da realidade, e não podemos esperar que um único modelo de jogo pudesse refletir com precisão os variados tipos de realidade. Contudo podemos observar que alguns elementos estarão presentes em todos os modelos de jogo, e estes elementos deveremos ter maior preocupação ao discutir os jogos. O sentido da palavra “jogo” vista por um leigo é diferente de quando vista por um teórico, entretanto os sentidos são similares entre si, os jogadores deverão sempre agir no processo de tomada de decisões e o resultado do comportamento dos jogadores sugere a consequência: premio ou castigo para cada um dos participantes. Para este trabalho convém esclarecermos que a palavra “jogador” não tem exatamente o sentido de que jogador é uma pessoa, mas poderá ser uma equipe, uma empresa, uma nação. Para Ferreira e Braga (2005), a teoria dos jogos vem sendo bastante utilizada nos últimos anos para analisar o comportamento das relações comerciais entre os países. A vantagem da teoria dos jogos é permitir um entendimento do processo decisório dos jogadores, com base no entendimento da lógica e da interação entre os jogadores, este processo consiste em simplificar uma realidade mais complexa através da construção de modelos, cujo principal objetivo é apresentar de forma mais dinâmica as situações propostas. Para compor estes modelos é preciso selecionar os elementos da interação estratégica que sejam capazes de descrever o jogo. Com ênfase apenas nos de maior relevância. Assim com o jogo criado e modelado pode se alcançar uma realidade formal descrita e pode ser usada como um guia eficiente para o entendimento de fenômenos da vida econômica, empresarial e social. 3. FORMAÇÃO DE BLOCOS ECONÔMICOS Para entendermos a origem e justificarmos nossa discussão sobre a integração econômica a origem e justificativa da discussão acerca deste tema, bem como o surgimento dos blocos econômicos, faz-se necessário breve digressão histórica. Podemos observar que as indagações sobre integração econômica surgem em decorrência do fenômeno da Globalização, que é um fenômeno econômico que traz profundas implicações nas mais variadas áreas do conhecimento e nos mais diversos setores da vida social. Devido a globalização, a tomada de decisões sobre produção e comércio internacional ficou intimamente interligada: A conquista de mercados internacionais tornou- se parte dos objetivos de venda da maioria das empresas a maior parte dos produtos hoje comercializados sofreu em algum momento de seu processo produtivo uma internacionalização, obrigando assim as empresas a terem maior conhecimento sobre os mercados e culturas internacionais. 3.1 DESAFIOS DA FORMAÇÃO DOS BLOCOS ECONÔMICOS Quando pensamos nos processos de integração econômica e regional dos países, observamos isso como uma estratégia que os Estados elaboram para tornarem-se mais fortes frente ao cenário econômico mundial, toda via ainda não existe outra integração econômica que não seja o exemplo da EU, na América do Sul temos o MERCOSUL, que hoje forma um importante bloco econômico no cenário mundial, mas para qualquer integração que analisarmos podemos citar como um dos principais obstáculos que surgem são as assimetrias. Questões como índice de inflação, nível de carga tributária, produção industrial e distribuição de renda, além de outros, devem ser levados em conta nas negociações com vistas à integração econômica. Parte dos países que buscam integrar-se. As disparidades nesses aspectos têm merecido atenção especial por parte dos países que buscam integrar-se. Se analisarmos, por exemplo, as disparidades que encontramos no bloco econômico MERCOSUL podem afirmar que para Adilson Rodrigues Pires que embora tenha sido objeto de um programa de redução progressiva até a implantação da zona de livre comércio e união aduaneira, subsistem ainda no MERCOSUL algumas incontornáveis assimetrias como a que diz respeito ao Produto Interno Bruto, pois Argentina e Brasil somam cerca de 95% do PIB comunitário, restando percentual insignificante para Paraguai e Uruguai.6 Acrescenta ainda que a produção industrial brasileira é incomparavelmente mais desenvolvida, sofisticada e diversificada que a dos demais. Nenhum outro país, no âmbito do MERCOSUL, produz bens de capital em quantidade variedade e qualidade como o nosso. Por outro lado, quando se olhamos para as diversas discursões e o complicado sistema tributário que temos no Brasil, o que destaca negativamente o país, uma vez que possuímos um sistema tributário complexo e oneroso, diferente dos demais integrantes do bloco. Essa grande diferença de sistema alfandegário complica e aumenta o custo do produto Brasileiro. Podemos afirmar pelos comentários feitos para que o MERCOSUL atinja suas metas mais ambiciosas de buscar uma maior integração econômica, não trata se de uma uniformização dos sistemas, mas uma harmonia entre os sistemas, de forma que se pudesse comparar entre os países membros e principalmente detectando as discrepâncias que estejam impedindo que haja um maior nível de integração, é preciso lembrar que o processo de integração é um processo multifásico e nada impede que os blocos econômicos como o MERCOSUL se identifiquem com suas diversas etapas, estudando, para cada uma delas, o grau de harmonização necessária, para além da vontade política de cada Estado. 4 .CONCLUSÃO Este estudo procurou demonstrar a utilização da teoria dos jogos no âmbito da formaçãode blocos econômicos, e os motivos que levam os estados a formarem uniões econômicas, podemos pressupor que algumas relações serão mais adequadas aos objetivos estipulados que outras. Podemos assim justificar a aplicação da teoria dos Jogos na analise inicial da formação de blocos econômicos, no momento em que podemos identificar as estratégias de cada jogador e as principais forcas que motivam esse tipo de cooperação. É certo que estas previsões estratégicas possuem limitações impostas pela própria teoria dos jogos, mas é esperado que futuras pesquisas com o foco na Analise estratégica dos blocos econômicos, bem como a aplicação da Teoria dos Jogos nas mesmas, sejam realizadas com a finalidade de explorar esta teoria já que ela tem a contribuir no campo do Direito das Relações internacionais. 5 REFERENCIAS AMARAL Antonio Carlos Rodrigues do (coord). Direito no Comércio Internacional – Aspectos Fundamentais. São Paulo: Aduaneiras. BERNI, Duílio de Ávila. Teoria dos jogos. Rio de Janeiro: Reichmann e Affonso, 2004. CARBAUGH, R. J. Economia Internacional. São Paulo: Pioneira Thomson Learning. 2004 (p.289 - 290) FERREIRA, Marco A. M.; BRAGA, Marcelo J. Protecionismo sob a abordagem da teoria dos Jogos: Uma analise do comercio agrícola internacional entre NAFTA e Uniao Europeia. Revista de Economia e administração, São Paulo, v.4, N. 4 P. 399-414, Out/ dez 2015 KRUGMAN, P. R.; OBSTFELD, M. Economia Internacional: teoria e política. 5. ed. São Paulo: Makron Books, 2001. MOSQUERA Roberto Quiroga (coord) (1999) Aspectos Atuais do direito do mercado financeiroe de capitais. São Paulo: Dialética. NAKADA, Minoru. A OMC e o regionalismo. São Paulo: Aduaneiras, 2002. TAVARES, M.P. Teoria dos Jogos: Algumas aplicações ao mercado de trabalho. Rio de Janeiro: PUC, 1995
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