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CONTABILIDADE Autora: Eli Teresinha Biscaro Programa de Pós-Graduação EAD UNIASSELVI-PÓS Reitor: Prof. Dr. Malcon Tafner Diretor UNIASSELVI-PÓS: Prof. Carlos Fabiano Fistarol Coordenador da Pós-Graduação EAD: Prof. Norberto Siegel Equipe Multidisciplinar da Pós-Graduação EAD: Profa. Hiandra B. Götzinger Montibeller Profa. Izilene Conceição Amaro Ewald Profa. Jociane Stolf Revisão de Conteúdo: Prof. Osir Afonso Tessari Revisão Gramatical: Profa. Tereza Pfiffer Franco Diagramação e Capa: Centro Universitário Leonardo da Vinci 657 B6213c Biscaro, Eli Teresinha. Contabilidade/ Eli Teresinha Biscaro Centro Universitário Leonardo da Vinci. – Indaial : Grupo UNIASSELVI, 2009.x ; 104 p.: il. Inclui bibliografia. ISBN 978-85-7830-002-9 1. Contabilidade I. Centro Universitário Leonardo da Vinci. II. Núcleo de Ensino a Distância III. Título Março, 2012. CENTRO UNIVERSITÁRIO LEONARDO DA VINCI Rodovia BR 470, Km 71, no 1.040, Bairro Benedito Cx. P. 191 - 89.130-000 – INDAIAL/SC Fone Fax: (047) 3281-9000/3281-9090 Copyright © UNIASSELVI 2009 Ficha catalográfica elaborada na fonte pela Biblioteca Dante Alighieri UNIASSELVI – Indaial. Eli Teresinha Biscaro Graduada em Ciências Contábeis, mestre em Ciências Contábeis com área de concentração em Controladoria, pela Universidade Regional de Blumenau (FURB - SC), especialista em Gerência da Qualidade nos Serviços Contábeis e Direito Tributário, pela Universidade Regional de Blumenau (FURB – SC). Atuou como gerente administrativa contábil e contadora durante 27 anos em empresa privada. Atualmente, é professora em várias instituições de ensino superior no curso de Ciências Contábeis, nas disciplinas Teoria da Contabilidade, Contabilidade Avançada, Contabilidade Tributária, Perícia Contábil, Orçamento Empresarial e Controladoria. Participa da Compasso Consultoria Multidisciplinar em Políticas Sociais, como assessora contábil. Sumário APRESENTAÇÃO ......................................................................7 CAPÍTULO 1 Estrutura Conceitual da Contabilidade ..............................9 CAPÍTULO 2 Patrimônio ..............................................................................31 CAPÍTULO 3 Estrutura das Demonstrações Contábeis ........................45 CAPÍTULO 4 Análise das Demonstrações Contábeis .............................65 CAPÍTULO 5 Introdução à Contabilidade de Custos ..............................85 7 APRESENTAÇÃO Caro (a) aluno (a), bem-vindo(a) à disciplina de Contabilidade. Este é o nosso Caderno de Estudos, material elaborado com o objetivo de contribuir para o seu conhecimento e realização de seus estudos sobre o assunto. A proposta deste caderno é oferecer um trabalho didático acessível, especialmente aos que se iniciam no estudo da Contabilidade. Ao lado de uma abordagem teórica do assunto, você encontrará atividades práticas, que o levarão a um melhor desempenho e compreensão da matéria. Desse modo, você tem em mãos um material escrito em linguagem acessível, mas com termos técnicos necessários; assim a contabilidade fica mais fácil. No decorrer do caderno, você perceberá como está estruturada a contabilidade e quem se utiliza de suas informações; também verá que a escrituração contábil tem início a partir dos documentos hábeis, que comprovam a ocorrência dos fatos na empresa. Por exemplo: - Um fato = venda de um carro. - Documento hábil = nota fiscal. A partir desse documento, a nota fiscal, inicia-se o processo contábil. Após várias etapas, a serem vistas no decorrer do estudo, o processo contábil é concluído nas Demonstrações Contábeis, entre as quais se encontra o Balanço Patrimonial e a Demonstração do Resultado do Exercício. Após o entendimento dessas demonstrações contábeis, entraremos no capítulo que trata de como analisar as informações obtidas através desses relatórios, para a tomada de várias decisões. Este capítulo contempla a análise de balanços. No último capítulo, estudaremos uma introdução à contabilidade de custos. Serão vistos, então, conceitos básicos, que são utilizados por várias empresas para saber quanto custam seus produtos e, a partir daí, formular o preço de venda. Desejo-lhe um bom estudo e que você aproveite, ao máximo, o conteúdo dos temas abordados nesta disciplina.Vamos ao estudo! CAPÍTULO 1 Estrutura Conceitual da Contabilidade A partir da perspectiva do saber fazer, neste capítulo você terá os seguintes objetivos de aprendizagem: 3 Conhecer os conceitos e objetivos da contabilidade, seus usuários, os princípios que regem a contabilidade, os regimes contábeis e o plano de contas. 3 Diferenciar os regimes contábeis. 3 Conhecer a estruturação do plano de contas. 11 Estrutura Conceitual da Contabilidade Capítulo 1 Contextualização É com grande prazer que escrevo sobre Contabilidade. Este capítulo tem por objetivo trazer as informações básicas sobre a estrutura conceitual da contabilidade. Nossa meta é mostrar que os processos contábeis são ótimos, que se prestam a análises necessárias das empresas e que a grande maioria dos empresários deveria utilizá-los, desde que, com dados confiáveis. Portanto, a contabilidade é responsável pela geração de informações necessárias para gerir as empresas. Compreendendo um conjunto coordenado de conhecimentos, com objeto e finalidades definidos, obedecendo a preceitos e normas próprias, pode-se dizer, então, que a contabilidade é uma ciência do grupo das chamadas ciências econômicas e administrativas. A contabilidade registra, estuda e interpreta os fatos financeiros ou econômicos que afetam a situação patrimonial de determinada pessoa, seja ela física ou jurídica. Você compreenderá melhor a finalidade da contabilidade, observando a seguinte situação: suponha que você pretenda tornar-se comerciante, constituindo uma empresa para vender eletrodomésticos. Aí, surgem as primeiras perguntas: - Você vai constituir uma empresa com quê? - O que você precisa ter em mãos para estar em condições de constituir um negócio? Respondemos: Você precisa de um capital. E capital, neste caso, significa principalmente dinheiro. Suponhamos, então, que você possua uma importância suficiente para montar a loja. Pronto, esta importância suposta é o seu capital inicial. Bem, agora que você já tem o dinheiro, precisa de um local para instalar sua loja. Vamos supor que você também já tenha alugado uma casa para esse fim. E então, o que falta? Respondemos: Você precisa equipar sua loja com vitrines, balcões, prateleiras, cadeiras, mesas, etc. Suponha, finalmente, ter adquirido esses materiais, e que eles já estejam em sua loja. A contabilidade é responsável pela geração de informações necessárias para gerir as empresas. Compreendendo um conjunto coordenado de conhecimentos, com objeto e finalidades definidos, obedecendo a preceitos e normas próprias, pode-se dizer, então, que a contabilidade é uma ciência do grupo das chamadas ciências econômicas e administrativas. 12 Contabilidade A essa altura dos acontecimentos, você já deve estar indagando: - E os eletrodomésticos, para venda? Pois bem, você deverá adquirir as mercadorias para negociar. Pronto, sua loja está instalada. Você já gastou dinheiro, já aplicou seu capital inicial. Agora sua empresa já existe e você a colocará em funcionamento. Veja, você vai abrir a sua loja. Qual é o principal objetivo do seu negócio? Certamente, você responderá que é a obtenção de lucros. Muito bem. Para obter o lucro desejado, você precisará vender as suas mercadorias. Sendo assim, podemos concluir que, na empresa, entrarão diariamente pessoas com finalidades diferentes: a) algumas entrarão com o objetivo de lhe fornecer mercadorias, são chamadas de fornecedores; b) outras entrarão na sua loja para comprar suas mercadorias,são os clientes. Note bem: • Quanto você imaginou ter de capital? • Quanto você aplicou em relação a esse capital inicial? • O que e quanto você comprou? • Quais os bens que você possui e quantos são? • Se você comprou a prazo, quanto ficou devendo e para quem? • Se você vendeu a prazo, quanto tem para receber e de quem? • Se você comprou ou vendeu à vista, quanto comprou e o que comprou, e quanto vendeu e o que vendeu? • O que e quanto você possui agora? Essas e outras perguntas nos levam a entender que você já possui um patrimônio, o qual está em movimento, em função de quatro operações principais – compras, vendas, pagamentos e recebimentos – e que essa movimentação (gestão) do patrimônio da sua empresa necessita de um controle, para que você possa avaliar e verificar se o seu principal objetivo (lucro) está sendo atingido. Acho que você já percebeu que há necessidade de manter um controle do seu patrimônio. E é exatamente aí que a contabilidade desempenha o seu papel. Nosso estudo tem por objetivo trazer as informações básicas sobre a estrutura conceitual da contabilidade, qual seu objeto e objetivos, seus usuários, os aspectos do patrimônio. Também abordaremos os princípios fundamentais da contabilidade, pois são eles que dão o direcionamento de como ela deve ser efetuada, a questão dos regimes contábeis, e o plano de contas, que é uma peça fundamental da contabilidade. 13 Estrutura Conceitual da Contabilidade Capítulo 1 Objetivos e Usuários da Contabilidade A contabilidade, de acordo com Franco (1998, p.25): é uma ciência que estuda e controla o patrimônio das entidades, mediante o registro, a demonstração expositiva e a interpretação dos fatos ocorridos, com o fim de oferecer informações sobre a sua composição e suas variações, bem como sobre o resultado econômico da gestão da riqueza patrimonial. A figura 1 mostra que toda entidade precisa de uma contabilidade, para que os fatos ocorridos sejam registrados, a fim de fornecer relatórios que serão utilizados no seu controle. Figura 1 – A entidade e as ocorrências Fonte: Adaptado de Franco (1998) Durante todo o processo evolutivo da contabilidade, vários conceitos se formaram. Destacamos alguns: Segundo Franco (1998, p. 21), “é a ciência que estuda e controla as variações no patrimônio das entidades econômico-administrativas, através de um conjunto sistematizado de preceitos e normas próprias”. Padoveze (2000, p. 35) define “Contabilidade como o sistema de informação que controla o patrimônio de uma entidade”. Percebemos, então, que a contabilidade é uma ciência que permite, através de suas técnicas, manter um controle permanente do patrimônio da empresa. A partir desses conceitos, você poderá estar pensando: - O que é Patrimônio? Patrimônio é um conjunto de bens, direitos e obrigações de uma empresa ou de uma pessoa, avaliado em moeda. Entidades fatos registro relatórios controle 14 Contabilidade No capítulo 2, você encontrará mais informações sobre o patrimônio. Objeto e Objetivo da Contabilidade A Contabilidade é a ciência que tem por objeto o patrimônio das entidades e por objetivo o controle desse patrimônio, com a finalidade de fornecer informações a seus usuários. O patrimônio é o objeto da Contabilidade, isto é, constitui a matéria sobre a qual se exercem as funções contábeis. O patrimônio é um conjunto de bens, direitos e obrigações vinculados à entidade. O objetivo da Contabilidade é controlar o patrimônio. Na Contabilidade, os objetivos estão definidos, como as informações que deverão ser geradas, para que os diversos usuários possam tomar conhecimento da situação da organização, em dado momento, com a finalidade de tomar as decisões que considerarem necessárias. Perceba, então, que a finalidade da Contabilidade é a de controlar o Patrimônio, assegurar o controle do patrimônio administrado e fornecer informações sobre a composição e as variações patrimoniais, bem como o resultado das atividades econômicas desenvolvidas pela entidade para alcançar seus fins, que podem ser lucrativos ou meramente ideais (sociais, esportivos e outros); enfim, fornecer informações a seus usuários. Em resumo, podemos dizer que o conhecimento sobre os conceitos contábeis, por parte das pessoas, é importante para a análise e interpretação de dados financeiros, planejamento e controle do patrimônio, seja ele pessoal ou empresarial. No entanto, no entendimento de Fávero (1997), existem dois pontos fundamentais a serem considerados, que complicam o processo de geração de informações: • Quem são os usuários da informação contábil? • Como gerar informações para esses usuários? Os usuários são pessoas que se utilizam da contabilidade, que se interessam pela situação da empresa e buscam, nas informações trazidas pela contabilidade, as suas respostas. Então, quem são esses usuários? Eles são denominados de usuários internos ou externos à entidade. A Contabilidade é a ciência que tem por objeto o patrimônio das entidades e por objetivo o controle desse patrimônio, com a finalidade de fornecer informações a seus usuários. 15 Estrutura Conceitual da Contabilidade Capítulo 1 Os Usuários da Contabilidade Os usuários são pessoas que se utilizam da contabilidade, que se interessam pela situação da empresa e buscam, nas informações trazidas pela contabilidade, as suas respostas. Então, quem são esses usuários? Eles são denominados de usuários internos ou externos à entidade. Os usuários internos (diretores, gerentes, administradores nos diversos níveis) são pessoas que trabalham na entidade. Esses usuários utilizam as informações contábeis para ajudar no processo de decisão. Um gerente da empresa, por exemplo, necessita saber se um produto consegue produzir resultado positivo no mercado. Caso a resposta seja negativa, o gerente poderá decidir não mais vender o produto. Uma empresa comercial que possui diversas lojas, em diferentes cidades, poderá verificar em qual delas o resultado é melhor. A contabilidade é denominada gerencial quando é utilizada por esses usuários nas suas decisões. Os usuários externos (acionistas, clientes, fornecedores, bancos, governo, sindicatos, etc.) utilizam as informações sobre a entidade para suas decisões. Esses usuários se diferenciam dos internos, por não estarem envolvidos diretamente com a entidade. A habilidade desses usuários em obter informação da entidade é mais limitada; por não serem pessoas da entidade. Eles têm acesso à informação preparada pela administração da entidade. A contabilidade destinada a esses usuários recebe o nome de contabilidade financeira. Evidentemente, os usuários internos não são os únicos que se utilizam da contabilidade para buscar informações; os usuários externos também buscam informações para conhecer melhor a situação da empresa. Assim, o processo decisório acaba sendo influenciado pelas informações contábeis disponíveis, o que requer do contador sensibilidade, para entender que seria injusto oferecer as mesmas informações padronizadas para os usuários externos e internos. Você, com certeza, já procurou emprego. Se você tivesse conhecimento das informações contábeis da empresa, na qual procurava emprego, e percebesse que a mesma não tinha uma boa situação financeira, você iria trabalhar nessa empresa? Por quê? Até agora, estudamos os diversos conceitos relacionados à contabilidade e quem se utiliza das informações geradas pela contabilidade, sendo eles os usuários internos e externos. Evidentemente, os usuários internos não são os únicos que se utilizam da contabilidade para buscar informações; os usuários externos também buscam informações para conhecer melhor a situação da empresa. 16 Contabilidade Semelhante ao que se passa em outras áreas do conhecimento, a contabilidade também é governadapor um conjunto de leis de formação, os chamados Princípios Fundamentais da Contabilidade, que servem para orientar a pratica profissional. Sobre esses princípios, trataremos a seguir. Princípios Fundamentais da Contabilidade Não pretendemos apresentar uma ampla discussão sobre os Princípios Fundamentais da Contabilidade, mas simplesmente mostrar-lhe esses fundamentos da contabilidade. a) Princípio da entidade O princípio da entidade reconhece que o patrimônio é o objeto da contabilidade. Nesse sentido, deve existir separação entre os diversos patrimônios. Em termos práticos, isso significa, por exemplo, que o patrimônio de entidade não se confunde com o patrimônio dos sócios. É muito comum, em pequenas empresas, o proprietário utilizar os recursos da conta corrente da empresa para efetuar pagamentos pessoais. Essa atitude não respeita o princípio da entidade, pois não separa os dois patrimônios envolvidos: o patrimônio da entidade e o do proprietário. Seria correto que a conta corrente da empresa só fosse utilizada para os pagamentos da empresa. b) Princípio da continuidade A continuidade de uma entidade deve ser levada em conta, quando estão sendo preparadas as suas demonstrações financeiras. Caso exista chance de que a entidade cesse suas operações, isso pode afetar a forma de como alguns ativos e passivos serão apresentados ou avaliados. Uma situação possível de ocorrer é um empréstimo captado numa instituição financeira em que existe um compromisso de pagamento imediato, diante da possibilidade de não continuidade. Isso, naturalmente, afeta a situação do balanço patrimonial da entidade. Alguns ativos somente possuem valor, caso a empresa continue existindo no futuro. É o caso dos denominados “impostos a compensar”. A entidade pode reduzir a carga tributária no futuro, conforme permitido pela legislação. Entretanto, essa possibilidade não existe caso a entidade paralise suas operações. 17 Estrutura Conceitual da Contabilidade Capítulo 1 c) Princípio da oportunidade A oportunidade diz respeito ao fato de a contabilidade reconhecer um determinado evento, tão logo o mesmo ocorra. E que o mesmo seja feito de forma correta. Considere a seguinte situação: um grupo de empregados entra com processo na justiça trabalhista contra a entidade. Nesse momento, a entidade estudará a situação; se for constatada a chance de a empresa perder o processo, o mesmo deverá ser registrado imediatamente. Assim, a empresa já pode reconhecer essa despesa, e, em consequência, diminuindo seu lucro, pagar menos imposto de renda. d) Princípio do registro pelo valor original Quando um bem é adquirido por uma entidade, ele deve ser registrado pelo valor de aquisição. O princípio do registro pelo valor original significa que se deve considerar como valor de um terreno, por exemplo, o preço pago na sua aquisição. Além disso, se um terreno foi comprado, deve ser registrado na contabilidade da entidade, e o seu valor não deve ser alterado. Outro aspecto importante, decorrente desse princípio, é que a contabilidade deve ser feita em moeda nacional. e) Princípio da atualização monetária Os aumentos de preços da economia afetam os valores da contabilidade de uma entidade. O princípio da atualização monetária reconhece esse fato e afirma que esses efeitos devem ser considerados. Desse modo, o valor de aquisição de um terreno deverá sofrer atualização monetária, para reconhecer a inflação ocorrida no período. O objetivo principal da atualização monetária é, exatamente, expurgar os efeitos inflacionários sobre os elementos patrimoniais, de modo a possibilitar que as demonstrações contábeis retratem o real estado econômico-financeiro da empresa. Nesses últimos anos, o Brasil tem passado por vários planos econômicos, com variação do nível de inflação e com retorno e volta oficial/legal/fiscal do procedimento de atualização monetária. No momento, estamos sem esse procedimento, desde 1o de janeiro de 1996. f) Princípio da competência 18 Contabilidade O princípio da competência estabelece quando a contabilidade deve registrar a receita e a despesa. A regra é que ambas devem ser consideradas na demonstração do resultado de uma entidade quando ocorrem, independente de pagamento ou recebimento. Um exemplo da aplicação do princípio da competência refere-se à situação da receita de prestação de serviço de uma entidade, a prazo. A contabilidade fará o registro da receita quando ocorrer a prestação do serviço, e não quando a entidade obtiver o recebimento. g) Princípio da prudência O princípio da prudência considera que, entre as alternativas válidas na quantificação dos componentes das demonstrações financeiras, deve-se adotar a que irá apresentar o menor ativo e o maior passivo para a entidade. Em decorrência da equação contábil, isso significa que, entre duas alternativas existentes, deve-se escolher a que apresenta o menor patrimônio líquido. É importante notar que se deve aplicar o princípio da prudência quando existir incerteza na estimativa dos valores. Considere, a título de exemplo, uma entidade que responde por um processo na justiça trabalhista. Já se sabe que a entidade será condenada, mas a previsão do valor a ser pago está em torno de dois números. A contabilização deve adotar a prudência, ou seja, utilizar o número que represente o maior passivo. Uma discussão mais aprofundada sobre os Princípios Fundamentais da Contabilidade pode ser vista na Resolução n. 774, de 16/12/1994, do Conselho Federal de Contabilidade. Consulte o site: www.cfc.org.br Atividade de Estudo: Agora, que você sabe em que consiste cada um dos Princípios Fundamentais da Contabilidade, vamos resolver o Estudo de Caso: O Grupo Provença do Vale Ltda. está contratando uma pessoa para trabalhar no Departamento de Contabilidade, tendo em vista a expansão de seus negócios. A pessoa a ser contratada deverá ter conhecimentos de contabilidade. Considere que seja você esta pessoa. Nessas condições, estude cautelosamente os dados a seguir, que fazem parte do teste de seleção, e a seguir responda os questionamentos: 19 Estrutura Conceitual da Contabilidade Capítulo 1 a) Um dos sócios emitiu um cheque seu para pagamento de uma duplicata da empresa. b) A empresa recebeu um pedido de venda em 30/10/2008, o diretor comercial mandou o contador contabilizar o pedido. A venda e a entrega da mercadoria ocorreriam no dia 03/11/2008. c) A empresa comprou um imóvel por R$ 85.000,00. Oito meses após a aquisição, o diretor da empresa verificou que o seu imóvel estava valendo R$ 100.000,00. Então, solicitou ao contador que retificasse o valor do imóvel para R$ 100.000,00. d) O prolabore dos sócios, referente ao mês de janeiro e pagos em fevereiro, estão contabilizados em fevereiro. e) A empresa está às voltas com um processo judicial. Na avaliação do departamento jurídico, ela tem 40% de chance de ganhar a causa. O contador entende que deve fazer a provisão e lançar em despesa o valor depositado. Nas questões, que princípios devem ser observados: a) ___________________________________________________________ b) ___________________________________________________________ c) ___________________________________________________________ d) ___________________________________________________________ e) ___________________________________________________________ Como vimos, a contabilidade possui regras a serem seguidas, e entre elas estão os Princípios Fundamentais da Contabilidade, os quais servem para orientar os profissionais contábeis na elaboração das informações para vários tipos de usuários; porém, nem sempre esses usuários têm entendimento das práticas e normas contábeis. Entre as práticas contábeis, encontram-se os regimes contábeis. Para melhor compreensão, vamos descrevê-los a seguir.Regimes Contábeis Regimes contábeis são as normas que orientam o registro e o controle dos fatos patrimoniais. Os regimes contábeis estão divididos em Regime de Competência e Regime de Caixa. a) Regime de Competência: determina que as receitas e as despesas devem ser incluídas na apuração do resultado do período em que ocorrem, sempre 20 Contabilidade simultaneamente, quando se correlacionam, independentemente de recebimento ou pagamento. De acordo com Hoji (2000), o regime de competência de exercícios, as receitas e as despesas são consideradas em função de seu fato gerador e não em função do seu recebimento ou pagamento, respectivamente. As receitas do exercício são aquelas efetivamente ganhas no período; não importa se foram recebidas ou não. As despesas do exercício são aquelas efetivamente incorridas no período, não importando se têm sido pagas ou não. O regime de competência se diferencia do regime de caixa, pelo fato do último considerar como receitas e despesas do período as que foram efetivamente recebidas ou pagas. Vejamos este exemplo, apresentado por Hoji (2000) e adaptado aos objetivos deste caderno: uma empresa adquire, em abril de 2006, material de escritório (papel, clips, canetas, cartuchos para impressora, papel, etc.), por R$ 2.300,00, a prazo, para pagamento em junho de 2006. O material é totalmente consumido no mês de maio de 2006. Considerando que o resultado do exercício é apurado mensalmente, em que mês será atribuída a despesa com material de escritório (abril, maio ou junho)? • Aquisição do material de escritório: abril • Consumo do material de escritório: maio • Pagamento do material de escritório: junho Pelo regime de competência, o material de escritório será registrado como despesa no mês de maio (mês do consumo). No mês de abril (mês de aquisição), o material foi registrado no ativo (estoque), ou seja, um gasto não desembolsado, pois será pago no mês de junho. b) Regime de Caixa: considera o registro contábil do pagamento ou recebimento no momento de sua efetivação, não importando a que período se refere o fato. De acordo com Hoji (2000), no regime de caixa, são consideradas receitas do período aquelas efetivamente recebidas e, despesas do período as efetivamente pagas. As empresas com fins lucrativos estão obrigadas, pela legislação fiscal, a adotarem o regime de competência na apuração do resultado, o que não impede que o regime de caixa seja utilizado gerencialmente como instrumento de controle e de decisão. A utilização do regime de caixa ou financeiro é muito comum nas De acordo com Hoji (2000), no regime de caixa, são consideradas receitas do período aquelas efetivamente recebidas e, despesas do período as efetivamente pagas. O regime de competência se diferencia do regime de caixa, pelo fato do último considerar como receitas e despesas do período as que foram efetivamente recebidas ou pagas. 21 Estrutura Conceitual da Contabilidade Capítulo 1 empresas sem fins lucrativos, como: associações, entidades religiosas, entidades filantrópicas, bem como nas micro e pequenas empresas, dispensadas da obrigatoriedade do regime de competência. Com base no exemplo anterior, pelo regime de caixa, o material de escritório será registrado como despesa no mês de junho, mês do efetivo pagamento, e não no mês de consumo. Na maioria das vezes, os empresários se perguntam: como obtive lucro, se não tenho dinheiro em caixa para pagar as minhas dívidas? E a resposta é: o lucro é fluxo econômico de recursos e caixa é fluxo financeiro de recursos. É imprescindível que todo empresário se utilize desse importante instrumento de gestão (a demonstração do fluxo de caixa) para administrar de forma eficiente os recursos da entidade (HOJI, 2000). Para fixar melhor os regimes contábeis, observe uma aplicação prática dos conceitos: Veja o seguinte exemplo: a empresa Estrela Ltda teve uma receita de R$ 20.000,00 no período, sendo que apenas 60% dessa receita foi recebida. Teve despesas no total de R$ 17.000,00 no mesmo período, sendo que R$ 12.000,00 foram efetivamente pagos. Os resultados, utilizando o regime de competência (econômico) e o regime de caixa (financeiro) serão os seguintes: Itens Regime de Competência Regime de Caixa Receita 20.000,00 12.000,00 (-) Despesas 17.000,00 12.000,00 Lucro 3.000,00 0 Normalmente, o resultado apurado pelo regime de competência é bem diferente daquele apresentado pelo regime de caixa. O regime de competência representa o resultado econômico e o regime de caixa representa o resultado financeiro. Os dois conceitos se complementam. Em resumo, podemos dizer que o conhecimento dos regimes contábeis é importante, pois refletem a situação da empresa de modo diferente. Lembramos também que a contabilidade é fundamentada no regime da competência, e isto vocês já tiveram conhecimento quando estudamos os princípios fundamentais da contabilidade. O resultado apurado pelo regime de competência é bem diferente daquele apresentado pelo regime de caixa. O regime de competência representa o resultado econômico e o regime de caixa representa o resultado financeiro. Os dois conceitos se complementam. 22 Contabilidade Atividade de Estudo: 1 Considerando os dados a seguir, referentes ao mês de dezembro/2005, calcule o resultado, de acordo com o regime de competência e o regime de caixa: Despesa de dezembro de 2005 paga em janeiro/2006 $ 46,00 Despesa de dezembro de 2005 paga em janeiro/2006 $ 64,00 Despesa de dezembro/2005 paga em dezembro/2005 $ 55,00 Receita de dezembro/2005 recebida em janeiro/2006 $ 37,00 Receita de janeiro/2006 recebida em dezembro/2005 $ 73,00 Receita de dezembro/2005 recebida em dezembro/2005 $ 61,00 Resultado apurado pelo regime de competência: $ ____________________ Resultado apurado pelo regime de caixa: $ ____________________ 2 Sabe-se o seguinte: a) Receitas do ano: De vendas $ 300.000,00 De vendas a prazo (não recebidas) $ 400.000,00 De prestação de serviços à vista $ 40.000,00 De prestação de serviço a prazo (não recebido) $ 30.000,00 $ 770.000,00 b) Despesas do ano: Aluguéis pagos (01/01 a 30/11) $ 50.000,00 Aluguel (12) a pagar em janeiro $ 5.000,00 Salários pagos (01/01 a 30/11) $ 100,000,00 Salários (12) a pagar em janeiro $ 15.000,00 Água e luz pagas $ 5.000,00 $ 175.000,00 Pelo Regime de Caixa e de Competência, temos lucro de: ( ) $ 185.000,00 – $ 180.000,00 ( ) $ 185.000,00 – $ 595.000,00 ( ) $ 595.000,00 – $ 185.000,00 ( ) $ 180.000,00 – $ 590.000,00 Agora você já conheceu a estrutura conceitual da contabilidade, e para que esta consiga desempenhar seu papel, dentro de todos seus preceitos, 23 Estrutura Conceitual da Contabilidade Capítulo 1 é fundamental um plano de contas, pois, é através dele que se registram os acontecimentos de uma empresa. Inicialmente, veremos o que é conta e, posteriormente, estudaremos o plano de contas. Plano de Contas Na sua linguagem cotidiana, o que representa a palavra conta? Possivelmente, sua resposta será: - É quanto se deve na farmácia, no supermercado, na loja, enfim, é tudo aquilo que tenho para pagar. Vejamos o conceito do ponto de vista técnico, ou seja, da contabilidade: CONTA – é o nometécnico dado aos componentes patrimoniais (Bens, Direitos, Obrigações e Patrimônio Líquido) e aos elementos de resultados (Despesas e Receitas). E, agora você deve estar perguntando, mas para que servem essas contas dentro da contabilidade? É através das contas que a contabilidade consegue desempenhar o seu papel. Por isso, elas devem ser tratadas com bastante carinho pelos contabilistas. Todos os acontecimentos que ocorrem na empresa, responsáveis pela sua gestão, como as compras, as vendas, os pagamentos, os recebimentos são registrados em livros próprios, através das contas. (RIBEIRO, 1996). Até aqui você ficou sabendo que as contas são importantes para os registros contábeis. São elas que permitem a escrituração dos atos e fatos ocorridos nas empresas. Todo o contabilista, ao proceder a escrituração contábil, deve ter em mãos uma relação de todas as contas necessárias ao seu processo contábil. Essa relação de contas chama-se plano de contas. Através das contas se faz a escrituração contábil dos atos e fatos ocorridos nas empresas. Esclarecemos que os atos são os acontecimentos que ocorrem na empresa e que não provocam alterações no patrimônio, e os fatos são os acontecimentos que provocam variações nos valores patrimoniais, podendo ou não alterar o patrimônio). Através das contas se faz a escrituração contábil dos atos e fatos ocorridos nas empresas. Esclarecemos que os atos são os acontecimentos que ocorrem na empresa e que não provocam alterações no patrimônio, e os fatos são os acontecimentos que provocam variações nos valores patrimoniais, podendo ou não alterar o patrimônio). 24 Contabilidade Então, você deve estar pensando: afinal, o que é o Plano de Contas? a) Plano de contas O Plano de Contas é a estrutura sobre a qual se constrói e elabora a escrituração, com a finalidade de mantê-la ordenada, de forma a obter, de maneira clara e objetiva, os dois instrumentos informativos mais importantes da contabilidade: o Balanço Patrimonial e a Demonstração do Resultado do Exercício (PADOVEZE, 2000). Em outras palavras, o plano de contas deve ser planejado com a mesma estrutura do Balanço Patrimonial e da Demonstração do Resultado do Exercício. Para Padoveze (2000, p.73), é chamado plano de contas: conjunto de contas criado pelo contador, para atender às necessidades de registro dos fatos administrativos, de forma a possibilitar a construção dos principais relatórios contábeis e atender a todos os usuários da informação contábil. O Plano de Contas deve ser tão detalhado, conforme as necessidades e o interesse da empresa em informações detalhadas; não existem regras que estabeleçam o número máximo ou o número mínimo de contas que um plano de contas deve conter. É preciso que se saiba, todavia, que o plano de contas deve estar elaborado de forma a permitir a inclusão de novas contas, sempre que isto se fizer necessário. Portanto, o grau de detalhamento do plano de contas varia segundo o interesse do contador e da empresa, levando sempre em consideração a necessidade de registrar todas as ocorrências na vida de uma empresa. No livro Manual de Contabilidade das Sociedades por Ações-FIPECAFI, você encontrará, no capitulo 2, mais informações e também um modelo de PLANO DE CONTAS. b) Técnica da elaboração do plano de contas O Plano de contas deve possuir contas em número suficiente para registrar todos os valores positivos, todos os valores negativos, todos os ingressos e todas as despesas de forma detalhada, a fim de não ocorrerem confusões. Na preparação do Plano de Contas deve-se iniciar do grupo maior para os grupos menores - do geral para o particular. (FAGUNDES, 2009). Assim, segundo Fagundes (2009), podemos dizer que o plano de contas pode se dividir em quatro grandes grupos: O Plano de Contas deve ser tão detalhado, conforme as necessidades e o interesse da empresa em informações detalhadas; não existem regras que estabeleçam o número máximo ou o número mínimo de contas que um plano de contas deve conter. 25 Estrutura Conceitual da Contabilidade Capítulo 1 • Contas patrimoniais: - ativo - passivo e patrimônio líquido • Contas de resultado: - receitas - despesas Ou, visando à elaboração da demonstração do resultado do exercício, em apenas três: • Ativo: agrupando todas as contas que representam bens ou direitos da empresa. • Passivo e patrimônio líquido: agrupando todas as contas que representam as obrigações da empresa e o capital próprio (patrimônio líquido). • Contas de resultado: agrupando as contas de resultado. Seu saldo representa uma receita, um ingresso, um lucro, quando credor, ou uma despesa, um gasto, uma perda, quando devedor. As contas de segundo grau são aquelas que representam o agrupamento de contas em que se divide o ativo, o passivo e as contas de resultado, com o mesmo ordenamento em que é feita a apresentação das demonstrações contábeis. Assim, teremos dentro do ativo, os seguintes grandes grupos, conforme a Medida Provisória 449/2008: 1 ATIVO 1.1 Ativo Circulante: Este grupo agrega as contas que representam os valores disponíveis em caixa, em bancos, os valores a receber até a data do próximo balanço, os estoques e as despesas pagas antecipadamente e que influenciarão os resultados do exercício seguinte. Este grupo pode ser dividido em outros subgrupos de acordo com as necessidades e conveniências. 1.2 Ativo Não-Circulante: Este grupo agrega as contas que representam os valores a receber (os direitos) cujo vencimento ocorre após o balanço seguinte, denominado Ativo Realizável a Longo Prazo; e as contas representativas dos bens adquiridos com caráter permanente, que são os Investimentos, as Imobilizações e o Intangível: a) Investimentos: Agrupam as contas que representam as aplicações de recursos financeiros em outras empresas ou em bens que não mantenham relação com a atividade objeto da empresa. 26 Contabilidade b) Imobilizações: Aqui se agrupam as contas que representam as aplicações de recursos financeiros que visam à manutenção da atividade objeto da empresa e as respectivas contas de regularização. c) Intangível: Os direitos que tenham por objeto bens incorpóreos, destinados à manutenção da companhia ou exercidos com essa finalidade, inclusive o fundo de comércio adquirido. 2 PASSIVO 2.1 Passivo Circulante: Reúne as contas representativas das obrigações da empresa, vencíveis no decurso do exercício seguinte (antes do próximo balanço). 2.2 Passivo Não-Circulante: Agrupa as contas que representam as obrigações que terão seu vencimento após o decurso do exercício seguinte (após o próximo balanço); também neste grupo estão as contas de Resultado de Exercícios Futuros e do Patrimônio Líquido. a) Resultado de exercícios futuros: São as contas que representam as receitas e despesas relativas a obras, cujo ciclo operacional seja superior a um ano. Ex.: a construção de um edifício. b) Patrimônio líquido: São as contas que representam o patrimônio líquido da empresa, formado pelo seu capital social, suas reservas e lucros ou prejuízos acumulados. Resultado Do Período O resultado do período compara as receitas com as despesas do período, reconhecidas e apropriadas, conforme o regime de competência, já estudado neste capítulo, apurando um resultado que pode ser positivo ou negativo. As contas que compõem este resultado estão descritas a seguir: a) Receita Bruta: reúne as contas que representam a receita bruta das vendas de mercadorias, de mercadorias e serviços, ou apenas, de serviços. b) Abatimentos da Receita Bruta: reúne as contas que representam as vendas anuladas, os descontos incondicionais e os impostos incidentes sobre as vendas, dos quais o comerciante é mero repassador (ICMS, PIS e COFINS).O resultado do período compara as receitas com as despesas do período, reconhecidas e apropriadas. 27 Estrutura Conceitual da Contabilidade Capítulo 1 c) Custo das Vendas: neste grupo se reúnem as contas utilizadas na apuração do custo das mercadorias vendidas: mercadorias estoque (EI); compras à vista; compras a prazo; fretes sobre compras e devolução de compras. d) Despesas Operacionais: são todas as despesas necessárias à atividade geral da empresa, tendo em vista o fim a que ela se propõe. Este grupo, geralmente, é dividido em subgrupos, de acordo com o interesse da empresa (despesas com vendas, despesas administrativas, despesas financeiras etc.) É importante ressaltar os aspectos operacionais que o contador deve levar em consideração, na criação das contas. São elementos que ele cria e dos quais se utiliza para melhor controlar o patrimônio de uma entidade. com o objetivo de responder às três perguntas básicas para o responsável pela entidade contabilizada, que são: • O que tenho e devo e qual o valor do que tenho e devo? • Respondida através do Balanço Patrimonial. • Quanto ganhei no último período? • Respondida pela variação do Patrimônio Líquido, no Balanço Patrimonial e na Demonstração de Resultados. • Como foi o ganho do último período? • Respondida pela Demonstração dos Resultados (Receitas – Despesas). O contador cria tantas contas quantas forem necessárias, para registrar todos os fatos que possibilitem tais respostas. Para finalizar, você deve ter percebido que, para assegurar a uniformidade na utilização de contas para o registro das transações, as empresas se utilizam de um plano de contas. Um plano de contas representa a organização das contas usadas pela empresa para o registro das transações, com o objetivo de assegurar a uniformidade na sua utilização. Neste capítulo, você conheceu alguns termos usados na contabilidade, tais como: Ativo, Passivo e Patrimônio Líquido. No próximo capítulo, em que estudaremos o patrimônio, esses termos serão melhor esclarecidos. 28 Contabilidade Atividade de Estudos: O sistema patrimonial de contas divide-as em quatro grandes agrupamentos: Contas Patrimoniais = contas de Ativo e Passivo Contas de Resultado = contas de Receitas e Despesas As contas abaixo representam um patrimônio em detalhe. Coloque (A) se for conta de Ativo; (P) se for conta de Passivo; (D) se for conta de Despesa; e (R) se for conta de Receita. ( ) Caixa ( ) Empréstimos ( ) Bancos com movimento ( ) Juros recebidos ( ) Juros pagos ( ) Fretes e despachos ( ) Salários a pagar ( ) Salários ( ) Duplicatas a receber ( ) Móveis e utensílios ( ) Vendas ( ) Descontos obtidos ( ) Duplicatas a pagar ( ) Mercadorias estoque ( ) Aluguéis pagos ( ) Encargos de INSS ( ) Aluguéis recebidos ( ) Capital Social ( ) Comissões pagas ( ) Comissões recebidas ( ) Viagens e refeições ( ) Energia elétrica ( ) Gastos com telefone ( ) FGTS a pagar Algumas Considerações Neste capítulo, conhecemos que o objetivo da contabilidade é avaliar o patrimônio da empresa, fornecendo informações úteis aos diversos tipos de usuários. Podemos perceber que a contabilidade não é propriedade do contador e nem a ele se destina. Compete a este importante profissional comunicar, da forma mais apropriada possível, a informação que possa auxiliar os tomadores de decisão. Entendemos que os conceitos contábeis devem ser claros e concisos, de modo a serem corretamente entendidos pelos usuários. Vimos, também, que os usuários são divididos em usuários internos, que são pessoas que trabalham na entidade, ou externos, como por exemplo, a autoridade fiscal, os investidores, as agências reguladoras do governo, os fornecedores e clientes. Diferenciamos os regimes de caixa e de competência e aprendemos que, na contabilidade, usamos o regime de competência. E, não menos importante, você compreendeu que o plano de contas é um guia para se fazer contabilidade e que cada empresa deverá efetuar um plano de contas de acordo com suas necessidades. 29 Estrutura Conceitual da Contabilidade Capítulo 1 Referências BRASIL. Medida provisória n. 449/08, de 4 de dezembro de 2008. Diário Oficial da União, Poder Executivo, Brasília, DF, 4 dez. 2008. Seção 1. Disponível em: <http://legis.senado.gov.br/mate/servlet/PDFMateServlet?s=http://www.senado. gov.br/sf/atividade/Materia/MateFO.xsl&o=ASC&m=88571>.Acesso em: 11 abr. 2009. FAGUNDES, Jair Antonio. Site do contador. Disponível em: <http://www.jair.fema. com.br/>. Acesso em: 23 abr. 2009. FAVERO, Hamilton Luiz. Contabilidade: teoria e prática. São Paulo: Atlas, 1997. FRANCO, Hilário. Contabilidade geral. 23. ed. São Paulo: Atlas, 1998. HOJI, Masakazu. Administração financeira: uma abordagem prática. 2. ed. São Paulo: Atlas, 2000. PADOVEZE, Clóvis Luís. Manual de contabilidade básica. Uma introdução à prática contábil. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2000. RIBEIRO, Osni Moura. Contabilidade básica. 20. ed. São Paulo: Saraiva, 1996. CAPÍTULO 2 Patrimônio A partir da concepção do saber fazer, neste capítulo você terá os seguintes objetivos de aprendizagem: 3 Compreender a situação patrimonial das entidades. 3 Classificar a situação do patrimônio das entidades. 3 Diferenciar origens e aplicações de recursos. 33 Patrimônio Capítulo 2 Contextualização Vamos pensar juntos. O tema deste capítulo é o patrimônio. Você deve estar pensando: eu já ouvi este termo, de fato, ouviu, sim! No capítulo1, mencionamos este termo. Lembra da questão de montar uma loja de eletrodomésticos? Nela foi comentado como se forma o patrimônio de uma empresa. Como você já tem uma breve noção de patrimônio, neste capítulo trataremos com mais detalhes sobre este assunto. Para tanto, inicialmente trataremos do conceito de patrimônio. A seguir, vamos diferenciar os aspectos do patrimônio (quando é qualitativo ou quantitativo). Veremos a representação gráfica, a situação líquida e a equação fundamental do patrimônio. Por fim, conheceremos o que são origens e aplicações de recursos. Patrimônio Patrimônio é o conjunto de riquezas de propriedade de alguém ou de uma empresa. Padoveze (2000, p. 37) dá a seguinte definição para patrimônio: “É o conjunto de bens, direitos e obrigações de uma entidade”. Quando você entra em um supermercado, por exemplo, encontra inúmeros objetos, como balcão, vitrines, prateleiras, computadores e uma infinidade de mercadorias para venda. Todos estes objetos são os bens que o supermercado possui. Bens são coisas capazes de satisfazer as necessidades humanas; do ponto de vista das empresas, os bens são tudo aquilo que elas possuem, seja para seu uso, venda ou consumo. Os bens classificam-se em: bens materiais e imateriais, segundo Padoveze (2000). Se você consultar outros autores, você também encontrará esta classificação, já que os conceitos a seguir são fundamentais na Ciência Contábil. Contudo, neste caderno optamos pela abordagem de Pavodeze (2000). a) Bens materiais: são também chamados de bens corpóreos, ou de bens tangíveis; representam os objetos que a empresa tem para uso (prédios, móveis, carros etc.), para venda/troca (mercadorias, dinheiro etc.), ou para consumo (material de limpeza, de expediente etc.). Bens são coisas capazes de satisfazer as necessidades humanas; do ponto de vista das empresas, os bens são tudo aquilo que elas possuem, seja para seu uso, venda ou consumo. 34 Contabilidade b) Bens imateriais: Também tidos como bens incorpóreos ou intangíveis, são os gastos que, por sua natureza, a legislação exige que sejam tidos como parte do patrimônio (ativo diferido, gastos com reformas, benfeitorias, etc.); como tais também são classificadas as marcas e as patentes, o fundo de comércio, etc. Os conceitos aseguir também nos ajudam a entender melhor o conceito de patrimônio: • Constituem Direitos os valores que as empresas têm para receber de terceiros, tais como duplicatas a receber, promissórias a receber, aluguéis a receber, etc. • Constituem as Obrigações os valores que as empresas têm a pagar a terceiros, como duplicatas a pagar, salários a pagar, impostos a pagar, etc. Constituem Direitos para a empresa todos os valores que ela tem a receber de terceiros (terceiros, no caso, são os clientes da empresa). As Obrigações para a empresa são todos os valores que ela tiver a pagar para terceiros (neste caso, terceiros são os fornecedores, bancos e outras pessoas para quem a empresa deve). Depois de analisar estes conceitos, você deve ter compreendido que o patrimônio é um conjunto de bens, direitos e obrigações. Mas, se eu disser que o Patrimônio da minha empresa é: BENS + DIREITOS + OBRIGAÇÕES Somente com essas informações será possível avaliar o tamanho desse Patrimônio? É evidente que não. É necessário ressaltar dois aspectos que a contabilidade leva em conta para representar os elementos que compõem o Patrimônio: o qualitativo e o quantitativo. ASPECTO QUALITATIVO E QUANTITATIVO Vimos, a princípio, que o Patrimônio é um conjunto de Bens, Direitos e Obrigações. Porém, existe a necessidade de ressaltar dois aspectos que a contabilidade deve levar em conta para representar adequadamente os elementos que compõem o patrimônio: o qualitativo e o quantificativo: a) Aspecto Qualitativo: consiste em qualificar os nomes, os títulos dados aos elementos patrimoniais, de acordo com sua classificação contábil; designando assim a natureza de cada elemento. 35 Patrimônio Capítulo 2 Exemplo: BENS DIREITOS OBRIGAÇÕES Dinheiro Contas a Pagar Veículos Duplicatas a receber Impostos a Pagar Máquinas Financiamentos a Pagar Com este conhecimento, já melhorou a ideia que se pode ter do Patrimônio da minha empresa. Mas ainda não basta, pois, eu pergunto: quanto dinheiro possuo? Quantos veículos tenho? Quanto tenho a pagar? Daí a necessidade do segundo aspecto. b) Aspecto Quantitativo: consiste em dar a esses bens, direitos e obrigações seus respectivos valores. Veja o exemplo: BENS R$ Dinheiro 10.000,00 Veículos 50.000,00 Máquinas 80.000,00 DIREITOS Duplicatas a Receber 15.000,00 OBRIGAÇÕES Contas a pagar 18.000,00 Impostos a pagar 8.000,00 Com essas informações é possível fazer uma ideia do tamanho do Patrimônio da minha empresa, pois ficou esclarecido o que e quanto a empresa tem em Bens, Direitos e Obrigações. O próximo passo é a sua representação gráfica. Representação Gráfica do Patrimônio Na representação gráfica, conforme o modelo a seguir, temos, de um lado, os Bens e os Direitos, que formam o grupo dos elementos positivos, denominados de Ativo, e do outro lado, as Obrigações, que formam o grupo dos elementos negativos, denominados de Passivo. 36 Contabilidade Essa é a forma de representar o patrimônio de uma empresa, que recebe o nome de Balanço Patrimonial. Note que mais dois nomes apareceram: Ativo e Passivo. Até agora, nos limitamos a esclarecer o que é Ativo e Passivo e onde devem ser colocados os elementos representativos dos Bens, Direitos e Obrigações. Para que a representação gráfica do Patrimônio Líquido esteja completa, é preciso representar os elementos que o compõem com seus respectivos valores. É isso que faremos nesta parte do capítulo. E, por que estudar as situações líquidas? - Para atender a um grande objetivo: acrescentar ao seu conhecimento mais um grupo de elementos na representação gráfica do patrimônio. Situação Líquida ou Patrimonio Líquido Esse novo grupo, que se chama Patrimônio Líquido, juntamente com o Ativo e o Passivo, completará a representação gráfica do Patrimônio, permitindo que o total do lado esquerdo seja igual ao do lado direito, dando-lhe a forma de equação. Entretanto, para que você possa compreender melhor esse novo grupo de elementos (Patrimônio Líquido), vamos estudar as situações líquidas patrimoniais. Se considerarmos, de forma simplificada, apenas Ativo e Passivo, podemos denominar como Situação Líquida, ou PL, a diferença simples entre Ativo e Passivo. Neste caso não tomamos inicialmente o PL como grupo do Passivo, mas sim, como resultado dessa diferença: Ativo – Passivo = PL a) Situação Líquida Positiva (PL > 0) Patrimônio Ativo Passivo Bens Obrigações Móveis e Utensílios Duplicatas a pagar Estoques Impostos a pagar Caixa Direitos Duplicatas a receber P L 37 Patrimônio Capítulo 2 Dado o exposto, há três situações possíveis em relação à Situação Líquida, ou PL. A primeira delas é a situação em que a soma dos bens e direitos supera o total das obrigações da empresa. Tal situação pode ser definida como situação líquida positiva, situação superavitária, ativo maior que passivo, ou situação líquida ativa. (LUCENA, 2009). Vejamos o exemplo a seguir: PATRIMÔNIO ATIVO PASSIVO Bens Obrigações Caixa 4.000,00 Fornecedores 12.000,00 Terrenos 31.000,00 Impostos a pagar 3.000,00 Direitos Clientes 25.000,00 PL 45.000,00 TOTAL 60.000,00 TOTAL 60.000,00 Perceba no exemplo que o PL é maior que zero, ou seja, há uma situação líquida positiva. b) Situação Líquida Negativa (PL < 0) Como consequência da definição apresentada, podemos ter uma situação em que o PL seja negativo; ou seja, uma situação líquida negativa, na qual o Ativo é menor que o Passivo; também chamada de deficitária, passiva ou, simplesmente, de passivo a descoberto. (LUCENA, 2009). Observemos o exemplo que segue: PATRIMÔNIO ATIVO PASSIVO Bens Obrigações Caixa 4.000,00 Fornecedores 40.000,00 Terrenos 31.000,00 Impostos a pagar 25.000,00 Direitos Clientes 25.000,00 PL (5.000,00) TOTAL 60.000,00 TOTAL 60.000,00 Note que o PL é menor que zero, ou seja, há uma situação líquida negativa. 38 Contabilidade c) Situação Líquida Nula (PL = 0) Seguindo o mesmo raciocínio patrimonial, é fato que possamos ter uma situação em que o PL seja nulo, ou seja, igual a zero; também chamada de situação líquida nula, inexistente, ou Ativo igual a Passivo. (LUCENA, 2009). Tomemos o seguinte caso: PATRIMÔNIO ATIVO PASSIVO Bens Obrigações Caixa 4.000,00 Fornecedores 40.000,00 Terrenos 31.000,00 Impostos a pagar 20.000,00 Direitos Clientes 25.000,00 PL --------- TOTAL 60.000,00 TOTAL 60.000,00 Observe que o PL é igual a zero, ou seja, há uma situação líquida nula. Nas situações apresentadas, note que os valores do Ativo e do Passivo são sempre positivos, ou seja, maiores que zero. Entretanto, há casos particulares em que esses valores podem ser iguais a zero, porém nunca negativos. Teremos Passivo igual a zero no ato de constituição do patrimônio da empresa, em que esta não tem ainda obrigações. Outrossim, teremos o Ativo igual a zero por ocasião do encerramento das atividades da empresa, em que esta não tem mais bens e/ou direitos. Estas são situações hipotéticas, porém, passíveis de ocorrerem. Já, em relação ao Patrimônio Líquido (PL), este pode ser positivo, negativo ou nulo – como vimos (LUCENA, 2009). Equação Fundamental do Patrimônio O patrimônio, por ser um conjunto de bens, direitos e obrigações, deve ser demonstrado de forma bastante simples, a fim de transmitir as informações desejadas pelos usuários. A equação gráfica que demonstra esse patrimônio é denominada de Balanço Patrimonial e deve expressar: 39 Patrimônio Capítulo2 BALANÇO PATRIMONIAL ATIVO PASSIVO Bens e Direitos Obrigações PATRIMÔNIO LÍQUIDO Capital próprio Vejamos como fica o Gráfico Patrimonial, considerando os subgrupos contábeis: Quadro 1 – Gráfico Patrimonial PATRIMÔNIO ATIVO PASSIVO CIRCULANTE CIRCULANTE NÃO-CIRCULANTE NÃO-CIRCULANTE Realizável a Longo Prazo Investimentos Imobilizado PATRIMÔNIO LÍQUIDO Intangível Capital Social Reservas de Capital (+/-) Ajustes de avaliação patrimonial Reservas de Lucros (-) Ações em tesouraria Prejuízos Acumulados Fonte: Adaptado de Lucena (2009) Se voltar ao capítulo 1 deste caderno, no item Técnica de Elaboração do Plano de Contas, você encontrará a composição das contas do Ativo, Passivo e Patrimônio Líquido. Chegou o momento de você saber por que o Patrimônio da empresa é representado pelo Balanço Patrimonial, em um gráfico de dois lados, e por que ambos os lados possuem o mesmo total; e, ainda, por que o valor do Patrimônio não é igual à soma dos dois totais encontrados nos dois lados do Balanço Patrimonial. Para começar, o que a representação gráfica mostra? Ela nos mostra que o Passivo é a Origem de Capitais, isto é, como a empresa conseguiu os recursos que possui, e o Ativo mostra a Aplicação de Capitais, isto é, onde a empresa aplicou os recursos originados pelo lado do Passivo. 40 Contabilidade Veja a seguir o que significam os termos Origem e Aplicação de Recursos. Origens e Aplicações de Recursos Observando um gráfico patrimonial, é possível identificar o total de recursos que a empresa obteve e que estão à sua disposição. O Passivo patrimonial representa de onde provêm esses recursos; enquanto o Ativo patrimonial representa onde a empresa os aplicou. Vejamos especificamente cada um desses conceitos: a) Passivo (Origem de Recursos) São os recursos totais à disposição da empresa, que têm origem em duas fontes: • Recursos de terceiros: correspondem às obrigações; são os recursos provenientes de terceiros e que a empresa utiliza para a suas atividades, estes recursos são denominados débitos de funcionamento (débitos com fornecedores, débitos fiscais, obrigações trabalhistas, etc.). Também são recursos de terceiros os débitos de financiamento, como os empréstimos, financiamentos, etc. • Recursos próprios: são recursos provenientes do capital próprio dos sócios (Capital Social), bem como os acréscimos a esse capital decorrentes da gestão normal da empresa, como lucros e reservas. Os recursos próprios da empresa estão todos localizados nas contas do Patrimônio Líquido (PL). (LUCENA, 2009). b) Ativo (Aplicações de Recursos) O lado do Ativo mostra onde a empresa aplicou seus recursos. Como exemplo, podemos citar os valores em caixa e em bancos, os saldos de estoque, os imóveis, etc. Vejamos um exemplo prático desses conceitos, na perspectiva de Lucena (2009): O Passivo patrimonial representa de onde provêm esses recursos; enquanto o Ativo patrimonial representa onde a empresa os aplicou. 41 Patrimônio Capítulo 2 PATRIMÔNIO ATIVO PASSIVO CIRCULANTE CIRCULANTE Caixa 23.000,00 Fornecedores 18.000,00 Clientes 30.000,00 Impostos a recolher 5.000,00 Estoques 50.000,00 Salários a pagar 8.000,00 NÃO-CIRCULANTE NÃO-CIRCULANTE Realizável a Longo prazo Financiamentos 15.000,00 Clientes 10.000,00 Aluguéis ativos a vencer 2.000,00 Imobilizado PATRIMÔNIO LÍQUIDO Móveis 6.000,00 Capital social 70.000,00 Imóveis 34.000,00 Reservas de capital 20.000,00 Reservas de lucro 15.000,00 TOTAL DO ATIVO 153.000,00 TOTAL DO PASSIVO 153.000,00 Vamos usar alguns termos úteis em relação aos componentes do patrimônio, representado anteriormente por Lucena (2009): • Recursos Totais = R$ 153.000,00 (é o total do Ativo ou do Passivo) • Capital Total = R$ 153.000,00 (igual a recursos totais) • Capital = R$ 70.000,00 (igual a capital social) • Capital Subscrito = R$ 70.000,00 (igual a capital social) • Capital Nominal = R$ 70.000,00 (igual a capital social) • Capital Inicial = R$ 70.000,00 (igual a capital social • Patrimônio = R$ 153.000,00 (igual a recursos totais) • Patrimônio Líquido = R$ 105.000,00 • Situação Líquida = R$ 105.000,00 (igual a patrimônio Líquido). • Recursos Próprios = R$ 105.000,00 (igual a patrimônio líquido) • Recursos de Terceiros = R$ 48.000,00 (total do passivo menos PL) • Passivo = Origens dos Recursos • Ativo = Aplicações dos Recursos Quando você analisar um Balanço Patrimonial, atente para os seguintes pontos: • o Ativo mostra em que a empresa aplicou seus recursos, ou onde ela aplicou todo o seu Capital; • o Passivo mostra onde a empresa conseguiu os recursos que estão aplicados no ativo. Depois de descrever e classificar as várias situações do Patrimônio, vamos conhecer, no próximo capítulo, quais são e como se elaboram as Demonstrações Contábeis de uma empresa. 42 Contabilidade Atividade de Estudo: 1) Diferencie o aspecto quantitativo e o aspecto qualitativo do patrimônio. 2) Dê os conceitos de bens intangíveis e bens materiais. 3) A Cia. Chaves apresenta o seguinte balancete: Contas Saldo devedor Saldo credor Caixa 10.200,00 Capital 10.000,00 Terrenos 200,00 Despesas de salários 3.000,00 Contas a pagar 200,00 Despesas de material 220,00 Despesas de aluguel 800,00 Despesas de impostos 500,00 Despesas gerais 200,00 Receitas 4.920,00 Total 15.120,00 15.120,00 Efetue: a) A Demonstração de resultado b) O Balanço Patrimonial c) Qual a situação líquida do balanço da Cia. Chaves? 4 Classifique os elementos constantes do quadro a seguir em: A – Bens ou Direitos ou Obrigações B – Positivo ou Negativo C – Ativo ou Passivo 43 Patrimônio Capítulo 2 ELEMENTOS A B C Bens Positivo Ativo Computadores e periféricos Móveis do escritório Duplicatas a receber Impostos a recolher Aluguéis a pagar Dinheiro em caixa Fornecedores Instalações Duplicatas a pagar Impostos a pagar Salários a pagar Conta Corrente Bancária Máquinas Estoques Financiamentos a pagar Terrenos Veículos Encargos sociais a pagar Comissões a pagar Móveis e Utensílios Algumas Considerações Neste capítulo, conhecemos como é a composição do patrimônio de uma empresa, o qual é composto de bens, direitos e obrigações. Quando esses elementos são representados graficamente, temos a equação patrimonial, onde: Ativo – Passivo = Patrimônio Líquido. Para entender a representação gráfica do patrimônio, é preciso quantificar, ou seja, dar valor aos elementos que o compõem. Podemos diferenciar as situações líquidas do patrimônio, isto é: quando o Ativo é maior que o Passivo, temos uma situação positiva; quando o Ativo for 44 Contabilidade menor que o Passivo, temos uma situação negativa; e, quando o Ativo for igual ao Passivo, teremos uma situação nula. Ao analisar um Balanço Patrimonial, você saberá diferenciar as origens e as aplicações de recursos, em que o ativo mostra em que a empresa aplicou seus recursos e o passivo mostra onde a empresa conseguiu os recursos que estão aplicados no ativo, se foram de capitais de terceiros ou de capitais próprios. Referências LUCENA, Humberto Fernandes. Curso de contabilidade introdutória. Disponível em: <www.editoraferreira.com.br>. Acesso em: 24 abr.2009. PADOVEZE, Clóvis Luís. Manual de contabilidade básica. Uma introdução à prática contábil. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2000. CAPÍTULO 3 Estrutura das Demonstrações Contábeis A partir da perspectiva do saber fazer, neste capítulo você terá os seguintes objetivos de aprendizagem: 3 Conhecer as demonstrações contábeis exigidaspela legislação brasileira. 3 Compreender como elaborar as demonstrações contábeis. 3 Diferenciar cada demonstração contábil. 47 Estrutura das Demonstrações Contábeis Capítulo 3 Contextualização Como você já sabe, para que os usuários da informação contábil possam conhecer cada empresa, os mesmos utilizam as Demonstrações Contábeis, que representam o principal meio informativo da situação patrimonial e dos resultados obtidos. No capítulo I, você compreendeu que o objetivo da contabilidade é prestar informações aos usuários. Agora, além da aplicação dos princípios fundamentais da contabilidade, você perceberá que são necessários cuidados especiais quanto à forma, ao conteúdo e ao nível de detalhes das demonstrações contábeis, pois, elas visam a responder questões básicas, tais como: qual o retorno? qual o patrimônio? qual a situação financeira? Ao final deste capítulo, você saberá como responder essas questões. Para tanto, inicialmente, veremos quais são as demonstrações contábeis exigidas das empresas. A seguir, conheceremos essas demonstrações, que são peças importantes extraídas dos registros contábeis e são apresentadas em forma de relatórios, como: Balanço Patrimonial, Demonstração do Resultado do Exercício, Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido, Demonstração do Fluxo de Caixa e Demonstração do Valor Adicionado. Estrutura das Demonstrações Contábeis Normalmente, as informações geradas para os usuários externos são padronizadas e atendem aos requisitos da Lei n. 6.404/76, com as alterações dadas pela Lei n. 11.638/07 e, posteriormente, pela MP 449/08. Você encontrará, na íntegra, a Lei n. 11.638/07 e a MP 449/08, acessando o site do Conselho Federal de Contabilidade: www.cfc.org.br. De acordo com a Lei 11.638/07, as demonstrações contábeis a serem elaboradas pela contabilidade são: • Balanço Patrimonial - BP • Demonstração de Resultado do Exercício - DRE • Demonstração da Mutação do Patrimônio Líquido - DMPL • Demonstração do Fluxo de Caixa • Demonstração do Valor Adicionado 48 Contabilidade É preciso que o profissional de contabilidade saiba, entre as diversas concepções de elaboração e apresentação dos relatórios contábeis, efetuar aquela que melhor se adapte aos usuários, levando em consideração as necessidades de cada usuário. Balanço Patrimonial O balanço patrimonial é uma demonstração estática (quer dizer, parada), pois apresenta a situação da empresa em um dado momento. Portanto, o balanço patrimonial é a demonstração utilizada para refletir a posição financeira e patrimonial da empresa em um determinado momento. (IUDÍCIBUS, 2008). O balanço patrimonial apresenta os bens e direitos, que são os ativos, e as obrigações da entidade, numa determinada data. As obrigações estão divididas em dois grandes grupos: o passivo, que são as obrigações da entidade com terceiros; e o patrimônio líquido, que são as obrigações da entidade para com os acionistas. A relação entre os ativos e as obrigações encontra-se no esquema abaixo. A ilustração apresenta a equação contábil básica que relaciona o ativo com o passivo e o patrimônio líquido. Essa relação explica a denominação do balanço patrimonial. Em outras palavras, o ativo deve estar equilibrado – ou balanceado – com as obrigações. Em termos práticos, isso significa que, numa entidade, o valor do ativo deverá ser igual à soma do passivo e o patrimônio líquido. Ativo = Passivo + Patrimônio Líquido No balanço patrimonial, as contas são classificadas segundo os elementos do patrimônio que registram e estão agrupadas de modo a facilitar o conhecimento e análise da situação financeira, segundo o artigo 178 da Lei 6.404/76, alterado pela Lei 11.638/07. No ativo, as contas serão dispostas em ordem decrescente de grau de liquidez dos elementos nelas registrados e, no passivo, em ordem decrescente de grau de exigibilidade. O balanço patrimonial, normalmente dividido em três grandes grupos, é apresentado conforme o quadro a seguir: O balanço patrimonial apresenta os bens e direitos, que são os ativos, e as obrigações da entidade, numa determinada data. 49 Estrutura das Demonstrações Contábeis Capítulo 3 a) Ativo: compreende as aplicações de recursos, normalmente em bens e direitos. b) Passivo: compreende as exigibilidades e obrigações. c) Patrimônio líquido: representa a diferença entre o ativo e o passivo, portanto, o valor líquido da empresa. Quadro 2 – Balanço Patrimonial BALANÇO PATRIMONIAL ATIVO PASSIVO Ativo Circulante Passivo Circulante Passivo Não-Circulante Ativo Não-Circulante Receitas de Exercícios Futuros Realizável a Longo Prazo Investimentos PATRIMÔNIO LÍQUIDO Imobilizado Capital Social Intangível Reservas de Capital Reservas de Lucros +/- Ajuste Avaliação Patrimonial (-) Ações em Tesouraria Prejuízos Acumulados Fonte: Elaborado pela autora As informações, que podem ser extraídas a partir do balanço patrimonial, são as mais diversas possíveis. Considere o balanço patrimonial da Cia. Estrela, apresentado no quadro 3. É possível constatar que o capital aplicado pelos acionistas na entidade é de R$ 300 mil. A esse capital, soma-se o valor dos lucros acumulados, de R$ 50 mil. Esse montante dos lucros acumulados foi obtido a partir da demonstração das mutações do patrimônio líquido, mostrado no quadro 8. O passivo da entidade é composto por contas a pagar, de R$ 30 mil, e empréstimos obtidos em instituições financeiras, de R$ 220 mil. Uma análise da composição do ativo da Cia. Estrela revela que a maioria dos recursos está aplicada em terrenos (R$ 270 mil) e máquinas (R$ 230 mil). Existem recursos em conta corrente, em bancos (R$ 45 mil), valores a receber de terceiros (R$ 35 mil) e estoques (R$ 20 mil). 50 Contabilidade Quadro 3 – Balanço Patrimonial da Cia. Estrela BALANÇO PATRIMONIAL EM 31.12.2008 CIA. ESTRELA ATIVO PASSIVO Circulante Circulante Bancos 45.000,00 Contas a pagar 30.000,00 DP a Receber 35.000,00 Não-Circulante Estoques 20.000,00 Empréstimos a pagar 220.000,00 Não-Circulante Terrenos 270.000,00 Patrimônio Líquido Máquinas 230.000,00 Capital 300.000,00 Reservas de Lucros 50.000,00 Total do Ativo 600.000,00 Total Passivo + P.Liquido 600.000,00 Fonte: Elaborado pela autora É importante também observar que, ao contrário da demonstração do resultado, o balanço patrimonial refere-se a uma data específica no tempo. Isso significa, por exemplo, que o valor de R$ 45 mil, do item bancos, expressa quanto a entidade possuía, no dia 31 de dezembro de 2008, na sua conta corrente. Para fazermos uma pequena análise do balanço da Cia. Estrela (pois, no capítulo 4, vamos tratar com maior profundidade sobre o assunto), observe o quadro 4, no qual podemos questionar onde a entidade está buscando dinheiro para suas operações. A resposta vem da informação contábil contida no Balanço Patrimonial. Isto significa que poderíamos saber qual o nível do endividamento da Cia. Estrela, se fossemos a entidade bancária onde a empresa solicitou financiamento. Quadro 4 – Analisando a informação contábil Questão Informação O que Como significa? analisar? Onde a entidade está buscando os recursos para financiar suas operações? Balanço Patrimonial A resposta dessa pergunta refere- se ao nível de endividamento da entidade Entidades endividadas possuem um risco maior. Baixo endividamento pode significar dificuldade de acesso às fontes de recursos. Fonte: Elaborado pela autora 51 Estrutura das Demonstrações Contábeis Capítulo 3 Demonstração do Resultado do Exercício (DRE) A demonstração do resultado tem por objetivo informar se, durante um determinado período, a entidade obtevelucro ou prejuízo. Essa demonstração é também conhecida como DRE (REIS, 2003). A apresentação dessa demonstração, conforme evidenciado no quadro 5, obedece à seguinte ordem: primeiro apresenta-se a receita e depois a despesa. As receitas referem-se à prestação de serviços para clientes. Para obter determinada receita, a entidade necessitou utilizar uma série de insumos. As despesas apresentadas na demonstração do resultado representam o uso que se fez desses insumos. A despesa de salários diz respeito ao pagamento de salários aos funcionários da entidade. A despesa de aluguel está vinculada ao pagamento pela ocupação de um imóvel por parte da entidade. As despesas de vendas e administrativas são decorrentes de energia elétrica, telefone, água, prolabore, etc. e são relacionadas com o consumo desses itens. A despesa financeira corresponde aos juros decorrentes de um empréstimo realizado pela entidade. Quadro 5 – Demonstração do Resultado do Exercício DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO VENDA DE MERCADORIAS/PRODUTOS/SERVIÇOS (-) Impostos s/vendas (-) Vendas Canceladas VENDAS LÍQUIDAS (-) C.M.V. / C.P.V. / C.S.V. RESULTADO BRUTO (-) DESPESAS OPERACIONAIS Vendas / Administrativas / Outras (+/-) RESULTADO FINANCEIRO LÍQUIDO (-) Despesas Financeiras (+) Receitas Financeiras (+/-) Resultado da Equivalência Patrimonial RESULTADO ANTES DOS IMPOSTOS (-) Imposto de Renda (-) Contribuição Social RESULTADO DO EXERCÍCIO (-) Participações e Contribuições RESULTADO LÍQUIDO DO EXERCÍCIO Lucro por ação Fonte: Elaborado pela autora A demonstração do resultado tem por objetivo informar se, durante um determinado período, a entidade obteve lucro ou prejuízo. 52 Contabilidade De acordo com o quadro 6, a Cia. Estrela apresentou uma receita de R$ 540 mil para um total de despesa de R$ 480 mil. Quadro 6 – DRE- Cia. Estrela DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO EM 31.12.2008 – CIA. ESTRELA RECEITAS Venda de Mercadorias 540.000,00 (-) Impostos s/vendas 84.000,00 Vendas líquidas 456.000,00 (-) C.M.V. 150.000,00 Resultado Bruto 306.000,00 (-) DESPESAS OPERACIONAIS Despesas de salários 85.000,00 Despesas de aluguel 30.000,00 Despesas de vendas 40.000,00 Despesas de administrativas 50.000,00 Despesas financeiras 20.000,00 RESULTADO OPERACIONAL 81.000,00 (-) Impostos s/lucro 21.000,00 LUCRO LÍQUIDO 60.000,00 Fonte: Elaborado pela autora O quadro 6 mostra também que o confronto entre a receita de R$ 540 mil e a despesa de R$ 480 mil conduz a um resultado positivo, ou lucro líquido, de R$ 60 mil. A apuração do resultado de uma entidade é uma das informações mais relevantes para o usuário. Uma entidade que consegue obter bons lucros provavelmente terá condições de crescer, ganhar mercado e pagar em dia seus passivos. Além disso, a obtenção de lucro é sinal de que a entidade pode distribuir esse resultado para seus acionistas, sob a forma de dividendos. Analisando a Demonstração de Resultado da Cia. Estrela, conforme o quadro 7, podemos perceber que a empresa é lucrativa. (no capítulo 4 você verá com mais detalhes a análise desta demonstração). A apuração do resultado de uma entidade é uma das informações mais relevantes para o usuário. 53 Estrutura das Demonstrações Contábeis Capítulo 3 Quadro 7 – Analisando a informação contábil Questão Informação O que Como significa? analisar? Fonte: Elaborado pela autora É importante notar que, na demonstração do resultado, não existe informação sobre o destino do resultado. Essa informação será dada pela demonstração das mutações do patrimônio líquido (nele se encontra um item relacionado ao lucro acumulado), as quais serão estudadas a seguir. Demonstração Das Mutações Patrimoniais (DMPL) A elaboração da Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido (DMPL) é facultativa e, de acordo com o artigo 186, parágrafo 2º, da Lei das S/A, a Demonstração de Lucros ou Prejuízos Acumulados (DLPA) poderá ser incluída nesta demonstração. A DMPL é uma demonstração mais completa e abrangente, já que evidencia a movimentação de todas as contas do patrimônio líquido durante o exercício social, inclusive a formação e utilização das reservas não derivadas do lucro. As contas que formam o Patrimônio Líquido podem sofrer variações por inúmeros motivos, tais como: a) Itens que afetam o patrimônio total • acréscimo pelo lucro ou redução pelo prejuízo líquido do exercício; • redução por dividendos; • acréscimo por ajustes patrimoniais de ativos (quando o resultado for credor); • acréscimo por doações e subvenções para investimentos recebidos; • acréscimo por subscrição e integralização de capital; • acréscimo pelo recebimento de valor que exceda o valor nominal A entidade é lucrativa? Demonstração do Resultado Verificar se as receitas são superiores às despesas. Em geral, quanto maior o lucro, melhor o desempenho da entidade. A DMPL é uma demonstração mais completa e abrangente, já que evidencia a movimentação de todas as contas do patrimônio líquido durante o exercício social, inclusive a formação e utilização das reservas não derivadas do lucro. 54 Contabilidade das ações integralizadas ou o preço de emissão das ações sem valor nominal; • acréscimo pelo valor da alienação de partes beneficiárias e bônus de subscrição; • acréscimo por prêmio recebido na emissão de debêntures; • redução por ações próprias adquiridas ou acréscimo por sua venda; • acréscimo ou redução por ajuste de exercícios anteriores. (LEI DAS S/A. 6404/76). b) Itens que não afetam o total do patrimônio • aumento de capital com utilização de lucros e reservas; • apropriações do lucro líquido do exercício, reduzindo a conta Lucros Acumulados para formação de reservas, como: Reserva Legal, Reserva de Lucros a Realizar, Reserva para Contingência e outras; • reversões de reservas patrimoniais para a conta de Reservas de Lucros; • compensação de Prejuízos com Reservas. (LEI DAS S/A. 6404/76). A elaboração da Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido é uma demonstração bastante simples, pois é representada, de forma sumária e coordenada, pela movimentação que houve durante o exercício nas diversas contas do Patrimônio Líquido, isto é, Capital, Reservas de Capital, Reservas de Lucros, Ajuste de avaliação Patrimonial, Ações em Tesouraria e Prejuízos Acumulados. Através da demonstração das mutações do patrimônio, os sócios e acionistas verificam o que aconteceu com a riqueza efetiva da empresa e deles também, pois nela está contemplada uma coluna referente aos lucros acumulados; assim, o usuário poderá ter uma ideia da prática de pagamentos de dividendos e da distribuição dos lucros da entidade (PORTAL DA CONTABILIDADE, 2009). Se o usuário for um investidor, ele poderá inferir as chances de receber bons dividendos no futuro, a partir dessa demonstração. Esse é o caso da Cia. Estrela que, no exercício de 2008, obteve um lucro de R$ 60 mil e distribuiu R$ 55 mil. Desta forma, os lucros acumulados da entidade aumentaram de R$ 45 mil para R$ 50 mil, conforme você pode constatar no quadro a seguir. Através da demonstração das mutações do patrimônio, os sócios e acionistas verificam o que aconteceu com a riqueza efetiva da empresa e deles também 55 Estrutura das Demonstrações Contábeis
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