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Direito Eleitoral
O Instituto IOB nasce a partir da 
experiência de mais de 40 anos da IOB no 
desenvolvimento de conteúdos, serviços de 
consultoria e cursos de excelência.
Por intermédio do Instituto IOB, 
é possível acesso a diversos cursos por meio 
de ambientes de aprendizado estruturados 
por diferentes tecnologias.
As obras que compõem os cursos preparatórios 
do Instituto foram desenvolvidas com o 
objetivo de sintetizar os principais pontos 
destacados nas videoaulas.
institutoiob.com.br
Direito Eleitoral 2ª edição / Obra organizada pelo Ins-
tituto IOB - São Paulo: Editora IOB, 2013.
ISBN 978-85-8079-039-9
Informamos que é de inteira 
responsabilidade do autor a emissão 
dos conceitos.
Nenhuma parte desta publicação 
poderá ser reproduzida por qualquer 
meio ou forma sem a prévia 
autorização do Instituto IOB.
A violação dos direitos autorais é 
crime estabelecido na Lei nº 
9.610/1998 e punido pelo art. 184 
do Código Penal.
Sumário
Capítulo 1 – Introdução, 7
1. Como Estudar Direito Eleitoral, 7
Capítulo 2 – Estrutura da Justiça Eleitoral Brasileira, 9
1. Estrutura da Justiça Eleitoral Brasileira – Parte I, 9
2. Estrutura da Justiça Eleitoral Brasileira – Parte II, 11
3. Estrutura da Justiça Eleitoral Brasileira – Parte III, 12
4. Estrutura da Justiça Eleitoral Brasileira – Parte IV, 13
5. Estrutura da Justiça Eleitoral Brasileira – Parte V, 13
6. Estrutura da Justiça Eleitoral Brasileira – Parte VI, 14
7. Estrutura da Justiça Eleitoral Brasileira – Parte VII, 16
8. Estrutura da Justiça Eleitoral Brasileira – Parte VIII, 17
Capítulo 3 – Introdução ao Alistamento Eleitoral, Transferência, 
Segunda Via e Cancelamento da Inscrição, 19
1. Introdução ao Alistamento Eleitoral, 19
2. Habilitação ao Voto – Parte I, 20
3. Habilitação ao Voto – Parte II, 21
4. Habilitação ao Voto – Parte III, 22
5. Habilitação ao Voto – Parte IV, 23
6. Habilitação ao Voto – Parte V, 24
7. Habilitação ao Voto – Parte VI, 25
8. Habilitação ao Voto – Parte VII, 26
9. Habilitação ao Voto – Parte VIII, 27
10. Habilitação ao Voto – Parte IX, 28
11. Habilitação ao Voto – Parte X, 29
12. Transferência – Parte I, 30
13. Transferência – Parte II, 31
14. Segunda Via, 32
15. Cancelamento de Inscrição – Parte I, 33
16. Cancelamento de Inscrição – Parte II, 33
17. Cancelamento de Inscrição – Parte III, 34
18. Cancelamento de Inscrição – Parte IV, 35
Capítulo 4 – Condições de Elegibilidade e Inelegibilidade, 36
1. Introdução e Condições, 36
2. Condições de Elegibilidade – Parte I, 37
3. Condições de Elegibilidade – Parte II, 38
4. Condições de Elegibilidade – Parte III, 39
5. Inelegibilidades Constitucionais – Parte I, 40
6. Inelegibilidades Constitucionais – Parte II, 40
7. Inelegibilidades Constitucionais – Parte III, 41
8. Inelegibilidades Constitucionais – Parte IV, 42
9. Inelegibilidades Constitucionais – Parte V, 43
10. Inelegibilidades Constitucionais – Parte VI, 44
11. Inelegibilidades Constitucionais – Parte VII, 45
12. Inelegibilidades Constitucionais – Parte VIII, 45
13. Inelegibilidades Infraconstitucionais – Parte I, 46
14. Inelegibilidades Infraconstitucionais – Parte II, 47
15. Inelegibilidades Infraconstitucionais – Parte III, 48
Capítulo 5 – Registro de Candidatura, 49
1. Introdução – Parte I, 49
2. Introdução – Parte II, 50
3. Introdução – Parte III, 51
4. Procedimentos – Parte I, 52
5. Procedimentos – Parte II, 53
6. Procedimentos – Parte III, 54
7. Procedimentos – Parte IV, 54
8. Procedimentos – Parte V, 55
9. Procedimentos – Parte VI, 56
10. Procedimentos – Parte VII, 57
Capítulo 6 – Propaganda Política, 58
1. Introdução, 58
2. Propaganda Eleitoral – Parte I, 59
3. Propaganda Eleitoral – Parte II, 59
4. Propaganda Eleitoral – Considerações Finais – Parte I, 61
5. Propaganda Eleitoral – Considerações Finais – Parte II, 62
6. Propaganda Eleitoral – Considerações Finais – Parte III, 63
7. Propaganda Eleitoral – Considerações Finais – Parte IV, 64
Capítulo 7 – Das Ações e Representações Eleitorais, 66
1. Introdução – Parte I, 66
2. Introdução – Parte II, 67
3. Da Captação Ilícita de Sufrágio – Parte I, 68
4. Da Captação Ilícita de Sufrágio – Parte II, 69
5. Da Captação Ilícita de Sufrágio – Parte III, 70
Capítulo 8 – Processo Penal Eleitoral, 72
1. Processo Penal Eleitoral – Parte I, 72
2. Processo Penal Eleitoral – Parte II, 74
Capítulo 9 – Crimes Eleitorais, 76
1. Crimes Eleitorais – Parte I, 76
2. Crimes Eleitorais – Parte II, 78
3. Crimes Eleitorais – Parte III, 79
4. Crimes Eleitorais – Parte IV, 81
5. Crimes Eleitorais – Parte V, 83
Capítulo 10 – Partidos Políticos, 86
1. Partidos Políticos – Parte I, 86
2. Partidos Políticos – Parte II, 88
3. Partidos Políticos – Parte III, 90
4. Partidos Políticos – Parte IV, 92
5. Partidos Políticos – Parte V, 93
6. Partidos Políticos – Parte VI, 95
7. Partidos Políticos – Parte VII, 97
Capítulo 11 – Das Eleições, 99
1. Das Eleições – Parte I, 99
2. Das Eleições – Parte II, 102
Capítulo 12 – Ministério Público Eleitoral, 105
1. Ministério Público Eleitoral, 105
Capítulo 13 – Abuso do Poder Econômico, 108
1. Abuso do Poder Econômico – Parte I, 108
2. Abuso do Poder Econômico – Parte II, 111
3. Abuso do Poder Econômico – Parte III, 112
4. Abuso do Poder Econômico – Parte IV, 115
Capítulo 14 – Das Condutas Vedadas, 117
1. Condutas Vedadas – Parte I, 117
2. Condutas Vedadas – Parte II, 119
Gabarito, 121
Capítulo 1
Introdução
1. Como Estudar Direito Eleitoral
1.1 Apresentação
Nesta unidade de estudo, o autor apresenta a legislação eleitoral, di-
vulgando as principais leis que regulam a matéria, além do próprio 
Código Eleitoral.
1.2 Síntese
A Lei nº 4.737/1965 define o Código Eleitoral; é onde estão as principais 
regras sobre a matéria eleitoral. Datado de 1965, o Código Eleitoral foi editado 
sob a égide da Constituição de 1949.
São leis pertinentes ao estudo do direito eleitoral:
– Lei nº 9.504/1997 é a Lei das Eleições;
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– Lei nº 9.096/1995 é a Lei que trata dos Partidos Políticos;
– Lei Complementar nº 64/1990 é a Lei das Inelegibilidades, que sofreu 
alterações pela Lei Complementar nº 135/2010;
– além das Resoluções do TSE.
As dificuldades que poderão surgir são em razão do Código Eleitoral ser de 
1965 e as leis posteriores trazerem regras divergentes das contidas no referido 
diploma.
O Código Eleitoral que originalmente é uma Lei Ordinária, com a vigência 
da Constituição Federal de 1988, em parte tornou-se uma Lei Complemen-
tar, ou seja, alguns artigos foram recepcionados como Lei Complementar. Os 
artigos que receberam esse tratamento tratam da organização, competência e 
atribuições da Justiça Eleitoral, na forma do art. 121 da CF/1988.
O Código Eleitoral contém dispositivos revogados, seja por incompatibi-
lidade com o sistema constitucional vigente, seja por incompatibilidade com 
outras normas posteriores de mesmo status. Apresenta dispositivos com status 
de Lei Ordinária e dispositivos com status de Lei Complementar.
Site do TSE: Código Eleitoral.
Autor recomendado Adriano Soares da Costa/Djalma Pinto/Pedro Lenza/
Roberto Almeida.
Informativos do TSE, receber os informativos.
Capítulo 2
Estrutura da Justiça Eleitoral 
Brasileira
1. Estrutura da Justiça Eleitoral Brasileira – 
Parte I
1.1 Apresentação
Nesta unidade de estudo, o autor apresenta os órgãos que compõem a 
Justiça Eleitoral e inicia a análise do Tribunal Superior Eleitoral.
1.2 Síntese
Segundo a Constituição Federal de 1988, o direito eleitoral está distribuído 
em quatro órgãos diferentes. São eles: Tribunal Superior Eleitoral, Tribunal 
Regional Eleitoral, Juízes Eleitorais e Juntas Eleitorais.
Os órgãos da justiça eleitoral estão disciplinados no art. 118 da Constitui-
ção Federal de 1988. São eles: o Tribunal Superior Eleitoral,os Tribunais Re-
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gionais Eleitorais que são tribunais de segunda instância; e os Juízes Eleitorais 
e as Juntas Eleitorais, que compõem a primeira instância da Justiça Eleitoral.
O Tribunal Superior Eleitoral tem sede na Capital Federal Brasília e possui 
jurisdição em todo o território nacional. É composto de no mínimo sete juízes. 
Estes sete membros serão magistrados e advogados, os quais permanecerão no 
cargo por um período de tempo determinado. O exercício do mandato tem pra-
zo determinado em função do caráter de transitoriedade na ocupação do cargo 
de juiz eleitoral. O TSE é composto de três ministros do STF; dois ministros 
do STJ e dois advogados.
A Constituição determina que haja no mínimo sete juízes. Entretanto, exis-
tem duas correntes que discutem sobre a majoração desse número.
A primeira diz que para aumentar o número de membros do TSE seria 
necessária uma Emenda Constitucional, art. 119 da CF/1988.
Já a segunda corrente acredita que para aumentar o número de juízes 
do TSE bastaria a edição de Lei Complementar, conforme art. 121 da 
CF/1988. Esta é a posição adotada pelo professor, com o argumento de que 
não estaria mudando a composição definida pelo art. 118, apenas aumen-
tando o número de componentes, o que seria plenamente possível mediante 
Lei Complementar.
Vista a composição de sete membros, é importante ressaltar que os mi-
nistros do STF e do STJ não deixam os seus respectivos cargos para atuarem 
no TSE, o exercício da função é concomitante, ou seja, se o ministro é do 
STF, ele irá atuar no STF e no TSE, caso seja ministro do STJ, irá atuar 
tanto no STJ quanto no TSE. Já os dois advogados, durante o período em 
que ocuparem o cargo de juiz do TSE, poderão advogar em outras áreas que 
não na eleitoral.
Por outro lado, não poderão ser membros do TSE os presidentes, vice-pre-
sidentes e os corregedores do STF e do STJ; estes estão impedidos de compor 
o quadro de juízes do TSE.
A escolha dos ministros do STF e dos ministros do STJ para comporem 
os quadros do TSE ocorre por meio de eleição secreta entre seus membros. 
O STF em sessão promove eleição com voto secreto entre seus ministros e 
os três mais votados são indicados para assumirem o cargo de juiz do TSE. A 
mesma formalidade ocorre para a escolha dos ministros do STJ que, em ses-
são, promovem votação secreta e os dois membros mais votados são indicados 
ao cargo de juiz do TSE.
Já os dois advogados que comporão o quadro de juízes do TSE deverão 
ter notável saber jurídico e idoneidade moral. Serão escolhidos dentre seis 
indicados pelo STF e o Presidente da República é quem nomeará os dois 
escolhidos.
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2. Estrutura da Justiça Eleitoral Brasileira – 
Parte II
2.1 Apresentação
Nesta unidade de estudos, o autor prossegue na análise da composição 
do quadro de juízes do Tribunal Superior Eleitoral, além de explicar o 
processo de escolha dos advogados que comporão o quadro de membros e 
aborda o tempo da judicatura no referido Tribunal.
2.2 Síntese
Tratando ainda da composição do TSE, conforme visto anteriormente, os 
advogados que farão parte do TSE serão indicados pelo STF e escolhidos pelo 
Presidente da República.
Além de idoneidade moral e notório saber jurídico, ainda são requisitos: 
possuir mais de dez anos de exercício da profissão e estar no exercício da ad-
vocacia no momento da indicação.
O TSE utiliza-se de Resoluções para regular matéria eleitoral e na elabo-
ração dos requisitos para o ingresso de advogados em seu quadro de membros 
usou como parâmetro o art. 94 da CF/1988.
O STF irá elaborar a lista com seis indicados. O TSE por sua vez irá publi-
car a lista para dar publicidade ao ato e propiciar a possibilidade de impugnação 
dos candidatos se for o caso, para só então encaminhar a lista com os nomes 
dos indicados para o Presidente da República, que escolherá dois para nomear.
O art. 121, § 2º da CF/1988 determina o tempo de judicatura eleitoral, 
conforme dispõe: “os juízes dos tribunais eleitorais, salvo motivo justificado, 
servirão por dois anos, no mínimo, e nunca por mais de dois biênios conse-
cutivos, (...)”, ou seja, o exercício no cargo será de no mínimo dois anos e no 
máximo quatro anos.
Existe uma excepcionalidade: o TSE entende que o juiz eleitoral de pri-
meira instância pode ultrapassar o limite de dois biênios consecutivos; esta ex-
ceção ocorre em comarcas pequenas onde há juiz de vara única, situação em 
que o juiz estadual cumula a função de juiz eleitoral.
Entende-se por biênio o período de dois anos no exercício do cargo. A 
Constituição autoriza apenas dois biênios consecutivos, entretanto, se houver 
intervalo entre os biênios, e este intervalo for inferior a dois anos, será conside-
rada a consecutividade entre o primeiro e o segundo biênios.
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3. Estrutura da Justiça Eleitoral Brasileira – 
Parte III
3.1 Apresentação
Nesta unidade de estudos, o autor apresenta as características e competências 
dos juízes eleitorais.
3.2 Síntese
No capítulo anterior, foi estabelecido não haver a vitaliciedade na justiça 
eleitoral, mas sim a periodicidade no exercício da função de juiz eleitoral. Há 
uma constante renovação dos juízes eleitorais.
Na justiça eleitoral, para cada juiz eleitoral efetivo, haverá um juiz eleitoral 
substituto, conforme expressa a segunda parte do § 2º do art. 121 da CF/1988: 
“sendo os substitutos escolhidos na mesma ocasião e pelo mesmo processo, 
em número igual para cada categoria.” Isto significa dizer que a Constituição 
criou duas categorias de juízes eleitorais: juiz eleitoral efetivo e juiz eleitoral 
substituto, escolhidos pelo mesmo processo e em igual número.
O juiz efetivo atua, enquanto o substituto permanece em stand by; via de 
regra, o juiz substituto não se torna efetivo, apenas substituirá o efetivo se hou-
ver necessidade. A substituição é temporária; por exemplo: em caso de férias do 
juiz efetivo, ou em caso de licença, etc.
As competências estão disciplinadas no art. 121, § 3º da CF/1988 e arts. 22 
e 23 do Código Eleitoral.
Art. 121, § 3º da CF/1988: “São irrecorríveis as decisões do Tribunal Supe-
rior Eleitoral, salvo as que contrariarem esta Constituição e as denegatórias de 
“habeas corpus” ou mandado de segurança.”
Já o § 4º do mesmo artigo cita as hipóteses em que caberá recurso das de-
cisões dos Tribunais Regionais Eleitorais. São elas: I – forem proferidas contra 
disposição expressa desta Constituição ou de lei; II – ocorrer divergência na 
interpretação de lei entre dois ou mais tribunais eleitorais; III – versarem sobre 
inelegibilidade ou expedição de diplomas nas eleições federais ou estaduais; 
IV – anularem diplomas ou decretarem a perda de mandatos eletivos federais 
ou estaduais; V – denegarem “habeas corpus”, mandado de segurança, “habeas 
data” ou mandado de injunção.
O TSE tem competência para julgar matéria eleitoral, entretanto, tem 
competência para julgar crimes eleitorais? Ou tem competência para processar 
e julgar o Presidente da República? A resposta para estas perguntas você encon-
trará no próximo capítulo.
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4. Estrutura da Justiça Eleitoral Brasileira – 
Parte IV
4.1 Apresentação
Nesta unidade de estudo, o autor encerra a análise do Superior Tribunal 
Eleitoral e inicia a temática dos recursos perante a justiça eleitoral.
4.2 Síntese
Seguindo na análise da competência para processamento e julgamento do 
TSE, questiona-se a competência desta Corte para processar e julgar o Presi-
dente da República nos crimes eleitorais. A resposta para tal questão está nos 
arts. 85 e 86 da CF/1988, que trazem as hipóteses de responsabilização do 
Presidente da República e a competência para processar e julgar no caso de 
cometimentode crimes de responsabilidade e de crimes comuns.
Os crimes eleitorais cometidos pelo Presidente da República, por sua vez 
estão inseridos nos crimes comuns, assim sendo, o TSE não possui competên-
cia para processar e julgar o Presidente da República. Em hipótese de cometer 
crime comum, será processado e julgado pelo STF. Enquanto que no caso de 
cometimento de crime de responsabilidade será processado e julgado pelo 
Senado Federal.
As decisões do TRE e do TSE em regra são irrecorríveis; em regra, porque 
excepcionalmente poderão ser interpostos o Recurso Extraordinário (art. 102, 
III da CF/1988) e o Recurso Especial (art. 105, III da CF/1988).
Será admitido recurso das decisões proferidas pelo TRE, quando a decisão 
violar a Constituição Federal; ocorrendo esta violação, o recurso será interpos-
to perante o TSE. E se a decisão do TSE mantiver a decisão do TRE, ou seja, 
mantiver a afronta à Constituição da República, aí sim, neste caso, caberá 
recurso perante o STF (art. 121, §§ 3º e 4º da CF/1988).
5. Estrutura da Justiça Eleitoral Brasileira – 
Parte V
5.1 Apresentação
Nesta unidade de estudos, o autor apresenta a composição do Tribunal Re-
gional Eleitoral e explica como se dá a escolha dos membros deste Tribunal.
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5.2 Síntese
Prosseguindo na análise do TSE e do TRE, é importante frisar que entre os 
membros (juízes) destes tribunais não pode haver parentesco por afinidade ou 
por consanguinidade até o quarto grau e nem com o cônjuge.
Haverá um TRE em cada Estado da Federação e um no Distrito Federal. 
Sua composição está disciplinada no art. 120 da CF/1988. Todos os TRE serão 
compostos por sete juízes, sendo: dois desembargadores do Tribunal de Justi-
ça do Estado; dois juízes de direito estaduais; um juiz do Tribunal Regional 
Federal ou juiz federal e dois advogados. Esse número de sete membros do 
TRE poderá ser majorado, se for combinado o art. 93 da CF/1988 com o art. 
96 também da Constituição Federal.
A escolha dos dois desembargadores e dos dois juízes de direito estaduais e 
seus respectivos substitutos será feita mediante eleição no Tribunal de Justiça 
do Estado, por meio de voto secreto. Serão eleitos dois desembargadores efeti-
vos e dois desembargadores substitutos e dois juízes de direito estaduais efetivos 
e dois substitutos.
A nomeação do juiz do TRF ou do juiz federal para compor os quadros 
da magistratura do TRE é feita mediante a escolha do TRF respectivo àquele 
Estado da Federação. Relembrando que são cinco os TRF no país e eles se 
dividem em regiões; cada região irá abarcar os Estados de sua competência, 
contemplando assim os vinte e sete Estados da Federação.
Nos Estados em que o TRF tiver sua sede, quem irá compor a magistratura 
do TRE será o juiz do TRF escolhido pelo próprio TRF. Nos Estados em que 
não há sede do TRF, quem comporá os quadros do TRE será o juiz federal 
daquele Estado indicado pelo TRF responsável por aquela região.
6. Estrutura da Justiça Eleitoral Brasileira – 
Parte VI
6.1 Apresentação
Nesta unidade de estudo, o autor prossegue na análise do Tribunal Re-
gional Eleitoral, abordando em especial a composição do Tribunal e o 
processo de escolha de seus membros.
6.2 Síntese
A escolha dos advogados para a composição da magistratura do TRE se as-
semelha à escolha do TSE no que tange à idoneidade moral e ao notável saber 
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jurídico. A diferença está na indicação: para compor o TRE, a indicação dos 
seis nomes é feita pelo Tribunal de Justiça do respectivo Estado, já a nomeação 
dos dois escolhidos é feita pelo Presidente da República.
O procedimento para nomeação é idêntico ao procedimento realizado 
para o TSE. O TRE envia a lista com o nome dos seis indicados, aguarda pela 
eventual impugnação dos candidatos e não ocorrendo esta ou sendo improce-
dente, encaminha a lista para o Presidente da República que, por sua vez, fará 
a nomeação dos dois escolhidos.
Diferente da Constituição Federal, o Código Eleitoral em seu art. 25, 
§ 1º fala em lista tríplice. Esta lista é a lista que compõe o nome dos advo-
gados indicados, a cada um escolhido são três os indicados, por isso, o nome 
de lista tríplice.
Importante o estudo dos arts. 29 e 30 do Código Eleitoral sem prejuízo do 
art. 121 da CF/1988. Os dispositivos do Código Eleitoral trarão as competên-
cias jurisdicionais e administrativas do Tribunal Regional Eleitoral.
As funções e atribuições dos juízes eleitorais estão disciplinadas nos arts. 32 
a 35 do Código Eleitoral.
Os juízes eleitorais são juízes estaduais de primeira instância, também 
denominados de juízes de direito. Os juízes estaduais de primeira instância 
serão juízes estaduais de primeira instância, enquanto os juízes estaduais de 
segunda instância serão juízes eleitorais de segunda instância. O exercício da 
função de juiz eleitoral é de dois anos, prorrogável por igual período, entretan-
to, normalmente, não há a prorrogação, em razão do grande número de juízes 
estaduais, promovendo assim um rodízio, para que todos os juízes possam 
exercer a judicatura eleitoral.
Não é qualquer juiz que será juiz eleitoral. Serão juízes eleitorais aqueles 
que gozem das garantias de vitaliciedade, inamovibilidade e irredutibilidade 
de subsídios, garantias estas que os permitam exercer sua função sem qualquer 
tipo de pressão e promover assim um julgamento imparcial. Para fazer parte 
dos quadros da Justiça Eleitoral, na Justiça Estadual, ele tem que gozar destas 
três garantias.
Apesar de o juiz possuir as três garantias da magistratura estadual, no exer-
cício da magistratura eleitoral, ele terá tão somente a garantia da inamovibili-
dade, isto porque, por se tratar de cargo por período de dois anos, prorrogável 
por igual período não há que se falar em vitaliciedade. Ainda, não há a garantia 
de irredutibilidade de subsídios, porque o juiz recebe parcela única fixada em 
lei na justiça estadual, para o exercício da magistratura; quando no exercício 
da magistratura eleitoral, irá receber uma gratificação para exercer a função 
eleitoral. Após deixar a função de juiz eleitoral, aquela gratificação cessa, ou 
seja, não se incorpora à parcela única fixada em lei; o magistrado continuará a 
receber o seu salário de juiz estadual.
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O TSE admite que juízes que não possuam as três garantias na justiça es-
tadual possam fazer parte da justiça eleitoral excepcionalmente. Lembrando 
ainda que o Supremo Tribunal Federal decidiu recentemente no sentido de 
que os juízes que já são vitalícios tenham direito à inamovibilidade.
7. Estrutura da Justiça Eleitoral Brasileira – 
Parte VII
7.1 Apresentação
Nesta unidade de estudo, o autor apresenta a competência dos juízes 
eleitorais e das juntas eleitorais e dá especial atenção para o ato da 
diplomação.
7.2 Síntese
A zona eleitoral é a área de competência do juiz eleitoral e é criada pelo 
TRE, mediante a aprovação do TSE. Enquanto o cartório é a parte física, o 
prédio onde está o juiz, os serventuários, etc.
O art. 35 do Código Eleitoral traz as competências dos juízes eleitorais. 
Dentre elas: expedir justificativa que isente o eleitor de pagamento de multa; 
dividir a zona eleitoral em sessões; julgamento de habeas corpus; designação 
dos locais onde funcionarão as sessões eleitorais; nomear os membros das me-
sas receptoras de votos; decidir questões de matéria eleitoral, como impugna-
ções e representações durante o pleito, entre outras.
As juntas eleitorais estão reguladas nos arts. 36 a 41 do Código Eleitoral. As 
juntas são órgãos colegiados da justiça eleitoral, cuja competência primordial 
é a contagem e apuração de votos. Antigamente, quando as apurações eram 
feitas de forma manual, as juntas eleitorais possuíam um prestígio enorme; o 
Código Eleitoral previao prazo de dez dias para promover a apuração dos votos 
de forma manual. Com a informatização do processo de votação, pela urna 
eletrônica, esvaziou-se o prestígio da junta eleitoral, tornando o processo mais 
rápido e seguro.
Além da contagem e apuração dos votos, outra competência das juntas elei-
torais é resolver incidentes que ocorram durante esses trabalhos.
É também competência das juntas eleitorais a diplomação dos candidatos 
eleitos em nível municipal. Especial atenção à diplomação. A diplomação é ato 
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importante no que tange a imunidades, no que tange à ação de impugnação 
de mandado eletivo, é ainda condição para que o eleito possa tomar posse do 
cargo, bem como em hipótese de recurso contra a diplomação, prevista no art. 
262 do Código Eleitoral.
A diplomação não tem data especificada no Código; é a justiça eleitoral 
quem fixa a data.
8. Estrutura da Justiça Eleitoral Brasileira – 
Parte VIII
8.1 Apresentação
Nesta unidade de estudo, o autor faz uma análise pormenorizada das 
juntas eleitorais.
8.2 Síntese
Prosseguindo na análise das juntas eleitorais, é preciso entender que as jun-
tas são órgãos transitórios, que não têm natureza permanente; elas são criadas e 
dissolvidas em épocas de eleição.
Retomando na importância do ato da diplomação, vejamos os órgãos com-
petentes para a diplomação nas três esferas.
O TSE é o órgão competente para diplomar o Presidente da República e 
Vice-Presidente.
Já o TRE é o responsável pela diplomação, na esfera federal dos Deputados 
Federais e Senadores Federais e vices e na esfera estadual dos Deputados Esta-
duais e Governador e vices.
Por último, as juntas eleitorais são competentes para a diplomação do Pre-
feito, Vice-Prefeito e Vereadores.
A instalação da sede da junta eleitoral será definida pelo Presidente do TRE, 
após a aprovação pelo Tribunal. Será também competência do Presidente do 
TRE a nomeação dos membros das juntas após a aprovação pelo Tribunal.
Poderão ser criadas quantas juntas forem os juízes de direito na circuns-
crição, isto porque o presidente da junta será um juiz de direito. Não se exige 
necessariamente que seja um juiz eleitoral, pode ser um juiz de direito da co-
marca. Entretanto, na existência de várias juntas eleitorais naquela circuns-
crição, a junta responsável pela diplomação do prefeito, do vice-prefeito e dos 
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vereadores será a junta que tiver o juiz eleitoral mais antigo no exercício da 
função. Será esta mesma junta que será a responsável pela totalização dos votos 
daquela circunscrição eleitoral.
Na esfera estadual, será o TRE o responsável pela totalização dos votos; as 
juntas eleitorais daquele Estado irão reunir seus dados preliminares e enviarão 
ao TRE que irá centralizar essas informações e totalizar os votos, indicando 
o candidato eleito. No âmbito federal, serão os TRE que enviarão seus dados 
preliminares ao TSE que irá totalizar os votos e apresentar o candidato eleito.
Não são todas as pessoas que poderão fazer parte das juntas eleitorais e as 
vedações podem ser encontradas no art. 36, § 3º do Código Eleitoral e no art. 
64 da Lei nº 9.504/1997 – Lei das Eleições.
A primeira vedação está descrita no inciso I do § 3º do art. 36 do Código 
Eleitoral e impede de fazer parte de junta eleitoral pessoas que tenham paren-
tesco por afinidade ou consanguinidade, até o segundo grau, inclusive cônju-
ge, com candidato a cargo eletivo na circunscrição.
Também são impedidas de fazer parte da junta eleitoral pessoas que de-
sempenhem cargo de confiança no executivo, autoridades policiais e agentes 
policiais (inciso III); membros de diretórios de partidos políticos com nome re-
gistrado e devidamente publicado (inciso II); além dos serventuários da justiça 
eleitoral (inciso IV).
Já a vedação trazida pelo art. 64 da Lei nº 9.504/1997 diz que duas pessoas 
que tenham qualquer grau de parentesco entre si, ou duas pessoas que traba-
lhem na mesma empresa privada, ou duas pessoas que sejam servidores na 
mesma repartição pública não podem fazer parte da mesma junta e nem da 
mesma turma.
Importante fazer a leitura dos arts. 36 a 41 do Código Eleitoral.
Capítulo 3
Introdução ao Alistamento 
Eleitoral, Transferência, 
Segunda Via e Cancelamento 
da Inscrição
1. Introdução ao Alistamento Eleitoral
1.1 Apresentação
O autor inicia esta unidade de estudo realizando a distinção entre nacional 
e cidadão, requisito para a análise do alistamento eleitoral, ato este disci-
plinado na Constituição Federal e no Código Eleitoral.
1.2 Síntese
Antes de tudo, necessário é diferenciar nacional de cidadão. Nacional é 
aquela pessoa que tem um vínculo decorrente do local onde nasceu, ou de-
corrente da relação sanguínea ou, então, a pedido passa a ter um vínculo com 
determinado Estado; vínculo este que gera uma série de prerrogativas, uma 
série de obrigações e uma série de direitos. Porém, o fato de ser nacional não 
quer dizer que o indivíduo seja cidadão.
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Para ser considerado cidadão, é necessário que o indivíduo possua direitos 
políticos, que em síntese são: a capacidade eleitoral ativa (votar) e a capacidade 
eleitoral passiva (ser votado). Portanto, nem todo nacional é cidadão. A Consti-
tuição Federal determina quem pode titularizar direitos políticos.
Realizada a distinção, veja que o alistamento eleitoral é o procedimento 
administrativo judicial por meio do qual o alistando ou nacional se qualifica 
e se inscreve perante a justiça eleitoral, a fim de exercer a capacidade eleito-
ral ativa. O conceito de alistamento eleitoral está disciplinado no art. 42 do 
Código Eleitoral.
A Constituição Federal, por sua vez, trata dos Direitos Políticos nos arts. 
14 a 16, e disciplina o alistamento eleitoral e o voto especificamente em seu 
art. 14, § 1º. A Constituição diz que o alistamento eleitoral e o voto poderão 
ser obrigatórios, facultativos ou vedados.
O alistamento eleitoral e o voto são obrigatórios para os maiores de 18 anos. 
É facultativo para os maiores de 16 e menores de 18 anos, para os maiores de 
70 anos e para os analfabetos.
2. Habilitação ao Voto – Parte I
2.1 Apresentação
Nesta unidade de estudo, o autor prossegue na análise do alistamento 
eleitoral, bem como do voto e apresenta as condições para o exercício dos 
direitos políticos.
2.2 Síntese
Prosseguindo na análise do alistamento eleitoral e para o exercício do voto, 
que são direitos políticos estabelecidos pela Constituição Federal.
O alistamento eleitoral e o voto são obrigatórios para os maiores de 18 anos. 
É facultativo para os maiores de 16 e menores de 18 anos, para os maiores de 
70 anos e para os analfabetos (art. 14, § 1º, CF/1988). Ressalva para esta última 
condição, quando a Constituição diz ser facultativo o alistamento eleitoral e o 
voto para os maiores de 70 anos ela quer dizer para os que possuem 70 anos 
ou mais.
O alistamento eleitoral é pressuposto para o voto, assim sendo, para votar é 
preciso estar alistado.
O voto poderá ser facultado ainda aos presos que ainda não tiveram seus 
direitos políticos suspensos, ou seja, aqueles presos que ainda não foram con-
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denados em definitivo; nesta situação, o juiz eleitoral irá escolher e determinar 
os presídios em que poderão ser instaladas sessões eleitorais para que os presos 
nestas condições possam exercer seus direitos políticos.
A capacidade eleitoral do índio será avaliada pela Funai e pelo Poder Judi-
ciário, que poderão fazer o índio passar à condição de integrado à sociedade. 
O Estatuto do Índio determina que a Funai estabeleça para fins legais quais as 
tribos que já estão integradas ou não à sociedade, a fim de que aqueles índios 
possam exercitar os direitos comoqualquer outra pessoa, bem como cumprir as 
obrigações impostas por lei. Poderá ainda o juiz eleitoral emancipar o índio que 
se entenda integrado e que deseja exercer os direitos e assumir as obrigações 
de cidadão.
O alistamento eleitoral e o voto são vedados aos estrangeiros e aos conscri-
tos (art. 14, § 2º, CF/1988). É preciso ficar atento à vedação aos estrangeiros 
porque existe uma única exceção: a condição do português equiparado, disci-
plinado no art. 12, § 1º da CF/1988, este, sim, poderá exercer os direitos políti-
cos do alistamento e do voto.
3. Habilitação ao Voto – Parte II
3.1 Apresentação
O autor prossegue explicando a temática do alistamento eleitoral e do voto, 
e inicia a análise das causas de perda e suspensão dos direitos políticos.
3.2 Síntese
Continuando na análise do alistamento eleitoral e do voto. O alistamento 
eleitoral e o voto são vedados aos estrangeiros e aos conscritos (art. 14, § 2º, 
CF/1988). Conscrito é aquele indivíduo que está cumprindo o serviço militar 
obrigatório; não confundir o conscrito com o militar pois são figuras distintas. 
O conscrito não necessariamente será o indivíduo que completa 18 anos; há 
algumas hipóteses previstas em lei em que o indivíduo, em razão de estar cur-
sando graduação de nível superior em determinadas áreas do conhecimento, 
poderá exercer essa obrigação após a conclusão do curso superior.
A suspensão e a perda dos direitos políticos conforme consignado na Cons-
tituição Federal podem impedir o alistamento do indivíduo, mas é mais do 
que isto, se trata de um impedimento ao exercício do voto, além de ser uma 
vedação à capacidade eleitoral passiva. Em verdade, a perda ou a suspensão dos 
direitos políticos importa numa restrição aos direitos políticos como um todo.
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Entretanto, caso o indivíduo já esteja alistado e sofra a suspensão de seus 
direitos políticos, a sua inscrição não estará liberada no sistema, segundo a 
Resolução nº 21.538/2003 do TSE. Esta inscrição só é cancelada efetivamente 
após um prazo de 06 anos, sendo possível que o indivíduo volte a ter seus di-
reitos políticos sem que seja necessário promover um novo alistamento; o que 
ele irá fazer é reabilitar aquela inscrição. Em outros casos, o indivíduo será 
impedido de se alistar.
A suspensão e a perda dos direitos políticos é tema divergente entre a lei e a 
doutrina. A Constituição Federal estabelece que ninguém sofrerá cassação de 
seus direitos políticos, o que é possível é a cassação de mandato, conforme art. 
55 da CF/1988, mas é veementemente proibida a cassação de direitos políticos.
A suspensão e a perda dos direitos políticos estão disciplinadas no art. 15 da 
CF/1988 e nos arts. 51 a 53 da Resolução nº 21.538/2003 do TSE.
São cinco as hipóteses de perda e suspensão de direitos políticos. A doutrina 
constitucionalista de José Afonso da Silva, Alexandre de Moraes, André Ramos 
Tavares traz como hipóteses de perda o cancelamento da naturalização por sen-
tença transitada em julgado (art. 15, I, CR); e a recusa de cumprir obrigação 
a todos imposta ou prestação alternativa, nos termos do art. 5º, VIII, CF/1988 
(art. 15, IV, CF).
4. Habilitação ao Voto – Parte III
4.1 Apresentação
Nesta unidade de estudo, o autor aborda as causas de perda e suspensão 
dos direitos políticos pelas diretrizes da Resolução nº 21.538/2003, além 
de apresentar as condições para o alistamento eleitoral do brasileiro nato 
e do brasileiro naturalizado.
4.2 Síntese
No capítulo anterior, foi visto que são cinco as hipóteses de perda e suspen-
são de direitos políticos. Sendo na perspectiva doutrinária hipóteses de perda o 
cancelamento da naturalização por sentença transitada em julgado (art. 15, I, 
CR); e a recusa de cumprir obrigação a todos imposta ou prestação alternativa, 
nos termos do art. 5º, VIII, CF/1988 (art. 15, IV, CF).
A perda dos direitos políticos prevista no inciso IV do art. 15 da CR/88 não 
é atribuída pela doutrina como uma causa de perda de direitos políticos, apesar 
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da lei não determinar por quanto tempo duraria esta perda. No mesmo sentido, 
o art. 53, I da Resolução nº 21.538/2003 do TSE determina que a única situação 
de perda de fato dos direitos políticos é pelo cancelamento da naturalização.
Pelas diretrizes da Resolução nº 21.538/2003 do TSE, as hipóteses de 
suspensão dos direitos políticos são a incapacidade civil absoluta (art. 15, II, 
CF/1988); a condenação criminal transitada em julgado, enquanto durarem 
seus efeitos (art. 15, III, CF/1988); a improbidade administrativa, nos termos 
do art. 37, § 4º (art. 15, V, CF/1988); e, por último, a recusa de cumprir obri-
gação a todos imposta ou prestação alternativa, nos termos do art. 5º, VIII, CR 
(art. 15, IV, CF/1988).
Retomando a análise do alistamento eleitoral, a Resolução nº 21.538/2003 
do TSE trata desta matéria em seus arts. 9º ao 17. A Resolução apresenta em 
seu art. 15 o prazo para que o brasileiro nato e brasileiro naturalizado promo-
vam seu alistamento eleitoral. O brasileiro nato maior de 18 anos deverá efe-
tuar seu alistamento eleitoral até os 19 anos, enquanto que o brasileiro naturali-
zado maior de 18 anos terá o prazo de 01 ano contado da data da naturalização.
Na hipótese de o brasileiro naturalizado não cumprir o prazo de alistamen-
to eleitoral, sofrerá a sanção de multa. O brasileiro nato que não respeitar o 
prazo irá igualmente ser penalizado com multa, porém, há uma exceção que 
permite ao brasileiro nato alistar-se após os 19 anos sem o pagamento de mul-
ta, e a condição é que o alistamento eleitoral seja efetuado antes da primeira 
eleição subsequente à data que completou 19 anos. Isto porque a finalidade da 
justiça eleitoral é facilitar o exercício dos direitos políticos e não arrecadação de 
valores com a aplicação de multas.
5. Habilitação ao Voto – Parte IV
5.1 Apresentação
Nesta unidade de estudo, o autor trata da exceção ao alistamento eleito-
ral do brasileiro nato após os 19 anos e da possibilidade de alistamento 
eleitoral do menor de 16 anos desde que cumpridos os três requisitos 
exigidos em lei.
5.2 Síntese
Prosseguindo na análise do alistamento eleitoral, tratando ainda da exce-
ção do alistamento eleitoral do brasileiro nato após os 19 anos, é necessário 
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conjugar o art. 15 da Resolução nº 21.538/2003 do TSE com o art. 91 da Lei 
nº 9.504/1997, que determina o prazo-limite de 151 dias antes do pleito para 
a inscrição ou transferência do eleitor, ou seja, o eleitor tem de promover sua 
inscrição ou transferência antes de 150 dias do pleito.
É possível o alistamento do menor de 16 anos. O menor neste caso é o 
adolescente com 15 anos de idade, e são três os requisitos. Primeiro, com-
pletar 16 anos até a data do pleito; segundo, o alistamento ser requerido no 
ano eleitoral; e terceiro, respeitar os 150 dias previstos pelo art. 91 da Lei nº 
9.504/1997. Lembrando que este alistamento é facultativo e o título eleitoral 
expedido nessas condições só tem efeito legal no momento em que é comple-
tada a idade de 16 anos.
6. Habilitação ao Voto – Parte V
6.1 Apresentação
Nesta unidade de estudo, o autor trata do alistamento do analfabeto, das 
consequências jurídicas do não alistamento eleitoral e inicia a explicação 
da distribuição de competências da justiça eleitoral.
6.2 Síntese
Dando continuidade na análise do alistamento eleitoral. Ao analfabeto é 
facultado o alistamento eleitoral e, independente do lapso temporal, ele não 
está sujeito à pena de multa em matéria eleitoral. E há sentido visto que a 
ideia da justiça eleitoral é aproximar esse indivíduo do exercício de seus direitos 
fundamentais; neste caso, especificamente, exercício de seus direitos políticos.
Dada a importância do alistamento eleitoral no cartórioeleitoral, a sua 
inobservância gera uma série de repercussões que estão dispostas no art. 7º, 
§ 1º do Código Eleitoral.
Temos entre outras, como consequências do não alistamento eleitoral, a 
impossibilidade de emissão de passaporte (inciso V), impossibilidade de ma-
tricular-se em estabelecimento de ensino oficial ou fiscalizado pelo governo 
(inciso VI), impossibilidade de obter empréstimos de instituições financeiras 
públicas (inciso IV).
Na Justiça Estadual, a distribuição de competências é dividida por comarcas. 
Já na Justiça Eleitoral, a distribuição é feita por zonas, e essa distribuição permite 
que se tenha uma zona por município, ou que uma zona abranja mais de um 
município ou, ainda, a possibilidade um município abranger várias zonas.
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Primeiro ponto: quando você se inscreve na justiça eleitoral será definido 
o seu domicílio eleitoral; para a justiça eleitoral, o seu domicílio eleitoral será 
naquela localidade. Lembre-se de que a Constituição Federal coloca como con-
dição de exigibilidade ter domicílio eleitoral na circunscrição, conforme art. 
14, § 3º, IV. Portanto, a fixação do domicílio eleitoral será dada pelo alistamento, 
porém, para fixar esse domicílio eleitoral, algum critério deverá ser utilizado.
A primeira observação a ser feita é que o domicílio eleitoral não se confun-
de necessariamente com o domicílio civil, isto porque a justiça eleitoral aceita 
para a fixação do domicílio eleitoral não só o domicílio civil, mas também 
admite outros critérios.
7. Habilitação ao Voto – Parte VI
7.1 Apresentação
Nesta unidade de estudo, o autor aborda os critérios para a fixação do 
domicílio eleitoral.
7.2 Síntese
Conforme visto no capítulo anterior, a justiça eleitoral aceita para a fi-
xação do domicílio eleitoral não só o domicílio civil, mas admite também 
outros critérios.
Dispõe o Código Eleitoral em seu art. 42, parágrafo único: “Para o efeito da 
inscrição, é domicílio eleitoral o lugar de residência ou moradia do requerente, 
e, verificado ter o alistando mais de uma, considerar-se-á domicílio qualquer 
delas.” Portanto, segundo o Código Eleitoral, pode ser critério, além do domi-
cílio civil, o lugar da residência ou da moradia do eleitor.
São aceitos ainda, com base na Resolução nº 21.538/2003, como critério 
para a fixação do domicílio eleitoral o vínculo laboral do eleitor, o vínculo co-
munitário ou o vínculo patrimonial, conforme art. 65. Segundo entendimento 
do TSE, é possível a fixação do domicílio eleitoral com base no vínculo afetivo.
A Resolução ao dispor sobre os vínculos comunitário, laboral e patrimonial 
o faz nas hipóteses de fraude do alistamento ou da transferência, situação em 
que é instaurado um procedimento chamado de Revisão do Eleitorado. Esta 
revisão encontra-se prevista nos arts. 58 a 65 da Resolução nº 21.538/2003 e 
também no Código Eleitoral.
Estes dispositivos disciplinam a revisão do eleitorado, procedimento pelo 
qual o juiz eleitoral irá chamar os eleitores daquela circunscrição ou daquele 
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município ou daquela zona para que compareçam e apresentem documentos 
comprobatórios do seu vínculo. A própria Resolução dispõe que não haverá 
nenhum problema se o eleitor comprovar, por exemplo, que tem um vínculo 
laboral com aquela circunscrição, podendo nesta hipótese manter-se alistado 
ali. Dessa forma, desde que haja a devida comprovação, poderão ser aceitos os 
critérios patrimonial, comunitário e afetivo.
Na prática, ao comparecer ao cartório eleitoral, o servidor irá solicitar ao 
requerente do alistamento eleitoral o comprovante de endereço, mas essa con-
duta é a prática. Na questão de prova, não será o comprovante de endereço o 
documento hábil, a comprovação de um dos elementos (domicílio, residência, 
moradia, vínculos laboral, comunitário, patrimonial, afetivo) será feita pela De-
claração sob as Penas da Lei.
8. Habilitação ao Voto – Parte VII
8.1 Apresentação
Nesta unidade de estudo, o autor apresenta os documentos hábeis para 
o alistamento eleitoral, o procedimento do RAE e as hipóteses e prazos 
para recurso.
8.2 Síntese
No capítulo anterior, foram apresentados os requisitos para fixação do domi-
cílio eleitoral. Lembrando que o eleitor terá apenas um domicílio eleitoral.
A Resolução nº 21.538/2003, em seu art. 13, assim como o art. 44 do Có-
digo Eleitoral informam quais documentos poderão ser apresentados perante 
o juízo eleitoral para fins de alistamento eleitoral. A exigência feita é que pelo 
documento apresentado possa ser aferida a nacionalidade do alistando.
A lei cita alguns exemplos de documentos hábeis à comprovação. São eles: 
carteira de identidade ou carteira emitida por órgão fiscalizador de profissão ou 
certidão de nascimento ou certidão de casamento ou certificado de quitação 
com o serviço militar ou instrumento público (procuração pública, escritura 
pública). Observação: se o alistando for maior de 18 anos e do sexo masculino, 
terá que apresentar o certificado de quitação com as Forças Armadas.
Promovida a apresentação dos documentos pelo alistando, o serventuário 
da justiça eleitoral irá preencher o RAE (Requerimento de Alistamento Eleito-
ral) baseado na colheita destas informações. Depois de preenchido o requeri-
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mento, o alistando assinará o REA; na hipótese de ser analfabeto, irá apurar a 
digital e, por fim, o serventuário irá certificar que a assinatura foi posta na pre-
sença dele. A partir daí, o serventuário encaminha este documento dentro de 
48 horas para o juiz eleitoral decidir. O juiz eleitoral poderá deferir, indeferir 
ou, em caso de dúvida sobre as informações, converter em diligências.
Do deferimento do alistamento eleitoral, cabe recurso por parte do Minis-
tério Público Eleitoral e/ou do partido político ao Tribunal Regional Eleitoral 
no prazo de 10 dias. Enquanto que do indeferimento do alistamento eleitoral, 
cabe recurso por parte do próprio alistando ao Tribunal Regional Eleitoral no 
prazo de cinco dias.
9. Habilitação ao Voto – Parte VIII
9.1 Apresentação
Nesta unidade de estudo, o autor aborda a transferência do domicílio eleitoral.
9.2 Síntese
Prosseguindo no estudo das hipóteses de recursos ao alistamento eleitoral, 
vimos que do deferimento do alistamento eleitoral cabe recurso por parte do 
Ministério Público e/ou do partido político ao Tribunal Regional Eleitoral no 
prazo de dez dias. Enquanto que do indeferimento do alistamento eleitoral 
cabe recurso por parte do próprio alistando ao Tribunal Regional Eleitoral no 
prazo de cinco dias.
Os prazos para interposição destes recursos começa a contar a partir da data 
da publicação. A publicação ocorre sempre nos dias 1º e 15º de cada mês. Na 
hipótese do 1º ou 15º dia não ser dia útil, será no primeiro dia útil subsequente.
A transferência do domicílio eleitoral está disciplinada nos arts. 54 e 55 do 
Código Eleitoral enquanto na Resolução nº 21.538/2003 está regulada no art. 
18. Não há obrigatoriedade da transferência do domicílio eleitoral.
Atenção para o exemplo: o eleitor que tem fixado como sessão eleitoral a 
zona nº 100 (bairro Copacabana), quer alterar sua sessão eleitoral para a zona 
102 (bairro Leblon), ambas dentro da mesma circunscrição, ambas dentro do 
mesmo município; atenção, porque isto não é hipótese de transferência, esta 
situação é denominada de revisão (art. 6º da Resolução nº 21.538/2003).
A situação do exemplo não é transferência; a transferência de domicílio 
eleitoral só ocorre quando o eleitor muda no mínimo, de município, ou seja, a 
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mudança de sessão de votação dentro de um mesmo município é apenas revi-
são e não transferência. Outras hipóteses de revisão são a correção do nome no 
título, atualização do nome decasado, etc.
A transferência de domicílio eleitoral exige alguns requisitos e o primei-
ro deles é que deve ser requerida no cartório eleitoral do novo domicílio. O 
segundo requisito é a entrega do título de eleitor e do certificado de quitação 
com a justiça eleitoral. Terceiro, declarar, sob as penas da lei, três meses de 
residência no novo domicílio. E, quarto, transcurso de um ano do alistamento 
ou da última transferência.
10. Habilitação ao Voto – Parte IX
10.1 Apresentação
Nesta unidade de estudo, o autor aborda as hipóteses de solicitação e 
emissão da segunda via do título de eleitor.
10.2 Síntese
No último capítulo, foram apresentados os quatro requisitos para a transfe-
rência do domicílio eleitoral. São eles:
1º) a transferência deve ser requerida no cartório eleitoral do novo domicílio;
2º) deve haver a entrega do título de eleitor e do certificado de quitação 
com a justiça eleitoral;
3º) declarar sob as penas da lei, 3 meses de residência no novo domicílio;
4º) transcurso de 1 ano do alistamento ou da última transferência.
Entretanto, há uma ressalva. Os servidores públicos em caso de remoção 
e os militares em caso de transferência e os membros de suas famílias ficarão 
dispensados dos requisitos 3º e 4º (declarar os 3 meses de residência no novo 
domicílio e o transcurso de 1 ano do alistamento ou da última transferência).
Apenas recordando que os pedidos de transferência, assim como os pedi-
dos de alistamento eleitoral, só poderão ser requeridos no cartório eleitoral em 
ano de eleição até 151 dias antes do pleito.
O requerimento para obter segunda via do título eleitoral está prevista nos 
arts. 52 e 53 do Código Eleitoral e no art. 19 da Resolução nº 21.538/2003. 
São causas que ensejam a emissão da segunda via do título eleitoral: a perda, 
o extravio, a dilaceração e a inutilização. Sendo solicitada ao juiz eleitoral a 
sua emissão.
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O art. 53 do Código Eleitoral dispõe que o eleitor poderá requerer a se-
gunda via do título eleitoral perante a zona onde está inscrito ou fora de sua 
zona eleitoral. A diferença entre requerer a segunda via perante a sua zona 
eleitoral e em solicitar fora dela é o prazo. O requerimento de segunda via 
feito na própria zona eleitoral do eleitor pode ser realizado até 10 dias antes 
do pleito e poderá retirar seu título até a data da véspera da eleição. Enquanto 
que o pedido requerido em outra zona eleitoral que não a do eleitor, deverá ser 
feito com antecedência mínima de 60 dias do pleito, informando na ocasião se 
irá retirar o título naquela zona eleitoral ou na zona eleitoral a que pertence.
As causas de cancelamento e exclusão da inscrição eleitoral estão disci-
plinadas no art. 71 do Código Eleitoral e no art. 40 e seguintes da Resolução 
nº 21.538/2003.
11. Habilitação ao Voto – Parte X
11.1 Apresentação
Nesta unidade de estudo, o autor apresenta as causas que ensejam o 
cancelamento do título eleitoral.
11.2 Síntese
São causas de cancelamento da inscrição eleitoral, conforme o art. 71 do 
Código Eleitoral:
I – a infração dos arts. 5º e 42;
II – a suspensão ou perda dos direitos políticos;
III – a pluralidade de inscrição e a duplicidade (disposta no art. 40, Reso-
lução nº 21.538/2003);
IV – o falecimento do eleitor;
V – deixar de votar em 03 (três) eleições consecutivas.
A título de exemplo, veja a primeira causa de cancelamento disposta no 
inciso I do art. 71 do CE. O mencionado art. 5º do Código Eleitoral apresenta 
as pessoas que não podem alistar-se. Já o art. 42 traz a hipótese do indivíduo 
que não preenchia as condições para se alistar, mas mesmo assim se alistou, ou 
o indivíduo alegou ter domicílio, residência ou moradia quando em verdade 
não tinha. São situações em que o alistamento foi feito mediante fraude; sendo 
necessário o cancelamento deste alistamento.
O legitimado para o cancelamento do alistamento do eleitor é o juiz eleitoral, 
que poderá promover o cancelamento de ofício ou mediante provocação. Entre-
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tanto, na hipótese do art. 71, inciso V do CE, “deixar de votar em 03 (três) eleições 
consecutivas” o cancelamento será feito automaticamente pela justiça eleitoral 
(art. 80, § 6º da Resolução nº 21.538/2003).
A provocação para o cancelamento do alistamento eleitoral pode ser feita 
por delegados de partidos políticos, membros do Ministério Público ou, ainda, 
mediante a denúncia de um eleitor (art. 71, § 1º, CE).
Instaurado o processo de cancelamento, a defesa poderá ser feita pelo elei-
tor, mas nada impede que delegados de partidos políticos também promovam 
a defesa do eleitor (art. 73, CE).
No que tange o inciso II do art. 71 do Código Eleitoral, sofrendo o in-
divíduo a suspensão ou perda dos direitos políticos, este não terá capacidade 
eleitoral ativa e nem capacidade eleitoral passiva, portanto, terá sua inscrição 
cancelada.
O inciso III aponta a pluralidade de inscrição, bem como a duplicidade 
de inscrições disposta no art. 40 da Resolução nº 21.538/2003: é a situação em 
que o eleitor tem mais de uma inscrição ao mesmo tempo. Esta situação era 
recorrente quando a justiça eleitoral ainda não era informatizada, então ocorria 
de o indivíduo requerer o alistamento em mais de uma circunscrição. Com a 
informatização da justiça eleitoral, essa situação ficou mais difícil de ocorrer, 
em função do cruzamento de dados eletrônicos que é feito no momento do 
alistamento, apontando assim se aquele indivíduo já possui inscrição eleitoral.
12. Transferência – Parte I
12.1 Apresentação
Nesta unidade de estudo, será abordada a transferência do domicílio eleitoral.
12.2 Síntese
A transferência do domicílio eleitoral está regulada no Código Eleitoral e 
na Resolução nº 21.538/2003.
A Resolução nº 21.538/2003 possui somente um dispositivo regulamentando 
a transferência e o Código Eleitoral dispõe acerca do assunto a partir do art. 55.
É preciso ressaltar que a transferência não significa apenas mudar de zona.
Exemplo: Bairro de Copacabana e Bairro de Ipanema. Copacabana pos-
sui uma zona eleitoral e Ipanema possui outra zona eleitoral. Nesse caso, 
alterando-se a zona eleitoral, não se está diante de transferência, pois a cir-
cunscrição permanece a mesma.
A circunscrição pode ser o país, o estado ou Distrito Federal ou até mesmo 
o municípios, havendo, portanto, três níveis de circunscrição.
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A mudança de zonas é denominada revisão. Não se trata de revisão do elei-
torado, mas sim instituto previsto no art. 6º da Resolução nº 21.538/2003.
Revisão também serve para retificar informações incorretas constantes no 
título de eleitor.
Assim, nota-se que a revisão é uma mudança nas informações constantes no 
título, mas não gera repercussão em matéria de eleição.
Contudo, se a pessoa tem domicílio no Rio de Janeiro, por exemplo, e quer 
ser candidato em outra circunscrição, é preciso transferir o domicílio eleitoral.
13. Transferência – Parte II
13.1 Apresentação
Nesta unidade de estudo, o autor continuará a abordagem acerca da 
transferência do domicílio eleitoral.
13.2 Síntese
Há condições para que a transferência ocorra. Ressalta-se que a transferên-
cia não é obrigatória.
A primeira condição é que a transferência deverá ser requerida ao juízo 
eleitoral do novo domicílio. O sujeito deverá, ainda, entregar o título eleitoral 
e a certidão de quitação com a Justiça Eleitoral.
Se o eleitor não estiver em dia com a Justiça Eleitoral, o juiz determinará 
que o eleitor pague a multa.
Outro requisito é o de que o eleitor deverá declarar, sob as penas da lei, que 
reside no novo domicílio há pelo menos três meses, não havendo necessidade 
de apresentação de comprovante de residência.
Deve haver, também, o transcurso de pelo menos um ano do alistamento 
ouda última transferência.
Outra condição consta no art. 91 da Lei nº 9.504/1997, que traz que ne-
nhum requerimento de inscrição eleitoral ou de transferência será recebido 
dentro dos cento e cinquenta dias anteriores à data da eleição.
O art. 18 da Resolução nº 21.538/2003 dispõe:
“Art. 18. A transferência do eleitor só será admitida se satisfeitas as seguintes 
exigências:
I – recebimento do pedido no cartório eleitoral do novo domicílio no prazo 
estabelecido pela legislação vigente;
II – transcurso de, pelo menos, um ano do alistamento ou da última 
transferência;
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III – residência mínima de três meses no novo domicílio, declarada, sob as 
penas da lei, pelo próprio eleitor (Lei nº 6.996/1982, art. 8º);
IV – prova de quitação com a Justiça Eleitoral.”
Há exceções a tais condições. A primeira é a transferência ou remoção de 
militar ou servidor público, respectivamente, não sendo necessário o transcurso 
de um ano nem os três meses de residência no novo domicílio.
14. Segunda Via
14.1 Apresentação
Nesta unidade de estudo, serão abordados a segunda via e seus aspectos 
mais importantes.
14.2 Síntese
Em relação à transferência, é preciso observar que é possível recorrer em 
casos de deferimento ou indeferimento, sendo aplicadas as mesmas regras do 
alistamento eleitoral.
O juiz indeferindo, o eleitor poderá recorrer no prazo de cinco dias ao TRE 
e deferindo quem tem legitimidade são os partidos políticos, por intermédio de 
seus delegados e o Ministério Público Eleitoral, no prazo de dez dias.
O art. 52 do Código Eleitoral e o art. 19 da Resolução nº 21.538/2003 
dispõem que a segunda via poderá ser solicitada em caso de perda, extravio, 
dilaceração e inutilização.
De acordo com a Resolução, o eleitor requererá a segunda via perante o 
juízo eleitoral onde está inscrito.
Conforme disposto no Código Eleitoral, a segunda via poderá ser requerida 
no domicílio eleitoral do eleitor, em até dez dias antes do pleito, ou fora do 
domicílio, até sessenta dias antes da eleição.
O art. 53 do Código Eleitoral dispõe: “Se o eleitor estiver fora do seu domi-
cílio eleitoral poderá requerer a segunda via ao juiz da zona em que se encon-
trar, esclarecendo se vai recebê-la na sua zona ou na em que requereu.”
O § 4º trata do prazo de sessenta dias, dispondo o seguinte: “O pedido de 
segunda via formulado nos termos deste artigo só poderá ser recebido até 60 
(sessenta) dias antes do pleito.”
O prazo de dez dias consta no caput do art. 52 do mesmo diploma legal: “No 
caso de perda ou extravio de seu título, requererá o eleitor ao juiz do seu domi-
cílio eleitoral, até 10 (dez) dias antes da eleição, que lhe expeça segunda via.”
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15. Cancelamento de Inscrição – Parte I
15.1 Apresentação
Nesta unidade de estudo, serão abordados o cancelamento de inscrição e 
os pontos mais importantes acerca do tema.
15.2 Síntese
O cancelamento e exclusão de inscrição estão dispostos no Código Eleito-
ral, bem como na Resolução nº 21.538/2003. O art. 71 do Código Eleitoral traz 
as hipóteses. A exclusão é o procedimento e o cancelamento é a consequência.
Via de regra, a competência para cancelamento de inscrição é do juiz elei-
toral, porém, esta também pode ser promovida pela Corregedoria do TRE.
Quanto ao início do processo de exclusão, são legitimados o juiz, de ofício, 
delegados de partidos políticos, o Ministério Público Eleitoral e o eleitor.
Quanto às hipóteses que ensejam a exclusão, estas estão dispostas no art. 71 
do Código Eleitoral.
A primeira é a infração dos arts. 5º e 42. Tal infração diz respeito a violações 
sobre regras de alistamento eleitoral.
A segunda hipótese traz a suspensão ou perda dos direitos políticos (inciso 
II do art. 71).
Quanto às hipóteses de suspensão de direitos políticos, há improbidade ad-
ministrativa, incapacidade civil absoluta, sentença penal condenatória transita-
da em julgado, enquanto durarem os efeitos da pena e recusa no cumprimento 
de obrigação a todos impostas ou prestação alternativa fixada em lei.
Cancelamento da naturalização é hipótese de perda de direitos políticos, 
bem como a perda da nacionalidade.
16. Cancelamento de Inscrição – Parte II
16.1 Apresentação
Nesta unidade de estudo, serão abordados o cancelamento de inscrição e 
os pontos mais importantes acerca do tema.
16.2 Síntese
A terceira hipótese é a pluralidade de inscrições. O Código Eleitoral fala 
somente em pluralidade (art. 71) de inscrições e a Resolução nº 21.538/2003 
fala também da duplicidade (art. 40).
Pluralidade é mais de uma inscrição e duplicidade; é a hipótese em que o 
eleitor vai ter mais de uma inscrição, mas a inscrição é praticamente a mesma.
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Havendo pluralidade ou duplicidade, é preciso que haja cancelamento.
O art. 40 da Resolução nº 21.538/2003 dispõe:
“Art. 40. Identificada situação em que um mesmo eleitor possua duas ou 
mais inscrições liberadas ou regulares, agrupadas ou não pelo batimento, o 
cancelamento de uma ou mais delas deverá, preferencialmente, recair:
I – na inscrição mais recente, efetuada contrariamente às instruções em 
vigor;
II – na inscrição que não corresponda ao domicílio eleitoral do eleitor;
III – naquela cujo título não haja sido entregue ao eleitor;
IV – naquela cujo título não haja sido utilizado para o exercício do voto na 
última eleição;
V – na mais antiga.”
A ordem dos incisos não foi aleatória, a ordem foi criada com objetivo 
determinado.
17. Cancelamento de Inscrição – Parte III
17.1 Apresentação
Nesta unidade de estudo, continuarão a ser abordados o cancelamento de 
inscrição e os pontos mais importantes acerca do tema.
17.2 Síntese
A quinta hipótese se refere à inscrição mais antiga, porém, deve-se passar 
pelas quatro primeiras antes.
Os incisos do art. 40 foram dispostos dessa forma graças ao fato de que o 
título mais antigo goza de presunção de legalidade, legitimidade, certeza.
Assim, a mais recente deve ser testada até que se chegue à mais antiga.
Outro ponto que deve ser observado é que a Resolução nº 21.538/2003 trata 
da competência para cancelar (art. 41).
Há outras duas hipóteses de cancelamento, previstas na legislação. A pri-
meira é o falecimento do eleitor e a segunda é deixar de votar em três eleições 
consecutivas.
A Justiça Eleitoral descobre que o eleitor faleceu a partir de informações 
prestadas pelos Cartórios de Registro Civil de Pessoas Naturais.
Quanto à hipótese de deixar de votar em três eleições, é preciso observar 
que são eleições consecutivas. Ainda, primeiro e segundo turnos são considera-
dos eleições consecutivas para fins de cancelamento.
Plebiscitos e referendos também são considerados eleições para fins de can-
celamento de inscrição.
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18. Cancelamento de Inscrição – Parte IV
18.1 Apresentação
Nesta unidade de estudo, será finalizada a abordagem acerca do can-
celamento de inscrição.
18.2 Síntese
Conforme já foi visto, a falta a três eleições consecutivas acarreta o cance-
lamento da inscrição.
É preciso lembrar que o eleitor poderá justificar (art. 80 da Resolução nº 
21.538/2003) ou pagar a multa (art. 80, § 6º da Resolução nº 21.538/2003). 
Ainda há possibilidade de que o eleitor tenha sido dispensado da obrigação de 
votar por prerrogativa constitucional.
A Resolução nº 21.538/2003 dispõe que o eleitor pode se justificar perante 
a Justiça Eleitoral no prazo de 60 dias contados da eleição a que deveria ter 
comparecido, para quem está no Brasil.
No exterior, o prazo é de 30 dias contados da data do retorno do eleitor.
Ressalte-se que, no Brasil, o eleitor deve estar em outra circunscrição, po-
dendo justificar em qualquer seção eleitoral.
A multa, em regra, possui valorde R$ 3,51 (três reais e cinquenta e um 
centavos).
É possível cancelamento pelo próprio sistema, nessas hipóteses, conforme 
disposto no § 8º do art. 80 da Resolução nº 21.538/2003. É necessário observar 
que o art. 7º, § 3º do Código Eleitoral não deve ser aplicado, pois será aplicado 
o dispositivo constante na Resolução nº 21.538/2003.
O último ponto se refere ao art. 80, § 6º da Resolução nº 21.538/2003: 
“Será cancelada a inscrição do eleitor que se abstiver de votar em três eleições 
consecutivas, salvo se houver apresentado justificativa para a falta ou efetuado 
o pagamento de multa, ficando excluídos do cancelamento os eleitores que, 
por prerrogativa constitucional, não estejam obrigados ao exercício do voto e 
cuja idade não ultrapasse 80 anos.”
Nota-se que o dispositivo é inconstitucional em sua parte final e, pelo 
Acórdão nº 649/2005 foi corrigido o texto, sendo suprimida a parte final (“e 
cuja idade não ultrapasse 80 anos”).
Capítulo 4
Condições de Elegibilidade e 
Inelegibilidade
1. Introdução e Condições
1.1 Apresentação
Nesta unidade temática, serão estudadas as condições de elegibilidade e 
inelegibilidade, sendo feita aqui introdução acerca do tema.
1.2 Síntese
Elegibilidade é a condição para o exercício da capacidade eleitoral passiva, 
ou seja, para que o indivíduo possa se candidatar a cargo eletivo, é preciso que 
preencha condições.
A Constituição Federal, em seu art. 14, § 3º, estabelece condições iniciais 
para que o indivíduo possa exercer a capacidade eleitoral passiva.
Tais condições de elegibilidade não afastam outras, previstas na legislação 
ordinária.
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Dispõe o art. 14, § 3º da CF/1988:
“§ 3º São condições de elegibilidade, na forma da lei:
I – a nacionalidade brasileira;
II – o pleno exercício dos direitos políticos;
III – o alistamento eleitoral;
IV – o domicílio eleitoral na circunscrição;
V – a filiação partidária;
VI – a idade mínima de:
a) trinta e cinco anos para Presidente e Vice-Presidente da República e 
Senador;
b) trinta anos para Governador e Vice-Governador de Estado e do Distrito 
Federal;
c) vinte e um anos para Deputado Federal, Deputado Estadual ou Distrital, 
Prefeito, Vice-Prefeito e juiz de paz;
d) dezoito anos para Vereador.”
A primeira hipótese traz a nacionalidade brasileira, que pode ser originária 
ou derivada.
Alguns cargos eletivos têm como condição a nacionalidade originária: 
Presidente da República e Vice-Presidente da República.
A segunda condição é o pleno exercício dos direitos políticos, que significa 
que o indivíduo não sofreu suspensão nem perda dos direitos políticos.
A terceira é o alistamento eleitoral, ou seja, o indivíduo deve estar inscrito 
perante a Justiça Eleitoral.
O quarto é o domicílio eleitoral na circunscrição há pelo menos um ano 
antes do pleito.
O quinto requisito é a filiação partidária, a qual contém algumas peculia-
ridades.
2. Condições de Elegibilidade – Parte I
2.1 Apresentação
Nesta unidade de estudo, serão abordadas as condições de elegibilidade, 
como a filiação partidária.
2.2 Síntese
A filiação partidária é o vínculo que necessariamente deve ser estabelecido 
entre eleitor e partido político. No Brasil, não há figura da candidatura avulsa.
A filiação partidária é contada da data do pleito (um ano).
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A CF/1988, em seu art. 142, § 3º, inciso V, dispõe que o militar, enquanto 
em serviço ativo, não pode estar filiado a partidos políticos.
A Constituição Federal estabelece outra regra no art. 14, § 8º: O militar 
alistável é elegível, atendidas algumas condições.
Tal dispositivo traz em seus incisos as condições. O inciso I trata do militar 
com menos de dez anos de serviço, que deverá se afastar das Forças Armadas, 
ou seja, pode ser observado que se trata de militar da ativa.
O inciso II dispõe: “se contar mais de dez anos de serviço, será agregado 
pela autoridade superior e, se eleito, passará automaticamente, no ato da diplo-
mação, para a inatividade.”
3. Condições de Elegibilidade – Parte II
3.1 Apresentação
Nesta unidade de estudo, serão abordadas as condições de elegibilidade, 
como a filiação partidária pelos militares.
3.2 Síntese
O militar da ativa não irá se candidatar enquanto estiver na ativa, no 
exercício de suas funções.
Assim, a CF/1988 criou um mecanismo para permitir que o militar da ativa 
possa se candidatar a cargo eletivo e, caso não seja eleito, volte a exercer suas 
funções nas Forças Armadas.
Se o militar da ativa tiver menos de dez anos, se afastar em caráter defini-
tivo das Forças Armadas e se tiver mais de dez anos, passará a ser agregado à 
autoridade superior.
Agregação é um mecanismo parecido com a disponibilidade.
O cidadão comum precisa ter um ano de filiação partidária e o militar da 
ativa está dispensado desse requisito. Nota-se que a diferença diz respeito ao 
tempo de filiação.
Se o militar for eleito, passará à inatividade no ato da diplomação.
A última condição de elegibilidade é a idade mínima. Para que seja verea-
dor, é preciso ter pelo menos dezoito anos. Para Presidente e Vice-Presidente 
da República e Senador, a idade é de trinta e cinco anos. Para Governador e 
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Vice-Governador de Estado e do Distrito Federal, a idade mínima é de trinta 
anos. Para Deputado Federal, Deputado Estadual ou Distrital, Prefeito, Vice-
-Prefeito e juiz de paz, a idade mínima é de vinte e um anos de idade.
É preciso ressaltar que a idade deve ser verificada na data da posse, conforme 
disposto no art. 11 da Lei nº 9.504/1997.
4. Condições de Elegibilidade – Parte III
4.1 Apresentação
Nesta unidade de estudo, serão abordadas as condições de elegibilidade 
próprias e impróprias, classificação feita por Adriano Soares da Costa.
4.2 Síntese
O professor Adriano Soares da Costa faz uma classificação, dividindo as 
condições de elegibilidade em próprias e impróprias.
As próprias estão no art. 14, § 3º da Constituição Federal e são próprias por-
que estão explícitas. As impróprias não estão elencadas neste dispositivo, mas 
há condição de alfabetização, de exigência especial para militares, escolha do 
candidato em convenção e a desincompatibilização.
Alfabetização não significa, necessariamente, que o indivíduo tenha que 
fazer uma leitura perfeita, sendo em verdade a capacidade de cognição que 
tem a pessoa.
O analfabeto, nos termos da Constituição Federal, é aquele que não com-
preende, não expressa.
O TSE consolidou entendimento no sentido de que não é necessário que 
o indivíduo escreva com perfeição, o necessário é que o indivíduo demonstre 
capacidade de compreensão daquilo que está escrito.
A alfabetização bem como a condição especial prevista para o militar estão 
dispostas na Constituição Federal, contudo, não no art. 14, § 3º da CF/1988.
Escolha do candidato em convenção partidária: a CF/1988 autorizou o le-
gislador ordinário.
Desincompatibilização está prevista na Constituição Federal, no art. 14, 
§ 5º. Significa dizer que a pessoa quer se candidatar a um cargo eletivo, mas 
se encontra em condição incompatível com a candidatura. Dessa forma, a 
CF ou a Lei Complementar irão definir as hipóteses em que o sujeito deve se 
afastar ou renunciar ao cargo, para que possa concorrer.
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5. Inelegibilidades Constitucionais – Parte I
5.1 Apresentação
Nesta unidade de estudo, serão abordadas as inelegibilidades consti-
tucionais, sendo estudados pontos relevantes acerca do tema.
5.2 Síntese
Inelegibilidade é ausência da capacidade eleitoral passiva ou impossibili-
dade decorrente de lei ou da Constituição Federal de se candidatar a cargo 
eletivo.
A impossibilidade pode ser em razão de ausência de condições ou em de-
corrênciade determinação legal e/ou constitucional. A inelegibilidade é um 
mecanismo que impede que o indivíduo concorra a cargo eletivo.
Inelegibilidade limita o exercício da capacidade eleitoral passiva e, no que 
diz respeito à falta do cumprimento das condições, pode ser classificada como 
inata ou cominada (ou imputada).
Inelegibilidade inata é aquela que nasce com a pessoa e pode acompanhá-la 
até idades avançadas.
De outra forma, há inelegibilidades que são impostas, que são imputadas 
pela lei.
A sede da inelegibilidade é a Constituição Federal e a lei complementar, 
na forma do art. 14, § 9º: Lei complementar estabelecerá outros casos de inele-
gibilidade e os prazos de sua cessação, levando em consideração a vida pregressa 
dos candidatos e tendo como objetivo proteger a probidade administrativa e 
moralidade para exercício do mandato.
No que tange à inelegibilidade inata, esta é o não preenchimento de condi-
ções mínimas para que o candidato possa concorrer a cargo eletivo.
6. Inelegibilidades Constitucionais – Parte II
6.1 Apresentação
Nesta unidade de estudo, o professor continuará as explicações acerca 
das inelegibilidades constitucionais.
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6.2 Síntese
As inelegibilidades podem ser relativas ou absolutas, ambas previstas na 
Constituição Federal.
O analfabeto, por exemplo, é inelegível, mas o semianalfabeto é elegível. 
Os estrangeiros são inelegíveis, com exceção dos portugueses equiparados.
A LC nº 64/1990, atualizada pela LC nº 135/2010, traz outras hipóteses de 
inelegibilidades absolutas.
A LC nº 135/2010, conhecida como “Ficha Limpa”, fez uma atualização, 
acrescentando novas regras à LC nº 64/1990.
Art. 14, § 5º da Constituição Federal traz as inelegibilidades, dispondo que 
Presidente da República, Governadores e Prefeitos, bem como os que houve-
rem sucedido, ou substituído no curso dos mandatos poderão ser reeleitos para 
um único período subsequente.
A Constituição Federal limita o exercício do mandato eletivo do Chefe 
do Poder Executivo a dois mandatos consecutivos. É preciso ressaltar que po-
dem ser eleitos novamente após o término do segundo mandato, porém, devem 
aguardar por quatro anos.
7. Inelegibilidades Constitucionais – Parte III
7.1 Apresentação
Nesta unidade de estudo, o professor continuará as explicações acerca 
das inelegibilidades constitucionais e da substituição.
7.2 Síntese
O STF entendeu que a substituição não conta como um mandato para fins 
de reeleição.
É necessário observar que a sucessão possui caráter definitivo e a substitui-
ção tem caráter temporário.
A sucessão somente pode ser feita pelo vice que, ao suceder, assume o cargo 
em caráter definitivo. Exemplo: morte, renúncia.
O art. 80 da CF dispõe: “Em caso de impedimento do Presidente e do 
Vice-Presidente, ou vacância dos respectivos cargos, serão sucessivamente cha-
mados ao exercício da Presidência o Presidente da Câmara dos Deputados, o 
do Senado Federal e o do Supremo Tribunal Federal.” Trata-se de hipóteses de 
substituição.
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O tempo cumprido pelo vice, em caráter de substituição, durante o curso 
do mandato, não gera nenhum tipo de repercussão para fins de reeleição do 
vice como vice.
A CF dispõe que quem substitui o Chefe ou sucede somente tem direito 
a mais quatro anos. O STF entende que a substituição não conta, mas a 
sucessão conta.
Exemplo: João e Maria, primeiro mandato, Maria substituindo João. 
Ambos se candidatam à reeleição. Na sequência, Maria poderá ser candidatar 
à Chefia do Executivo, podendo, inclusive, ser reeleita.
8. Inelegibilidades Constitucionais – Parte IV
8.1 Apresentação
Nesta unidade de estudo, o professor continuará as explicações acerca 
das inelegibilidades constitucionais e abordará a desincompatibilização.
8.2 Síntese
Conforme visto anteriormente, para o STF, a substituição não conta para 
fins de reeleição. Se o sujeito é titular do cargo, somente terá direito a se ree-
leger para um mandato consecutivo, ou seja, quando o vice substitui o Chefe 
do Poder Executivo, está apenas no exercício do mandato, mas não é titular.
O § 6º do art. 14 da CF/1988 dispõe: “Para concorrerem a outros cargos, 
o Presidente da República, os Governadores de Estado e do Distrito Federal 
e os Prefeitos devem renunciar aos respectivos mandatos até seis meses antes 
do pleito.”
Tal dispositivo traz um dispositivo denominado incompatibilidade.
Os vices da Chefia do Executivo não precisam se desincompatibilizar, não 
precisam renunciar aos mandatos para que possam ser candidatos a outros car-
gos eletivos. Todavia, aquele que tem a Administração Pública nas mãos não 
pode se candidatar a cargo eletivo e permanecer como Chefe da Administração.
Assim, caso a pessoa queira concorrer, a legislação e a Constituição Federal 
exigem que o indivíduo se desincompatibilize, ou seja, haverá um prazo de 
quarentena que deverá ser cumprido. Desta forma, a pessoa renunciará ao seu 
mandato um tempo antes das eleições.
Ressalta-se que a falta de desincompatibilização acarreta na inelegibilida-
de do sujeito, porém, desincompatibilização e inelegibilidade são conceitos 
distintos.
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A permanência do Chefe do Poder Executivo no cargo nos seis meses que 
antecedem as eleições gera inelegibilidade.
Desta forma, se alguém assumir a Chefia do Executivo nos seis meses 
que antecedem o pleito, também será gerado uma inelegibilidade.
9. Inelegibilidades Constitucionais – Parte V
9.1 Apresentação
Nesta unidade de estudo, o professor continuará as explicações acerca 
das inelegibilidades constitucionais, abordando, por exemplo, a inele-
gibilidade reflexa.
9.2 Síntese
A CF não admite que o Chefe do Poder Executivo, após cumprir dois man-
datos consecutivos, permaneça no cargo enquanto se candidata a outro cargo 
eletivo.
Com a reeleição, não é preciso sair do cargo, mas se o Chefe do Poder Exe-
cutivo cumpre dois mandatos, não poderá concorrer a um terceiro. A CF exige 
que o Chefe do Poder Executivo renuncie ao mandato para concorrer a outro 
cargo, por conta de incompatibilização.
A LC nº 64/1990, em seu art. 1º, incisos II ao VII, trata dos prazos de 
desincompatibilização. Há três prazos: três meses, quatro meses e seis meses. 
A maior parte dos prazos de afastamento é de seis meses.
O prazo de afastamento de quatro meses diz respeito aos Prefeitos, porém, 
o inciso IV traz algumas peculiaridades.
Para o servidor, o prazo de afastamento é de três meses, havendo algumas 
exceções.
A lei estabelece que Delegado de Polícia é um servidor público, mas não é 
um dos cargos elencados. A lei somente fala de Delegado de Polícia no inciso 
IV, dispondo que autoridade policial, que exerça função no município onde irá 
concorrer, terá que cumprir prazo de afastamento de quatro meses.
Assim, se a autoridade policial, que é servidor público, não exercer função 
naquele município, o prazo será o prazo geral (três meses).
É preciso observar que há exceções. Exemplo: O prazo para servidor 
público é de três meses, mas, se este trabalha na fiscalização ou arrecadação 
de tributos, o prazo será de seis meses.
Membros do Ministério Público e Juízes, em virtude da EC nº 45/2004, não 
mais podem se afastar de seus cargos para concorrerem a mandatos eletivos, ou 
seja, o magistrado, por exemplo, deverá pedir exoneração para que possa concorrer.
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O § 7º do art. 14 da Constituição Federal trata da inelegibilidade gerada 
por reflexo, em decorrência de ostentação de vínculo por parentesco ou 
casamento. De um lado há o Chefe do Poder Executivo e de outro há parente 
consanguíneo ou afim, até o segundo grau ou por adoção, candidato a cargo 
eletivo na mesma circunscrição onde esse Chefe exerce suas funções.10. Inelegibilidades Constitucionais – Parte VI
10.1 Apresentação
Nesta unidade de estudo, o professor continuará as explicações acerca 
das inelegibilidades constitucionais, abordando, por exemplo, a inele-
gibilidade reflexa.
10.2 Síntese
A inelegibilidade reflexa reflete no parente, no cônjuge, no companheiro, 
dentro da mesma circunscrição.
Se o sujeito é Chefe do Poder Executivo em determinado município, seus 
parentes consanguíneos e afins até segundo grau não poderão se candidatar a 
cargo eletivo nessa circunscrição.
No mesmo sentido, se o sujeito é Governador em determinado estado, seus 
parentes consanguíneos e afins até segundo grau não poderão se candidatar a 
cargo eletivo dentro do estado.
A inelegibilidade reflexa possui exceções. A primeira exceção não está ex-
pressa, se dá de acordo com o raciocínio. Se o sujeito renuncia ao mandato 
eletivo seis meses antes do pleito, deixou de ser Chefe do Poder Executivo e, 
portanto, seus parentes podem concorrer a cargos eletivos.
A segunda exceção é a hipótese em que o sujeito já ostenta o mandato 
eletivo. Exemplo: João é casado com Maria e João se candidata a Gover-
nador e Maria a Deputada Federal. Ambos vencem as eleições no ano de 
2010. Nas eleições de 2014, ambos se candidatam à reeleição, não havendo 
problema algum.
Nota-se que para que haja inelegibilidade reflexa, o cargo de Chefe do 
Executivo deve ser preexistente.
O STF e o TSE entendem que os parentes também não podem concorrer a 
cargo eletivo em eleição posterior ao segundo mandato do sujeito, uma vez que 
a família funciona como uma extensão do Chefe do Poder Executivo.
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11. Inelegibilidades Constitucionais – Parte VII
11.1 Apresentação
Nesta unidade de estudo, o professor continuará as explicações acerca 
das inelegibilidades constitucionais, abordando aqui a figura do Prefeito 
itinerante.
11.2 Síntese
Se o indivíduo é Governador de determinado estado e quer se candida-
tar ao cargo de Presidente da República, deverá renunciar seis meses antes 
do pleito.
A Constituição Federal permite que o sujeito cumpra dois mandatos 
consecutivos, porém, o parente é considerado extensão do Chefe do Poder 
Executivo.
Foi interposta ação cautelar com pedido de efeito suspensivo ao Recurso 
Extraordinário (AC nº 2821/AM), tratando do Prefeito itinerante. Exemplo: 
Sujeito é Prefeito de determinado município por dois mandatos seguidos. Per-
cebendo que será inelegível, este renuncia seis meses antes do pleito e um ano 
antes do pleito altera seu domicílio eleitoral.
O requisito para concorrer a um mandato eletivo é ter domicílio eleitoral 
naquela circunscrição.
No mesmo sentido, se dá a filiação partidária. Hoje, com a Resolução nº 
22.610, que trata da fidelidade partidária, quando o candidato sai do partido 
político, perde o mandato eletivo, salvo se houver justa causa.
O TSE entende que se o sujeito muda seu domicílio eleitoral para concorrer 
em outra cidade, está tentando driblar a lei e isso caracteriza a figura do Prefeito 
itinerante. Desta forma, o entendimento é no sentido de que há uma hipótese 
de inelegibilidade.
12. Inelegibilidades Constitucionais – Parte VIII
12.1 Apresentação
Nesta unidade de estudo, o professor continuará as explicações acerca 
das inelegibilidades constitucionais, abordando pontos relevantes sobre 
o assunto.
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12.2 Síntese
No RE nº 637647, há decisão do STF no sentido de impossibilidade do 
indivíduo que foi eleito para dois mandatos de Prefeito mudar o domicílio elei-
toral e se candidatar novamente para o cargo.
Prefeito itinerante é aquele que depois de vencidos dois mandatos em uma 
cidade se candidata em outro Município para cargo de Prefeito.
O TSE entende que o Prefeito Itinerante não pode se candidatar a cargo 
de Prefeito.
Neste caso, o Prefeito Itinerante é inelegível, não pode se candidatar a um 
terceiro mandato em Município diverso.
O art. 14, § 7º da Constituição Federal trata da inelegibilidade reflexa: “São 
inelegíveis, no território de jurisdição do titular, o cônjuge e os parentes con-
sanguíneos ou afins, até o segundo grau ou por adoção, do Presidente da Repú-
blica, de Governador de Estado ou Território, do Distrito Federal, de Prefeito 
ou de quem os haja substituído dentro dos seis meses anteriores ao pleito, salvo 
se já titular de mandato eletivo e candidato à reeleição.”
O TSE entende que o divórcio ocorrido no curso do mandato não desnatu-
ra a relação existente entre os cônjuges.
A LC nº 135/2010 trouxe regra neste sentido, no art. 1º, inciso I, alínea “n”: 
“São inelegíveis: I – para qualquer cargo: (...) n) os que forem condenados, em 
decisão transitada em julgado ou proferida por órgão judicial colegiado, em ra-
zão de terem desfeito ou simulado desfazer vínculo conjugal ou de união estável 
para evitar caracterização de inelegibilidade, pelo prazo de 8 (oito) anos após a 
decisão que reconhecer a fraude;” (...).
13. Inelegibilidades Infraconstitucionais – 
Parte I
13.1 Apresentação
Nesta unidade de estudo, o professor começará a tratar das inelegibilidades 
infraconstitucionais, abordando pontos relevantes sobre normas que dispõem 
sobre Direito Eleitoral.
13.2 Síntese
A LC nº 135/2010 trouxe diversas regras e restrições aos pretensos candida-
tos a cargos eletivos.
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Tal lei teve ajuizada contra a mesma duas ADC e uma ADI, todas julgadas 
de forma conjunta.
No Recurso Extraordinário nº 633.703, se discutiu a questão da violação ao 
art. 16 da Constituição Federal (Princípio da Anualidade Eleitoral).
O Princípio da Anualidade Eleitoral traz que a lei que alterar o proces-
so eleitoral entrará em vigor na data da sua publicação, contudo, não gera 
efeitos na eleição que ocorra no período de um ano contado da data da sua 
publicação ou da sua vigência.
A EC nº 52/2006 veio para tornar facultativa a vinculação de uma coliga-
ção feita em âmbito nacional e estadual, desobrigando os partidos a cumprir a 
ideia de verticalização.
O § 1º do art. 17 da CF/1988 dispõe: “É assegurada aos partidos políticos 
autonomia para definir sua estrutura interna, organização e funcionamento e 
para adotar os critérios de escolha e o regime de suas coligações eleitorais, 
sem obrigatoriedade de vinculação entre as candidaturas em âmbito nacional, 
estadual, distrital ou municipal, devendo seus estatutos estabelecer normas de 
disciplina e fidelidade partidária.”
Nota-se que a EC referida dispensou os partidos políticos de qualquer obri-
gação de verticalizar.
Ocorre que a Constituição Federal não quis deixar o cidadão sofrer as con-
sequências de um ato inseguro e, assim, há o Princípio da Segurança Jurídica. 
Dessa forma, o STF entendeu que quando o art. 16 fala em lei, está falando no 
sentido amplo, de norma infraconstitucional.
14. Inelegibilidades Infraconstitucionais – 
Parte II
14.1 Apresentação
Nesta unidade de estudo, será dada continuidade à abordagem sobre as 
inelegibilidades infraconstitucionais, como a Lei da Ficha Limpa.
14.2 Síntese
A Lei Ficha Limpa entrou em vigor no ano de 2010 e houve uma discussão 
dentro do STF acerca de sua aplicabilidade nas eleições. Foi decidido que não 
seria possível, uma vez que a lei altera as regras do processo eleitoral.
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Muitas discussões foram travadas acerca da constitucionalidade da Lei Fi-
cha Limpa. A maioria da doutrina entendia que a inelegibilidade era uma san-
ção, porém, o STF adotou outra linha de raciocínio.
Quem entrou com ADI questionando determinadas alíneas do § 1º do art. 
1º da LC nº 64/1990 argumentava no sentido de que a inelegibilidade seria uma 
forma de sanção. Argumentava, ainda, sobre a irretroatividade da inelegibilidade.
Em relação à FichaLimpa, o STF entendeu sob dois aspectos. Entendeu o 
Supremo que a inelegibilidade não é uma punição.
O Ministro Luiz Fux ponderou no sentido de que não há que se falar que 
a inelegibilidade é uma punição, pois se fosse a própria lei de inelegibilidade 
estabeleceria um prazo de inelegibilidade durante a pena.
Nota-se que não seria possível aplicação de inelegibilidade e pena ao mes-
mo tempo, pois se estaria diante da figura do bis in idem.
15. Inelegibilidades Infraconstitucionais – 
Parte III
15.1 Apresentação
Nesta unidade de estudo, será dada continuidade à abordagem sobre as 
inelegibilidades infraconstitucionais, como a Lei da Ficha Limpa.
15.2 Síntese
Conforme já estudado, o STF não enxerga a inelegibilidade como uma 
forma de sanção.
Em relação à possibilidade de atingimento de atos pretéritos, o Ministro 
Gilmar Mendes, por exemplo, votou no sentido de que não se poderiam atin-
gir fatos pretéritos, uma vez que seria violada a segurança jurídica. Todavia, 
seu voto foi vencido e a maioria entendeu que a lei pode ser aplicada a fatos 
pretéritos.
A Constituição Federal estabeleceu que na hora da fixação das inelegibili-
dades deve ser considerada a vida pregressa do candidato.
Assim, nota-se que o Supremo Tribunal Federal fez interpretação do pró-
prio texto constitucional.
No Rio de Janeiro, há uma candidata que foi condenada pela Justiça Elei-
toral, tendo como punição três anos de inelegibilidade. Foi feita uma tentativa 
no sentido de se aplicar a nova lei, porém, o juiz eleitoral indeferiu o pedido de 
registro, afirmando que há incidência da LC nº 135/2010.
Capítulo 5
Registro de Candidatura
1. Introdução – Parte I
1.1 Apresentação
Nesta unidade temática, será estudado o registro de candidatura, sendo 
feita aqui introdução acerca do tema.
1.2 Síntese
Registro de candidatura é o momento em que a Justiça Eleitoral dirá se o 
candidato está ou não apto a concorrer a cargo eletivo. Assim, serão verificadas 
as condições do candidato.
Trata-se de um processo de jurisdição voluntária, não há parte passiva. Exis-
te o autor, que faz o pedido de registro e o juiz, que decidirá acerca desse 
registro.
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Uma das condições de elegibilidade imprópria é a escolha em convenção 
partidária. Convenção partidária é uma reunião em ano eleitoral, realizada 
entre 10 e 30 de junho, na qual serão escolhidos os candidatos que disputarão 
as eleições, bem como se o partido celebrará ou não coligações.
Não basta que o candidato se filie a partido político há pelo menos um ano 
e também não basta que tenha domicílio eleitoral em determinada circunscri-
ção há pelo menos um ano. Ainda, não basta que tenha apresentado todas as 
certidões de quitação eleitoral. É preciso que o candidato tenha também sido 
escolhido em convenção partidária.
Contudo, é possível que o candidato seja registrado perante a Justiça Eleito-
ral sem que tenha sido escolhido em convenção partidária.
A convenção pode ser realizada depois do dia 30 de junho, em caráter ex-
cepcional.
O partido político, embora seja pessoa jurídica de direito privado, inter-
namente, é subdividido em órgãos denominados diretórios, que são órgãos de 
direção. Tais órgãos estão distribuídos três níveis: diretório nacional, diretórios 
estaduais ou regionais e diretórios municipais.
É preciso observar que os diretórios possuem autonomia interna, uns em 
relação aos outros, ou seja, não são solidários.
A convenção pode ser anulada se desrespeitar convenção de nível inferior, 
municipal, por exemplo. O diretório nacional pode anular deliberação pratica-
da no âmbito do município e todos os atos dela decorrentes. Assim, terá de ser 
feita nova convenção, podendo ser após o dia 30 de junho.
2. Introdução – Parte II
2.1 Apresentação
Nesta unidade de estudo, será dada continuidade ao registro de candida-
tura, sendo abordados os aspectos mais importantes sobre o tema.
2.2 Síntese
Conforme já estudado, é possível que a convenção seja feita depois do dia 
30 de junho, em decorrência de uma anulação da convenção por violação às 
diretrizes fixadas no Estatuto.
Se o Estatuto for omisso, o diretório nacional poderá fixar diretrizes e, para 
que estas possam embasar a anulação da convenção de nível inferior, devem 
ser publicadas no Diário Oficial da União até 180 dias antes do pleito.
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A legitimidade ativa para apresentar registro de candidatura é dos partidos 
e coligações.
Se a eleição for para Presidente e Vice-Presidente da República, o pedido de 
registro de candidatura deverá ser apresentado no Tribunal Superior Eleitoral. 
Se as eleições forem para Prefeitos, Vices e Vereadores, o registro de candidatura 
deverá ser apresentado nos juízos eleitorais. Se as eleições forem para Governa-
dores, Vice-Governadores (estados e DF), Deputados, Senadores e Juízes de 
Paz, o pedido deverá ser apresentado perante os Tribunais Regionais Eleitorais.
É possível que o próprio candidato apresente o registro de candidatura, 
em caráter excepcional. Na inércia do partido ou da coligação, poderá o can-
didato apresentar pedido de registro nas quarenta e oito horas subsequentes à 
publicação dos pedidos de registro.
O prazo para que o pedido de registro seja apresentado perante a Justiça 
Eleitoral é cinco de julho, às 19h00min. A Lei nº 12.034/2009 trouxe em seu 
texto as quarenta e oito horas contadas da publicação.
3. Introdução – Parte III
3.1 Apresentação
Nesta unidade de estudo, será dada continuidade ao registro de candi-
datura, sendo abordados os aspectos previstos nas Resoluções expedidas 
pelo TSE.
3.2 Síntese
A partir do recebimento do pedido de registro, alguns requisitos devem ser 
comprovados.
Certidão de quitação eleitoral é uma condição de elegibilidade, a fim de 
comprovar que o sujeito não possui débitos perante a Justiça Eleitoral.
O art. 11, § 7º, da Lei nº 9.504/1997 dispõe: “A certidão de quitação elei-
toral abrangerá exclusivamente a plenitude do gozo dos direitos políticos, o 
regular exercício do voto, o atendimento a convocações da Justiça Eleitoral 
para auxiliar os trabalhos relativos ao pleito, a inexistência de multas aplicadas, 
em caráter definitivo, pela Justiça Eleitoral e não remitidas, e a apresentação de 
contas de campanha eleitoral.”
Nota-se que a certidão de quitação não vai considerar se a prestação de 
contas foi ou não aprovada, conforme a redação do dispositivo acima referido. 
Assim, basta que o candidato, ao ter concorrido em eleição anterior, tenha 
apresentado as contas.
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Ocorre que o TSE mudou de entendimento. A Resolução nº 22.715/2008 
do Tribunal Superior Eleitoral estabeleceu que a mera apresentação de contas 
não fosse suficiente.
Na sequência, com a introdução do § 7º no art. 11 pela Lei nº 12.034/2009, 
o legislador considerou novamente que basta a apresentação, não sendo ne-
cessário que o indivíduo tenha as contas aprovadas.
Contudo, o entendimento mudou novamente e o TSE, no ano de 2012, 
editou a Resolução nº 23.376. O art. 52, § 2º dessa Resolução dispunha que: 
“Sem prejuízo do disposto no § 1º, a decisão que desaprovar as contas de 
candidato implicará o impedimento de obter a certidão de quitação eleitoral.” 
Todavia, o TSE voltou novamente atrás e suprimiu o § 2º do art. 52.
Se as contas foram rejeitadas, o fato não impede que o indivíduo se candi-
date a cargo eletivo. No entanto, não impede o ajuizamento da representação 
prevista no art. 30-A da Lei nº 9.504, que dispõe: “Qualquer partido político 
ou coligação poderá representar à Justiça Eleitoral, no prazo de 15 (quinze) 
dias da diplomação, relatando fatos e indicando provas, e pedir a abertura de 
investigação judicial para apurar condutas em desacordo com as normas desta 
Lei, relativasà arrecadação e gastos de recursos.”
O § 1º dispõe: “Na apuração de que trata este artigo, aplicar-se-á o procedi-
mento previsto no art. 22 da Lei Complementar nº 64, de 18 de maio de 1990, 
no que couber.”
Estabelece o § 2º: “Comprovados captação ou gastos ilícitos de recursos, 
para fins eleitorais, será negado diploma ao candidato, ou cassado, se já houver 
sido outorgado.”
4. Procedimentos – Parte I
4.1 Apresentação
Nesta unidade de estudo, será dada continuidade ao registro de candida-
tura, sendo abordados agora os procedimentos que podem ser adotados, 
como a ação de impugnação de registro de candidatura.
4.2 Síntese
O registro de candidatura é um procedimento de jurisdição voluntária, 
conforme já visto em unidades anteriores. Ainda, a publicação do pedido de 
registro não possui conteúdo decisório.
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A partir da publicação do pedido de registro, se inicia o prazo para a AIRC 
(Ação de Impugnação de Registro de Candidatura). Tal ação está regulamenta-
da no art. 3º da LC nº 64/1990.
A ação de impugnação de registro de candidatura tem como objetivo impe-
dir que o registro de candidatura seja efetivado.
A decisão do juiz pode ter natureza constitutiva, além da meramente de-
claratória, pois o juiz não somente declara que o indivíduo tem condições, é 
possível que altere as condições.
Quem tem legitimidade para propositura dessa ação são os partidos, as co-
ligações, os candidatos e o Ministério Público Eleitoral.
O prazo para o ajuizamento da ação é de cinco dias contados da publicação 
do pedido de registro. Assim, a parte contrária é intimada para que apresente 
sua defesa no prazo de sete dias.
5. Procedimentos – Parte II
5.1 Apresentação
Nesta unidade de estudo, será dada continuidade ao registro de candi-
datura, sendo abordados agora outros procedimentos pertinentes.
5.2 Síntese
Havendo hipótese em que a publicação ocorreu no dia 7 de julho de 2012, 
por exemplo, haveria o prazo de cinco dias para ajuizamento da ação de im-
pugnação de registro de candidatura. Todavia, não houve ajuizamento e o juiz, 
posteriormente, deferiu o pedido de registro.
Ao deferir o pedido de registro, o juiz demonstra que o indivíduo preenche 
os requisitos para concorrer a cargo eletivo.
Dessa decisão, somente o Ministério Público poderá recorrer ao TRE, pois 
como os partidos, coligações e candidatos não ajuizaram a devida ação, para 
estes está preclusa a possibilidade de questionar o pedido de registro.
Já o Ministério Público é fiscal da lei e, portanto, ainda que o prazo para 
impugnação de registro tenha se esgotado, nada impede que o órgão recorra da 
decisão, se entender ter sido equivocada.
Caso o candidato não atenda às condições exigidas, é dever de ofício de 
o Ministério Público recorrer no prazo de três dias.
Em regra, em matéria eleitoral, o prazo recursal é de três dias, porém, 
há exceções.
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6. Procedimentos – Parte III
6.1 Apresentação
Nesta unidade de estudo, será dada continuidade ao registro de candida-
tura, sendo abordados alguns efeitos produzidos pelos recursos.
6.2 Síntese
A legislação eleitoral estabelece que, em regra, os recursos não têm efeito 
suspensivo. Todavia, há uma exceção expressa na Lei nº 9.504, no art. 16-A.
Tal dispositivo estabelece que enquanto não houver uma decisão definitiva 
sobre o registro do candidato, este terá todos os direitos inerentes ao processo 
eleitoral.
Todos os pedidos de registro de candidatura, inclusive seus recursos, devem 
ser julgados até quarenta e cinco dias antes das eleições.
Quando o registro de candidatura não é confirmado, a validade dos votos 
derivados desse registro depende da confirmação. É possível que uma candida-
tura seja impugnada, mas o registro tenha sido deferido.
Se o registro estiver sub judice, a validade dos votos depende da confirmação.
Se o sujeito for candidato a deputado federal, por exemplo, e o registro de 
candidatura for indeferido e este recorrer por diversas vezes, participando inclu-
sive das eleições. Este candidato vence e, ao final, o Poder Judiciário indefere o 
pedido de registro. Neste caso, todos os votos serão nulos, não serão aproveitados.
7. Procedimentos – Parte IV
7.1 Apresentação
Nesta unidade de estudo, será dada continuidade ao registro de candida-
tura, sendo estudados os percentuais de registros.
7.2 Síntese
A Lei nº 9.504 estabelece que os partidos políticos e as coligações possam 
registrar um número de candidatos perante a Justiça Eleitoral.
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Uma eleição pelo sistema majoritário, englobando Presidente da Repú-
blica, Governadores, Prefeitos e Senadores se divide em maioria absoluta e 
maioria relativa.
Maioria absoluta seria o fato de que para que o candidato vença deve ter 
50% + 1 voto válido e voto válido é tudo aquilo que não é branco e nem nulo 
(nulo e branco não entram na contagem).
Maioria relativa seria o fato de que para que o candidato vença deve ter o 
maior número de votos válidos.
O sistema da maioria absoluta se aplica para Presidente da República, Go-
vernadores e Prefeitos.
Tal sistema traz a ideia de segundo turno, pois se os candidatos ao cargo 
eletivo não alcançarem mais da metade dos votos válidos, ninguém vencerá as 
eleições. Desta forma, os dois primeiros candidatos disputarão o segundo turno.
Se antes da ocorrência do segundo turno, um desses candidatos vier a 
falecer, por exemplo, o terceiro candidato mais votado será chamado para 
a disputa. Ainda, se der empate no segundo turno, entrará o candidato mais 
idoso dentre os candidatos.
O sistema da maioria relativa é aplicado nas eleições para Senadores e 
Prefeitos. Isso porque a Lei nº 9.504 estabelece que a eleição para a escolha de 
Prefeitos também pode ser feita pelo sistema da maioria relativa.
O que diferencia é o fato de que no município em que o número de elei-
tores for menor que duzentos mil, será aplicado o sistema da maioria relativa 
e se for maior que duzentos mil, será aplicado o sistema da maioria absoluta.
Os outros cargos eletivos serão disputados pelo sistema da representação 
proporcional.
Para Presidente da República, Governador e Prefeito somente há uma ca-
deira e, portanto, não faria sentido cada partido indicar mais de um candidato. 
Para Senadores, depende da eleição, pois há alternância.
Em regra, cada partido ou coligação lança um candidato e o número iden-
tificador será o número do partido.
8. Procedimentos – Parte V
8.1 Apresentação
Nesta unidade de estudo, será dada continuidade ao registro de candidatura, 
sendo estudado o sistema da representação proporcional.
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8.2 Síntese
O partido político pode registrar para eleição a Deputado Federal, Depu-
tado Estadual ou Distrital e Vereadores até cento e cinquenta por cento do 
número de lugares a preencher (art. 10 da Lei nº 9.504/1997).
O mesmo diploma legal estabelece que se for coligação para as eleições 
proporcionais, independentemente do número de partidos que a integrem, po-
derão ser registrados candidatos até o dobro do número de lugares a preencher 
(§ 1º do art. 10).
O § 2º dispõe que nos estados em que o número de Deputados Federais 
for menor ou igual a vinte, o partido poderá registrar até duzentos por cento 
do número de lugares para a Câmara dos Deputados e Assembleia Legislativa 
(menos vereadores).
Há duas regras. A primeira dispõe que nos estados em que o número de 
Deputados Federais for maior que vinte, o partido pode registrar até cento 
e cinquenta por cento do número de cadeiras a preencher (coligação até o 
dobro). Tal regra é aplicável aos Deputados Federais, Deputados Estaduais e 
Distritais e Vereadores.
A segunda regra diz respeito aos estados em que o número de Deputa-dos Federais for menor ou igual a vinte. Nestes casos, os partidos podem re-
gistrar até duzentos por cento. Quanto às coligações, ao resultado do partido 
acresçam-se mais cinquenta por cento. São aplicáveis aos Deputados Federais, 
Deputados Estaduais e Distritais.
9. Procedimentos – Parte VI
9.1 Apresentação
Nesta unidade de estudo, será dada continuidade ao registro de candida-
tura, sendo estudado o sistema da representação proporcional.
9.2 Síntese
Exemplo: se o estado do Tocantins tem oito Deputados Federais. Nesse 
caso, como o número é menor que vinte, o partido poderia registrar até o 
dobro (dezesseis candidatos) e, no caso de coligações, ter-se-ia o número 
do partido (dezesseis), somando-se cinquenta por cento, totalizando vinte e 
quatro candidatos.
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Em se tratando do estado de São Paulo, que possui setenta Deputados 
Federais, o partido pode registrar cento e cinco candidatos (cento e cinquenta 
por cento de setenta) e as coligações podem registrar cento e quarenta candi-
datos (dobro de setenta).
Na Câmara dos Deputados, há quinhentas e treze cadeiras, as quais serão 
distribuídas aos estados e ao Distrito Federal de acordo com o número de habi-
tantes, respeitado o mínimo de oito e o máximo de setenta.
Quanto ao número de Deputados Estaduais, o art. 27 da Constituição Fe-
deral prevê que o número de Deputados Estaduais é o número de Deputados 
Federais multiplicados por três. Porém, o número que ultrapassar doze é aplicado 
outro cálculo. Assim, em um estado em que haja de oito a doze Deputados Fede-
rais, haverá de vinte e quatro a trinta e seis Deputados Estaduais.
Ultrapassando o número de doze Deputados Federais, como treze, por 
exemplo, soma-se ao número máximo com o número excedente. Exemplo: no 
caso de treze Deputados Federais, somam-se trinta e seis com um, chegando-se 
a trinta e sete.
10. Procedimentos – Parte VII
10.1 Apresentação
Nesta unidade de estudo, será dada continuidade ao registro de candida-
tura, sendo estudada a substituição.
10.2 Síntese
O prazo de registro de candidatura não impede que registros de candida-
tura sejam feitos depois desse prazo. Trata-se de duas hipóteses: a primeira é 
anulação da convenção e a segunda é que seria possível registrar candidatos nas 
vagas remanescentes.
Se o partido político não registrar todos os candidatos que a lei autoriza, a 
lei permite que o partido registre os candidatos nas vagas remanescentes.
A substituição decorre de situações em que já existe um registro específico, 
mas há impossibilidade de que o candidato permaneça no cargo. Exemplo: morte.
O partido ou coligação tem dez dias contados da data do fato ou da comu-
nicação da decisão que gerou a substituição para requerê-la à Justiça Eleitoral. 
Ressalte-se que o prazo é preclusivo.
Na eleição proporcional, a substituição pode ser feita até sessenta dias antes 
do pleito e, no caso das eleições majoritárias, a lei é omissa, sendo aplicado 
entendimento do TSE de que o prazo é até vinte e quatro horas antes do pleito.
Capítulo 6
Propaganda Política
1. Introdução
1.1 Apresentação
Nesta unidade temática, será dado início ao estudo da propaganda políti-
ca, sendo feita introdução acerca do tema.
1.2 Síntese
Propaganda política é gênero, cujas espécies são propaganda partidária, 
propaganda intrapartidária e propaganda eleitoral.
Propaganda partidária é a propaganda do partido político, em que o que 
se pretende é a divulgação dos atos praticados pelo partido, atividades congres-
suais, informações que serão ventiladas.
Ainda, a propaganda partidária pode ser realizada a qualquer época do ano, 
com exceção do ano eleitoral, pois em ano eleitoral não pode ser realizada no 
segundo semestre.
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Propaganda intrapartidária é aquela que se realiza dentro do partido po-
lítico nas convenções. A lei dispõe que até quinze dias antes da convenção o 
filiado poderá fazer propaganda intrapartidária.
Ressalta-se que a propaganda intrapartidária não é feita em rádio, televisão 
ou imprensa escrita.
A propaganda eleitoral é uma forma de captação lícita do sufrágio, do voto. 
Tal propaganda se inicia após o dia cinco de julho, em regra. Depois que o 
candidato apresentar o pedido de registro, estará autorizado a promover sua 
propaganda eleitoral.
2. Propaganda Eleitoral – Parte I
2.1 Apresentação
Nesta unidade, o autor continua abordando a propaganda política, 
analisando agora a propaganda eleitoral antecipada.
2.2 Síntese
Propaganda eleitoral antecipada é aquela que foi realizada antes do dia seis 
de julho.
O art. 36-A da Lei nº 9.504/1997 traz as situações em que não será consi-
derada propaganda eleitoral antecipada.
O inciso I do art. 36-A dispõe que não configura propaganda antecipada: 
“I – a participação de filiados a partidos políticos ou de pré-candidatos em en-
trevistas, programas, encontros ou debates no rádio, na televisão e na internet, 
inclusive com a exposição de plataformas e projetos políticos, desde que não 
haja pedido de votos, observado pelas emissoras de rádio e de televisão o dever 
de conferir tratamento isonômico;” (...).
O candidato não pode, por exemplo, doar materiais, pois o eleitor não pode 
auferir qualquer tipo de vantagem econômica ou estimável economicamente.
3. Propaganda Eleitoral – Parte II
3.1 Apresentação
Nesta unidade, o autor continua abordando a propaganda política, ana-
lisando agora a propaganda eleitoral antecipada.
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3.2 Síntese
O Código divide as modalidades de propagandas em propaganda eleitoral 
em geral, propaganda na imprensa escrita, propaganda no rádio e televisão e 
propaganda na internet.
A propaganda eleitoral em geral são aquelas diversas propagandas que não 
sejam em rádio, televisão e internet. Exemplo: propaganda eleitoral por meio 
de placas.
Não é possível que se faça propaganda eleitoral em bens públicos, salvo 
hipótese de Casas Legislativas, desde que haja autorização e na forma discipli-
nada pela Mesa Diretora.
O art. 37 da Lei nº 9.504/1997 dispõe: “Nos bens cujo uso dependa de 
cessão ou permissão do Poder Público, ou que a ele pertençam, e nos de uso 
comum, inclusive postes de iluminação pública e sinalização de tráfego, via-
dutos, passarelas, pontes, paradas de ônibus e outros equipamentos urbanos, é 
vedada a veiculação de propaganda de qualquer natureza, inclusive pichação, 
inscrição a tinta, fixação de placas, estandartes, faixas e assemelhados.”
Estabelece o § 1º: “A veiculação de propaganda em desacordo com o dis-
posto no caput deste artigo sujeita o responsável, após a notificação e compro-
vação, à restauração do bem e, caso não cumprida no prazo, a multa no valor 
de R$ 2.000,00 (dois mil reais) a R$ 8.000,00 (oito mil reais).”
O § 2º traz: “Em bens particulares, independe de obtenção de licença 
municipal e de autorização da Justiça Eleitoral a veiculação de propaganda 
eleitoral por meio da fixação de faixas, placas, cartazes, pinturas ou ins-
crições, desde que não excedam a 4 m² (quatro metros quadrados) e que 
não contrariem a legislação eleitoral, sujeitando-se o infrator às penalidades 
previstas no § 1º.”
A propaganda eleitoral pode ser feita em bem privado, porém, deve ser 
gratuito, o bem deve ter sido gratuitamente cedido pelo cidadão e a propa-
ganda não pode ultrapassar os 4 m². Ainda, tal propaganda não pode ficar em 
muros divisórios.
O § 4º dispõe: “Bens de uso comum, para fins eleitorais, são os assim 
definidos pela Lei nº 10.406, de 10 de janeiro de 2002 – Código Civil e 
também aqueles a que a população em geral tem acesso, tais como cinemas, 
clubes, lojas, centros comerciais, templos, ginásios, estádios, ainda que de 
propriedade privada.”
O comício pode ser feito das 08h00min às 00h00min. Contudo,para carro 
de som, o horário se dá somente até as 22h00min. Não se pode utilizar trio 
elétrico como carro de som. Observe-se, ainda, que o chamado “showmício” 
é proibido.
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4. Propaganda Eleitoral – Considerações Finais 
– Parte I
4.1 Apresentação
Nesta unidade, o autor continua abordando a propaganda política, 
analisando agora as propagandas proibidas.
4.2 Síntese
O art. 38 da Lei nº 9.504/1997 dispõe: “Independe da obtenção de licença 
municipal e de autorização da Justiça Eleitoral a veiculação de propaganda 
eleitoral pela distribuição de folhetos, volantes e outros impressos, os quais 
devem ser editados sob a responsabilidade do partido, coligação ou candidato.” 
Podem ser distribuídos volantes, materiais de campanha, até a véspera das 
eleições, porém, não se pode ter tal conduta no dia.
Este material deve ter inseridas informações de quem imprimiu, bem como 
informações quantitativas.
Traz o § 2º do dispositivo acima referido: “Quando o material impresso 
veicular propaganda conjunta de diversos candidatos, os gastos relativos a cada 
um deles deverão constar na respectiva prestação de contas, ou apenas naquela 
relativa ao que houver arcado com os custos.”
O art. 39 estabelece: “A realização de qualquer ato de propaganda par-
tidária ou eleitoral, em recinto aberto ou fechado, não depende de licença 
da polícia.”
Em locais públicos, a propaganda eleitoral depende de aviso à autoridade 
competente com pelo menos vinte e quatro horas de antecedência, conforme 
disposto no § 1º.
A autoridade policial tomará as providências necessárias à garantia da rea-
lização do ato e ao funcionamento do tráfego e dos serviços públicos que o 
evento possa afetar (§ 2º).
Dispõe o art. 39-A: “É permitida, no dia das eleições, a manifestação indi-
vidual e silenciosa da preferência do eleitor por partido político, coligação ou 
candidato, revelada exclusivamente pelo uso de bandeiras, broches, dísticos 
e adesivos.”
No dia da eleição, é proibida propaganda eleitoral, sendo permitida a mani-
festação individual e silenciosa do eleitor.
Traz o § 1º: “É vedada, no dia do pleito, até o término do horário de votação, 
a aglomeração de pessoas portando vestuário padronizado, bem como os instru-
mentos de propaganda referidos no caput, de modo a caracterizar manifestação 
coletiva, com ou sem utilização de veículos.”
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O § 2º estabelece: “No recinto das seções eleitorais e juntas apuradoras, é 
proibido aos servidores da Justiça Eleitoral, aos mesários e aos escrutinadores 
o uso de vestuário ou objeto que contenha qualquer propaganda de partido 
político, de coligação ou de candidato.”
Dispõe o § 3º: “Aos fiscais partidários, nos trabalhos de votação, só é per-
mitido que, em seus crachás, constem o nome e a sigla do partido político ou 
coligação a que sirvam, vedada a padronização do vestuário.”
Traz o art. 40: “O uso, na propaganda eleitoral, de símbolos, frases ou ima-
gens, associadas ou semelhantes às empregadas por órgão de governo, empresa 
pública ou sociedade de economia mista constitui crime, punível com deten-
ção, de seis meses a um ano, com a alternativa de prestação de serviços à co-
munidade pelo mesmo período, e multa no valor de dez mil a vinte mil UFIR.”
O art. 41 dispõe: “A propaganda exercida nos termos da legislação eleitoral 
não poderá ser objeto de multa nem cerceada sob alegação do exercício do 
poder de polícia ou de violação de postura municipal, casos em que se deve 
proceder na forma prevista no art. 40.”
5. Propaganda Eleitoral – Considerações 
Finais – Parte II
5.1 Apresentação
Nesta unidade, o autor continua abordando a propaganda política, 
analisando agora o poder de polícia.
5.2 Síntese
Poder de polícia é o poder que a Administração tem, por intermédio de seus 
agentes, de restringir direitos individuais em prol da coletividade.
Em matéria de propaganda eleitoral, quem tem o poder de polícia é o juiz 
eleitoral. No entanto, o poder de polícia é restrito, tendo por objetivo evitar a 
prática de condutas abusivas.
O art. 41 da Lei nº 9.504/1997 dispõe: “A propaganda exercida nos termos 
da legislação eleitoral não poderá ser objeto de multa nem cerceada sob alega-
ção do exercício do poder de polícia ou de violação de postura municipal, casos 
em que se deve proceder na forma prevista no art. 40.”
Não é possível aplicação de sanção a fim de limitar a propaganda eleitoral, 
caso esta esteja sendo feita em consonância.
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Traz o § 1º: “O poder de polícia sobre a propaganda eleitoral será exer-
cido pelos juízes eleitorais e pelos juízes designados pelos Tribunais Re-
gionais Eleitorais.”
Estabelece o § 2º: “O poder de polícia se restringe às providências necessá-
rias para inibir práticas ilegais, vedada a censura prévia sobre o teor dos progra-
mas a serem exibidos na televisão, no rádio ou na internet.”
Se a propaganda está sendo feita nos termos, não há que se falar em poder 
de polícia, ou seja, poder de polícia se dá para inibir práticas ilegais. Ainda, não 
é possível censurar previamente o conteúdo dos programas.
A Súmula nº 18 editada pelo TSE dispõe: “Conquanto investido de poder 
de polícia, não tem legitimidade o juiz eleitoral para, de ofício, instaurar pro-
cedimento com a finalidade de impor multa pela veiculação de propaganda 
eleitoral em desacordo com a Lei nº 9.504/1997.”
A Lei nº 9.504/1997 criou duas modalidades de representação: a repre-
sentação por propaganda ilegal e por violação às regras quanto às propagan-
das em rádios e televisão. Contudo, o juiz não tem atribuição para instaurar 
mediante portaria qualquer tipo de processo em virtude de propaganda ile-
gal. É preciso que comunique o MP para que este dê sequência, oferecendo 
a representação.
6. Propaganda Eleitoral – Considerações 
Finais – Parte III
6.1 Apresentação
Nesta unidade, o autor continua abordando a propaganda política, 
analisando agora outras proibições.
6.2 Síntese
O art. 57-A da Lei nº 9.504/1997 dispõe: “É permitida a propaganda eleito-
ral na internet, nos termos desta Lei, após o dia 5 de julho do ano da eleição.”
O art. 57-B traz: “Art. 57-B. A propaganda eleitoral na internet poderá ser 
realizada nas seguintes formas: I – em sítio do candidato, com endereço eletrô-
nico comunicado à Justiça Eleitoral e hospedado, direta ou indiretamente, em 
provedor de serviço de internet estabelecido no País; II – em sítio do partido ou 
da coligação, com endereço eletrônico comunicado à Justiça Eleitoral e hospe-
dado, direta ou indiretamente, em provedor de serviço de internet estabelecido 
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no País; III – por meio de mensagem eletrônica para endereços cadastrados 
gratuitamente pelo candidato, partido ou coligação; IV – por meio de blogs, 
redes sociais, sítios de mensagens instantâneas e assemelhados, cujo conteúdo 
seja gerado ou editado por candidatos, partidos ou coligações ou de iniciativa 
de qualquer pessoa natural.”
O art. 57-C estabelece: “Na internet, é vedada a veiculação de qualquer 
tipo de propaganda eleitoral paga.”
Seu § 1º dispõe: “É vedada, ainda que gratuitamente, a veiculação de pro-
paganda eleitoral na internet, em sítios: I – de pessoas jurídicas, com ou sem 
fins lucrativos; II – oficiais ou hospedados por órgãos ou entidades da adminis-
tração pública direta ou indireta da União, dos Estados, do Distrito Federal e 
dos Municípios.”
Traz o § 2º: “A violação do disposto neste artigo sujeita o responsável pela 
divulgação da propaganda e, quando comprovado seu prévio conhecimento, o 
beneficiário à multa no valor de R$ 5.000,00 (cinco mil reais) a R$ 30.000,00 
(trinta mil reais).”
A propaganda eleitoral na internet começa no dia 6 de julho, podendo ir 
até a véspera das eleições.A propaganda deve ser gratuita e se admite que seja feita por pessoas físicas 
(ex.: candidatos). O partido político é pessoa jurídica e poderá fazer a pro-
paganda; porém, as pessoas jurídicas em geral não podem fazer propaganda 
política na internet.
Ainda, é possível o envio de mensagens instantâneas. No entanto, é neces-
sário colocar à disposição do eleitor mecanismo para descadastramento.
É possível também a propaganda eleitoral por blogs pessoais e sites de 
relacionamento. Todavia, é preciso ressaltar que as informações destes sites 
devem ser editadas pela pessoa física, não podendo haver distribuição de pro-
paganda eleitoral pela pessoa jurídica.
7. Propaganda Eleitoral – Considerações 
Finais – Parte IV
7.1 Apresentação
Nesta unidade, o autor continua abordando a propaganda política, 
fazendo agora considerações finais acerca do assunto.
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7.2 Síntese
A propaganda em via pública é permitida, nos termos do art. 37, §§ 6º e 
7º da Lei Eleitoral. Exemplo: cavaletes, bonecos. Tal propaganda tem horário, 
sendo permitida das 06h00min às 22h00min.
Os folhetos e panfletos são permitidos, conforme disposto no art. 38 da Lei 
Eleitoral.
Já a propaganda em outdoor não mais é permitida, de acordo com o art.39, 
§ 8º da Lei Eleitoral.
Os comícios e sonorização fixa são permitidos, desde que sejam feitos no 
horário previsto na Lei nº 9.504/1997 (art. 39, §§ 3º e 4º).
A sonorização fixa ou móvel para entretenimento não é admitida. Ex.: 
Show de cantor famoso. A proibição consta no art. 39, §§ 7º e 10 da Lei nº 
9.504/1997.
A sonorização móvel, como é o caso do carro de som, é permitida, confor-
me disposto no art. 39, §§ 3º e 10.
A manifestação coletiva é permitida, conforme disposto no art. 39, § 9º.
A distribuição de bens e vantagens é proibida; o eleitor não pode levar qual-
quer tipo de vantagem, podendo até mesmo configurar abuso de poder econô-
mico. Tal proibição está prevista no art. 39, § 6º combinado com o art. 9º, § 3º 
da Resolução nº 23.370/2011 e art. 299 do Código Eleitoral.
O art. 43 da Lei nº 9.504/1997 e o art. 26 da Resolução nº 23.370/2011 tra-
tam da propaganda na imprensa, devendo ser observados os requisitos dispostos 
no ordenamento jurídico.
A propaganda no dia da eleição é proibida, sendo possível a manifestação 
individual e silenciosa do eleitor.
Capítulo 7
Das Ações e Representações 
Eleitorais
1. Introdução – Parte I
1.1 Apresentação
Nesta unidade, o autor irá explicar as ações e representações eleitorais, 
começando por uma introdução acerca do tema.
1.2 Síntese
A representação é procurar o Poder Judiciário e apresentar argumento por 
escrito, solicitando providências.
As representações estão distribuídas dentro da Lei das Eleições (Lei nº 
9.504/1997). Há seis tipos de representações diferentes.
O art. 30-A dispõe: “Qualquer partido político ou coligação poderá repre-
sentar à Justiça Eleitoral, no prazo de 15 (quinze) dias da diplomação, rela-
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tando fatos e indicando provas, e pedir a abertura de investigação judicial para 
apurar condutas em desacordo com as normas desta Lei, relativas à arrecada-
ção e gastos de recursos.” Tal dispositivo versa sobre a captação e gastos ilícitos 
em campanha eleitoral (ou a fonte é ilícita ou o dinheiro é ilícito).
O art. 41-A da mesma lei trata da captação ilícita de sufrágio, que seria a 
compra de votos.
Os arts. 73, 74, 75 e 77 do mesmo diploma legal versam sobre as condutas 
vedadas aos agentes públicos em época de eleição.
Os arts. 81 e 23 se referem à doação acima do limite legal. A legislação 
estabelece limites para doação de recursos para campanha.
Estas quatro representações não seguem o rito, o procedimento previsto 
na Lei nº 9.504/1997. Esta lei criou o rito específico para estas representações, 
dispondo o art. 96: “Salvo disposições específicas em contrário desta Lei, as re-
clamações ou representações relativas ao seu descumprimento podem ser feitas 
por qualquer partido político, coligação ou candidato, e devem dirigir-se:” (...).
A Lei nº 12.034 entregou o rito da LC nº 64/1990. Assim, o rito para estas 
representações será o rito previsto no art. 22 da LC nº 64/1990.
2. Introdução – Parte II
2.1 Apresentação
Nesta unidade, o autor irá explicar as ações e representações eleitorais, 
continuando a introdução acerca do assunto.
2.2 Síntese
Das seis representações previstas na Lei nº 9.504/1997, quatro seguem o 
rito disposto na LC nº 64/1990. Duas representações restantes seguem o rito 
previsto na Lei nº 9.504/1997, art. 96.
A representação se dá por descumprimento das obrigações disciplinadas 
nos arts. 36, 37 e 45 da Lei nº 9.504/1997. Tal representação pode ser apresen-
tada até a data da eleição.
O art. 40-B dispõe: “A representação relativa à propaganda irregular deve 
ser instruída com prova da autoria ou do prévio conhecimento do beneficiário, 
caso este não seja por ela responsável.” Para representar por propaganda irregu-
lar, é preciso que haja prova e autoria.
Estabelece o parágrafo único do dispositivo referido: “A responsabilidade 
do candidato estará demonstrada se este, intimado da existência da propaganda 
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irregular, não providenciar, no prazo de quarenta e oito horas, sua retirada ou 
regularização e, ainda, se as circunstâncias e as peculiaridades do caso especí-
fico revelarem a impossibilidade de o beneficiário não ter tido conhecimento 
da propaganda.”
O art. 96 trata do rito e dispõe: “Salvo disposições específicas em contrário 
desta Lei, as reclamações ou representações relativas ao seu descumprimento 
podem ser feitas por qualquer partido político, coligação ou candidato, e de-
vem dirigir-se: I – aos Juízes Eleitorais, nas eleições municipais; II – aos Tribu-
nais Regionais Eleitorais, nas eleições federais, estaduais e distritais; III – ao 
Tribunal Superior Eleitoral, na eleição presidencial.”
O § 5º do mesmo dispositivo estabelece: “Recebida a reclamação ou re-
presentação, a Justiça Eleitoral notificará imediatamente o reclamado ou 
representado para, querendo, apresentar defesa em quarenta e oito horas.”
Nota-se que o recurso tem prazo de vinte e quatro horas, conforme disposto 
no § 8º do art. 96.
3. Da Captação Ilícita de Sufrágio – Parte I
3.1 Apresentação
Nesta unidade, o autor irá explicar as ações e representações eleitorais, 
tratando agora da captação ilícita de sufrágio.
3.2 Síntese
A captação ilícita de sufrágio utiliza o rito da AIJ e previsto no art. 22 da Lei 
Complementar nº 10.419/1990. Entretanto, isto não significa dizer que não é 
possível utilizar de outros mecanismos para instrumentalizar a captação ilícita 
de sufrágios.
Já o Recurso contra Diplomação previsto no art. 262, IV, do Código Eleito-
ral, também é instrumento hábil para identificar a captação ilícita de sufrágios, 
a qual poderá ser objeto para este tipo de ação.
A captação ilícita de sufrágio foi inserida na Lei nº 9.504 pelo art. 41-A da 
Lei nº 9.840, de 28 de setembro de 1999. Quando da introdução da captação 
ilícita de sufrágio no ordenamento nacional, foi movida uma Ação Direita de 
Inconstitucionalidade, ADI nº 3592 de relatoria do Ministro Gilmar Ferreira 
Mendes. O julgamento resultou na improcedência da ADI e por consequência 
a constitucionalidade do dispositivo.
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A captação ilícita de sufrágio se constitui pelo candidato que doar, ofere-
cer, prometer, ou entregar, ao eleitor, com o fim de obter-lhe o voto, bem ou 
vantagem pessoal de qualquer natureza, inclusive emprego ou função pública. 
Importante ressaltar que o bem ou a vantagem seja de caráter pessoal.
A captação ilícita de sufrágio se configura com a promessa; a lei não exige 
que haja a consumação, não existeaqui a figura da modalidade tentada. O 
objetivo da captação ilícita de sufrágio é a obtenção do voto.
O bem tutelado é a vontade do eleitor. O mesmo fato pode ajudar várias 
ações ao mesmo tempo, ou seja, é possível utilizar o mesmo fundamento fático 
para uma AIJ como para uma Ação de Impugnação de Mandato Eletivo, por 
exemplo. Apesar de haver uma sobreposição das ações, não há qualquer tipo de 
litispendência porque os prazos, os objetivos e as consequências são diferentes.
Na captação ilícita de sufrágio, não é necessário existir a potencialidade 
lesiva à eleição. Diferentemente ocorre na Ação de Impugnação de Mandato 
Eletivo, esta ação deve ser instruída com provas do abuso de poder econômico. 
O TSE corroborou pelo Agravo Regimental na Ação Cautelar nº 76.516, de 6 
de maio de 2010, a não necessidade de demonstração da potencialidade lesiva 
da conduta, ou da significância ou valor da benesse oferecida.
4. Da Captação Ilícita de Sufrágio – Parte II
4.1 Apresentação
Nesta unidade, o autor irá continuar explicando as ações e representa-
ções eleitorais, tratando ainda da captação ilícita de sufrágio.
4.2 Síntese
Aquele que possui legitimidade passiva na captação ilícita de sufrágio é o 
candidato, sendo necessário demonstrar que o sujeito praticou a conduta ou 
comprovar que um terceiro praticou a conduta com a participação ou anuência 
expressa do candidato.
A prova robusta é necessária para demonstração de que o candidato prati-
cou a conduta.
Na captação ilícita de sufrágio, a consequência é a cassação do registro ou 
do diploma do indivíduo, dependendo da circunstância.
Assim, o TSE tem entendido pela necessidade da prova robusta, tendo em 
vista as consequências que podem ocorrer.
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Ainda, violência e a coação também caracterizam captação ilícita de 
sufrágio.
É preciso ressaltar que a abstenção também caracteriza a captação ilícita 
de sufrágio.
O prazo para ajuizamento da representação é do pedido de registro até a 
diplomação, nos termos do art. 41, § 3º.
A lei estabelece que o ato deva ser praticado entre o registro e a data da 
eleição, mas o TSE admite que atos praticados antes do registro possa ser objeto 
de ação de investigação judicial eleitoral.
5. Da Captação Ilícita de Sufrágio – Parte III
5.1 Apresentação
Nesta unidade, o autor irá continuar explicando as ações e representa-
ções eleitorais, tratando ainda da captação ilícita de sufrágio.
5.2 Síntese
A decisão proferida em sede de captação ilícita de sufrágio tem execução 
imediata.
As condutas aqui estudadas não excluem outras consequências, como aque-
las existentes na esfera penal.
Na captação ilícita de sufrágio, pode acontecer desta não estar caracte-
rizada, mas pode se enquadrar em corrupção eleitoral. É possível enquadrar 
como crime também a captação ilícita de sufrágio.
O recurso interposto contra decisão de juiz eleitoral possui prazo de três 
dias, inclusive do TRE para o TSE (LC nº 69/1990).
Exercícios
1. No que se refere à captação ilícita de sufrágio, assinale a alternativa 
correta.
a) De acordo com a Lei Eleitoral e a atual redação da Lei das 
Inelegibilidades, as cominações podem compreender a im-
posição de multa, a cassação do registro ou do diploma e a 
inelegibilidade octonal.
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b) Para sua configuração, é necessária a aferição da potencialidade 
de o evento provocar desequilíbrio na disputa eleitoral.
c) O termo final para o ajuizamento da ação é o dia da eleição, 
inclusive.
d) Para sua configuração, é necessária a demonstração de que o 
ato tenha sido praticado pelo candidato beneficiário da conduta 
ilícita.
2. (Juiz TJ/AL) Considerando que um candidato a vereador tenha sido 
condenado por juiz de primeira instância pela prática do ilícito da 
captação de sufrágio a que se refere a Lei Eleitoral, assinale a opção 
que apresenta a consequência de tal ato.
a) O referido candidato será excluído da eleição após o trânsito em 
julgado da sentença.
b) O candidato em questão somente será excluído do processo elei-
toral se a condenação for mantida pelo TRE por voto unânime.
c) O princípio constitucional da presunção de inocência impe-
de que mero ilícito eleitoral imponha como sanção a inelegi-
bilidade.
d) Não poderá ser executada punição devido à falta de competên-
cia do juiz eleitoral para o feito.
e) O candidato a vereador será excluído da eleição, ainda que 
eventual recurso não tenha sido julgado pelos tribunais su-
periores.
Capítulo 8
Processo Penal Eleitoral
1. Processo Penal Eleitoral – Parte I
1.1 Apresentação
Nesta unidade, estudaremos o processo penal eleitoral, sendo trazidos 
aqui os pontos mais importantes sobre este tema.
1.2 Síntese
O sujeito passivo do processo penal eleitoral é o próprio Estado, o bem a ser 
garantido é a própria democracia. 
Todas as ações penais eleitorais são de iniciativa pública, sendo admitida 
ação penal subsidiária.
As penas existentes no processo penal eleitoral são: a pena privativa de liber-
dade, a pena pecuniária e, também, a pena restritiva de direitos.
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Uma questão importante é a aplicação subsidiária do Código de Processo 
Penal e do Código Penal. A parte geral do Código Penal se aplica subsidiaria-
mente ao processo penal eleitoral.
Quanto à competência no processo penal eleitoral, esta ficará restrita aos 
crimes eleitorais e aos crimes conexos. 
Ainda, existe a questão relacionada à prerrogativa de foro. Se o Presidente 
da República cometer um crime eleitoral, ele será julgado pelo STF (?). Te-
mos: Presidente e vice-presidente, senador, deputado federal (STF); governa-
dor (STJ); prefeito (TRE).
O processo começa com a notitia criminis, mediane a qual se chega com 
a informação.
Há algumas questões controvertidas que devem ser observadas. Indaga-se: 
caso o inquérito seja conduzido pela Polícia Civil, haverá alguma espécie de 
nulidade no processo? A resposta é negativa.
O Ministério Público Eleitoral oferece denúncia no prazo de dez dias, es-
tando o réu solto ou preso. Caso o Ministério Público não cumprir o prazo, 
sofrerá sanções administrativas e, se for o caso, penais.
O juiz pode receber a denúncia por meio de decisão passível de questio-
namento por habeas corpus. Ainda, poderá rejeitar a denúncia e, nesse caso, 
o Ministério Público Eleitoral poderá interpor recurso em sentido estrito, no 
prazo de três dias.
Caso o Ministério Público requeira o arquivamento do inquérito policial 
(que, em regra, é de atribuição da polícia federal), o juiz poderá concordar ou 
remeter os autos ao Procurador Regional Eleitoral, que concordará com o juiz 
ou determinará o arquivamento.
Exercício
3. (FCC – 2005 – TRE-RN – Analista Judiciário) Recebendo um inqué-
rito policial relativo à infração penal eleitoral, o órgão do Ministério 
Público, ao invés de apresentar denúncia, requereu o arquivamento. 
O Juiz Eleitoral, considerando improcedentes as razões invocadas, 
ordenou a remessa dos autos ao Procurador Regional Eleitoral que, 
no entanto, insistiu no pedido de arquivamento. Nesse caso, o Juiz 
Eleitoral. 
a) remeterá os autos ao Ministério Público Estadual para ofereci-
mento de denúncia. 
b) poderá baixar Portaria para instauração de ação penal pela infra-
ção penal em questão. 
c) ordenará a intimação da vítima para, querendo, oferecer queixa-
-crime, instaurando a ação penal privada.
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d) estará obrigado, mesmo contra a sua convicção, a atender e a 
determinar o arquivamento dos autos.
e) devolverá os autos ao Procurador Regional Eleitoral que desig-
nará outro Promotor Eleitoral para oferecer denúncia.
2. Processo Penal Eleitoral – Parte II
2.1 Apresentação
Nesta unidade, ainda estudaremoso processo penal eleitoral, sendo trazi-
dos aqui outros pontos sobre este tema.
2.2 Síntese
Recebida a denúncia, é preciso que o juiz verifique se há reais indícios de 
autoria e materialidade.
Caso o juiz receba, designará a data para o depoimento pessoal (interroga-
tório – art. 359, caput, do Código Eleitoral).
Indaga-se se o interrogatório é atualmente regulado pelo Código de Proces-
so Penal ou nos termos do art. 359 do Código Eleitoral. Em 2008, houve uma 
modificação no processo penal comum, deixando-se o interrogatório para o fi-
nal. Contudo, a aplicação do CPP é subsidiária em relação ao Código Eleitoral 
e, portanto, este é o diploma aplicável. 
Após o interrogatório, a parte terá dez dias para oferecer alegações (defesa 
prévia), arrolar testemunhas e requerer diligências, se for o caso.
O juiz receberá esta peça e designará audiência para oitiva das testemunhas.
Na sequência, as partes apresentarão suas alegações finais, em cinco dias, 
nos termos do art. 360 do Código Eleitoral.
Assim, a sentença será proferida no prazo de dez dias, de acordo com o art. 
361 do Código Eleitoral.
Para a apelação, o prazo é de dez dias a contar da intimação da sentença 
(interposição e razões no mesmo ato, de acordo com o art. 362 do Código 
Eleitoral).
Os recursos são vários, todos os previstos no CPP: cabem apelação, embar-
gos infringentes, embargos de nulidade e revisão criminal.
É preciso ressaltar que a Lei nº 9.099/1995 é aplicável.
Quanto à execução da pena, dispõe a Súmula nº 192 do STJ: “Compete ao 
Juízo das Execuções Penais do Estado a execução das penas impostas a senten-
ciados pela Justiça Federal, Militar ou Eleitoral, quando recolhidos a estabeleci-
mentos sujeitos à administração estadual.”
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Exercício
4. (TRE – Analista Judiciário – MG/2005) A respeito do processo das 
infrações penais relativas à prática de crimes eleitorais, é correto afir-
mar que:
a) verificada a infração penal, o Ministério Público oferecerá a de-
núncia no prazo de 15 dias.
b) das decisões finais de condenação ou absolvição, cabe recurso 
para o Tribunal Regional, a ser interposto no prazo de 10 dias.
c) oferecida a denúncia, o acusado será citado para oferecer defesa 
preliminar no prazo de 5 dias.
d) recebida a denúncia, o réu ou seu defensor terá o prazo de 5 dias 
para apresentação de defesa prévia, podendo arrolar testemunhas.
e) se o juiz não fixar prazo diverso, a defesa deverá apresentar suas 
alegações finais em 3 dias.
Capítulo 9
Crimes Eleitorais
1. Crimes Eleitorais – Parte I
1.1 Apresentação
Nesta unidade, estudaremos os crimes eleitorais, sendo abordados os 
aspectos mais importantes acerca deste assunto.
1.2 Síntese
Os crimes eleitorais estão basicamente no Código Eleitoral.
Os crimes eleitorais puros ou específicos são aqueles que atingem bens ju-
rídicos tutelados pelo direito eleitoral. Constam exclusivamente da lei eleitoral.
Já os crimes eleitorais acidentais são aqueles que atingem bens que constam 
da legislação eleitoral e não eleitoral (por exemplo, os crimes contra a honra). 
Os crimes eleitorais estão quase todos listados na legislação eleitoral, po-
rém, constam também em legislações esparsas, como nas Leis nos 6.091/1974 e 
9504/1997 e na Lei Complementar nº 64/1990, dentre outras.
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Os principais tipos penais eleitorais devem ser observados. O primeiro é 
burlar sistemas eletrônicos, previsto na Lei nº 9504/1997, em seu art. 72: 
“Constituem crimes, puníveis com reclusão, de cinco a dez anos:
I – obter acesso a sistema de tratamento automático de dados usado pelo 
serviço eleitoral, a fim de alterar a apuração ou a contagem de votos; 
II – desenvolver ou introduzir comando, instrução, ou programa de compu-
tador capaz de destruir, apagar, eliminar, alterar, gravar ou transmitir dado, ins-
trução ou programa ou provocar qualquer outro resultado diverso do esperado 
em sistema de tratamento automático de dados usados pelo serviço eleitoral; 
III – causar, propositadamente, dano físico ao equipamento usado na vota-
ção ou na totalização de votos ou a suas partes.”
O segundo tipo é a corrupção eleitoral (tipo mais comum no direito eleito-
ral). Dispõe o art. 299 do Código Eleitoral: 
“Dar, oferecer, prometer, solicitar ou receber, para si ou para outrem, di-
nheiro, dádiva, ou qualquer outra vantagem, para obter ou dar voto e para con-
seguir ou prometer abstenção, ainda que a oferta não seja aceita: 
Pena – reclusão até quatro anos e pagamento de 5 a 15 dias-multa.”
Há também os crimes contra a honra eleitoral (não se iniciam por meio de 
queixa). 
A calúnia eleitoral está disposta no art. 324 do Código Eleitoral, que dispõe: 
“Caluniar alguém, na propaganda eleitoral, ou visando fins de propaganda, 
imputando-lhe falsamente fato definido como crime: 
Pena – detenção de seis meses a dois anos e pagamento de 10 a 40 dias-
-multa.”
Exemplo: Afirmar, durante o processo eleitoral, que determinado candi-
dato fraudou uma licitação de merenda escolar do município (desde que seja 
falsa a acusação).
Exercício
5. Assinale a alternativa correta:
a) O crime de corrupção eleitoral somente pode ser praticado pelo 
corruptor, candidato ou cabo eleitoral;
b) Os crimes contra a honra eleitoral, tal como a calúnia, se ini-
ciam por meio de queixa do ofendido;
c) O crime de corrupção eleitoral prevê pena mínima de um ano 
de reclusão;
d) O crime de calúnia eleitoral pode ser classificado como crime 
eleitoral puro ou específico.
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2. Crimes Eleitorais – Parte II
2.1 Apresentação
Nesta unidade, estudaremos os crimes eleitorais, sendo abordados os 
aspectos mais importantes acerca deste assunto, como a difamação e a 
injúria eleitoral.
2.2 Síntese
O crime de difamação eleitoral está previsto no art. 325 do Código Eleitoral: 
“Difamar alguém, na propaganda eleitoral, ou visando a fins de propagan-
da, imputando-lhe fato ofensivo à sua reputação: 
Pena – detenção de três meses a um ano e pagamento de 5 a 30 dias-multa.”
Exemplo: a candidata à prefeita trai o marido com vários homens.
Já a injúria eleitoral está prevista no art. 326 do Código Eleitoral: 
“Injuriar alguém, na propaganda eleitoral, ou visando a fins de propaganda, 
ofendendo-lhe a dignidade ou o decoro: 
Pena – detenção até seis meses, ou pagamento de 30 a 60 dias-multa.” 
Exemplo: chamar alguém de burro. 
O crime de desobediência vem disposto no art. 347 do Código Eleitoral: 
“Recusar alguém cumprimento ou obediência a diligências, ordens ou ins-
truções da Justiça Eleitoral ou opor embaraços à sua execução:
Pena – detenção de três meses a um ano e pagamento de 10 a 20 dias-
-multa.”
É preciso observar aqui que o crime de desobediência não deve ser confun-
dido com o crime de desacato.
Indaga-se se vender bebida alcoólica no dia das eleições, nos Estados em 
que essa prática é proibida, caracteriza o tipo em questão. A resposta para esta 
indagação é negativa. 
Outro crime importante é fornecer transporte ou alimentação ao eleitor no 
dia da eleição.
Prevê o art. 11, inciso III, da Lei nº 6.091/1974: 
“Art. 11. Constitui crime eleitoral: (...) 
III – descumprir a proibição dos arts. 5º, 8º e 10; 
Pena – reclusão de quatro a seis anos e pagamento de 200 a 300 dias-multa;” 
Estabelece também o art. 5º: 
“Art. 5º Nenhum veículo ou embarcação poderá fazer transporte de eleitores 
desde o dia anterior até o posterior à eleição, salvo:
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I – a serviço da Justiça Eleitoral;
II – coletivos de linhas regulares e não fretados;
III – de uso individual do proprietário, para o exercício do próprio voto e 
dos membros da sua família;
IV – o serviço normal, sem finalidade eleitoral, de veículos dealuguel não 
atingidos pela requisição de que trata o art. 2º.”
Dispõe o art. 8º do mesmo diploma legal: 
“Art. 8º Somente a Justiça Eleitoral poderá, quando imprescindível, em 
face da absoluta carência de recursos de eleitores da zona rural, fornecer-lhes 
refeições, correndo, nesta hipótese, as despesas por conta do Fundo Partidário.”
A Súmula nº 13 do TRE do Rio Grande do Norte estabelece: 
“Para a caracterização do crime de transporte ilegal de eleitores, exige-se 
o especial fim de agir na conduta, consubstanciado na intenção de aliciar a 
vontade do eleitor.”
Exercício
6. Assinale a alternativa correta:
a) comete o crime de transporte ilegal de eleitor quem dá uma 
carona para o vizinho para que ele vote nas eleições.
b) para evitar o cometimento do crime de transporte ilegal de elei-
tor, os táxis ou qualquer transporte que não seja estatal estão 
proibidos no dia das eleições.
c) a venda de bebidas alcoólicas no dia das eleições é tipo penal 
cominado com pena de multa.
d) caracteriza o crime de injúria eleitoral chamar alguém na pro-
paganda eleitoral de burro, por exemplo.
3. Crimes Eleitorais – Parte III
3.1 Apresentação
Nesta unidade, estudaremos os crimes eleitorais, sendo abordada agora 
a boca de urna.
3.2 Síntese
Outro crime que deve ser observado é a divulgação de pesquisa fraudulen-
ta, previsto no art. 33, § 4º da Lei nº 9504/1997: 
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“A divulgação de pesquisa fraudulenta constitui crime, punível com de-
tenção de seis meses a um ano e multa no valor de cinqüenta mil a cem mil 
UFIR.”
A doutrina traz: 
“O sujeito ativo do delito é quem divulga a pesquisa fraudulenta, dolosa-
mente. Não basta apenas ser fraudulenta a pesquisa; é necessário que o divul-
gador saiba da existência da fraude, ou da ausência de seriedade nos meios 
empregados para elaboração da pesquisa.” (COSTA, Adriano Soares da. Insti-
tuições de Direito Eleitoral. 7. ed. p. 515.)
A boca de urna está prevista no art. 39, § 5º da Lei nº 9504/1997: 
“Constituem crimes, no dia da eleição, puníveis com detenção, de seis me-
ses a um ano, com a alternativa de prestação de serviços à comunidade pelo 
mesmo período, e multa no valor de cinco mil a quinze mil UFIR: 
I – o uso de alto-falantes e amplificadores de som ou a promoção de co-
mício ou carreata; 
II – a arregimentação de eleitor ou a propaganda de boca-de-urna; 
III – a divulgação de qualquer espécie de propaganda de partidos políticos 
ou de seus candidatos.” 
É preciso observar que a propaganda ou expressão individual e silenciosa da 
opção político-partidária não é proibida. 
É interessante observar a seguinte jurisprudência, do Rio de Janeiro:
Tribunal Regional Eleitoral do Rio de Janeiro – Acórdão nº 54.096 de 
19/05/2011: “RECURSO CRIMINAL. CAMISA DA SELEÇÃO BRASILEI-
RA COM NUMERAÇÃO DESTACADA DE CANDIDATO. PROPAGAN-
DA ELEITORAL CARACTERIZADA. TIPO PENAL. RESOLUÇÃO TSE 
Nº 22.718/2008. PERMISSÃO DE MANIFESTAÇÃO INDIVIDUAL E SI-
LENCIOSA. NÃO CONFIGURAÇÃO. ATO COLETIVO E PRÉ-ORDE-
NADO. (...) 1. A utilização de versão das camisas da seleção brasileira, com a 
inscrição de número correspondente a candidato às eleições, configura tentati-
va de mascarar o crime previsto no artigo 39, § 5º, III, da Lei nº 9.504/1997, em 
razão de configurar prática de propaganda eleitoral vedada. 2. Os recorrentes 
estavam aglomerados, nas proximidades de locais de votação, trajando as refe-
ridas camisas e interagindo com o candidato a Prefeito e os eleitores. Utilização 
de camisa, com o número de candidato, como forma de manifestação coletiva 
de propaganda e apoio à candidatura, é conduta ilícita (...).”
Outro acórdão se dá no seguinte sentido:
Tribunal Regional Eleitoral do Rio de Janeiro – Acórdão nº 52.398 de 
18/10/2010: “Recurso Criminal. Art. 39, § 5º, inc. III, da Lei nº 9.504/97. Sen-
tença condenatória. O posicionamento prevalente nos Tribunais Eleitorais e 
nesta corte considera burla à Lei nº 9.504/97 e à Resolução TSE nº 22.718/08, 
o estacionamento de veículos repletos de propaganda nas proximidades de 
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locais de votação. A manifestação silenciosa referida no art. 70, da Resolução 
TSE nº 22.718/08, caracteriza-se pelo uso de um adesivo apenas. Caminho-
nete, do tipo S-10, cheia de cartazes e com o capô totalmente revestido com a 
publicidade de candidata. Manifestações de testemunhas afirmando que veícu-
lo estava estacionado em frente a um local de votação. A liberdade de manifes-
tação silenciosa não alcança um conjunto de adesivos e propagandas diversas. 
Manutenção da sentença nos termos em que prolatada.”
Exercício
7. Sobre o crime de boca de urna, assinale a alternativa correta:
a) Colocar um adesivo no dia das eleições caracteriza, em tese, o 
cometimento deste crime.
b) Tentar, no dia das eleições, convencer o eleitor a votar em deter-
minado candidato, apenas por meio de uma conversa, já carac-
teriza o tipo penal.
c) A entrega de “santinhos” na véspera da eleição caracteriza este 
tipo penal.
d) Votar com uma camiseta com o nome de um candidato caracte-
riza este crime.
4. Crimes Eleitorais – Parte IV
4.1 Apresentação
Nesta unidade, estudaremos os crimes eleitorais, sendo abordado agora o 
crime como o alistamento fraudulento. 
4.2 Síntese
O alistamento fraudulento está previsto no art. 289 do Código Eleitoral. 
Este tipo penal consiste no alistamento fraudulento ou na transferência fraudu-
lenta de domicílio eleitoral. A pena é de um a cinco anos de reclusão e multa.
O que pode ocorrer nos dias atuais é a transferência fraudulenta de domi-
cílio eleitoral.
O crime de perturbação da ordem nas eleições está previsto no art. 296 do 
Código Eleitoral. O crime consiste na perturbação da ordem que prejudique as 
eleições e tem por pena quinze dias a dois meses de detenção e multa.
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A prisão ilegal de eleitor está prevista no art. 298 do Código Eleitoral. Existe 
por causa do fato de que há garantias eleitorais que devem ser respeitadas. Não 
se pode prender o eleitor cinco dias antes a quarenta e oito horas depois das 
eleições. A pena para este crime é de reclusão de um a quatro anos.
Existe, ainda, o tipo penal de “furar a fila para votar”, disposto no art. 306 
do Código Eleitoral, tendo como pena a multa. 
Outro crime é a dupla filiação partidária, o qual está previsto no art. 320 
do Código Eleitoral. É proibida a dupla filiação partidária pelo art. 22 da Lei 
nº 9.096/1995 (Lei dos Partidos Políticos). É preciso que haja dolo específico 
neste caso, havendo pena de multa.
Outro crime é divulgar inverdades durante a campanha eleitoral, previsto 
no art. 323 do Código Eleitoral. Trata-se de um crime em que o objetivo é pro-
pagar inverdades sobre partidos políticos ou candidatos que possam influenciar 
a opinião do eleitor. A pena é de dois meses a um ano de detenção ou multa. 
Ainda, caso seja veiculada por meio de rádio, televisão ou jornal, a pena será 
agravada de um quinto a um terço.
Inutilizar propaganda eleitoral do adversário também constitui crime, pre-
visto no art. 331 do Código Eleitoral. A pena é de quinze dias a seis meses de 
detenção ou multa.
Há duas condutas tidas como crimes, porém, indaga-se se foram recep-
cionadas pela Constituição Federal de 1988. A primeira é a propaganda em 
idioma estrangeiro, prevista no art. 335 do Código Eleitoral. A pena para este 
crime é de 3 a 6 meses de detenção e multa. A segunda é a participação de 
estrangeiro ou quem está com direitos políticos suspensos em comício ou ativi-
dade partidária, tendo como pena 15 dias a 6 meses de detenção e multa (art. 
337 do Código Eleitoral).
Existe, ainda, o crime de omissão dolosa do Ministério Público, previsto 
no art. 342 do Código Eleitoral. Trata-se da omissão do membro do MinistérioPúblico Eleitoral em oferecer denúncia no prazo legal ou de promover a exe-
cução penal, tendo como pena quinze dias a dois meses de detenção ou multa.
Exercício
8. Constitui crime eleitoral: 
a) permitir o Presidente da Mesa Receptora que o eleitor vote sem 
estar em posse de seu título eleitoral. 
b) ingerir bebida alcoólica no dia das eleições, em local público.
c) a ausência injustificada de Mesário no dia das eleições.
d) inutilizar a propaganda eleitoral do adversário.
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5. Crimes Eleitorais – Parte V
5.1 Apresentação
Nesta unidade, estudaremos os crimes eleitorais, sendo abordado agora o 
crime como o abandono do serviço eleitoral. 
5.2 Síntese
O crime de abandono do serviço eleitoral está previsto no art. 344 do Có-
digo Eleitoral. Trata-se de recusa ou abandono do serviço eleitoral de forma 
injustificada, tendo como pena quinze dias a dois meses de detenção ou multa.
Quanto ao mesário, o TSE afastou o cometimento deste crime. Vejamos 
o julgado:
TSE – julgado em 28/4/2009 – HC nº 638: “O não comparecimento de 
mesário no dia da votação não configura o crime estabelecido no art. 344 do 
CE, pois prevista punição administrativa no art. 124 do referido diploma, o 
qual não contém ressalva quanto à possibilidade de cumulação com sanção de 
natureza penal.”
Ainda, o assunto está previsto na Súmula nº 5 do TRE/RJ: 
“O não comparecimento de mesário convocado, no dia da votação, não 
configura o crime estabelecido no art. 344 do Código Eleitoral, já que a pu-
nição administrativa, contemplada no art. 124 do mesmo diploma legal, não 
contém ressalva quando à possibilidade de cumulação desta com sanção de 
natureza penal.”
Outro crime é a falsidade de documento público para fins eleitorais, previs-
to no art. 348 do Código Eleitoral. A pena é 2 a 6 anos de reclusão e multa e é 
preciso ressaltar que neste caso é necessário que haja dolo específico.
Existe também a conduta típica de falsidade de documento particular para 
fins eleitorais, com previsão no art. 349 do Código Eleitoral, tendo como pena 
um a cinco anos de reclusão e multa.
Há, ainda, o crime de falsidade ideológica eleitoral, previsto no art. 350 do 
Código Eleitoral. Trata-se de conduta que tem o objetivo de inserir informação 
falsa em documento ou omitir informação que nele deveria constar. A pena 
será de um a cinco anos de reclusão e multa, se o documento for público, e de 
um a três anos de reclusão e multa, se o documento for particular.
Indaga-se se o “caixa 2” eleitoral pode ser punido por esse dispositivo e o 
entendimento que prevalece é positivo. Isso porque, quando se faz a prestação 
de contas, é preciso que se façam alegações e, havendo caixa 2, seriam omitidas 
informações verdadeiras. 
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Outro crime é o ajuizamento temerário e doloso de ação de impugnação 
ao registro de candidatura, com previsão no art. 25 da Lei Complementar nº 
64/1990, tendo como pena seis meses a dois anos de detenção e multa.
Por fim, há o crime de utilização de símbolos da administração, previsto no 
art. 40 da Lei nº 9.504/1997, com pena de detenção de seis meses a um ano 
e multa. O crime consiste na utilização, durante a propaganda eleitoral, de 
símbolos, siglas ou frases que sejam associadas ou parecidas com as empregadas 
pelo governo ou órgão da administração indireta.
Quanto às penas, é preciso observar a redação dos arts. 284 e 285 do Código 
Eleitoral:
“Art. 284. Sempre que este Código não indicar o grau mínimo, entende-
-se que será ele de quinze dias para a pena de detenção e de um ano para a de 
reclusão.
Art. 285. Quando a lei determina a agravação ou atenuação da pena sem 
mencionar o quantum, deve o Juiz fixá-lo entre um quinto e um terço, guarda-
dos os limites da pena cominada ao crime.”
Exercício
9. (TRE – RN) No intuito de se alistar em domicílio diverso do verda-
deiro, o eleitor alterou documento particular verdadeiro e o apre-
sentou à Justiça Eleitoral. Considerando que tal fato seja descoberto 
posteriormente, sem que tenha ocorrido um dano efetivo ao proces-
so eleitoral, em qualquer uma de suas fases, é correto dizer que: 
a) não há fato típico eleitoral, uma vez que o crime previsto no 
art. 349 do Código Eleitoral (falsidade material eleitoral) só se 
consuma caso ocorra efetivo dano ao processo eleitoral.
b) está configurado o tipo previsto no art. 349 do Código Eleitoral 
(falsidade material eleitoral), uma vez que todos seus elementos, 
quais sejam alteração da verdade sobre fato juridicamente rele-
vante, potencialidade de dano, finalidade eleitoral e dolo estão 
presentes.
c) não há fato típico eleitoral, uma vez que somente se configura 
o crime previsto no art. 349 do Código Eleitoral (falsidade ma-
terial eleitoral) quando reste constatada a finalidade eleitoral, a 
qual não se configura com a tentativa de fraude no ato de alista-
mento.
d) está configurado o tipo previsto no art. 349 do Código Eleitoral 
(falsidade material eleitoral), uma vez que todos seus elemen-
tos, quais sejam alteração da verdade sobre fato juridicamente 
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relevante, imitação da verdade, potencialidade de dano e dolo 
estão presentes, não sendo a finalidade eleitoral elemento do 
tipo, mas mera circunstância.
e) não há fato típico eleitoral, uma vez que somente se configura 
o crime previsto no art. 349 do Código Eleitoral (falsidade ma-
terial eleitoral) quando o agente for candidato concorrente no 
pleito eleitoral, não se aplicando ao eleitor.
Capítulo 10
Partidos Políticos
1. Partidos Políticos – Parte I
1.1 Apresentação
Nesta unidade, estudaremos os partidos políticos, sendo abordados aqui 
os sistemas partidários.
1.2 Síntese
Os partidos políticos têm previsão no art. 17 da Constituição Federal, o qual 
é regulamentado pela Lei nº 9.096/1995.
O conceito sociológico de partido político é: conjunto de pessoas que se 
unem em torno de um programa de governo ou visam tomar o poder para 
implementá-lo.
Já o conceito jurídico é: pessoa jurídica de direito privado que visa defender 
a democracia representativa e os direitos fundamentais.
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Há diversos tipos de sistemas partidários no mundo, como o sistema de 
partido único nos países totalitários (exemplo: Alemanha nazista), o sistema 
de bipartidarismo (exemplo: Brasil na época da ditadura militar) e o pluriparti-
darismo, sistema adotado pelo Brasil.
Sendo pessoa jurídica de direito privado, o partido político necessita de 
registro em cartório de pessoas jurídicas do Distrito Federal. É preciso juntar 
uma ata fundacional com requerimento assinado por 101 fundadores com do-
micílio em ao menos nove estados, acompanhado de: 
– cópia do Diário Oficial que publicou programa e estatuto;
– dados de todos os fundadores;
– nome e cargo dos dirigentes provisórios;
– endereço do partido no Distrito Federal.
O programa e o estatuto devem ser registrados perante o registro de pes-
soas jurídicas do Distrito Federal e o documento deve também ser registrado 
perante o TSE.
Juntará ao requerimento para o TSE: 
– prova do apoio de, ao menos, 0,5% do eleitorado que votou nas últimas 
eleições para a Câmara dos Deputados (votos válidos), distribuídos em pelo 
menos 9 estados com ao menos 0,1% do eleitorado daquele estado;
Observação: O analfabeto pode constar dessa lista. 
– cópia do programa e do estatuto;
– certidão do registro do partido no cartório de pessoas jurídicas. 
O processo, designando um ministro relator, terá manifestação do Procura-
dor-Geral Eleitoral e será julgado pelo plenário do TSE, em até 30 dias. 
Após um ano do registro, poderá disputar eleição e ter direito ao fundo 
partidário e horário gratuito de rádio e televisão. De imediato, o direito a usoexclusivo de sigla e nome e também poderá requisitar bens públicos para reu-
niões e para a convenção partidária. 
É preciso observar que eventuais alterações no estatuto ou programa exi-
gem novos registros.
Ainda, a relação do partido com a Justiça Eleitoral se efetiva por intermédio 
de delegados credenciados.
Faz-se necessário entender também que a fusão e a incorporação depen-
dem de decisão dos diretórios nacionais dos partidos.
Por fim, as fundações partidárias estão previstas na Lei nº 9.096/1995, em 
seu art. 53. 
Exercício
10. (TRE-PA – Analista Judiciário – 2006) Quanto aos partidos políticos, 
assinale a opção CORRETA: 
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a) O requerimento do registro deve ser subscrito pelos fundadores 
do partido político, em número nunca inferior a 101, com do-
micílio eleitoral em, no mínimo, um terço dos estados, e será 
acompanhado de relação de todos os fundadores com o nome 
completo, naturalidade, profissão, endereço residencial e nú-
mero do título eleitoral, com especificação da zona, seção, mu-
nicípio e estado.
b) A obtenção da personalidade jurídica do partido depende de 
comprovação do apoiamento mínimo de eleitores. 
c) A prova do apoiamento mínimo de eleitores é feita por meio de 
assinaturas em listas organizadas para cada zona eleitoral, que 
devem ser acompanhadas de cópia do respectivo título eleitoral 
do subscritor.
d) A aquisição da personalidade jurídica assegura a exclusividade 
da denominação, da sigla e dos símbolos do partido político, ve-
dada a utilização, por outros partidos, de variações que venham 
a induzir erro ou confusão.
e) O partido tem de comunicar ao juízo da zona eleitoral a consti-
tuição dos órgãos de direção de âmbito municipal ou zonal e os 
nomes dos respectivos integrantes, bem como as alterações que 
forem promovidas, para anotação.
2. Partidos Políticos – Parte II
2.1 Apresentação
Nesta unidade, estudaremos os partidos políticos, sendo abordados aqui 
os princípios.
2.2 Síntese
Um princípio importante, que deve ser observado, é a liberdade partidária. 
Não é necessária nenhuma autorização estatal para a criação, fusão, incorpora-
ção ou extinção de um partido político.
Os requisitos mínimos são: 
1) caráter nacional: a tradição de partidos regionais que durou até o final 
da república velha não pode se repetir; 
2) pluripartidarismo: não há possibilidade de voltarmos ao bipartidarismo 
em nosso país; 
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3) respeito à dignidade da pessoa humana: há a impossibilidade de existir 
um partido racista ou nazista; 
4) respeito à soberania nacional;
5) prestação de contas à Justiça Eleitoral; 
6) não manutenção de relações de subordinação a governo estrangeiro; 
7) funcionamento parlamentar nos termos da lei: os partidos possuem um 
espaço dentro do Parlamento; 
8) respeito à democracia;
9) impossibilidade de ter uniforme ou manter instrução militar ou, ainda, 
organizar grupo paramilitar; 
10) liberdade de organização, pois o partido se organiza por meio de seu 
estatuto. 
Existe a possibilidade de se entrar com ação de cancelamento de registro 
nas seguintes hipóteses:
1) recebimento de recursos ou estar subordinado à entidade estrangeira;
2) não prestação de contas à Justiça Eleitoral;
3) manutenção de organização paramilitar.
Os legitimados para propositura desta ação são: qualquer eleitor, o Procu-
rador-Geral Eleitoral ou qualquer partido. Ainda, após o trânsito em julgado 
da ação, cancela-se o registro perante o TSE e também perante o cartório de 
pessoas jurídicas.
As receitas dos partidos consistem em doações de pessoas físicas e jurídicas, 
além das verbas do fundo partidário. Não podem doar ente ou governo estran-
geiro; órgãos públicos e concessionárias de serviços públicos; e sindicatos e 
órgãos de classe.
Exercício
11. (18º Concurso – Procurador da República) Os partidos políticos:
a) são livremente criados, observada apenas a liberdade de associa-
ção para fins lícitos, sendo-lhes assegurada plena autonomia para 
definir sua estrutura interna, organização e funcionamento.
b) ao adquirirem personalidade jurídica, na forma da lei civil, estão 
desde logo habilitados a registrar candidaturas e participar de 
eleições.
c) têm direito a recursos do fundo partidário e acesso gratuito ao 
rádio e à televisão, na forma da lei, mesmo se não registrados os 
seus estatutos no Tribunal Superior Eleitoral.
d) devem estabelecer, nos seus estatutos normas de fidelidade e 
disciplina partidárias e gozam de autonomia para definir sua es-
trutura interna, organização e funcionamento.
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3. Partidos Políticos – Parte III
3.1 Apresentação
Nesta unidade, estudaremos os partidos políticos, sendo abordado agora 
o fundo partidário.
3.2 Síntese
Para que se faça doação a um partido político, é preciso que esta seja feita 
por meio de cheques nominais ou depósitos nominais ou depósitos identificados.
O fundo partidário passou a existir a partir da Constituição Federal de 1988, 
sendo estes recursos. Trata-se de dinheiro de multas eleitorais e também parce-
las do orçamento fiscal da União.
O art. 41-A da Lei nº 9.096/1995 dispõe:
“Art. 41-A. 5% (cinco por cento) do total do Fundo Partidário serão des-
tacados para entrega, em partes iguais, a todos os partidos que tenham seus 
estatutos registrados no Tribunal Superior Eleitoral e 95% (noventa e cinco por 
cento) do total do Fundo Partidário serão distribuídos a eles na proporção dos 
votos obtidos na última eleição geral para a Câmara dos Deputados.”
O fundo partidário pode ser aplicado na sede, em propaganda partidária, 
no alistamento de filiados, em campanhas eleitorais. Há também limites máxi-
mos, pois existe o máximo de 50% na folha de pagamento, excluídos os encar-
gos e tributos que incidem sobre os salários.
Ressalta-se que 5% do valor devem ser empregados em programas que es-
timulem a participação da mulher na política. Ainda, existe o mínimo de 20% 
nas fundações partidárias.
É preciso que haja prestação de contas. Isso se dá, como regra, até o dia 
30 de abril, por meio de um balanço anual apresentado à Justiça Eleitoral. 
Em ano de eleição, deve remeter, também, um balancete mensal nos quatro 
últimos meses antes das eleições e nos dois meses posteriores.
A prestação de contas dos partidos políticos tem natureza jurisdicional e 
a decisão que julgar as contas poderá ser combatida por meio de recurso com 
efeito suspensivo.
Quanto à rejeição das contas, a pena, que se concretiza na suspensão do 
repasse do fundo partidário, será aplicada, com razoabilidade, pelo período de 
um a doze meses ou um ano (doações proibidas). Sofrerá a sanção, tal como a 
suspensão do repasse do fundo partidário, somente o diretório que efetivamen-
te cometeu o ilícito.
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É preciso observar que não haverá suspensão do fundo caso as contas não 
sejam julgadas no prazo de cinco anos.
Outro ponto que deve ser observado é que as sobras de campanha devem 
ser revertidas para os partidos.
Quanto às dívidas, não há solidariedade entre os órgãos municipal, estadual 
ou nacional no que diz respeito às obrigações trabalhistas, às obrigações civis 
(aluguéis ou fornecedores) e às dívidas de candidaturas locais ou regionais. 
Em relação à imunidade tributária, há norma exonerativa prevista na Cons-
tituição Federal, em seu art. 150, inciso VI, que dispõe: 
“Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é 
vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:
(...)
VI – instituir impostos sobre: 
(...)
c) patrimônio, renda ou serviços dos partidos políticos, inclusive suas fun-
dações, das entidades sindicais dos trabalhadores, das instituições de educaçãoe de assistência social, sem fins lucrativos, atendidos os requisitos da lei.”
Exercício
12. (MP/Sergipe – 2010) Acerca das finanças e da contabilidade dos par-
tidos políticos, assinale a opção correta:
a) Partido pode receber recursos de governos estrangeiros, desde 
que o Brasil mantenha relações diplomáticas regulares com os 
países de origem desses recursos.
b) As entidades sindicais somente podem auxiliar partidos políticos 
mediante publicidade partidária em seus meios de comunicação 
institucionais.
c) Diretório nacional é solidariamente responsável pelas obriga-
ções assumidas pelos diretórios estaduais.
d) Exame da prestação de contas dos órgãos partidários tem caráter 
jurisdicional.
e) Recurso do partido contra decisão sobre prestação de contas 
tem apenas efeito devolutivo.
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4. Partidos Políticos – Parte IV
4.1 Apresentação
Nesta unidade, estudaremos os partidos políticos, sendo abordada agora 
a propaganda partidária.
4.2 Síntese
A propaganda política seria o gênero, havendo como espécies a propaganda 
eleitoral e a propaganda partidária. 
A finalidade da propaganda partidária é dar a conhecer ao eleitor, ao ci-
dadão, as diretrizes políticas de um partido e a análise que o partido faz da 
conjuntura política.
A previsão da propaganda partidária está na Resolução nº 20.034 /1997, 
do TSE.
Os partidos políticos com registro no TSE há pelo menos um ano têm di-
reito à propaganda gratuita, de rádio e televisão, semestralmente, exceção feita 
ao semestre em que há eleições (Lei nº 9504/1997, art. 36, § 2º). 
Faz-se necessário observar que a propaganda paga é proibida (inclusive TV 
fechada). Ainda, a propaganda deve ocorrer entre as 19h30min e as 22h30min.
De acordo com entendimento do TSE, é possível utilizar outdoor e panfle-
tos em datas comemorativas, exceção feita aos anos eleitorais.
Em relação à repartição do horário, é preciso fazer algumas observações. 
Partido que elegeu, em duas eleições consecutivas para a Câmara dos 
Deputados, representantes em no mínimo cinco estados obtendo ao menos 
1% dos votos válidos apurados no país terá direito um programa por semestre, 
em rede nacional, de dez minutos e vinte minutos para inserções. As inserções 
seriam como se fossem “comerciais”.
O partido que elegeu, no mínimo, três deputados federais de diferentes 
estados terá direito a um programa anual, em cadeia nacional, de dez minutos.
Por fim, o partido que não atendeu esses requisitos terá um programa se-
mestral de cinco minutos, em cadeia nacional, por semestre.
O TRE autorizará ao partido que obteve 1% dos votos válidos na circuns-
crição e que possua representante na Assembleia Legislativa o tempo de vinte 
minutos para inserções regionais.
Há algumas proibições que devem ser analisadas. Não é possível utilizar o 
período para fazer promoção de pré-candidatura ou, ainda, a participação de 
pessoa filiada a outro partido, sob pena de perda proporcional do tempo no 
semestre seguinte.
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Os programas em bloco não podem ser transformados em inserções. Ainda, 
não é possível qualquer espécie de propaganda de produto ou marca. 
No caso de irregularidades nas inserções, a sanção consiste no tempo cor-
respondente a cinco inserções, no semestre seguinte.
Outro ponto é que 10% de seu tempo devem ser dedicados para incentivar 
as mulheres a participarem da política.
A representação em face de propaganda irregular poderá ser ajuizada por 
partido político e a decisão poderá ser objeto de recurso com efeito suspensivo.
O art. 45, § 3º, da Lei nº 9.096/1995 dispõe: 
“A representação, que somente poderá ser oferecida por partido político, 
será julgada pelo Tribunal Superior Eleitoral quando se tratar de programa 
em bloco ou inserções nacionais e pelos Tribunais Regionais Eleitorais quan-
do se tratar de programas em bloco ou inserções transmitidos nos Estados 
correspondentes.”
TRE/RN – Súmula nº 4:
“O Ministério Público é parte legítima para ajuizar a representação de que 
trata o art. 45, § 3º da Lei Federal nº 9.096/1995.”
Exercício
13. Assinale a alternativa correta: 
a) os partidos políticos podem fazer propaganda eleitoral apenas a 
partir do dia 5 de julho do ano das eleições.
b) os partidos que não alcançarem ao menos 5% dos votos nas úl-
timas eleições para Câmara dos Deputados não terão direito à 
propaganda partidária.
c) os partidos políticos devem reservar, no mínimo, 10% do tempo 
de propaganda política para incentivar as mulheres a participa-
rem de atividades políticas.
d) nada impede que o partido político utilize o tempo de propa-
ganda partidária para fazer propaganda eleitoral de seus pré-
-candidatos.
5. Partidos Políticos – Parte V
5.1 Apresentação
Nesta unidade, estudaremos os partidos políticos, sendo abordada agora 
a coligação.
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5.2 Síntese
É preciso que seja entendida a atuação parlamentar. Os partidos políticos 
funcionam, no parlamento, por meio de uma bancada e respectivas lideranças.
Faz-se necessário observar que o art. 13 da Lei de Partidos Políticos não 
mais possui validade. Tal dispositivo tinha a seguinte redação: 
“Tem direito a funcionamento parlamentar, em todas as Casas Legislativas 
para as quais tenha elegido representante, o partido que, em cada eleição para 
a Câmara dos Deputados obtenha o apoio de, no mínimo, cinco por cento dos 
votos apurados, não computados os brancos e os nulos, distribuídos em, pelo 
menos, um terço dos Estados, com um mínimo de dois por cento do total de 
cada um deles.”
Como conceito de coligação, tem-se que é a união de partidos para deter-
minada eleição. 
Existia, neste tema, um instituto denominado verticalização: obrigatorie-
dade de que a coligação para o pleito presidencial fosse repetida nos estados. 
Contudo, a Emenda Constitucional nº 52 aboliu a verticalização de nosso or-
denamento jurídico.
Os partidos, dentro da mesma circunscrição, podem se coligar para as elei-
ções majoritárias, proporcionais ou ambas. Nesse caso, pode nascer mais de 
uma coligação para as proporcionais (entre os partidos da coligação majoritária).
Ainda em relação às coligações, há algumas regras que dizem respeito à 
denominação, que pode ser a junção das siglas, mas não pode ser o nome ou 
número de candidato. As coligações devem funcionar como um partido, salvo 
se houver impugnação da própria coligação. Os partidos integrantes das coli-
gações indicarão um representante, que terá atribuições próprias de presidente 
de partido.
Cláusula de barreira significa cláusula de desempenho. Serve para limitar 
o número de partidos ou suas prerrogativas, em face de baixa votação em uma 
ou mais eleições. As regras que havia, nesse sentido, foram declaradas incons-
titucionais pelo STF.
Quanto à fidelidade partidária, é preciso observar que o filiado deve fide-
lidade às diretrizes do partido a que pertence. O ato de indisciplina gera, no 
âmbito interno do partido, a condenação nas sanções previstas no estatuto.
Exercício
14. Alguns partidos políticos realizaram, em uma mesma circunscrição, 
coligação para a eleição proporcional. Cientes da força de um dos 
candidatos, esses partidos decidiram, por maioria, adotar como 
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denominação da coligação o nome desse candidato. Um dos parti-
dos que compõe a coligação não aceitou e irá atuar de forma isolada.
Acerca dessa situação hipotética, julgue os itens subsequentes:
I – Não há impedimento na legislação para que a coligação adote 
como denominação o nome de um dos candidatos. Por isso, não 
assiste razão ao partido que resolveu agir de forma isolada.
II – Um partido político não tem legitimidade para atuar de forma 
isolada no processo eleitoral após ter participadoda convenção. As-
sim, mesmo que tenha questionada a validade da coligação, não po-
derá agir de forma isolada.
III – Durante o processo eleitoral, os partidos políticos que compõem 
uma coligação funcionam como um só partido político perante a 
justiça eleitoral, devendo designar representante com atribuições de 
presidente de partido.
6. Partidos Políticos – Parte VI
6.1 Apresentação
Nesta unidade, estudaremos os partidos políticos, sendo abordada agora 
a perda do mandato.
6.2 Síntese
Quanto à perda do mandato, é preciso observar que os membros do Poder 
Legislativo não podem mudar de partido, salvo se caracterizada justa causa 
para tanto: perseguição pessoal, mudança da ideologia partidária e fusão ou 
criação de novo partido.
Os legitimados para ajuizar esta ação, de acordo com a Resolução do TSE 
nº 22.610, é o partido político. Assim, o partido político pode no prazo de 30 
dias, ou o MPE ou quem tenha interesse jurídico após os 30 dias, requerer que 
o TSE ou o TRE declare a perda do mandato daquele que deixou o partido 
sem justa causa.
É possível também o próprio interessado entrar com uma ação declaratória 
de que há a justa causa.
É preciso ressaltar que não há concessão de liminar. Ainda, a falta de le-
genda para futura candidatura não caracteriza justa causa. É preciso entender 
também que o suplente pode mudar de partido sem possibilidade de perder a 
suplência.
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Outro ponto que merece destaque é que a Resolução nº 22.610/2007 é 
considerada constitucional.
A expressiva votação de parlamentar (superior ao quociente eleitoral) não 
o exclui da regra.
Algumas Súmulas do TRE/MG merecem destaque:
“Súmula nº 1 – TRE/MG: A humilhação, a perseguição ou imputação 
pública de ato desabonador ou de crime constitui justa causa para a desfiliação 
partidária.”
“Súmula nº 2 – TRE/MG: A discordância da orientação do partido ou a ati-
tude deste contraria ao interesse do ocupante do mandato eletivo não constitui 
justa causa para a desfiliação partidária.”
“Súmula nº 3 – TRE/MG: A incorporação do partido político a que perten-
ce o ocupante de mandato eletivo constitui causa objetiva para afastar a perda 
de cargo por infidelidade partidária.”
“Súmula nº 4 – TRE/MG: A simples mudança do nome do partido político 
não caracteriza justa causa para afastar a perda de mandato por infidelidade 
partidária.”
Em vista da importância do tema, vale citar os principais dispositivos da 
Resolução do TSE nº 22.610/2007:
“Art. 1º O partido político interessado pode pedir, perante a Justiça Elei-
toral, a decretação da perda de cargo eletivo em decorrência de desfiliação 
partidária sem justa causa.
§ 1º Considera-se justa causa:
I – incorporação ou fusão do partido;
II – criação de novo partido;
III – mudança substancial ou desvio reiterado do programa partidário;
IV – grave discriminação pessoal.
§ 2º Quando o partido político não formular o pedido dentro de 30 (trinta) 
dias da desfiliação, pode fazê-lo, em nome próprio, nos 30 (trinta) subseqüen-
tes, quem tenha interesse jurídico ou o Ministério Público eleitoral.
§ 3º O mandatário que se desfiliou ou pretenda desfiliar-se pode pedir a 
declaração da existência de justa causa, fazendo citar o partido, na forma desta 
Resolução.
Art. 2º O Tribunal Superior Eleitoral é competente para processar e julgar 
pedido relativo a mandato federal; nos demais casos, é competente o tribunal 
eleitoral do respectivo estado.
(...) 
Art. 10. Julgando procedente o pedido, o tribunal decretará a perda do 
cargo, comunicando a decisão ao presidente do órgão legislativo competente 
para que emposse, conforme o caso, o suplente ou o vice, no prazo de 10 
(dez) dias.” 
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Exercício
15. Assinale a alternativa correta:
a) É possível ajuizar ação declaratória perante a Justiça Eleitoral a 
fim de que seja declarada a justa causa para deixar um partido 
sem perda do mandato.
b) Apenas nas hipóteses expressamente previstas nos arts. 54 e 55 
da Constituição Federal, é possível a perda de mandato de um 
parlamentar.
c) A perda do mandato no caso de infidelidade partidária cabe ape-
nas para os cargos do Poder Legislativo.
d) A Resolução nº 22.610/2007 é inconstitucional, segundo o STF.
7. Partidos Políticos – Parte VII
7.1 Apresentação
Nesta unidade, estudaremos os partidos políticos, sendo abordado aqui o 
cancelamento da filiação partidária.
7.2 Síntese
No Brasil, desde 1945, não é permitida a candidatura avulsa, como é per-
mitido nos Estados Unidos, por exemplo. Assim, é preciso que a pessoa se filie 
a um partido político, caso queira se eleger a um cargo público. 
Quem pode se filiar a partido político é qualquer pessoa que esteja na ple-
nitude de seus direitos políticos. Exceções: a maioria está prevista na Consti-
tuição Federal. Exemplo: juízes, membro do Tribunal de Contas, servidor da 
Justiça Eleitoral, dentre outros.
Os filiados têm os mesmos direitos e mesmos deveres previstos no estatuto do 
partido. Podem ocorrer sanções, desde que estejam expressamente previstas no es-
tatuto, devendo ser dada ampla defesa aos filiados que estiverem sendo acusados.
Não pode haver a dupla filiação, ou seja, a pessoa não pode se filiar a dois 
partidos diversos. Ainda, a dupla filiação tem uma sanção, sendo canceladas as 
duas filiações.
Quanto ao cancelamento da filiação partidária, este pode se dar de ma-
neira voluntária. Pode também ocorrer com a morte, com a perda dos direitos 
políticos, com a expulsão (precedida de ampla defesa), e por outras hipóteses 
previstas no estatuto.
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Faz-se necessário observar que a inelegibilidade do indivíduo não gera a 
desfiliação partidária. 
Os partidos políticos devem, duas vezes ao ano, remeter a lista com o nome 
dos filiados. Na segunda semana de abril e outubro, será remetida para o juiz 
da zona eleitoral a lista de filiados. Caso não seja remetida, prevalecerá a lista 
anterior que consta no cartório eleitoral.
É preciso ressaltar que em face de fusão ou incorporação partidária, é ne-
cessário fazer novo registro no cartório e no TSE. 
Outro ponto importante é que indivíduo que teve declarada sua inelegibi-
lidade não perde a sua filiação partidária. 
Ainda, não é possível se eleger sem que a pessoa esteja filiada a um partido 
político.
Exercício
16. (TRE-SC – Analista Judiciário – 2005) Leia com atenção as afirma-
tivas abaixo:
I – Os funcionários de qualquer órgão da Justiça Eleitoral poderão 
pertencer a diretório de partido político ou exercer qualquer ativida-
de partidária.
II – Quem se filia a outro partido político deve comunicar ao parti-
do e ao Juiz da respectiva Zona Eleitoral para cancelar sua filiação; 
se não o fizer no dia imediato ao da nova filiação, fica configurada 
dupla filiação, sendo ambas consideradas nulas para todos os efeitos.
Capítulo 11
Das Eleições
1. Das Eleições – Parte I
1.1 Apresentação
Nesta unidade, estudaremos as eleições, sendo abordados o voto eletrônico 
e o voto no exterior.
1.2 Síntese
É preciso que se entenda como se organiza uma eleição. Primeiramente, a 
relação de emprego deve ser entendida, pois esta não existe entre os prestadores 
de serviços e os candidatos e partidos políticos.
Dispõe o art. 100 da Lei nº 9504/1997: 
“A contratação de pessoal para prestação de serviços nas campanhas eleito-
rais não gera vínculo empregatício com o candidato ou partido contratantes.”
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Referida regra, para alguns, seria inconstitucional, mas tem sido aceita pela 
Justiça do Trabalho.
A situação desses trabalhadores perante a Previdência Social é de que estes 
são segurados individuais, equiparados a autônomos.
Quanto às garantias eleitorais, estas estãoprevistas nos arts. 234 e seguintes 
do Código Eleitoral. Não se pode prender, cinco dias antes e 48 horas depois 
das eleições, qualquer eleitor, salvo em caso de flagrante delito, cumprimento 
de mandado de prisão por sentença de crime inafiançável ou ainda na hipó-
tese de desrespeito a salvo-conduto. Referida garantia se estende ao candidato, 
porém, no prazo de quinze dias antes das eleições.
Os mesários e os fiscais não podem ser presos durante as eleições, salvo em 
face de flagrante.
O juiz eleitoral ou o presidente da sessão eleitoral poderá mandar expedir 
salvo-conduto para resguardar o eleitor que sofrer violência física ou moral em 
decorrência das eleições. Quem descumprir poderá ser preso por até cinco dias.
Outro importante tema que deve ser abordado é o voto eletrônico. É a 
regra. No entanto, é possível a utilização de cédulas para votar, em situações 
excepcionais.
O voto se fará no candidato ou no partido (primeiro vota no candidato a 
eleição proporcional e depois no candidato a eleição majoritária).
Na votação eletrônica, só vota quem tiver o nome na folha de votação (não 
existe mais a votação em separado, um instituto que ainda consta no Código 
Eleitoral, mas não tem aplicabilidade no voto eletrônico).
Quanto ao voto no exterior, este é possível apenas nas eleições presiden-
ciais. Exige-se a inscrição de pelo menos trinta eleitores aptos para votar.
O voto impresso foi considerado inconstitucional na ADI nº 4.543.
O Plenário deferiu medida cautelar em ação direta de inconstitucionalida-
de, ajuizada pelo Procurador-Geral da República, para suspender os efeitos do 
art. 5º da Lei nº 12.034/2009, que dispõe sobre a criação, a partir das eleições 
de 2014, do voto impresso: 
 “Art. 5º Fica criado, a partir das eleições de 2014, inclusive, o voto im-
presso conferido pelo eleitor, garantido o total sigilo do voto e observadas as 
seguintes regras: (...)
§ 1º A máquina de votar exibirá para o eleitor, primeiramente, as telas re-
ferentes às eleições proporcionais; em seguida, as referentes às eleições majori-
tárias; finalmente, o voto completo para conferência visual do eleitor e confir-
mação final do voto. 
§ 2º Após a confirmação final do voto pelo eleitor, a urna eletrônica im-
primirá um número único de identificação do voto associado à sua própria 
assinatura digital. 
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§ 3º O voto deverá ser depositado de forma automática, sem contato ma-
nual do eleitor, em local previamente lacrado. 
§ 4º Após o fim da votação, a Justiça Eleitoral realizará, em audiência públi-
ca, auditoria independente do software mediante o sorteio de 2% (dois por cen-
to) das urnas eletrônicas de cada Zona Eleitoral, respeitado o limite mínimo de 
3 (três) máquinas por município, que deverão ter seus votos em papel contados 
e comparados com os resultados apresentados pelo respectivo boletim de urna. 
§ 5º É permitido o uso de identificação do eleitor por sua biometria ou pela 
digitação do seu nome ou número de eleitor, desde que a máquina de identifi-
car não tenha nenhuma conexão com a urna eletrônica.” 
Na ADI nº 4.543 MC/DF, de relatoria da Ministra Cármen Lúcia, de 
19/10/2011, o principal argumento foi a possibilidade de infringência do sigilo 
do voto. 
É preciso entender também as preferências para votar:
a) candidato;
b) juiz e promotor eleitoral; 
c) eleitor com mais de 60 anos; 
d) pessoas com deficiência; 
e) policiais em serviço; 
f) grávidas e lactantes.
É preciso observar, que em decorrência da Lei nº 12.034/2009, o voto em 
trânsito, ou seja, mesmo que o eleitor esteja fora de sua seção eleitoral, passa a 
ser admitido, nas capitais, para as eleições presidenciais.
Em relação ao documento para que se possa votar, este sempre foi o título 
eleitoral. Contudo, a Lei nº 12.034/2007 passou a exigir também a apresenta-
ção de documento com foto. Acerca deste ponto, o STF entendeu que qual-
quer pessoa que leve um documento com foto que lhe permita identificação, 
poderá votar.
Exercício
17. Leia com atenção as alternativas abaixo, assinalando a INCORRETA:
a) A votação e a totalização de votos serão feitas por sistema ele-
trônico, podendo o Tribunal Superior Eleitoral autorizar, em 
caráter excepcional, a aplicação das regras fixadas para votação 
não eletrônica.
b) A urna eletrônica disporá de recursos que, mediante assinatura 
digital, permitam o registro digital de cada voto e a identifica-
ção da urna em que foi registrado, resguardado o anonimato do 
eleitor.
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c) Ao final da eleição, a urna procederá à assinatura digital do ar-
quivo de votos, com aplicação do registro de horário e do arqui-
vo do boletim de urna, de maneira a impedir a substituição dos 
votos e a alteração dos registros dos termos de início e término 
da votação, a fim de dificultar a realização de fraude.
d) Caberá à Justiça Eleitoral, em conjunto com a empresa de pro-
gramas contratada mediante licitação, definir a chave de segu-
rança e a identificação da urna eletrônica.
2. Das Eleições – Parte II
2.1 Apresentação
Nesta unidade, estudaremos as eleições, sendo abordados o voto eletrônico 
e o voto no exterior.
2.2 Síntese
A seção eleitoral está prevista no art. 117 do Código Eleitoral. Cada zona 
eleitoral (unidade jurisdicional) é dividida em seções eleitorais, locais onde as 
pessoas votarão.
Cabe ao juiz eleitoral da zona eleitoral escolher o local onde acontecerão 
as votações. Conforme previsão no art. 135 do Código Eleitoral, não pode ser 
imóvel rural ou que pertença a candidato ou a policial.
O número depende da Justiça Eleitoral (Lei nº 9.504, art. 84, parágrafo 
único). Em regra, comportarão no máximo 500 eleitores (capitais) ou 400 (in-
terior). No mínimo, terão cinquenta eleitores.
A cada seção eleitoral corresponde uma mesa receptora de votos (art. 119 
do Código Eleitoral). 
Quanto aos mesários, tal tema está tratado nos arts. 63 da Lei nº 9.504/1997 
e 120 do Código Eleitoral.
A composição da mesa se dá da seguinte forma: presidente, 1º e 2º secretá-
rios, 1º e 2º mesários e suplente.
É preciso ressaltar que não podem ser nomeados mesários:
a) candidatos e seus parentes de qualquer grau de parentesco; 
b) membros da executiva dos partidos políticos;
c) servidores da justiça eleitoral;
d) menores de 18 anos; 
e) parentes entre si; pessoas que trabalhem na mesma repartição ou mes-
ma empresa. 
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Ainda, preferencialmente, devem ser eleitores da própria seção eleitoral, 
com curso superior, entre os quais professores e servidores de outros ramos do 
Poder Judiciário.
Quanto às funções do presidente, este terá poder de polícia, podendo, in-
clusive, pedir para que se retire uma pessoa que esteja agindo de forma incon-
veniente. Também pode convocar, no dia das eleições, um mesário ad hoc.
Para o não comparecimento do mesário, há sanção prevista no art. 124 do 
Código Eleitoral. A sanção será de multa de R$ 17,00 a R$ 35,00 podendo ser 
majorada em até dez vezes. Para o servidor público, acrescenta-se suspensão do 
serviço por quinze dias.
Faz-se necessário entender que não será decretada nulidade da seção se 
houver, ao menos, dois mesários presentes.
O horário para votação será das 8 às 17 horas. Havendo fila às 17h00min, 
deve ser distribuída senha para as pessoas presentes.
Quanto ao transporte e alimentação dos eleitores no dia das eleições, os 
veículos e barcos da administração pública direta e indireta poderão ser requi-
sitados, no prazo de quinze dias antes das eleições, pela Justiça Eleitoral para 
utilização nas eleições no transporte de eleitores de zonas rurais ou ribeirinhas. 
Caso seja necessário, poderá requisitar bens particulares e, neste caso, os pro-
prietários deverão ser indenizados.
Nenhum veículoou embarcação pode fazer transporte de eleitores desde o 
dia anterior até o dia posterior ao da eleição, salvo se a serviço da Justiça Eleito-
ral; transporte coletivo regular, uso pessoal e familiar ou táxis.
Ainda, somente a Justiça Eleitoral, em situações devidamente justificáveis, 
poderá servir refeições para os eleitores.
Encerradas as eleições, deve ser emitido um boletim, denominado boletim 
de urna, previsto no art. 68 da Lei nº 9.504/1997. Trata-se de um documento 
no qual constam os votos de determinada urna com o nome e número de todos 
os candidatos que obtiveram votos.
A diplomação, que acontece após a totalização dos votos, está prevista no 
art. 215 do Código Eleitoral. Trata-se de um documento elaborado e assinado 
pela Junta Eleitoral nas eleições municipais, integrantes do TRE nas eleições 
gerais e TSE nas eleições presidenciais.
Indaga-se se será diplomado o candidato eleito cuja sentença penal transi-
tou em julgado entre a data do registro da candidatura e a data da diplomação. 
A resposta é negativa (TSE – Agravo Regimental na Ação Cautelar nº 3.292/
PR, Rel. Min. Marcelo Ribeiro, julgado em 22.9.2009). Assim, recebem o di-
ploma os eleitos e os suplentes.
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Exercício
18. (TRE/SP – Analista Judiciário) Tício candidatou-se a Vereador. Não 
conseguiu eleger-se, mas ficou como suplente. Nesse caso, de acor-
do com o Código Eleitoral brasileiro, Tício:
a) receberá diploma expedido pelo Presidente do Tribunal Regional 
Eleitoral.
b) receberá diploma assinado pelo Presidente da Junta Eleitoral.
c) receberá diploma expedido pelo Presidente do Tribunal Supe-
rior Eleitoral.
d) receberá certificado expedido pelo Presidente da Junta Apu-
radora.
e) não receberá diploma, pois não foi eleito Vereador.
Capítulo 12
Ministério Público Eleitoral
1. Ministério Público Eleitoral
1.1 Apresentação
Nesta unidade, estudaremos o Ministério Público Eleitoral, sendo abor-
dados os aspectos mais importantes sobre este assunto. 
1.2 Síntese
Não é possível encontrar a figura do Ministério Público Eleitoral na Cons-
tituição Federal. Contudo, o Ministério Público Estadual está previsto no art. 
127 de nossa Magna Carta.
O Ministério Público Eleitoral não é composto por membros específicos da 
própria carreira. Da mesma forma que acontece com juízes, o Ministério Pú-
blico Eleitoral é composto por promotores “emprestados” de outras carreiras.
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Quem oficia perante os juízes eleitorais é o promotor eleitoral, que será 
escolhido dentre os membros do Ministério Público Estadual, de acordo com 
o disposto na LC nº 75/1993. 
Dispõem os arts. 78 e 79 da referida lei:
“Art. 78. As funções eleitorais do Ministério Público Federal perante os 
Juízes e Juntas Eleitorais serão exercidas pelo Promotor Eleitoral.
Art. 79. O Promotor Eleitoral será o membro do Ministério Público local 
que oficie junto ao Juízo incumbido do serviço eleitoral de cada Zona.
Parágrafo único. Na inexistência de Promotor que oficie perante a Zona 
Eleitoral, ou havendo impedimento ou recusa justificada, o Chefe do Minis-
tério Público local indicará ao Procurador Regional Eleitoral o substituto a ser 
designado.”
Quem escolhe é o Procurador-Geral de Justiça (chefe do Ministério Públi-
co Estadual daquele estado), mas quem nomeia é o Procurador-Geral Eleito-
ral; perante os TRE, será o Procurador-Regional Eleitoral, oriundo do Minis-
tério Público Federal. 
É preciso ressaltar que o Procurador-Geral Eleitoral é o Procurador-Geral 
da República.
As funções do promotor eleitoral, do Procurador Regional Eleitoral e do 
Procurador-Geral Eleitoral são as mesmas, são próximas. São senhores da ação 
penal eleitoral. Ainda, serão os legitimados para ajuizar todas as ações eleito-
rais, havendo uma exceção (jurisprudencial): o direito de resposta. 
Quanto ao Ministério Público Eleitoral e a quebra do sigilo, esta não pode 
ocorrer sem que haja autorização judicial. Assim já foi decidido:
“1. Constitui prova ilícita aquela colhida mediante a quebra do sigilo fiscal 
do doador, sem autorização judicial, consubstanciada na obtenção de dados 
relativos aos rendimentos do contribuinte, requeridos diretamente pelo Minis-
tério Público à Secretaria da Receita Federal, para subsidiar a representação 
por descumprimento dos arts. 23, § 1º, I, e 81, § 1º, da Lei nº 9.504/1997. 2. 
Ressalva-se a possibilidade de o Parquet requerer à Receita Federal somente a 
informação quanto à compatibilidade entre o valor doado pelo contribuinte à 
campanha eleitoral e as restrições impostas na legislação eleitoral, que estabe-
lece o limite de dez por cento dos rendimentos brutos de pessoa física e de dois 
por cento do faturamento bruto de pessoa jurídica, auferidos no ano anterior 
à eleição. 3. Agravo regimental a que se nega provimento.” (TSE – Agravo 
em Recurso Especial Eleitoral nº 28.218/SP, Rel. designado Ministro Marcelo 
Ribeiro, DJe de 3.8.2010.)
Em relação à filiação partidária de membro do Ministério Público, esta não 
pode se dar, salvo ocorrendo direito adquirido.
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Exercício
19. (18º Concurso – Procurador da República) O Ministério Público 
Eleitoral:
a) exerce suas funções perante os órgãos da Justiça Eleitoral, in-
cumbindo-lhe precipuamente oficiar nas causas de sua compe-
tência, representar sobre a fiel observância da legislação eleito-
ral e partidária e promover a ação penal pública nos casos de 
crimes eleitorais.
b) é constituído por membros do Ministério Público Federal, que 
oficiam perante a Justiça Eleitoral em todo o País, inclusive pe-
rante Juízes e Juntas Eleitorais nas Comarcas do Interior.
c) perante o Tribunal Superior Eleitoral, é representado pelo Pro-
curador-Geral Eleitoral, que é o Procurador-Geral da República 
e, junto aos Tribunais Regionais Eleitorais nos Estados, oficiam 
os Procuradores-Gerais de Justiça.
d) é composto de membros do Ministério Público Federal e Es-
tadual, que somente podem exercer as funções eleitorais após 
aprovação em concurso público de provas e títulos, promovido 
pela Justiça Eleitoral.
Capítulo 13
Abuso do Poder Econômico
1. Abuso do Poder Econômico – Parte I
1.1 Apresentação
Nesta unidade, estudaremos o abuso do poder econômico, sendo aborda-
dos suas espécies e princípios referentes ao tema. 
1.2 Síntese
Abuso de poder é a utilização ilícita de algo lícito (ex.: caixa 2). Há algumas 
espécies de abuso de poder, relacionadas às eleições, quais sejam:
a) abuso do poder político (uso da máquina);
b) abuso do poder econômico (uso ilegal do dinheiro em campanhas, em 
financiamento de campanhas);
c) abuso do poder cultural (meios de comunicação).
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Há princípios que devem ser observados:
1. moralidade administrativa – se um servidor público é utilizado para fa-
zer campanha, a sociedade está sendo prejudicada;
2. princípio republicano – ideia de que a coisa pública é do povo, ou seja, 
não se pode privatizar o que é do povo;
3. isonomia entre as candidaturas – é preciso que o pobre e o rico tenham 
as mesmas oportunidades;
4. liberdade de voto – a verdadeira liberdade de voto é aquela exercida 
sem influências abusivas; 
5. combate à corrupção no mandato;
6. normalidade das eleições.
Existe um artigo introduzido pela Lei nº 11.300, de 2006 (art. 17-A), que 
dispõe: 
“A cada eleição caberá à lei, observadas as peculiaridades locais, fixar até o 
dia 10 de junho de cada ano eleitoral o limite dos gastos de campanha para os 
cargos em disputa; não sendo editada lei até a data estabelecida, caberá a cada 
partido político fixar o limite de gastos, comunicando à Justiça Eleitoral, que 
dará a essas informações ampla publicidade.”
Na prática, esta lei nuncafoi editada, mas poderia haver limite.
Outro exemplo de abuso pode ser verificado na Ação Cautelar nº 371.413:
TSE – Ação Cautelar nº 371413 – julgada em 26.10.2010: (...) “O fato de 
terem sido fabricadas cerca de 500 (quinhentas) camisetas para campanha dos 
réus, às ocultas e sem contabilização, é extremamente relevante, já que, por 
si só, indica o impacto e a interferência do poder econômico (...). É o que o 
caso dos autos revela, ante o efeito multiplicativo decorrente da distribuição de 
cerca de 500 camisetas cor de laranja, fruto de gastos não contabilizados (caixa-
-dois), a eleitores e pessoas ligadas à campanha dos impugnados, e ainda com 
o intuito de surpreender os adversários políticos, já que a cidade foi tomada 
por pessoas portando camisetas cor de laranja, às vésperas e no dia da eleição. 
Como não admitir o impacto da ação dos impugnados no equilíbrio da dis-
puta eleitoral? É óbvio que a ação ilícita, conforme arquitetada, às vésperas da 
eleição, teve o intuito precípuo de garantir a vitória dos recorrentes, desequili-
brando, ilegitimamente, a igualdade de paridade de armas entre os candidatos 
ao pleito municipal.”
Em outro julgado:
TRE-SP – Recurso Especial Eleitoral nº 30.296: Publicação de revistas, 
no período eleitoral, pagas com direito do erário no qual aparecem obras da 
administração e, muitas vezes, a pessoa do prefeito. 
Para que não haja abuso do poder econômico, faz-se necessária a existência 
de um comitê financeiro, que será constituído, no máximo, 10 dias úteis após a 
escolha dos candidatos em convenção.
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Deve ser registrado perante a Justiça Eleitoral cinco dias após a sua consti-
tuição. Ainda, deve ser constituído, ao menos, um comitê para cada eleição em 
que o partido apresente candidatura.
Nas eleições presidenciais, deverá haver, ao menos, o comitê nacional (co-
mitês estaduais ou municipais são facultativos). É necessário observar que não 
existe comitê financeiro constituído por coligação partidária.
Os recibos devem ser impressos pelos candidatos junto ao site do TSE. To-
das as doações exigem recibo, inclusive as que tenham origem na internet, 
venda de bens, venda de serviços ou eventos para arrecadação de recursos (jan-
tares, churrascos). 
Os partidos, os comitês financeiros e os candidatos devem abrir conta espe-
cífica para receber doações e efetivar os gastos de campanha. Os bancos não po-
dem criar condições ou se negar a abrir a conta. Nota-se que os partidos podem 
receber doações para a campanha, em conta específica.
Exercício
20. (TRE – PA – 2011 – Analista Judiciário) A fim de arrecadar recursos 
e aplicá-los nas campanhas eleitorais, são constituídos comitês finan-
ceiros para cada uma das eleições para as quais o partido apresente 
candidato próprio.
A respeito desses comitês e da prestação de contas, é correto afirmar 
que:
a) na eleição presidencial, é obrigatória a criação de comitê na-
cional e facultativa a de comitês nos Estados e no Distrito 
Federal.
b) os comitês financeiros serão registrados, até 10 (dez) dias após 
sua constituição, nos órgãos da Justiça Eleitoral aos quais com-
pete fazer o registro dos candidatos.
c) nas eleições presidenciais, é obrigatório para os partidos e op-
cional para os candidatos abrir conta bancária específica para 
registrar todo o movimento financeiro da campanha.
d) as prestações de contas dos candidatos às eleições majoritárias e 
proporcionais serão sempre feitas pelos comitês financeiros.
e) a inobservância do prazo para encaminhamento das presta-
ções de contas não impede a diplomação dos eleitos, que têm 
60 (sessenta) dias para apresentá-las a partir da data da diplo-
mação.
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2. Abuso do Poder Econômico – Parte II
2.1 Apresentação
Nesta unidade, estudaremos o abuso do poder econômico, sendo aborda-
das agora as doações. 
2.2 Síntese
O limite de gastos por candidatura está previsto no art. 17-A da Lei nº 
9.504/1997: 
“A cada eleição caberá à lei, observadas as peculiaridades locais, fixar até o 
dia 10 de junho de cada ano eleitoral o limite dos gastos de campanha para os 
cargos em disputa; não sendo editada lei até a data estabelecida, caberá a cada 
partido político fixar o limite de gastos, comunicando à Justiça Eleitoral, que 
dará a essas informações ampla publicidade.” 
Diante da ausência da lei, os partidos e coligações estipularão um teto no 
registro das candidaturas. Caso ultrapasse os limites, deverá pagar multa de 5 a 
10 vezes sobre o excedente.
As doações serão possíveis após a obtenção, pelo comitê, pelos partidos ou 
pelo candidato, de CNPJ, abertura de conta específica e recibos. É preciso 
ressaltar aqui que as doações pela internet também exigem identificação do 
doador e emissão de recibo.
Quanto à origem dos recursos, estes podem ser próprios, podem ser do 
partido, podem ser de outros candidatos, podem ser de qualquer pessoa física 
ou jurídica (em regra) e podem ser mediante venda de bens e promoção de 
eventos. 
É possível doar também por meio de cessão de bens móveis (carro), bens 
imóveis (casa para servir de comitê) ou ainda por meio de serviços profissionais 
(contador, advogado, etc.).
Os bens cedidos ou os serviços prestados devem ter seu valor estimado em 
dinheiro. Ainda, o candidato ou comitê deve emitir recibo. 
Não podem doar (art. 24 da Lei nº 9504/1997):
a) entidade ou governo estrangeiro ou ainda pessoa jurídica sem fins lucra-
tivos que receba recursos do exterior (para garantir a soberania);
b) igrejas e entidades beneficentes (seria fácil burlar a legislação fazendo 
doação via Igreja ou entidade); 
c) órgãos da administração pública direta e indireta (princípio republicano);
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d) concessionárias ou permissionárias públicas, inclusive cooperativas que 
tenham concessionárias ou permissionárias como cooperadas (evitar favoreci-
mentos após as eleições); 
e) entidades de classe (não pode, por exemplo, ceder a quadra do sindicato 
para reunião); 
f) entidades esportivas; e
g) ONG que recebem dinheiro público (princípio republicano).
Exercício
21. (TJ/MT – Juiz – 2009) Leia as seguintes afirmações:
I – No pedido de registro de seus candidatos, os partidos e coligações 
comunicarão aos respectivos Tribunais Eleitorais os valores máximos 
de gastos que farão por cargo eletivo em cada eleição a que concor-
rerem, observados os limites legais.
II – O responsável por gastos de campanha, em valores acima daque-
les declarados à Justiça Eleitoral, fica sujeito ao pagamento de multa 
no valor de 5 a 10 vezes a quantia excedente.
III – Confecção, aquisição e distribuição de camisetas, chaveiros e 
outros brindes de campanha são considerados gastos eleitorais, sujei-
tos a registro e aos limites fixados na Lei nº 9.504/1997.
IV – Qualquer eleitor poderá realizar gastos, em apoio a candidato 
de sua preferência, até a quantia equivalente a um mil UFIR, desde 
que estes obedeçam ao limite de gastos declarados à Justiça Eleitoral.
Estão corretas somente as assertivas:
a) I e II.
b) II e III.
c) II e IV.
d) III e IV.
e) I e IV.
3. Abuso do Poder Econômico – Parte III
3.1 Apresentação
Nesta unidade, estudaremos o abuso do poder econômico, sendo aborda-
dos os limites existentes para as doações. 
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3.2 Síntese
Não podem doar (art. 24 da Lei nº 9504/1997):
h) entidade de direito privado que recebe contribuição compulsória (siste-
ma S, tais como Sesi, Senai, Sebrae) – (as empresas contribuem compulsoria-
mente para uma finalidade pública e não para interesses privados); 
i) entidade de utilidade pública;
j) organização da sociedade civil de interesse público.
Os candidatos não podem doar brindes de nenhuma espécie para os eleito-
res (camisetas,cestas básicas, etc.).
Quanto ao limite para doações, dispõe o art. 23 e seus parágrafos da Lei nº 
9504/1997:
“Pessoas físicas poderão fazer doações em dinheiro ou estimáveis em di-
nheiro para campanhas eleitorais, obedecido o disposto nesta lei. 
§ 1º As doações e contribuições de que trata este artigo ficam limitadas: 
I – no caso de pessoa física, a dez por cento dos rendimentos brutos auferi-
dos no ano anterior à eleição; 
II – no caso em que o candidato utilize recursos próprios, ao valor máximo 
de gastos estabelecido pelo seu partido, na forma desta lei. 
(...) 
§ 3º A doação de quantia acima dos limites fixados neste artigo sujeita o 
infrator ao pagamento de multa no valor de cinco a dez vezes a quantia em 
excesso.”
Ainda, dispõe o art. 81 e seus parágrafos: 
“As doações e contribuições de pessoas jurídicas para campanhas eleitorais 
poderão ser feitas a partir do registro dos comitês financeiros dos partidos ou 
coligações. 
§ 1º As doações e contribuições de que trata este artigo ficam limitadas a 
dois por cento do faturamento bruto do ano anterior à eleição. 
§ 2º A doação de quantia acima do limite fixado neste artigo sujeita a pessoa 
jurídica ao pagamento de multa no valor de cinco a dez vezes a quantia em 
excesso. 
§ 3º Sem prejuízo do disposto no parágrafo anterior, a pessoa jurídica que 
ultrapassar o limite fixado no § 1º estará sujeita à proibição de participar de 
licitações públicas e de celebrar contratos com o Poder Público pelo período 
de cinco anos, por determinação da Justiça Eleitoral, em processo no qual seja 
assegurada ampla defesa.”
Indaga-se qual a finalidade dessa norma. Assim já foi decidido:
TRE/SC – Acórdão 20312: “A doação por pessoa física, de recursos para 
campanha eleitoral, limita-se a 10% dos rendimentos brutos auferidos no ano 
anterior ao das eleições, sob pena de multa no valor de cinco a dez vezes o 
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valor do excesso (art. 23, § 1º, I e § 3º da Lei nº 9.504/1997). (...) No caso do 
dispositivo legal impugnado, que fixa limites à doação de pessoas físicas para 
campanhas eleitorais, busca-se garantir a lisura do pleito eleitoral – impedindo 
o abuso do poder econômico – valor social que, em confronto com interesse de 
caráter individual, como gozo de bens pessoais, deve prevalecer.”
Ainda, questiona-se se caso o doador demonstre que possuía patrimônio su-
ficiente para suportar o excesso da doação haverá cominação da multa e neste 
sentido decidiu-se:
TSE – Recurso Especial Eleitoral nº 16.414: “(...) o recorrente argumenta 
que, para efeito do cálculo do percentual da doação, deveria ser acrescido 
a seu rendimento bruto o valor do patrimônio, constituído de cotas de sua 
participação em uma microempresa. O argumento não pode ser aceito, pois 
não se confundem os conceitos de rendimento e patrimônio, como bem es-
clareceu o voto condutor do acórdão, no seguinte trecho (fls. 66/67): patri-
mônio é o conjunto estático de bens ou direitos titulados por uma pessoa 
pública ou privada que, ainda que em determinado momento possa ser signo 
representativo de rendimento auferido no passado, com este não se confun-
de. Rendimento bruto é aquele efetivamente recebido sem qualquer dedução 
ou desconto. Ainda que o valor das quotas de propriedade do representado 
seja representativo de rendimentos auferidos em determinado momento de 
sua vida, a lei é específica em determinar que os rendimentos que deverão ser 
considerados para cálculo das doações devem ser amealhados no ano anterior 
ao da eleição.”
A multa prevista para doação acima do limite legal é constitucional sob a 
ótica da razoabilidade e proporcionalidade? Entende a jurisprudência:
TRE/SC – Acórdão nº 20.324: “Não há inconstitucionalidade em se limi-
tar a diante da supremacia do interesse público no que concerne ao limite de 
doações para campanha eleitorais. (...) Trata-se, portanto, de uma limitação da 
propriedade que é justificada por um valor maior, ou seja, a proteção da lisura 
dos pleitos contra o abuso de poder econômico ou, o que é pior, o financiamen-
to criminoso das campanhas eleitorais. (16/11/2005)
Exercício
22. Assinale a alternativa correta:
a) A legislação prevê um limite máximo para as doações de campa-
nha correspondente a 2% do faturamento do ano das eleições.
b) Qualquer pessoa física pode doar para um candidato de sua 
confiança valor máximo de 10% dos seus rendimentos do ano 
anterior ao das eleições.
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c) O Ministério Público Eleitoral pode quebrar diretamente o sigi-
lo fiscal dos doadores para poder ajuizar ação contra as doações 
irregulares.
d) O prazo para ajuizamento pelo Ministério Público Eleitoral da 
ação que visa punir os responsáveis pelas doações excessivas é de 
quinze dias, a contar da diplomação.
4. Abuso do Poder Econômico – Parte IV
4.1 Apresentação
Nesta unidade, finalizaremos os estudos acerca do abuso do poder 
econômico. 
4.2 Síntese
Nos dias 6 de agosto de 6 de setembro do ano das eleições, os partidos polí-
ticos ou coligações deverão informar, via internet, o que já receberam a título 
de doações e como gastaram o dinheiro.
Em 2012, o TSE deu outra interpretação à margem da lei. Hoje, deve ha-
ver a informação do quanto, mas também da pessoa que está auxiliando.
O “caixa 2” eleitoral traz como consequência a cassação do registro ou can-
celamento da diplomação.
São gastos eleitorais sujeitos a registro:
a) propaganda eleitoral;
b) aluguel de bens móveis e imóveis;
c) remuneração a prestadores de serviços;
d) transporte;
e) pagamento de multas eleitorais.
O prazo para a prestação de contas pelos candidatos, comitês e partidos é de 
trinta dias após o primeiro ou segundo turno. Caso não apresentadas no prazo, 
a Justiça Eleitoral intimará os candidatos, comitês e partidos para que o façam 
em 72 horas, sob pena de não restar prestadas.
Quem presta as contas para as eleições majoritárias é o comitê financeiro e 
para as eleições proporcionais é o comitê ou o próprio candidato. 
Ainda, a justiça pode pedir esclarecimentos ou juntada de novos documen-
tos. Ressalta-se que as contas podem ser aprovadas, aprovadas com ressalvas, 
reprovadas ou não apresentadas, devendo o MPE ser ouvido antes da decisão. 
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A prestação de contas tem natureza jurisdicional e a decisão que a aprova 
ou rejeita poderá ser objeto de recurso, inclusive recurso especial, para a ins-
tância superior, no prazo de três dias. As contas deverão estar julgadas até oito 
dias antes da diplomação. Caso os partidos políticos tenham as contas rejeita-
das, em razão de doações para as eleições, terão suspensos os recebimentos do 
fundo partidário de um a doze meses.
Indaga-se se a falta de recibo é passível de regularização. A resposta é nega-
tiva (TSE – Agravo Regimental em Recurso Especial Eleitoral 25635502, Rel. 
Min. Marcelo Ribeiro).
Se não houver abertura de conta corrente, pois o candidato desistiu da can-
didatura durante a campanha, haverá rejeição de suas contas.
Por fim, as sobras de campanha serão remetidas para o órgão partidário, na 
circunscrição do pleito.
Exercício
23. Assinale a alternativa incorreta:
a) As sobras de campanha devem ser revertidas para as fundações 
partidárias.
b) A prestação de contas pelos candidatos deve ser apresentada em 
até trinta dias, do primeiro ou do segundo turno.
c) Aquele que desistiu de sua candidatura antes das eleições deve 
também prestar contas.
d) As contas de campanha podem ser julgadas como não prestadas, 
aprovadas, aprovadas com ressalvas ou desaprovadas.
Capítulo 14
Das Condutas Vedadas
1. Condutas Vedadas – Parte I
1.1 Apresentação
Nesta unidade, estudaremos as condutas vedadas, como (/).
1.2 Síntese
É preciso que se verifiquemquais são as condutas vedadas, aquilo que é 
proibido ao agente público. 
Agente público é qualquer pessoa que, mesmo de forma transitória ou sem 
remuneração, exerça uma atividade ou função pública.
O agente público não pode, em qualquer época, utilizar de bens públicos 
móveis ou imóveis pertencentes à administração direta ou indireta (art. 73, in-
ciso I, da Lei nº 9504/1997). Exceção: convenção partidária. Sanção: multa de 
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R$ 5.320,50 – R$ 106.410,00 (na reincidência dobra) – improbidade adminis-
trativa – cassação do registro ou diploma.
Segundo a jurisprudência, não é necessário dano ao erário para que haja 
caracterização. Se o infrator ressarcir o erário, tal fato também será irrelevante.
Não é necessário demonstrar potencialidade para desequilibrar a igualdade 
entre as candidaturas.
Não podem também utilizar ou serviços que excedam as prerrogativas pre-
vistas nos regimentos dos parlamentos. Sanção: multa de R$ 5.320,50 – R$ 
106.410,00 (na reincidência dobra) – improbidade administrativa – cassação 
do registro ou diploma.
Não pode, ainda, ocorrer cessão de servidor ou empregado público para 
trabalhar na campanha (salvo fora do expediente, licenciado ou em férias). 
Sanção: multa de R$ 5.320,50 – R$ 106.410,00 (na reincidência dobra) – im-
probidade administrativa – cassação do registro ou diploma.
Utilização de assistência social com caráter eleitoral também é vedada, nos 
termos do art. 73, inciso IV, da Lei nº 9.504/1997.
No ano das eleições, não pode haver distribuição gratuita de bens ou bene-
fícios, salvo calamidade ou estado de emergência ou execução de programa 
social já iniciado. De qualquer forma, referidos programas sociais não pode-
rão ser executados por entidades mantidas ou vinculadas a candidato a cargo 
eletivo.
Ainda, 180 dias antes das eleições até a data da posse não se pode dar au-
mento geral de salário aos servidores públicos. Exceção feita à reposição das 
perdas ocorridas no ano das eleições (entre 1º de janeiro e a data do reajuste). 
Se o aumento real não for geral, isto é, atingir apenas uma categoria de servido-
res, tais como os professores, a tendência será não se aplicar a regra.
Três meses antes até o dia da posse, nos termos do art. 73, inciso V, da Lei 
nº 9.504/1997, não se pode nomear, contratar, demitir ou remover servidores 
públicos, sob pena de nulidade do ato (visa evitar retaliações). Exceções: Mi-
nistério Público, Poder Judiciário, Tribunal de Contas, dentre outros.
Exercício
24. (TRE/SC – 2005) Assinale a alternativa CORRETA: 
É proibido aos agentes públicos, servidores ou não, nos 180 (cento e 
oitenta) dias que antecedem o pleito eleitoral:
a) fazer, na circunscrição do pleito, revisão geral de remuneração 
dos servidores públicos que exceda a recomposição da perda de 
seu poder aquisitivo ao longo do ano.
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b) realizar a transferência voluntária de recursos da União aos Es-
tados e Municípios, sob pena de nulidade do pleito.
c) autorizar a publicidade institucional de atos, programas e 
obras, serviços e campanhas dos órgãos públicos federais, esta-
duais ou municipais, ou das respectivas entidades da adminis-
tração indireta.
d) nomear ou exonerar ocupantes de cargo em comissão, bem 
como designar ou dispensar de funções de confiança.
2. Condutas Vedadas – Parte II
2.1 Apresentação
Nesta unidade, finalizaremos os estudos acerca do abuso do poder eco-
nômico. 
2.2 Síntese
São vedadas condutas, três meses antes até o dia das eleições:
a) Transferências voluntárias de recursos públicos: da União para os Esta-
dos e municípios e dos Estados para os municípios. Exceções: calami-
dade pública e contratos já em execução – Lei nº 9.504/1997 art. 73, 
inciso VI.
A LC nº 101/2000 (Lei de Responsabilidade Fiscal), art. 25, caput, dispõe: 
“Para efeito desta Lei Complementar, entende-se por transferência volun-
tária a entrega de recursos correntes ou de capital a outro ente da Federação, 
a título de cooperação, auxílio ou assistência financeira, que não decorra de 
determinação constitucional, legal ou os destinados ao Sistema Único de Saúde.”
Sanção: multa de R$ 5.320,50 – R$ 106.410,00 (na reincidência dobra) – 
improbidade administrativa – cassação do registro ou diploma.
b) Propaganda institucional, salvo para propaganda de produtos com con-
corrência no mercado ou necessidade excepcional conforme autoriza-
ção da Justiça Eleitoral (vale para circunscrição onde há eleições) (Lei 
nº 9.504/1997, art. 73, inciso VI).
TSE – Deve ser comprovada a autorização ou prévio conhecimento da 
veiculação de propaganda institucional, não podendo ser presumida a respon-
sabilidade do agente público (Agravo de Instrumento nº 10.280/SP, Rel. Min. 
Marcelo Ribeiro, DJE de 14.9.2009 (...) Cabe analisar, em cada caso concreto, 
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se o beneficiário da propaganda institucional teve ou não conhecimento da 
propaganda (Precedente: Recurso Especial Eleitoral nº 35.903/SP, Min. Rel. 
Arnaldo Versiani, DJE de 02/09/2009)
Sanção: multa de R$. 5.320,50 – R$ 106.410,00 (na reincidência dobra) – 
improbidade administrativa – cassação do registro ou diploma.
c) Pronunciamento em rádio e televisão, salvo com autorização da Justiça 
Eleitoral (vale para circunscrição onde há eleições) (Lei nº 9.504/1997 
art. 73, inciso VI). Sanção: multa de R$ 5.320,50 – R$ 106.410,00 (na 
reincidência dobra) – improbidade administrativa – cassação do registro 
ou diploma.
d) Gastar em propaganda de 1º de janeiro a 5 de julho mais que a média 
dos 3 últimos anos ou do último ano (vale o menor). Sanção: multa de 
R$ 5.320,50 – R$ 106.410,00 (na reincidência dobra) – improbidade 
administrativa – cassação do registro ou diploma.
e) Shows artísticos, em inaugurações de obras públicas, pagos com dinhei-
ro público (art. 75 da Lei nº 9.504/1997). Sanção: cassação do registro 
ou diploma. 
f) Comparecimento de candidatos a inaugurações de obras públicas (art. 
77 da Lei nº 9.504/1997). Sanção: cassação do registro ou diploma. 
É preciso ressaltar que referida norma não é inconstitucional (STF – ADIn 
nº 3.305).
Pode chefe do Poder Executivo em inauguração de obra pública defender 
determinada candidatura. Também pode o chefe do Poder Executivo utilizar 
a residência oficial para reuniões e transporte, mas, neste caso (transporte), 
deverá haver ressarcimento. 
Com fundamento no princípio da proporcionalidade, é possível condenar 
apenas a uma das penas, tal como somente a multa.
Exercício
25. É vedada a contratação de shows artísticos pagos com recursos públi-
cos, nos seguintes casos:
a) nos dois meses que antecedem o registro das candidaturas.
b) nos quatro meses que antecedem as eleições.
c) nos três meses que antecedem as eleições.
d) nos três meses que antecedem o registro das candidaturas.
e) nos quatro meses que antecedem as convenções partidárias.
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Gabarito
1. Letra C.
2. Letra E.
3. Letra D.
4. Letra B.
5. Letra C.
6. Letra D.
7. Letra B.
8. Letra D.
9. Letra B.
10. Letra A.
11. Letra D.
12. Letra D.
13. Letra C.
14. I. Assertiva Incorreta. II. Assertiva 
Incorreta. III. Assertiva Correta.
15. Letra A.
16. I Assertiva Incorreta. II. Assertiva 
Correta.
17. Letra D.
18. Letra B.
19. Letra A.
20. Letra A.
21. Letra A.
22. Letra B.
23. Letra A.
24. Letra A.
25. Letra C.

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