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Contabilidade: Estrutura Conceitual e Patrimônio

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CONTABILIDADE
Autora: Eli Teresinha Biscaro
Programa de Pós-Graduação EAD
UNIASSELVI-PÓS
 Reitor: Prof. Dr. Malcon Tafner
 Diretor UNIASSELVI-PÓS: Prof. Carlos Fabiano Fistarol
 Coordenador da Pós-Graduação EAD: Prof. Norberto Siegel
 Equipe Multidisciplinar da 
 Pós-Graduação EAD: Profa. Hiandra B. Götzinger Montibeller
 Profa. Izilene Conceição Amaro Ewald
 Profa. Jociane Stolf
 Revisão de Conteúdo: Prof. Osir Afonso Tessari
 Revisão Gramatical: Profa. Tereza Pfiffer Franco
 
 Diagramação e Capa: Centro Universitário Leonardo da Vinci
657
B6213c Biscaro, Eli Teresinha.
 Contabilidade/ Eli Teresinha Biscaro
 Centro Universitário Leonardo da Vinci. – Indaial :
 Grupo UNIASSELVI, 2009.x ; 
 104 p.: il.
	 	 													Inclui	bibliografia.	
 ISBN 978-85-7830-002-9
 1. Contabilidade I. Centro Universitário 
 Leonardo da Vinci. II. Núcleo de Ensino a Distância 
 III. Título
Março, 2012.
CENTRO UNIVERSITÁRIO LEONARDO DA VINCI
Rodovia BR 470, Km 71, no 1.040, Bairro Benedito
Cx. P. 191 - 89.130-000 – INDAIAL/SC
Fone Fax: (047) 3281-9000/3281-9090
Copyright © UNIASSELVI 2009
Ficha catalográfica elaborada na fonte pela Biblioteca Dante Alighieri
 UNIASSELVI – Indaial.
Eli Teresinha Biscaro
Graduada em Ciências Contábeis, 
mestre em Ciências Contábeis com área 
de concentração em Controladoria, pela 
Universidade Regional de Blumenau (FURB 
- SC), especialista em Gerência da Qualidade 
nos Serviços Contábeis e Direito Tributário, pela 
Universidade Regional de Blumenau (FURB – SC). 
Atuou como gerente administrativa contábil e contadora 
durante 27 anos em empresa privada. Atualmente, é 
professora em várias instituições de ensino superior no 
curso de Ciências Contábeis, nas disciplinas Teoria da 
Contabilidade, Contabilidade Avançada, Contabilidade 
Tributária, Perícia Contábil, Orçamento Empresarial e 
Controladoria. Participa da Compasso Consultoria 
Multidisciplinar em Políticas Sociais, como 
assessora contábil.
Sumário
APRESENTAÇÃO ......................................................................7
CAPÍTULO 1
Estrutura	Conceitual	da	Contabilidade ..............................9
CAPÍTULO 2
Patrimônio ..............................................................................31
CAPÍTULO 3
Estrutura	das	Demonstrações	Contábeis ........................45
CAPÍTULO 4
Análise	das	Demonstrações	Contábeis .............................65
CAPÍTULO 5
Introdução	à	Contabilidade	de	Custos ..............................85
7
APRESENTAÇÃO
Caro (a) aluno (a), bem-vindo(a) à disciplina de Contabilidade.
Este é o nosso Caderno de Estudos, material elaborado com o objetivo de 
contribuir para o seu conhecimento e realização de seus estudos sobre o assunto.
A proposta deste caderno é oferecer um trabalho didático acessível, 
especialmente aos que se iniciam no estudo da Contabilidade. Ao lado de uma 
abordagem teórica do assunto, você encontrará atividades práticas, que o levarão 
a um melhor desempenho e compreensão da matéria.
Desse modo, você tem em mãos um material escrito em linguagem acessível, 
mas	com	termos	técnicos	necessários;	assim	a	contabilidade	fica	mais	fácil.
No decorrer do caderno, você perceberá como está estruturada a 
contabilidade e quem se utiliza de suas informações; também verá que a 
escrituração contábil tem início a partir dos documentos hábeis, que comprovam a 
ocorrência dos fatos na empresa. Por exemplo:
- Um fato = venda de um carro.
-	Documento	hábil	=	nota	fiscal.
A	partir	desse	documento,	a	nota	fiscal,	 inicia-se	o	processo	contábil.	Após	
várias etapas, a serem vistas no decorrer do estudo, o processo contábil é 
concluído nas Demonstrações Contábeis, entre as quais se encontra o Balanço 
Patrimonial e a Demonstração do Resultado do Exercício.
Após o entendimento dessas demonstrações contábeis, entraremos no 
capítulo que trata de como analisar as informações obtidas através desses 
relatórios, para a tomada de várias decisões. Este capítulo contempla a análise 
de balanços.
No último capítulo, estudaremos uma introdução à contabilidade de custos. 
Serão vistos, então, conceitos básicos, que são utilizados por várias empresas 
para saber quanto custam seus produtos e, a partir daí, formular o preço de venda.
Desejo-lhe um bom estudo e que você aproveite, ao máximo, o conteúdo dos 
temas abordados nesta disciplina.Vamos ao estudo!
CAPÍTULO 1
Estrutura	Conceitual	da	
Contabilidade
A partir da perspectiva do saber fazer, neste capítulo você terá os seguintes 
objetivos de aprendizagem:
 3 Conhecer os conceitos e objetivos da contabilidade, seus usuários, os 
princípios que regem a contabilidade, os regimes contábeis e o plano de 
contas. 
 3 Diferenciar os regimes contábeis. 
 3 Conhecer a estruturação do plano de contas.
11
Estrutura Conceitual da Contabilidade Capítulo 1 
Contextualização
É com grande prazer que escrevo sobre Contabilidade. Este capítulo tem 
por objetivo trazer as informações básicas sobre a estrutura conceitual da 
contabilidade. 
Nossa meta é mostrar que os processos contábeis são ótimos, que se 
prestam a análises necessárias das empresas e que a grande maioria dos 
empresários	deveria	utilizá-los,	desde	que,	com	dados	confiáveis.	
Portanto, a contabilidade é responsável pela geração de 
informações necessárias para gerir as empresas. Compreendendo 
um	conjunto	coordenado	de	conhecimentos,	com	objeto	e	finalidades	
definidos,	obedecendo	a	preceitos	e	normas	próprias,	pode-se	dizer,	
então, que a contabilidade é uma ciência do grupo das chamadas 
ciências econômicas e administrativas. A contabilidade registra, estuda 
e	interpreta	os	fatos	financeiros	ou	econômicos	que	afetam	a	situação	
patrimonial de determinada pessoa, seja ela física ou jurídica.
Você	 compreenderá	 melhor	 a	 finalidade	 da	 contabilidade,	
observando a seguinte situação: suponha que você pretenda tornar-se 
comerciante, constituindo uma empresa para vender eletrodomésticos. 
Aí, surgem as primeiras perguntas:
- Você vai constituir uma empresa com quê?
- O que você precisa ter em mãos para estar em condições de 
constituir um negócio?
 
Respondemos: Você precisa de um capital. E capital, neste caso, 
significa		principalmente	dinheiro.
Suponhamos,	 então,	 que	 você	 possua	 uma	 importância	 suficiente	 para	
montar a loja. Pronto, esta importância suposta é o seu capital inicial.
Bem, agora que você já tem o dinheiro, precisa de um local para instalar sua 
loja.	Vamos	supor	que	você	também	já	tenha	alugado	uma	casa	para	esse	fim.	E	
então, o que falta? 
 
Respondemos: Você precisa equipar sua loja com vitrines, balcões, 
prateleiras, cadeiras, mesas, etc.
Suponha,	finalmente,	ter	adquirido	esses	materiais,	e	que	eles	já	estejam	em	
sua loja. 
A contabilidade 
é responsável 
pela geração 
de informações 
necessárias para 
gerir as empresas. 
Compreendendo um 
conjunto coordenado 
de conhecimentos, 
com objeto e 
finalidades definidos, 
obedecendo a 
preceitos e normas 
próprias, pode-se 
dizer, então, que a 
contabilidade é uma 
ciência do grupo das 
chamadas ciências 
econômicas e 
administrativas. 
12
 Contabilidade
 A essa altura dos acontecimentos, você já deve estar indagando:
- E os eletrodomésticos, para venda? Pois bem, você deverá adquirir as 
mercadorias para negociar. 
Pronto, sua loja está instalada. Você já gastou dinheiro, já aplicou seu capital 
inicial. Agora sua empresa já existe e você a colocará em funcionamento. Veja, 
você vai abrir a sua loja.
Qual é o principal objetivo do seu negócio? Certamente, você responderá que 
é a obtenção de lucros. Muito bem. Para obter o lucro desejado, você precisará 
vender as suas mercadorias. Sendo assim, podemos concluir que, na empresa, 
entrarão	diariamente	pessoas	com	finalidades	diferentes:
a) algumas entrarão com o objetivo de lhe fornecer mercadorias, são chamadas 
de fornecedores;
b) outras entrarão na sua loja para comprar suas mercadorias,são os clientes.
Note bem:
• Quanto você imaginou ter de capital?
• Quanto você aplicou em relação a esse capital inicial?
• O que e quanto você comprou?
• Quais os bens que você possui e quantos são?
• Se	você	comprou	a	prazo,	quanto	ficou	devendo	e	para	quem?
• Se você vendeu a prazo, quanto tem para receber e de quem?
• Se você comprou ou vendeu à vista, quanto comprou e o que comprou, e 
quanto vendeu e o que vendeu?
• O que e quanto você possui agora?
Essas e outras perguntas nos levam a entender que você já possui um 
patrimônio, o qual está em movimento, em função de quatro operações principais 
– compras, vendas, pagamentos e recebimentos – e que essa movimentação 
(gestão) do patrimônio da sua empresa necessita de um controle, para que você 
possa	avaliar	e	verificar	se	o	seu	principal	objetivo	(lucro)	está	sendo	atingido.
Acho que você já percebeu que há necessidade de manter um controle 
do seu patrimônio. E é exatamente aí que a contabilidade desempenha o seu 
papel. Nosso estudo tem por objetivo trazer as informações básicas sobre a 
estrutura conceitual da contabilidade, qual seu objeto e objetivos, seus usuários, 
os aspectos do patrimônio. Também abordaremos os princípios fundamentais 
da contabilidade, pois são eles que dão o direcionamento de como ela deve ser 
efetuada, a questão dos regimes contábeis, e o plano de contas, que é uma peça 
fundamental da contabilidade. 
13
Estrutura Conceitual da Contabilidade Capítulo 1 
Objetivos	e	Usuários	da	
Contabilidade
A contabilidade, de acordo com Franco (1998, p.25):
é uma ciência que estuda e controla o patrimônio das 
entidades, mediante o registro, a demonstração expositiva 
e	a	 interpretação	dos	 fatos	ocorridos,	 com	o	fim	de	oferecer	
informações sobre a sua composição e suas variações, bem 
como sobre o resultado econômico da gestão da riqueza 
patrimonial. 
A	 figura	 1	 mostra	 que	 toda	 entidade	 precisa	 de	 uma	 contabilidade,	 para	
que	os	fatos	ocorridos	sejam	registrados,	a	fim	de	fornecer	relatórios	que	serão	
utilizados no seu controle.
Figura 1 – A entidade e as ocorrências
Fonte: Adaptado de Franco (1998)
Durante todo o processo evolutivo da contabilidade, vários conceitos se 
formaram. Destacamos alguns: 
 
Segundo Franco (1998, p. 21), “é a ciência que estuda e controla as variações 
no patrimônio das entidades econômico-administrativas, através de um conjunto 
sistematizado de preceitos e normas próprias”.
Padoveze	(2000,	p.	35)	define	“Contabilidade	como	o	sistema	de	informação	
que controla o patrimônio de uma entidade”.
Percebemos, então, que a contabilidade é uma ciência que permite, através de 
suas técnicas, manter um controle permanente do patrimônio da empresa.
A partir desses conceitos, você poderá estar pensando:
- O que é Patrimônio?
Patrimônio é um conjunto de bens, direitos e obrigações de uma empresa 
ou de uma pessoa, avaliado em moeda.
Entidades
fatos registro relatórios controle
14
 Contabilidade
No capítulo 2, você encontrará mais informações sobre o patrimônio.
Objeto	e	Objetivo	da	Contabilidade	
A Contabilidade é a ciência que tem por objeto o patrimônio das 
entidades e por objetivo	o	controle	desse	patrimônio,	com	a	finalidade	
de fornecer informações a seus usuários.
O patrimônio é o objeto da Contabilidade, isto é, constitui a 
matéria sobre a qual se exercem as funções contábeis. O patrimônio é 
um conjunto de bens, direitos e obrigações vinculados à entidade.
O objetivo da Contabilidade é controlar o patrimônio. Na 
Contabilidade,	os	objetivos	estão	definidos,	como	as	informações	que	
deverão ser geradas, para que os diversos usuários possam tomar 
conhecimento	da	situação	da	organização,	em	dado	momento,	com	a	finalidade	
de tomar as decisões que considerarem necessárias.
Perceba,	então,	que	a	finalidade	da	Contabilidade	é	a	de	controlar	o	Patrimônio,	
assegurar o controle do patrimônio administrado e fornecer informações sobre a 
composição e as variações patrimoniais, bem como o resultado das atividades 
econômicas	 desenvolvidas	 pela	 entidade	 para	 alcançar	 seus	 fins,	 que	 podem	
ser	 lucrativos	ou	meramente	 ideais	 (sociais,	esportivos	e	outros);	enfim,	 fornecer	
informações a seus usuários.
Em resumo, podemos dizer que o conhecimento sobre os 
conceitos contábeis, por parte das pessoas, é importante para a análise 
e	 interpretação	 de	 dados	 financeiros,	 planejamento	 e	 controle	 do	
patrimônio, seja ele pessoal ou empresarial.
No entanto, no entendimento de Fávero (1997), existem dois 
pontos fundamentais a serem considerados, que complicam o processo 
de geração de informações:
• Quem são os usuários da informação contábil? 
• Como gerar informações para esses usuários?
Os usuários são 
pessoas que 
se utilizam da 
contabilidade, que 
se interessam 
pela situação da 
empresa e buscam, 
nas informações 
trazidas pela 
contabilidade, as 
suas respostas. 
Então, quem são 
esses usuários? 
Eles são 
denominados de 
usuários internos 
ou externos 
à entidade. 
A Contabilidade é a 
ciência que tem por 
objeto o patrimônio 
das entidades e por 
objetivo o controle 
desse patrimônio, 
com a finalidade 
de fornecer 
informações a seus 
usuários.
15
Estrutura Conceitual da Contabilidade Capítulo 1 
Os	Usuários	da	Contabilidade
Os usuários são pessoas que se utilizam da contabilidade, que se interessam 
pela situação da empresa e buscam, nas informações trazidas pela contabilidade, 
as suas respostas. Então, quem são esses usuários? Eles são denominados de 
usuários internos ou externos à entidade. 
Os usuários internos (diretores, gerentes, administradores 
nos diversos níveis) são pessoas que trabalham na entidade. Esses 
usuários utilizam as informações contábeis para ajudar no processo 
de decisão. Um gerente da empresa, por exemplo, necessita saber 
se um produto consegue produzir resultado positivo no mercado. 
Caso a resposta seja negativa, o gerente poderá decidir não mais 
vender o produto. Uma empresa comercial que possui diversas lojas, 
em	diferentes	 cidades,	 poderá	 verificar	 em	qual	 delas	o	 resultado	é	
melhor. A contabilidade é denominada gerencial quando é utilizada 
por esses usuários nas suas decisões.
Os usuários externos (acionistas, clientes, fornecedores, 
bancos, governo, sindicatos, etc.) utilizam as informações sobre a entidade 
para suas decisões. Esses usuários se diferenciam dos internos, por não 
estarem envolvidos diretamente com a entidade. A habilidade desses usuários 
em obter informação da entidade é mais limitada; por não serem pessoas 
da entidade. Eles têm acesso à informação preparada pela administração 
da entidade. A contabilidade destinada a esses usuários recebe o nome de 
contabilidade	financeira.
Evidentemente, os usuários internos não são os únicos que se utilizam da 
contabilidade para buscar informações; os usuários externos também buscam 
informações para conhecer melhor a situação da empresa. Assim, o processo 
decisório	 acaba	 sendo	 influenciado	 pelas	 informações	 contábeis	 disponíveis,	 o	
que requer do contador sensibilidade, para entender que seria injusto oferecer as 
mesmas informações padronizadas para os usuários externos e internos. 
Você, com certeza, já procurou emprego. Se você tivesse conhecimento das 
informações contábeis da empresa, na qual procurava emprego, e percebesse 
que	a	mesma	não	 tinha	uma	boa	situação	financeira,	 você	 iria	 trabalhar	nessa	
empresa? Por quê?
Até agora, estudamos os diversos conceitos relacionados à contabilidade 
e quem se utiliza das informações geradas pela contabilidade, sendo eles os 
usuários internos e externos.
Evidentemente, os 
usuários internos 
não são os únicos 
que se utilizam da 
contabilidade para 
buscar informações; 
os usuários externos 
também buscam 
informações para 
conhecer melhor 
a situação da 
empresa. 
16
 Contabilidade
Semelhante ao que se passa em outras áreas do conhecimento, a 
contabilidade também é governadapor um conjunto de leis de formação, os 
chamados Princípios Fundamentais da Contabilidade, que servem para orientar a 
pratica	profissional.		Sobre	esses	princípios,		trataremos	a	seguir.
Princípios	Fundamentais	da	
Contabilidade
Não pretendemos apresentar uma ampla discussão sobre os Princípios 
Fundamentais da Contabilidade, mas simplesmente mostrar-lhe esses fundamentos 
da contabilidade. 
a) Princípio da entidade
O princípio da entidade reconhece que o patrimônio é o objeto da 
contabilidade. Nesse sentido, deve existir separação entre os diversos patrimônios. 
Em	termos	práticos,	isso	significa,	por	exemplo,	que	o	patrimônio	de	entidade	não	
se confunde com o patrimônio dos sócios. 
É muito comum, em pequenas empresas, o proprietário utilizar os recursos da 
conta corrente da empresa para efetuar pagamentos pessoais. Essa atitude não 
respeita o princípio da entidade, pois não separa os dois patrimônios envolvidos: 
o patrimônio da entidade e o do proprietário. Seria correto que a conta corrente 
da empresa só fosse utilizada para os pagamentos da empresa.
b) Princípio da continuidade
A continuidade de uma entidade deve ser levada em conta, quando estão 
sendo	 preparadas	 as	 suas	 demonstrações	 financeiras.	 Caso	 exista	 chance	 de	
que a entidade cesse suas operações, isso pode afetar a forma de como alguns 
ativos e passivos serão apresentados ou avaliados. 
Uma situação possível de ocorrer é um empréstimo captado numa instituição 
financeira	 em	 que	 existe	 um	 compromisso	 de	 pagamento	 imediato,	 diante	 da	
possibilidade de não continuidade. Isso, naturalmente, afeta a situação do balanço 
patrimonial da entidade.
Alguns ativos somente possuem valor, caso a empresa continue existindo no 
futuro. É o caso dos denominados “impostos a compensar”. A entidade pode reduzir 
a carga tributária no futuro, conforme permitido pela legislação. Entretanto, essa 
possibilidade não existe caso a entidade paralise suas operações.
17
Estrutura Conceitual da Contabilidade Capítulo 1 
c) Princípio da oportunidade
A oportunidade diz respeito ao fato de a contabilidade reconhecer um 
determinado evento, tão logo o mesmo ocorra. E que o mesmo seja feito de 
forma correta. 
Considere a seguinte situação: um grupo de empregados entra com 
processo na justiça trabalhista contra a entidade. Nesse momento, a entidade 
estudará a situação; se for constatada a chance de a empresa perder o 
processo, o mesmo deverá ser registrado imediatamente. Assim, a empresa 
já pode reconhecer essa despesa, e, em consequência, diminuindo seu lucro, 
pagar menos imposto de renda. 
d) Princípio do registro pelo valor original
Quando um bem é adquirido por uma entidade, ele deve ser registrado 
pelo	 valor	 de	 aquisição.	O	princípio	 do	 registro	 pelo	 valor	 original	 significa	 que	
se deve considerar como valor de um terreno, por exemplo, o preço pago na 
sua aquisição. Além disso, se um terreno foi comprado, deve ser registrado na 
contabilidade da entidade, e o seu valor não deve ser alterado. Outro aspecto 
importante, decorrente desse princípio, é que a contabilidade deve ser feita em 
moeda nacional. 
 
e) Princípio da atualização monetária
Os aumentos de preços da economia afetam os valores da contabilidade de 
uma	entidade.	O	princípio	da	atualização	monetária	reconhece	esse	fato	e	afirma	
que esses efeitos devem ser considerados. Desse modo, o valor de aquisição 
de	um	 terreno	deverá	 sofrer	 atualização	monetária,	 para	 reconhecer	 a	 inflação	
ocorrida no período. 
O objetivo principal da atualização monetária é, exatamente, expurgar os 
efeitos	 inflacionários	 sobre	 os	 elementos	 patrimoniais,	 de	modo	 a	 possibilitar	
que	as	 demonstrações	 contábeis	 retratem	o	 real	 estado	econômico-financeiro	
da empresa.
Nesses últimos anos, o Brasil tem passado por vários planos econômicos, 
com	 variação	 do	 nível	 de	 inflação	 e	 com	 retorno	 e	 volta	 oficial/legal/fiscal	 do	
procedimento de atualização monetária. No momento, estamos sem esse 
procedimento, desde 1o de janeiro de 1996.
f) Princípio da competência
18
 Contabilidade
O princípio da competência estabelece quando a contabilidade deve 
registrar a receita e a despesa. A regra é que ambas devem ser consideradas na 
demonstração do resultado de uma entidade quando ocorrem, independente de 
pagamento ou recebimento.
Um exemplo da aplicação do princípio da competência refere-se à situação 
da receita de prestação de serviço de uma entidade, a prazo. A contabilidade 
fará o registro da receita quando ocorrer a prestação do serviço, e não quando a 
entidade obtiver o recebimento. 
g) Princípio da prudência
O princípio da prudência considera que, entre as alternativas válidas 
na	 quantificação	 dos	 componentes	 das	 demonstrações	 financeiras,	 deve-se	
adotar a que irá apresentar o menor ativo e o maior passivo para a entidade. 
Em	decorrência	da	equação	contábil,	 isso	significa	que,	entre	duas	alternativas	
existentes, deve-se escolher a que apresenta o menor patrimônio líquido. 
É importante notar que se deve aplicar o princípio da prudência quando 
existir incerteza na estimativa dos valores. Considere, a título de exemplo, uma 
entidade que responde por um processo na justiça trabalhista. Já se sabe que a 
entidade será condenada, mas a previsão do valor a ser pago está em torno de 
dois números. A contabilização deve adotar a prudência, ou seja, utilizar o número 
que represente o maior passivo. 
Uma discussão mais aprofundada sobre os Princípios Fundamentais da 
Contabilidade pode ser vista na Resolução n. 774, de 16/12/1994, do Conselho 
Federal de Contabilidade. Consulte o site: www.cfc.org.br
Atividade de Estudo:
Agora, que você sabe em que consiste cada um dos Princípios Fundamentais da 
Contabilidade, vamos resolver o Estudo de Caso:
 
O Grupo Provença do Vale Ltda. está contratando uma pessoa para 
trabalhar no Departamento de Contabilidade, tendo em vista a expansão 
de seus negócios. A pessoa a ser contratada deverá ter conhecimentos de 
contabilidade.
Considere que seja você esta pessoa. Nessas condições, estude 
cautelosamente os dados a seguir, que fazem parte do teste de seleção, e a 
seguir responda os questionamentos:
19
Estrutura Conceitual da Contabilidade Capítulo 1 
a) Um dos sócios emitiu um cheque seu para pagamento de uma duplicata da 
empresa.
b) A empresa recebeu um pedido de venda em 30/10/2008, o diretor 
comercial mandou o contador contabilizar o pedido. A venda e a entrega 
da mercadoria ocorreriam no dia 03/11/2008.
c) A empresa comprou um imóvel por R$ 85.000,00. Oito meses após a 
aquisição,	 o	 diretor	 da	 empresa	 verificou	 que	 o	 seu	 imóvel	 estava	
valendo	R$	 100.000,00.	 Então,	 solicitou	 ao	 contador	 que	 retificasse	 o	
valor do imóvel para R$ 100.000,00.
d) O prolabore dos sócios, referente ao mês de janeiro e pagos em fevereiro, 
estão contabilizados em fevereiro.
e) A empresa está às voltas com um processo judicial. Na avaliação do 
departamento jurídico, ela tem 40% de chance de ganhar a causa. O 
contador entende que deve fazer a provisão e lançar em despesa o valor 
depositado.
Nas questões, que princípios devem ser observados:
a) ___________________________________________________________
b) ___________________________________________________________
c) ___________________________________________________________
d) ___________________________________________________________
e) ___________________________________________________________
Como vimos, a contabilidade possui regras a serem seguidas, e entre elas 
estão os Princípios Fundamentais da Contabilidade, os quais servem para orientar 
os	 profissionais	 contábeis	 na	 elaboração	 das	 informações	 para	 vários	 tipos	 de	
usuários; porém, nem sempre esses usuários têm entendimento das práticas 
e normas contábeis. Entre as práticas contábeis, encontram-se os regimes 
contábeis. Para melhor compreensão, vamos descrevê-los a seguir.Regimes	Contábeis
Regimes contábeis são as normas que orientam o registro e o controle 
dos fatos patrimoniais. Os regimes contábeis estão divididos em Regime de 
Competência e Regime de Caixa.
a) Regime de Competência: determina que as receitas e as despesas 
devem ser incluídas na apuração do resultado do período em que ocorrem, sempre 
20
 Contabilidade
simultaneamente, quando se correlacionam, independentemente de recebimento 
ou pagamento.
De acordo com Hoji (2000), o regime de competência de 
exercícios, as receitas e as despesas são consideradas em função de 
seu fato gerador e não em função do seu recebimento ou pagamento, 
respectivamente. As receitas do exercício são aquelas efetivamente 
ganhas no período; não importa se foram recebidas ou não. As 
despesas do exercício são aquelas efetivamente incorridas no período, 
não importando se têm sido pagas ou não. O regime de competência 
se diferencia do regime de caixa, pelo fato do último considerar como 
receitas e despesas do período as que foram efetivamente recebidas 
ou pagas.
Vejamos este exemplo, apresentado por Hoji (2000) e adaptado 
aos objetivos deste caderno: uma empresa adquire, em abril de 2006, material de 
escritório (papel, clips, canetas, cartuchos para impressora, papel, etc.), por R$ 
2.300,00, a prazo, para pagamento em junho de 2006. O material é totalmente 
consumido no mês de maio de 2006. Considerando que o resultado do exercício 
é apurado mensalmente, em que mês será atribuída a despesa com material de 
escritório (abril, maio ou junho)?
• Aquisição do material de escritório: abril
• Consumo do material de escritório: maio
• Pagamento do material de escritório: junho
Pelo regime de competência, o material de escritório será registrado como 
despesa no mês de maio (mês do consumo). No mês de abril (mês de aquisição), 
o material foi registrado no ativo (estoque), ou seja, um gasto não desembolsado, 
pois será pago no mês de junho.
 
b) Regime de Caixa: considera o registro contábil do pagamento 
ou recebimento no momento de sua efetivação, não importando a que 
período se refere o fato.
De acordo com Hoji (2000), no regime de caixa, são consideradas 
receitas do período aquelas efetivamente recebidas e, despesas do 
período	as	efetivamente	pagas.	As	empresas	com	fins	lucrativos	estão	
obrigadas,	pela	legislação	fiscal,	a	adotarem	o	regime	de	competência	
na apuração do resultado, o que não impede que o regime de caixa seja 
utilizado gerencialmente como instrumento de controle e de decisão.
A	utilização	do	regime	de	caixa	ou	financeiro	é	muito	comum	nas	
De acordo com 
Hoji (2000), no 
regime de caixa, 
são consideradas 
receitas do 
período aquelas 
efetivamente 
recebidas e, 
despesas do 
período as 
efetivamente pagas. 
O regime de 
competência se 
diferencia do 
regime de caixa, 
pelo fato do último 
considerar como 
receitas e despesas 
do período as que 
foram efetivamente 
recebidas ou pagas.
21
Estrutura Conceitual da Contabilidade Capítulo 1 
empresas	sem	fins	lucrativos,	como:	associações,	entidades	religiosas,	entidades	
filantrópicas,	 bem	 como	 nas	 micro	 e	 pequenas	 empresas,	 dispensadas	 da	
obrigatoriedade do regime de competência.
Com base no exemplo anterior, pelo regime de caixa, o material de escritório 
será registrado como despesa no mês de junho, mês do efetivo pagamento, e não 
no mês de consumo.
Na maioria das vezes, os empresários se perguntam: como obtive lucro, 
se não tenho dinheiro em caixa para pagar as minhas dívidas? E a resposta é: 
o	 lucro	é	fluxo	econômico	de	recursos	e	caixa	é	fluxo	financeiro	de	recursos.	É	
imprescindível que todo empresário se utilize desse importante instrumento de 
gestão	(a	demonstração	do	fluxo	de	caixa)	para	administrar	de	forma	eficiente	os	
recursos da entidade (HOJI, 2000).
Para	 fixar	melhor	 os	 regimes	 contábeis,	 observe	 uma	 aplicação	 prática	
dos conceitos:
Veja o seguinte exemplo: a empresa Estrela Ltda teve uma receita de R$ 
20.000,00 no período, sendo que apenas 60% dessa receita foi recebida. Teve 
despesas no total de R$ 17.000,00 no mesmo período, sendo que R$ 12.000,00 
foram efetivamente pagos. Os resultados, utilizando o regime de competência 
(econômico)	e	o	regime	de	caixa	(financeiro)	serão	os	seguintes:
 Itens Regime de Competência Regime de Caixa
Receita 20.000,00 12.000,00
(-) Despesas 17.000,00 12.000,00
Lucro 3.000,00 0
Normalmente, o resultado apurado pelo regime de competência 
é bem diferente daquele apresentado pelo regime de caixa. O regime 
de competência representa o resultado econômico e o regime de caixa 
representa	o	resultado	financeiro.	Os	dois	conceitos	se	complementam.
Em resumo, podemos dizer que o conhecimento dos regimes 
contábeis	é	importante,	pois	refletem	a	situação	da	empresa	de	modo	
diferente. Lembramos também que a contabilidade é fundamentada no 
regime da competência, e isto vocês já tiveram conhecimento quando 
estudamos os princípios fundamentais da contabilidade.
O resultado apurado 
pelo regime de 
competência é bem 
diferente daquele 
apresentado 
pelo regime de 
caixa. O regime 
de competência 
representa o 
resultado econômico 
e o regime de 
caixa representa o 
resultado financeiro. 
Os dois conceitos se 
complementam.
22
 Contabilidade
Atividade de Estudo:
1 Considerando os dados a seguir, referentes ao mês de dezembro/2005, 
calcule o resultado, de acordo com o regime de competência e o regime de 
caixa:
Despesa de dezembro de 2005 paga em janeiro/2006 $ 46,00
Despesa de dezembro de 2005 paga em janeiro/2006 $ 64,00
Despesa de dezembro/2005 paga em dezembro/2005 $ 55,00
Receita de dezembro/2005 recebida em janeiro/2006 $ 37,00
Receita de janeiro/2006 recebida em dezembro/2005 $ 73,00
Receita de dezembro/2005 recebida em dezembro/2005 $ 61,00
Resultado apurado pelo regime de competência: $ ____________________
Resultado apurado pelo regime de caixa: $ ____________________
2 Sabe-se o seguinte:
a) Receitas do ano:
De vendas $ 300.000,00
De vendas a prazo (não recebidas) $ 400.000,00
De prestação de serviços à vista $ 40.000,00
De prestação de serviço a prazo (não recebido) $ 30.000,00 
 $ 770.000,00
b) Despesas do ano:
Aluguéis pagos (01/01 a 30/11) $ 50.000,00
Aluguel (12) a pagar em janeiro $ 5.000,00
Salários pagos (01/01 a 30/11) $ 100,000,00
Salários (12) a pagar em janeiro $ 15.000,00
Água e luz pagas $ 5.000,00
 $ 175.000,00
Pelo Regime de Caixa e de Competência, temos lucro de:
( ) $ 185.000,00 – $ 180.000,00
( ) $ 185.000,00 – $ 595.000,00
( ) $ 595.000,00 – $ 185.000,00
( ) $ 180.000,00 – $ 590.000,00
Agora você já conheceu a estrutura conceitual da contabilidade, e para 
que esta consiga desempenhar seu papel, dentro de todos seus preceitos, 
23
Estrutura Conceitual da Contabilidade Capítulo 1 
é fundamental um plano de contas, pois, é através dele que se registram os 
acontecimentos de uma empresa.
Inicialmente, veremos o que é conta e, posteriormente, estudaremos o plano 
de contas.
Plano	de	Contas
Na sua linguagem cotidiana, o que representa a palavra conta? Possivelmente, 
sua resposta será:
-	 É	 quanto	 se	 deve	 na	 farmácia,	 no	 supermercado,	 na	 loja,	 enfim,	 é	 tudo	
aquilo que tenho para pagar.
Vejamos o conceito do ponto de vista técnico, ou seja, da contabilidade:
CONTA – é o nometécnico dado aos componentes patrimoniais (Bens, 
Direitos, Obrigações e Patrimônio Líquido) e aos elementos de resultados 
(Despesas e Receitas).
E, agora você deve estar perguntando, mas para que servem essas contas 
dentro da contabilidade? É através das contas que a contabilidade consegue 
desempenhar o seu papel. Por isso, elas devem ser tratadas com bastante 
carinho pelos contabilistas. Todos os acontecimentos que ocorrem na 
empresa, responsáveis pela sua gestão, como as compras, as vendas, 
os pagamentos, os recebimentos são registrados em livros próprios, 
através das contas. (RIBEIRO, 1996).
Até	aqui	você	ficou	sabendo	que	as	contas	são	importantes	para	
os registros contábeis. São elas que permitem a escrituração dos 
atos e fatos ocorridos nas empresas. Todo o contabilista, ao proceder 
a escrituração contábil, deve ter em mãos uma relação de todas as 
contas necessárias ao seu processo contábil. Essa relação de contas 
chama-se plano de contas.
Através das contas se faz a escrituração contábil dos atos 
e fatos ocorridos nas empresas. Esclarecemos que os atos são 
os acontecimentos que ocorrem na empresa e que não provocam 
alterações no patrimônio, e os fatos são os acontecimentos que 
provocam variações nos valores patrimoniais, podendo ou não alterar 
o patrimônio).
Através das contas 
se faz a escrituração 
contábil dos atos 
e fatos ocorridos 
nas empresas. 
Esclarecemos que 
os atos são os 
acontecimentos 
que ocorrem na 
empresa e que não 
provocam alterações 
no patrimônio, e 
os fatos são os 
acontecimentos 
que provocam 
variações nos 
valores patrimoniais, 
podendo ou não 
alterar o patrimônio).
24
 Contabilidade
Então,	você	deve	estar	pensando:	afinal,	o	que	é	o	Plano	de	Contas?
a) Plano de contas
O Plano de Contas é a estrutura sobre a qual se constrói e elabora a 
escrituração,	 com	 a	 finalidade	 de	 mantê-la	 ordenada,	 de	 forma	 a	 obter,	 de	
maneira clara e objetiva, os dois instrumentos informativos mais importantes da 
contabilidade: o Balanço Patrimonial e a Demonstração do Resultado do Exercício 
(PADOVEZE, 2000).
Em outras palavras, o plano de contas deve ser planejado com a mesma 
estrutura do Balanço Patrimonial e da Demonstração do Resultado do Exercício.
Para Padoveze (2000, p.73), é chamado plano de contas:
conjunto de contas criado pelo contador, para atender às 
necessidades de registro dos fatos administrativos, de forma 
a possibilitar a construção dos principais relatórios contábeis e 
atender a todos os usuários da informação contábil.
O Plano de Contas deve ser tão detalhado, conforme as 
necessidades e o interesse da empresa em informações detalhadas; 
não existem regras que estabeleçam o número máximo ou o número 
mínimo de contas que um plano de contas deve conter. É preciso 
que se saiba, todavia, que o plano de contas deve estar elaborado de 
forma	a	permitir	a	 inclusão	de	novas	contas,	sempre	que	 isto	se	fizer	
necessário. Portanto, o grau de detalhamento do plano de contas varia 
segundo o interesse do contador e da empresa, levando sempre em 
consideração a necessidade de registrar todas as ocorrências na vida 
de uma empresa.
No livro Manual de Contabilidade das Sociedades por Ações-FIPECAFI, você 
encontrará, no capitulo 2, mais informações e também um modelo de PLANO DE 
CONTAS. 
b) Técnica da elaboração do plano de contas
 
O	Plano	de	contas	deve	possuir	contas	em	número	suficiente	para	
registrar todos os valores positivos, todos os valores negativos, 
todos	os	ingressos	e	todas	as	despesas	de	forma	detalhada,	a	fim	
de não ocorrerem confusões. Na preparação do Plano de Contas 
deve-se iniciar do grupo maior para os grupos menores - do geral 
para o particular. (FAGUNDES, 2009).
Assim, segundo Fagundes (2009), podemos dizer que o plano de contas 
pode se dividir em quatro grandes grupos:
O Plano de 
Contas deve ser 
tão detalhado, 
conforme as 
necessidades 
e o interesse 
da empresa em 
informações 
detalhadas; não 
existem regras 
que estabeleçam o 
número máximo ou 
o número mínimo 
de contas que um 
plano de contas 
deve conter. 
25
Estrutura Conceitual da Contabilidade Capítulo 1 
• Contas patrimoniais: - ativo
 - passivo e patrimônio líquido 
• Contas de resultado: - receitas
 - despesas 
Ou, visando à elaboração da demonstração do resultado do exercício, em 
apenas três:
• Ativo: agrupando todas as contas que representam bens ou direitos da empresa. 
• Passivo e patrimônio líquido: agrupando todas as contas que representam 
as obrigações da empresa e o capital próprio (patrimônio líquido).
• Contas de resultado: agrupando as contas de resultado. Seu saldo 
representa uma receita, um ingresso, um lucro, quando credor, ou uma 
despesa, um gasto, uma perda, quando devedor.
As contas de segundo grau são aquelas que representam o agrupamento de 
contas em que se divide o ativo, o passivo e as contas de resultado, com o mesmo 
ordenamento em que é feita a apresentação das demonstrações contábeis. 
Assim, teremos dentro do ativo, os seguintes grandes grupos, conforme a 
Medida Provisória 449/2008:
1 ATIVO
1.1 Ativo Circulante: Este grupo agrega as contas que representam os valores 
disponíveis em caixa, em bancos, os valores a receber até a data do 
próximo balanço, os estoques e as despesas pagas antecipadamente e que 
influenciarão	os	resultados	do	exercício	seguinte.	Este	grupo	pode	ser	dividido	
em outros subgrupos de acordo com as necessidades e conveniências. 
1.2 Ativo Não-Circulante: Este grupo agrega as contas que representam os 
valores a receber (os direitos) cujo vencimento ocorre após o balanço seguinte, 
denominado Ativo Realizável a Longo Prazo; e as contas representativas 
dos bens adquiridos com caráter permanente, que são os Investimentos, as 
Imobilizações e o Intangível:
a) Investimentos: Agrupam as contas que representam as aplicações de 
recursos	financeiros	em	outras	empresas	ou	em	bens	que	não	mantenham	
relação com a atividade objeto da empresa.
26
 Contabilidade
b) Imobilizações: Aqui se agrupam as contas que representam as aplicações 
de	 recursos	financeiros	que	visam	à	manutenção	da	atividade	objeto	da	
empresa e as respectivas contas de regularização.
c) Intangível: Os direitos que tenham por objeto bens incorpóreos, destinados 
à	manutenção	da	companhia	ou	exercidos	com	essa	finalidade,	inclusive	o	
fundo de comércio adquirido. 
2 PASSIVO
2.1 Passivo Circulante: Reúne as contas representativas das obrigações da 
empresa, vencíveis no decurso do exercício seguinte (antes do próximo 
balanço). 
2.2 Passivo Não-Circulante: Agrupa as contas que representam as obrigações 
que terão seu vencimento após o decurso do exercício seguinte (após o 
próximo balanço); também neste grupo estão as contas de Resultado de 
Exercícios Futuros e do Patrimônio Líquido. 
a) Resultado de exercícios futuros: São as contas que representam as 
receitas e despesas relativas a obras, cujo ciclo operacional seja superior a 
um ano. Ex.: a construção de um edifício.
b) Patrimônio líquido: São as contas que representam o patrimônio líquido 
da empresa, formado pelo seu capital social, suas reservas e lucros ou 
prejuízos acumulados.
Resultado	Do	Período
O resultado do período compara as receitas com as despesas 
do período, reconhecidas e apropriadas, conforme o regime de 
competência, já estudado neste capítulo, apurando um resultado que 
pode ser positivo ou negativo. As contas que compõem este resultado 
estão descritas a seguir:
a) Receita Bruta: reúne as contas que representam a receita bruta 
das vendas de mercadorias, de mercadorias e serviços, ou apenas, de 
serviços.
b) Abatimentos da Receita Bruta: reúne as contas que representam as vendas 
anuladas, os descontos incondicionais e os impostos incidentes sobre as 
vendas, dos quais o comerciante é mero repassador (ICMS, PIS e COFINS).O resultado do 
período compara 
as receitas com 
as despesas 
do período, 
reconhecidas e 
apropriadas.
27
Estrutura Conceitual da Contabilidade Capítulo 1 
c) Custo das Vendas: neste grupo se reúnem as contas utilizadas na apuração 
do custo das mercadorias vendidas: mercadorias estoque (EI); compras à 
vista; compras a prazo; fretes sobre compras e devolução de compras. 
 
d) Despesas Operacionais: são todas as despesas necessárias à atividade 
geral	 da	 empresa,	 tendo	 em	 vista	 o	 fim	 a	 que	 ela	 se	 propõe.	 Este	 grupo,	
geralmente, é dividido em subgrupos, de acordo com o interesse da empresa 
(despesas	com	vendas,	despesas	administrativas,	despesas	financeiras	etc.)
É importante ressaltar os aspectos operacionais que o contador deve 
levar em consideração, na criação das contas. São elementos que ele cria e 
dos quais se utiliza para melhor controlar o patrimônio de uma entidade. com o 
objetivo de responder às três perguntas básicas para o responsável pela entidade 
contabilizada, que são:
• O que tenho e devo e qual o valor do que tenho e devo?
• Respondida através do Balanço Patrimonial.
• Quanto ganhei no último período?
• Respondida pela variação do Patrimônio Líquido, no Balanço Patrimonial e na 
Demonstração de Resultados.
• Como foi o ganho do último período?
• Respondida pela Demonstração dos Resultados (Receitas – Despesas).
O contador cria tantas contas quantas forem necessárias, para registrar 
todos os fatos que possibilitem tais respostas.
Para	finalizar,	você	deve	 ter	percebido	que,	para	assegurar	a	uniformidade	
na utilização de contas para o registro das transações, as empresas se utilizam de 
um plano de contas.
Um plano de contas representa a organização das contas usadas pela 
empresa para o registro das transações, com o objetivo de assegurar a 
uniformidade na sua utilização. 
Neste capítulo, você conheceu alguns termos usados na contabilidade, 
tais como: Ativo, Passivo e Patrimônio Líquido. No próximo capítulo, em que 
estudaremos o patrimônio, esses termos serão melhor esclarecidos.
28
 Contabilidade
Atividade de Estudos:
O sistema patrimonial de contas divide-as em quatro grandes agrupamentos:
 Contas Patrimoniais = contas de Ativo e Passivo
 Contas de Resultado = contas de Receitas e Despesas
As contas abaixo representam um patrimônio em detalhe.
Coloque (A) se for conta de Ativo; (P) se for conta de Passivo; (D) se for 
conta de Despesa; e (R) se for conta de Receita.
( ) Caixa ( ) Empréstimos ( ) Bancos com movimento
( ) Juros recebidos ( ) Juros pagos ( ) Fretes e despachos
( ) Salários a pagar ( ) Salários ( ) Duplicatas a receber
( ) Móveis e utensílios ( ) Vendas ( ) Descontos obtidos
( ) Duplicatas a pagar ( ) Mercadorias estoque ( ) Aluguéis pagos
( ) Encargos de INSS ( ) Aluguéis recebidos ( ) Capital Social
( ) Comissões pagas ( ) Comissões recebidas ( ) Viagens e refeições
( ) Energia elétrica ( ) Gastos com telefone ( ) FGTS a pagar 
Algumas	Considerações
Neste capítulo, conhecemos que o objetivo da contabilidade é avaliar o 
patrimônio da empresa, fornecendo informações úteis aos diversos tipos de 
usuários. Podemos perceber que a contabilidade não é propriedade do contador e 
nem	a	ele	se	destina.	Compete	a	este	importante	profissional	comunicar,	da	forma	
mais apropriada possível, a informação que possa auxiliar os tomadores de decisão.
Entendemos que os conceitos contábeis devem ser claros e concisos, de 
modo a serem corretamente entendidos pelos usuários. Vimos, também, que os 
usuários são divididos em usuários internos, que são pessoas que trabalham na 
entidade,	ou	externos,	como	por	exemplo,	a	autoridade	fiscal,	os	investidores,	as	
agências reguladoras do governo, os fornecedores e clientes. 
Diferenciamos os regimes de caixa e de competência e aprendemos que, na 
contabilidade, usamos o regime de competência. 
E, não menos importante, você compreendeu que o plano de contas é um 
guia para se fazer contabilidade e que cada empresa deverá efetuar um plano de 
contas de acordo com suas necessidades.
29
Estrutura Conceitual da Contabilidade Capítulo 1 
Referências
BRASIL. Medida provisória n. 449/08, de 4 de dezembro de 2008. Diário Oficial 
da União, Poder Executivo, Brasília, DF, 4 dez. 2008. Seção 1. Disponível em: 
<http://legis.senado.gov.br/mate/servlet/PDFMateServlet?s=http://www.senado.
gov.br/sf/atividade/Materia/MateFO.xsl&o=ASC&m=88571>.Acesso em: 11 abr. 
2009.
FAGUNDES, Jair Antonio. Site do contador. Disponível em: <http://www.jair.fema.
com.br/>. Acesso em: 23 abr. 2009.
FAVERO, Hamilton Luiz. Contabilidade: teoria e prática. São Paulo: Atlas, 1997.
FRANCO, Hilário. Contabilidade geral. 23. ed. São Paulo: Atlas, 1998.
HOJI, Masakazu. Administração financeira: uma abordagem prática. 2. ed. São 
Paulo: Atlas, 2000. 
PADOVEZE, Clóvis Luís. Manual de contabilidade básica. Uma introdução à 
prática contábil. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2000.
RIBEIRO, Osni Moura. Contabilidade básica. 20. ed. São Paulo: Saraiva, 1996.
CAPÍTULO 2
Patrimônio
A partir da concepção do saber fazer, neste capítulo você terá os seguintes 
objetivos de aprendizagem:
 3 Compreender a situação patrimonial das entidades.
 3 Classificar	a	situação	do	patrimônio	das	entidades.
 3 Diferenciar origens e aplicações de recursos.
33
Patrimônio Capítulo 2 
Contextualização
Vamos pensar juntos. O tema deste capítulo é o patrimônio. Você deve estar 
pensando: eu já ouvi este termo, de fato, ouviu, sim! No capítulo1, mencionamos 
este termo. Lembra da questão de montar uma loja de eletrodomésticos? Nela foi 
comentado como se forma o patrimônio de uma empresa. Como você já tem uma 
breve noção de patrimônio, neste capítulo trataremos com mais detalhes sobre 
este assunto.
Para tanto, inicialmente trataremos do conceito de patrimônio. A seguir, 
vamos diferenciar os aspectos do patrimônio (quando é qualitativo ou quantitativo). 
Veremos	a	representação	gráfica,	a	situação	líquida	e	a	equação	fundamental	do	
patrimônio.	Por	fim,	conheceremos	o	que	são	origens	e	aplicações	de	recursos.	
Patrimônio
Patrimônio é o conjunto de riquezas de propriedade de alguém ou de uma 
empresa.		Padoveze	(2000,	p.	37)	dá	a	seguinte	definição	para	patrimônio:	“É	o	
conjunto de bens, direitos e obrigações de uma entidade”.
Quando você entra em um supermercado, por exemplo, encontra 
inúmeros objetos, como balcão, vitrines, prateleiras, computadores e 
uma	 infinidade	de	mercadorias	para	venda.	Todos	estes	objetos	são	
os bens que o supermercado possui. 
Bens são coisas capazes de satisfazer as necessidades 
humanas; do ponto de vista das empresas, os bens são tudo aquilo 
que elas possuem, seja para seu uso, venda ou consumo.
Os	bens	classificam-se	em:	bens	materiais	e	imateriais,	segundo	
Padoveze (2000).
Se	você	consultar	outros	autores,	você	também	encontrará	esta	classificação,	
já que os conceitos a seguir são fundamentais na Ciência Contábil. Contudo, 
neste caderno optamos pela abordagem de Pavodeze (2000). 
a) Bens materiais: são também chamados de bens corpóreos, ou de bens 
tangíveis; representam os objetos que a empresa tem para uso (prédios, 
móveis, carros etc.), para venda/troca (mercadorias, dinheiro etc.), ou para 
consumo (material de limpeza, de expediente etc.).
Bens são coisas 
capazes de 
satisfazer as 
necessidades 
humanas; do 
ponto de vista das 
empresas, os bens 
são tudo aquilo que 
elas possuem, seja 
para seu uso, venda 
ou consumo.
34
 Contabilidade
b) Bens imateriais: Também tidos como bens incorpóreos ou intangíveis, são os 
gastos que, por sua natureza, a legislação exige que sejam tidos como parte 
do patrimônio (ativo diferido, gastos com reformas, benfeitorias, etc.); como tais 
também	são	classificadas	as	marcas	e	as	patentes,	o	fundo	de	comércio,	etc.
Os conceitos aseguir também nos ajudam a entender melhor o conceito de 
patrimônio:
• Constituem Direitos os valores que as empresas têm para receber de terceiros, tais 
como duplicatas a receber, promissórias a receber, aluguéis a receber, etc.
• Constituem as Obrigações os valores que as empresas têm a pagar a 
terceiros, como duplicatas a pagar, salários a pagar, impostos a pagar, etc.
Constituem Direitos para a empresa todos os valores que ela tem a receber 
de terceiros (terceiros, no caso, são os clientes da empresa). 
 As Obrigações para a empresa são todos os valores que ela tiver a pagar 
para terceiros (neste caso, terceiros são os fornecedores, bancos e outras 
pessoas para quem a empresa deve).
Depois de analisar estes conceitos, você deve ter compreendido que o 
patrimônio é um conjunto de bens, direitos e obrigações. 
Mas, se eu disser que o Patrimônio da minha empresa é:
BENS + DIREITOS + OBRIGAÇÕES
Somente com essas informações será possível avaliar o tamanho desse 
Patrimônio? É evidente que não. É necessário ressaltar dois aspectos que 
a contabilidade leva em conta para representar os elementos que compõem o 
Patrimônio: o qualitativo e o quantitativo.
ASPECTO QUALITATIVO E QUANTITATIVO
Vimos, a princípio, que o Patrimônio é um conjunto de Bens, Direitos e 
Obrigações. Porém, existe a necessidade de ressaltar dois aspectos que a 
contabilidade deve levar em conta para representar adequadamente os elementos 
que compõem o patrimônio: o qualitativo e o quantificativo:
a) Aspecto Qualitativo:	consiste	em	qualificar	os	nomes,	os	títulos	dados	aos	
elementos	patrimoniais,	de	acordo	com	sua	classificação	contábil;	designando	
assim a natureza de cada elemento.
35
Patrimônio Capítulo 2 
Exemplo: 
 BENS DIREITOS OBRIGAÇÕES
Dinheiro Contas a Pagar
Veículos Duplicatas a receber Impostos a Pagar
Máquinas Financiamentos a Pagar
Com este conhecimento, já melhorou a ideia que se pode ter do Patrimônio 
da minha empresa. Mas ainda não basta, pois, eu pergunto: quanto dinheiro 
possuo? Quantos veículos tenho? Quanto tenho a pagar? Daí a necessidade do 
segundo aspecto.
b) Aspecto Quantitativo: consiste em dar a esses bens, direitos e obrigações 
seus respectivos valores.
Veja o exemplo:
 BENS R$
 Dinheiro 10.000,00
 Veículos 50.000,00
 Máquinas 80.000,00
 DIREITOS
 Duplicatas a Receber 15.000,00
 OBRIGAÇÕES
 Contas a pagar 18.000,00
 Impostos a pagar 8.000,00
Com essas informações é possível fazer uma ideia do tamanho do Patrimônio 
da	minha	 empresa,	 pois	 ficou	 esclarecido o que e quanto a empresa tem em 
Bens,	Direitos	e	Obrigações.	O	próximo	passo	é	a	sua	representação	gráfica.
Representação	Gráfica	do	
Patrimônio
Na	representação	gráfica,	conforme	o	modelo	a	seguir,	 temos,	de	um	lado,	
os Bens e os Direitos, que formam o grupo dos elementos positivos, denominados 
de Ativo, e do outro lado, as Obrigações, que formam o grupo dos elementos 
negativos, denominados de Passivo. 
36
 Contabilidade
Essa é a forma de representar o patrimônio de uma empresa, que recebe 
o nome de Balanço Patrimonial. Note que mais dois nomes apareceram: Ativo 
e Passivo. 
Até agora, nos limitamos a esclarecer o que é Ativo e Passivo e onde devem 
ser colocados os elementos representativos dos Bens, Direitos e Obrigações. 
Para	que	a	representação	gráfica	do	Patrimônio	Líquido	esteja	completa,	é	preciso	
representar os elementos que o compõem com seus respectivos valores. É isso 
que faremos nesta parte do capítulo. E, por que estudar as situações líquidas?
- Para atender a um grande objetivo: acrescentar ao seu conhecimento mais 
um	grupo	de	elementos	na	representação	gráfica	do	patrimônio.
Situação	Líquida	ou	Patrimonio	
Líquido
Esse novo grupo, que se chama Patrimônio Líquido, juntamente com o Ativo 
e	o	Passivo,	completará	a	representação	gráfica	do	Patrimônio,	permitindo	que	o	
total do lado esquerdo seja igual ao do lado direito, dando-lhe a forma de equação. 
Entretanto, para que você possa compreender melhor esse novo grupo de 
elementos (Patrimônio Líquido), vamos estudar as situações líquidas patrimoniais.
Se	considerarmos,	de	forma	simplificada,	apenas	Ativo	e	Passivo,	podemos	
denominar como Situação Líquida, ou PL, a diferença simples entre Ativo e 
Passivo. Neste caso não tomamos inicialmente o PL como grupo do Passivo, mas 
sim, como resultado dessa diferença:
Ativo – Passivo = PL
a) Situação Líquida Positiva (PL > 0)
Patrimônio
 Ativo Passivo
 Bens Obrigações
Móveis e Utensílios Duplicatas a pagar
 Estoques Impostos a pagar
 Caixa 
 Direitos 
Duplicatas a receber P L
37
Patrimônio Capítulo 2 
Dado o exposto, há três situações possíveis em relação à Situação Líquida, 
ou PL. A primeira delas é a situação em que a soma dos bens e direitos supera 
o	total	das	obrigações	da	empresa.	Tal	situação	pode	ser	definida	como	situação	
líquida positiva, situação superavitária, ativo maior que passivo, ou situação 
líquida ativa. (LUCENA, 2009).
Vejamos o exemplo a seguir:
 PATRIMÔNIO
 ATIVO PASSIVO
Bens Obrigações
 Caixa 4.000,00 Fornecedores 12.000,00
 Terrenos 31.000,00 Impostos a pagar 3.000,00
Direitos
 Clientes 25.000,00 PL 45.000,00
 
 TOTAL 60.000,00 TOTAL 60.000,00
Perceba no exemplo que o PL é maior que zero, ou seja, há uma situação 
líquida positiva.
b) Situação Líquida Negativa (PL < 0)
Como	consequência	da	definição	apresentada,	podemos	ter	uma	situação	em	
que o PL seja negativo; ou seja, uma situação líquida negativa, na qual o Ativo é 
menor	que	o	Passivo;	também	chamada	de	deficitária,	passiva	ou,	simplesmente,	
de passivo a descoberto. (LUCENA, 2009).
Observemos o exemplo que segue:
 PATRIMÔNIO
 ATIVO PASSIVO
Bens Obrigações
 Caixa 4.000,00 Fornecedores 40.000,00
 Terrenos 31.000,00 Impostos a pagar 25.000,00
Direitos
 Clientes 25.000,00 PL (5.000,00) 
 
 TOTAL 60.000,00 TOTAL 60.000,00
Note que o PL é menor que zero, ou seja, há uma situação líquida negativa.
38
 Contabilidade
c) Situação Líquida Nula (PL = 0)
Seguindo o mesmo raciocínio patrimonial, é fato que possamos ter uma 
situação em que o PL seja nulo, ou seja, igual a zero; também chamada de 
situação líquida nula, inexistente, ou Ativo igual a Passivo. (LUCENA, 2009).
Tomemos o seguinte caso:
 PATRIMÔNIO
 ATIVO PASSIVO
Bens Obrigações
 Caixa 4.000,00 Fornecedores 40.000,00
 Terrenos 31.000,00 Impostos a pagar 20.000,00
Direitos
 Clientes 25.000,00 PL --------- 
 
 TOTAL 60.000,00 TOTAL 60.000,00
Observe que o PL é igual a zero, ou seja, há uma situação líquida nula.
Nas situações apresentadas, note que os valores do Ativo e do Passivo são 
sempre positivos, ou seja, maiores que zero. Entretanto, há casos particulares em 
que esses valores podem ser iguais a zero, porém nunca negativos. Teremos 
Passivo igual a zero no ato de constituição do patrimônio da empresa, em que esta 
não tem ainda obrigações. Outrossim, teremos o Ativo igual a zero por ocasião do 
encerramento das atividades da empresa, em que esta não tem mais bens e/ou 
direitos. Estas são situações hipotéticas, porém, passíveis de ocorrerem. Já, em 
relação ao Patrimônio Líquido (PL), este pode ser positivo, negativo ou nulo – 
como vimos (LUCENA, 2009).
Equação	Fundamental	do	Patrimônio	
O patrimônio, por ser um conjunto de bens, direitos e obrigações, deve 
ser	demonstrado	de	 forma	bastante	simples,	a	fim	de	 transmitir	as	 informações	
desejadas	pelos	usuários.	A	equação	gráfica	que	demonstra	esse	patrimônio	é	
denominada de Balanço Patrimonial e deve expressar: 
39
Patrimônio Capítulo2 
 BALANÇO PATRIMONIAL
ATIVO PASSIVO
Bens e Direitos Obrigações
 PATRIMÔNIO LÍQUIDO
 Capital próprio
Vejamos	como	fica	o	Gráfico	Patrimonial,	considerando	os	subgrupos	contábeis:
Quadro	1	–	Gráfico	Patrimonial
 PATRIMÔNIO
 ATIVO PASSIVO
CIRCULANTE CIRCULANTE
NÃO-CIRCULANTE NÃO-CIRCULANTE
Realizável a Longo Prazo
Investimentos
Imobilizado PATRIMÔNIO LÍQUIDO
Intangível Capital Social
 Reservas de Capital
 (+/-) Ajustes de avaliação patrimonial
 Reservas de Lucros
 (-) Ações em tesouraria 
 Prejuízos Acumulados
Fonte: Adaptado de Lucena (2009)
Se voltar ao capítulo 1 deste caderno, no item Técnica de Elaboração do 
Plano de Contas, você encontrará a composição das contas do Ativo, Passivo e 
Patrimônio Líquido.
Chegou o momento de você saber por que o Patrimônio da empresa é 
representado	 pelo	Balanço	Patrimonial,	 em	 um	gráfico	 de	 dois	 lados,	 e	 por	 que	
ambos os lados possuem o mesmo total; e, ainda, por que o valor do Patrimônio não 
é igual à soma dos dois totais encontrados nos dois lados do Balanço Patrimonial.
Para	começar,	o	que	a	representação	gráfica	mostra?	Ela	nos	mostra	que	o	
Passivo é a Origem de Capitais, isto é, como a empresa conseguiu os recursos 
que possui, e o Ativo mostra a Aplicação de Capitais, isto é, onde a empresa 
aplicou os recursos originados pelo lado do Passivo.
40
 Contabilidade
Veja	a	seguir	o	que	significam	os	termos	Origem	e	Aplicação	de	Recursos.
Origens	e	Aplicações	de	Recursos
Observando	 um	 gráfico	 patrimonial,	 é	 possível	 identificar	 o	 total	
de recursos que a empresa obteve e que estão à sua disposição. O 
Passivo patrimonial representa de onde provêm esses recursos; 
enquanto o Ativo patrimonial representa onde a empresa os aplicou. 
Vejamos	especificamente	cada	um	desses	conceitos:
a) Passivo (Origem de Recursos)
São os recursos totais à disposição da empresa, que têm origem 
em duas fontes:
• Recursos de terceiros: correspondem às obrigações; são 
os recursos provenientes de terceiros e que a empresa 
utiliza para a suas atividades, estes recursos são 
denominados débitos de funcionamento (débitos com 
fornecedores,	 débitos	 fiscais,	 obrigações	 trabalhistas,	
etc.). Também são recursos de terceiros os débitos de 
financiamento,	 como	 os	 empréstimos,	 financiamentos,	
etc.
• Recursos próprios: são recursos provenientes do 
capital próprio dos sócios (Capital Social), bem como 
os acréscimos a esse capital decorrentes da gestão 
normal da empresa, como lucros e reservas. Os recursos 
próprios da empresa estão todos localizados nas contas 
do Patrimônio Líquido (PL). (LUCENA, 2009).
b) Ativo (Aplicações de Recursos)
O lado do Ativo mostra onde a empresa aplicou seus recursos. Como 
exemplo, podemos citar os valores em caixa e em bancos, os saldos de estoque, 
os imóveis, etc.
Vejamos um exemplo prático desses conceitos, na perspectiva de Lucena 
(2009):
O Passivo 
patrimonial 
representa de onde 
provêm esses 
recursos; enquanto 
o Ativo patrimonial 
representa onde a 
empresa os aplicou.
41
Patrimônio Capítulo 2 
PATRIMÔNIO
 ATIVO PASSIVO
 CIRCULANTE CIRCULANTE
 Caixa 23.000,00 Fornecedores 18.000,00
 Clientes 30.000,00 Impostos a recolher 5.000,00
 Estoques 50.000,00 Salários a pagar 8.000,00
 NÃO-CIRCULANTE NÃO-CIRCULANTE
 Realizável a Longo prazo Financiamentos 15.000,00 
 Clientes 10.000,00 Aluguéis ativos a vencer 2.000,00
 Imobilizado PATRIMÔNIO LÍQUIDO
 Móveis 6.000,00 Capital social 70.000,00
 Imóveis 34.000,00 Reservas de capital 20.000,00
 Reservas de lucro 15.000,00
 TOTAL DO ATIVO 153.000,00 TOTAL DO PASSIVO 153.000,00
 
Vamos usar alguns termos úteis em relação aos componentes do patrimônio, 
representado anteriormente por Lucena (2009):
• Recursos Totais = R$ 153.000,00 (é o total do Ativo ou do Passivo)
• Capital Total = R$ 153.000,00 (igual a recursos totais)
• Capital = R$ 70.000,00 (igual a capital social)
• Capital Subscrito = R$ 70.000,00 (igual a capital social)
• Capital Nominal = R$ 70.000,00 (igual a capital social)
• Capital Inicial = R$ 70.000,00 (igual a capital social
• Patrimônio = R$ 153.000,00 (igual a recursos totais)
• Patrimônio Líquido = R$ 105.000,00
• Situação Líquida = R$ 105.000,00 (igual a patrimônio Líquido).
• Recursos Próprios = R$ 105.000,00 (igual a patrimônio líquido)
• Recursos de Terceiros = R$ 48.000,00 (total do passivo menos PL)
• Passivo = Origens dos Recursos
• Ativo = Aplicações dos Recursos
Quando você analisar um Balanço Patrimonial, atente para os seguintes pontos:
• o Ativo mostra em que a empresa aplicou seus recursos, ou onde ela aplicou 
todo o seu Capital;
• o Passivo mostra onde a empresa conseguiu os recursos que estão aplicados 
no ativo.
 
Depois	de	descrever	e	classificar	as	várias	situações	do	Patrimônio,	vamos	
conhecer, no próximo capítulo, quais são e como se elaboram as Demonstrações 
Contábeis de uma empresa.
42
 Contabilidade
Atividade de Estudo:
1) Diferencie o aspecto quantitativo e o aspecto qualitativo do patrimônio.
2) Dê os conceitos de bens intangíveis e bens materiais.
3) A Cia. Chaves apresenta o seguinte balancete:
Contas Saldo devedor Saldo credor
Caixa 10.200,00 
Capital 10.000,00
Terrenos 200,00 
Despesas de salários 3.000,00 
Contas a pagar 200,00
Despesas de material 220,00 
Despesas de aluguel 800,00 
Despesas de impostos 500,00 
Despesas gerais 200,00 
Receitas 4.920,00
Total 15.120,00 15.120,00
 
Efetue:
a) A Demonstração de resultado
b) O Balanço Patrimonial
c) Qual a situação líquida do balanço da Cia. Chaves?
4	Classifique	os	elementos	constantes	do	quadro	a	seguir	em:
A – Bens ou Direitos ou Obrigações
B – Positivo ou Negativo
C – Ativo ou Passivo
43
Patrimônio Capítulo 2 
ELEMENTOS A B C
 Bens Positivo Ativo
Computadores e periféricos 
Móveis do escritório 
Duplicatas a receber 
Impostos a recolher 
 Aluguéis a pagar 
Dinheiro em caixa 
Fornecedores 
Instalações 
Duplicatas a pagar 
Impostos a pagar 
Salários a pagar 
Conta Corrente Bancária 
Máquinas 
Estoques 
Financiamentos a pagar 
Terrenos 
Veículos 
Encargos sociais a pagar 
Comissões a pagar 
Móveis e Utensílios 
Algumas	Considerações
Neste capítulo, conhecemos como é a composição do patrimônio de uma 
empresa, o qual é composto de bens, direitos e obrigações. Quando esses 
elementos	são	representados	graficamente,	temos	a	equação	patrimonial,	onde:	
Ativo – Passivo = Patrimônio Líquido.
Para	entender	a	 representação	gráfica	do	patrimônio,	é	preciso	quantificar,	
ou seja, dar valor aos elementos que o compõem.
Podemos diferenciar as situações líquidas do patrimônio, isto é: quando o 
Ativo é maior que o Passivo, temos uma situação positiva; quando o Ativo for 
44
 Contabilidade
menor que o Passivo, temos uma situação negativa; e, quando o Ativo for igual 
ao Passivo, teremos uma situação nula.
Ao analisar um Balanço Patrimonial, você saberá diferenciar as origens e as 
aplicações de recursos, em que o ativo mostra em que a empresa aplicou seus 
recursos e o passivo mostra onde a empresa conseguiu os recursos que estão 
aplicados no ativo, se foram de capitais de terceiros ou de capitais próprios. 
 
Referências
LUCENA, Humberto Fernandes. Curso de contabilidade introdutória. Disponível 
em: <www.editoraferreira.com.br>. Acesso em: 24 abr.2009. 
PADOVEZE, Clóvis Luís. Manual de contabilidade básica. Uma introdução à 
prática contábil. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2000.
CAPÍTULO 3
Estrutura	das	
Demonstrações	Contábeis
A partir da perspectiva do saber fazer, neste capítulo você terá os seguintes 
objetivos de aprendizagem:
 3 Conhecer as demonstrações contábeis exigidaspela legislação brasileira. 
 3 Compreender como elaborar as demonstrações contábeis. 
 3 Diferenciar cada demonstração contábil.
47
Estrutura das Demonstrações Contábeis Capítulo 3 
Contextualização
Como você já sabe, para que os usuários da informação contábil possam 
conhecer cada empresa, os mesmos utilizam as Demonstrações Contábeis, que 
representam o principal meio informativo da situação patrimonial e dos resultados 
obtidos.
No capítulo I, você compreendeu que o objetivo da contabilidade é prestar 
informações aos usuários. Agora, além da aplicação dos princípios fundamentais 
da contabilidade, você perceberá que são necessários cuidados especiais quanto 
à forma, ao conteúdo e ao nível de detalhes das demonstrações contábeis, pois, 
elas visam a responder questões básicas, tais como: qual o retorno? qual o 
patrimônio? qual a situação financeira?	Ao	 final	 deste	 capítulo,	 você	 saberá	
como responder essas questões.
Para tanto, inicialmente, veremos quais são as demonstrações contábeis 
exigidas das empresas. A seguir, conheceremos essas demonstrações, que 
são peças importantes extraídas dos registros contábeis e são apresentadas em 
forma de relatórios, como: Balanço Patrimonial, Demonstração do Resultado do 
Exercício, Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido, Demonstração do 
Fluxo de Caixa e Demonstração do Valor Adicionado.
Estrutura	das	Demonstrações	
Contábeis
Normalmente, as informações geradas para os usuários externos são 
padronizadas e atendem aos requisitos da Lei n. 6.404/76, com as alterações 
dadas pela Lei n. 11.638/07 e, posteriormente, pela MP 449/08. 
Você encontrará, na íntegra, a Lei n. 11.638/07 e a MP 449/08, acessando o 
site do Conselho Federal de Contabilidade: www.cfc.org.br. 
 
De acordo com a Lei 11.638/07, as demonstrações contábeis a serem 
elaboradas pela contabilidade são: 
• Balanço Patrimonial - BP
• Demonstração de Resultado do Exercício - DRE
• Demonstração da Mutação do Patrimônio Líquido - DMPL
• Demonstração do Fluxo de Caixa
• Demonstração do Valor Adicionado
48
 Contabilidade
É	 preciso	 que	 o	 profissional	 de	 contabilidade	 saiba,	 entre	 as	 diversas	
concepções de elaboração e apresentação dos relatórios contábeis, efetuar aquela 
que melhor se adapte aos usuários, levando em consideração as necessidades 
de cada usuário.
Balanço	Patrimonial
O balanço patrimonial é uma demonstração estática (quer dizer, parada), 
pois apresenta a situação da empresa em um dado momento. Portanto, o 
balanço	patrimonial	é	a	demonstração	utilizada	para	refletir	a	posição	financeira	
e patrimonial da empresa em um determinado momento. (IUDÍCIBUS, 
2008).
O balanço patrimonial apresenta os bens e direitos, que são 
os ativos, e as obrigações da entidade, numa determinada data. As 
obrigações estão divididas em dois grandes grupos: o passivo, que 
são as obrigações da entidade com terceiros; e o patrimônio líquido, 
que são as obrigações da entidade para com os acionistas. A relação 
entre os ativos e as obrigações encontra-se no esquema abaixo.
A ilustração apresenta a equação contábil básica que relaciona o ativo com 
o passivo e o patrimônio líquido. Essa relação explica a denominação do balanço 
patrimonial. Em outras palavras, o ativo deve estar equilibrado – ou balanceado – 
com	as	obrigações.	Em	termos	práticos,	isso	significa	que,	numa	entidade,	o	valor	
do ativo deverá ser igual à soma do passivo e o patrimônio líquido.
Ativo = Passivo + Patrimônio Líquido
No	balanço	patrimonial,	as	contas	são	classificadas	segundo	os	elementos	
do patrimônio que registram e estão agrupadas de modo a facilitar o conhecimento 
e	análise	da	situação	financeira,	segundo	o	artigo	178	da	Lei	6.404/76,	alterado	
pela Lei 11.638/07. 
No ativo, as contas serão dispostas em ordem decrescente de grau de 
liquidez dos elementos nelas registrados e, no passivo, em ordem decrescente de 
grau de exigibilidade.
O balanço patrimonial, normalmente dividido em três grandes grupos, é 
apresentado conforme o quadro a seguir:
O balanço 
patrimonial 
apresenta os bens 
e direitos, que 
são os ativos, e 
as obrigações da 
entidade, numa 
determinada data.
49
Estrutura das Demonstrações Contábeis Capítulo 3 
a) Ativo: compreende as aplicações de recursos, normalmente em bens e direitos.
b) Passivo: compreende as exigibilidades e obrigações.
c) Patrimônio líquido: representa a diferença entre o ativo e o passivo, portanto, 
o valor líquido da empresa.
Quadro 2 – Balanço Patrimonial
BALANÇO PATRIMONIAL
 ATIVO PASSIVO
Ativo Circulante Passivo Circulante
 Passivo Não-Circulante
Ativo Não-Circulante Receitas de Exercícios Futuros
 Realizável a Longo Prazo
 Investimentos PATRIMÔNIO LÍQUIDO
 Imobilizado Capital Social
 Intangível Reservas de Capital
 Reservas de Lucros
 +/- Ajuste Avaliação Patrimonial
 (-) Ações em Tesouraria
 Prejuízos Acumulados
Fonte: Elaborado pela autora
As informações, que podem ser extraídas a partir do balanço patrimonial, 
são as mais diversas possíveis. Considere o balanço patrimonial da Cia. 
Estrela, apresentado no quadro 3. É possível constatar que o capital aplicado 
pelos acionistas na entidade é de R$ 300 mil. A esse capital, soma-se o valor 
dos lucros acumulados, de R$ 50 mil. Esse montante dos lucros acumulados foi 
obtido a partir da demonstração das mutações do patrimônio líquido, mostrado no 
quadro 8. O passivo da entidade é composto por contas a pagar, de R$ 30 mil, 
e	empréstimos	obtidos	em	 instituições	financeiras,	de	R$	220	mil.	Uma	análise	
da composição do ativo da Cia. Estrela revela que a maioria dos recursos está 
aplicada em terrenos (R$ 270 mil) e máquinas (R$ 230 mil). Existem recursos em 
conta corrente, em bancos (R$ 45 mil), valores a receber de terceiros (R$ 35 mil) 
e estoques (R$ 20 mil). 
50
 Contabilidade
Quadro 3 – Balanço Patrimonial da Cia. Estrela
BALANÇO PATRIMONIAL EM 31.12.2008
CIA. ESTRELA 
 ATIVO PASSIVO
 Circulante Circulante
Bancos 45.000,00 Contas a pagar 
30.000,00
DP a Receber 35.000,00 Não-Circulante
Estoques 20.000,00 Empréstimos a pagar 220.000,00
 Não-Circulante
Terrenos 270.000,00 Patrimônio Líquido
Máquinas 230.000,00 Capital 300.000,00
 Reservas de Lucros 50.000,00
 
 Total do Ativo 600.000,00 Total Passivo + P.Liquido 600.000,00
Fonte: Elaborado pela autora
É importante também observar que, ao contrário da demonstração do 
resultado,	o	balanço	patrimonial	refere-se	a	uma	data	específica	no	tempo.	Isso	
significa,	por	exemplo,	que	o	valor	de	R$	45	mil,	do	item	bancos,	expressa	quanto	
a entidade possuía, no dia 31 de dezembro de 2008, na sua conta corrente. 
Para fazermos uma pequena análise do balanço da Cia. Estrela (pois, no 
capítulo 4, vamos tratar com maior profundidade sobre o assunto), observe o quadro 
4, no qual podemos questionar onde a entidade está buscando dinheiro para suas 
operações. A resposta vem da informação contábil contida no Balanço Patrimonial. 
Isto	significa	que	poderíamos	saber	qual	o	nível	do	endividamento	da	Cia.	Estrela,	
se	fossemos	a	entidade	bancária	onde	a	empresa	solicitou		financiamento.
Quadro 4 – Analisando a informação contábil
 Questão Informação O que Como
 significa? analisar?
 
 
 
Onde a entidade 
está buscando 
os recursos para 
financiar	suas	
operações?
Balanço 
Patrimonial
A resposta dessa 
pergunta refere-
se ao nível de 
endividamento 
da entidade
Entidades endividadas 
possuem um risco maior. 
Baixo endividamento 
pode	significar	
dificuldade	de	acesso	
às fontes de recursos.
Fonte: Elaborado pela autora
51
Estrutura das Demonstrações Contábeis Capítulo 3 
Demonstração	do	Resultado
do	Exercício	(DRE)
A demonstração do resultado tem por objetivo informar se, 
durante um determinado período, a entidade obtevelucro ou prejuízo. 
Essa demonstração é também conhecida como DRE (REIS, 2003).
A apresentação dessa demonstração, conforme evidenciado no 
quadro 5, obedece à seguinte ordem: primeiro apresenta-se a receita e 
depois a despesa. As receitas referem-se à prestação de serviços para 
clientes. Para obter determinada receita, a entidade necessitou utilizar 
uma série de insumos. As despesas apresentadas na demonstração 
do resultado representam o uso que se fez desses insumos. A despesa de salários 
diz respeito ao pagamento de salários aos funcionários da entidade. A despesa de 
aluguel está vinculada ao pagamento pela ocupação de um imóvel por parte da 
entidade. As despesas de vendas e administrativas são decorrentes de energia 
elétrica, telefone, água, prolabore, etc. e são relacionadas com o consumo desses 
itens.	A	despesa	financeira	corresponde	aos	juros	decorrentes	de	um	empréstimo	
realizado pela entidade.
Quadro 5 – Demonstração do Resultado do Exercício
DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO
VENDA DE MERCADORIAS/PRODUTOS/SERVIÇOS
(-) Impostos s/vendas
(-) Vendas Canceladas
VENDAS LÍQUIDAS
(-) C.M.V. / C.P.V. / C.S.V.
RESULTADO BRUTO
(-) DESPESAS OPERACIONAIS
Vendas / Administrativas / Outras
(+/-) RESULTADO FINANCEIRO LÍQUIDO
(-) Despesas Financeiras
(+) Receitas Financeiras
(+/-) Resultado da Equivalência Patrimonial
RESULTADO ANTES DOS IMPOSTOS
(-) Imposto de Renda
(-) Contribuição Social
RESULTADO DO EXERCÍCIO
(-) Participações e Contribuições
RESULTADO LÍQUIDO DO EXERCÍCIO
Lucro por ação
Fonte: Elaborado pela autora
A demonstração do 
resultado tem por 
objetivo informar 
se, durante um 
determinado 
período, a entidade 
obteve lucro 
ou prejuízo.
52
 Contabilidade
De acordo com o quadro 6, a Cia. Estrela apresentou uma receita de R$ 540 
mil para um total de despesa de R$ 480 mil. 
Quadro 6 – DRE- Cia. Estrela
DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO
EM 31.12.2008 – CIA. ESTRELA
RECEITAS
 Venda de Mercadorias 540.000,00
 (-) Impostos s/vendas 84.000,00
 Vendas líquidas 456.000,00
 (-) C.M.V. 150.000,00
 Resultado Bruto 306.000,00
(-) DESPESAS OPERACIONAIS
 Despesas de salários 85.000,00
 Despesas de aluguel 30.000,00
 Despesas de vendas 40.000,00
 Despesas de administrativas 50.000,00
						Despesas	financeiras																																										20.000,00
RESULTADO OPERACIONAL 81.000,00
 (-) Impostos s/lucro 21.000,00
LUCRO LÍQUIDO 60.000,00
Fonte: Elaborado pela autora
O quadro 6 mostra também que o confronto entre a receita de R$ 540 mil e 
a despesa de R$ 480 mil conduz a um resultado positivo, ou lucro líquido, de R$ 
60 mil. 
A apuração do resultado de uma entidade é uma das informações mais 
relevantes para o usuário. Uma entidade que consegue obter bons lucros 
provavelmente terá condições de crescer, ganhar mercado e pagar em dia seus 
passivos. Além disso, a obtenção de lucro é sinal de que a entidade pode distribuir 
esse resultado para seus acionistas, sob a forma de dividendos. 
 Analisando a Demonstração de Resultado da Cia. Estrela, 
conforme o quadro 7, podemos perceber que a empresa é lucrativa. (no 
capítulo 4 você verá com mais detalhes a análise desta demonstração).
A apuração do 
resultado de uma 
entidade é uma das 
informações mais 
relevantes para 
o usuário.
53
Estrutura das Demonstrações Contábeis Capítulo 3 
Quadro 7 – Analisando a informação contábil
 
 Questão Informação O que Como
 significa? analisar?
Fonte: Elaborado pela autora
É importante notar que, na demonstração do resultado, não existe informação 
sobre o destino do resultado. Essa informação será dada pela demonstração das 
mutações do patrimônio líquido (nele se encontra um item relacionado ao lucro 
acumulado), as quais serão estudadas a seguir.
Demonstração	Das	Mutações
Patrimoniais	(DMPL)
A elaboração da Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido (DMPL) 
é facultativa e, de acordo com o artigo 186, parágrafo 2º, da Lei das S/A, a 
Demonstração de Lucros ou Prejuízos Acumulados (DLPA) poderá ser incluída 
nesta demonstração.
A DMPL é uma demonstração mais completa e abrangente, 
já que evidencia a movimentação de todas as contas do patrimônio 
líquido durante o exercício social, inclusive a formação e utilização das 
reservas não derivadas do lucro. As contas que formam o Patrimônio 
Líquido podem sofrer variações por inúmeros motivos, tais como: 
a) Itens que afetam o patrimônio total
• acréscimo pelo lucro ou redução pelo prejuízo líquido do exercício; 
• redução por dividendos; 
• acréscimo por ajustes patrimoniais de ativos (quando o resultado 
for credor); 
• acréscimo por doações e subvenções para investimentos recebidos; 
• acréscimo por subscrição e integralização de capital;
• acréscimo pelo recebimento de valor que exceda o valor nominal 
A entidade 
é lucrativa?
Demonstração 
do Resultado
Verificar	se	as	receitas	
são superiores 
às despesas.
Em geral, quanto 
maior o lucro, melhor o 
desempenho da entidade.
A DMPL é uma 
demonstração 
mais completa 
e abrangente, já 
que evidencia a 
movimentação de 
todas as contas 
do patrimônio 
líquido durante o 
exercício social, 
inclusive a formação 
e utilização das 
reservas não 
derivadas do lucro. 
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 Contabilidade
das ações integralizadas ou o preço de emissão das ações sem valor nominal; 
• acréscimo	 pelo	 valor	 da	 alienação	 de	 partes	 beneficiárias	 e	 bônus	 de	
subscrição; 
• acréscimo por prêmio recebido na emissão de debêntures; 
• redução por ações próprias adquiridas ou acréscimo por sua venda; 
• acréscimo ou redução por ajuste de exercícios anteriores. (LEI DAS S/A. 
6404/76).
b) Itens que não afetam o total do patrimônio
• aumento de capital com utilização de lucros e reservas; 
• apropriações do lucro líquido do exercício, reduzindo a conta Lucros 
Acumulados para formação de reservas, como: Reserva Legal, Reserva de 
Lucros a Realizar, Reserva para Contingência e outras; 
• reversões de reservas patrimoniais para a conta de Reservas de Lucros; 
• compensação de Prejuízos com Reservas. (LEI DAS S/A. 6404/76). 
A elaboração da Demonstração das Mutações do Patrimônio 
Líquido é uma demonstração bastante simples, pois é representada, 
de forma sumária e coordenada, pela movimentação que houve 
durante o exercício nas diversas contas do Patrimônio Líquido, isto é, 
Capital, Reservas de Capital, Reservas de Lucros, Ajuste de avaliação 
Patrimonial, Ações em Tesouraria e Prejuízos Acumulados. Através 
da demonstração das mutações do patrimônio, os sócios e acionistas 
verificam	o	que	aconteceu	com	a	riqueza	efetiva	da	empresa	e	deles	
também, pois nela está contemplada uma coluna referente aos lucros 
acumulados; assim, o usuário poderá ter uma ideia da prática de 
pagamentos de dividendos e da distribuição dos lucros da entidade 
(PORTAL DA CONTABILIDADE, 2009).
Se o usuário for um investidor, ele poderá inferir as chances de receber bons 
dividendos no futuro, a partir dessa demonstração. Esse é o caso da Cia. Estrela 
que, no exercício de 2008, obteve um lucro de R$ 60 mil e distribuiu R$ 55 mil. 
Desta forma, os lucros acumulados da entidade aumentaram de R$ 45 mil para 
R$ 50 mil, conforme você pode constatar no quadro a seguir.
Através da 
demonstração 
das mutações do 
patrimônio, os 
sócios e acionistas 
verificam o que 
aconteceu com a 
riqueza efetiva da 
empresa e deles 
também
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Estrutura das Demonstrações Contábeis

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