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ASSOCIAÇÃO JATAIENSE DE EDUCAÇÃO – AJE CENTRO DE ENSINO SUPERIOR DE JATAÍ – CESUT FACULDADE DE DIREITO Orientador: Prof. Luiz Carlos Bandeira Santos Júnior Discente: Rosângela Rodrigues de Carvalho CONSEQUÊNCIAS JURÍDICAS E ÉTICAS NO ABUSO DO SIGILO DO HIV INTRODUÇÃO HIV – Vírus da Imunodeficiência Humana - do Inglês Human Immunodeficiency Virus. SIDA/AIDS – Síndrome da Imunodeficiência Adquirida - do Inglês Acquired Immunodeficiency Syndrome. ORIGEM: Várias teorias chimpanzés que viviam em algum lugar da África Central – 1910 e 1950; propagação com a vacinação mundial contra a poliomielite - teria sido utilizada em regiões do antigo Congo Belga, de 1957 a 1960. PRIMEIROS CASOS Margarethe P. Rask, de 47 anos, que faleceu em dezembro de 1977 –> África –> Ebola Em 1981, primeiros casos nos Estados Unidos entre homoxessuais “Paciente zero”: Gaetan Dugas, um comissário de bordo franco-canadense que manteve relações com vários dos entrevistados. BRASIL – 1º caso em 1982 1987- foi criado um grupo composto por cientistas e membros da sociedade civil para análise, discussão e prevenção de casos. 1992- a estrutura foi reorganizada e a concentração era entre governo e ONGs. 2002- menos de 600 mil infectados. 2012 - 656.701 casos registrados. A ARTE IMITA A VIDA Dallas Buyers Club (Clube de Compras Dallas) Filme norte-americano de 2013- drama baseado em fato real -> azitromicina. OBJETIVOS Analisar as leis anteriores à lei 12.984/14 e a evolução nos próximos anos; Analisar à lei 12.984; Entender a conduta dolosa do agente; Compreender a discriminação; Analisar o sigilo médico e paciente. DESEVOLVIMENTO O começo: Tramitação do projeto de lei PL 6124/2005, propondo o crime de discriminação dos portadores do vírus da imunodeficiência humana (HIV) e doentes de SIDA/AIDS, tipificando o crime e pedindo pena de reclusão ao infrator. No dia 02 de junho de 2014 foi publicada no diário oficial da União a Lei 12.984/14. 9 O SIGILO: PREVISÕES LEGAIS Como é sabido, o sigilo profissional é a guarda de informações obtidas em razão do exercício de um trabalhador profissional, de qualquer área. Está previsto em muitos dispositivos legais: Constituição Federal brasileira- art. 5º, I, X; Código Penal- art,s. 154 e 269; Código Civil- art. 144; Código de Processo Penal- art. 207; Lei das Contravenções Penais- art. 66, II; Código de Processo Civil- art,s. 347, II, 363, IV e 406, II; Consolidação das Leis do Trabalho (CLT)- art. 169; Lei Nº. 9.434, de 04/02/97 – Lei dos Transplantes de Órgãos – art. 13; Código de Ética Médica (2011)- inciso IX e art,s. 73 ao 79. Leis anteriores e a evolução nos próximos anos Depois do surgimento da síndrome da imunodeficiência adquirida, o Brasil vem tentando, progressivamente, a partir do processo legislativo, acabar com o preconceito em face à doença. Em nosso texto constitucional em vários artigos podemos ver a vontade do legislador em acabar com o preconceito. Inclusive em outras leis esparsas. Quais sejam: A lei 8.213/91, também prevê em seu artigo 93, a obrigação de contratação de funcionários com deficiência. a lei 9.029/95 proíbe a exigência de atestados de gravidez e esterilização, e outras práticas discriminatórias Em nossa legislação esparsa, foi encontrada a Lei 9.459/97 revogando os artigos 1º e 20 da lei 7.716/89, que também acrescentou um parágrafo ao decreto- lei nº 2.848 de 7 de dezembro de 1940, referindo-se à discriminação. LEI ESPECÍFICA: 12.984/14 Art. 1º Constitui crime punível com reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa, as seguintes condutas discriminatórias contra o portador do HIV e o doente de aids, em razão da sua condição de portador ou de doente: I - recusar, procrastinar, cancelar ou segregar a inscrição ou impedir que permaneça como aluno em creche ou estabelecimento de ensino de qualquer curso ou grau, público ou privado; II - negar emprego ou trabalho; III - exonerar ou demitir de seu cargo ou emprego; IV - segregar no ambiente de trabalho ou escolar; V - divulgar a condição do portador do HIV ou de doente de AIDS, com intuito de ofender-lhe a dignidade; VI - recusar ou retardar atendimento de saúde. Art. 2º Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação. DOLO A transmissão proposital do vírus é considerada crime, conforme a legislação penal pátria. Resta saber o que leva uma pessoa a querer contaminar outras, propositalmente, nesse sentido preceitua o nosso Código Penal: Lesão corporal - Art. 129. Ofender a integridade corporal ou a saúde de outrem: Pena - detenção, de três meses a um ano. DISCRIMINAÇÃO As outras normas regiam a sociedade em matéria de discriminação, porém em um sentido amplo as discussões chegavam sempre às instâncias recursais para suas decisões. Tribunal Superior do Trabalho, editou uma súmula que caso comprovada a discriminação, fica obrigado a reintegração do funcionário ao local de trabalho. Súmula 443. Casos de discriminação: Auxiliar de enfermagem; Empregado da empresa Camargo Correia; Religião – “cura milagrosa” O SIGILO PESSOAL E O ABUSO DO SIGILO Parte pessoal (e sentimental) do portador do vírus. Casos: Professor universitário e pesquisador contaminado -> musical do cazuza; Trecho de um relato de um paciente que se denomina como jovem soro positivo, que mostra como a informação é importante, para que ele possa seguir em frente. ÉTICA MÉDICA , SIGILO E SOCIEDADE Ressaltar a conduta da ética e do sigilo do profissional da saúde que se depara com situações de conduta diante de cada caso. A sociedade como um todo, ainda peca pela a falta de informação e não saberia lidar com profissionais que possuam o vírus da imunodeficiência humana, ainda mais, se este for um profissional da saúde. Depois da descoberta o médico deixa de ter uma relação de médico e paciente para se obter uma relação entre médico e sociedade. Nesse sentido deverá o profissional analisar várias questões, sendo elas: a) se o paciente corre risco de preconceito; b) a segurança da sociedade e; c) o risco social que advém do sigilo. Funcionamento da Lei Depois da criação da Lei 12.984/14, protegendo especificadamente o portador da imunodeficiência adquirida, já se passaram 1 ano e 5 meses (até a conclusão do presente estudo) da sua vigência e pouco se fala da referida lei; assim que foi publicada houve vários comentários positivos e negativos a respeito da nova lei. A conclusão é de que a lei ainda não está totalmente conhecida por todos, seja por falta de informação ou divulgação, devendo se levar em conta que muitas pessoas não recorrem à justiça por medo de sofrerem mais ainda e nada ser feito. OBRIGADA!
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