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21.08.2018 – PROCESSO PENAL II TEORIA GERAL DA PROVA – ARTs. 155 a 250 CPP (Continuação) PROVA EMPRESTADA É aquela produzida em determinado processo e a ele destina, depois transportada para produzir efeito como prova em outro processo. A prova emprestada embora originariamente possa ser testemunhal ou pericial, no momento em que é transportada para o novo processo, passará a constituir prova documental. Não se admite prova empresta quando transplantada de INQUÉRITO POLICIAL, uma vez que é pressuposto básico que ela se tenha produzido originariamente perante as mesmas partes, sob o crivo do contraditório. TESTEMUNHAS NÚMERO DE TESTEMUNHAS a) PROCEDIMENTO ORDINÁRIO Cada uma das partes pode arrolar no máximo 08 (oito) testemunhas. CPP - Decreto Lei nº 3.689 de 03 de Outubro de 1941 Art. 401. Na instrução poderão ser inquiridas até 8 (oito) testemunhas arroladas pela acusação e 8 (oito) pela defesa. (Redação dada pela Lei nº 11.719, de 2008). § 1o Nesse número não se compreendem as que não prestem compromisso e as referidas. (Incluído pela Lei nº 11.719, de 2008). § 2o A parte poderá desistir da inquirição de qualquer das testemunhas arroladas, ressalvado o disposto no art. 209 deste Código. (Incluído pela Lei nº 11.719, de 2008). b) PROCEDIMENTO SUMÁRIO Admite no máximo 05 (cinco) testemunhas. CPP - Decreto Lei nº 3.689 de 03 de Outubro de 1941 Art. 532. Na instrução, poderão ser inquiridas até 5 (cinco) testemunhas arroladas pela acusação e 5 (cinco) pela defesa. (Redação dada pela Lei nº 11.719, de 2008). c) PROCEDIMENTO SUMÁRÍSSIMO No máximo 03 (três) testemunhas. LJE - Lei nº 9.099 de 26 de Setembro de 1995 Dispõe sobre os Juizados Especiais Cíveis e Criminais e dá outras providências. Art. 34. As testemunhas, até o máximo de três para cada parte, comparecerão à audiência de instrução e julgamento levadas pela parte que as tenha arrolado, independentemente de intimação, ou mediante esta, se assim for requerido. § 1º O requerimento para intimação das testemunhas será apresentado à Secretaria no mínimo cinco dias antes da audiência de instrução e julgamento. § 2º Não comparecendo a testemunha intimada, o Juiz poderá determinar sua imediata condução, valendo-se, se necessário, do concurso da força pública. d) TRIBUNAL DO JÚRI No máximo 05 (cinco) testemunhas. CPP - Decreto Lei nº 3.689 de 03 de Outubro de 1941 Art. 422. Ao receber os autos, o presidente do Tribunal do Júri determinará a intimação do órgão do Ministério Público ou do querelante, no caso de queixa, e do defensor, para, no prazo de 5 (cinco) dias, apresentarem rol de testemunhas que irão depor em plenário, até o máximo de 5 (cinco), oportunidade em que poderão juntar documentos e requerer diligência. (Redação dada pela Lei nº 11.689, de 2008) Não são computadas como testemunhas o OFENDIDO, o INFORMANTE, e a TESTEMUNHA AFERIDA. (Considerado do juízo – Art. 401 §1º CPP). A parte poderá desistir da inquirição de qualquer das testemunhas arroladas, ressalvado o disposto no Art. 209 CPP c/c Art. 401 §2º CPP. CPP - Decreto Lei nº 3.689 de 03 de Outubro de 1941 Art. 209. O juiz, quando julgar necessário, poderá ouvir outras testemunhas, além das indicadas pelas partes. § 1o Se ao juiz parecer conveniente, serão ouvidas as pessoas a que as testemunhas se referirem. § 2o Não será computada como testemunha a pessoa que nada souber que interesse à decisão da causa. CLASSIFICAÇÃO DAS TESTEMUNHAS a) NUMERÁRIAS São as testemunhas arroladas pelas partes de acordo com o número máximo previsto em lei, e que são compromissadas. b) EXTRA NUMERÁRIAS Ouvidas por iniciativa do juiz, também compromissadas, as quais foram arroladas acima do número previsto em lei. O juiz não é obrigado a ouvi-las. c) INFORMANTES Não prestam compromisso, e são também extra numerárias. d) REFERIDAS Ouvidas pelo juiz (art. 209 §1º CPP) quando referidas por outras que já depuseram. e) PRÓPRIAS Depõem sobre fato e objeto do litígio. f) IMPRÓPRIAS Prestam depoimento sobre o ato do processo como a instrumentária, do interrogatório do flagrante. g) DIRETAS São aquelas que falam sobre um fato que presenciaram, reproduzindo uma sensação. h) INDIRETAS São aquelas que depõe sobre conhecimento adquirido por terceiros. i) DE ANTECEDENTES São aquelas que depõe a respeito das informações relevantes por ocasião da aplicação e dosagem da pena. (art. 59 CP) CP - Decreto Lei nº 2.848 de 07 de Dezembro de 1940 Art. 59 - O juiz, atendendo à culpabilidade, aos antecedentes, à conduta social, à personalidade do agente, aos motivos, às circunstâncias e conseqüências do crime, bem como ao comportamento da vítima, estabelecerá, conforme seja necessário e suficiente para reprovação e prevenção do crime: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) I - as penas aplicáveis dentre as cominadas; (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) II - a quantidade de pena aplicável, dentro dos limites previstos; (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) III - o regime inicial de cumprimento da pena privativa de liberdade; (Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) IV - a substituição da pena privativa da liberdade aplicada, por outra espécie de pena, se cabível. (Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) Critérios especiais da pena de multa PERITO CONCEITO Auxiliar da justiça. Compromissado, estranho às partes, portador de conhecimento técnico especializado, sem impedimentos ou incompatibilidades para atuar no processo. ESPÉCIES 1. OFICIAL Aquele que presta compromisso de bem e fielmente servir e exercer a função quando assume o cargo após aprovação em concurso público. 2. LOUVADO Aquele que não pertence ao quadro de servidores do Estado. Uma vez nomeado, deve prestar compromisso. EXAME GRAFOTÉCNICO Trata-se de exame para reconhecimento de escritos mediante comparação de grafia, como dispõe o art. 174 do Código de Processo Penal, que a autoridade, quando necessário, poderá requisitar para fins de efetivar a perícia, material gráfico existente em estabelecimentos públicos. CPP - Decreto Lei nº 3.689 de 03 de Outubro de 1941 Art. 174. No exame para o reconhecimento de escritos, por comparação de letra, observar-se-á o seguinte: I - a pessoa a quem se atribua ou se possa atribuir o escrito será intimada para o ato, se for encontrada; II - para a comparação, poderão servir quaisquer documentos que a dita pessoa reconhecer ou já tiverem sido judicialmente reconhecidos como de seu punho, ou sobre cuja autenticidade não houver dúvida; III - a autoridade, quando necessário, requisitará, para o exame, os documentos que existirem em arquivos ou estabelecimentos públicos, ou nestes realizará a diligência, se daí não puderem ser retirados; IV - quando não houver escritos para a comparação ou forem insuficientes os exibidos, a autoridade mandará que a pessoa escreva o que Ihe for ditado. Se estiver ausente a pessoa, mas em lugar certo, esta última diligência poderá ser feita por precatória, em que se consignarão as palavras que a pessoa será intimada a escrever. Não existindo material para confronto, o inciso IV estabelece que a autoridade mandará que a pessoa lhe escreva o que lhe for ditado. Tendo em vista o privilégio da não auto incriminação previsto na Constituição Federal, no art. 5º, inc. LXIII, de 1988, em que os investigados ou acusados tem o direito de não produzirem provas contra si, é vedado à autoridade mandar que o suspeito forneça material gráfico, podendo unicamente solicitar-lhe essa providencia que poderá ser atendida ou não. Constituição Federal de 1988 Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade,à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: LXIII - o preso será informado de seus direitos, entre os quais o de permanecer calado, sendo-lhe assegurada a assistência da família e de advogado; PERÍCIAS CONCEITO O termo perícia, do latim peritia “habilidade especial” é um meio de prova que consiste em um exame elaborado por profissional de formação e conhecimento técnico específico acerca de fatos necessários ao esclarecimento da causa. CORPO DE DELITO CONCEITO Conjunto de vestígios materiais (elementos sensíveis) deixados pela infração penal, ou seja, representa a materialidade do crime. CPP - Decreto Lei nº 3.689 de 03 de Outubro de 1941 Art. 158. Quando a infração deixar vestígios, será indispensável o exame de corpo de delito, direto ou indireto, não podendo supri-lo a confissão do acusado. ELEMENTOS SENSÍVEIS Os elementos sensíveis são os vestígios corpóreos perceptíveis por qualquer dos sentidos humanos. 1. DIRETO É realizado sobre o próprio corpo de delito. 2. INDIRETO Oriundo de um raciocínio dedutivo sobre um fato narrado por testemunhas, sempre que impossível o exame direto. LAUDO PERICIAL CONCEITO Documento elaborado pelo perito, o qual deve conter: Descrição minuciosa do objeto examinado; respostas aos quesitos formulados; fotografias; desenhos; etc. sempre que possível. LAUDO COMPLEMENTAR O laudo pericial pode ser complementado quando apresentar lacunas, deficiente e obscuro por iniciativa da autoridade policial ou judiciária. RECONHECIMENTO DE PESSOAS E COISAS – Arts. 226 a 228 CPP CONCEITO Meio processual de prova formal pelo qual alguém é chamado para verificar e confirmar a identidade de uma pessoa ou coisa que lhe é apresentada com outra que o viu no passado. 1. RECONHECIMENTO DE PESSOAS – Art. 226 CPP Compreende-se o ato pelo qual não apenas vítimas ou testemunhas, mas também acusados ou investigados identificam 3ª pessoa. Não se trata de ato informal, estabelecendo o Art. 226 do Código de Processo Penal as formalidades legais. CPP - Decreto Lei nº 3.689 de 03 de Outubro de 1941 Art. 226. Quando houver necessidade de fazer-se o reconhecimento de pessoa, proceder-se-á pela seguinte forma: I - a pessoa que tiver de fazer o reconhecimento será convidada a descrever a pessoa que deva ser reconhecida; Il - a pessoa, cujo reconhecimento se pretender, será colocada, se possível, ao lado de outras que com ela tiverem qualquer semelhança, convidando-se quem tiver de fazer o reconhecimento a apontá-la; III - se houver razão para recear que a pessoa chamada para o reconhecimento, por efeito de intimidação ou outra influência, não diga a verdade em face da pessoa que deve ser reconhecida, a autoridade providenciará para que esta não veja aquela; IV - do ato de reconhecimento lavrar-se-á auto pormenorizado, subscrito pela autoridade, pela pessoa chamada para proceder ao reconhecimento e por duas testemunhas presenciais. Parágrafo único. O disposto no no III deste artigo não terá aplicação na fase da instrução criminal ou em plenário de julgamento. 2. RECONHECIMENTO DE COISAS – Art. 227 CPP O reconhecimento de coisas é feito em armas, instrumentos e objetos do crime, ou em quaisquer outros objetos que, por alguma razão relacionam-se com o delito, consoante o Art. 227 do Código de Processo Penal. CPP - Decreto Lei nº 3.689 de 03 de Outubro de 1941 Art. 227. No reconhecimento de objeto, proceder-se-á com as cautelas estabelecidas no artigo anterior, no que for aplicável.
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