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CONTABILIDADE GERAL

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Prévia do material em texto

CONTABILIDADE 
GERAL
Professor Me. José Manoel da Costa
Professora Esp. Evelyn Barrozo Caetano Lima
GRADUAÇÃO
Unicesumar
C397 CENTRO UNIVERSITÁRIO DE MARINGÁ. Núcleo de Educação a 
Distância; COSTA, José Manoel da; LIMA, Evelyn Barrozo Caetano. 
 
 Contabilidade Geral. José Manoel da Costa; Evelyn Barrozo 
Caetano Lima. 
 Reimpressão
 Maringá-Pr.: UniCesumar, 2019. 
 184 p.
“Graduação - EaD”.
 
 1. Contabilidade. 2. Geral. 3.EaD. I. Título.
ISBN 978-85-459-0716-9
 CDD - 22 ed. 650
CIP - NBR 12899 - AACR/2
Reitor
Wilson de Matos Silva
Vice-Reitor
Wilson de Matos Silva Filho
Pró-Reitor Executivo de EAD
William Victor Kendrick de Matos Silva
Pró-Reitor de Ensino de EAD
Janes Fidélis Tomelin
Presidente da Mantenedora
Cláudio Ferdinandi
NEAD - Núcleo de Educação a Distância
Diretoria Executiva
Chrystiano Minco�
James Prestes
Tiago Stachon 
Diretoria de Graduação e Pós-graduação 
Kátia Coelho
Diretoria de Permanência 
Leonardo Spaine
Diretoria de Design Educacional
Débora Leite
Head de Produção de Conteúdos
Celso Luiz Braga de Souza Filho
Head de Curadoria e Inovação
Tania Cristiane Yoshie Fukushima
Gerência de Produção de Conteúdo
Diogo Ribeiro Garcia
Gerência de Projetos Especiais
Daniel Fuverki Hey
Gerência de Processos Acadêmicos
Taessa Penha Shiraishi Vieira
Gerência de Curadoria
Carolina Abdalla Normann de Freitas
Supervisão de Produção de Conteúdo
Nádila Toledo
Coordenador de Conteúdo
José Manoel da Costa
Design Educacional
Ana Salvadego, Giovana Vieira Cardoso
Iconografia
Isabela Soares Silva
Projeto Gráfico
Jaime de Marchi Junior
José Jhonny Coelho
Arte Capa
Arthur Cantareli Silva
Editoração
Robson Yuiti Saito
Matheus Felipe Davi
Qualidade Textual
Hellyery Agda
Pedro Afonso Barth, Alessandra Sardeto
Ilustração
Robson Yuiti SaitoFicha catalográfica elaborada pelo bibliotecário 
João Vivaldo de Souza - CRB-8 - 6828
Impresso por:
Viver e trabalhar em uma sociedade global é um 
grande desafio para todos os cidadãos. A busca 
por tecnologia, informação, conhecimento de 
qualidade, novas habilidades para liderança e so-
lução de problemas com eficiência tornou-se uma 
questão de sobrevivência no mundo do trabalho.
Cada um de nós tem uma grande responsabilida-
de: as escolhas que fizermos por nós e pelos nos-
sos farão grande diferença no futuro.
Com essa visão, o Centro Universitário Cesumar 
assume o compromisso de democratizar o conhe-
cimento por meio de alta tecnologia e contribuir 
para o futuro dos brasileiros.
No cumprimento de sua missão – “promover a 
educação de qualidade nas diferentes áreas do 
conhecimento, formando profissionais cidadãos 
que contribuam para o desenvolvimento de uma 
sociedade justa e solidária” –, o Centro Universi-
tário Cesumar busca a integração do ensino-pes-
quisa-extensão com as demandas institucionais 
e sociais; a realização de uma prática acadêmica 
que contribua para o desenvolvimento da consci-
ência social e política e, por fim, a democratização 
do conhecimento acadêmico com a articulação e 
a integração com a sociedade.
Diante disso, o Centro Universitário Cesumar al-
meja ser reconhecido como uma instituição uni-
versitária de referência regional e nacional pela 
qualidade e compromisso do corpo docente; 
aquisição de competências institucionais para 
o desenvolvimento de linhas de pesquisa; con-
solidação da extensão universitária; qualidade 
da oferta dos ensinos presencial e a distância; 
bem-estar e satisfação da comunidade interna; 
qualidade da gestão acadêmica e administrati-
va; compromisso social de inclusão; processos de 
cooperação e parceria com o mundo do trabalho, 
como também pelo compromisso e relaciona-
mento permanente com os egressos, incentivan-
do a educação continuada.
Seja bem-vindo(a), caro(a) acadêmico(a)! Você está 
iniciando um processo de transformação, pois quando 
investimos em nossa formação, seja ela pessoal ou 
profissional, nos transformamos e, consequentemente, 
transformamos também a sociedade na qual estamos 
inseridos. De que forma o fazemos? Criando oportu-
nidades e/ou estabelecendo mudanças capazes de 
alcançar um nível de desenvolvimento compatível com 
os desafios que surgem no mundo contemporâneo. 
O Centro Universitário Cesumar mediante o Núcleo de 
Educação a Distância, o(a) acompanhará durante todo 
este processo, pois conforme Freire (1996): “Os homens 
se educam juntos, na transformação do mundo”.
Os materiais produzidos oferecem linguagem dialógica 
e encontram-se integrados à proposta pedagógica, con-
tribuindo no processo educacional, complementando 
sua formação profissional, desenvolvendo competên-
cias e habilidades, e aplicando conceitos teóricos em 
situação de realidade, de maneira a inseri-lo no mercado 
de trabalho. Ou seja, estes materiais têm como principal 
objetivo “provocar uma aproximação entre você e o 
conteúdo”, desta forma possibilita o desenvolvimento 
da autonomia em busca dos conhecimentos necessá-
rios para a sua formação pessoal e profissional.
Portanto, nossa distância nesse processo de cresci-
mento e construção do conhecimento deve ser apenas 
geográfica. Utilize os diversos recursos pedagógicos 
que o Centro Universitário Cesumar lhe possibilita. Ou 
seja, acesse regularmente o AVA – Ambiente Virtual de 
Aprendizagem, interaja nos fóruns e enquetes, assista 
às aulas ao vivo e participe das discussões. Além dis-
so, lembre-se que existe uma equipe de professores 
e tutores que se encontra disponível para sanar suas 
dúvidas e auxiliá-lo(a) em seu processo de aprendiza-
gem, possibilitando-lhe trilhar com tranquilidade e 
segurança sua trajetória acadêmica.
A
U
TO
RE
S
Professor Me. José Manoel da Costa
Possui Mestrado em Metodologias para o Ensino de Linguagens e suas 
Tecnologias (UNOPAR, 2014/2016); Especialização em Contabilidade Geral 
e Auditoria (UEL, 1994/1995); e graduação em Ciências Contábeis (UEL, 
1987/1993). Atuou como coordenador do Curso Bacharelado em Ciências 
Contábeis na modalidade EaD pela UNOPAR de 2007 a 2014. Atua como 
coordenador dos cursos de Ciências Contábeis e Gestão Financeira da 
Unicesumar EaD e como professor de disciplinas nas áreas contábil e 
financeira.
Professora Esp. Evelyn Barrozo Caetano Lima
Possui Especialização em Administração Tributária pela Universidade Castelo 
Branco (RJ-2007), Graduação com Láurea Acadêmica em Ciências Contábeis 
pela Universidade Estadual de Maringá (UEM - 2006) e experiência na área 
contábil e ênfase como analista fiscal. Atualmente, é Mediadora do NEAD da 
Unicesumar - Centro Universitário Cesumar.
SEJA BEM-VINDO(A)!
Caro(a) aluno(a), seja bem-vindo(a) aos conteúdos de Contabilidade Geral. Este livro 
didático foi escrito com muito cuidado para que você possa começar os seus estudos 
na área contábil, sendo estudante de Ciências Contábeis ou outras áreas empresariais. 
Muitos conteúdos que aqui serão estudados poderão ser aprofundados em outras dis-
ciplinas.
Neste livro você terá a oportunidade de conhecer a área de Contabilidade em uma 
abordagem geral: vamos iniciar pelos conceitos fundamentais da contabilidade e do 
patrimônio, depois vamos tratar da avaliação de bens comercializáveis e não comercia-
lizáveis, vindo depois o processo contábil, para ao final, estudarmos as demonstrações 
contábeis, tão importantes para a gestão empresarial.
Na Unidade I estudaremos os fundamentos para o estudo da Contabilidade, e, assim, 
você verá as diferenças na apuração do resultado empresarial pelo regime de caixa e 
regime de competência. Para que a teoria acerca da Contabilidade tenha uma funda-
mentação sólida e completa, estudaremos o conceito ou definição da contabilidade, co-
nheceremos também o seu objeto e objetivo, os atos e fatos administrativos, o método 
das partidas dobradas e a teoria das contas.
Na Unidade II teremos a oportunidade de estudar o patrimônio das entidades e com-
preender a sua formação - o que envolve itens positivos e negativos em sua estrutura. 
Para aprendermos mais sobre a estrutura patrimonial, discorreremossobre os itens do 
Balanço patrimonial, descrevendo os bens e direitos no ativo e as obrigações no passivo, 
resultando na equação: Ativos menos Passivos igual ao Patrimônio Líquido ou situação 
líquida. Dessa forma, estaremos aptos a desenvolver o processo contábil.
Para continuar o aprendizado sobre o patrimônio, na Unidade III, vamos estudar os bens 
de uma empresa sob dois enfoques: os comercializáveis e os não comercializáveis. Pelo 
enfoque dos bens comercializáveis, vamos aprender sobre a avaliação e controle dos es-
toques. Quanto à avaliação, vamos estudar os principais métodos, que são as formas de 
atribuirmos os custos dos itens baixados por venda ou utilização e, consequentemente, 
a avaliação dos itens que permanecerem em estoque no final do período, por meio das 
fichas de controle de estoque. Pelo enfoque dos bens não comercializáveis, o ativo imo-
bilizado, veremos os métodos de depreciação para realização parcial periódica do valor 
dos bens que a empresa utiliza nas atividades operacionais.
Na Unidade IV, a partir da simulação de fatos contábeis, faremos a contabilização dos fa-
tos mais comuns que ocorrem em uma empresa comercial. Para isso, utilizaremos, como 
base, fatos de uma empresa pequena com poucas negociações e poucos funcionários, 
pois o objetivo é didático e a repetição de fatos semelhantes não contribui diretamente 
para o aprendizado. A contabilização simulada será feita em dois formatos: livro diário 
e livro razão.
APRESENTAÇÃO
CONTABILIDADE GERAL
Depois disso, na Unidade V, veremos que as demonstrações contábeis são resul-
tantes do processo contábil, o qual considera todos os fatos contábeis que ocor-
reram no período. As demonstrações são elaboradas com observância das normas 
brasileiras de contabilidade, sendo também necessário considerar as características 
qualitativas, tanto as fundamentais (relevância e representação fidedigna) quanto 
as de melhoria (comparabilidade, verificabilidade, tempestividade e compreensibi-
lidade).
É com muita satisfação que, nessa longa rodovia do conhecimento contábil, percor-
remos juntos pelo trecho da Contabilidade Geral.
Vamos em frente! Desejamos a vocês sucesso sempre!
APRESENTAÇÃO
SUMÁRIO
09
UNIDADE I
CONSIDERAÇÕES FUNDAMENTAIS PARA O ESTUDO DA 
CONTABILIDADE
15 Introdução
16 Apuração do Resultado: Caixa e Competência 
19 Conceito, Definição, Objeto e Objetivo da Contabilidade 
21 Atos e Fatos Administrativos 
26 Método das Partidas Dobradas 
29 Teoria Personalista das Contas 
31 Considerações Finais 
UNIDADE II
A ESTRUTURA PATRIMONIAL
43 Introdução
44 Patrimônio 
48 Estrutura Patrimonial 
53 Patrimônio Líquido 
55 Considerações Finais 
SUMÁRIO
10
UNIDADE III
BENS COMERCIALIZÁVEIS (Estoques) E BENS NÃO COMERCIALIZÁVEIS 
(Imobilizado)
65 Introdução
66 Estoques 
68 Métodos de Avaliação e Controle dos Estoques 
79 Imobilizado 
81 Depreciação 
89 Considerações Finais 
UNIDADE IV
PROCESSO CONTÁBIL
101 Introdução
102 Fatos Simulados a Contabilizar 
108 Formalidades e Preparação para a Escrituração Contábil 
110 Registro no Livro Diário 
134 Razão Simplificado (Razonetes) 
141 Balancete 
145 Considerações Finais 
SUMÁRIO
11
UNIDADE V
DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS
155 Introdução
156 Características Qualitativas das Demonstrações 
160 Demonstração do Resultado 
163 Balanço Patrimonial 
168 Outras Demonstrações 
173 Considerações Finais 
181 CONCLUSÃO
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Professor Me. José Manoel da Costa
Professora Esp. Evelyn Barrozo Caetano Lima
CONSIDERAÇÕES 
FUNDAMENTAIS PARA O 
ESTUDO DA CONTABILIDADE
Objetivos de Aprendizagem
 ■ Diferenciar a apuração do resultado pelo regime de caixa e 
competência.
 ■ Aprender o conceito, definição, objeto e objetivo da contabilidade.
 ■ Diferenciar os atos dos fatos administrativos.
 ■ Conhecer o método das partidas dobradas.
 ■ Entender a contabilidade por meio das teorias das contas.
Plano de Estudo
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade:
 ■ Apuração do resultado: caixa e competência
 ■ Conceito, definição, objeto e objetivo da contabilidade
 ■ Atos e fatos administrativos
 ■ Método das partidas dobradas
 ■ Teoria das contas
INTRODUÇÃO
Como base para o estudo da contabilidade, veremos algumas considerações 
iniciais que serão utilizadas como fundamento para o aprendizado sobre a con-
tabilidade. Estudaremos, então, a apuração do resultado contábil, diferenciando 
regime de caixa de regime de competência, evidenciando que o resultado contábil 
obrigatoriamente deve ser apurado pelo regime de competência em cumpri-
mento a normas e princípios contábeis. Abordaremos também o conceito da 
contabilidade, a sua definição como ciência, mas também como um processo de 
comunicação de informações. Iremos entender que o patrimônio é o objeto de 
estudo da contabilidade e o objetivo da contabilidade é o registro e controle do 
patrimônio. Outras considerações importantes nesta seção: o profissional con-
tábil, os usuários da contabilidade e os campos de atuação da profissão.
Os atos administrativos são as decisões que a gestão da empresa toma para 
a condução dos negócios e os fatos administrativos são toda movimentação de 
recursos que ocorrem decorrentes dessas decisões. Os fatos administrativos 
devem ser contabilizados, por isso comumente nominamos fatos contábeis. A 
essência do método das partidas dobradas é determinar que o registro de um 
fato contábil ocorrido em uma entidade sempre envolverá duas ou mais contas 
contábeis. Esta é a razão do equilíbrio contábil, o balanço patrimonial sempre 
terá o mesmo valor dos dois lados porque sempre um registro contábil ou lan-
çamento envolverá duas ou mais contas, este é o Método das Partidas Dobradas, 
por sua característica de registro em dobro, sendo que a soma dos créditos (ori-
gem de recursos) sempre será igual a soma dos débitos (aplicação dos recursos). 
Para explicar melhor esta questão dos débitos e créditos, podemos utilizar a teo-
ria personalista das contas. Nesta teoria cada conta é uma pessoa que mantém 
um relacionamento financeiro com a empresa ou entidade.
Vamos em frente, em busca do conhecimento destes conteúdos nesta unidade.
Introdução
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CONSIDERAÇÕES FUNDAMENTAIS PARA O ESTUDO DA CONTABILIDADE
Reprodução proibida. A
rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
IU N I D A D E16
APURAÇÃO DO RESULTADO: CAIXA E COMPETÊNCIA
REGIME DE CAIXA
O regime de caixa considera como receitas e despesas do exercício aquelas efetiva-
mente recebidas e pagas dentro desse período. No regime de caixa somente serão 
consideradas despesas aquelas que, independentemente do período de utilização 
dos bens e serviços, forem pagas dentro do período de apuração do resultado.
De igual forma, as despesas são consideradas no momento do pagamento, 
independente das compras serem efetuadas, dos materiais ou serviços serem 
utilizados na atividade empresarial. Tal procedimento é mais ou menos como 
fazemos em nossas finanças pessoais, compramos um sapato hoje para pagamento 
em três parcelas mensais, normalmente consideramos que teremos despesas nos 
três meses, independente desse sapato nos trazer benefícios por muito mais que 
três meses.
Na sua totalidade, dificilmente se utiliza o regime de caixa, às vezes os ges-
tores utilizam parcialmente. A gestão empresarial pode ser feita com base nos 
fluxos de caixa, utilizando assim o que aqui chamamos de regime de caixa, no 
entanto o resultado contábil da empresa, por obrigatoriedade das normas con-
tábeis, somente pode ser apurado com base no regime de competência.
REGIME DE COMPETÊNCIA
O regime de competência diz respeito ao reconhecimento das receitas geradas 
pelas vendas realizadas e as despesas incorridas pela utilização ou consumo de 
bens e serviços. Também diz respeito aos ganhose perdas no período de sua 
Apuração do Resultado: Caixa e Competência
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ocorrência, independentemente do recebimento ou do pagamento. No regime 
de competência, os fatos contábeis são considerados como receitas ou despesas 
no período em que ocorrem, momento em que são lançados nos registros con-
tábeis e apresentados por meio das demonstrações contábeis. Resumindo: no 
regime de competência o reconhecimento das receitas são aquelas ganhas no 
período, não importando se foram recebidas ou não, e as despesas incorridas 
no período, sem importar com o pagamento ou não, serão confrontadas com as 
receitas para apuração do resultado.
Quanto ao reconhecimento da receita, a única diferença é quanto ao recebi-
mento; no regime de caixa, será considerada a receita no momento do recebimento 
do cliente e no regime de competência, no momento da transferência de pro-
priedade do bem.
Quanto ao lançamento da despesa, ocorre a seguinte divergência: enquanto 
no regime de caixa a despesa ocorre no momento do pagamento, no regime de 
competência a despesa ocorre no momento da utilização dos bens ou serviços, 
não é nem no momento da compra e nem por ocasião do pagamento, mas na 
efetiva utilização na atividade empresarial.
Vamos exemplificar com alguns fatos simulados de uma empresa:
 ■ Pagamento do consumo de energia elétrica do mês anterior, R$500,00.
 ■ Compra a prazo de estoques, R$6.000,00.
 ■ Venda à vista R$5.000,00.
 ■ Custo das vendas R$3.000,00.
 ■ Compras à vista de estoques, R$4.000,00.
 ■ Venda a prazo R$3.000.00.
 ■ Custo das vendas R$1.500,00.
 ■ Consumo de água deste mês que será pago no próximo mês, R$200,00.
CONSIDERAÇÕES FUNDAMENTAIS PARA O ESTUDO DA CONTABILIDADE
Reprodução proibida. A
rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
IU N I D A D E18
Tabela 1 - Apuração do resultado
FATO
REGIME DE 
CAIXA
REGIME DE 
COMPETÊNCIA
Pagamento do consumo de energia elétri-
ca do mês anterior -500,00 
Compra a prazo de estoques 
Venda à vista de mercadorias 5.000,00 5.000,00
Custo das vendas -3.000,00
Compra à vista de estoques -4.000,00 
Vendas a prazo 3.000,00
Custo das vendas -1.500,00
Consumo de água do mês -200,00
Resultado 500,00 3.300,00
Fonte: os autores.
Pelo regime de caixa, apuramos o resultado positivo de R$500,00, pois consi-
deramos somente a compra e a venda à vista, além do pagamento da conta de 
consumo de energia elétrica do mês anterior.
Pelo regime de competência, apuramos o resultado positivo de R$3.300,00, 
pois consideramos para apurar o resultado: a receita das vendas (à vista e a prazo) 
no valor de R$8.000,00; o custo das unidades vendidas no valor de R$4.500,00; 
e o reconhecimento da despesa com consumo de água do mês que será pago no 
mês seguinte.
A NBC TG ESTRUTURA CONCEITUAL – Estrutura Conceitual para Elaboração 
e Divulgação de Relatório Contábil-Financeiro trata no item OB17 sobre a 
performance financeira refletida pelo regime de competência. Nesse item 
você saberá da importância do regime de competência. Basta consultar a 
Resolução CFC (Conselho Federal de Contabilidade) nº 1.374 de 08 de de-
zembro de 2011. Para saber mais, acesse: <http://www.cfc.org.br/sisweb/
SRE/docs/RES_1374.doc>.
Conceito, Definição, Objeto e Objetivo da Contabilidade
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CONCEITO, DEFINIÇÃO, OBJETO E OBJETIVO DA 
CONTABILIDADE
A contabilidade é uma ciência social, para D’Áuria (apud Padoveze, 2000), pois além 
de estudar o patrimônio das entidades, a contabilidade orienta, controla e regis-
tra os atos e fatos da administração econômica. Temos que lembrar que Francisco 
D’Áuria é da escola patrimonialista, cujo auge foi na primeira metade do século 
XX, que destaca o patrimônio como protagonista para atuação da contabilidade.
A contabilidade no Brasil teve duas influências fundamentais: escola patrimonia-
lista e escola norte-americana. Vamos então buscar um conceito de contabilidade de 
um pesquisador formado pela escola norte-americana, Hendriksen. Para Hendriksen 
(apud PADOVEZE, 2000, p. 49), “a contabilidade é um processo de comunicação 
de informação econômica para propósitos de tomada de decisão tanto pela admi-
nistração como por aqueles que necessitam fiar-se nos relatórios externos”.
Percebemos que são dois enfoques bem diferentes que na contabilidade 
brasileira contribuíram de forma harmônica e sinérgica, pois as duas escolas 
do pensamento contábil são muito importantes para a contabilidade brasileira.
A escola italiana, defendida por Francisco D’Áuria, nos faz lembrar o papel 
social da contabilidade como ciência, registrando e controlando o patrimônio das 
entidades. A escola norte americana, defendida por Hendriksen, nos mostra uma 
contabilidade gerencial, com enfoque mais prático, evidenciando-a como um pro-
cesso de comunicação de informações. Podemos concatenar estes dois enfoques em 
uma única definição da contabilidade: a contabilidade é uma ciência que registra 
e controla o patrimônio das entidades, gerando informações sobre as alterações 
ocorridas em um determinado período, tanto na estrutura patrimonial quanto na 
apuração do resultado, é também um processo de comunicação das informações 
econômicas e financeiras aos usuários internos e externos, no tempo oportuno, 
contribuindo assim de forma relevante para a tomada de decisões empresariais.
Por ser formada por vários setores, a contabilidade pode ser considerada um 
sistema de informação, mas ao mesmo tempo podemos afirmar que faz parte de 
um sistema de informações gerenciais dentro da gestão empresarial.
Gosto muito e por isso quero compartilhar com vocês a definição da con-
tabilidade dada por um administrador, Henri Fayol. Conforme este autor, a 
CONSIDERAÇÕES FUNDAMENTAIS PARA O ESTUDO DA CONTABILIDADE
Reprodução proibida. A
rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
IU N I D A D E20
contabilidade “deve revelar, a qualquer momento, a posição e o rumo do negó-
cio. Deve dar informações exatas, claras e precisas sobre a situação econômica 
da empresa” (FAYOL, 1994, p. 25). Destaco nessa a frase a expressão “a qualquer 
momento”, pois informações fora do tempo é como o motorista que olha pelo 
retrovisor para ver o tamanho do buraco na estrada que fez com que o carro balan-
çasse, mas não vê o buraco que está logo a frente, que fará com que o carro capote.
Vamos ampliar um pouco o conceito de contabilidade a partir do que vimos 
até aqui, da seguinte forma: contabilidade é uma ciência que registra e controla 
o patrimônio das entidades, demonstrando sua evolução em um determinado 
período, em seguida comunica as informações aos usuários interno e externo, 
no tempo oportuno, contribuindo para a tomada de decisões empresariais.
A contabilidade deve verificar, a qualquer momento, se a atividade da empresa está 
produzindo lucros ou prejuízos e de que forma esses resultados estão sendo gerados.
A finalidade da contabilidade é fazer o registro e controle do patrimônio e 
fornecer informações acerca da composição deste e as variações patrimoniais, 
bem como apurar os resultados das atividades econômicas desenvolvidas para 
alcançar seus fins, que podem ser lucrativos ou sociais.
O objeto da contabilidade é o patrimônio das entidades, pois todo o traba-
lho do contador tem como foco tal patrimônio.
Todos os elementos patrimoniais são considerados, lembrando que o patri-
mônio é formado por bens, direitos e obrigações. Esse patrimônio não é estático, 
pois se modifica de acordo com as operações diárias da empresa, então pode-
mos dizer que o patrimônio de uma entidade é dinâmico, pois se modifica de 
acordo com as atividades empresariais.
Agora que você sabe qual é o objeto da contabilidade, podemos discutir 
sobreo seu objetivo. Já que o objeto de estudo da contabilidade é o patrimônio 
das entidades, podemos afirmar que o objetivo principal da contabilidade é o 
controle desse patrimônio.
As informações relacionadas a situação econômica, financeira e patrimonial 
da empresa devem ser comunicadas em função da necessidade de cada usuá-
rio. Enquanto o administrador utiliza informações para a gestão empresarial, os 
fornecedores e os bancos as utilizam para concessão de crédito, os concorrentes, 
para analisar o mercado, e o governo, para tributação e estatística.
Atos e Fatos Administrativos
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ATOS E FATOS ADMINISTRATIVOS
Em uma empresa, pequena, média ou grande, decisões são tomadas rotinei-
ramente. Decorrentes dessas decisões, a movimentação de recursos ocorre 
diariamente, motivada pelas compras, vendas, pagamentos, recebimentos e 
outras tantas operações econômicas ou financeiras.
Os atos administrativos são as decisões que a gestão da empresa toma para 
a condução dos negócios; os fatos administrativos correspondem a toda movi-
mentação de recursos que ocorre decorrente dessas decisões.
 Os fatos administrativos devem ser contabilizados, por isso, comumente 
os denominamos como fatos contábeis. Alguns fatos contábeis alteram os sal-
dos de duas contas patrimoniais, mas não alteram a situação líquida da empresa. 
Nesse caso, os recursos somente trocam de lugar, por isso damos o nome de fatos 
contábeis permutativos. Outros fatos contábeis alteram os saldos de uma conta 
patrimonial (ativo ou passivo) e de uma conta de resultado (receitas, custos ou 
despesas), esses são chamados de modificativos, pois alteram a situação líquida 
da empresa. Há ainda os fatos contábeis que têm as duas características, os quais 
são chamados de mistos.
ATOS ADMINISTRATIVOS
As decisões tomadas na empresa, por mais simples que sejam, correspondem a 
um ato administrativo. Tais atos correspondem a uma ação administrativa que 
não provoca alteração nos elementos patrimoniais e nem na situação líquida 
no momento, mas podem vir a provocar posteriormente, portanto, a princípio, 
não são fatos contábeis, por isso não são considerados nos registros contábeis.
Como exemplos de atos administrativos, citamos: a contratação de um 
empregado, a decisão em comprar de um determinado fornecedor, a contrata-
ção de um seguro, a decisão de obter um financiamento para aquisição de uma 
máquina, a troca de um veículo usado por um novo. Normalmente, ocorrerão 
fatos contábeis decorrentes desses atos administrativos, mas, no momento em 
que o ato acontece, não temos um registro contábil a fazer.
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FATOS ADMINISTRATIVOS OU CONTÁBEIS
Fatos administrativos ou contábeis são os eventos que representam movimenta-
ção de recursos na empresa, por isso precisam ser registrados pela contabilidade. 
A movimentação de recursos que ocorre na empresa não se limita a recebimen-
tos e pagamentos, mas a todas as alterações, sejam aquelas que somente trocam 
valores entre os elementos patrimoniais não afetando a situação líquida ou aque-
las que representam recursos que afetarão a apuração do resultado da empresa 
e consequentemente a situação líquida.
Nas atividades empresariais, tanto as financeiras quanto as patrimoniais e 
econômicas, com frequência ocorrem fatos que provocam modificações qualita-
tivas e/ou quantitativas na estrutura patrimonial, modificando ou não a situação 
líquida. Podemos resumir que, para a contabilidade, os fatos contábeis devem 
ser registrados, fazendo parte do processo contábil refletindo na elaboração das 
demonstrações contábeis.
Fatos Administrativos Permutativos
Os fatos permutativos “apenas trocam os componentes patrimoniais (contas) 
do Ativo e/ou do Passivo, ou somente no Patrimônio Líquido, sem que ocorra 
aumento ou diminuição no Patrimônio Líquido” (GRECO, AREND, GARTNER, 
2007, p. 144). Esses fatos promovem movimentações de recursos nos elementos 
patrimoniais sem modificar a situação líquida, promovem a troca de recursos 
entre as contas de bens, direitos e obrigações. Vamos exemplificar para que você 
aprenda na prática.
Exemplo 1: Recebimento de uma venda a prazo feita anteriormente a um 
cliente no valor de R$1.000,00.
Explicação do registro desse fato: Esse valor de R$1.000,00 estava compondo 
o saldo da conta contábil Duplicatas a Receber ou Clientes no Ativo Circulante e 
representava um direito nos Ativos da Empresa. Com o registro desse fato, a conta 
Duplicatas a Receber ou Clientes terá uma diminuição de R$1.000,00 e a conta 
Caixa, caso o recebimento seja em dinheiro, terá um aumento de R$1.000,00. 
Mas o total do Ativo e a situação líquida da empresa não alteraram.
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No momento em que o cliente faz o pagamento em dinheiro, continuamos 
com o mesmo patrimônio, mas deixamos de ter um direito e passamos a ter um 
bem numerário, dinheiro em caixa.
Muito embora não seja uma alteração quantitativa de patrimônio, é impor-
tante considerar, pois, com o título a receber, dificilmente pagaríamos uma 
obrigação com um fornecedor. Já com o dinheiro em caixa, é possível utilizá-
-lo para pagar qualquer coisa, uma vez que este então será outro fato contábil.
O fato exemplificado alterou valores entre contas do ativo, mas existem fatos 
administrativos permutativos que alteram valores de uma conta do ativo e de 
outra do passivo, sem alterar a situação líquida ou o patrimônio líquido.
Exemplo 2: Compra a prazo de mercadorias para estocagem e posterior 
revenda, no valor de R$500,00.
Explicação do registro desse fato: Esse valor de R$500,00 vai representar 
um ativo para a empresa, um bem cujo objetivo é a venda. Se a compra fosse à 
vista, teríamos uma diminuição no saldo do caixa, mas como foi a prazo, temos 
uma dívida, uma obrigação, ou seja, temos um passivo de R$500,00.
Fatos Administrativos Modificativos
São os fatos contábeis que fazem a situação líquida da empresa aumentar ou dimi-
nuir. Ocorrem nos fatos que movimentam recursos do ativo e passivo em virtude 
de receitas, custos e despesas. Promovem variações quantitativas no patrimônio, 
pois alteram o valor do Patrimônio Líquido da entidade.
Podemos classificar os fatos contábeis modificativos em aumentativos e 
diminutivos. Os fatos contábeis modificativos aumentativos representam iso-
ladamente aumento do Patrimônio Líquido, pois um aumento de receitas nas 
contas de resultado, no momento da apuração do resultado, estará contribuindo 
com o aumento do Patrimônio Líquido.
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IU N I D A D E24
Fatos Administrativos Modificativos Aumentativos
Uma venda à vista pode ser utilizada como exemplo, pois a origem do lançamento 
está na conta de receitas com vendas e a aplicação dos recursos na conta caixa, por-
tanto, aumento de um ativo (entrada de recursos no caixa) e aumento de uma receita.
Exemplo: Venda à vista da metade dos nossos estoques de mercadorias por 
R$400,00.
Explicação do registro desse fato: Esse valor de R$400,00 vai represen-
tar uma entrada de recursos, vai aumentar o ativo da empresa, pois será uma 
entrada de dinheiro no caixa, por outro lado, representa uma receita, visto que 
é o registro de uma venda.
Com o registro dessa venda, temos um aumento na conta caixa de R$400,00, 
sendo, agora, um saldo de R$1.400,00 e a situação líquida sobe para R$1.400,00, 
aumentando, então, R$400,00. É bom lembrar que o lançamento contábil é feito 
na conta caixa e na conta receita com vendas ou receitaoperacional bruta, mas 
se somente existisse esse fato contábil no período, teríamos então um aumento 
no Patrimônio Líquido na apuração do resultado de R$400,00.
Fatos Administrativos Modificativos Diminutivos
Os fatos contábeis modificativos diminutivos representam isoladamente diminui-
ção do patrimônio líquido, pois um aumento de custos ou despesas nas contas 
de resultado, no momento da apuração do resultado, estará contribuindo com 
a diminuição do Patrimônio Líquido.
O registro do custo das vendas, que representa a saída dos itens do estoque, é 
um exemplo desse fato, pois ao mesmo tempo estamos diminuindo o saldo de uma 
conta do ativo e aumentando uma conta de resultado, nesse caso, os custos das mer-
cadorias vendidas, que, na apuração do resultado, irão representar uma diminuição.
Exemplo: Baixa da metade dos nossos estoques de mercadorias porque foram 
vendidos e não podem mais contar nos nossos ativos. Como o saldo do estoque 
é de R$500,00 e foi vendido metade, então temos que baixar R$250,00, veja que 
o valor das vendas foi de R$400,00, mas a baixa nos estoques será de R$250,00, 
pois este é o custo das vendas.
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Explicação do registro desse fato: Esse valor de R$250,00 vai representar 
uma diminuição no ativo da empresa, pois será uma saída de mercadorias do 
estoque, porque foram vendidas, por outro lado, representa um custo, pois é o 
registro da baixa das mercadorias vendidas.
Com o registro desse custo, temos uma diminuição do saldo da conta estoques 
de mercadorias de R$250,00, passando de R$500,00 para R$250,00 e a situação 
líquida diminui em R$250,00, passando agora para R$1.150,00. Novamente, é 
bom lembrar que o lançamento contábil é feito na conta custo das mercadorias 
vendidas e na conta estoques de mercadorias, mas se somente existisse esse fato 
contábil no período, teríamos então uma diminuição no Patrimônio Líquido na 
apuração do resultado de R$250,00, passando de R$1.400,00 para R$1.150,00.
Fatos Administrativos Mistos
Os fatos contábeis supracitados como permutativos e modificativos podem ser 
considerados simples, você não acha? É, realmente são, pois envolvem recur-
sos em duas contas.
Podem, no entanto, ocorrer fatos que embora seja somente um fato contábil, 
sua contabilização deve ser feita em duas etapas, por ter um efeito permutativo 
e outro modificativo da situação líquida ou Patrimônio Líquido.
Os fatos contábeis mistos, então, representam um mix dos permutativos e 
modificativos, pois ao mesmo tempo em que causam variações qualitativas tam-
bém causam variações quantitativas.
Exemplo: Vamos considerar que o valor a pagar a fornecedores referente 
a compra a prazo que fizemos no valor de R$500,00 já venceu há 30 dias e que 
vamos quitá-lo hoje com juros de 10%. Então temos um fato administrativo 
misto, pois o valor de R$500,00 é permutativo, temos uma dívida que será qui-
tada com o dinheiro do caixa, mas o valor de R$50,00, que são os juros de 10%, 
é modificativo diminutivo, pois contribuirá para reduzir o valor da situação 
líquida ou patrimônio líquido.
Explicação do registro desse fato: O pagamento que foi feito no valor de R$550,00 
vai representar uma diminuição no ativo da empresa, pois será uma saída de recursos 
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IU N I D A D E26
do caixa, portanto o saldo do caixa, de R$1.400,00, será reduzido em R$550,00, por 
outro lado, teremos uma diminuição de R$500,00 no passivo na conta fornecedores e 
uma diminuição no patrimônio líquido de R$50,00, por termos uma despesa com juros.
Com o registro desse pagamento, temos uma diminuição de saldo nas contas: 
caixa, diminuímos R$550,00, ficando com R$850,00; Fornecedores, diminuí-
mos R$500,00, ficando com saldo ZERO; e Patrimônio Líquido, diminuímos 
em R$50,00, ficando com R$1.100,00.
MÉTODO DAS PARTIDAS DOBRADAS
 A essência desse método é determinar que o registro de um fato contábil ocor-
rido em uma entidade sempre envolverá duas ou mais contas contábeis. Essa é a 
razão do equilíbrio contábil, o balanço patrimonial sempre terá o mesmo valor 
dos dois lados porque sempre um registro contábil ou lançamento envolverá 
duas ou mais contas, esse é o Método das Partidas Dobradas, por sua caracterís-
tica de registro em dobro, sendo que a soma dos créditos (origem de recursos) 
sempre será igual a soma dos débitos (aplicação dos recursos). A saída de recur-
sos de um elemento patrimonial consequentemente motivará uma entrada de 
recursos de igual valor em outro elemento patrimonial, pois todo valor movi-
mentado com origem em um elemento patrimonial motivará a aplicação em 
outro elemento patrimonial.
Apesar de registros evidenciarem esse método desde o século XIII, a pri-
meira vez que foi demonstrado de forma escrita foi em 1494, quando apareceu 
o Tratactus de Computis et Scripturis (Contabilidade por Partidas Dobradas) de 
Frei Luca Pacioli, enfatizando que a teoria contábil do débito e do crédito cor-
responde à teoria dos números positivos e negativos, obra que contribuiu para 
inserir a contabilidade entre os ramos do conhecimento humano.
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DÉBITOS E CRÉDITOS
Antes de estudar contabilidade, talvez você considere o débito uma coisa nega-
tiva e o crédito uma coisa positiva. Em contabilidade, é preciso entender esses 
termos de forma mais completa, pois nem sempre débito será algo negativo e 
crédito positivo.
Os débitos em uma conta representam a situação de responsabilidade desta, 
como se a conta fosse uma pessoa devedora em relação à empresa. As contas do 
ativo, que são os bens e direitos, e as contas de resultado − despesas e custos − 
têm como característica saldo devedor.
Por outro lado, os créditos em uma conta representam a situação de direito de 
haveres da conta, como se ela fosse uma credora em relação à empresa. As contas 
do passivo, patrimônio líquido e receitas têm como característica saldo credor.
O conceito do método das partidas dobradas é de que:
§ Para cada causa existe um efeito
§ Para cada origem existe uma aplicação
§ Para cada crédito existe um débito
FÓRMULAS DE LANÇAMENTO
Podemos realizar os lançamentos pelo Método das Partidas Dobradas no livro 
diário, utilizando quatro fórmulas ou quatro formatos diferentes:
Primeira fórmula (simples)
Quando utilizamos uma conta para registrar o valor a débito e uma conta para 
registrar o valor a crédito. Exemplo: Compra à vista de materiais de escritório 
para utilização imediata, no valor de R$100,00:
D − Despesas com Material de Expediente, R$100,00.
C – Caixa, R$100,00.
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Segunda fórmula (composta)
Quando utilizamos uma conta para registrar o valor a débito e duas ou mais 
contas para registrar o valor a crédito. Exemplo: Compra à vista de materiais de 
escritório para utilização imediata, no valor de R$100,00, sendo R$50,00 pagos 
em dinheiro e R$50,00 pagos em cheque:
D − Despesas com Material de Expediente, R$100,00.
C – Caixa, R$50,00.
C – Bancos conta Movimento, R$50,00.
Terceira fórmula (composta)
Quando utilizamos duas ou mais contas para registrar o valor a débito e uma 
conta para registrar o valor a crédito.
Exemplo: Pagamento de uma compra a prazo feita no mês anterior, no valor 
de R$200,00, com juros de R$10,00 em dinheiro.
D – Juros Passivos, R$10,00.
D – Fornecedores, R$200,00;
C – Caixa, R$210,00.
Quarta fórmula (complexa)
Quando utilizamos duas ou mais contas para registrar o valor a débito e duasou mais contas para registrar o valor a crédito. Exemplo: Recebimento de uma 
venda feita no mês anterior, no valor de R$200,00, com juros de R$10,00, sendo 
R$100,00 em dinheiro e R$110,00 em cheque para ser depositado em 20 dias:
D − Caixa, R$100,00.
D – Cheques a Receber, R$110,00.
C – Duplicatas a Receber, R$200,00.
C – Juros Ativos, R$10,00.
Teoria Personalista das Contas
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TEORIA PERSONALISTA DAS CONTAS
Para explicar melhor essa questão dos débitos e créditos, podemos utilizar a teo-
ria personalista das contas. Nessa teoria, cada conta é uma pessoa que mantém 
um relacionamento financeiro com a empresa ou entidade. Tal teoria classifica 
as contas em três grupos de pessoas ou agentes:
AGENTES CONSIGNATÁRIOS
São as pessoas que representam valores materiais e imateriais, portanto são os 
bens da sociedade.
AGENTES CORRESPONDENTES
São as pessoas que representam os valores a receber (direitos) e os valores a 
pagar (obrigações).
PROPRIETÁRIO
São as contas que representam os sócios da empresa, portanto, são as contas de 
interesse da sociedade, em que ocorrem as variações na situação líquida, forma-
das pelo grupo Patrimônio Líquido no Balanço Patrimonial e pelas contas de 
resultado: receitas, custos e despesas.
Exemplo 1: Quando os sócios começam a empresa, constituem a sociedade 
e transferem os recursos das suas contas pessoais para a empresa. Vamos regis-
trar uma sociedade com o capital de R$10.000,00.
Nesse fato, estão envolvidos conta “Proprietário” e conta “Agentes 
Consignatários”. Utilizando o Método das Partidas Dobradas, vamos dizer que a 
origem, causa ou crédito está na conta Capital Social − uma conta Proprietário − e a 
aplicação, efeito ou débito está na conta Caixa − uma conta Agentes Consignatários.
CONSIDERAÇÕES FUNDAMENTAIS PARA O ESTUDO DA CONTABILIDADE
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IU N I D A D E30
Então a conta caixa terá um débito em relação à empresa, pois foi confiada 
a essa “pessoa” a guarda de um valor de R$10.000,00, já a conta Capital Social, 
por ser uma conta proprietário, é credora desse valor.
Exemplo 2: Quando a empresa compra, à vista, móveis para uso nas ativi-
dades da empresa, no valor de R$2.000,00.
Podemos dizer que, nesse caso, estão envolvidos dois agentes consignatá-
rios, pois a movimentação dos recursos é entre bens ou entre pessoas que, pela 
teoria personalista das contas, representam bens. Nesse caso, a origem, causa ou 
crédito, está na pessoa/conta Caixa e a aplicação, efeito ou débito, está na pes-
soa/conta Móveis.
Então a conta caixa, que tinha um débito de R$10.000,00 em relação à 
empresa, repassou R$2.000,00 para a conta móveis, agora deve somente o valor 
de R$8.000,00 e a conta móveis, a qual não devia nada, passou a dever R$2.000,00.
Nesse momento, temos dois agentes consignatários:
 ■ Caixa devendo R$8.000,00.
 ■ Móveis devendo R$2.000,00.
E um agente proprietário:
 ■ Capital Social com R$10.000,00 a receber.
Após conhecer alguns dos conceitos base para entender a contabilidade, 
você já é capaz de compreendê-la melhor. Investigue, descubra, questione 
e tenha suas próprias conclusões. Seja um bom profissional e traga sucesso 
para nossa profissão.
Considerações Finais
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
As operações econômicas, financeiras e patrimoniais que ocorrem em uma 
empresa podem ser classificadas em atos e fatos administrativos. Enquanto os 
atos administrativos não representam entradas ou saídas de recursos no momento 
que ocorrem, os fatos administrativos representam movimentação de recursos 
e, por isso, são objetos de contabilização, sendo chamados de fatos contábeis.
Para registrar contabilmente esses fatos durante o processo contábil, utili-
zamos o método das partidas dobradas que, em sua essência, obriga que uma 
movimentação de recursos da empresa seja sempre registrada em duas contas 
contábeis, pois uma movimentação de recursos sempre representa modificação 
(qualitativa, quantitativa ou ambas) na composição patrimonial ou na situação 
líquida. Sempre que um determinado valor é movimentado, podemos dizer que 
este saiu de um lugar e foi para outro, quando ocorre um fato contábil permuta-
tivo, se altera a qualidade do patrimônio, pois o valor que tinha uma qualidade 
patrimonial passa a ter outra; isso ocorre quando compramos à vista uma mer-
cadoria para revenda, pois deixamos de ter um valor no caixa e passamos a ter o 
mesmo valor em estoques para revenda, sendo assim, o patrimônio da empresa 
continua o mesmo, mas houve uma modificação em sua qualidade.
Para registrar os fatos contábeis permutativos, modificativos ou mistos, uti-
lizamos dois livros contábeis: diário e razão. Esses livros têm suas formalidades 
intrínsecas e extrínsecas e se diferenciam em seus objetivos, pois enquanto o 
diário mostra o registro dos fatos contábeis na ordem cronológica que ocorre, 
o razão organiza os lançamentos, priorizando as contas contábeis, registrando 
todos os fatos de uma conta, depois de outra, mantendo dentro da conta a ordem 
cronológica somente para os fatos dela.
32 
O ENSINO DA DISCIPLINA DE CONTROLADORIA NOS PROGRAMAS DE PÓS-GRADU-
AÇÃO EM NÍVEL DE ESPECIALIZAÇÃO EM CIÊNCIAS CONTÁBEIS E O PROFISSIONAL 
ATUANTE NO MERCADO DE TRABALHO
Atualmente as empresas estão inseridas em um contexto de mudanças como: competi-
ção, tecnologia, qualidade, baixo custo, flexibilidade entre outros, é neste ambiente que 
as mesmas buscam cada vez mais métodos e técnicas que otimizem seu desempenho 
econômico através de uso mais intenso do conhecimento de controle e planejamento. 
Esses fatores constituem oportunidades ou ameaças à sobrevivência das mesmas exi-
gindo respostas eficazes que as conduzem ao alcance de seus propósitos. 
Neste sentido, surge a Controladoria, como órgão administrativo e como ramo do co-
nhecimento, ganhando destaque por entender a dinâmica dos fatos, planejar alternati-
vas de ação e sinergizar resultados das áreas, pois é a Controladoria o órgão dentro da 
empresa responsável pelo processo de gestão. [...]
A Controladoria como ciência consiste num conjunto de princípios, métodos e proce-
dimentos originários das ciências da administração, economia, psicologia, estatística 
e, principalmente, da contabilidade que se ocupa da gestão econômica das empresas, 
com a finalidade de orientá-las para a eficácia. Conforme Catelli (1999, p. 370): 
A Controladoria não pode ser vista como um método, volta-
do ao como fazer. Para uma correta compreensão do tudo, 
a mesma está dividida em dois vértices: o primeiro como 
ramo do conhecimento responsável pelo estabelecimento 
de toda base conceitual, e o segundo como órgão adminis-
trativo respondendo pela disseminação de conhecimento, 
modelagem e implantação de sistemas de informações.
A Controladoria, portanto, é responsável pelo estabelecimento das bases teóricas e con-
ceituais necessárias para construção e manutenção de sistemas de informação e mode-
lo de Gestão Econômica que atendam adequadamente às necessidades de informação 
dos gestores e, ao mesmo tempo, possam auxiliar o processo de gestão quando da to-
mada de decisões. [...]
Se as atividades empresariais não forem capazes de gerar um resultado suficiente para 
assegurar a reposição do capital investido na empresa, elas estariam consumindo seu 
próprio potencial de geração de benefício. Sem dúvida, a manutenção dessa situação ao 
longo do tempo acabaria por afetar a continuidade da organização.
33 
O sistema de gestão econômica considera a premissa de o valor do patrimônio líquido 
ter que expressar o efetivo valor da empresa. A informação do resultado gerado pelas 
transações, eventos e atividades permite a identificaçãoda formação do lucro, ou seja, 
quais as atividades que contribuem mais ou menos para a formação do resultado global 
da empresa. Destacam-se as interações entre o modelo de gestão, o processo de gestão 
e os sistemas de informação da empresa como elementos que desempenham papel 
fundamental para assegurar a eficácia dos gestores e, consequentemente, da empresa. 
Compete a Controladoria lidar com os aspectos da gestão econômica, atuando em to-
das as fases do processo de gestão. É através deste processo que ela revela uma de suas 
maiores contribuições na busca da missão da empresa, quando na condução do proces-
so de planejamento a ser desenvolvido, e na geração de informações.
A Controladoria, na execução de suas atividades, utiliza-se destes dois instrumentos fun-
damentais: Processo de gestão e Sistemas de informações. O modelo de gestão ideal 
possui um processo de gestão (planejamento, execução e controle) dinâmico, flexível e 
oportuno, isto é, adaptável às mudanças, com estilo participativo, voltado para a eficácia 
empresarial.
Na gestão das diversas atividades, os gestores devem planejar cuidadosamente suas 
ações implementando planos e avaliações sistemáticas do desempenho realizado ante 
os planos idealizados. Cabe a Controladoria coordenar e participar da escolha da me-
lhor alternativa, observando os aspectos econômicos, de modo a garantir a eficácia da 
empresa. 
O processo eletrônico de todos os dados empresariais representa um papel importante 
porque facilita a automatização de rotinas produzindo informações exatas e em tempo 
hábil. Estas informações destinam-se, principalmente, a direcionar a tomada de decisão. 
O sistema de informação possui limitações quanto às crenças dos gestores, quanto à 
quantidade de informações geradas e quanto à confiabilidade. Em relação à quantida-
de, o volume pode não significar a tomada de decisão, pois o que os gestores precisam, 
é cada vez mais de informações relevantes, pois assim o processo de decisão irá melho-
rar, visto que quantidade não significa qualidade. Quanto à confiabilidade, o sistema 
precisa ser corretamente interpretado. A empresa deve ser vista como um sistema aber-
to e essencialmente dinâmico, ou seja, um conjunto de elementos interdependentes 
que interagem na consecução de um fim comum, que sofre permanentes influências do 
seu ambiente externo e interno.
Fonte: Bacicheti; Rodrigues (2006). 
34 
1. Podemos usar na apuração dos resultados dois tipos de regimes: o regime de 
caixa e o regime de competência. Acerca do regime de caixa, assinale a alterna-
tiva correta:
a. Considera como receita os recebimentos e como despesa se o fato traz bene-
fícios futuros.
b. Uma receita é considerada independente do seu recebimento.
c. As despesas são consideradas no momento em que ocorrem.
d. Considera como receita os pagamentos realizados e como despesa o dinheiro 
recebido.
e. As despesas são consideradas no momento do pagamento.
2. A respeito do regime de competência, assinale a alternativa correta:
a. Caracteriza-se pelo reconhecimento de receitas e despesas no período que 
ocorrem independente do pagamento ou recebimento.
b. Considera como receita os recebimentos e como despesa se o fato traz bene-
fícios futuros.
c. Uma receita se caracteriza pelo seu recebimento no período que ocorre inde-
pendente do seu reconhecimento.
d. É o único regime proibido para apurar o resultado contábil de acordo com a 
lei.
e. Considera como receita os pagamentos realizados e como despesa o dinheiro 
recebido.
3. A Contabilidade é considerada uma ciência. Nela temos um objeto, um objetivo 
bem como uma finalidade. Analise as afirmativas e assinale a correta:
a. A finalidade da contabilidade é o patrimônio das entidades.
b. O objeto da contabilidade é o patrimônio das entidades. 
c. Já que o objeto de estudo da contabilidade é o patrimônio das entidades, 
podemos afirmar que a única finalidade da contabilidade é o controle desse 
patrimônio.
d. O objetivo da contabilidade é o patrimônio das entidades.
e. Já que o objetivo do estudo da contabilidade é o patrimônio das entidades, 
podemos afirmar que o objeto da contabilidade é o controle desse patrimô-
nio.
35 
4. Vimos nesta unidade que “os atos administrativos são as decisões que a gestão 
da empresa toma para a condução dos negócios; os fatos administrativos cor-
respondem a toda movimentação de recursos que ocorre decorrente dessas de-
cisões”. Sobre o tema atos e fatos administrativos, assinale a alternativa correta: 
a. Atos correspondem a uma ação administrativa que provoca alteração nos ele-
mentos patrimoniais.
b. São exemplos de atos administrativos: a contratação de um empregado, a de-
cisão em comprar de um determinado fornecedor.
c. Os fatos permutativos trocam os componentes patrimoniais (contas) do Ativo 
e/ou do Passivo, ou somente no Patrimônio Líquido, ocasionando aumento 
ou diminuição no Patrimônio Líquido.
d. Os fatos contábeis modificativos aumentativos representam isoladamente di-
minuição do Patrimônio Líquido.
e. Os fatos contábeis modificativos diminutivos representam isoladamente au-
mento do patrimônio líquido.
5. Nesta unidade vimos que a essência do Método das Partidas Dobradas é de-
terminar que o registro de um fato contábil ocorrido em uma entidade sempre 
envolverá duas ou mais contas contábeis. Com base nessa informação, assinale 
a alternativa correta:
a. Por esse método a soma dos créditos nem sempre será igual à soma dos dé-
bitos.
b. Por esse método o total dos ativos sempre será igual às contas a receber.
c. Por esse método o total dos créditos sempre será igual ao total dos débitos.
d. Por esse método o total do passivo sempre terá o mesmo valor do patrimônio 
líquido.
e. Por esse método a soma das origens de recursos às vezes é a mesma que da 
aplicação de recursos.
36 
6. Considere o seguinte lançamento contábil: compra à vista de mercadorias, no 
valor de R$1.848,00:
D – Estoque de mercadorias
C – Caixa R$1.848,00.
A contabilização representa qual tipo de fórmula de lançamento? Assinale a al-
ternativa correta:
a. Lançamento composto.
b. Lançamento de primeira fórmula.
c. Lançamento misto.
d. Lançamento de terceira fórmula.
e. Lançamento de complexo.
7. Na teoria personalista das contas, cada conta é uma pessoa que mantém um re-
lacionamento financeiro com a empresa ou entidade. Tal teoria classifica as con-
tas em três grupos de pessoas ou agentes. Sobre esses três grupos de agentes, 
assinale a alternativa correta:
a. Agentes correspondentes são as pessoas que representam os bens da socie-
dade.
b. Agentes consignatários são as pessoas que representam os valores a receber 
(direitos) e os valores a pagar (obrigações).
c. O proprietário representam os sócios da empresa, portanto, são as contas de 
interesse da sociedade.
d. As contas caixa e duplicatas a receber são exemplos de proprietário.
e. As contas patrimônio líquido e imobilizado são exemplos de agentes corres-
pondentes.
Material Complementar
MATERIAL COMPLEMENTAR
Contabilidade Básica
José Carlos Marion
Editora: Atlas
Sinopse: A matéria exposta neste livro procura ir além 
da existente em livros destinados ao ensino de iniciação 
à Contabilidade. Apresenta uma metodologia moderna, 
testada em algumas escolas e com resultados considerados 
satisfatórios, através de uma linguagem simples e acessível 
ao iniciante em contabilidade. Desenvolvido com base em 
autores da moderna escola de Contabilidade, apresenta 
a mecânica de escrituração dos lançamentos contábeis 
a partir de uma visão conjunta dos relatórios Contábeis, 
com especial ênfase no Balanço Final e na demonstração 
de resultado do Exercício. A matéria é apresentada em uma 
sequência de exploração gradativa do assunto para despertar o interesse do estudante 
na aprendizagem da disciplina. Procurou-se também dar um embasamento legal e 
tributário, possibilitando ao leitor situar-se na realidade em que a empresa atua. No final 
de cada capítulo são sugeridas tarefas práticasa serem desenvolvidas, proporcionando 
uma aprendizagem fora da sala de aula. Esta nova edição apresenta algumas atualizações 
necessárias conforme o Novo Código Civil (NCC).
REFERÊNCIAS
BACICHETI, M. S. A.; RODRIGUES, M. S. O ensino da disciplina de controladoria nos 
programas de pós graduação em nivel de especialização em ciências contábeis e o 
profissional controller atuante no mercado de trabalho. Enfoque: Reflexão Contábil 
(Impresso), v. 25, p. 17-28, 2006.
BRASIL. Resolução nº 1.374, de 08 de dezembro de 2011. Dá nova redação à NBC TG 
ESTRUTURA CONCEITUAL – Estrutura Conceitual para Elaboração e Divulgação de 
Relatório Contábil-Financeiro. Disponível em: <http://www.cfc.org.br/sisweb/SRE/
docs/RES_1374.doc>. Acesso em: 13 maio 2016.
FAYOL, H. Administração industrial e geral: previsão, organização, comando, coor-
denação, controle. 10 ed. São Paulo: Atlas, 1994.
GRECO, A. L.; AREND, L.; GARTNER, G. Contabilidade prática: teoria e prática bási-
cas. São Paulo: Saraiva, 2007.
PADOVEZE, C. L. Manual de contabilidade básica. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2000.
GABARITO
39
1. e) As despesas são consideradas no momento do pagamento.
2. a) Caracteriza-se pelo reconhecimento de receitas e despesas no período que 
ocorrem independente do pagamento ou recebimento.
3. b) O objeto da contabilidade é o patrimônio das entidades.
4. b) São exemplos de atos administrativos: a contratação de um empregado, a de-
cisão em comprar de um determinado fornecedor.
5. c) Por esse método o total dos créditos sempre será igual ao total dos débitos.
6. b) Lançamento de primeira fórmula.
7. c) O proprietário representam os sócios da empresa, portanto são as contas de 
interesse da sociedade.
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Professor Me. José Manoel da Costa
Professora Esp. Evelyn Barrozo Caetano Lima
A ESTRUTURA 
PATRIMONIAL
Objetivos de Aprendizagem
 ■ Compreender a composição do patrimônio.
 ■ Conhecer a estrutura patrimonial.
 ■ Entender o patrimônio líquido ou situação líquida.
Plano de Estudo
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade:
 ■ Patrimônio
 ■ Estrutura Patrimonial
 ■ Patrimônio Líquido
INTRODUÇÃO
Nesta unidade você aprenderá sobre o patrimônio. Serão abordados os concei-
tos, a composição, a equação do patrimônio líquido e a estrutura patrimonial. 
É importante que você absorva plenamente essas noções básicas sobre patrimô-
nio, pois como visto anteriormente, a contabilidade está pautada no patrimônio 
das entidades. A estrutura patrimonial evidencia visualmente o patrimônio da 
empresa e deve ser entendida como a demonstração dos componentes do patri-
mônio da entidade. Você poderá responder ao final desta unidade qualquer 
pergunta sobre patrimônio no que envolve o conceito, composição e estrutura. 
Você terá algumas definições importantes para o estudo contábil envolvendo o 
patrimônio, patrimônio líquido e estrutura de forma prática. Será evidenciada 
também a importância do patrimônio das entidades como objeto de estudo da 
contabilidade. 
Inicialmente estudaremos o patrimônio e sua composição abordando os con-
ceitos e classificações de bens, direitos e obrigações. O estudo do patrimônio nos 
levará ao patrimônio líquido na realidade muito mais lembrado do que o próprio 
patrimônio devido a sua importância na análise das demonstrações contábeis.
A estrutura patrimonial é importante para a interpretação posterior do 
Balanço Patrimonial e na análise econômico-financeira. Veremos aqui que na 
estrutura patrimonial os bens e direitos representam a utilização dos recursos 
da entidade que foram obtidos das fontes próprias e externas. O que chamamos 
fontes próprias são os recursos dos investidores da empresa e as fontes externas 
são os recursos de terceiros que são partes indiretamente ligadas à empresa, pois 
juridicamente não possui nenhuma influência na organização.
A modificação da situação líquida, ou patrimônio líquido, ocorre a partir 
do registro de fatos modificativos, pois alteram o resultado e consequentemente 
o saldo do patrimônio líquido.
Introdução
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PATRIMÔNIO
O Patrimônio é formado por bens materiais e imateriais, com possibilidade 
de avaliação em dinheiro, vinculados à entidade pela aquisição ou por recebi-
mento por doação ou outro título. É formado também pelo direito jurídico de 
receber dinheiro de terceiros e pela obrigação de liquidação das suas dívidas. 
O dicionário Aurélio define patrimônio como “Herança paterna. Bens de famí-
lia. Complexo de bens, materiais ou não, direito, ações, posse e tudo o mais que 
pertença a uma pessoa ou empresa e seja suscetível de apreciação econômica”. 
Padoveze (2000, p. 36) considerando de maneira mais técnica diz que o patrimô-
nio “é o conjunto de riquezas de propriedade de alguém [...]”. Contabilmente o 
patrimônio tem dois aspectos: o qualitativo e o quantitativo. O Conselho Federal 
de Contabilidade descreve esses dois aspectos da seguinte forma:
Por aspecto qualitativo do patrimônio entende-se a natureza dos ele-
mentos que o compõem como dinheiro, valores a receber ou a pagar 
expressos em moeda, máquinas, estoques de materiais ou de merca-
dorias etc. A delimitação qualitativa desce, em verdade, até o grau de 
particularização que permita a perfeita compreensão do componente 
patrimonial. Assim, quando falamos em “máquinas”, ainda estamos a 
empregar um substantivo coletivo, cuja expressão poderá ser de mui-
ta utilidade, em determinadas análises. Mas a Contabilidade, quando 
aplicada a um patrimônio particular, não se limitará às “máquinas” 
como categoria, mas, dependendo das necessidades de controle poderá 
descer a cada máquina em particular e, mais ainda, aos seus porme-
nores de forma que sua caracterização evite a confusão com quaisquer 
outras máquinas, mesmo de tipo idêntico. O atributo quantitativo re-
fere-se à expressão dos componentes patrimoniais em valores, o que 
demanda que a Contabilidade assuma posição sobre o que seja “Valor”, 
porquanto os conceitos sobre a matéria são extremamente variados. 
(CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE, 2008, p. 18)
BENS
Toda coisa material existente não é nada se não for útil para alguém, quando algo 
é útil para alguém, passa a ser cabível a mensuração econômica, então, passa a 
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ser um bem. Tendo utilidade, podemos dizer que é um bem e sendo um bem, 
podemos precificar e realizar transações comerciais.
Portanto, bens são as coisas que são úteis para satisfazer as necessidades das pes-
soas, e por isso são suscetíveis de avaliação econômica. Para exemplificar vamos 
pensar em uma loja de roupas e calçados, quando você entra percebe que naquele 
ambiente comercial temos: gôndolas, balcões, araras, cabides, armários, prova-
dores, prateleiras, mesas, caixa, dinheiro na gaveta, sacolas, frigobar, telefone, 
máquina de cartão, roupas para venda, calçados para venda, acessórios para 
venda, além do prédio no qual a loja está instalada.
Todos estes itens mencionados são bens, alguns deles são bens para utiliza-
ção na atividade da loja (denominamos imobilizado), outros são bens para venda 
(denominamos estoques). Dentre estes bens podemos ter alguns que não são de 
propriedade da empresa, como a sala comercial, que para utilizar precisamos 
pagar aluguel, nesta situação continua sendo um bem, mas de propriedade de 
outra pessoa física ou jurídica.
Temos várias maneiras de classificar os bens, depende do enfoque da classi-
ficação. Para o estudo contábil a principal classificação é quanto à materialidade: 
bens materiais e bens imateriais.
Os bens materiais são aqueles que possuem corpo,matéria. Os bens mate-
riais podem ser divididos em:
 ■ Bens móveis: que podem ser deslocados, que tenham mobilidade, levados 
de um lugar para outro sem avarias. Exemplo: estoques (roupas, calçados 
etc.), telefones, balcões, mesas etc.
 ■ Bens imóveis: que não podem ser removidos do lugar. Exemplo: prédio, 
sala comercial, terrenos, etc.
Os bens imateriais são aqueles que não possuem corpo, matéria. A empresa 
adquire os bens imateriais e os integra ao seu patrimônio, mas não tem corpo, 
não são materiais.
Os exemplos são quase sempre os mesmos, pois não tem muita variedade:
 ■ Fundo de comércio ou ponto ocorre quando uma empresa adquire o 
direito de se instalar em um determinado endereço. Para isso, precisa que 
a empresa anterior desocupe o imóvel e pague um valor.
A ESTRUTURA PATRIMONIAL
Reprodução proibida. A
rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
IIU N I D A D E46
 ■ Marcas e patentes são todos os gastos que a empresa tem para registrar e 
manter o registro da sua marca e/ou dos produtos desenvolvidos.
Bens tangíveis e intangíveis são sinônimos de bens materiais e imateriais 
respectivamente.
DIREITOS
Direitos são os valores que a empresa tem a receber de outra empresa e de pes-
soas físicas. É o poder jurídico que uma empresa tem de exigir valores de outra 
empresa, pessoas físicas ou órgãos públicos. Os direitos ocorrem por diversos 
atos empresariais, dentre eles, podemos citar alguns exemplos:
 ■ Valores a receber de clientes - são decorrentes de vendas realizadas a prazo, 
como os clientes levaram os produtos ou mercadorias e não pagaram no 
ato da compra a empresa tem o direito de receber no prazo combinado.
 ■ Valores a receber do poder público - são decorrentes de créditos por 
impostos não cumulativos que legalmente serão utilizados para reduzir 
o valor dos impostos a pagar nos períodos seguintes.
 ■ Valores a receber de empregados – são decorrentes de adiantamentos de 
salários ou empréstimos feitos a alguns empregados, enquanto estes valo-
res não forem descontados dos rendimentos, a empresa tem o direito de 
recebê-los.
OBRIGAÇÕES
As obrigações são valores que a empresa tem a pagar para outras empresas, pes-
soas físicas, instituições financeiras, poder público, empregados etc., é o inverso 
dos direitos. As obrigações são dívidas contraídas por diversos motivos, dentre 
eles, as compras a prazo, a obtenção de empréstimos e financiamentos. Podemos 
classificar as obrigações, para fins didáticos, da seguinte forma:
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 ■ Obrigações por funcionamento – são as dívidas decorrentes de operações 
da empresa como compras a prazo de materiais e mercadorias e bens para 
a utilização na empresa.
 ■ Obrigações por financiamento – são as dívidas decorrentes de financia-
mento de bens ou de obtenção de recursos em instituições financeiras.
 ■ Obrigações trabalhistas e sociais – normalmente não consideramos dívi-
das os valores a pagar aos empregados e os encargos que deverão ser 
recolhidos ao governo, mas como a apuração da folha de pagamento deve 
ser feita dentro do mês trabalhado e o pagamento do salário poderá ser 
feito até o quinto dia útil e dos encargos nos vencimentos definidos em 
lei, durante o período que decorre do último dia do mês até o pagamento 
a empresa está devendo a empregados e governo.
 ■ Obrigações fiscais – são as dívidas com o órgão fiscal, seja ele federal, 
estadual ou municipal, como a apuração dos impostos e contribuições 
sociais é feita em um mês e o pagamento em períodos seguintes, durante 
este período a empresa tem uma dívida referente aos impostos e contri-
buições sociais ainda não pagos.
 ■ Provisões – são as dívidas decorrentes da operação da empresa que não 
tem claramente data correta de pagamento ou valor correto da dívida. Os 
principais exemplos são as provisões trabalhistas com décimo terceiro 
salário e férias, que devem ser reconhecidas como despesas mensalmente, 
mas a sua exigibilidade será em data futura.
Normalmente, não deixamos muito dinheiro no caixa da empresa, pois fica 
no banco. Considerando que o dinheiro em caixa é um bem, como podemos 
classificar o dinheiro no banco? Bem ou direito? Por quê?
A ESTRUTURA PATRIMONIAL
Reprodução proibida. A
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IIU N I D A D E48
ESTRUTURA PATRIMONIAL
Aqui você terá contato com o conteúdo que te levará ao aprendizado da estrutura 
patrimonial de uma forma diferente, teórica. Cada um dos grupos de contas que 
compõem a estrutura patrimonial e também as contas de resultado será expli-
cado detalhadamente, para que você aprenda a estrutura patrimonial por um 
enfoque conceitual e exemplificativo.
Podemos representar a estrutura do patrimônio da seguinte forma:
Figura 1: Estrutura Patrimonial
ESTRUTURA PATRIMONIAL
ATIVO PASSIVO+PL
Bens Obrigações
Direitos Patrimônio Líquido
Fonte: o autor.
A parte positiva do patrimônio, por convenção, será sempre demonstrada do 
lado esquerdo e a parte negativa, do direito.
Segundo Saldini (2002, p. 17), “podemos dizer que os bens e os direitos são 
positivos porque seus recursos estão disponíveis para operacionalizar a empresa, e 
as obrigações, por se tratarem de dívidas, fazem com que esses recursos diminuam”.
Assim, os elementos positivos do patrimônio são chamados de Ativos e os 
elementos negativos de Passivos. O Patrimônio Líquido aparece do lado direito, 
juntamente com os elementos negativos, por representar a diferença entre a parte 
positiva e negativa, dando assim o equilíbrio na estrutura patrimonial.
O relatório contábil que demonstra a estrutura patrimonial apurada em um 
determinado momento de forma estática é o Balanço Patrimonial.
ATIVO (BENS E DIREITOS)
De acordo com o Comite de Pronunciamento Contábil (2008, p. 16), “ativo é um 
recurso controlado pela entidade como resultado de eventos passados e do qual 
se espera que resultem futuros benefícios econômicos para a entidade”.
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A principal característica que se pode visualizar em um Ativo é o benefício 
futuro que pode advir desse bem. De forma simples, costumeiramente atribui-
-se a bens e direitos da empresa o conceito de Ativo, sendo assim, todos os bens 
e direitos que a empresa detém são seus ativos, como veículos, dinheiro, móveis, 
imóveis, máquinas etc.
Poderão ocorrer casos em que a empresa possua em seu imobilizado uma 
máquina sem vida útil, sem capacidade instalada, não podendo gerar qualquer 
benefício presente ou futuro para essa entidade, nesse caso, não será conside-
rado este bem um Ativo, devendo, portanto, ser retirado do Ativo.
Ativo Circulante (Bens e Direitos com expectativa de realização 
até o final do exercício seguinte)
Representa todos os bens e direitos considerados como Ativo da empresa e que 
podem vir a se transformar em dinheiro no chamado curto prazo, ou seja, até 
o término do exercício social seguinte. Esse grupo também é conhecido como 
“Capital de Giro” da entidade e, como o próprio nome expressa, contribuirá para 
o giro, a realização das atividades necessárias da entidade.
Compõem o Ativo Circulante:
 ■ Disponível: são expressões monetárias equivalentes a bens, são valores 
disponíveis de forma mais imediata para a empresa, valores que estão à 
disposição das operações que a empresa precisa realizar.
 ■ Créditos: são direitos que representam valores que a empresa tem 
expectativa de receber até o final do exercício social seguinte.
 ■ Estoques: são bens que representam os valores que a empresa possui de 
estoques para consumo, para uso no processo produtivo, para revenda, 
em processo e produtos prontos para a venda.
 ■ Outros ativos circulantes: são bens e direitos de menor expressão querepresentam os valores que a empresa possui com realização prevista no 
curto prazo, por exemplo: impostos a recuperar, adiantamento a forne-
cedores, adiantamento a empregados etc.
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IIU N I D A D E50
Ativo Não Circulante (Bens e Direitos com expectativa de real-
ização após o final do exercício seguinte)
São os bens ou direitos que serão realizados (convertidos em dinheiro) após o 
final do exercício seguinte (realizável a longo prazo), compostos também pelos 
Investimentos, Imobilizados e Intangíveis da empresa que os utiliza no desen-
volvimento de sua atividade principal. Dentro desse grupo, somente o subgrupo 
realizável a longo prazo é considerado ativo realizável, pois os investimentos, 
imobilizados e ativos intangíveis são necessários para a atividade da empresa, 
são estratégicos, e como são de propriedade da empresa, poderão ser vendidos, 
mas não existe expectativa para isso, pois a atividade da empresa depende deles.
Compõem o Ativo Não Circulante:
 ■ Ativo Realizável a Longo Prazo: são bens e direitos de propriedade da 
empresa que irão se realizar, mas a expectativa de prazo para essa realização 
(transformação em dinheiro) é após o final do exercício social seguinte. 
Valores a receber com data prevista para o longo prazo.
 ■ Investimentos: são participações permanentes que a empresa realiza 
em outras companhias, valores desembolsados na compra de parte de 
empresas e que não possui a intenção de vender. Também são considerados 
investimentos nesse grupo quaisquer valores que a empresa destina como 
forma de “especulação financeira” e que possuem caráter permanente. 
 ■ Imobilizado: são os bens destinados a manutenção de todas as ativi-
dades da empresa, aqueles que irão contribuir para a empresa atingir a 
conclusão de suas atividades principais. Esses bens NÃO serão destina-
dos à venda e permanecerão por período indeterminado como ativos da 
empresa, sua realização é parcial em forma de depreciação.
 ■ Intangível: Marion (2009, p. 360) relata que “a legislação diz que devem 
ser classificados no grupo Intangível os direitos que tenham por objeto 
bens incorpóreos destinados à manutenção da companhia ou exercido 
com esta finalidade”. 
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PASSIVO (DÍVIDAS)
O Passivo é uma obrigação presente da entidade, derivada de eventos passados, 
cuja liquidação se espera que resulte na saída de recursos da entidade capa-
zes de gerar benefícios econômicos. Representa todas as obrigações que uma 
empresa possui com terceiros. Também é conhecido como Capital de Terceiros 
ou Obrigações Exigíveis.
No Passivo, as contas serão dispostas em ordem crescente de exigibilidades, 
registradas nos grupos que trataremos a partir de agora.
Passivo Circulante (dívidas com vencimento até o final do exercício 
social seguinte)
No Passivo Circulante são classificadas as dívidas a pagar em curto prazo, isso 
quer dizer, vencíveis ou exigíveis até o final do exercício social seguinte. Como 
visto na constituição da sociedade, é determinado qual será o dia de encerra-
mento do exercício social, que normalmente é 31/12, para haver compatibilidade 
com o encerramento do exercício fiscal.
De modo diferente do Ativo Circulante, a lei não explicita quais são os sub-
grupos do Passivo Circulante. Na pretensão de organizar melhor as contas, 
sugerem-se os seguintes subgrupos: empréstimos e financiamentos; fornecedo-
res; obrigações trabalhistas; obrigações sociais; obrigações fiscais; outras contas 
a pagar e provisões.
Compõem o Passivo Circulante:
 ■ Empréstimos e financiamentos: são os credores por financiamento. A 
expressão empréstimos é utilizada para operações de obtenção de recursos 
de instituições financeiras para cobrir necessidades de capital de giro, 
normalmente com prazos curtos. Tanto os empréstimos e financiamentos 
com vencimentos previstos até o final do exercício social seguinte quanto 
as parcelas vencíveis nesse prazo dos empréstimos e financiamentos em 
longo prazo deverão figurar nesse subgrupo.
 ■ Fornecedores: os fornecedores ou credores por fornecimento represen-
tam as compras de mercadorias ou materiais adquiridos a prazo.
A ESTRUTURA PATRIMONIAL
Reprodução proibida. A
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IIU N I D A D E52
 ■ Obrigações trabalhistas: as obrigações a pagar aos empregados ficam por 
um período muito curto compondo o Passivo, pois, conforme as leis tra-
balhistas, eles devem ser pagos até o quinto dia útil do mês subsequente 
ao trabalhado. Por não fazer parte do esforço para a obtenção de receitas 
no mês em que são pagas, as obrigações trabalhistas devem ser provi-
sionadas no mês em que incorreram, por isso são dívidas da empresa 
enquanto não forem pagas. 
 ■ Obrigações sociais: as obrigações sociais ocorrem em função dos salários, 
mas representam recursos diferentes dos salários, pois serão pagas a cre-
dores diferentes. Essas obrigações são decorrentes das provisões, devido ao 
regime de competência, devem ser lançadas no mês que aconteceram, mas 
serão pagas no mês seguinte, por isso aparecem no balanço como dívidas.
 ■ Obrigações fiscais: as obrigações fiscais ocorrem em decorrência de impos-
tos apurados dentro do período com exigibilidade em períodos seguintes. 
 ■ Outras contas a pagar: nesse grupo, podemos considerar as contas que 
representam dívidas e não têm gênero específico nos subgrupos anteriores.
 ■ Provisões: provisões representam obrigações diferentes das demais por 
serem determinadas com base em estimativas, não tendo o valor exato 
a ser pago, ou por não ter uma data certa de exigibilidade. As provisões 
mais comuns são as trabalhistas: 13º salário e férias.
Passivo Não Circulante (dívidas com vencimento após o final do 
exercício social seguinte)
Nesse grupo de contas são registradas as obrigações que serão exigidas a partir 
do final do exercício social seguinte, assim sendo, o subgrupo que normalmente 
tem uma participação maior nesse grupo é o dos empréstimos e financiamen-
tos, por ser a principal fonte de recurso em longo prazo.
A cada período, uma parte da dívida em longo prazo vai sendo transferida 
para o Passivo Circulante, por passar a ser de curto prazo, portanto, os pagamen-
tos são feitos no circulante, salvo se houver uma liquidação antecipada.
Da mesma forma que ocorre com o Ativo Realizável em longo prazo (sub-
grupo do Ativo Não Circulante), como exceção a data de pagamento, sempre serão 
considerados como exigível a longo prazo as dívidas que a empresa têm a pagar.
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PATRIMÔNIO LÍQUIDO
O Patrimônio Líquido ou Situação Líquida é a diferença matemática entre ativos (bens 
e direitos) e passivos (obrigações). As fontes do patrimônio líquido de uma entidade 
são os investimentos dos sócios ou acionistas e os lucros provenientes da própria ati-
vidade empresarial. O patrimônio líquido pode se apresentar positivo, quando os 
ativos da entidade forem maiores que os passivos, mas pode também se apresentar 
negativo, quando os passivos da entidade forem maiores que os ativos. Somente a 
título de possibilidade matemática, podemos dizer que o patrimônio líquido pode 
se apresentar nulo, quando os ativos forem exatamente iguais aos passivos.
O patrimônio está sempre ligado a uma ou mais pessoas, sejam elas físicas ou 
jurídicas, todos os componentes do patrimônio (bens direitos e obrigações) devem 
ser mensurados para que seja possível apurar o Patrimônio Líquido ou a Situação 
Líquida do patrimônio, por meio da equação: bens mais direitos menos obrigações.
Podemos afirmar que o Patrimônio Líquido é resultante da diferença entre

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