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Ciência Penal- Aula 1

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Disciplina: CCJ0007 - DIREITO PENAL I 
Semana Aula: 1 
DESCRIÇÃO DO PLANO DE AULA 
TEMA 
A Ciência Penal 
 
1. O DIREITO PENAL E AS DEMAIS CIÊNCIAS SOCIAIS 
APLICADAS. 
 O fato social é sempre o ponto de partida na formação da noção 
do Direito. O Direito surge das necessidades fundamentais das 
sociedades humanas, que são reguladas por lei como condição essencial 
à sua própria sobrevivência. É no Direito que encontramos a segurança 
das condições inerentes à vida humana, determinada pelas normas que 
formam a ordem jurídica. 
 O fato social que se mostra contrario à norma de Direito forja o 
ilícito jurídico, cuja forma mais séria é o ilícito penal, que atenta contra 
os bens mais importantes da vida social. 
 Contra a prática de tais fatos o Estado estabelece sanções, 
procurando tornar invioláveis os bens que protege. Ao lado destas 
sanções o Estado também fixa outras medidas como o objetivo de 
prevenir ou reprimir a ocorrência de fatos lesivos dos bens jurídicos dos 
cidadãos. A mais severa das sanções é a pena, estabelecida para o caso 
da inobservância de um imperativo. 
 Assim, há uma forte ligação entre o Direito penal e as demais 
ciências sociais aplicadas, como a Sociologia, a História, a Antropologia, 
pois estas ciências procuram entender e explicar a vida em sociedade, 
os costumes, as tradições e as mazelas do ser humano. 
 
 1.1. O que é o Direito Penal e para que serve: senso comum. 
 Para o senso comum, quando se fala em Direito Penal logo vêm à 
mente os fatos humanos classificados como delitos; pensa-se, também 
nos responsáveis por tais fatos, e ainda, nas consequências jurídicas 
que lhe são reservadas, a pena criminal e a medida de segurança, que 
constituem as duas espécies de sanção penal. 
 1.2. Conceitos de Direito Penal. 
 Direito Penal é o ramo do Direito que se encarrega de regular os 
fatos humanos mais perturbadores da vida social, definindo-os quanto 
à sua extensão e consequências, de modo a assegurar, por meio da 
aplicação efetiva de suas prescrições, a garantia da vigência da norma e 
as expectativas normativas. 
 Cuida-se do ramo do Direito Público, que se ocupa de estudar os 
valores fundamentais sobre os quais se assentam as bases de 
convivência e da paz social, os fatos que os violam e o conjunto de 
normas jurídicas (princípios e regras) destinadas a proteger tais valores, 
mediante a imposição de penas e medidas de segurança. 
 
2. O DIREITO PENAL. 
 2.1. Missões ou Funções Do Direito Penal no Estado 
Democrático de Direito. 
 O Direito Penal pode ser concebido sob diferentes perspectivas, 
dependendo do sistema político por meio do qual o Estado Soberano 
organiza as relações entre indivíduos pertencentes a uma determinada 
sociedade, e da forma como exerce o seu poder sobre eles. Assim, o 
Direito Penal pode ser estruturado a partir de uma concepção 
autoritária ou totalitária de Estado, como instrumento de persecução 
aos inimigos dos sistema jurídico imposto, ou a partir de uma 
concepção Democrática de Estado, como instrumento de controle social 
limitado e legitimado por meio do consenso alcançado entre os cidadãos 
de uma determinada sociedade. 
 Na Alemanha de Hitler expediu-se uma Ordenança ( 9 de março 
de 1943) visando reduzir o número de pessoas não pertencentes à raça 
ariana na Alemanha, descriminalizou-se o aborto praticado por 
estrangeiras, punindo-se apenas o cometido por alemães. Aqui se 
percebe o uso do Direito Penal como meio de realização da política 
racista e discriminatória do regime nazista. 
 O Direito Penal num Estado Democrático de Direito está além de 
assegurar a igualdade meramente formal preconizada pelo Estado de 
Direito, mas pela imposição de metas e deveres quanto à construção de 
uma sociedade livre, justa e solidária; pela garantia do desenvolvimento 
nacional; pela erradicação da pobreza e da marginalização; pela redução 
das desigualdades sociais e regionais; pela promoção do bem comum; 
pelo combate ao preconceito de raça, cor, sexo, idade e quaisquer 
outras formas de discriminação (CF, art. 3º, I e IV). 
 Portanto, o Direito Penal tem função ético-social e função 
preventiva. A função ético-social é exercida por meio da proteção dos 
valores fundamentais da vida social, que deve configurar-se com a 
proteção de bens jurídicos. Os bens jurídicos soa bens da vitais da 
sociedade e do indivíduo, que merecem proteção legal exatamente em 
razão de sua significação social. 
 
 2.2. Fontes. 
 Quando se fala em fonte do Direito Penal está se fazendo 
referencia ao lugar de onde provém a norma penal. Assim, podemos 
distinguir as fontes do Direito Penal em materiais (ou de produção) e 
formais (ou de cognição). 
 Ao falar-se em fonte material, está se fazendo alusão ao órgão 
encarregado de sua Elaboração. Portanto, fonte material é o Estado, a 
quem compete elaborar o Direito Penal. No Brasil, conforme a CF, art. 
22, I, cabe à União legislar sobre Direito Penal. 
 As fontes formais ou de cognição nada mais são do que os 
processos de exteriorização do Direito Penal e é visualizado. As fontes 
formais podem ser imediata (primeira) que é a lei; e mediata 
(secundariamente) que são os costumes e os princípios gerais do 
Direito. 
Lei de Introdução às normas do Direito 
Brasileiro. 
 Art. 4o Quando a lei for omissa, o juiz 
decidirá o caso de acordo com a analogia, os 
costumes e os princípios gerais de direito. 
 
 No entanto, face ao princípio da reserva legal (art. 1º do CP), a lei 
penal é a única fonte imediata de cognição, pois só ela pode definir 
crimes e estabelecer penas. 
 
 2.3. As demais Ciências Penais: criminologia, política 
criminal, penalogia e vitimologia. 
 
 Política criminal. Corresponde à maneira de como Estado 
enfrenta e combate a criminalidade 
 
 A criminologia busca uma explicação causal do delito como 
obra de uma pessoa determinada. Constitui uma ciência 
empírica, que tem como base dados e demonstrações fáticas. 
 
 Vitimologia é a ciência que estuda a vítima sob todos os 
aspectos, tendo um caráter multidisciplinar. A vitimologia é 
estudo da vítima quanto à sua personalidade, os meios de 
vitimização, a inter-relação com seu vitimizador. 
 
3. O CONTROLE SOCIAL - PENAL E O ESTADO DEMOCRÁTICO 
DE DIREITO. 
 3.1.Conceito . 
 Compreende-se como controle social o conjunto de instituições, 
estratégias e sanções (legais e/ou sociais),que tem por função 
promover e garantir a submissão dos indivíduos aos modelos e 
normas sociais. 
 O controle social é composto de numerosos sistemas normativos (a 
ética, o Direito civil, o Direito trabalhista etc.); diversos órgãos ou agentes 
(a família, a igreja, os partidos políticos, os sindicatos, a Justiça etc.); 
variadas estratégias de atuação ou respostas (repressão, prevenção, 
ressocialização etc.); diferentes modalidades de consequências(positivas, 
como ascensões, distinções, boa reputação etc. ou negativas – que são as 
sanções: reparação do dano, sanção pecuniária, privação de liberdade, 
restrição de direitos etc.); particulares destinatários (estratos sociais 
desfavorecidos, estratos sociais privilegiados, criminoso potencial, 
vítima potencial etc.). 
 
 3.2. Espécies : formal e informal. 
 A diferença entre controle social formal e informal reside no 
modus operandi e nas sanções preconizadas. 
 É controle social formal quando realizadas por meio de normas 
legais. As sanções preconizadas pelo controle formal são sempre 
estigmatizantes e negativas. 
 É controle social informal quando realizado de outras formas, 
ou seja, quando não são aplicadas as normas legais para concretizaro controle, pois existem outros mecanismos como educação, escola, 
medicina, trabalho, igreja e mídia que atuam na manutenção e 
regulação das relações sociais. 
 É importante ressaltar que o controle social informal é sempre 
anterior, ou seja, precede ao controle social formal, pois somente 
quando todos os mecanismos informais de controle social não forem 
suficientes para a realização do controle, deve o controle 
social formal ser acionado. 
 
 3.3.Controle Social-Penal e o Garantismo Penal. 
 3.3.1. O controle social pode ser realizado por meio de um 
sistema de normas que contemple modelos de conduta (dirigidos a 
seus membros), castigando-se (penalmente) fatos que coloquem em 
perigo o próprio grupo. Nesses casos, têm-se o controle social penal. 
 O controle social penal é formado pela Justiça criminal, que, por sua 
vez, abarca o Direito penal (como um dos sistemas normativos existentes). 
O controle social penal é um subsistema no sistema (global) do controle 
social formal. 
 
 3.3.2. Garantismo Penal. 
 Trata-se de um movimento que tem como seu maior expoente o 
italiano Luigi Ferrajoli. Em sua obra Direito e Razão, prega um modelo 
de Direito Penal preocupado com o respeito incondicional aos direitos 
fundamentais e à Constituição. 
 Para Ferrajoli, dez são os axiomas que resulta num Direito Penal 
mínimo como limite intransponível à atuação punitiva do Estado. São 
eles: 
1 Nulla poena sine crimine 
 
Não há pena sem crime 
2 Nullum crime sine lege 
 
Não há crime sem lei 
3 Nulla lex (poenalis) sine necessitate 
 
Não lei penal sem necessidade 
4 Nulla necessitas sine injuria Não há necessidade de punir sem que 
haja efetiva lesão ou perigo a bens 
jurídicos 
5 Nulla injuria sine actione Não há lesão ou perigo de lesão a bens 
jurídicos se não houve conduta 
6 Nulla actio sine culpa Não se pune conduta sem que haja 
culpabilidade 
7 Nulla culpa sine judicio Não se reconhece a culpabilidade sem 
o devido processo legal 
8 Nullum judicium sine accusatione Não há devido processo legal sem 
acusação formal 
9 Nulla accusatio sine probatione Não há acusação válida se não 
acompanhada de provas 
10 Nulla probatio sine defensione Não se admitem provas sem que tenha 
havido defesa

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