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CriaçãoeManejodeQuelôniosno Amazonas (Projetodiagnósticodacriaçãodeanimaissilvestresnoe stadodo Amazonas) Editor PauloCésarMachadoAndrade- M.Sc. LaboratóriodeAnimaisSilvestres- Ufam CoordenadordoProjeto Pé-de-Pincha Apoio:ProgramaTrópicoÚmido/CNPq Publicação: CDU(2.ed.)639 CriaçãoeManejodeQuelôniosno Amazonas.ProjetoDiagnósticodaCriaçãode AnimaisSilvestresnoEstadodoAmazonas.2007.I SemináriodeCriaçãoeManejodeQuelôniosda AmazôniaOcidental.Ed.Pa uloCésarMachado Andrade. 2ªEdição. ProVárzea/FAPEAM/SDS. Manaus/AM.447p. Palavras-chave:Quelônios; Tartaruga;Criação Podocnemis ii C967 Criação e manejo de quelônios no Amazonas. / Paulo César Machado, organizador. –Manaus: Ibama, ProVárzea, 2007. 513 p. : il. color.; cm. Bibliografia ISBN 1. Quelônios. 2. Tartaruga. 3. Manejo. 4. Criadouro. I. Andrade, Paulo César Machado. II. Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis. III. Projeto Manejo dos Recursos Naturais da Várzea. V. ProjetoPé-de-Pincha. VI. Título. CatalogaçãonaFonte InstitutodoMeio AmbienteedosRecursosNaturaisRenováveis ProVárzea/Ibama - Rua Ministro João Gonçalves de Souza, s/nº - Distrito Industrial - 69.075-830. Manaus, AM. Tel. (92) 3613-3083 / 6 2 4 6 / 6 7 5 4 . F a x . ( 0 9 2 ) 3 2 3 7 - 5 6 1 6 . S i t e : www.ibama.gov.br/provarzea iii “Donalebresóqueriacorrerodiainteiro, porém,donaTartarugaandandochegouprimeiro!” (LaFontaine) Aosmeuspais,ManueleRegina, Portodooincentivo,sempre! ÀEdianaeaoGustavoportodoamorepaciência! ManuelinoBentes, “Seo” MocinhoLobo,peloexemplode vida (inmemorian) AoRosinaldodaCostaMachado, ProfessordoCentro Agropecuário,UFPA e iv PARDI,M. C.,SANTOS,I.F.dos ; SOUZA,E.R. ; PARDI,H.S. Ciência, HigieneeTecnologiadaCarne.2ed.Goiânia:CEGRAF/UFG, v.1,2001. POUGH,F.H.,HEISER,J.B.,McFARLAND,W.N. Avidados vertebrados.2.ed. – SãoPaulo:Atheneu,1999. KIRK,R.W. Atualizaçãoterapêuticanaveterinária.SãoPaulo:Manole, 1984. LUZ,V.L.F. 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Brasília-DF, 1998. _____. Portaria nº 711 de 01/11/95. Normas técnicas de instalações e equipamentos para abate e industrialização de suínos. Brasília-DF, 1995. _____. Padronização de técnicas, instalações e equipamentos para o abate de bovinos. _____. Instrução Normativa nº 03 de 17/01/00. Regulamento técnico de métodos de insensibilização para o abate humanitário de animais de açougue. Brasília-DF, 2000. BRASIL. Ministério do Meio Ambiente. Portaria nº 142 de 30 de dezembro de 1992. Normatiza a criação em cativeiro das espécies de quelônios Podocenmis expansa, tartaruga-da-amazônia e Podocnemis unifilis, tracajá, com finalidade comercial, partindo de filhotes, nas áreas de distribuição geográfica. Brasília-DF, 1993. _____. Portaria nº 070 de 23 de agosto de 1996. Normatiza a comercialização de produtos das espécies de quelônios Podocenmis expansa, tartaruga-da-amazônia e Podocnemis unifilis, tracajá, provenientes de criadouros comerciais regulamentados pelo IBAMA. Brasília-DF, 1996. DORNELLES, A. M. G.; QUINTANILHA, L. C. Abate experimental de tartaruga-da-amazônia (Podocnemis expansa). In: CONGRESSO LATINO- AMERICANO DE HIGIENISTAS DE ALIMENTOS, 2003. Belo Horizonte. 1., 2003. Anais… Belo Horizonte: CRMV-MG, p.57-58. GASPAR, A.; RANGEL FILHO, F. B. Utilização de carne de tartarugas da Amazonia (Podocnemis expansa), criadas em cativeiro, para consumo humano. Revista Higiene Alimentar, v.15, p. 73-78, 2001. JAY, J. M. Modern food microbiology. 4ed. New York: Van Nostrand Reinhold, 1992. 536 Agradecimentos Ao Projeto Manejo dos Recursos Naturais da Várzea – ProVárzea/Ibama, pelo reconhecimento ao Programa Pé-de-Pincha como iniciativa promissora para as várzeas amazônicas e por tornar real o sonho desta publicação. Ao Governo do Amazonas, que através da Fapeam e da Secretaria de Meio Ambiente eDesenvolvimento Sustentável apoiaram a realização do I Seminário deCriação e Manejo deQuelônios daAmazôniaOcidental, em2004, que deu origema este livro. Ao Programa Trópico Úmido, do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico/CNPq, ao Ibama-AM e à Universidade Federal do Amazonas pelos recursos financeiros, humanos e logísticos empregados nesses nove anos de pesquisa, e pelo reconhecimento da importância estratégica da fauna para a região amazônica. Ao Centro de Conservação e Manejo de Répteis e Anfíbios (RAN) pela trajetória de luta. Ao coordenador do PTU/CNPq, Dr. Luís Alberto dos Santos Monjeló, por todo o apoio, boa vontade e, fundamentalmente, otimismo, mesmo nas horasmais difíceis. Ao ex-Presidente do Ibama, Hamilton Casara, incentivador dos trabalhos interinstitucionais e da pesquisa com fauna no Amazonas. Ao sr. Geraldo Lima, nosso motorista, que vem acumulando “milhas” de estrada e de biometria de tartaruga junto comanossa equipe. Aos técnicos do Ibama, acadêmicos da Ufam, bolsistas e voluntários de todas as horas trabalhadas com quelônios (João, Pedro, Francimara, Paulo Henrique, Francivane, Sandra, Renata, Luís, Kildare, Clóvis, Anndson, Eleisson, Wander, Jonathas, Carlos, Hugo, Hellen, Cléo, Midian e Vickson). À Ediana e ao Gustavo, por terem conseguido suportar toda essa loucura que foi acompanhar as pesquisas e editar este livro em trêsmeses. Ao Stones Júnior, pela paciência e horas de conserto dos problemáticos computadores desta edição. Aosmeus pais, familiares e, sobretudo, àDeus! v Sumário Introdução........................................................................ 1 Capítulo1: Manejocomunitáriodequelônios – a parceriaProVárzea/Ibama – Pé-de-Pincha........................ 12 Capítulo2: Revisãosobreascaracterísticasdas principaisespécies dequelôniosaquáticos amazônicos..................................................................... 24 Capítulo3: Áreasdereproduçãodequelônios protegidaspeloRAN-Ibama/Amazonas eUfam................. 55 Capítulo4:Ecologia dequelôniospelomedusídeos naReservaBiológicadoAbufari......................................129 Capítulo5: Genéticamoleculardaspopulaçõesdas espéciesdequelôniosdogênero Podocnemis na Amazônia: resultadospreliminares................................. 176 Capítulo6: Fisiologiaebioquímicadequelôniose suasimplicaçõesparaomanejoeacriaçãoem cativeiro......................................................................... 196 Capítulo7: Instalaçõespara a criaçãodequelônios....... 227 Capítulo8: Alimentaçãoenutriçãodequelônios aquáticosamazônicos(Podocnemis spp.)........................ 265 Capítulo9: Desenvolvimentodetartaruga-da- amazônia(P.expansa)etracajá(P.unifilis)em cativeiro, alimentadoscomdietasartificiaisem diferentesinstalações..................................................... 295 Capítulo10: Manejoemcriaçõesdequelônios aquáticos noAmazonas:adubação,densidadede cultivo,desempenhodediferentesespécies, populaçõesesexo.......................................................... 338 Capítulo11: Manejoreprodutivo,predaçãoe sanidade....................................................................... 378 Capítulo12: Caracterizaçãosocioeconômicae ambientaldacriaçãodequelôniosno estadodo Amazonasecomercialização...........................................421 Capítulo13: Cultivodetartaruga-da-amazônia(P. expansa):alternativaecológica,técnicaeeconômica aoagronegócioamazônico.............................................. 451 Capítulo14: Abateexperimentaldatartaruga-da- amazônia(P.expansa)criada emcativeiro..................... 463 Referências bibliográficas........................................... 502 vi VOGT, R. VI meeting of the project to manage and project Amazonian River turtles. Tortoises & Turtles, Newlestter of the IUCN tortoise and Freshwater Turtle Specialist Group, v. 5, 1990. p. 18-20. Capítulo 13: CANTARELLI, V. H. Conservação e manejo de quelônios da Amazônia. In: NASCIMENTO, L. B.; BERNARDES, A. T.; COTTA, G. A. (Ed.). Herpetologia no Brasil. Belo Horizonte: PUC-MG: Fundação Biodiversitas: Fundação Ezequiel Dias, 1994. p. 25-34. IBAMA. Projeto quelônios da Amazônia 10 anos. Brasília, 1989. 119 p. IBAMA; UFAM. Relatório final 98-2000 do projeto “Diagnóstico da criação de animais silvestres no estado do Amazonas”. Manaus: Ibama: CNPq, 2001. MARTIN, N. B. et al. Custos e retornos na piscicultura em São Paulo. Informações Econômicas, São Paulo, v. 25, n. 1, p. 9-47, 1995. MELO, L. A. S.; IZEL, A. C. U.; RODRIGUES, F. M. Criação de tambaqui (Colossoma macropomum) em viveiros de argila/barragens no estado do Amazonas. Manaus: Embrapa Amazônia Ocidental, 2001. 30 p. 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Desde o século XVII que a região onde hoje se situa o estado do Amazonas é conhecida como o grande berçário de quelônios de água doce. A exploração realizada pelos portugueses trazia à capitania de São José da Barra do Rio Negro, milhões de tartarugas (Podocnemis expansa), tracajás (Podocnemis unifilis) e iaçás (Podocnemis sextuberculata) para serem abatidos. Em 1792, segundo relatos de Silva Coutinho apud Andrade (1988), registra- se emapenas umano o abate de 24milhões de tartarugas na cidade da Barra do Rio Negro, a futuraManaós. A primeira proibição surge em 1849, restringindo a produção de manteiga de ovos e proibindo o consumo de filhotes. Em 1855, surge a primeira Resolução de nº 54 protegendo os tabuleiros do Solimões, Amazonas, Urucurituba, Negro e outros, pois as espécies, principalmente a tartaruga, começavam a desaparecer. Todavia, na Manaus dos idos de 1950 e 1960, era comum vender tartarugas em carrinhos de mão pelas ruas. NoMercado Adolpho Lisboa, o principal da cidade, havia uma área com “curral” para armazenamento dos animais vivos que, posteriormente, eram abatidos. No Careiro, Terra Nova e outras áreas próximas a Manaus, eram mantidos grandes depósitos de quelônios para abastecer a capital amazonense (Andrade, 1988) . Antes da proibição total do comércio e captura de quelônios, em 1967, o então presidente Castelo Branco publicou uma portaria proibindo o comércio de tartaruga em feiras e mercados. Essa medida criou uma situação de conflito no Amazonas, pois a comercialização de produtos de animais silvestres constava inclusive na pauta de cobrança de impostos da Secretaria da Fazenda. Pelo transporte em embarcação fluvial de 20 tartarugas adultas era cobrado Imposto de Circulação de Mercadoria (ICM) de Cr$80,00 (oitenta cruzeiros) equivalente, hoje, a cerca de R$15,00. Em Parintins, por onde passavam embarcações advindas do Pará, trazendo tartarugas do rio Trombetas, Tapajós e do Xingu, houve problemas entre a coletoria do estado e aDelegacia local. Com a Lei de Proteção à Fauna, Lei nº 5.197 de 1967, o comércio de quelônios foi oficialmente proibido, todavia, o mercado clandestino vem tornando-se cada vezmais forte e organizado. Essamesma lei já previa em seu artigo 6º, item b, a “construçãode criadouros destinados à criação de animais silvestres para fins econômicos e industriais”. Em 1969, saiu a primeira portaria tentando normatizar esse novo tipo de empreendimento, a Portaria nº 1.136/1969. Em 1973, com a Portaria nº 1.265P, ficava autorizada na Amazônia a implantação de criadouros da fauna. Um dos primeiros grandes projetos de criação de quelônios da Amazônia começou na verdade em 1964, sendo, posteriormente, acompanhado pelo extinto Instituto Brasileiro de Desenvolvimento Florestal (IBDF). Foi o do Lago do Salé, em Juruti, em que filhotes de tartaruga oriundos do rio Trombetas eram Manuel Andrade,GerentedeOperaçõesda A.RaposoeCia. – Distribuidorade combustívelnoBaixo Amazonas,noperíodode1960a1975.Informaçãopessoal. 1 2 PAIXÃO.L .; TATCHER,V. E.Dadospreliminaressobreafauna parasitológicade Podocnemis sp. In: CONGRESSOBRASILEIRODE ZOOLOGIA. 11., 1984. Pará,p.307-8. PEZZUTI,J. C. B. Ecologia reprodutivade iaçá, Podocnemis sextuberculata (Testudines,Pelomedusidae),naReservade DesenvolvimentoSustentávelMamirauá,Amazonas,Brasil .Manaus , 1997. SOINI,P.Ecologíareproductivadelataricaya(Podocnemisunifilis)enelrio Pacaya,Perú. FoliaAmazônica, v.6,p. 105-124, 1995. TERAN,A. F.; ACOSTA,A.; VILCHEZ,I.Tortugas Podocnemis mantidasem cativeiroaoredordeIquitos,Loreto -Peru. BoletímdeLima, v. 84,p. 79- 88,1992. TERAN,A . F .;ACOSTA,A .; RAMIREZ, D.;VILCHEZ, I.; TALEIXO,G . ReproduciondalaTaricaya Podocnemisunifilis (Reptilia:Testudinides)en cautiverio,Iquitos,Peru. 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O criatório pertencia ao sr. José Maria Vieira que, segundo relatos, recebeu emumúnico lote 100.000 tartaruguinhas. No estado doAmazonas, as atividades do Projeto Quelônios daAmazônia tiveram início em 1975 com trabalhos no rio Branco (afluente do rio Negro) e em Codajás, sendo que em 1977 foram criados oficialmente vários tabuleiros no Purus (Axioma, Santa Luzia, Aramiã, e outros) e no Juruá (próximo a Carauari: Deus é Pai, Pão, Pupunha,Manariã; e em Itamarati:Walter Buri, Marimari, Iracema, etc.). Grande parte dessas áreas eram tabuleiros oriundos do trabalho de conservação executado por grandes seringalistas daquela região. O Instituto Brasileiro de Desenvolvimento Florestal (IBDF), com apoio dos proprietários locais e da experiência das comunidades próximas, treinou pessoas e, já naquele ano, houve produção de cerca de 55.000 filhotes nas áreas protegidas do Juruá (RAN-AM, 2001). Em1989, a proteção passou a ser realizada apenas nos tabuleiros doAbufari (rio Purus) e em Walter Buri (rio Juruá), sendo a produção desses dois tabuleiros estimada em 108.319 filhotes de quelônios. A partir de 1995, os trabalhos de proteção passam a se concentrar na Reserva Biológica do Abufari (onde se encontra o tabuleiro/praia de maior produção de quelônios noAmazonas), emWalter Buri e na Reserva Extrativista doMédio Juruá (maior área produtora de quelônios do estado).Aprodução da praia do Abufari foi de 67.680 filhotes em 1977, subindo para 415.000 em 1994, caindo para 170.000 em 2000. Em 2003, a produção estimada de filhotes de tartaruga emAbufari foi de 260.000 animais. A Resex do Médio Juruá protege cerca de dez tabuleiros remanescentes das áreas protegidas pelos antigos donos de seringais: Jacaré (seringal Pupunha, comunidadeNovaEsperança),Deus é Pai,Manariã,Ati 3 (comunidade doRoque),GumodoFacão,Bauana,BomJesus,Marari (comunidade do Pau-Furado), Itanga, Mandioca. A produção média é estimada em 250.000 filhotes de tartaruga, tracajá e iaçá.Desde 2001, o Ibama tem trabalhado em73 áreas diferentes, em oito calhas de rio (Juruá, Purus, Madeira, Negro, Uatumã, Amazonas, Nhamundá eTrombetas), com uma produçãomédia anual de 1.500.000 filhotes de quelônios (Andrade, 2002). A venda ilegal de quelônios capturados na natureza ainda é extremamente elevada no estado do Amazonas. A tartaruga e o tracajá são as espécies mais procuradas para a criação comercial.Acriação de quelônios depende da retirada de milhares de filhotes dos tabuleiros protegidos pelo Ibama. O principal fornecedor, de 1995 a 1998, era a Reserva Biológica doAbufari, sendo que a retirada anual de filhotes carecia de qualquer critério científico, com cotas arbitrariamente estabelecidas. Não existiam informações ou qualquer investigação sobre os estoques naturais. Nada se sabia sobre a abundância e densidade, área de vida, uso de habitats, taxas de sobrevivência de filhotes em diferentes estágios de vida (filhotes, jovens, subadultos e matrizes). Hoje, os principais fornecedores de filhotes para os criadores do Amazonas são os tabuleiros de Walter Buri, no rio Juruá,monitorado pelo Posto deEirunepé, e Sororoca eToró, no rioBranco/RR. No estado do Amazonas existem aproximadamente 196 projetos de criação comercial de animais silvestres, em análise, junto ao Ibama- AM, sendo que já encontram-se registrados 78 criadouros em Manaus, 21,66%; Manacapuru, 21,66%;Itacoatiara, 21,7%; Iranduba, 4,7%; Rio Preto da Eva, 21,66%; Lábrea, 4,7%; São Gabriel da Cachoeira, 2%; e Urucará, 2% (Canto et al., 1999). Destes, 88,46% são criatórios de tartaruga. O estado é o que possui o maior número de criatórios 4 expansaeP.erythrocephala )nosMunicípiosdeTerraSantaeOriximiná - PAeNhamundáeParintins - AM - "ProjetoPé -de-Pincha". 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ManejoSustentáveldeQuelônios(Podocnemisunifilis,P.sextuberculata,P. 530 comerciais de quelônios do país, com uma demanda crescente passando de 11 criadouros registrados, em1997, para 33 criadouros em 2000, atingindo em 2001, 52 criatórios registrados. Ao final de 2003 eram 69 criadouros com cerca de 400.000 animais em cativeiro (Andrade et al., 2003). Quanto ao potencial de mercado, os quelônios são, freqüentemente, encontrados nas feiras e nas embarcações, em todo o Amazonas, tendo como principal ponto de comercialização (90%), Manaus, representando a ordem de animais mais apreendida, com 52,2%. A venda de quelônios (tartaruga e tracajá) sob encomenda representa 22% do total de animais silvestres comercializados para alimentação. Os municípios onde ocorre o maior número de apreensões são Manaus (59%), Tefé (12%), Manacapuru (7%) e Tapauá (2%). Na área urbana de Manaus o maior número de apreensões incide em áreas de populações de baixa renda advindas do interior (zona leste). A tartaruga (80%), a paca (33%) tracajá (30%) são os animais silvestres de maior interesse para os restaurantes, onde os preços variam de R$ 7,57 a 18,76/kg. Nas feiras, os preços de venda ilegal da carne variam de R$ 2,00 a R$ 4,00/kg (Canto et al., 1999). O consumo de quelônios na Amazônia ainda é um hábito arraigado na população local, o que tem levado à caça e comercialização ilegal de ovos e de animais adultos. A criação comercial, permitida pela Portaria nº 142/92, ainda não consegue atender o mercado e seus preços, ainda são elevados. A demanda por filhotes para criação, também é grande e o Ibama não está conseguindo atender a todos que querem criar, pois não possui um número suficiente de tabuleiros protegidos (Andrade et al., 2003 e 1999). O esvaziamento do meio rural e a falta de incentivos para a agricultura levaram a um quadro em que os que sobreviviam no interior passaram a trabalhar quase que exclusivamente como 5 vaqueiros na pecuária, na agricultura de subsistência ou como pescadores. Como essas atividades não geram tanta renda, a subsistência e a captação de recursos são conseguidas pela exploração dos recursos naturais. Nesse contexto, entram a castanha, a madeira e a fauna, em sua grande maioria exploradas demaneira predatória e irracional (Smith&Pinedo, 2002). Devido à caça de adultos e à coleta de ovos, as populações de quelônios vêm desaparecendo. Adultos e ovos são coletados pelas comunidades locais para consumo ou venda para Manaus. Em Carauari, Juruá e Parintins/AM, todavia, algumas áreas foram protegidas por iniciativa dos próprios produtores rurais e por associações comunitárias ambientalistas. Desde 1999, a Universidade Federal do Amazonas (Ufam) e o RAN/Ibama-AM, com o apoio das comunidades de Parintins, Nhamundá, Barreirinha, Terra Santa, Juruti e Oriximiná, das prefeituras locais, CNPq, Fapeam, Programa Universidade Solidária e ProVárzea vêm realizando o manejo participativo de quelônios, tendo realizado as seguintes atividades: Seminário Sobre Manejo Sustentável de Tracajás (255 participantes) e reuniões (21.630 participantes); Capacitação de 49 agentes ambientais; Curso e Reciclagem em Educação Ambiental para 385 professores; Construção de cercados nas áreas protegidas e transferência de ninhos; 5. Fiscalização; Palestras nas escolas e comunidades (67.606 participantes) sobre meio ambiente e alternativas de desenvolvimento; Minicursos (tecnologia do pescado, criação caipira de galinhas, plantas medicinais, hortas comunitárias, manejo de quelônios, etc., 1.021 participantes); Treinamento de campo para 86 professores, 684 alunos e238 comunitários, e visita a campo com 660 participantes; Participação de 850 famílias, envolvimento direto de 3.455 pessoas, e abrangência de 23.400 pessoas nas 78 comunidades e na sede. Nos primeiros anos, em 1999-2000, foram 6 SCHWARZKOPF,L.;BROOKS,J. R.Nest -siteselectionandoffspringSex ratioinpaintedturtles, Chrysemyspicta. Copeia,v. 7,n. 1,p. 55-61, 1987. SEBRAE. Criaçãodequelôniosemcativeiro .Manaus : Programade informação, 1995. 62 p. SILVANETO,P. B. Abatedetartarugas -da-amazônia. Relatório. São Paulo:Pró -FaunaAssessoriaeCom ércioL tda, ConvênioEmpresaPró - FauaneCenaqua-Ibama.1998. 48p. SILVA,T. J. 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Através deste programa de conservação de recursos naturais e extensão, denominado “Pé-de-Pincha”, o Ibama e a Ufam conscientizaram e capacitaram essas comunidades do Médio-Baixo Amazonas para omanejo racional de quelônios. Apesar de explorados de forma predatória, sem técnicas para o extrativismo de forma sustentável, a tartaruga (Podocnemis expansa), o tracajá (P. unifilis) e o iaçá (P. sextuberculata) têm ampla distribuição e potencial reprodutivo, sendo uma alternativa real de proteína (qualidade e quantidade) na dieta dos habitantes da Amazônia. Contudo, para o uso desse recurso é necessário que seja desenvolvido um programa de manejo para evitar uma superexploração (Voigt, 2003). As taxas de exploração da população, sua sobrevivência, recrutamento e tamanho podem ser estimados através do estudo de dinâmica de populações. A avaliação dos estoques (grupos discretos de animais com parâmetros populacionais constantes na área de distribuição) tem como finalidade fornecer orientações sobre o nível ótimo da exploração desses recursos aquáticos renováveis (Ibama, 2003; Bataus, 1998). A criação de quelônios em cativeiros licenciados poderá, de certa forma, amenizar a situação desses animais quanto à pressão de caça e à extinção. Através da Portaria nº 142/92 do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – Ibama, que normatiza a criação comercial da tartaruga-da-amazônia e do tracajá, em cativeiro, o Governo brasileiro pretendeu proporcionar ao consumidor de produtos da fauna, a oportunidade de conseguir o animal para consumo, de forma legal, contribuindo para a 7 conservação e a preservação de ambas as espécies e para a diminuição da caça predatória, oferecendo uma nova alternativa comercial para os produtores rurais locais (Duarte, 1998). Hoje, a venda ilegal ainda é “quantitativa e qualitativamente” uma forma de concorrência desleal para a queloniocultura amazonense. Entretanto, espera-se que o aumento da oferta de produtos oriundos de criadouros licenciados de animais silvestres diminua a pressão de caça sobre os estoques naturais, cujo manejo natural será um fator importante para manter a conservação das espécies de elevado valor econômico. Apesar da importância estratégica dessa atividade, até meados da década de 1990, poucas pesquisas haviam sido realizadas que pudessem oferecer subsídios científicos para tecnologias adequadas e eficientes de manejo em cativeiro. Até bem pouco tempo, não se tinha idéia de parâmetros como taxa de crescimento, alimentação e exigências nutricionais, densidade da criação, instalações, entre outros, para a criação em cativeiro (Silva, 1988; Cenaqua, 1994; Ferreira, 1994). A maioria das informações, possivelmente geradas pelo Ibama, ainda não haviam sido disponibilizadas em livros ou periódicos científicos para o público. Hoje, na Amazônia brasileira, as espécies economicamente expressivas e autorizadas pelo Ibama para criação comercial são a tartaruga ( ) e o tracajá ( ). Para estimular a criação desses animais em cativeiro, o antigo Centro Nacional dosQuelônios da Amazônia – Cenaqua, hoje RAN (Centro de Conservação e Manejo de Répteis e Anfíbios), criou os Núcleos Experimentais de Tecnologia de Criação de Quelônios. No Amazonas, esses núcleos não foram criados e os queloniocultores pioneiros não tiveram Podocnemis expansa P. unifilis 8 MOLINA,F. B.;ROCHA,M. B. Identificação,caracterizaçãoe distribuiçãodosquelôniosdaAmazôniabrasileira. Belém: Centro NacionaldosQuelôniosdaAmazônia, 1996. 24 p. Apostila. MORLOCK,H. Turtles: perspectivesand research. Flórida,1997. 479p. MUGGIATI, A.Acarnedetartarugavoltaaocardápio. 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Fisiologiaebioquímicacomparadadequelôniosdogênero Podocnemis emdiferentesetapasdodesenvolvimento.2002. 526 assistência técnica adequada, baseando suas criações no conhecimento empírico individual e em algumas informações repassadas pelo Cenaqua – Ibama, Amazonas (Duarte, 1998). Diante da real situação da criação em cativeiro de tartaruga e tracajá no estado do Amazonas, percebeu-se a necessidade de determinar parâmetros zootécnicos para a queloniocultura e a partir desse quadro, diagnosticado, propor formas demanejo para garantir melhores desempenhos desses animais em cativeiro. A Universidade Federal do Amazonas (Ufam) e o Ibama iniciaram em1997 o projeto Estudos de Zootecnia, Biologia eManejo de Animais Silvestres para a Região Amazônica e em 1998 o Diagnóstico da Criação de Animais Silvestres no Estado do Amazonas, com apoio do Programa Trópico Úmido/CNPq. Através dessa parceria, um grupo de pesquisadores das duas instituições passou a desenvolver trabalhos sistematizados de manejo, nutrição, genética, fisiologia e bioquímica, parasitologia, ecologia reprodutiva, biologia do crescimento e estudos socioeconômicos sobre os criatórios. Em visitas bimestrais aos criadores, os pesquisadores passaram a prestar assistência técnica repassando, simultaneamente, os resultados das pesquisas que estavam realizando. Além dessa atividade de extensão direta, os trabalhos do grupo foram divulgados através da mídia, o que gerou uma procura muito grande por implantação de projetos individuais e comunitários, cursos ematerial bibliográfico. A Ufam e o Ibama conseguiram, nos últimos nove anos, aprovar projetos na área de criação e manejo de animais silvestres, que totalizam R$ 827.828,19 destinados à pesquisa básica e aplicada, sendo que a 9 Ufamdestinou recursos de capital e custeio demais de R$ 61.533,10 como contrapartida para o projeto “Diagnóstico.../PTU” e para projetos PIBIC, e de R$ 65.000,00 para o Projeto de Extensão “Pé-de- Pincha”, além da concessão de bolsas institucionais de iniciação científica e de extensão, totalizando R$ 58.560,00. As principais unidades de pesquisa com criação de animais silvestres são a Fazenda Experimental da Universidade, com criatórios comerciais de quelônios e capivaras, e científicos, de caititus, queixadas, pacas, cutias e jabutis, e o Centro Experimental de Criação de Animais Nativos de Interesse Econômico (Cecan), do Ibama-AM. Além desses, completam as unidades de pesquisa os laboratórios de criação de animais silvestres, de zoologia, de parasitologia e de genética. O campus avançado de Parintins é a base logística para os trabalhos com manejo participativo de quelônios, por comunidades no Baixo Amazonas e oeste do Pará. Essas informações demonstraram a importância estratégica que a Universidade Federal do Amazonas e a Divisão de Fauna do Ibama- AM conferiram à pesquisa com criação e manejo de animais silvestres, sendo que, graças aos resultados alcançados pode-se dizer que hoje o Amazonas possui um pacote tecnológico mínimo para servir de referência aos criadores de quelônios, capivaras, pacas e cutias no estado (densidade de cultivo; tipo de instalação; alimentos preferidos; comportamento; desempenho de diferentes populações; aspectos de nutrição; avaliação socioeconômica das criações; índices zootécnicos; principais parasitas, local e época de abate). Além da pesquisa aplicada, o projeto gerou inúmeras informações sobre a variabilidade genética e citogenética de animais silvestres, parâmetros fisiológicos dos animais pesquisados e sobre a ecologia reprodutiva e predação de quelônios. O trabalho junto aos criadores permitiu o repasse imediato dos resultados da pesquisa e uma conseqüentemelhoria nas técnicas de criação. 10 recursosnaturalesrenovables . Bogota,colômbia: DivisãodeParquesNacionalesYVidaSilvestre. 1972.p.38. FACHIN-TERAN,A.,VOGT,R. C.,GOMES,S. F.Food habitatsofna assemblageoflivespeciesofturtlesintherioGuaporé,Rondônia,Brazil. J. Herpetology,Ology, S/1,v. 29,n. 4,p. 536-547, 1995. FERRARINI,S.A. Quelônios; animaisemextinção.Manaus, 1980. 68 p. FERREIRALUZ,V.L. Baixatemperatu ra;fatorlimitanteàcriaçãode tartaruga. Chelonia. Goiânia: CentronacionaldosQuelôniosdeAmazônia, 1994.p. 4. FRAIR,W.Turtleredbloodcellpackedvolumes,sizesandnumbers. Herpetologica, v. 33,p. 167-190, 1977. 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Com o apoio do ProVárzea/Ibama, a edição deste trabalho tem por objetivo servir de material didático e de consulta para produtores, técnicos do setor primário e estudantes de graduação, ou cursos técnicos, que desejam obter informações compiladas sobre as técnicas de criação e manejo desse importante recurso faunístico das áreas de várzea, que são os quelônios, resultado dos estudos realizados com os queloniocultores do Amazonas, nos últimos nove anos. 11 12 Capítulo1 Manejocomunitáriodequelônios AparceriaProVárzea/Ibama – Pé-de-Pincha MarceloDerziVidal TiagoVianadaCosta A várzea é um dos ecossistemas mais ricos da bacia amazônica em termos de produtividade biológica, biodiversidade e recursos naturais. Meio de vida para mais de 1,5 milhão de ribeirinhos, a várzea ocupa 300 mil km , ao longo da calha dos rios Amazonas/Solimões e seus principais tributários, tamanho equivalente a 6% da superfície da Amazônia Legal (Santos, 2004). Seus rios e lagos, bem como outros corpos de água da Amazônia, abrigam 25% das espécies de peixes de água doce do mundo e outro número expressivo de anfíbios, répteis, aves e mamíferos que interagem emumcomplexo e exuberante, porém frágil, ecossistema. Apesardesuacapacidadeprodutivaeresiliêncianatural,oatual modelohumanodeutilizaçãodosrecursosnaturaisestálevando àdegradaçãoprogressivadesuasáreas.Entreasprincipais causasdesseprocessopodemosdestacar(a)agestãoineficiente; (b)afaltadepolíticasespecíficasparapromovero desenvolvimentosustentávelemseuambiente – crédito, desenvolvimentotecnológico,infra-estruturaeregularização fundiária;(c) A várzea 2 Gerente do Componente Iniciativas Promissoras do ProVárzea/Ibama – Técnico do Componente Iniciativas Promissoras do ProVárzea/Ibama – marcelo.vidal@ibama.gov.br mderzi@bol.com.br tvianadacosta@yahoo.com.br TRATADODECOOPERACIONAMAZONICA. Biologiay manejode la tortuga(Podocnemisexpansa). Caracas,Venezuela, 1997. VIANNA,V. O. 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UniversidadNacionaldelaAmazoniaPeruanaylaUniversityof Florida.Iquitos,Perú. 522 13 a escassez de sistemas efetivos de manejo dos recursos naturais; (d) a deficiência do sistema de monitoramento e controle; e (e) a falta de uma estratégia de conservação específica para o ecossistema de várzea (Santos, 2005). Visando atenuar a progressiva degradação nessa região, considerada uma das mais vulneráveis da Amazônia, o Projeto Manejo dos Recursos Naturais da Várzea (Ibama, 2002) surgiu para fomentar a conservação e o desenvolvimento sustentável da várzea, incentivando a participação das populações tradicionais que nela habitam. Vinculado ao Programa-Piloto para Proteção das Florestas Tropicais do Brasil – PPG-7 e executado pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – Ibama, o projeto tem como objetivo estabelecer as bases técnica, científica e política para a conservação e o manejo sustentável dos recursos naturais das várzeas da região central da bacia amazônica. Uma das ações para o alcance de seu objetivo é o apoio a projetos que desenvolvam sistemas inovadores de manejo dos recursos naturais, que sejam sustentáveis dos pontos de vista social, econômico e ambiental, e que possam ser multiplicáveis não somente em outras áreas da várzea amazônica, mas também em outras regiões do país. No período de 2002 a 2006, o ProVárzea/Ibama, por meio do Componente Iniciativas Promissoras, investiu um montante de R$ 8.451.456,57 em 25 projetos nas seguintes linhas temáticas: (a) manejo dos recursos florestais; (b) manejo dos recursos pesqueiros; (c) agropecuária; e (d) fortalecimento institucional. Desse total de recursos, uma expressiva parcela foi destinada a atividades de capacitação, monitoramento e manejo de recursos, e escoamento e comercialização da produção. Ao todo, 115.486 pessoas foram atingidas diretamente nos 38municípios dos estados do Amazonas e Pará, pormeio dos projetos (Figura 1) OProVárzea/Ibama . 14 F ig u ra 1 . M u n icíp io s a b ra n gid o s p elo s p ro jeto s a p o ia d o s p elo C o m p o n en te In icia tiva s P ro m isso ra s d o P ro V á rzea / Ib a m a . COSTA, F. S. Efeitosdeníve l deenergiabrutanaração,instalações, densidade,populaçõesesexosobrequelônios( P.expansa,P.unifilise P.sextuberculata )emcativeiro . Manaus,1999.123p. Monografia – UFAM. 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Entre os objetivos do projeto, além da preservação de tracajás (Podocnemis unifilis), pitiús (P. sextuberculata), tartarugas (P. expansa) e irapucas (P. erythrocephala), pelos próprios comunitários, estão presentes as possibilidades de utilização do recurso para subsistência, a criação em cativeiro e a comercialização de filhotes para criatórios autorizados. Soma-se a isso todo um programa de educação ambiental com palestras, capacitação de professores e alunos, formação de agentes ambientais voluntários, atividades de incentivo ao ecoturismo e organização das comunidades emassociações e cooperativas. Noanode2003aUfam,pormeiodaFundaçãoRioSolimões – Unisol,apresentouapropostadoProjetoPé-de-Pinchano processoseletivodeapoioaprojetosdemanejodosrecursos naturaisdoProVárzea/Ibama. 16 Em agosto de 2004, após uma seleção que contou com mais de 27 propostas, o ProVárzea/Ibama iniciou o apoio às atividades do projeto Manejo Sustentável de Quelônios (Podocnemis sp.) por comunidades do Médio e Baixo Amazonas – Projeto Pé-de-Pincha. O custo total do projeto é de R$ 482.921,00. Sendo R$ 338.130,00 de recursos oriundos do ProVárzea/Ibama e R$ 144.791 fazem parte da contrapartida daUfam. A estratégia de preservação adotada pelo Pé-de-Pincha é baseada em diversas fases e atores que, sendo complementares, resultam emações significativas. Inicialmente, Agentes Ambientais Voluntários – AAVs credenciados pelo Ibama e comunitários realizam, anualmente, no período de desova a fiscalização das praias utilizadas para a nidificação dos quelônios. O segundo passo é a identificação e transferência dos ninhos das praias naturais para as artificiais, também denominadas “berçários”, seguido do acompanhamento do nascimento dos filhotes e da obtenção de dados biométricos (Fig. 1). Finalmente, após três meses de nascidos, ocorre a soltura dos filhotes nas praias originalmente utilizadas para desova e a distribuição de aproximadamente 20% do número de nascidos para criadores credenciados, sejam eles com fins comerciais ou de subsistência. No período de 2004 a 2006, as ações do Pé-de- Pincha resultaram em uma elevação do número de filhotes devolvidos à natureza, que representaram um aporte de 192 mil e 195 novos indivíduos ao ambiente natural. Quando comparamos o número de ninhos, o número de ovos e o número de filhotes devolvidos à natureza (Fig. 2), podemos inferir que a permanência dos filhotes nos berçários, por cerca de três meses após o nascimento, tem permitido maiores chances de sobrevivência quando devolvidos ao ambiente natural. Aspectos ambientais ALHO,C. J. R.; PÁDUA,L. F. M. Reproductiveparametersandnesting behavioroftheAmazonturtle Podocnemisexpansa (Testudinata: Pelomedusidae)inBrazil. CanadianJ.Zoology , v. 60,n. 1,p. 97 -103, 1982. ALHO,C. J. R.; PÁDUA,L. F. M. Influênciadatemperaturadeincubação nadeterminaçãodosexodatartarugadaAmazônia Podocnemisexpansa (Testudinata:Pelomedusidae) Rev.Bra sil.Biol. , v. 44,n. 3,p. 305-311, 1984. ANDRADE,G.B. EstudosefetuadosparaacriaçãodaReservaBiológica doAbufari - RioPurus - Amazonas .RelatóriodoProjetoPolamazônia. Manaus, 1981. BATES, H.W. ThenaturalistontheriverAmazon . London,Murr ay, 1876. 395p. BATISTELLA,A.M. 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Isso é ainda reforçado, segundo os comunitários, pela maior quantidade de indivíduos adultos que vem sendo observada nas áreas manejadas, o que há muito tempo não acontecia. Entretanto, analisando por espécie manejada, pode-se verificar um grande aumento no número de ninhos e ovos de irapucas, ao contrário das demais espécies de quelônios trabalhadas pelo projeto que, praticamente, mantiveram-se constantes ao longo de três anos (Tab. 1). Esses valores podem estar relacionados à grande pressão antrópica sobre espécies culturalmente utilizadas para A B C 2004 2005 2006 Espécie Nº de ninhos Nº de ovos Nº de ninhos Nº de ovos Nº de ninhos Nº de ovos Tracajá 2.504 55.384 3.315 67.034 2.823 61.525 Pitiú 830 12.791 797 11.004 537 9.030 Tartaruga 83 5.964 39 3.888 64 6.331 Irapuca 70 597 282 2.059 755 5.838 Total 3.487 74.736 4.433 83.985 4.179 82.724 0 10.000 20.000 30.000 40.000 50.000 60.000 70.000 80.000 90.000 2004 2005 2006 NºNinhos NºdeOvos Soltura consumo e que apresentam um valor comercial elevado, tais como a tartaruga e o tracajá. Tabela 1. Acompanhamento das desovas de quelônios no período de 2004 a 2006. Figura 2. Gráfico comparativo entre o número de ninhos, número de ovos e soltura no período de 2004 a 2006. 18 SMITH, N. J. H. Aquatic turtles of Amazonia: na endangered resource. Biological Conservation, v. 16, p. 165-176, 1979. SOINI, P.; SOINI, M. 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As atividades realizadas com o intuito de promover a educação ambiental foram baseadas em cursos, palestras, gincanas e apresentações artísticas e culturais desenvolvidas pelos técnicos e comunitários participantes do projeto. Até o momento, foram realizadas 356 atividades de educação ambiental com uma participação média de 4.179 pessoas por semestre e capacitando 252 professores nas diversas áreas de atuação do projeto. O projeto conta ainda com uma excelente participação de crianças e adultos nas atividades de transferência de ninhos e soltura de filhotes, sendo este último um evento festivo e que congrega representantes de diferentes idades, sexo, religião, classe social e cor, e cria condições básicas para um trabalho de conservação que apresenta retorno produtivo em médio e longo prazo (Fig. 3). O sucesso das atividades desenvolvidas pelo Pé-de- Pincha também pode ser medido pela expectativa que tem gerado nos municípios vizinhos, onde é visto como um exemplo de sucesso a ser seguido, sendo os técnicos e monitores constantemente convidados a proferirempalestras e cursos sobre a experiência desenvolvida. AcriaçãoemcativeiropromovidapeloPé-de-Pinchavisa suprirumademandaculturalnasáreasde várzea – o consumo de carne e ovos de quelônios – e ainda satisfazer as novas tendências dos mercados nacional e internacional, que cada vez mais têm procurado alternativas de produção que promovam e valorizem o manejo de fauna silvestre por populações tradicionais. Nesse aspecto, até o momento, foram implementados 26 criadouros autorizados pelo Ibama (Fig. 4), distribuídos nos municípios de Barreirinha, Parintins, Terra Santa e Oriximiná, e alojados 8.187 animais. No entanto, a comercialização
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