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Cópia de Cópia de 181274112817 OAB2FASE PECAS PROC AULA 08

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2 
PRINCIPAIS DIFERENÇAS ENTRE MANDADO DE SEGURANÇA E AÇÃO DE PROCEDIMENTO COMUM 
(AÇÃO ORDINÁRIA) 
 
MANDADO DE SEGURANÇA X AÇÃO DE PROCEDIMENTO COMUM (ou Ação Ordinária) 
 
A ação pode ser: de indenização, de cobrança, anulatória, de obrigação de fazer... 
Na parte da qualificação inicial basta colocar ação de procedimento comum e no pedido indicar qual é o tipo de 
ação... 
 
A ação não enfrenta prazo específico para o seu ajuizamento, permite a dilação probatória, não depende de autori-
dade coatora indicada e admite a cobrança (pedido de indenização por danos materiais e morais) 
 
A sua fundamentação jurídica processual se encontra nos arts. 319 e 320 do CPC e a sua base material na própria 
Constituição. 
 
Ex: ação na área da saúde (arts. 6º e 196), da educação (art. 205), concursos públicos (art. 37, II), licitação (37, 
XXI) ... 
 
Em caso de urgência, é possível usar o art. 300, do CPC – antecipação de tutela! 
 
IMPORTANTE!! 
 
Nessa ação não há prerrogativa de foro funcional, então a ação é proposta perante juiz singular, estadual ou federal 
conforme o caso. 
 
União, Autarquia, Empresa Pública e Fundação Pública Federal – Juiz Federal de 1º grau. 
 
Estados, Municípios, suas autarquias, empresas públicas e fundações públicas – Juiz Estadual de 1º grau – Vara 
de Fazenda Pública. 
 
Petição inicial padrão 
 
EXM°. SR. DR. JUIZ DE DIREITO DA ... VARA ... DA COMARCA DE ... 
Ou 
EXM°. SR. DR. JUIZ FEDERAL DA ...VARA FEDERAL DA SEÇÃO JUDICIÁRIA DO ESTADO... 
 
NOME, nacionalidade..., estado civil... (ou existência de união estável), profissão..., portador do RG n... e do CPF 
n ..., endereço eletrônico..., residente e domiciliado ..., nesta cidade, por seu advogado infra-assinado (ou que esta 
subscreve), conforme procuração anexa, com escritório ..., nesta cidade, endereço que indica para os fins do art. 
77, V, do CPC, com fundamento nos termos do art. ..., vem ajuizar... em face de... 
 
I - SÍNTESE DOS FATOS 
II- TUTELA DE URGÊNCIA 
III- FUNDAMENTAÇÃO JURÍDICA 
IV- PEDIDOS 
 
a) Citação do réu... 
b) Produção de provas... 
c) Juntada de documentos. 
d) Procedência do pedido... 
e) Condenação em custas e honorários advocatícios... 
 
Em cumprimento ao art. 319, VII, do CPC, o autor opta pela realização da audiência de conciliação ou de mediação. 
Dá-se à causa o valor de R$ 1.000,00 para efeitos procedimentais. 
Ou: 
Valor da causa de acordo com o art. 291 do CPC/15. 
Ou: 
 
 
 
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3 
Valor da causa de acordo com o art. 319 do CPC/15. 
Termos em que, 
pede deferimento 
Local... e data... 
Advogado... 
OAB n.º ... 
 
PEÇA PROCESSUAL – IX EXAME 
 
José, brasileiro, desempregado, domiciliado no Município “ABC”, capital do Estado “X”, chegou a um hospital muni-
cipal que não possui Centro de Tratamento Intensivo (CTI) – sentindo fortes dores de cabeça. José aguardou aten-
dimento na fila da emergência pelo período de 12 (doze) horas, durante o qual foi tratado de forma áspera e vexatória 
pelos servidores do hospital, que, entre outros comportamentos aviltantes, debocharam do fato de José estar de pé 
há tanto tempo esperando atendimento. 
 
Após tamanha espera e sofrimento, o quadro de saúde de José agravou-se e ele entrou em estado de incapacidade 
absoluta, sem poder locomover-se e sem autodeterminação, momento no qual, enfim, um médico do hospital veio 
atendê-lo. 
 
Adamastor, também desempregado, pai de José, revela que, segundo laudo do médico responsável, seu filho ne-
cessita urgentemente ser removido para um hospital que possua CTI, pois José corre risco de sofrer danos irrever-
síveis à sua saúde e, inclusive, o de morrer. 
 
Informa ainda que o médico mencionou a existência de hospitais municipais, estaduais e federais nas proximidades 
de onde José se encontra internado, todos possuidores de CTI. 
 
Ocorre que José e Adamastor são economicamente hipossuficientes, de modo que não possuem condições finan-
ceiras de arcar com a remoção para outro hospital público, nem de custear a internação em hospital particular, sem 
prejuízo do sustento próprio ou da família Indignado com todo o ocorrido, e ansioso para preservar a saúde de seu 
filho, Adamastor o procura para, na qualidade de advogado, identificar e minutar a medida judicial adequada à tutela 
dos direitos de José em face de todos os entes que possuem hospitais próximos ao local onde José se encontra e 
que seja levado em consideração o tratamento hostil por ele recebido no hospital municipal. 
(Valor: 5,0) 
 
EXMº. SR. DR. JUIZ FEDERAL DA… VARA FEDERAL DA SEÇÃO JUDICIÁRIA DO ESTADO X. 
(5 linhas) 
 
José, representado por seu pai Adamastor, nacionalidade..., estado civil... (ou existência de união estável), profis-
são..., portador do RG n°... e do CPF n °..., endereço eletrônico..., residente e domiciliado..., nesta cidade, por seu 
advogado infra-assinado, conforme procuração anexa, com escritório ..., endereço que indica para os fins do art. 
77, V, do CPC, com fundamento no art. 319, do CPC vem ajuizar AÇÃO DE PROCEDIMENTO COMUM em face 
do Município “ABC”, do Estado “X” e da União. 
 
I-DO PEDIDO DE GRATUIDADE DE JUSTIÇA 
 
Com base no art. 99 do CPC, o Autor requer a V. Exª. a concessão do benefício da gratuidade de justiça, tendo em 
vista que está desempregado e sem condições de arcar com as custas processuais sem prejuízo do sustento próprio 
e de sua família. 
 
II-SÍNTESE DOS FATOS 
 
O Autor chegou a um hospital municipal que não possui Centro de Tratamento Intensivo (CTI) sentindo fortes dores 
de cabeça e aguardou atendimento na fila da emergência pelo período de 12 (doze) horas, durante o qual foi tratado 
de forma áspera e vexatória pelos servidores do hospital, que, entre outros comportamentos aviltantes, debocharam 
dele estar de pé há tanto tempo esperando atendimento. 
 
 
 
 
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Após tamanha espera e sofrimento, o quadro de saúde de José agravou-se e ele entrou em estado de incapacidade 
absoluta, sem poder locomover-se e sem autodeterminação, momento no qual, enfim, um médico do hospital veio 
atendê-lo. 
 
Adamastor, também desempregado, pai de José, revela que, segundo laudo do médico responsável, seu filho ne-
cessita urgentemente ser removido para um hospital que possua CTI, pois José corre risco de sofrer danos irrever-
síveis à sua saúde e, inclusive, o de morrer, daí a necessidade de ajuizamento da presente ação. 
 
III- PEDIDO DE TUTELA DE URGÊNCIA 
 
A tutela de urgência na Ação Ordinária é extraída do art. 300 e 303, do CPC e possui natureza de tutela antecipada. 
 
Deve haver a demonstração da probabilidade do direito e do perigo de dano ou o risco ao resultado útil do processo. 
 
IV- FUNDAMENTOS JURÍDICOS 
 
A saúde é um direito fundamental, de acordo com os arts. 6º e 196 da Constituição da República. 
 
A responsabilidade pelo cuidado da saúde e assistência pública, da proteção e garantia das pessoas portadoras de 
deficiência é cumulativa entre a União, os Estados, os Municípios e o Distrito Federal, na forma do art. 23, II, da 
CRFB/88. 
 
Diante do tratamento vexatório sofrido por José no hospital municipal, o direito à reparação por danos morais em 
face do Município é respaldado pelo art. 37, §6º, que aduz: 
 
“As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras de serviços públicos responderão pelos 
danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, assegurado o direito de regresso contra o respon-
sável nos casos de dolo ou culpa”. 
 
V- DOS PEDIDOS 
 
Diante de todo o exposto, requer-se: 
 
a) a concessão da tutela de urgência para determinar a imediata transferência de José ao CTI mais próximo; 
b) que seja julgado procedente o pedido para condenar os Réus à internação de José no referido CTI; 
c) a citação do Município,do Estado e da União para integrar o feito; 
d) a condenação do Município ABC à reparação dos danos morais sofridos pelo autor; 
e) a condenação dos Réus em custas e em honorários advocatícios; 
f) a produção de todos os meios de provas em direito admitidas; 
g) a juntada de documentos. 
 
Em cumprimento ao art. 319, VII, do CPC, o autor opta pela realização da audiência de conciliação ou de mediação. 
Dá-se à causa o valor de R$ 1.000,00 para efeitos procedimentais. 
Ou: 
Valor da causa de acordo com o art. 291 do CPC/15. 
Ou: 
Valor da causa de acordo com o art. 319 do CPC/15. 
Termos em que, 
pede deferimento 
Local... e data... 
Advogado... 
OAB n.º ... 
 
PEÇA PROCESSUAL – V EXAME 
 
 
 
 
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5 
Mévio, brasileiro, solteiro, estudante universitário, domiciliado na capital do Estado W, requereu o seu ingresso em 
programa de bolsas financiado pelo Governo Federal, estando matriculado em Universidade particular. Após apre-
sentar a documentação exigida, é surpreendido com a negativa do órgão federal competente, que aduz o não 
preenchimento de requisitos legais. Entre eles, está a exigência de pertencer a determinada etnia, uma vez que o 
programa é exclusivo de inclusão social para integrantes de grupo étnico descrito no edital, podendo, ao arbítrio da 
Administração, ocorrer integração de outras pessoas, caso ocorra saldo no orçamento do programa. 
 
Informa, ainda, que existe saldo financeiro e que, por isso, o seu requerimento ficará no aguardo do prazo estabe-
lecido em regulamento. O referido prazo não consta na lei que instituiu o programa, e o referido ato normativo 
também não especificou a limitação do financiamento para grupos étnicos. 
 
Informa, ainda, que existe saldo financeiro e que, por isso, o seu requerimento ficará no aguardo do prazo estabe-
lecido em regulamento. O referido prazo não consta na lei que instituiu o programa, e o referido ato normativo 
também não especificou a limitação do financiamento para grupos étnicos. 
 
Com base na negativa da Administração Federal, a matrícula na Universidade particular ficou suspensa, prejudi-
cando a continuação do curso superior. O valor da mensalidade por ano corresponde a R$ 20.000,00, sendo o curso 
de quatro anos de duração. O estudante pretende produzir provas de toda a espécie, receoso de que somente a 
prova documental não seja suficiente para o deslinde da causa. 
 
Isso foi feito em atendimento à consulta respondida pelo seu advogado Tício, especialista em Direito Público, que 
indicou a possibilidade de prova pericial complexa, bem como depoimentos de pessoas para comprovar a sua ne-
cessidade financeira e outros depoimentos para indicar possíveis beneficiários não incluídos no grupo étnico referido 
pela Administração. 
 
Aduz ainda que o pleito deve restringir-se no reconhecimento do seu direito constitucional e que eventuais perdas 
e danos deveriam ser buscadas em outro momento. 
 
Há urgência, diante da proximidade do início do semestre letivo. 
 
Na qualidade de advogado contratado por Mévio, elabore a peça cabível ao tema, observando: 
 
a) competência do juízo; 
b) Legitimidade ativa e passiva; 
c) fundamentos de mérito constitucionais e legais vinculados; 
d) os requisitos formais da peça inaugural. (Valor: 5,0) 
 
EXMº. SR. DR. JUIZ FEDERAL DA… VARA FEDERAL DA SEÇÃO JUDICIÁRIA DO ESTADO W 
(5 linhas) 
 
Mévio, brasileiro, solteiro, estudante universitário, portador do RG n°... e do CPF n°..., endereço eletrônico..., resi-
dente e domiciliado..., nesta cidade, por seu advogado infra-assinado, conforme procuração anexa, com escritório 
..., endereço que indica para os fins do art. 77, V, do CPC, com fundamento no art. 319, do CPC vem ajuizar AÇÃO 
DE PROCEDIMENTO COMUM em face da União e da Universidade particular... 
 
I-SÍNTESE DOS FATOS 
 
O Autor, estudante universitário, foi surpreendido com a negativa do seu pedido de ingresso em programa governa-
mental de bolsas estudantis, apesar de estar matriculado em faculdade particular e de ter apresentado todos os 
documentos necessários. 
 
O órgão federal competente, após analisar o requerimento de Mévio, sustentou que não foram preenchidos requisi-
tos previstos em lei, dentre eles, o pertencimento a certa etnia. Importante ressaltar, que há previsão de integração 
de pessoas no programa que não pertencem ao grupo étnico apontado no edital, desde que haja saldo no respectivo 
orçamento. 
 
 
 
 
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Entretanto, apesar de sustentarem a existência de saldo financeiro, foi afirmado que o requerimento do Autor deveria 
aguardar um prazo estabelecido em regulamento, mas tal prazo sequer consta na lei instituidora do programa go-
vernamental, da mesma forma que nela não há qualquer limitação relacionada a aplicação do financiamento exclu-
sivamente para determinado grupo étnico. 
 
II- TUTELA DE URGÊNCIA 
 
A tutela de urgência na Ação de Procedimento Comum é extraída do art. 300 do CPC e possui natureza de tutela 
antecipada. 
Deve haver a demonstração da probabilidade do direito e do perigo de dano ou o risco ao resultado útil do processo. 
 
III- FUNDAMENTOS JURÍDICOS 
 
Houve ofensa ao princípio da isonomia, pois esse tipo de financiamento não pode beneficiar somente determinado 
grupo étnico, tendo sido violado o disposto no art. 5º, caput e I, da CRFB/88. 
 
Também foi violado o princípio da legalidade, que deveria ser observado por toda administração pública, vez que 
há confronto entre o regulamento e o texto legal, o que afronta o art. 37, caput, da CRFB/88. 
 
Ademais, o direito constitucional à educação deve ser respeitado, pois de acordo com o art. 205, da CRFB/88, a 
educação é direito de todos e dever do Estado e da família, devendo ser promovida e incentivada com a colaboração 
da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qua-
lificação para o trabalho. 
 
IV- DOS PEDIDOS 
 
Diante de todo o exposto, requer-se: 
 
a) a concessão da tutela de urgência para determinar a imediata inclusão no programa de bolsas; 
b) que seja julgado procedente o pedido para condenar os Réus a incluir o Autor, em definitivo, no programa de 
bolsas do Governo; 
c) a citação da União e da Universidade particular para integrar o feito; 
d) a condenação dos Réus em custas e em honorários advocatícios; 
e) a produção de todos os meios de provas em direito admitidas; 
f) a juntada de documentos. 
 
Em cumprimento ao art. 319, VII, do CPC, o autor opta pela realização da audiência de conciliação ou de mediação. 
Dá-se à causa o valor de R$ 80.000,00 (oitenta mil reais) para efeitos procedimentais. 
Termos em que, 
pede deferimento. 
Local... e data... 
Advogado... 
 
Direitos Metaindividuais 
 
Art. 81 do CDC: A defesa dos interesses e direitos dos consumidores e das vítimas poderá ser exercida em juízo 
individualmente, ou a título coletivo. Parágrafo único. A defesa coletiva será exercida quando se tratar de: 
 
I - interesses ou direitos difusos, assim entendidos, para efeitos deste código, os transindividuais, de natureza indi-
visível, de que sejam titulares pessoas indeterminadas e ligadas por circunstâncias de fato; 
II - interesses ou direitos coletivos, assim entendidos, para efeitos deste código, os transindividuais, de natureza 
indivisível de que seja titular grupo, categoria ou classe de pessoas ligadas entre si ou com a parte contrária por 
uma relação jurídica base; 
III - interesses ou direitos individuais homogêneos, assim entendidos os decorrentes de origem comum. 
 
• Interesses ou direitos difusos: 
 
 
 
 
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A titularidade é de pessoas indeterminadas e indetermináveis, vez que não há como determinar quem será 
beneficiado. Concerne a toda coletividade ou a parcelas dela, que não são possíveis de identificar. As pessoas são 
unidas poruma simples circunstância de fato ou contingencial extremamente mutável, o fato de residirem em 
determinado local ou região. 
 
São características desses direitos: a inexistência de vínculo jurídico ou fático definido entre as partes; a impos-
sibilidade de apropriação exclusiva e de quantificação da sua fruição; a indivisibilidade do objeto; ausência de vin-
culação a órgãos ou instituições (são fluidos na sociedade, estão distribuídos igualmente). 
 
Exemplos apresentados pela doutrina relacionados ao meio ambiente: o direito ao ar puro, à preservação das 
espécies animais, à limpeza das águas, dentre outros. 
 
• Interesses ou direitos coletivos: 
 
Tais direitos também são inerentes a pessoas indeterminadas a princípio, mas determináveis, já que há uma relação 
jurídica que vincula os titulares do direito, sendo possível determinar o grupo de pessoas, pelo fato de existir um 
vínculo mais sólido entre elas. 
 
O objeto é indivisível, e isso porque satisfaz a todos ao mesmo tempo, sendo todo o grupo lesado coetaneamente 
na hipótese de violação. 
 
São características desses direitos: o mínimo de organização em relação a identificação da titularidade; 
interesses de grupos ou classes determinadas; vínculo jurídico básico, comum a todos os integrantes do grupo. 
 
Exemplos trazidos pela doutrina: membros de determinada categoria de trabalhadores, representada por certo 
sindicato, no sentido de que não ocorra alteração da regulamentação da jornada de trabalho ou do pagamento de 
horas diferenciadas... 
 
• Interesses ou direitos individuais homogêneos: 
 
Não são coletivos na sua essência, são formalmente coletivos devido ao tratamento processual que é dispensado 
a eles por opção do legislador. São Interesses de grupos determinados ou determináveis que compartilham danos 
divisíveis ou autônomos em razão de um fato comum. 
 
São características desses direitos: titulares são determinados ou determináveis; essencialmente individuais, 
pois poderiam ser reparados em demandas individuais; o objeto final é divisível ou autônomo (normalmente 
associado a reparação de dano); possuem origem comum. 
 
Exemplos doutrinários: adquirentes de determinado medicamento que apresenta a mesma falha de produção, 
danosa à saúde dos usuários; venda de veículos produzidos por uma montadora contendo defeito em série que 
ocasiona danos similares aos adquirentes; investidores da bolsa de valores que sofreram lesão em razão de co-
brança de taxa indevida na compra de ações de certa empresa. 
 
Principais diferenças entre a ACP e o MS coletivo 
 
• A ação civil pública deve ser proposta no prazo de 5 anos, sendo repressiva (art. 21 da Lei 4.717/65- por analogia), 
enquanto o MS coletivo tem que ser impetrado no prazo máximo de 120 dias (art. 23 da lei 12.016/09); 
• Os legitimados para a ACP estão elencados no art. 5° da lei 7.347/85; os legitimados do MS coletivo encontram-
se no art. 21 da lei 12.016/09; 
• Havendo necessidade de produção de provas não será possível a utilização do MS coletivo, vez que não é possível 
a dilação probatória por essa via, devendo ser proposta ACP; 
• A competência para julgamento da ACP é fixada em razão do local onde ocorre o dano; no MS coletivo leva-se 
em conta a autoridade coatora; 
• No que tange ao objeto, enquanto o MS coletivo se presta a tutelar os direitos individuais homogêneos e os direitos 
coletivos em sentido estrito, a ACP tem como objeto, além dos apontados, os direitos difusos. 
 
AÇÃO CIVIL PÚBLICA 
 
 
 
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1. Histórico 
2. Base Legal 
3. Finalidade 
4. Legitimidade Ativa 
5. Legitimidade Passiva 
6. Órgão Competente 
7. Da Tutela de urgência 
8. Caso Concreto 
 
FGV – XXI Exame de Ordem 
 
A Associação Alfa, constituída há 3 (três) anos, cujo objetivo é a defesa do patrimônio social e, particularmente, do 
direito à saúde de todos, mostrou-se inconformada com a negativa do Posto de Saúde Gama, gerido pelo Município 
Beta, de oferecer atendimento laboratorial adequado aos idosos que procuram esse serviço. 
 
O argumento das autoridades era o de que não havia profissionais capacitados e medicamentos disponíveis em 
quantitativo suficiente. Em razão desse estado de coisas e do elevado número de idosos correndo risco de morte, 
a Associação resolveu peticionar ao Secretário municipal de Saúde, requerendo providências imediatas para a re-
gularização do serviço público de Saúde. 
 
O Secretário respondeu que a situação da Saúde é realmente precária e que a comunidade precisa ter paciência e 
esperar a disponibilização de repasse dos recursos públicos federais, já que a receita prevista no orçamento muni-
cipal não fora integralmente realizada. Reiterou, ao final e pelas razões já aventadas, a negativa de atendimento 
laboratorial aos idosos. 
 
Apesar disso, as obras públicas da área de lazer do bairro em que estava situado o Posto de Saúde Gama, nos 
quais eram utilizados exclusivamente recursos públicos municipais, continuaram a ser realizadas. 
 
Considerando os dados acima, na condição de advogado(a) contratado(a) pela Associação Alfa, elabore a medida 
judicial cabível para o enfrentamento do problema, inclusive com providências imediatas, de modo que seja ofere-
cido atendimento adequado a todos os idosos que venham a utilizar os serviços do Posto de Saúde. A demanda 
exigirá dilação probatória. (Valor: 5,00) 
 
Obs.: a peça deve abranger todos os fundamentos de Direito que possam ser utilizados para dar respaldo à pre-
tensão. A simples menção ou transcrição do dispositivo legal não confere pontuação. 
 
EXMº. SR. DR. JUIZ DE DIREITO DA... VARA DA FAZENDA PÚBLICA DA COMARCA BETA ... 
(pular aproximadamente 5 linhas em todas as petições iniciais) 
 
ASSOCIAÇÃO ALFA, pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ sob nº..., com sede em..., por meio de 
seu representante legal..., vem, por seu advogado infra-assinado doc..., com escritório..., endereço que indica para 
os fins do art. 77, V, do CPC, com fundamento nos termos da Lei 7.347/85, propor a presente AÇÃO CIVIL PÚ-
BLICA em face do Município Beta e Secretário Municipal de Saúde, que podem ser encontrados nos endereços...pe-
las razões que passa a expor. 
 
I – SÍNTESE DOS FATOS 
 
Diante do grande número de idosos correndo risco de morte em razão da negativa do Posto de Saúde Gama, gerido 
pelo Município Beta, de oferecer atendimento laboratorial adequado aqueles, que necessitavam do mesmo, sob o 
argumento da falta de profissionais e medicações, a Associação pleiteou ao Secretário Municipal de Saúde provi-
dências a fim de fosse regularizada a situação. 
 
Em resposta o Secretário reafirmou a negativa de atendimento, sustentando que não foi integral a realização da 
receita inicialmente prevista no orçamento do município, em razão da disponibilização apenas parcial do repasse 
de recursos públicos federais. 
 
 
 
 
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Sustentou, ainda, que os munícipes deveriam ser pacientes. 
 
Entretanto, sabe-se que as obras públicas que estão sendo realizadas na área de lazer do bairro em que se situa o 
Posto de Saúde Gama, que utiliza exclusivamente recursos públicos municipais, estão em pleno vapor. 
 
II – DA LEGITIMIDADE ATIVA 
 
A Associação Alfa é legitimada ativa a propositura da presente ação, pois cumpre o disposto no art. 5º, V, da Lei 
7.347/85, já que foi constituída há mais de 1 (um) ano e inclui, entre suas finalidades institucionais, a defesa do 
patrimônio social e do direito à saúde de todos. 
 
III – DA TUTELA DE URGÊNCIA 
 
A tutela de urgência na ação civil pública está presente no art. 12, da Lei 7.347/85 e possui natureza medida caute-
lar/liminar. 
A probabilidade do direito reside nos argumentos de fato e de direito apresentados na presente e comprovados 
mediante a documentação anexa. 
 
Já o perigo de dano ou o risco ao resultado útil do processo tambémse encontra demonstrado, uma vez que os 
idosos estão sujeitos a complicações de saúde e a risco de morte, caso não recebam o tratamento de saúde ade-
quado. 
 
IV – DOS FUNDAMENTOS JURÍDICOS 
 
A ação civil pública é um instrumento de ordem constitucional, destinado à defesa de interesses metaindividuais. 
Mesmo estando referida no capítulo da Constituição Federal relativo ao Ministério Público (art. 129, III), não é ex-
clusiva da instituição, de acordo com o §1º do referido artigo. 
 
No plano infraconstitucional a ação é regida pela Lei 7.347/85 e, segundo a doutrina majoritária, aplica-se, por 
analogia, dispositivos da Lei nº 4.717/1965. 
 
Possui natureza condenatória, de acordo com o art. 3º, da Lei 7.347/85, mas, à semelhança da ação popular, tam-
bém pode pleitear a invalidação de ato ou contrato administrativo, ilegal, ilegítimo ou ilícito e lesivo ao patrimônio 
público, cultural, histórico ou ambiental. 
 
No presente caso, o cabimento da ação civil pública se justifica diante do fato de o objetivo da demanda judicial ser 
a defesa de todos os idosos que procuram o atendimento do Posto de Saúde Gama, pois como se discute a quali-
dade do serviço público oferecido à população e esses idosos não podem ser individualizados, trata-se de típico 
interesse difuso, enquadrando-se no art. 1º, incisos IV e VIII, da Lei nº 7.347/85. 
 
Importante destacar que a saúde dos idosos é um direito fundamental, de acordo com os arts. 6º e 196 da Consti-
tuição da República, e o texto constitucional traz, ainda, o direito à vida, em seu art. 5º, caput, e o Princípio da 
Dignidade da Pessoa Humana, art. 1°, III da CRFB/88, como um dos fundamentos da República Federativa do 
Brasil. 
 
Constamos, no presente caso, evidente preterição de tais direitos para a realização de obras públicas em área de 
lazer, o que é constitucionalmente inadequado em razão da maior importância dos referidos direitos. Afinal, sem 
vida e saúde, não há possibilidade de lazer. 
 
O Município tem o dever constitucional de assegurar o direito à saúde dos idosos e de cumprir a competência 
constitucional conferida para fins de prestação do serviço público de saúde, de acordo com o art. 30, inciso VII, art. 
196 e art. 230, todos da Constituição Federal de 1988. 
 
V – PEDIDOS 
 
Ante o exposto, requer a Associação que V. Exª. determine: 
 
 
 
 
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a) a concessão da tutela de urgência para compelir o Município a regularizar o sistema de saúde e prestar o aten-
dimento laboratorial adequado aos idosos na localidade abrangida pelo Posto de Saúde; 
b) a citação dos réus nos endereços indicados na inicial; 
c) a intimação do representante do Ministério Público; 
d) a produção de todos os meios de prova em direito admitidas e a juntada de documentos; 
e) a condenação dos réus em honorários advocatícios e custas processuais; 
f) a procedência dos pedidos para confirmar a tutela de urgência. 
 
Em cumprimento ao art. 319, VII, do CPC, a autora opta pela realização de audiência de conciliação ou de mediação. 
Dá-se à causa o valor de R$ 1.000,00 para efeitos procedimentais. 
Ou: 
Valor da causa de acordo com o art. 291 do CPC/15. 
Ou: 
Valor da causa de acordo com o art. 319 do CPC/15. 
Termos em que, 
pede deferimento 
Local... e data... 
Advogado... 
OAB n.º ... 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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