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POLÍCIA CIVIL DO ESTADO DO TOCANTINS (PC-TO) NOÇÕES DE DIREITOS HUMANOS – TODOS OS CARGOS TEORIA E EXERCÍCIOS AULA 08 PROF: RICARDO GOMES www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Ricardo Gomes 1 POLÍCIA CIVIL DO ESTADO DO TOCANTINS (PC-TO) QUADRO SINÓPTICO DA AULA Caros alunos, Feita a exposição panorâmica acerca dos sistemas global e regional de proteção dos direitos humanos, iremos tratar dos seguintes aspectos pertinentes aos direitos humanos no plano internacional: 3. O Direito Internacional dos Direitos Humanos como disciplina jurídica autônoma. 3.1. A personalidade jurídica internacional do ser humano. 3.2. A indivisibilidade e a interdependência de todos os Aula 08 POLÍCIA CIVIL DO ESTADO DO TOCANTINS (PC-TO) NOÇÕES DE DIREITOS HUMANOS – TODOS OS CARGOS TEORIA E EXERCÍCIOS AULA 08 PROF: RICARDO GOMES www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Ricardo Gomes 2 direitos humanos. 3.3. A interpretação de tratados no Direito Internacional e a especificidade dos Tratados de Direitos Humanos. 3.4. A salvaguarda dos direitos humanos nas situações de emergência ou estados de exceção. 3.5. A intangibilidade das garantias judiciais em matéria de direitos humanos em quaisquer circunstâncias. 3.6. A normativa emanada dos órgãos convencionais de proteção. POLÍCIA CIVIL DO ESTADO DO TOCANTINS (PC-TO) NOÇÕES DE DIREITOS HUMANOS – TODOS OS CARGOS TEORIA E EXERCÍCIOS AULA 08 PROF: RICARDO GOMES www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Ricardo Gomes 3 1. O Direito Internacional dos Direitos Humanos como disciplina jurídica autônoma. Desde a Antiguidade, os países já celebravam relações entre si que podiam resultar em ACORDOS de paz, de comércio e de matrimônio entre membros das classes governantes desses países (precursores do que hoje chamamos de tratados) ou em GUERRA entre essas nações. Todavia, a noção de um direito internacional como sistema de normas disciplinadoras da conduta humana seria esboçada por alguns estudiosos da Idade Moderna (exemplos: o espanhol Francisco de Vitória, o holandês Hugo Grócio e o alemão Samuel Pufendorf) e somente um pouco depois teríamos no TRATADO DE PAZ DE VESTFÁLIA, assinado pelas nações européias em 1648, como o efetivo marco que daria origem ao direito internacional. A origem do direito internacional ocorre com a Paz de Vestfália (1648). Portanto, no início do direito internacional, o Estado figurava como elemento central, pois seria ele o único agente capaz de ser sujeito de direitos e deveres na ordem internacional, visto que inexistiam instituições internacionais que fossem capazes de impor quaisquer obrigações para qualquer Estado ou indivíduo. Nessa época o próprio ser humano era desconsiderado para o direito internacional, pois os Estados eram soberanos para tratarem as pessoas que viviam em seu território da maneira como achassem convenientes. POLÍCIA CIVIL DO ESTADO DO TOCANTINS (PC-TO) NOÇÕES DE DIREITOS HUMANOS – TODOS OS CARGOS TEORIA E EXERCÍCIOS AULA 08 PROF: RICARDO GOMES www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Ricardo Gomes 4 A situação começou a mudar na 2ª metade do século XIX com a assinatura da 1ª CONVENÇÃO DE GENEBRA (1864), tratado internacional voltado para melhorar as condições dos militares feridos em batalha e, também, com a criação da CRUZ VERMELHA INTERNACIONAL (1876), instituição não-governamental que passou a prestar assistência à saúde aos feridos em conflitos militares. Estes eventos marcaram o surgimento do direito internacional humanitário, antecedente da proteção internacional aos direitos humanos. As décadas seguintes com o surgimento de diversas agressões armadas aos indivíduos (ex. genocídios de populações armênias, eslavas, ciganas e judias) forçaram que o ser humano passasse a cada vez mais ser um sujeito de destaque no cenário internacional. O mundo presenciou às barbáries praticadas durante as duas Guerras Mundiais, sobretudo pelos nazistas durante a 2ª Guerra Mundial. Desse modo, houve a necessidade de algo que impedisse a repetição desses terríveis acontecimentos. Organizadas e incentivadas pela ONU, 148 países se reuniram e redigiram a Declaração Universal dos Direitos Humanos, a qual representou um enorme progresso na defesa dos Direitos Humanos, dos Direitos dos Povos e das Nações. Desde então, surgiram diversos instrumentos e órgãos internacionais voltados para a proteção dos direitos humanos, de maneira que os doutrinadores passaram a conferir um tratamento de estudo específico para esses instrumentos e órgãos constituindo uma disciplina especializada do direito internacional. Assim, o Direito Internacional dos Direitos Humanos pode ser entendido como um sistema de NORMAS, PROCEDIMENTOS e INSTITUIÇÕES internacionais criados para promover o respeito dos direitos humanos em Rafael Verol Rafael Verol POLÍCIA CIVIL DO ESTADO DO TOCANTINS (PC-TO) NOÇÕES DE DIREITOS HUMANOS – TODOS OS CARGOS TEORIA E EXERCÍCIOS AULA 08 PROF: RICARDO GOMES www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Ricardo Gomes 5 todos os países no âmbito MUNDIAL. A principal finalidade do Direito Internacional dos Direitos Humanos é a promoção e a proteção efetivas da dignidade de toda pessoa humana, numa perspectiva internacional/universal, concretizando a plena eficácia dos direitos humanos fundamentais, por meio de normas gerais que tutelem os BENS DA VIDA primordiais (dignidade, vida, segurança, liberdade, honra, moral, entre outros) além dos instrumentos políticos e jurídicos de sua implementação. Logo, o Direito Internacional dos Direitos Humanos estaria efetivamente consolidado como DISCIPLINA JURÍDICA AUTÔNOMA, universalmente reconhecida, promovendo, com seu surgimento, a responsabilização dos Estados por violações de direitos humanos, relativizando, pois, a soberania (antes absoluta) dos Estados, e consolidando o reconhecimento definitivo de que a PESSOA HUMANA é sujeito de direito em âmbito mundial. Rafael Verol Rafael Verol Rafael Verol Rafael Verol POLÍCIA CIVIL DO ESTADO DO TOCANTINS (PC-TO) NOÇÕES DE DIREITOS HUMANOS – TODOS OS CARGOS TEORIA E EXERCÍCIOS AULA 08 PROF: RICARDO GOMES www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Ricardo Gomes 6 2. A personalidade jurídica internacional do ser humano. Os sujeitos de Direito Internacional podem entendidos como todas as entidades que possuem direitos e deveres internacionais e têm a capacidade de exercê-los. A doutrina tradicional por muito tempo (séculos mesmo...) considerou apenas um ÚNICO sujeito de Direito Internacional: o estado. Assim, seriam os estados as únicas pessoas internacionais, pois seriam destinatários das normas de Direito Internacionais e também estariam legitimados para exercer os direitos e deveres previstos em tais normas. Na atualidade, não é contestada a personalidade internacional das organizações internacionais, já que podem ser titulares de direitos e deveres internacionais, sendo que essa relação com as normas internacionais é direta e imediata. Parte da doutrina divide a PERSONALIDADE INTERNACIONAL em duas modalidades: • originária • derivada O Estado teria personalidade ORIGINÁRIA, pois é uma realidade física, tem território determinado e população permanente. A personalidade DERIVADA é uma elaboração jurídica criada pela vontade conjugada de certaquantidade de Estados. Rafael Verol POLÍCIA CIVIL DO ESTADO DO TOCANTINS (PC-TO) NOÇÕES DE DIREITOS HUMANOS – TODOS OS CARGOS TEORIA E EXERCÍCIOS AULA 08 PROF: RICARDO GOMES www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Ricardo Gomes 7 É verdade que há uma grande discussão quando se busca um posicionamento da pessoa humana como sujeito de direito internacional. Assim, há tanto autores admitindo essa possibilidade, como há, também, os que a negam. Doutrinas que Negam a Personalidade Internacional: • Positivismo • teoria do homem-objeto. O POSITIVISMO afirma que o Estado (e apenas ele) é sujeito de Direito Internacional porque esse ramo do direito é produto da vontade estatal (sendo o indivíduo sujeito de direito interno). Existe o positivismo mais moderno que admite, também, as organizações internacionais como sujeitos de Direito Internacional porque elas são constituídas pela vontade estatal e participam da elaboração das normas internacionais. A teoria do HOMEM-OBJETO sustenta que no Direito Internacional a pessoa humana tem a condição de objeto (como as aeronaves, por exemplo) existindo, com isso, uma relação de direito real entre Estado e homem. Diversos doutrinadores que negam a personalidade internacional do indivíduo afirmam que eles não possuem ampla capacidade de reclamar as garantias de seus direitos nos foros internacionais (o que não é uma unanimidade, vide o uso de petições individuais no sistema interamericano de direitos humanos). Porém, a maioria dos doutrinadores afirma que a pessoa humana é sujeito de direito internacional público, possuindo, contudo, capacidade jurídica de agir mais limitada do que os Estados. A despeito da evolução do Direito Internacional dos Direitos Humanos, podemos afirmar que a capacidade jurídica internacional do Rafael Verol Rafael Verol Rafael Verol Rafael Verol Rafael Verol Rafael Verol Rafael Verol Rafael Verol POLÍCIA CIVIL DO ESTADO DO TOCANTINS (PC-TO) NOÇÕES DE DIREITOS HUMANOS – TODOS OS CARGOS TEORIA E EXERCÍCIOS AULA 08 PROF: RICARDO GOMES www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Ricardo Gomes 8 indivíduo não é ampla e irrestrita, mas sim dependente das disposições do Direito Internacional convencional. O Estado soberano não se encontra na posição de único referencial no âmbito mundial. O problema se encontra no reconhecimento da condição do indivíduo de sujeito ativo de Direito Internacional, podendo defender seus direitos pessoalmente perante os organismos internacionais. O mecanismo mais utilizado para assegurar a proteção dos interesses do indivíduo no âmbito mundial ainda é a TUTELA INDIRETA, ou seja, os Estados têm obrigação de adotar certos comportamentos relativos aos indivíduos sob sua jurisdição. Esse processo, porém, já está mudando, havendo a possibilidade de o indivíduo diretamente defender e demandar seus direitos. Argumentos em prol da personalidade internacional dos indivíduos: • o fato dos indivíduos serem destinatários diretos de várias normas de Direito Internacional, decorrendo, desse fato, direitos e obrigações sem a interposição do Estado; • a constatação que não só Estados soberanos podem ocupar essa posição de sujeito ativo; e • de que a existência de um direito de reclamação no âmbito internacional não constitui conditio sine qua non ao reconhecimento da personalidade internacional. Teorias que DEFENDEM a personalidade internacional do indivíduo: • teoria individualista • teoria do sujeito indireto. Rafael Verol Rafael Verol Rafael Verol POLÍCIA CIVIL DO ESTADO DO TOCANTINS (PC-TO) NOÇÕES DE DIREITOS HUMANOS – TODOS OS CARGOS TEORIA E EXERCÍCIOS AULA 08 PROF: RICARDO GOMES www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Ricardo Gomes 9 A teoria INDIVIDUALISTA afirma que o homem é sujeito de direito, neste ínterim, o próprio Estado se reduz a indivíduo. A teoria do SUJEITO INDIRETO afirma que o Estado é sujeito direito de Direito Internacional e o indivíduo, por sua vez, é sujeito direto. A teoria que nega a personalidade internacional do indivíduo, afirmando que no Direito Internacional a pessoa humana tem a condição de objeto não, faz sentido, mostra-se muito fraca, pois aeronaves, fauna, flora e navios, por exemplo, não podem ser igualados ao ser humano no Direito Internacional, principalmente na seara de proteção internacional dos direitos humanos. O ser humano é uma pessoa internacional tal como o é o Estado. Apenas a capacidade jurídica de agir daquele é bem mais limitada que a deste. É importante mencionar que a capacidade jurídica internacional para responder pela prática de crimes internacionais é reconhecida sem muitas discussões. Vários sistemas convencionais e não-convencionais de proteção dos diretos humanos aceitam reclamações de indivíduos (como o Tribunal Penal Internacional, por exemplo), possibilitando-os exercer a personalidade jurídica internacional. Rafael Verol Rafael Verol Rafael Verol Rafael Verol POLÍCIA CIVIL DO ESTADO DO TOCANTINS (PC-TO) NOÇÕES DE DIREITOS HUMANOS – TODOS OS CARGOS TEORIA E EXERCÍCIOS AULA 08 PROF: RICARDO GOMES www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Ricardo Gomes 10 3. A indivisibilidade e a interdependência de todos os direitos humanos. A indivisibilidade dos Direitos Humanos significa que eles NÃO podem ser analisados separadamente (ISOLADAMENTE). Compõem um único conjunto de direitos. Os direitos humanos são inerentes e emanam da própria natureza humana. Conforme estabelecido no parágrafo 1 da Declaração e Programa de Ação de Viena (DPAV): “Os direitos humanos e as liberdades fundamentais são inatas a todos os seres humanos; a proteção e a promoção desses direitos é responsabilidade primordial dos governos”. A indivisibilidade é uma relação mútua uma vez que é precisamente o gozo dos direitos humanos que torna humana a vida das pessoas Assim, a indivisibilidade se caracteriza como o fato de que os direitos humanos compõem um único conjunto de direitos, uma vez que não podem ser analisados de maneira isolada, separada. Afirma-se que o desrespeito a um deles constitui a violação de todos ao mesmo tempo, ou seja, caso seja descumprido seria com relação a todos. A interdependência significa que os direitos humanos estão VINCULADOS uns aos outros, ou seja, há uma relação de complementariedade, de conexão entre eles. Os direitos humanos, democracia e desenvolvimento são interdependentes. Os direitos humanos referem-se às condições dos indivíduos e de suas coletividades, e à sua participação nas decisões políticas e nos benefícios do desenvolvimento. Essa concepção é, pois, promocional, pois se Rafael Verol Rafael Verol Rafael Verol Rafael Verol Rafael Verol POLÍCIA CIVIL DO ESTADO DO TOCANTINS (PC-TO) NOÇÕES DE DIREITOS HUMANOS – TODOS OS CARGOS TEORIA E EXERCÍCIOS AULA 08 PROF: RICARDO GOMES www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Ricardo Gomes 11 propõe a remover obstáculos, incentivar indivíduos e comunidades, priorizar problemas, integrar ações governamentais e formular critérios de acompanhamento pelas instituições multilaterais. Assim, os direitos humanos são uma unidade complexa que se fixa em diversos aspectos da vida social e política, expande-se em sentidos variados e manifesta-se de diferentes formas na atividade política e social. Nessa diversificação, eles não se manifestam de forma coerente ousem atritos, mas é essencial que pretensões conflitantes sejam decididas segundo formas democráticas. Essa concepção coloca interdições absolutas a certos atos e padrões de relacionamento social e político, nos quais haja o desrespeito à integridade física, aos meios de sobrevivência, à liberdade de expressão, aos procedimentos imparciais de justiça. São princípios não negociáveis, cujas violações – por governos ou quaisquer indivíduos – são inadmissíveis e inações, condenáveis. Esse é um outro aspecto da interdependência dos direitos humanos, democracia e desenvolvimento, pois se pode prever que é apenas nas condições políticas da democracia que os direitos humanos serão não só protegidos, mas tornados cada vez mais amplos e efetivos. Por fim, podemos entender a interdependência como o fato de que os direitos fundamentais estão vinculados uns aos outros, não podendo ser vistos como elementos isolados, mas sim como um todo, um bloco que apresenta interpenetrações; as várias previsões constitucionais, apesar de autônomas, possuem diversas intersecções para atingirem suas principais finalidades. No intuito de exemplificarmos a característica relacionada neste comando, podemos dizer que a liberdade de locomoção está relacionada à garantia do habeas corpus e ao devido processo legal. Rafael Verol Rafael Verol Rafael Verol Rafael Verol POLÍCIA CIVIL DO ESTADO DO TOCANTINS (PC-TO) NOÇÕES DE DIREITOS HUMANOS – TODOS OS CARGOS TEORIA E EXERCÍCIOS AULA 08 PROF: RICARDO GOMES www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Ricardo Gomes 12 4. A interpretação de tratados no Direito Internacional e a especificidade dos Tratados de Direitos Humanos. Toda aplicação de uma norma jurídica resulta em uma interpretação e vice-versa. Na prática, não é possível separar ambas as operações. A interpretação dos tratados internacionais é regulada pela Convenção de Viena sobre o Direito dos Tratados, celebrada em 1969. As normas que abordam a interpretação estão nos artigos 31 a 33, cujo inteiro teor consta no final da aula destinada à legislação. O princípio geral de interpretação dos tratados é a BOA FÉ. A boa fé implica nos seguintes valores: � Lealdade � Honestidade � Fidelidade � Lisura � Ausência de ardis e dissimulações De acordo com o art. 31 da Convenção de Viena de 1969: 1. Um tratado deve ser interpretado de boa fé segundo o sentido comum atribuível aos termos do tratado em seu contexto e à luz de seu objetivo e finalidade. POLÍCIA CIVIL DO ESTADO DO TOCANTINS (PC-TO) NOÇÕES DE DIREITOS HUMANOS – TODOS OS CARGOS TEORIA E EXERCÍCIOS AULA 08 PROF: RICARDO GOMES www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Ricardo Gomes 13 De acordo com a Convenção de Viena, um tratado deve ser interpretado de boa fé (de forma honesta, leal, fiel, sem dissimulações para lesar o próximo) e buscando entender o seu teor utilizando o significado usual das palavras que compõem o documento. Algumas dúvidas surgem: quais as partes do tratado devem ser observadas durante a prática da interpretação? Um tratado é interpretado de forma isolada? É preciso ver outros textos? A resposta vai estar na própria Convenção de Viena. Segundo a mesma, um tratado internacional é formado pelas seguintes partes: � Contexto: o Preâmbulo o Texto o Anexos o Acordo relativo ao tratado o Instrumento relativo ao tratado � Acordos posteriores entre as partes sobre interpretação; � Práticas seguidas posteriormente na aplicação do tratado; � Regras de Direito Internacional aplicáveis às partes. De acordo com o segundo e terceiro parágrafos do art. 31 da Convenção de Viena de 1969: 2. Para os fins de interpretação de um tratado, o contexto compreenderá, além do texto, seu preâmbulo e anexos: a)qualquer acordo relativo ao tratado e feito entre todas as partes em conexão com a conclusão do tratado; POLÍCIA CIVIL DO ESTADO DO TOCANTINS (PC-TO) NOÇÕES DE DIREITOS HUMANOS – TODOS OS CARGOS TEORIA E EXERCÍCIOS AULA 08 PROF: RICARDO GOMES www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Ricardo Gomes 14 b)qualquer instrumento estabelecido por uma ou várias partes em conexão com a conclusão do tratado e aceito pelas outras partes como instrumento relativo ao tratado. 3. Serão levados em consideração, juntamente com o contexto: a)qualquer acordo posterior entre as partes relativo à interpretação do tratado ou à aplicação de suas disposições; b)qualquer prática seguida posteriormente na aplicação do tratado, pela qual se estabeleça o acordo das partes relativo à sua interpretação; c)quaisquer regras pertinentes de Direito Internacional aplicáveis às relações entre as partes. As partes que celebram um tratado internacional podem estabelecer um sentido especial (específico) para determinada palavra X que componha o contexto do citado tratado desde que expressem que fizeram essa escolha de sentido da palavra X de forma intencional. Assim, está previsto na Convenção de Viena: 4. Um termo será entendido em sentido especial se estiver estabelecido que essa era a intenção das partes. Além dos métodos (ou meios) de interpretação acima mencionados, há os meios (ou métodos) suplementares definidos como: circunstâncias de conclusão do acordo e os trabalhos preparatórios do tratado, que podem ser estudados, por exemplo, pelos registros das rodadas de negociação e de comunicações diplomáticas trocadas entre as partes. Rafael Verol Rafael Verol POLÍCIA CIVIL DO ESTADO DO TOCANTINS (PC-TO) NOÇÕES DE DIREITOS HUMANOS – TODOS OS CARGOS TEORIA E EXERCÍCIOS AULA 08 PROF: RICARDO GOMES www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Ricardo Gomes 15 Os meios suplementares visam: � Confirmar o sentido das normas internacionais � Elucidar as normas quando o sentido obtido é ambíguo, obscuro, manifestamente absurdo ou desarrazoado. Além dessas regras aplicáveis a todos os tratados internacionais, existem alguns princípios vetores da interpretação que a jurisprudência internacional criou para ser aplicado especificamente para os tratados sobre direitos humanos. � Princípio pro homine � Princípio da efetividade (effet utile) � Proporcionalidade O princípio pro homine prevê que os tratados de direitos humanos devem ser interpretados sempre no sentido da máxima proteção ao ser humano. O princípio pro homine é também conhecido como primazia da norma mais favorável ao indivíduo, apesar de alguns autores (ex. André de Carvalho Ramos) sustentarem ser, ambos, princípios distintos, pois o primeiro trataria da interpretação jurídica, enquanto o segundo envolveria a aplicação de uma norma. O princípio da efetividade (effet utile) prevê que deve ser assegurados os efeitos pretendidos pelas disposições contidas nos tratados, ou como diz a tradução literal desse princípio como ele é concebido na doutrina internacionalista: o efeito útil. Rafael Verol Rafael Verol Rafael Verol Rafael Verol Rafael Verol Rafael Verol Rafael Verol POLÍCIA CIVIL DO ESTADO DO TOCANTINS (PC-TO) NOÇÕES DE DIREITOS HUMANOS – TODOS OS CARGOS TEORIA E EXERCÍCIOS AULA 08 PROF: RICARDO GOMES www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Ricardo Gomes 16 O princípio da proporcionalidade consiste na aferição da idoneidade, necessidade e equilíbrio da intervenção estatal em determinado direito humano fundamental. É uma técnicade controle do poder estatal, mas também um controle indireto sobre o conteúdo do próprio direito humano analisado pelo intérprete. Outro aspecto que merece um estudo é a teoria da margem de apreciação. De acordo com a citada teoria, os órgãos de interpretação do Direito Internacional dos Direitos Humanos, em determinados casos polêmicos, devem aceitar a POSIÇÃO NACIONAL sobre o tema, evitando impor soluções interpretativas às comunidades nacionais, ou seja, um Estado. A teoria da margem de apreciação (margin of appreciation) foi uma construção jurisprudencial da Corte Européia de Direitos Humanos que teve origem no caso Handyside. O caso Handyside envolvia a liberdade de expressão no Reino Unido da Grã-Bretanha e Irlanda. Tratava-se do confisco pelo Governo do Reino Unido de exemplares e proibição da comercialização de livro considerado obsceno editado pelo sr. Richard Handyside. Neste caso, a Corte Européia de Direitos Humanos utilizou a teoria da margem de apreciação para decidir que cabia à sociedade britânica, com fundamento em seus valores morais, decidir sobre se deveria ou não aceitar tais restrições à liberdade de expressão, negando assim quaisquer violações às normas internacionais de direitos humanos vigentes, em especial, a Convenção Européia de Direitos Humanos. Observação: Alguns autores, como Antônio Cançado Trindade, criticam a teoria da margem de apreciação pois podem vir a estimular um relativismo exagerado que pode resultar em violações aos direitos humanos a pretexto de protegê-los. Rafael Verol Rafael Verol Rafael Verol Rafael Verol Rafael Verol POLÍCIA CIVIL DO ESTADO DO TOCANTINS (PC-TO) NOÇÕES DE DIREITOS HUMANOS – TODOS OS CARGOS TEORIA E EXERCÍCIOS AULA 08 PROF: RICARDO GOMES www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Ricardo Gomes 17 5. A salvaguarda dos direitos humanos nas situações de emergência ou estados de exceção. A questão da SALVAGUARDA DOS DIREITOS HUMANOS traz o debate acerca dos limites dos direitos humanos na ordem internacional. Essa problemática faz com que a proteção dos direitos humanos somente possam ser restringidos desde que se observem o princípio da proporcionalidade, a teoria do abuso de direito e o estado de emergência ou de exceção. O princípio da proporcionalidade surge com o fortalecimento do Direito Administrativo (e consequentemente da ação estatal) no Estado Liberal quando foi preciso criar técnicas de aferição da legitimidade das restrições estatais às liberdades individuais, principalmente no âmbito do exercício do poder de polícia administrativa. Definição de princípio da proporcionalidade, de acordo com André de Carvalho Ramos: (...) consiste na aferição da idoneidade, necessidade e equilíbrio da intervenção estatal em determinado direito fundamental (ou humano). Esse princípio é composto por três elementos: � Adequação � Necessidade � Proporcionalidade em sentido estrito A adequação é o exame que se refere a uma relação entre meio e fim, ou seja, a compatibilização entre as medidas estatais e a realização dos fins propostos. Rafael Verol Rafael Verol Rafael Verol Rafael Verol Rafael Verol Rafael Verol POLÍCIA CIVIL DO ESTADO DO TOCANTINS (PC-TO) NOÇÕES DE DIREITOS HUMANOS – TODOS OS CARGOS TEORIA E EXERCÍCIOS AULA 08 PROF: RICARDO GOMES www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Ricardo Gomes 18 A necessidade é o exame da real importância/utilidade da medida estatal escolhida, verificando se não existem medidas alternativas que possam atender ao mesmo objetivo e não representem uma violação a um direito humano. Por fim, o exame da proporcionalidade em sentido estrito se refere à ponderação (ou equilíbrio) entre a finalidade perseguida e os meios adotados para o seu alcance. Feita esta exposição sobre o princípio da proporcionalidade de forma geral, passemos a estudar a sua aplicação no contexto internacional. A aplicação do princípio da proporcionalidade como um limite para os direitos humanos na ordem internacional NÃO é resultado de uma previsão em um dispositivo de qualquer tratado internacional ou declaração de direitos, mas é fruto de constantes decisões proferidas por tribunais internacionais que formam a jurisprudência internacional. Os maiores desenvolvimentos jurisprudenciais tem ocorrido no âmbito dos sistemas regionais de direitos humanos, especialmente, em julgamentos da Corte Européia de Direitos Humanos que desenvolveu três fundamentos: • A restrição de direitos humanos realizada por lei baseada no interesse público (ex. restringir a liberdade religiosa com fundamento em normas de ordem pública, ou então restringir a liberdade de expressão em normas de segurança nacional). • As medidas restritivas a direitos humanos devem ser apenas aquelas necessárias a uma sociedade democrática. • A inexistência de direitos humanos absolutos. Inclusive, como fruto de décadas de decisões proferidas pela jurisprudência europeia, a Carta de Direitos Fundamentais da União Européia, POLÍCIA CIVIL DO ESTADO DO TOCANTINS (PC-TO) NOÇÕES DE DIREITOS HUMANOS – TODOS OS CARGOS TEORIA E EXERCÍCIOS AULA 08 PROF: RICARDO GOMES www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Ricardo Gomes 19 adotada em 2000, prevê no art. 52 que: 1. Qualquer restrição ao exercício dos direitos e liberdades reconhecidos pela presente Carta deve ser prevista por lei e respeitar o conteúdo essencial desses direitos e liberdades. Na observância do princípio da proporcionalidade, essas restrições só podem ser introduzidas se forem necessárias e corresponderem efectivamente a objectivos de interesse geral reconhecidos pela União, ou à necessidade de proteção dos direitos e liberdades de terceiros. Todavia, ainda faltam instrumentos do sistema global de direitos humanos que prevejam dispositivos com teor semelhante. O outro caso de limite dos direitos humanos na ordem internacional é a teoria do abuso de direito. Essa teoria, originária do direito privado, teria respaldo no art. 30 da Declaração Universal dos Direitos Humanos que possui o seguinte teor: Artigo XXX Nenhuma disposição da presente Declaração pode ser interpretada como o reconhecimento a qualquer Estado, grupo ou pessoa, do direito de exercer qualquer atividade ou praticar qualquer ato destinado à destruição de quaisquer dos direitos e liberdades aqui estabelecidos. A adoção dessa teoria tem despertado polêmica entre os doutrinadores do direito internacional. Essa teoria busca evitar que certos direitos humanos (ex. liberdade de expressão de um grupo fundamentalista) sejam invocados para justificar a destruição de outros direitos humanos (ex. as expressões de discurso de ódio contra minorias sociais). POLÍCIA CIVIL DO ESTADO DO TOCANTINS (PC-TO) NOÇÕES DE DIREITOS HUMANOS – TODOS OS CARGOS TEORIA E EXERCÍCIOS AULA 08 PROF: RICARDO GOMES www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Ricardo Gomes 20 Um último caso de limite dos direitos humanos é o estado de emergência, ou seja, as restrições excepcionais e temporárias de defesa do próprio Estado de Direito. O art. 4º do Pacto Internacional de Direitos Civis e Políticos prevê a hipótese de restrição aos direitos humanos em caso de estado de emergência: ARTIGO 4 1. Quando situações excepcionais ameacem a existência da nação e sejam proclamadas oficialmente, os Estados Partes do presente Pacto podem adotar, na estrita medida exigida pela situação, medidasque suspendam as obrigações decorrentes do presente Pacto, desde que tais medidas não sejam incompatíveis com as demais obrigações que lhes sejam impostas pelo Direito Internacional e não acarretem discriminação alguma apenas por motivo de raça, cor, sexo, língua, religião ou origem social. 2. A disposição precedente não autoriza qualquer suspensão dos artigos 6, 7, 8 (parágrafos 1 e 2) 11, 15, 16, e 18. Em que pese essa possibilidade, o próprio Pacto prevê uma série de direitos humanos que são inderrogáveis, ou seja, não podem ser restringidos: � Direito à vida � Direito à integridade pessoal � Proibição da escravidão � Direito a não ser preso por inadimplemento contratual � Direito à irretroatividade da lei penal � Direito ao reconhecimento da personalidade jurídica � Direito à liberdade de pensamento, de consciência e de religião A aplicação das medidas de emergência deve ser combinada com um juízo de proporcionalidade. Rafael Verol Rafael Verol POLÍCIA CIVIL DO ESTADO DO TOCANTINS (PC-TO) NOÇÕES DE DIREITOS HUMANOS – TODOS OS CARGOS TEORIA E EXERCÍCIOS AULA 08 PROF: RICARDO GOMES www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Ricardo Gomes 21 6. A intangibilidade das garantias judiciais em matéria de direitos humanos em quaisquer circunstâncias. Outro assunto importante em termos de proteção dos direitos humanos é sobre a intangibilidade das garantias judiciais em matéria de direitos humanos em quaisquer circunstâncias. Essas transformações decorrentes do movimento de internacio- nalização dos direitos humanos contribuiram ainda para o processo de de- mocratização do próprio cenário internacional, já que, além do Estado, novos sujeitos de direito passam a participar da arena internacional, como os indivíduose as organizações não-governamentais. Os indivíduos convertem-se em sujeitos de direito internacional — tradicionalmente, uma arena em que só os Estados podiam participar. Com efeito, na medida em que guardam relação direta com os instrumentos internacionais de direitos humanos, os indivíduos passam a ser concebidos como sujeitos de direito internacional. Na condição de sujeitos de direito internacional, cabe aos indivíduos o acionamento direto de mecanismos internacionais, como é o caso da petição ou comunicação individual, mediante a qual um indivíduo, grupos de indivíduos ou, por vezes, entidades não- governamentais, podem submeter aos órgãos internacionais competentes denúncia de violação de direito enunciado em tratados internacionais. É correto afirmar, no entanto, que ainda se faz necessário democratizar determinados instrumentos e instituições internacionais, de modo a que possam prover um espaço participativo mais eficaz, que permita maior atuação de indivíduos e de entidades não-governamentais, mediante legitimação ampliada nos procedimentos e instâncias internacionais. POLÍCIA CIVIL DO ESTADO DO TOCANTINS (PC-TO) NOÇÕES DE DIREITOS HUMANOS – TODOS OS CARGOS TEORIA E EXERCÍCIOS AULA 08 PROF: RICARDO GOMES www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Ricardo Gomes 22 Antônio Cançado Trindade menciona que o assunto foi tratado pela Corte Interamericana de Direitos Humanos em 1987 e basicamente proíbe a suspensão das garantias judiciais dos direitos humanos exceto em situações de emergência, em caráter excepcional, previstas no art. 27(1) da Convenção Americana de Direitos Humanos. A Convenção Americana inclui, dentre os direitos que não se pode suspender, as garantias judiciais essenciais para a proteção de tais direitos, em uma clara indicação de que, mesmo em situações de emergência, a suspensão de certas garantias não comporta a suspensão temporária do Estado de Direito e seu vínculo inseparável como princípio da legalidade e as instituições democráticas. Concluiu a Corte que, como os recursos de habeas corpus e amparo se encontram entre os recursos judiciais essenciais para a proteção dos direitos inderrogáveis e para a preservação da legalidade em uma sociedade democrática, “os ordenamentos constitucionais e legais dos Estados Partes que autorizem, explícita ou implicitamente, a suspensão dos procedimentos de habeas corpus ou de amparo em situações de emergência devem ser considerados incompatíveis com as obrigações internacionais que a estes Estados impõe a Convenção. Na realidade o que a Convenção Americana quer é reduzir qualquer possibilidade de retrocesso no tocante às proteções judiciais contra a violação de direitos humanos. E ela cita dois instrumentos importantes, como é o caso do habeas corpus. A defesa dos direitos humanos pelos diversos instrumentos judiciais disponíveis para o referido fim em regra somente protege individualmente o impetrante. Entretanto, para muitos casos, a violação de determinado direito humano abrange um grande número de pessoas, sendo Rafael Verol Rafael Verol POLÍCIA CIVIL DO ESTADO DO TOCANTINS (PC-TO) NOÇÕES DE DIREITOS HUMANOS – TODOS OS CARGOS TEORIA E EXERCÍCIOS AULA 08 PROF: RICARDO GOMES www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Ricardo Gomes 23 que seriam necessárias várias ações ou pelo menos o uso do instituto processual do litisconsórcio, que nem sempre é viável. POLÍCIA CIVIL DO ESTADO DO TOCANTINS (PC-TO) NOÇÕES DE DIREITOS HUMANOS – TODOS OS CARGOS TEORIA E EXERCÍCIOS AULA 08 PROF: RICARDO GOMES www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Ricardo Gomes 24 7. A normativa emanada dos órgãos convencionais de proteção. Esse tópico trata dos atos normativos que regem o direito internacional dos direitos humanos criados pelos ÓRGÃOS CONVENCIONAIS. Sobre esse assunto, importa recordar a distinção entre mecanismos convencionais e não-convencionais de proteção dos direitos humanos. OS DIREITOS HUMANOS NA ONU Os direitos humanos estiveram na base da criação da ONU e constituem um dos seus objetivos (cf. artigo 1º, nº 3 da Carta da ONU). A elaboração de instrumentos de direitos humanos e a promoção do gozo destes direitos foram, aliás, uma das primeiras tarefas que as Nações Unidas se dedicaram, desde a sua fundação. A própria Carta da ONU (também conhecida como “de São Francisco”) foi pioneira ao estabelecer que o Estado é obrigado a garantir direitos básicos a todos sob sua jurisdição, nacionais ou estrangeiros. Podemos observar no quadro abaixo a interação entre diferentes órgãos internacionais quando o assunto em questão é direitos humanos: Rafael Verol POLÍCIA CIVIL DO ESTADO DO TOCANTINS (PC-TO) NOÇÕES DE DIREITOS HUMANOS – TODOS OS CARGOS TEORIA E EXERCÍCIOS AULA 08 PROF: RICARDO GOMES www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Ricardo Gomes 25 Estudamos vários desses órgãos nas aulas anteriores (ACNUR, Conselho de Direitos Humanos, TPI, os Comitês constantes nos diversos Pactos e Convenções Internacionais – Treaty Bodies). Constatamos que alguns deles como o Tribunal Internacional de Justiça (TIJ), também conhecido como Corte Internacional de Justiça, não é um órgão de direitos humanos, mas um órgão judicial de natureza geral, pois lida com qualquer matéria do direito internacional público. Outra particularidade é o Tribunal Penal Internacional, organismo que não está diretamente ligado à estrutura administrativa da ONU, contudo, possui a natureza de organismo internacional criado pelo Estatuto de Roma (um tratado internacional) com a competência para cuidar de alguns crimes específicos e NÃO qualquer crime de repercussão internacional, mesmoque Rafael Verol POLÍCIA CIVIL DO ESTADO DO TOCANTINS (PC-TO) NOÇÕES DE DIREITOS HUMANOS – TODOS OS CARGOS TEORIA E EXERCÍCIOS AULA 08 PROF: RICARDO GOMES www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Ricardo Gomes 26 envolva organizações criminosas internacionais. O TPI é um órgão judicial de abrangência internacional, instituído pelo Estatuto de Roma, que, em vigor desde 2002, responsabiliza criminalmente pessoas e não Estados em relação a quatro tipos de crimes: - Genocídios - Crimes de guerra - Crimes contra a humanidade - Crimes de agressão Enfim, observa-se que aulas anteriores estudamos esses órgãos de maneira pormenorizada. Assim, vamos agora nos ater a alguns aspectos dos mecanismos convencional e extraconvencional da ONU. No sistema das Nações Unidas, a responsabilização dos Estados em matéria de direitos humanos está dividida em duas formas: • convencional • extraconvencional Vamos ver cada um deles de forma detalhada. SISTEMA CONVENCIONAL DA ONU: O Sistema convencional da ONU se divide em três mecanismos: � não-contencioso � quase-judicial � judicial O mecanismo não-contencioso possui raízes em antigas técnicas e práticas de diplomacia internacional como os bons ofícios e a conciliação. No Rafael Verol Rafael Verol Rafael Verol Rafael Verol POLÍCIA CIVIL DO ESTADO DO TOCANTINS (PC-TO) NOÇÕES DE DIREITOS HUMANOS – TODOS OS CARGOS TEORIA E EXERCÍCIOS AULA 08 PROF: RICARDO GOMES www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Ricardo Gomes 27 mecanismo não-contencioso contemporâneo, o principal instrumento é o do sistema de relatórios periódicos. Mas o principal não significa o único, pois existe também as observações gerais. No sistema de relatórios periódicos, os Estados se comprometem a enviar informes, nos quais devem constar, ou seja, relatar, as ações que realizaram para respeitar e garantir os direitos mencionados nesses tratados. Os informes são analisados por especialistas independentes pertencentes a um organismo internacional (normalmente um comitê), sendo que o princípio orientador desse sistema é o da cooperação internacional e busca de evolução na proteção aos direitos humanos. O sistema de relatórios além de ser um mecanismo convencional é também uma forma de supervisão, visto que ele é desenvolvido por organismos internacionais, logo, é um mecanismo coletivo ou institucional. A entrega de relatórios é obrigação internacional assumida em nove importantes tratados internacionais de direitos humanos (chamados no jargão diplomático de “big nine”). Os nove principais tratados de direitos humanos: • Convenção internacional sobre eliminação de todas as formas de discriminação racial (1965) • Pacto internacional dos direitos civis e políticos (1966) • Pacto internacional dos direitos econômicos, sociais e culturais (1966) • Convenção internacional sobre eliminação de todas as formas de discriminação contra a mulher (1979) • Convenção internacional contra a tortura (1984) • Convenção internacional sobre os direitos da criança (1989) • Convenção internacional para a proteção dos trabalhadores migrantes e suas famílias (ainda NÃO recepcionada pelo brasil) • Convenção sobre os direitos das Pessoas com Deficiência Rafael Verol Rafael Verol Rafael Verol POLÍCIA CIVIL DO ESTADO DO TOCANTINS (PC-TO) NOÇÕES DE DIREITOS HUMANOS – TODOS OS CARGOS TEORIA E EXERCÍCIOS AULA 08 PROF: RICARDO GOMES www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Ricardo Gomes 28 (recepcionada no Brasil como Emenda à Constituição). • Convenção para proteção de todas as pessoas contra o desaparecimentos forçados (ainda NÃO recepcionada pelo brasil). Cada Convenção listada acima: � Estabeleceu um Comitê específico para supervisionar os relatórios periódicos (por isso esses órgãos são chamados de “treaty bodies”, ou seja, “órgãos de tratado”) � Indicou o órgão responsável pela análise dos informes e pelo posterior diálogo com o Estado. Os Comitês contam com o apoio administrativo do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos para desempenharem suas tarefas. A periodicidade da apresentação dos relatórios varia de acordo com cada tratado internacional: Tratado internacional Prazos do relatório Convenção internacional sobre eliminação de todas as formas de discriminação racial - 1 ano (apresentação do 1º relatório) - 2 anos (após o 1º) ou sempre que o Comitê solicitar. Pacto internacional dos direitos civis e políticos - 1 ano (apresentação do 1º relatório) - sempre que o Comitê solicitar (após o 1º) Rafael Verol POLÍCIA CIVIL DO ESTADO DO TOCANTINS (PC-TO) NOÇÕES DE DIREITOS HUMANOS – TODOS OS CARGOS TEORIA E EXERCÍCIOS AULA 08 PROF: RICARDO GOMES www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Ricardo Gomes 29 Pacto dos direitos econômicos, sociais e culturais - A ser definido pelo ECOSOC1 da ONU. Convenção internacional sobre eliminação de todas as formas de discriminação contra a mulher - 1 ano (apresentação do 1º relatório) - 4 anos (após o 1º) ou sempre que o Comitê solicitar. Convenção internacional contra a tortura - 1 ano (apresentação do 1º relatório) - 4 anos (após o 1º). Convenção sobre os direitos da criança - 2 anos (apresentação do 1º relatório) - 5 anos (após o 1º). Convenção internacional para a proteção dos trabalhadores migrantes e suas famílias - 1 ano (apresentação do 1º relatório) - 5 anos (após o 1º) ou sempre que o Comitê solicitar. As recomendações emitidas pelos Comitês relacionadas aos relatórios periódicos e às observações gerais NÃO possuem força vinculante. As principais críticas ao sistema de relatórios são: • Pouca flexibilidade para combater situações de emergência de violações de direitos humanos • Concentração das informações nas mãos do Estado • Diversidade de Comitês produz práticas díspares e uma sobrecarga de trabalho nos Estados, quando não há redundâncias nos relatórios enviados. • Nada impede recomendações contraditórias emitidas pelos diferentes Comitês. Rafael Verol Rafael Verol POLÍCIA CIVIL DO ESTADO DO TOCANTINS (PC-TO) NOÇÕES DE DIREITOS HUMANOS – TODOS OS CARGOS TEORIA E EXERCÍCIOS AULA 08 PROF: RICARDO GOMES www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Ricardo Gomes 30 • Porém, a PRINCIPAL de todas é: a ausência de um sistema mais efetivo de responsabilização internacional do Estado. No mecanismo QUASE-JUDICIAL refere-se aos meios, instituídos no seio das convenções internacionais da ONU, que permitem a responsabilidade internacional dos Estados em caso de constatação de violação aos direitos humanos. Esses mecanismos são geridos por comitês que, por não serem órgãos judiciais propriamente ditos, manifestam-se por meio de recomendações. Existem dois tipos de mecanismos quase-judiciais: � Comunicações interestatais (petições de Estados) � Petições individuais (de particulares) As comunicações interestatais são petições formuladas por um Estado contra outro Estado denunciando-o por uma conduta violadora de norma internacional de proteção dos direitos humanos. Os TRATADOS INTERNACIONAIS que preveem esse mecanismo: • Convenção internacional sobre eliminação de todas as formas de discriminação racial (Adesão obrigatória) • Pacto internacional dos direitos civis e políticos (adesão facultativa) • Convenção internacional contra a tortura (adesão facultativa) • Convençãopara proteção de trabalhadores migrantes e suas famílias (adesão facultativa) Dos tratados mencionados acima, apenas um previa a aplicação 1 Conselho Econômico e Social da ONU. Rafael Verol Rafael Verol Rafael Verol Rafael Verol Rafael Verol Rafael Verol Rafael Verol POLÍCIA CIVIL DO ESTADO DO TOCANTINS (PC-TO) NOÇÕES DE DIREITOS HUMANOS – TODOS OS CARGOS TEORIA E EXERCÍCIOS AULA 08 PROF: RICARDO GOMES www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Ricardo Gomes 31 desse mecanismo de forma obrigatória a todas as partes que assinam o tratado (Convenção sobre discriminação racial), enquanto que nos demais tratados o direito à petição é uma cláusula facultativa que o Estado-Parte do tratado pode decidir se irá se submeter ou não à referida norma. As petições individuais são petições formuladas por particulares (cidadãos atuando de forma individual ou coletiva) que denunciam um Estado alegando que o mesmo pratica uma conduta violadora de norma internacional de proteção dos direitos humanos. Os tratados internacionais que preveem esse mecanismo: • Convenção sobre discriminação racial (adesão facultativa) • Pacto dos direitos civis e políticos (Protocolo de adesão facultativa) • Pacto dos direitos econômicos, sociais e culturais (Protocolo de adesão facultativa) • Convenção sobre discriminação contra a mulher (Protocolo de adesão facultativa) • Convenção contra a tortura (adesão facultativa) • Convenção sobre os direitos da criança (Protocolo de adesão facultativa) • Convenção para proteção de trabalhadores migrantes e suas famílias (adesão facultativa) Assim, não bastava o Estado ser parte do tratado para que uma vítima de violação de qualquer direito humano por esse Estado pudesse efetuar uma denúncia contra o mesmo, pois o Estado necessitaria consentir em ser submetido ao referido sistema de petições individuais. No mecanismo JUDICIAL de plano universal temos o Tribunal Internacional de Justiça (TIJ), também conhecida como Corte Internacional de Justiça (CIJ) que apesar de não ser um órgão exclusivamente de direitos humanos, pois ele detém uma abrangência que engloba todo o Direito Internacional Público, ainda assim possui um papel restrito em termos de Rafael Verol Rafael Verol Rafael Verol Rafael Verol Rafael Verol Rafael Verol POLÍCIA CIVIL DO ESTADO DO TOCANTINS (PC-TO) NOÇÕES DE DIREITOS HUMANOS – TODOS OS CARGOS TEORIA E EXERCÍCIOS AULA 08 PROF: RICARDO GOMES www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Ricardo Gomes 32 responsabilização do Estado como violador de direitos humanos, em razão de dois limitadores de ordem processual: • Jus standi • Caráter facultativo da jurisdição da CIJ O jus standi se refere à legitimidade ativa e passiva nos processos submetidos à CIJ, os quais somente podem ser exercidos por Estados. A submissão à jurisdição da CIJ é de caráter facultativo, ou seja, é preciso que o Estado se manifeste pela adesão à citada jurisdição pela Corte Internacional de Justiça. Ainda assim, é preciso que, antes de iniciar o processamento judicial em questão, sejam efetuadas tentativas de conciliação e da arbitragem, sendo o recurso à CIJ uma medida subsidiária e ultima ratio, ou seja, a última medida a ser tomada para resolver o problema. Uma dica: o aluno deverá observar os dispositivos contidos nos tratados internacionais que constam no final das aulas 7 e 8 deste curso. Neles há diversos detalhes relacionados ao funcionamento dos mecanismos convencionais. SISTEMA EXTRACONVENCIONAL DA ONU: Esse sistema é composto por procedimentos especiais perante os órgãos das Nações Unidas, com base no dever de cooperação dos Estados, estabelecido no art. 55, letra “c”, da Carta das Nações Unidas que possui o seguinte teor: Artigo 55º Com o fim de criar condições de estabilidade e bem-estar, necessárias às relações pacíficas e amistosas entre as Nações, baseadas no respeito do princípio da igualdade de Rafael Verol Rafael Verol Rafael Verol Rafael Verol Rafael Verol Rafael Verol Rafael Verol POLÍCIA CIVIL DO ESTADO DO TOCANTINS (PC-TO) NOÇÕES DE DIREITOS HUMANOS – TODOS OS CARGOS TEORIA E EXERCÍCIOS AULA 08 PROF: RICARDO GOMES www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Ricardo Gomes 33 direitos e da autodeterminação dos povos, as Nações Unidas promoverão: a. A elevação dos níveis de vida, o pleno emprego e condições de progresso e desenvolvimento econômico e social; b. A solução dos problemas internacionais econômicos, sociais, de saúde e conexos, bem como a cooperação internacional, de caráter cultural e educacional; c. O respeito universal e efetivo dos direitos do homem e das liberdades fundamentais para todos, sem distinção de raça, sexo, língua ou religião. O nome extraconvencional deriva do fato desse instrumento não se originar de uma convenção internacional específica (ex. Convenção internacional sobre a discriminação racial, discriminação da mulher, tortura, etc.), mas do documento fundador do sistema ONU. O Conselho de Direitos Humanos (assumindo a tarefa anteriormente atribuída à Comissão de Direitos Humanos), órgão que recebe petições individuais referentes à violação de direitos humanos, com base em certos requisitos previstos nos Procedimentos especiais 1235 e 1503. O Conselho de Direitos Humanos prevê um procedimento específico para apuração de violações aos direitos humanos chamado de mecanismo de Revisão Periódica Universal (RPU). O RPU é aplicado da seguinte forma: • Um Estado apresenta um relatório nacional sobre a situação geral de direitos humanos em seu território. • Esse Estado tem a sua situação de direitos humanos submetida à avaliação dos demais membros do Conselho de Direitos Humanos (e também qualquer Estado interessado). • Esse processo é relatado por três outros Estados (troika). Rafael Verol Rafael Verol Rafael Verol Rafael Verol POLÍCIA CIVIL DO ESTADO DO TOCANTINS (PC-TO) NOÇÕES DE DIREITOS HUMANOS – TODOS OS CARGOS TEORIA E EXERCÍCIOS AULA 08 PROF: RICARDO GOMES www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Ricardo Gomes 34 • Relatório final (outcome report) feito pela troika é submetido à aprovação pelo plenário (colegiados de membros integrantes) do Conselho de Direitos Humanos. O mecanismo de Revisão Periódica Universal foi criado para substituir outros procedimentos especiais com o mesmo fim como o Procedimento 1235 (oriundo de membros da antiga Comissão de Direitos Humanos) e o Procedimento 1503 (oriundo de particulares). Sucede que como não foram revogados os citados procedimentos especiais (o 1235 e o 1503) eles continuam em vigor paralelamente ao mecanismo de RPU. O RPU se encontra disciplinado pela Resolução 5/1, de 18 de junho de 2007, do Conselho de Direitos Humanos da ONU. De acordo com a Carta da ONU, o Conselho de Segurança não possuiria um papel ativo na proteção dos direitos humanos, sendo esse papel relegado ao Conselho Econômico e Social, à Assembléia Geral e ao extinto Conselho de Tutela. Na atualidade, porém, o Conselho de Segurança vem desempenhado algumas funções nessa matéria ao editar várias resoluções em face de situações de direitos humanos, considerando-as como ameaças à paz, nos termos do art. 39 da Carta das Nações Unidas. Além dessas resoluções, existem duas medidas adotadas pelo Conselho de Segurança, supostamentepara proteger os direitos humanos, que ainda são consideradas polêmicas: • Criação de tribunais internacionais penais ad hoc • Criação de “listas sujas” de pessoas e entes de apoio ao terrorismo internacional. O principal questionamento a essas medidas estaria no fato de elas constituírem eventuais abusos por parte desse órgão da ONU. Rafael Verol Rafael Verol POLÍCIA CIVIL DO ESTADO DO TOCANTINS (PC-TO) NOÇÕES DE DIREITOS HUMANOS – TODOS OS CARGOS TEORIA E EXERCÍCIOS AULA 08 PROF: RICARDO GOMES www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Ricardo Gomes 35 Os órgãos convencionais são as instituições das NAÇÕES UNIDAS que controlam a aplicação dos principais instrumentos internacionais relativos aos direitos humanos. Estão previstos em nas diversas Convenções Internacionais de Direitos Humanos (PICP, PIDESC, etc). Existem sete órgãos convencionais: • Comitê dos Direitos Humanos (HCR) • Comitê de Direitos Econômicos, Sociais e Culturais (CESCR) • Comitê pela Eliminação da Discriminação Racial (CERD) • Comitê pela Eliminação da Discriminação das Mulheres (CEDAW) • Comitê Contra a Tortura (CAT) • Comitê dos Direitos da Criança (CRC) • Comitê dos Trabalhadores Migrantes (CMW) Na próxima Aula daremos continuidade ao nosso estudo de Direitos Humanos. De todo modo, curtam alguns exercícios!!!! Abaixo 2 listas de Exercícios: a 1ª com comentários e a 2ª apenas com gabarito. Rafael Verol Rafael Verol Rafael Verol POLÍCIA CIVIL DO ESTADO DO TOCANTINS (PC-TO) NOÇÕES DE DIREITOS HUMANOS – TODOS OS CARGOS TEORIA E EXERCÍCIOS AULA 08 PROF: RICARDO GOMES www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Ricardo Gomes 36 EXERCÍCIOS COMENTADOS QUESTÃO 139 (PC/TO - Ponto dos Concursos - Ricardo Gomes): Julgue o item a seguir, relativo ao tema Globalização e Direitos Humanos, marcando C (certo) ou E (errado): Os crimes de competência do Tribunal Penal Internacional prescrevem com o decurso do tempo. COMENTÁRIOS: É o contrário. Os crimes de competência do TPI não prescrevem, conforme dispõe o Estatuto de Roma. RESPOSTA CERTA: E QUESTÃO 140 (SENADO - Advogado – 2008 - Adaptada): Julgue o item a seguir, marcando C (certo) ou E (errado): O Tribunal Penal Internacional é jurisdição recepcionada pela Constituição Brasileira, a despeito de seu art. 5º, inciso XXXVIII, que não admite juízo ou tribunal de exceção. COMENTÁRIOS: A despeito do art. 5º, inciso XXXVIII, da Constituição de 1988, prever essa norma contida no enunciado da questão, o mesmo é falso, pois o TPI se encontra previsto expressamente no art. 5º, § 4º, da mesma Constituição de 1988. POLÍCIA CIVIL DO ESTADO DO TOCANTINS (PC-TO) NOÇÕES DE DIREITOS HUMANOS – TODOS OS CARGOS TEORIA E EXERCÍCIOS AULA 08 PROF: RICARDO GOMES www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Ricardo Gomes 37 RESPOSTA CERTA: C QUESTÃO 141 (PC/TO - Ponto dos Concursos - Ricardo Gomes): Julgue o item a seguir, marcando C (certo) ou E (errado): O TPI se orienta pelo princípio da primazia de jurisdição, segundo o qual ele deve agir em todas as situações em que houver crimes contra a humanidade, cabendo aos Estados atuar subsidiariamente, mesmo que queira ou tenha condições de fazer esse julgamento. COMENTÁRIOS: O TPI foi instituído por meio de um tratado internacional chamado Estatuto de Roma que entrou em vigor em 2002. Um Estado para ser submetido à jurisdição do TPI precisa fazer parte do Estatuto de Roma. Todavia, deve ser recordado que o TPI se orienta pelo princípio da subsidiariedade, isto significa que o TPI somente pode agir, caso o Estado: � Não queira julgar os crimes; ou � Não tenha condições de fazer esse julgamento. Logo, o enunciado da questão está errado. RESPOSTA CERTA: E QUESTÃO 142 (DPE/MA- CESPE – Defensor Público - 2011): Julgue o item a seguir, Julgue o(s) item(ns) que se segue(m), referente(s) ao direito internacional dos direitos humanos, marcando C (certo) ou E (errado): A Carta de São Francisco é pioneira ao estabelecer que o Estado é obrigado a garantir direitos básicos a todos sob sua jurisdição, nacionais ou estrangeiros. POLÍCIA CIVIL DO ESTADO DO TOCANTINS (PC-TO) NOÇÕES DE DIREITOS HUMANOS – TODOS OS CARGOS TEORIA E EXERCÍCIOS AULA 08 PROF: RICARDO GOMES www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Ricardo Gomes 38 COMENTÁRIOS: Os direitos humanos estiveram na base da criação da ONU e constituem um dos seus objetivos (cf. artigo 1º, nº 3 da Carta da ONU). A elaboração de instrumentos de direitos humanos e a promoção do gozo destes direitos foram, aliás, uma das primeiras tarefas que as Nações Unidas se dedicaram, desde a sua fundação. A própria Carta da ONU (também conhecida como “de São Francisco”) foi pioneira ao estabelecer que o Estado é obrigado a garantir direitos básicos a todos sob sua jurisdição, nacionais ou estrangeiros. RESPOSTA CERTA: C QUESTÃO 143 (DPE/MA- CESPE – Defensor Público - 2011): Julgue o item a seguir, referente ao direito internacional dos direitos humanos, marcando C (certo) ou E (errado): O Tribunal Penal Internacional visa reprimir a conduta de qualquer pessoa que, conhecendo a finalidade e a atividade criminosa geral de um grupo criminoso organizado ou a sua intenção de cometer infrações, dele participe ativamente. COMENTÁRIOS: Outra particularidade é o Tribunal Penal Internacional, organismo que não está diretamente ligado à estrutura administrativa da ONU, contudo, possui a natureza de organismo internacional criado pelo Estatuto de Roma (um tratado internacional) com a competência para cuidar de alguns crimes específicos e NÃO qualquer crime de repercussão internacional, mesmo que envolva organizações criminosas internacionais. O TPI é um órgão judicial de abrangência internacional, instituído pelo Estatuto de Roma, que, em vigor desde 2002, responsabiliza criminalmente pessoas e não Estados em relação a quatro tipos de crimes: POLÍCIA CIVIL DO ESTADO DO TOCANTINS (PC-TO) NOÇÕES DE DIREITOS HUMANOS – TODOS OS CARGOS TEORIA E EXERCÍCIOS AULA 08 PROF: RICARDO GOMES www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Ricardo Gomes 39 - Genocídios - Crimes de guerra - Crimes contra a humanidade - Crimes de agressão RESPOSTA CERTA: E QUESTÃO 144 (PC/TO - Ponto dos Concursos - Ricardo Gomes): Julgue o item a seguir, referentes aos mecanismos convencionais e extraconvencionais da ONU, marcando C (certo) ou E (errado): A Corte Internacional de Justiça possui um papel restrito em termos de responsabilização do Estado como violador de direitos humanos. COMENTÁRIOS: No mecanismo JUDICIAL de plano universal temos o Tribunal Internacional de Justiça (TIJ), também conhecida como Corte Internacional de Justiça (CIJ) que apesar de não ser um órgão exclusivamente de direitos humanos, pois ele detém uma abrangência que engloba todo o Direito Internacional Público, ainda assim possui um papel restrito em termos de responsabilização do Estado como violador de direitos humanos, em razão de dois limitadores de ordem processual: • Jus standi • Caráter facultativo da jurisdição da CIJ O jus standi se refere à legitimidade ativa e passiva nos processos submetidos à CIJ, os quais somente podem ser exercidos por Estados. A submissão à jurisdição da CIJ é de caráter facultativo, ou seja, é preciso que o Estado se manifeste pela adesão à citada jurisdição pela Corte Internacionalde Justiça. POLÍCIA CIVIL DO ESTADO DO TOCANTINS (PC-TO) NOÇÕES DE DIREITOS HUMANOS – TODOS OS CARGOS TEORIA E EXERCÍCIOS AULA 08 PROF: RICARDO GOMES www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Ricardo Gomes 40 Ainda assim, é preciso que, antes de iniciar o processamento judicial em questão, sejam efetuadas tentativas de conciliação e da arbitragem, sendo o recurso à CIJ uma medida subsidiária e ultima ratio, ou seja, a última medida a ser tomada para resolver o problema. RESPOSTA CERTA: C QUESTÃO 145 (PC/TO - Ponto dos Concursos - Ricardo Gomes): Julgue o item a seguir, referentes aos mecanismos convencionais e extraconvencionais da ONU, marcando C (certo) ou E (errado): Entre os mecanismos convencionais da ONU, há o mecanismo judicial, que tem no Tribunal Penal Internacional o principal órgão de implementação desse mecanismo. COMENTÁRIOS: Como foi mencionado na questão anterior, no mecanismo JUDICIAL de plano universal temos o Tribunal Internacional de Justiça (TIJ), também conhecida como Corte Internacional de Justiça (CIJ) que apesar de não ser um órgão exclusivamente de direitos humanos, pois ele detém uma abrangência que engloba todo o Direito Internacional Público, ainda assim possui um papel restrito em termos de responsabilização do Estado como violador de direitos humanos, em razão de dois limitadores de ordem processual: • Jus standi • Caráter facultativo da jurisdição da CIJ O jus standi se refere à legitimidade ativa e passiva nos processos submetidos à CIJ, os quais somente podem ser exercidos por Estados. A submissão à jurisdição da CIJ é de caráter facultativo, ou seja, é preciso que o Estado se manifeste pela adesão à citada jurisdição pela Corte Internacional de Justiça. POLÍCIA CIVIL DO ESTADO DO TOCANTINS (PC-TO) NOÇÕES DE DIREITOS HUMANOS – TODOS OS CARGOS TEORIA E EXERCÍCIOS AULA 08 PROF: RICARDO GOMES www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Ricardo Gomes 41 Ainda assim, é preciso que, antes de iniciar o processamento judicial em questão, sejam efetuadas tentativas de conciliação e da arbitragem, sendo o recurso à CIJ uma medida subsidiária e ultima ratio, ou seja, a última medida a ser tomada para resolver o problema. RESPOSTA CERTA: E QUESTÃO 146 (DPE/MA- CESPE – Defensor Público - 2011): No que se refere à proteção internacional dos direitos humanos, que é constituída por mecanismos unilaterais e coletivos da responsabilidade internacional do Estado, marque C (certo) ou E (errado): No sistema extraconvencional, a responsabilização do Estado por violação de direitos humanos inicia-se por petições de Estados e por petições de particulares. COMENTÁRIOS: Esse sistema é composto por procedimentos especiais perante os órgãos das Nações Unidas, com base no dever de cooperação dos Estados, estabelecido no art. 55, letra “c”, da Carta das Nações Unidas que possui o seguinte teor: Artigo 55º Com o fim de criar condições de estabilidade e bem-estar, necessárias às relações pacíficas e amistosas entre as Nações, baseadas no respeito do princípio da igualdade de direitos e da autodeterminação dos povos, as Nações Unidas promoverão: d. A elevação dos níveis de vida, o pleno emprego e condições de progresso e desenvolvimento econômico e social; e. A solução dos problemas internacionais econômicos, POLÍCIA CIVIL DO ESTADO DO TOCANTINS (PC-TO) NOÇÕES DE DIREITOS HUMANOS – TODOS OS CARGOS TEORIA E EXERCÍCIOS AULA 08 PROF: RICARDO GOMES www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Ricardo Gomes 42 sociais, de saúde e conexos, bem como a cooperação internacional, de caráter cultural e educacional; f. O respeito universal e efetivo dos direitos do homem e das liberdades fundamentais para todos, sem distinção de raça, sexo, língua ou religião. O Conselho de Direitos Humanos prevê um procedimento específico para apuração de violações aos direitos humanos chamado de mecanismo de Revisão Periódica Universal (RPU). O RPU é aplicado da seguinte forma: • Um Estado apresenta um relatório nacional sobre a situação geral de direitos humanos em seu território. • Esse Estado tem a sua situação de direitos humanos submetida à avaliação dos demais membros do Conselho de Direitos Humanos (e também qualquer Estado interessado). • Esse processo é relatado por três outros Estados (troika). • Relatório final (outcome report) feito pela troika é submetido à aprovação pelo plenário (colegiados de membros integrantes) do Conselho de Direitos Humanos. O mecanismo de Revisão Periódica Universal foi criado para substituir outros procedimentos especiais com o mesmo fim como o Procedimento 1235 (oriundo de membros da antiga Comissão de Direitos Humanos) e o Procedimento 1503 (oriundo de particulares). Sucede que como não foram revogados os citados procedimentos especiais (o 1235 e o 1503) eles continuam em vigor paralelamente ao mecanismo de RPU. O RPU se encontra disciplinado pela Resolução 5/1, de 18 de junho de 2007, do Conselho de Direitos Humanos da ONU. De acordo com a Carta da ONU, o Conselho de Segurança não possuiria um papel ativo na proteção dos direitos humanos, sendo esse papel relegado ao Conselho Econômico e Social, à Assembléia Geral e ao extinto POLÍCIA CIVIL DO ESTADO DO TOCANTINS (PC-TO) NOÇÕES DE DIREITOS HUMANOS – TODOS OS CARGOS TEORIA E EXERCÍCIOS AULA 08 PROF: RICARDO GOMES www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Ricardo Gomes 43 Conselho de Tutela. Na atualidade, porém, o Conselho de Segurança vem desempenhado algumas funções nessa matéria ao editar várias resoluções em face de situações de direitos humanos, considerando-as como ameaças à paz, nos termos do art. 39 da Carta das Nações Unidas. RESPOSTA CERTA: E QUESTÃO 147 (DPE/MA- CESPE – Defensor Público - 2011): No que se refere à proteção internacional dos direitos humanos, que é constituída por mecanismos unilaterais e coletivos da responsabilidade internacional do Estado, marque C (certo) ou E (errado): O princípio informador do sistema de relatórios, principal mecanismo não contencioso, é o da reciprocidade, pelo qual se atribui obrigação internacional de respeito aos direitos humanos. COMENTÁRIOS: O Sistema convencional da ONU se divide em três mecanismos: � não-contencioso � quase-judicial � judicial O mecanismo não-contencioso possui raízes em antigas técnicas e práticas de diplomacia internacional como os bons ofícios e a conciliação. No mecanismo não-contencioso contemporâneo, o principal instrumento é o do sistema de relatórios periódicos. Mas o principal não significa o único, pois existe também as observações gerais. No sistema de relatórios periódicos, os Estados se comprometem a enviar informes, nos quais devem constar, ou seja, relatar, as ações que realizaram para respeitar e garantir os direitos mencionados nesses tratados. POLÍCIA CIVIL DO ESTADO DO TOCANTINS (PC-TO) NOÇÕES DE DIREITOS HUMANOS – TODOS OS CARGOS TEORIA E EXERCÍCIOS AULA 08 PROF: RICARDO GOMES www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Ricardo Gomes 44 Os informes são analisados por especialistas independentes pertencentes a um organismo internacional (normalmente um comitê), sendo que o princípio orientador desse sistema é o da cooperação internacional e busca de evolução na proteção aos direitos humanos. RESPOSTA CERTA: E QUESTÃO 148 (DPE/MA- CESPE – Defensor Público – 2011 - adaptada): No que se refere à proteção internacionaldos direitos humanos, que é constituída por mecanismos unilaterais e coletivos da responsabilidade internacional do Estado, marque C (certo) ou E (errado): Compete à Assembleia Geral das Nações Unidas apresentar relatórios periódicos para a apuração da responsabilidade dos Estados-membros em relação aos direitos previstos no Pacto Internacional de Direitos Civis e Políticos. COMENTÁRIOS: Essa atribuição é conferida ao Comitê de Direitos Humanos, órgão que desempenha a supervisão, mecanismo convencional previsto no citado Pacto. RESPOSTA CERTA: E QUESTÃO 149 (PC/TO - Ponto dos Concursos - Ricardo Gomes): Julgue o item a seguir, referentes aos mecanismos convencionais e extraconvencionais da ONU, marcando C (certo) ou E (errado): A Convenção sobre os Direitos da Criança, por meio do Protocolo Facultativo, possibilita que indivíduos possam apresentar petições perante o Comitê do mencionado tratado. POLÍCIA CIVIL DO ESTADO DO TOCANTINS (PC-TO) NOÇÕES DE DIREITOS HUMANOS – TODOS OS CARGOS TEORIA E EXERCÍCIOS AULA 08 PROF: RICARDO GOMES www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Ricardo Gomes 45 COMENTÁRIOS: As petições individuais são petições formuladas por particulares (cidadãos atuando de forma individual ou coletiva) que denunciam um Estado alegando que o mesmo pratica uma conduta violadora de norma internacional de proteção dos direitos humanos. Os tratados internacionais que preveem esse mecanismo: • Convenção sobre discriminação racial (adesão facultativa) • Pacto dos direitos civis e políticos (Protocolo de adesão facultativa) • Pacto dos direitos econômicos, sociais e culturais (Protocolo de adesão facultativa) • Convenção sobre discriminação contra a mulher (Protocolo de adesão facultativa) • Convenção contra a tortura (adesão facultativa) • Convenção sobre os direitos da criança (Protocolo de adesão facultativa) • Convenção para proteção de trabalhadores migrantes e suas famílias (adesão facultativa) Assim, não bastava o Estado ser parte do tratado para que uma vítima de violação de qualquer direito humano por esse Estado pudesse efetuar uma denúncia contra o mesmo, pois o Estado necessitaria consentir em ser submetido ao referido sistema de petições individuais. RESPOSTA CERTA: C QUESTÃO 150 (PC/TO - Ponto dos Concursos - Ricardo Gomes): No que se refere à proteção internacional dos direitos humanos, que é constituída por mecanismos unilaterais e coletivos da responsabilidade internacional do POLÍCIA CIVIL DO ESTADO DO TOCANTINS (PC-TO) NOÇÕES DE DIREITOS HUMANOS – TODOS OS CARGOS TEORIA E EXERCÍCIOS AULA 08 PROF: RICARDO GOMES www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Ricardo Gomes 46 Estado, marque C (certo) ou E (errado): O Conselho de Segurança da ONU vem atuando paulatinamente em defesa dos direitos humanos, respaldando no dever de garantir a paz e segurança internacional prevista na Carta de São Francisco. COMENTÁRIOS: De acordo com a Carta da ONU, o Conselho de Segurança não possuiria um papel ativo na proteção dos direitos humanos, sendo esse papel relegado ao Conselho Econômico e Social, à Assembléia Geral e ao extinto Conselho de Tutela. Na atualidade, porém, o Conselho de Segurança vem desempenhado algumas funções nessa matéria ao editar várias resoluções em face de situações de direitos humanos, considerando-as como ameaças à paz, nos termos do art. 39 da Carta das Nações Unidas. Além dessas resoluções, existem duas medidas adotadas pelo Conselho de Segurança, supostamente para proteger os direitos humanos, que ainda são consideradas polêmicas: • Criação de tribunais internacionais penais ad hoc • Criação de “listas sujas” de pessoas e entes de apoio ao terrorismo internacional. RESPOSTA CERTA: C GABARITOS OFICIAIS 139 140 141 142 143 144 145 146 147 148 E C E C E C E E E E 149 150 C C POLÍCIA CIVIL DO ESTADO DO TOCANTINS (PC-TO) NOÇÕES DE DIREITOS HUMANOS – TODOS OS CARGOS TEORIA E EXERCÍCIOS AULA 08 PROF: RICARDO GOMES www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Ricardo Gomes 47 EXERCÍCIOS COM GABARITO QUESTÃO 139 (PC/TO - Ponto dos Concursos - Ricardo Gomes): Julgue o item a seguir, relativo ao tema Globalização e Direitos Humanos, marcando C (certo) ou E (errado): Os crimes de competência do Tribunal Penal Internacional prescrevem com o decurso do tempo. QUESTÃO 140 (SENADO - Advogado – 2008 - Adaptada): Julgue o item a seguir, marcando C (certo) ou E (errado): O Tribunal Penal Internacional é jurisdição recepcionada pela Constituição Brasileira, a despeito de seu art. 5º, inciso XXXVIII, que não admite juízo ou tribunal de exceção. QUESTÃO 141 (PC/TO - Ponto dos Concursos - Ricardo Gomes): Julgue o item a seguir, marcando C (certo) ou E (errado): O TPI se orienta pelo princípio da primazia de jurisdição, segundo o qual ele deve agir em todas as situações em que houver crimes contra a humanidade, cabendo aos Estados atuar subsidiariamente, mesmo que queira ou tenha condições de fazer esse julgamento. QUESTÃO 142 (DPE/MA- CESPE – Defensor Público - 2011): Julgue o item a seguir, Julgue o(s) item(ns) que se segue(m), referente(s) ao direito internacional dos direitos humanos, marcando C (certo) ou E (errado): A Carta de São Francisco é pioneira ao estabelecer que o Estado é obrigado a garantir direitos básicos a todos sob sua jurisdição, nacionais ou estrangeiros. POLÍCIA CIVIL DO ESTADO DO TOCANTINS (PC-TO) NOÇÕES DE DIREITOS HUMANOS – TODOS OS CARGOS TEORIA E EXERCÍCIOS AULA 08 PROF: RICARDO GOMES www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Ricardo Gomes 48 QUESTÃO 143 (DPE/MA- CESPE – Defensor Público - 2011): Julgue o item a seguir, referente ao direito internacional dos direitos humanos, marcando C (certo) ou E (errado): O Tribunal Penal Internacional visa reprimir a conduta de qualquer pessoa que, conhecendo a finalidade e a atividade criminosa geral de um grupo criminoso organizado ou a sua intenção de cometer infrações, dele participe ativamente. QUESTÃO 144 (PC/TO - Ponto dos Concursos - Ricardo Gomes): Julgue o item a seguir, referentes aos mecanismos convencionais e extraconvencionais da ONU, marcando C (certo) ou E (errado): A Corte Internacional de Justiça possui um papel restrito em termos de responsabilização do Estado como violador de direitos humanos. QUESTÃO 145 (PC/TO - Ponto dos Concursos - Ricardo Gomes): Julgue o item a seguir, referentes aos mecanismos convencionais e extraconvencionais da ONU, marcando C (certo) ou E (errado): Entre os mecanismos convencionais da ONU, há o mecanismo judicial, que tem no Tribunal Penal Internacional o principal órgão de implementação desse mecanismo. QUESTÃO 146 (DPE/MA- CESPE – Defensor Público - 2011): No que se refere à proteção internacional dos direitos humanos, que é constituída por mecanismos unilaterais e coletivos da responsabilidade internacional do Estado, marque C (certo) ou E (errado): No sistema extraconvencional, a responsabilização do Estado por violação de direitos humanos inicia-se por petições de Estados e por petições de particulares. QUESTÃO 147 (DPE/MA- CESPE – Defensor Público - 2011): No que se refere à proteção internacional dos direitos humanos, que é constituída por POLÍCIA CIVIL DO ESTADO DO TOCANTINS (PC-TO) NOÇÕES DE DIREITOS HUMANOS – TODOS OS CARGOS TEORIA E EXERCÍCIOS AULA 08 PROF: RICARDO GOMES www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Ricardo Gomes
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