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EXECUÇÃO PENAL
Professor Guiherme Rittel - guilherme.rittel@gmail.com
— Bibliografia: René Ariel Dotti, Renato Marcão, Avena Norberto, Salo de Carvalho, Alessandro Baratta, Maurício Kheune.
1. DO OBJETO E DA APLICAÇÃO DA LEI DE EXECUÇÃO PENAL
a. Introdução
A Lei 7.210/84 foi criada na época do presidente João Figueiredo, entrando em vigor na mesma data da Lei de Reforma da Parte Geral do Código Penal. Há uma integração e harmonia entre as duas leis.
b. Conceito
É a fase do processo penal em que o Estado faz valer a sua pretensão punitiva, ora convertida em pretensão executória. 
c. Objetivos
Efetivar as disposições da sentença ou decisão criminal e proporcionar condições para a harmônica integração social do condenado e do internado. 
— Não se aplica a criança e adolescente privado de liberdade. 
— Aplicada também ao preso provisório.
d. Características
Trata-se preponderadamente de processo jurisdicional, vinculado a atividade administrativa, que tem por fim a efetividade da pretensão punitiva estatal. É uma atividade complexa, pois desenvolvida no plano jurisdicional e administrativo. 
-> Autonomia: é um ramo autônomo do Direito Público, pois tem regras e princípios próprios, estando intimamente ligado ao Direito Penal e Processual Penal;
-> Pressuposto: a existência de uma centena penal condenatória, transitada em julgado, que impôs uma pena ou medida de segurança.
-> Exceção: admite-se a execução provisória pena privativa de liberdade em caráter excepcional, quando for mais benéfica ao condenado. Observar aqui o novo entendimento dos tribunais superiores da execução provisória após a sentença em segundo grau. 
e. Execução
Em regra, compete a Justiça Comum estadual a execução da pena, ressalvados os casos de pena cumprida em estabelecimento federal de segurança máxima. Aplica-se o Código de Processo Penal quando não houver disposição expressa da matéria na LEP. No entanto, havendo conflito, predomina a LEP. 
** DECISÃO TOMADA PELO JUÍZO DA EXECUÇÃO PENAL —> AGRAVO EM EXECUÇÃO! mesmo que o CPP fale que é RSE, pois a lei que determina ser agravo é especial e mais nova *** 
f. Destinatários da LEP
-> preso definitivamente condenado;
-> preso provisório;
-> condenado pela justiça eleitoral ou militar, quando recolhido a estabelecimento sujeito à jurisdição ordinária (presos policiais em delegacia, por exemplo).
g. Competência
Compete ao juízo das Execuções Penais do Estado a execução das penas impostas a sentenciados pela Justiça Federal, Militar ou Eleitoral, quando recolhidos a estabelecimentos sujeitos a Administração Estadual (súmula STJ — 192).
g. Direitos dos Executandos
-> São assegurados todos os direitos não atingidos pela sentença ou pela lei;
-> Não haverá qualquer distinção de natureza Racial, Social, Religiosa ou Política; 
-> Apenas com o transito em julgado da sentença condenatória, os direitos políticos são suspensos (art. 15, III, CF); 
2. CLASSIFICAÇÃO E INDIVIDUALIZAÇÃO DA EXECUÇÃO
A LEP determina que os condenados devem ser distribuídos em classes, de acordo com critérios, para real individualização da pena:
-> Antecedentes
-> Personalidade (temperamento, caráter, etc)
a. Comissão técnica de classificação 
A classificação será realizada pela Comissão Técnica de Classificação. A Comissão fará programa individualizador da pena. 
-> Composição (pena privativa de liberdade)
- diretor;
- 2 chefes de serviço (no mínimo);
- 1 psiquiatra (no mínimo);
- 1 psicóloga (no mínimo);
- 1 assistente social (no mínimo).
-> Diligências
- entrevistar pessoas;
- requisitar, de repartições e estabelecimentos privados, dados e informações;
- outras diligências;
b. Progressão de regime
-> Requisito objetivo
- 1/6 da pena (crime comum), 2/5 da pena (crime hediondo primário) ou 3/5 da pena (reincidente);
-> Requisito subjetivo
- bom comportamento carcerário;
- exame criminológico — não é mais obrigatório, mas também não é vedado. Trata-se de um exame mais amplo, abrangendo os aspectos psicológicos e psiquiátricos do condenado, com a análise de sua maturidade, disciplina, capacidade de lidar com frustrações, laços afetivos com a família e com terceiros, agressividade e outros dados, de forma a delimitar um prognóstico de periculosidade, ou seja, tendência e retornar à delinquência. Nos dias atuais, o condenado de regime fechado é submetido ao exame para uma adequada classificação e individualização, mas não para a progressão. Condenado em regime aberto, poderá ser submetido ao exame criminológico. Progressão de regime fechado para o semi-aberto, o STJ diz que ele pode ser usado pelas peculiaridades do caso, desde que em decisão motivada.
c. Identificação do perfil genético
A identificação do perfil genético é uma hipótese de identificação criminal que foi introduzida pela Lei Federal 12.654/2012 por meio do art. 9º-A da LEP, referindo-se a identificação obrigatório do perfil genético, mediante extração de DNA. Da-se mediante da extração do DNA, por técnica adequada e indolor. Feita em condenados por crime praticado dolosamente com violência de natureza grave contra a pessoa e de crimes hediondos. Essa previsão tem por finalidade abastecer banco de dados a fim de facilitar a elucidação de crimes em futuras investigações.
-> Armazenamento: banco de dado sigiloso, regulamento expedido pelo Poder Executivo.
-> Acesso: autoridade policial, federal, estadual, poderá requerer ao juiz competente no caso de inquérito instaurado, o acesso ao banco de dados de identificação de perfil genético.
3. DA ASSISTÊNCIA
É dever do Estado e tem como objetivo prevenir o crime e orientar o retorno deste à convivência em sociedade. Aplicasse ao preso, ao internado e ao egresso a Assistência, como uma ferramenta que favorece a reinserção social.
a. Egresso
-> Liberado definitivo, pelo prazo de 1 anos contar da saída do estabelecimento;
-> Liberado condicional, durante o período de prova. 
b. Espécies
-> Material — 
A assistência material ao preso e ao internado consistirá no fornecimento de alimentação, vestuário e instalações higiênicas (art. 12 LEP). 
O estabelecimento disporá de instalações e serviços que atendam aos presos nas suas necessidades pessoais, além de locais destinados à venda de produtos e objetos permitidos e não fornecidos pela Administração (art. 13 LEP).
Fornecimentos de alimentação, vestuário e instalações higiênicas (necessidades pessoais). Locais destinados à venda de produtos objetos permitidos e não fornecidos. 
-> Saúde — 
A assistência à saúde do preso e do internado de caráter preventivo e curativo, compreenderá atendimento médico, farmacêutico e odontológico (art. 14 LEP). 
Quando o estabelecimento penal não estiver aparelhado para prover a assistência médica necessária, esta será prestada em outro local, mediante autorização da direção do estabelecimento. (§ 2º LEP)
Será assegurado acompanhamento médico à mulher, principalmente no pré-natal e no pós-parto, extensivo ao recém-nascido. (§ 3o LEP)
-> Jurídica —
- A assistência jurídica é destinada aos presos e aos internados sem recursos financeiros para constituir advogado (art. 15 LEP). 
As Unidades da Federação deverão ter serviços de assistência jurídica, integral e gratuita, pela Defensoria Pública, dentro e fora dos estabelecimentos penais. (art. 16 LEP). 
- As Unidades da Federação deverão prestar auxílio estrutural, pessoal e material à Defensoria Pública, no exercício de suas funções, dentro e fora dos estabelecimentos penais. (§ 1o ). 
- Em todos os estabelecimentos penais, haverá local apropriado destinado ao atendimento pelo Defensor Público. (§ 2o ). 
- Fora dos estabelecimentos penais, serão implementados Núcleos Especializados da Defensoria Pública para a prestação de assistência jurídica integral e gratuita aos réus, sentenciados em liberdade, egressos e seus familiares, sem recursos financeiros para constituir advogado. (§ 3o ).
-> Educacional — 
- A assistência educacional compreenderá a instrução escolar e a formação profissional do preso e do internado(art. 17 LEP)
- O ensino de 1º grau será obrigatório, integrando-se no sistema escolar da Unidade Federativa (art. 18 LEP)
- O ensino médio, regular ou supletivo, com formação geral ou educação profissional de nível médio, será implantado nos presídios, em obediência ao preceito constitucional de sua universalização. (ART. 18-A LEP) 
- O ensino ministrado aos presos e presas integrar-se-á ao sistema estadual e municipal de ensino e será mantido, administrativa e financeiramente, com o apoio da União, não só com os recursos destinados à educação, mas pelo sistema estadual de justiça ou administração penitenciária. (§ 1o) 
- Os sistemas de ensino oferecerão aos presos e às presas cursos supletivos de educação de jovens e adultos. (§ 2o) 
- A União, os Estados, os Municípios e o Distrito Federal incluirão em seus programas de educação à distância e de utilização de novas tecnologias de ensino, o atendimento aos presos e às presas. (§ 3o ) 
- O ensino profissional será ministrado em nível de iniciação ou de aperfeiçoamento técnico. Parágrafo único. A mulher condenada terá ensino profissional adequado à sua condição. (art. 19 LEP)
- As atividades educacionais podem ser objeto de convênio com entidades públicas ou particulares, que instalem escolas ou ofereçam cursos especializados. (ART. 20 LEP)
- Em atendimento às condições locais, dotar-se-á cada estabelecimento de uma biblioteca, para uso de todas as categorias de reclusos, provida de livros instrutivos, recreativos e didáticos. (art. 21 LEP)
- O censo penitenciário deverá apurar (art. 21-A LEP): 
I - o nível de escolaridade dos presos e das presas; 
II - a existência de cursos nos níveis fundamental e médio e o número de presos e presas atendidos; 
III - a implementação de cursos profissionais em nível de iniciação ou aperfeiçoamento técnico e o número de presos e presas atendidos; 
IV - a existência de bibliotecas e as condições de seu acervo; 
V - outros dados relevantes para o aprimoramento educacional de presos e presas.
-> Social — 
- A assistência social tem por finalidade amparar o preso e o internado e prepará-los para o retorno à liberdade (art. 22 LEP). 
- Incumbe ao serviço de assistência social (art. 23 LEP): 
I - conhecer os resultados dos diagnósticos ou exames; 
II - relatar, por escrito, ao Diretor do estabelecimento, os problemas e as dificuldades enfrentadas pelo assistido; 
III - acompanhar o resultado das permissões de saídas e das saídas temporárias; 
IV - promover, no estabelecimento, pelos meios disponíveis, a recreação; 
V - promover a orientação do assistido, na fase final do cumprimento da pena, e do liberando, de modo a facilitar o seu retorno à liberdade; 
VI - providenciar a obtenção de documentos, dos benefícios da Previdência Social e do seguro por acidente no trabalho; 
VII - orientar e amparar, quando necessário, a família do preso, do internado e da vítima.
-> Religiosa — 
- A assistência religiosa, com liberdade de culto, será prestada aos presos e aos internados, permitindo-se-lhes a participação nos serviços organizados no estabelecimento penal, bem como a posse de livros de instrução religiosa. (art. 24 LEP)
- No estabelecimento haverá local apropriado para os cultos religiosos. 
- Nenhum preso ou internado poderá ser obrigado a participar de atividade religiosa.
-> Assistência ao egresso
- Art. 25. A assistência ao egresso consiste: 
I - na orientação e apoio para reintegrá-lo à vida em liberdade; 
II - na concessão, se necessário, de alojamento e alimentação, em estabelecimento adequado, pelo prazo de 2 (dois) meses. 
- Parágrafo único. O prazo estabelecido no inciso II poderá ser prorrogado uma única vez, comprovado, por declaração do assistente social, o empenho na obtenção de emprego. 
- Art. 26. Considera-se egresso para os efeitos desta Lei: 
I - o liberado definitivo, pelo prazo de 1 (um) ano a contar da saída do estabelecimento; 
II - o liberado condicional, durante o período de prova. 
- Art. 27.O serviço de assistência social colaborará com o egresso para a obtenção de trabalho.
4. DO TRABALHO DO PRESO
É um dever social e condição de dignidade humana, de finalidade educativa e produtiva. Aplicam-se as normas relativas a Precauções concernentes à Segurança e Higiene. No então, não estão sujeitos à CLT. O condenado a pena privativa de liberdade está obrigado ao trabalho, na medida de suas aptidões e capacidades. Para o preso provisório, o trabalho não é obrigatório e será executado no interior do estabelecimento prisional. O condenado por crime político não é obrigado também. 
a. Jornada
Não será inferior a 06 horas e nem superior a 08 horas, com descanso aos domingos e feriados. Poderá ter horário especial aos presos que trabalhem nos serviços de manutenção e conservação do estabelecimento prisional. 
b. Remuneração
O trabalho será remunerado e não poderá ser inferior a 3/4 do salário Mínimo. O produto da remuneração pode ser destinado à:
-> indenização dos danos causados pelo crime;
-> assistência à família;
-> pequenas despesas pessoais;
-> ressarcimento ao Estado das despesas realizadas;
-> o valor remanescente será depositado em caderneta de poupança (pecúlio).
c. Espécies
-> Interno: é a regra para o regime fechado, podendo haver exceções com a análise do diretor do estabelecimento prisional.
-> Externo: para o semi-aberto, no fechado é excepcional.
- admissível somente em serviço ou obra pública;
- realizada por órgãos da administração pública ou entidades privadas;
- cautela contra fuga e em favor da disciplina;
- limite máximo de 10% do total de empregados na Obra. 
-> Requisitos do externo
- Autorizada pela direção do estabelecimento;
- Aptidão, disciplina e responsabilidade;
- Cuprimento mínimo de 1/6 de pena;
5. DEVERES DO PRESO
-> Condenado deve se submeter as obrigações legais inerentes ao seu estado. 
->Constituem deveres do condenado: 
I - comportamento disciplinado e cumprimento fiel da sentença; 
II - obediência ao servidor e respeito a qualquer pessoa com quem deva relacionar-se; 
III - urbanidade e respeito no trato com os demais condenados; 
IV - conduta oposta aos movimentos individuais ou coletivos de fuga ou de subversão à ordem ou à disciplina; 
V - execução do trabalho, das tarefas e das ordens recebidas; 
VI - submissão à sanção disciplinar imposta; 
VII - indenização à vitima ou aos seus sucessores; 
VIII - indenização ao Estado, quando possível, das despesas realizadas com a sua manutenção, mediante desconto proporcional da remuneração do trabalho; 
IX - higiene pessoal e asseio da cela ou alojamento; 
X - conservação dos objetos de uso pessoal.
6. DIREITOS DO PRESO
-> Impõe-se a todas as autoridades o respeito à integridade física e moral dos condenados e dos presos provisórios. 
-> Constituem direitos do preso: 
I - alimentação suficiente e vestuário; 
II - atribuição de trabalho e sua remuneração; 
III - Previdência Social; 
IV - constituição de pecúlio; 
V - proporcionalidade na distribuição do tempo para o trabalho, o descanso e a recreação; 
VI - exercício das atividades profissionais, intelectuais, artísticas e desportivas anteriores, desde que compatíveis com a execução da pena; 
VII - assistência material, à saúde, jurídica, educacional, social e religiosa; 
VIII - proteção contra qualquer forma de sensacionalismo; 
IX - entrevista pessoal e reservada com o advogado; 
X - visita do cônjuge, da companheira, de parentes e amigos em dias determinados; XI - chamamento nominal; 
XII - igualdade de tratamento salvo quanto às exigências da individualização da pena; 
XIII - audiência especial com o diretor do estabelecimento; 
XIV - representação e petição a qualquer autoridade, em defesa de direito; 
XV - contato com o mundo exterior por meio de correspondência escrita, da leitura e de outros meios de informação que não comprometam a moral e os bons costumes. 
XVI – atestado de pena a cumprir, emitido anualmente, sob pena da responsabilidade da autoridade judiciária competente.-> É garantida a liberdade de contratar médico de confiança pessoal do internado ou do submetido a tratamento ambulatorial, por seus familiares ou dependentes, a fim de orientar e acompanhar o tratamento. 
7. DISCIPLINA
— Consiste na colaboração com a ordem, obediência e determinações e desempenho no trabalho.
— Base legal: art. 44 a0 60.
— Aplica-se ao condenado a pena privativa de liberdade e restritiva de direitos e o preso provisório.
a. Princípio da legalidade
Não haverá falta nem sanção sem expressa e anterior previsão legal ou regulamentar.
b. Limites
— As sanções não poderão colocar em perigo a integridade física e moral do condenado;
— Proibido o emprego de cela escura;
— Proibida sanções coletivas; 
— Início da Execução da pena ou prisão, o condenado será cientificado das normas disciplinares. 
c. Poder disciplinar
— Pena privativa de liberdade: autoridade administrativa conforme disposições regulamentares.
— Pena restritiva de direito: autoridade administrativa a que estiver ao sujeito.
— É exercido pelo Diretor do Estabelecimento, sendo incabível a delegação.
— Não há necessidade de comunicação ao juízo da execução.
d. Faltas
Classificadas entre médias, leves e graves. Leves e médias são dadas pela legislação local, enquanto as graves são da LEP.
— Art. 50. Comete falta grave o condenado à pena privativa de liberdade que:
I - incitar ou participar de movimento para subverter a ordem ou a disciplina;
II - fugir;
III - possuir, indevidamente, instrumento capaz de ofender a integridade física de outrem;
IV - provocar acidente de trabalho;
V - descumprir, no regime aberto, as condições impostas;
VI - inobservar os deveres previstos nos incisos II (obediência ao servidor e respeito a qualquer pessoa com quem deva relacionar-se) e V (execução do trabalho, das tarefas e das ordens recebidas), do artigo 39, desta Lei.
VII – tiver em sua posse, utilizar ou fornecer aparelho telefônico, de rádio ou similar, que permita a comunicação com outros presos ou com o ambiente externo.
— Art. 51. Comete falta grave o condenado à pena restritiva de direitos que:
I - descumprir, injustificadamente, a restrição imposta;
II - retardar, injustificadamente, o cumprimento da obrigação imposta;
III - inobservar os deveres previstos nos incisos II (obediência ao servidor e respeito a qualquer pessoa com quem deva relacionar-se) e V (execução do trabalho, das tarefas e das ordens recebidas), do artigo 39, desta Lei.
— Consequências
-> Comunicação ao juízo da execução;
-> Regressão de regime;
-> Revogação de saídas temporárias;
-> Perda dos dias remidos (até 1/3);
-> Reinício da contagem para progressão;
-> Conversão da Pena Restritiva de Direitos em Pena Privativa de Liberdade.
e. Sanções
— Advertência verbal;
— Repreensão;
— Suspensão ou restrição de direitos (apenas faltas graves — max de 30 dias);
— Isolamento na própria cela ou em local adequado (apenas faltas graves — max de 30 dias);
— Inclusão no Regime Disciplinar Diferenciado (apenas faltas graves — max de 30 dias).
f. Regime Disciplinar Diferenciado (RDD)
Ocorre como sanção de faltas graves, tendo como competência o juízo da execução. Características:
-> Recolhimento em cela individual;
-> Direito a saída da cela por 2 horas diárias para banho de sol;
-> Visitas semanais de 2 pessoas, sem contar as crianças, com duração de 2 horas;
-> Duração máxima: 360 dias sem prejuízo de repetição de sanção por nova falta grave da mesma espécie até o limite de 1/6 da pena.

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