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contabilidade das organizações aula 03

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Prévia do material em texto

CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 
 
1 
 
 
 
 
 
Contabilidade das Organizações 
 
 
 
 
Aula 03 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Profa. Neusa Higa 
 
CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 
 
2 
Conversa Inicial 
Olá! Seja bem-vindo à terceira aula da disciplina Contabilidade das 
Organizações! 
Hoje estudaremos as características da informação contábil. Discutiremos 
nos temas a seguir os elementos que compõem o patrimônio da empresa e o 
que cada um representa para a organização. 
É importante sabermos também como eles se comportam diante dos 
lançamentos contábeis realizados para cada evento. Desse modo iremos revisar 
alguns conceitos já aprendidos, como do Método das Partidas Dobradas e do 
Plano Referencial. 
Ficou curioso? Acompanhe comigo essa história. 
 
Mas antes assista, os tópicos que estudaremos neste terceiro encontro no 
material on-line. 
 
Contextualizando 
 
As demonstrações contábeis disponibilizam diversas informações, dentre 
elas sobre o desempenho financeiro, os fluxos de entrada e saída em caixa, e a 
posição financeira das organizações. Como exemplo dessas vertentes, podemos 
citar a elaboração da Demonstração do Resultado do Exercício, a Demonstração 
dos Fluxos de Caixa e o Balanço Patrimonial – lembre-se que na aula anterior 
aprendemos que essas são algumas das demonstrações obrigatórias para as 
empresas. 
As informações apresentadas nas demonstrações tornam-se úteis para a 
tomada de decisão de uma vasta gama de usuários, mesmo que esses não 
tenham oportunamente em mãos relatórios feitos sob medida para atender as 
necessidades particulares de cada um (como ocorre nos relatórios gerenciais). 
Conforme aprendemos na aula anterior, a informação contábil pode também 
 
CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 
 
3 
atender alguns pressupostos e princípios. O cumprimento a essas condições 
garante legitimidade no tratamento da Contabilidade para com as empresas. 
Além disso, as demonstrações contábeis são capazes de evidenciar aos 
usuários os resultados da diligência administrativa da organização, ou seja, a 
performance obtida a partir da administração dos recursos (patrimônio) da 
empresa. O termo patrimônio é entendido na Contabilidade como os bens 
direitos e obrigações, e é por meio dele que se verifica a “riqueza” que a empresa 
possui. 
No entanto, a mensuração do patrimônio somente é possível a partir do 
registro das ocorrências (a escrituração). Como aprendemos na primeira aula, 
as ocorrências que modificam a situação patrimonial (fatos contábeis) são 
reconhecidas por meio dos lançamentos. Reconhecimento refere-se ao 
processo de incorporar nas demonstrações contábeis itens que mensurem 
receitas, despesas, ativos e passivos. 
Lembre-se os valores para tal mensuração devem ser medidos em bases 
confiáveis. A partir da escrituração (ou reconhecimento) das ocorrências, as 
contas contábeis (aquelas do nosso plano de contas) irão apresentar ao final do 
período saldos que evidenciarão as alterações nos bens, direitos e obrigações 
da empresa. A partir desses indicativos é possível até mesmo avaliar o quão 
eficiente está sendo a administração de seus sócios. 
 
Para começar a entender sobre estes indicativos, assista à videoaula da 
professora Neusa no material on-line. 
 
Pesquise 
 
Até o momento você sabe que a informação contábil deve atender as 
necessidades dos usuários. E que as informações são obtidas por meio das 
 
CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 
 
4 
demonstrações contábeis e por meio delas é possível verificar a situação 
patrimonial da empresa. 
 
No entanto, para fins comparativos (entre empresas, entre períodos), você 
concorda é necessário que exista um padrão de divulgação? Quais 
elementos você acredita que devem ser apresentados nas demonstrações 
contábeis? 
 
As Normas Brasileiras de Contabilidade (RESOLUÇÃO CFC 
N.º 785/95), comentam um pouco sobre elas. Aproveite o 
momento e faça uma pesquisa na internet, leia na íntegra 
esta resolução, para então, dar sequência aos seus estudos. 
 
Lançamentos Contábeis de Bens, Direitos e Obrigações 
 
Vimos que cabe a Contabilidade o registro da “vida” da empresa. A partir 
dos fatos contábeis são realizadas as escriturações nas respectivas contas 
(aquelas do nosso plano de contas) que, posteriormente, irão estruturar os livros 
e demonstrações contábeis. Por meio das demonstrações contábeis e possível 
verificar o Patrimônio da organização (conjunto de bens, direito e obrigações 
vinculadas a entidade). 
Imagine que seu patrimônio será exatamente tudo aquilo que você possui 
(bens e direitos) e tudo aquilo que você se comprometeu a honrar (obrigações). 
Desse modo, enquanto as pessoas físicas possuem um conjunto elementos 
(veículos, imóveis, roupas, relógios, utensílios, cartões de crédito a pagar), as 
entidades (de fins lucrativos ou não) os possuem também. 
Do ponto de vista contábil, o patrimônio é tudo aquilo que pode ser 
avaliado em moeda, sendo ele representado por: 
 
 
 
CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 
 
5 
1. Os bens da empresa: elementos que a empresa possui e que podem ser 
empregados para troca, uso ou consumo. Veja alguns exemplos: 
 
 
 
Percebe-se então que tudo o que está sob seu “controle”, possui valor 
econômico e que pode ser convertido em dinheiro a fim de gerar benefícios 
futuros a organização, pode ser considerado um bem (RIBEIRO, 2007). Eles são 
considerados elementos úteis e capazes de satisfazer as necessidades das 
pessoas e das empresas. Os bens são classificados em: 
 Bens materiais: são entendidos como corpóreos ou tangíveis, que 
constituem uma forma física, concreta. São subcategorizados em: 
 Bens móveis: são aqueles objetos palpáveis e passíveis de 
remoção sem sofrer danos. Exemplos: veículos, móveis, utensílios, máquinas, 
estoques; 
 Bens imóveis: são elementos que não são capazes de serem 
retirados de seu local sem que provoque algum tipo de destruição ou danos. 
Exemplos: edifícios, terrenos, construções, árvores. 
 Bens imateriais: são assim entendidos por não possuírem corpo, 
forma ou material. Não constituem uma realidade física, ou não são capazes de 
serem tocados. Exemplos: benfeitorias em imóveis de terceiros, valores 
implícitos em um ponto comercial (clientela, “fama do local”, tempo de 
existência), patentes. Exemplos: nome comercial (marca), patente de invenção, 
ponto comercial, o domínio de internet, etc. 
Bens para troca Bens para uso Bens para consumo 
Mercadorias para revenda; 
Produtos para venda; 
Veículos, máquinas e utensílios 
disponíveis para negociação. 
Maquinários; 
Computadores; 
Veículos; 
Bancadas; 
Cadeiras. 
Dinheiro; 
Materiais de higiene e 
limpeza. 
 
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6 
2. Os direitos da empresa: representa os bens da empresa em posse de 
terceiros (outras pessoas) que, neste caso, geram o “privilégio” de alguma forma 
de recebimento. Assim como os bens, os direitos representam recursos (a 
receber) que gerarão benefícios presentes ou futuros a entidade (RIBEIRO, 
2007). Exemplos: o direito de recebimento de vendas a prazo: duplicatas a 
receber – promissórias a receber; a concessão de locação de um imóvel: 
aluguéis a receber. 
Obs.: Nessas situações o que se entende é que já existe o bem em posse 
de outra pessoa (mercadoria, produto, imóvel), porém ainda há a necessidade 
de recebimento pela propriedade da empresa. 
 
Importante! O elementoprincipal que diferencia BENS de DIREITOS 
é a posse. 
 
3. As obrigações da empresa: representam os compromissos firmados pela 
empresa que são pagos a terceiros ou exigidos por terceiros. Em Contabilidade, 
são denominadas “obrigações a pagar ou exigíveis”, ou seja, acordos que podem 
ser reclamados ou exigidos na data do vencimento (SÁ, 2010). Exemplos: 
empréstimos bancários, títulos a pagar, fornecedores a pagar, salários a pagar, 
impostos a pagar. 
Obs.: a ideia de obrigatoriedade incide a partir do momento entre se 
integra o patrimônio, ou seja, a partir do recebimento do bem. Exemplo: a partir 
de compras de mercadorias a prazo, integra-se a obrigatoriedade de registrar o 
pagamento devido aos fornecedores a partir do momento em que as já estão em 
posse (comumente firmado a partir da emissão da nota fiscal). 
Lembre-se que o valor registrado na compra de produtos (aquisição de 
um bem), deve ser igual aos valores registrado de obrigações (pagamentos, 
juros, etc.). 
 
 
 
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7 
Importante! Partidas Dobradas que já aprendemos. 
 
1. Os bens e direitos constituem o ATIVO da organização. 
2. As obrigações constituem o PASSIVO da organização. 
 
Discutimos muitas vezes que o direito e a obrigação são gerados a partir 
da posse. Mas qual a diferença? Vejamos um exemplo: 
 
Ao final do mês você apura que em sua conta poupança há um saldo de R$ 
150.000,00. No entanto, você sabe que desse valor R$ 100.000,00 são de sua 
mãe, que depositou para que o valor tivesse algum rendimento. É importante 
que você entenda que, embora esse dinheiro esteja em sua POSSE (sua conta 
e manuseio) ela não é de sua PROPRIEDADE (pertence a sua mãe que o 
depositou). Observe que, a posse dos R$ 100.000,00 a mais na sua conta gerou 
a obrigação de reembolsa-lo quando sua mãe precisar, e consequentemente 
gerou o direito de sua mãe sacá-lo quando quiser. 
Veja que, o pagamento dos R$ 100.000,00 a sua mãe e o recebimento neste 
mesmo valor irá anular os saldos, correto? Isso acontece, pois, a contabilidade 
adota o método das partidas dobradas para tais lançamentos. A mesma ideia 
deve ocorrer caso juros/remunerações incidam sobre o valor depositado na 
poupança (ela terá o direito de recebe-lo e você a obrigação de pagá-lo). 
 
Agora, assista à videoaula da professora Neusa Higa sobre esse assunto 
no material on-line. 
 
Lançamentos Contábeis envolvendo Patrimônio Líquido 
 
A palavra patrimônio tem origem latina (patrimonium) que significa “pai” 
ou “pai da família”, desde o século XIII. 
 
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8 
Nessa época, cada pessoa ou família criava sua própria riqueza, seja pelo 
cultivo de alimentos ou criação de animais. Ao morrer, os responsáveis pela 
riqueza a deixavam como herança aos filhos ou parentes. A herança, recebida 
dos pais (pater, patris), foi então conhecida como patrimônio e até hoje 
representa valores, ainda que não sejam advindos de heranças. 
 
O patrimônio está associado à paternidade de uma entidade 
(NIYAMA; SILVA, 2013). 
 
Quando se discute o Patrimônio Líquido da empresa, estamos falando em 
um grupo de contas que mensura o valor contábil relativo a própria empresa 
(derivada de suas operações) e dos seus “responsáveis” (sócios, acionistas, 
quotistas). Ele é capaz de mensurar a riqueza efetiva da entidade, ou ainda, o 
que lhe resta após arcar com as obrigações/dívidas assumidas em curto ou longo 
prazo. 
 
De forma simplificada e matemática, o Patrimônio Líquido de uma 
empresa é definido como a diferença entre o valor do ativo (bens e 
direitos) e do passivo (obrigações – representadas pelas dívidas). Ou 
seja, o Patrimônio Líquido representa o direito residual sobre os ativos 
de uma organização após serem deduzidos seus valores no passivo 
(IUDÍCIBUS, 2010). 
 
No Balanço Patrimonial (demonstração contábil obrigatória), o Patrimônio 
Líquido compreende também o grupo de PASSIVO (obrigações) da organização. 
Entende-se que ele faz parte dos compromissos que a entidade precisa honrar 
para com seus sócios/administradores/acionistas acerca do capital investidos e 
das reservas a serem distribuídas, uma vez que foram eles que realizaram os 
investimentos iniciais para que a empresa mantenha suas operações. 
O Patrimônio Líquido é também entendido como “Direitos de propriedade” 
que um indivíduo possui na empresa (HENDRIKSEN; VAN BREDA, 2010). 
 
 
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9 
Os direitos de participação na distribuição de caixa ou ativos das 
empresas; em casos em que a empresa liquide (finde as operações), são 
distribuições os direitos residuais dos ativos; os direitos de vender ou transferir 
os direitos que possuam que possuem sobre a empresa em operação – cotas, 
ações, participações. 
Exemplificando fica bem mais fácil. Confira! 
 
Patrimônio Empresa 
Ativo R$100.000,00 
Passivo R$40.000,00 
Patrimônio Líquido R$60.000,00 
Total do Ativo R$100.000,00 Total do Passivo R$ 100.000,00 
Sendo assim: Ativo = Passivo + Patrimônio Líquido 
 
À adequada evidenciação do Patrimônio Líquido da organização auxilia 
no discernimento dos interesses dos usuários e na reflexão sobre a capacidade 
de distribuir ou aplicar recursos. O mesmo é constituído por elementos das 
naturezas: interesses residuais em casos de liquidação, na distribuição de 
dividendos, fluxos de caixa e os direitos de participação no patrimônio líquido da 
organização e a formação de reservas (IUDÍCIBUS, 2010). 
 
 
Patrimônio Líquido
Capital
Capital 
Social
Reservas
Reservas de 
capital
Reservas de 
Lucros
Ajustes de 
avaliação 
patrimonial
Ações em 
tesouraria
Prejuízos 
acumulados
 
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O Patrimônio Líquido diferencia-se das obrigações em alguns critérios, 
veja alguns deles: 
• Grau de prioridade na liquidação: as obrigações têm prioridade de 
recebimento se comparado aos acionistas. Exemplo: fornecedores. 
• Grau de certeza quanto a valor: os credores (obrigações) possuem 
prioridade sobre os acionistas para o recebimento de juros e amortização do 
principal. 
• Grau de certeza quanto a data: A data de vencimento de 
obrigações é geralmente fixa e com direito a cobrança. Quanto aos dividendos, 
a distribuição torna-se uma exigibilidade apenas após serem declaradas em 
assembleia. 
Antes de continuar, preste atenção ao que a professora Neusa tem a dizer 
sobre esse assunto! Confira no material on-line. 
 
Lançamentos Contábeis envolvendo Accruals 
 
A decisão sobre investir é normalmente antecipada pela análise de 
informações que garantam que os valores desembolsados irão garantir 
rentabilidade. Uma das principais fontes empresariais que suprem essas 
carências informacionais de investidores são as demonstrações contábeis. Por 
meio delas é possível acompanhar a distribuição das riquezas, avaliação dos 
ativos e as oscilações de resultados. 
As demonstrações contábeis, se relatadas de forma imparcial, atendem 
de forma eficiente as necessidades informacionais de investidores, 
administradores, gerentes, colaboradores/funcionários. No entanto, conforme o 
perfil das demonstrações contábeis, ora a evidenciação é direcionada para 
aspectos patrimoniais (como ocorre com o Balanço Patrimonial), ora econômicos 
 
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11 
(Demonstração do Resultado Exercício), ou ainda para vertente financeira 
(Demonstração do Fluxo de Caixa). 
O principal paradigma nesse cenário está no sentido de que, a fim 
maximizar os investimentos,algumas “manobras” de registro são realizadas 
utilizando como respaldo o reconhecimento de eventos por meio dos regimes de 
competência e de caixa. 
E qual o problema nisso? Bem, como aprendemos, esses métodos tratam 
de forma diferente a data de escrituração dos fatos contábeis. A longo prazo os 
registros podem gerar informações tendenciosas que podem levar os usuários 
externos a julgamentos enviesados. 
Essa estratégia na escrituração de valores ocorre, pois, o lucro é 
frequentemente utilizado como informação para várias decisões, desde 
financiamentos e investimentos a estratégias administrativas. Maiores lucros 
tendem a atrair grande parte de investidores, porém devemos pensar em uma 
proposta amplamente divulgada nos dias atuais: a qualidade do lucro. 
 
Vejamos a seguir como os accruals são empregados: 
 
Termo em inglês accruals determina o registro de algumas transações 
financeiras em que a receita ou despesa é reconhecida antes do desembolso ou 
recebimento efetivo dos valores envolvidos, ou seja, pelo fato gerador (conforme 
os princípios de regime de competência). Nos últimos tempos eles passam a 
receber uma atenção especial como um indicador da qualidade do lucro, pois 
interferem nas diferenças existentes entre o capital circulante líquido e os 
recursos financeiros gerados pelas atividades operacionais. Eles representam a 
diferença entre o lucro contábil e o fluxo de caixa da empresa, sendo assim 
possível identificar os componentes que o alteram, porém não influenciam 
imediatamente o caixa do período (CHAN et al., 2001). 
Além disso, por meio deles é possível gerenciar lucros, estimulando 
investidores a empregar seu capital na organização (quando o lucro é inflado), 
 
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ou evitando que uma grande distribuição das riquezas seja realizada (quando o 
lucro é reduzido). Podemos citar alguns exemplos que eventos que, embora 
ocorram e são registrados contabilmente, não apresentam efetivamente o 
desembolso de valores (não alteram o fluxo de caixa da empresa): 
 
1) Provisões para passivos com quantia ou data de vencimento incerta; 
2) Provisões para contingências que será confirmada somente ao longo de 
períodos; 
3) Provisões realizadas para o pagamento de férias, 13º salários e os respectivos 
encargos sociais; 
4) Proposta para a distribuição dos dividendos mínimos obrigatórios; 
5) Proposta para gratificações e participações devidas aos empregados, 
administradores e partes beneficiárias; 
6) Reconhecimento de receitas ou despesas de juros, independentemente de 
serem recebidas ou pagas. 
Conforme você já deve ter percebido, os accruals são provisões derivadas 
de apropriações por competência, que ficam “entendidas” como obrigações já 
existentes (passivos genuínos), porém não desembolsadas ou recebidas. 
Accruals seriam todas aquelas contas de resultado que influenciaram na 
apuração do lucro, mas que não significam necessariamente que houve a 
movimentação de disponibilidades (STICKNEY; WEIL, 2001). 
Entenda que não é ilegal registrar accruals, afinal eles derivam do regime 
de competência adotado pela contabilidade, e por meio dele que se pode 
mensurar o lucro no seu sentido econômico, aquele que acrescenta a riqueza 
patrimonial sem necessariamente provocar alterações de movimentação 
financeira. No entanto, o que deve ser observado é a sua discricionariedade 
quando o real fim é manipulá-lo para influenciar o lucro (para mais ou para 
menos). 
 
CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 
 
13 
Considerando que eventualmente um aumento ou redução de accruals 
podem ser empregados com motivos alheios à realidade dos negócios, sugere-
se que eles sejam categorizados em: 
• Accruals discricionários: reconhecimentos artificiais empregados 
com o propósito “gerenciar” o resultado contábil. Eles acabam inflando os lucros 
em valores bem acima dos fluxos de caixa. Exemplos: registro de vendas 
antecipadamente, redução das disponibilidades por meio de despesas com 
garantias 
• Accruals não discricionários: reconhecimentos condizentes e 
exigidos conforme a realidade do negócio. 
Um conceito simplificado e atrelado a esse termo é reflexão sobre a 
distinção entre o recebimento efetivo de caixa e o direito de seu recebimento em 
caixa, e o pagamento efetivo de caixa e a obrigação para pagamento de caixa. 
Entre essas diferenciações existe um ato principal que deve ser vinculado, a 
realização das provisões. 
 
Qual a importância de saber sobre accruals? 
Eles são capazes de impactar diretamente sobre as contas do balanço 
patrimonial, o que altera consideravelmente os indicadores de avaliação das 
empresas no Mercado de Capitais. A manipulação do reconhecimento de 
eventos, por sua vez, altera os resultados (conforme interesses e ambições) e 
fornecendo informações contábeis tendenciosas. No entanto, a não 
apresentação de accruals, pode também aumentar consideravelmente o lucro 
contábil da empresa, atraindo investidores que visem a distribuição de 
dividendos sobre os altos lucros apurados, que por outro podem camuflam 
empresas endividadas. 
 
 
 
 
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14 
Importante! 
A manipulação ou gerenciamento de resultados é diferente de fraude 
contábil. A fraude burla os princípios contábeis, demonstrando intenção de 
enganar, como ocorreram em casos como da Eron, Parmalat e Petrobrás onde 
foram criados ativos fictícios. Por outro lado, o gerenciamento de resultados 
envolve a apropriação de receitas ou despesas em períodos oportunos a fim de 
apresentar as condições econômicas favoráveis às financeiras. 
 
Agora é a vez da professora Neusa fazer alguns comentários sobre o 
assunto. Confira no material on-line. 
 
Lançamentos Contábeis a Débito e Crédito 
 
Vimos nas aulas anteriores que, os lançamentos contábeis seguem as 
orientações difundidas por Luca Pacioli, onde os valores a crédito e a débito 
devem ser iguais. 
Lembre-se que, diferentemente do que aplicamos em nosso cotidiano, 
esses termos não se relacionam diretamente ao aumento ou redução de 
recursos financeiros, mas a origem e aplicação deles. Nos lançamentos 
contábeis, contas creditadas referem-se a origem de recursos, enquanto as 
creditadas a sua aplicação. 
 
Então: 
DÉBITO representa os bens e direitos que a empresa adquiriu; 
CRÉDITO representa os esforços realizados para se adquirir bens ou 
direitos. 
Logo, ao se adquirir mercadorias para pagamentos a prazo, entende-se 
que foi necessário realizar a compromisso de pagamento com fornecedores 
 
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15 
(lançamento credor) para que fosse possível obter sua mercadoria em estoque 
(bens adquiridos por meio da aplicação dos recursos – lançamento devedor). 
Tente seguir esta linha de raciocínio para situações como: 
(1) depósito de dinheiro no banco; 
(2) compra de máquinas a prazo; 
(3) pagamento de impostos em dinheiro; 
(4) pagamento de salários a empregados. 
 
Neste momento vamos revisar a natureza dos grupos de contas do plano 
referencial e as alterações ocasionadas nos seus saldos ao realizarmos 
lançamentos a débito ou a crédito. 
 
 
Importante! 
Caso os lançamentos sejam por algum motivo realizados erroneamente 
(inversão das contas, lançamentos em duplicidade, omissão de lançamentos, 
erro no valor), o estorno é realizado. Este procedimento consiste em debitar 
valores equivocadamente creditados, e creditar os debitados e possui a 
finalidade de retificar, complementar ou estornar valores. 
Ao realizar lançamentos contábeis, siga quatropassos (RIBEIRO, 2007): 
1) Identifique as contas envolvidas no fato; 
Classificação das 
contas 
Grupo Natureza 
Aumento dos 
saldos 
Redução dos 
saldos 
Patrimonial Ativo Devedora Debitar (D) Creditar (C) 
Patrimonial Passivo Credora Creditar (C) Debitar (D) 
Patrimonial Patrimônio 
Líquido 
Credora Creditar (C) Debitar (D) 
De Resultado Receita Credora Creditar (C) Debitar (D) 
De Resultado Despesa Devedora Debitar (D) Creditar (C) 
De Resultado Custos Devedora Debitar (D) Creditar (C) 
 
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2) Identifique a classificação das contas (a que grupos pertencem); 
3) Identifique o que o fato provocará no saldo das contas (aumentará ou 
reduzirá); 
4) Efetue o lançamento contábil conforme o Método das Partidas Dobradas. 
Na linguagem contábil, além da forma padrão (D e C) apresentada 
anteriormente para os lançamentos de primeira à quarta fórmula, a escrituração 
das contas pode também ser realizada da seguinte forma: 
 
Lançamento anteriormente apresentado: 
 
 
Lançamento opcional também aceito 
 
Observe algumas questões até então apresentadas: 
Os lançamentos a débito são compostos pelos quatro elementos: 
Data/local, contas (patrimoniais ou de resultado), saldos e histórico. 
Além disso, o lançamento somente foi realizado a partir da posse do 
veículo, ou seja, após a emissão do documento comprobatório – NOTA FISCAL 
 
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17 
– que confirmasse a aquisição. Neste caso, é importante lembrarmos que a 
origem da compra é de responsabilidade bancária (origem do recurso 
financeiro), sendo os valores aplicados na conta veículos. 
Não deixe de acompanhar a videoaula da professora Neusa, 
complementando seu conhecimento. 
 
Não deixe de acompanhar no material on-line a videoaula da professora 
Neusa, complementando seu conhecimento. 
 
TROCANDO IDEIAS 
 
Conforme discutimos nessa aula, o patrimônio da entidade é formado por 
bens, direitos e obrigações. Além disso, embora represente a riqueza da 
organização, o Patrimônio Líquido é também considerado uma obrigação da 
empresa para com seus sócios, administradores, acionistas. Um bom contador 
deve se manter atualizado a fim de interpretar corretamente os fatos contábeis 
e, como consequência a forma como se refletem no dia a dia empresarial. 
Mantenha-se atualizado por meio de blogs, sites, redes sociais ou qualquer canal 
que você julgar necessário. 
Leve adiante os conhecimentos que você alcançou até aqui! Lembre-se: 
ao socializar o que aprendeu você pode enriquecer o conhecimento do outro e 
aprender mais. 
 
NA PRÁTICA 
 
Utilize o que você aprendeu sobre as contas contábeis e sua classificação 
(bens, direitos, obrigações) para escriturar os seguintes fatos contábeis e indicar 
sua classificação no patrimônio da empresa: 
 
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18 
1) 02/03/2016 - Aplicação de recursos próprios dos sócios em dinheiro (no 
banco) para a integralização do Capital Social no valor de R$50.000,00. 
2) 03/03/2016 - Venda a vista de um automóvel Ford Ka, ao Sr. José da Silva, 
no valor de R$ 27.000,00 conforme recibo de venda de veículos R.9875-1. 
3) 03/03/2016 - Compra de mercadorias a prazo, conforme nota fiscal NF 9999, 
no valor de R$ 12.500,00. O ato foi formalizado via emissão de duplicata com 
vencimento em 30 dias. 
 
Para responder a situação-problema você precisa: 
 
1 – Aplicação das contas pertencentes ao plano referencial. 
2 – Ter noção de bens, direitos e obrigações. 
3 – Compreender sobre origem e aplicação de recursos. 
 
Veja a resolução completa na videoaula no material on-line. 
 
 
SÍNTESE 
 
Estamos no fim desta aula. 
 
Vamos relembrar os tópicos vistos hoje? 
 
1) Lançamentos Contábeis envolvendo bens, direitos e obrigações: São 
considerados como bens para lançamentos contábeis os elementos disponíveis 
no patrimônio da empresa que podem ser empregados para troca, uso ou 
consumo (são divididos em bens materiais – móveis e imóveis – e bens 
imateriais. São considerados como direitos os privilégios de recebimento (em 
valores monetários) dos bens da empresa que estão atualmente em posse de 
 
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terceiros. Os lançamentos contábeis relativos a obrigações representam os 
compromissos firmados pela empresa com terceiros, como obrigações a pagar. 
 
2) Lançamentos Contábeis envolvendo Patrimônio Líquido: os lançamentos 
realizados no Patrimônio Líquido representam a riqueza efetiva da entidade a 
partir do pagamento de todas com obrigações com os recursos que possui. O 
mesmo é entendido como a diferença entre os valores do ativo (bens e direitos) 
e do passivo (obrigações), ou seja, o direito residual sobre os ativos de uma 
organização após serem deduzidos seus valores no passivo. 
 
3) Lançamentos Contábeis envolvendo Accruals: compreendem o registro de 
transações financeiras em que a receita ou despesa é reconhecida antes do 
recebimento ou desembolso efetivo dos valores envolvidos. Os accruals 
representam a diferença entre o lucro contábil e o fluxo de caixa da empresa, 
evidenciando que eles apresentam os componentes que alteram o resultado da 
empresa, porém não influenciam imediatamente seu caixa do período. Eles são 
classificados em accruals discricionários e accruals não discricionários e seu 
conceito está diretamente relacionado ao gerenciamento de resultados. 
 
4) Lançamentos a débito e crédito: a principal síntese ao realizar os lançamentos 
é: DÉBITO representa a aplicação dos recursos no fato contábil; CRÉDITO 
representa a origem dos recursos, ou seja, os esforços realizados para se 
adquirir os bens ou direitos. 
 
Veja o resumo de tudo que foi abordado nesta aula, na síntese elaborada 
pela professora Neusa Higa disponível no material on-line. 
 
 
 
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Referências 
CHAN, Konan; CHAN, Louis K. C.; JEGADEESH, Narasimhan; LAKONISHOK, 
Josef. Earnings quality and stock returns: the evidence from accruals. Jan. 
2001. Disponível em: 
http://papers.ssrn.com/sol3/papers.cfm?abstract_id=259691. Acesso em: 06 
março 2016. 
 
HENDRIKSEN, E. S.; VAN BREDA, M. F. Teoria da contabilidade. São Paulo: 
Atlas, 2010 
 
IUDÍCIBUS, S. Teoria da Contabilidade. 10. ed. São Paulo: Atlas, 2010. 
 
NIYAMA, J. K.; SILVA, C. A. T. Teoria da contabilidade. 3. ed. São Paulo: 
Atlas, 2013. 
 
RIBEIRO, O. M. Contabilidade básica fácil. 23. ed. São Paulo: Saraiva, 2007. 
 
SÁ, A. L. Teoria da Contabilidade. 5. ed. São Paulo, 2010. 
 
STICKNEY, C. P.; WEIL, R. L. Contabilidade financeira: uma introdução 
aos conceitos, métodos e usos. São Paulo: Atlas, 2001.

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