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Comunicação Empresarial C om unicação E m p resarial Instituições de Ensino Rede Laureate Brasil Business School São Paulo (BSP) CEDEPE Business School (CBS) Centro Universitário Ritter dos Reis (UniRitter) Centro Universitário do Norte (UNINORTE) Faculdade de Desenvolvimento do Rio Grande do Sul (FADERGS) Faculdade dos Guararapes (FG) Faculdade Unida da Paraíba (UNPB) Centro Universitário IBMR Universidade Anhembi Morumbi (UAM) Universidade Potiguar (UnP) Universidade Salvador (UNIFACS) A na Tázia P atricio d e M elo C ard oso Ana Tázia Patricio de Melo Cardoso Fundação Biblioteca Nacional ISBN 978-85-87325-30-3 Ana Tázia Patricio de Melo Cardoso Comunicação Empresarial EDITORA UNIFACS – Laureate Salvador 2013 ©Copyright 2013 da Laureate. É permitida a reprodução total ou parcial, desde que sejam respeitados os direitos do Autor, conforme determinam a Lei n.º 9.610/98 (Lei do Direito Autoral) e a Constituição Federal, art. 5º, inc. XXVII e XXVIII, “a” e “b”. Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) (Sistema de Bibliotecas da UNIFACS Universidade Salvador – Laureate International Universities) C268c Cardoso, Ana Tázia Patrício de Melo Comunicação empresarial/ Ana Tázia Patrício de Melo Cardoso. – Salvador: UNIFACS, 2013. 94 p. ISBN 978-85-87325-51-8 Comunicação empresarial. I. Título. CDD: 302.2 Mestranda em Ciências Sociais pela Universidade Fe- deral do Rio Grande do Norte (UFRN). Especialista em Arte- Multimídia pela Universidade do Amazonas. Graduada em Comunicação Social – Jornalismo pela UFRN. Professora nos cursos de Administração, Marketing de Vendas, Gestão Pública e Comunicação Social da Universidade Potiguar, onde coordena a atividade de extensão EXPROM. Possui longa experiência em Comunicação e Marketing, área que atuou na TV Cultura do Amazonas. Hoje, atua principal- mente nas seguintes áreas: Comunicação e Marketing e Audiovisual. Ana Tázia Patricio de Melo Cardoso Sumário Apresentação............................................................................................................7 Teoria da Comunicação: a comunicação e seus fluxos; fatores bloque- adores da comunicação ........................................................................................9 A Comunicação Empresarial: conceitos e aplicações ..............................25 A função da Comunicação Empresarial ........................................................37 A Comunicação Estratégica: definindo o público-alvo; transmitindo adequadamente a mensagem .........................................................................47 A comunicação interna e externa nas organizações ................................59 A comunicação da crise e a utilização estratégica da comunicação eficaz nas posturas do cotidiano organizacional ......................................69 A Comunicação Empresarial e a comunicação dirigida escrita ............77 A Comunicação Empresarial dirigida: oral e eletrônica ..........................85 Referências ..............................................................................................................93 Apresentação No atual cenário corporativo, a comunicação passa a exercer um importante papel no estabelecimento de canais efetivos de ligação com os diversos segmentos relacionados a uma empresa. Além disso, as empresas tiveram que prestar maior atenção ao seu público interno, mantendo com eles uma comunicação mais eficaz. Dessa forma, as estratégias de comunicação se expressam por meio de modelos montados pela empresa para fornecer informações, in- terna e externamente. A disciplina “Comunicação Empresarial” foi estruturada com o objetivo de ajudá-lo a compreender a importância dessa área dentro das organizações. Começamos apresentando a comunica- ção e seus fluxos e, em seguida, partimos para os estudos da comu- nicação empresarial, abordando as diferentes maneiras de estrutu- rá-la nas empresas. Mostramos também que, a partir da criação de um sistema coordenado de comunicação empresarial, as empresas poderão enfrentar os desafios de um ambiente de negócios em constante mudança, por meio do uso de estratégias e ferramentas de comu- nicação empresarial. Este livro está dividido em oito capítulos, cada um abordando um tema específico. Para sua elaboração, utilizamos uma linguagem que motive a capacidade reflexiva a respeito da Comunicação Em- presarial. Buscamos utilizar situações comerciais verdadeiras, que re- presentem o cotidiano dos profissionais nas tomadas de decisões de problemas reais, bem como elaboramos atividades que aparecem no final dos capítulos. Além disso, destacamos algumas indicações de livros, artigos e matérias jornalísticas, como também sites com con- teúdo específico sobre os temas tratados na disciplina. Esperamos que você possa aplicar os conhecimentos aqui adquiridos na definição e estruturação da comunicação para o fortalecimento empresarial. Bom trabalho! 9 Teoria da Comunicação: a comunicação e seus fluxos; fatores bloqueadores da comunicação Contextualizando Do homem primitivo, mudo e analfabeto, até o homem de hoje, esse homem do espaço, das transmissões via satélite e da internet, qual o caminho percorrido por nós no campo da comunicação? Como se desenvolveu a comunicação humana? Essas questões são de fundamental importância para a compreensão do processo da comu- nicação. Você perceberá que se comunicar é um desafio complexo e fascinante. Então, existe uma teoria da comunicação? Não pretendemos estabelecer uma certeza para esses questionamentos, mas pro- curaremos apresentar, de forma objetiva, os principais conceitos e teóricos dessa área, porque hoje, como facilmente observamos, a comunicação social envolve o mundo. Buscar uma teoria da comunicação e estudar a comunicação é fundamental nos dias atuais. Ao final deste capítulo esperamos que você: compreenda a comunicação dentro de um processo social; defina a teoria da comunicação; identifique as diversas formas de comunicação; identifique os métodos e técnicas que são utilizados para analisar os fenôme- nos da comunicação a partir do estudo da teoria da comunicação. Isso levará você à compreensão do processo de comunicação. 10 Conhecendo a teoria Comunicação Mesmo praticado há milênios, só foram desenvolvidos estudos específicos sobre comunicação no início do século XX, quando surgiram as primeiras pesquisas sistema- tizadas nesse campo da comunicação com o objetivo de conhecer os efeitos dos meios da comunicação de massa. Mas o que é comunicação? Muitos de nós, inclusive você, sabe o que é comunicação, mas ninguém consegue defini-la com precisão. “Ato de comunicar (algo) ou de se comunicar (com alguém)”, diz o dicionário. O verbo comunicar vem do latim communicare, que significa participar, fazer, saber, tornar comum. Comunicação, comunhão, comunidade etc. são palavras que têm a mesma raiz e estão relacionadas à mesma ideia de algo compartilhado. A comunicação pode ser considerada o processo social básico e primário, porque é ela que torna possível a própria vida em sociedade. Viver em sociedade significa per- manente troca, intercâmbio entre as pessoas. E esse intercâmbio entre os seres huma- nos só se realiza por meio da comunicação. Conceito O conceito etimológico de comunicação se apresenta de forma social. Dá à comunicação o sentido de “comunidade”, de tornar algo que pode ser uma ideia ou informação comum a todos, transformando o ato de comunicação sinônimo de participação. Um melhor conhecimento da comunicação pode contribuirpara que muitas pessoas adotem uma posição mais crítica e exigente em relação ao que deveria ser a comunicação na sua sociedade (BORDENAVE, 1982, p. 10). Teoria da comunicação É teórica e praticamente impossível dizer onde começa e onde termina o processo da comunicação. Focalizaremos a comunicação como um processo concreto, de base material, que ocorre no espaço e no tempo e que pode ser estudado objetivamente. A Te or ia d a Co m un ic aç ão : a c om un ic aç ão e s eu s flu xo s; fa to re s bl oq ue ad or es d a co m un ic aç ão 11 Teoria da Com unicação: a com unicação e seus fluxos; fatores bloqueadores da com unicação realização desse processo se dá em três etapas: emissão, transmissão e recepção. Ou pode-se dizer que envolve três elementos básicos: EMISSOR MENSAGEM RECEPTOR Mas antes, vamos voltar no tempo para entendermos como chegamos a esse modelo de comunicação. Modelo aristotélico A teoria da comunicação tem seu início com a obra Arte Retórica, de Aristóteles, durante o século IV a.C., que tinha por objetivo explicar como ocorriam os modos de convencimento das pessoas em um auditório. Nesse modelo, o filósofo considerava o falante, o discurso e o ouvinte como os componentes do processo de comunicação, em que a produção do discurso buscava prever a reação do ouvinte, visando à forma mais eficiente de persuadi-lo, principal característica da arte da retórica. A maioria dos atuais modelos de comunicação são similares ao de Aristóteles, embora mais complexos. O modelo aristotélico serviu como base para a elaboração das primeiras teorias de comunicação do século XX. Os estudos posteriores feitos pela Filosofia, Sociologia, Psicologia e demais ciências sobre a comunicação tiveram como base esse modelo, sendo que muitos desses estudos buscavam principalmente a com- preensão dos fenômenos sociais. São muitos os conceitos e modelos propostos para o estudo e pesquisa da comu- nicação. Que tal conhecermos um pouco mais desses estudos? Modelo de Lasswell Em 1948, Harold Lasswell explicou o processo de comunicação a partir da teoria funcionalista, herdeira do positivismo de Auguste Comte, no século XIX. Você poderá compreender melhor a seguir. Saiba que O Positivismo é a teoria sociológica que buscava a compreensão dos fenôme- nos sociais com o mesmo rigor científico empregado nas ciências físicas e naturais. 12 O Funcionalismo aplicado ao estudo das sociedades procura respostas para a organização dessas sociedades, creditando às funções exercidas pelos membros e instituições que as formam o segredo de sua sobrevivência. O modelo de Lasswell foi pensado para a descrição da comunicação mediada pelos meios de comunicação de massas. Entendia-se que os meios de comunicação (imprensa, rádio) exerciam um efeito poderoso, total e direto sobre o público e a massa. Essa teoria foi batizada de efeitos ilimitados. Esse modelo estabeleceu o encadeamento linear dos elementos da comunicação: emissor, mensagem, receptor, canal, efeitos. Alguns desses elementos você conhecerá a seguir. Para alicerçar o modelo, ele fez um conjunto de perguntas que se tornaram muito populares. Vejamos como Lasswell procurava descrever o processo da comunicação. Processo da comunicação Quem? Diz o quê? Em que canal? Para quem? Com que efeitos? Emissor Mensagem Meio Receptor Feedback Modelo Lazarsfeld Esse modelo contextualiza o processo de comunicação que se dá numa socieda- de de massas, capitalista. Lazarsfeld acreditava que os efeitos dos meios de comunica- ção nessa sociedade são limitados, por isso denomina-se teoria dos efeitos limitados. Uma das razões para a limitação dos efeitos dos meios massivos seria a resistência por parte da opinião pública. Você pode observar que existe uma pluralidade de fontes de informação numa sociedade democrática como a nossa, e isso ajuda a formar a opinião do público que toma decisões. A agência Fischer América criou um anún- cio (veja ao lado) para a ANJ (Associação Nacional dos Jornais) em homenagem ao Dia Nacional da Liberdade de Imprensa, comemorado no dia 7 de junho. A peça traz a imagem da pessoa com a boca em proporção reduzida, acompanhada do slogan: “Silenciar a imprensa é tirar seu direito à opinião”. Qual a sua opinião referente a esse slogan? D is po ní ve l e m : < w w w .p or ta ld a pr op ag an da .c om >. Te or ia d a Co m un ic aç ão : a c om un ic aç ão e s eu s flu xo s; fa to re s bl oq ue ad or es d a co m un ic aç ão 13 Teoria da Com unicação: a com unicação e seus fluxos; fatores bloqueadores da com unicação Modelo Shannon-Weaver Um desses modelos contemporâneos foi elaborado em 1947 pelo matemático Claude Shannon e pelo engenheiro eletricista Warren Weaver, e inclui os seguintes elementos da comunicação: a fonte, o transmissor, o sinal, o receptor e o destina- tário. Ao traduzirmos a fonte como a pessoa que fala, o sinal como o discurso e o destinatário como o ouvinte, teremos o modelo aristotélico acrescido de dois in- gredientes: o transmissor, que envia a mensagem da fonte, e o receptor, que capta a mensagem para o destinatário. Também conhecida como teoria matemática da comunicação, a teoria da infor- mação tem como objetivo medir a quantidade de informação num processo comu- nicacional. Já no modelo de Shannon e Weaver, o processo de comunicação pode ser descrito graficamente da seguinte maneira: Ruído Mensagem Sinal Sinal captado Mensagem Fonte de informação Transmissor Receptor Destino Modelo interpessoal de Berlo Um desafio aos teóricos que produziram seus modelos após a proposta do modelo matemático da comunicação foi adaptá-lo para explicar a comunicação humana. Assim, Berlo apresentou, em 1960, um modelo no qual retomou a retórica de Aristóte- les e a orientou ao modelo de Shannon e Weaver. Berlo concebe a comunicação como uma partilha, situada pelo quadro social e sistema cultural de cada um. Nesse quadro, o emissor e o receptor têm posições equilibradas, porém, para que o ato comunicati- vo seja bem-sucedido, deve haver alguma equivalência de códigos entre eles. Berlo considera que nessa proposta de interação ocorre o feedback, ou seja, há uma retroali- mentação que permite saber se houve ou não interferência na mensagem enviada ao receptor. Modelo de McLuhan Os modelos expostos anteriormente são de seu tempo, como também o modelo de comunicação elaborado por Marshall McLuhan (1971), o qual propunha a compre- ensão dos meios de comunicação como extensões do homem, ou seja, próteses que aumentam seu poder e influência. 14 O filósofo representa a transição do modelo matemático informacional para o modelo onde o que importa é o efeito imediato dos meios de comunicação e não as mensagens que veiculam. McLuhan não visou aos efeitos ideológicos da mídia sobre as pessoas, e sim o impacto físico e social das novas tecnologias, dos meios de comuni- cação na transformação das sociedades. O estudo explora as implicações de tecnolo- gias como o rádio e a televisão, o telefone e o telégrafo – meios de comunicação com um impacto marcante sobre a ordem social. Então! Observe que qualquer ato comunicativo está ligado ao todo. Tudo está ligado a tudo. No entanto, para tornar a realidade compreensível, ou seja, para tornar compreensíveis os atos comunicativos, os teóricos têm desenvolvido vários mode- los dos processos comunicacionais. Na verdade, essas são tentativas de o homem compreender e estudar a realidade comunicacional. Afinal, como se dá o processo da comunicação? Podemos dizer que comunicação é um processo intelectual e físico pelo qual umamensagem, contendo uma informação e constituída de signos extraídos de um código, é transmitida de um emissor para um receptor por meio de um canal sob a forma de sinais. Passamos então a explicar o significado desses elementos da comunicação. Significados dos elementos da comunicação Emissor É aquele que emite a mensagem, o responsável pela mensagem. Em se tratando da comunicação humana, pode ser um grupo de pessoas (um abaixo-assinado), uma pessoa (um padre realizando sua missa), uma emissora de televisão. Ao fazer um recorte da realidade, o emissor recria essa realidade de acordo com seus princípios e assim transmite alguma mensagem, uma informação. Elementos que você poderá conhecer melhor logo a seguir. Receptor Bem, para haver comunicação é preciso ter alguém na outra ponta do canal e essa pessoa é chamada receptor da comunicação. É o destinatário da mensagem aquele quem recebe e interpreta a mensagem, sendo outra pessoa ou um grupo de pessoas, o público, o telespectador. O receptor reelabora os dados que recebe ou percebe, decodificando-os e reconstituindo-os com os referenciais de que dispõe.Te or ia d a Co m un ic aç ão : a c om un ic aç ão e s eu s flu xo s; fa to re s bl oq ue ad or es d a co m un ic aç ão 15 Teoria da Com unicação: a com unicação e seus fluxos; fatores bloqueadores da com unicação Observe: na propaganda, o receptor é tratado como público-alvo. O ensinamento da propaganda diz que traçar o perfil do seu receptor deve ser a primeira preocupação do comunicador profissional, pois só assim poderá definir as características da mensa- gem e a mídia que vai transmiti-la. A agência JWT é a responsável pela criação do anúncio para divulgar o novo produto Nestlé. Classic Zero que, por meio do slogan “Tem horas que uma vida equilibrada também pede um chocolate”, reforça o con- ceito “Eu sou chocolover” com o objetivo de atingir o consumidor que quer manter uma dieta equilibrada, mesmo sendo louco por chocolate D is po ní ve l e m : < w w w .p or ta ld a pr op ag an da .c om >. Mensagem É o que o emissor transmite ao receptor. Podemos dizer que é toda e qualquer peça de comunicação: uma carta, uma aula, um e-mail, um gesto de até logo ou de venha cá, um cartaz e um filme. A mensagem pode ser definida tecnicamente como “uma ordenação de signos visando transmitir uma informação”. Destacamos ainda que não é o que o emissor quer dizer, mas o que ele diz, da forma como diz. Informação Vejamos: de que forma a mensagem se distingue da informação? Há mensagens muito informativas e pouco informativas. Primeiro precisamos destacar que toda mensagem tem forma e conteúdo. Tecnicamente, informação é o nome que se dá ao conteúdo da mensagem, e isso vale para qualquer conteúdo: um aviso, um conhecimento, uma ameaça, o que se diz numa propaganda etc. Signos São os elementos de uma mensagem. As mensagens geralmente podem ser decompostas em unidades menores: palavras, gestos e imagens isoladas. Podemos considerá-los como as formas que representam as ideias e as emoções para melhor compreender, interpretar, analisar, conhecer o mundo. Signo é todo objeto perceptível que de alguma maneira remete a outro objeto, toma o lugar de outra coisa. Nós não fazemos outra coisa no dia a dia a não ser inter- pretar o ambiente, ou seja, ler os signos do ambiente. 16 Vamos entender na prática com os exemplos a seguir. Aliança no dedo – signo do estado civil casada se a aliança estiver na mão esquerda ou noiva se a aliança estiver na mão direita O2 – signo de oxigênio. Vaia – signo de desagrado. Polegar para cima – signo de po- sitivo, estar de acordo. D is po ní ve l e m : < w w w .p or ta ld ap ro pa ga nd a. co m >. Código Como bem explica Bordenave (1982), os signos formam conjuntos organizados chamados códigos. Então, a Língua Portuguesa, o código Morse, os sinais de trânsito e o sistema Braille para cegos, são conjuntos organizados de signos. De forma simples, código é a lingua- gem na qual a mensagem é transmitida. Saiba que Para que exista comunicação, é necessário que o emissor use um código que o receptor conheça. Exemplo: se você não fala japonês, não adianta nin- guém falar japonês com você. Outra coisa! Mais do que usar o mesmo código, o emissor precisa usar o mesmo repertório do receptor. Canal É o meio físico que transporta os sinais do emissor até o receptor. Ele é o inter- mediário, o condutor de mensagens. O quadro, quando o professor escreve e a folha de caderno, quando o aluno faz suas anotações, são exemplos de canal. Na prática da comunicação o que temos é uma cadeia de canais unindo o emissor ao receptor. Te or ia d a Co m un ic aç ão : a c om un ic aç ão e s eu s flu xo s; fa to re s bl oq ue ad or es d a co m un ic aç ão 17 Teoria da Com unicação: a com unicação e seus fluxos; fatores bloqueadores da com unicação Sinais Apresentamos sinais como o fenômeno físico no qual os signos são convertidos para efeito de transmissão da mensagem. Exemplo: pessoas conversando – elas falam e ouvem palavras, mas são as ondas sonoras e vibrações do ar que viajam de uma a outra pessoa, que são os sinais da comunicação oral. Destacamos os principais tipos de sinais utilizados na comunicação humana a seguir. Sinais gráficos: nas mensagens impressas em geral, como escrita, desenho. Exemplo: o caso de um analfabeto que diante da banca de jornais não vê man- chetes, mas apenas manchas de tinta em folhas de papel. Sinais sonoros: em todas as mensagens sonoras, fala e música. Ondas luminosas: na comunicação visual, o outdoor, cinema e teatro. Destacamos ainda: os impulsos elétricos, sinais fotográficos, sinais magnéticos, ondas eletromagnéticas, os sinais binários e os sinais ópticos. Aspecto importante a destacar no processo da comunicação Feedback A palavra em inglês significa alimentar de volta, retroalimentar. A terminologia da comunicação inclui um termo relacionado com a interdependência de ação e reação. A palavra denomina um aspecto especial da resposta do receptor. Quando comunicamos, procuramos constantemente o feedback, pois conferimos constantemente o que pensamos, decodificamos nossas mensagens a fim de nos cer- tificarmos de que codificamos o que desejávamos. Vejamos! Com o retorno, o emissor pode estabelecer um diálogo, uma conversa- ção com o receptor, havendo assim uma interação maior dos dois. Destacamos, para ficar claro, o caso da comunicação de massa, que nos mostra que os dados sobre a reação do público que chegam até o emissor é por meio de pesquisas de audiência, cartas, telefonemas e e-mails. Fatores bloqueadores da comunicação Ruído Introduzido no estudo da comunicação por Shannon e Weaver, o conceito de ruído se apresenta como fatores que distorcem a qualidade de um sinal. É tudo aquilo que dificulta a comunicação. 18 Na teoria da comunicação, ruído pode ter tanto um significado sonoro e/ou visual, como também de qualquer outra natureza. Destacamos o barulho de uma conversa em sala de aula, linha cruzada no telefone, reflexos de luzes que não deixam ler direito, rasuras, confusão de caracteres num e-mail e interferências numa transmissão de rádio como exemplos de ruídos na comunicação. Repertório Embora duas pessoas falem a mesma língua, podem se comunicar com dificulda- de, porque um pode ter um repertório diferente do outro. O emissor pode usar termos de informática que o receptor desconheça. Você pode observar que na comunicação de massa evitam-se as palavrasdifíceis e linguagem especializada com termos técnicos das diversas áreas do saber. O uso de signos desconhecidos do receptor funciona como ruído na comunicação. A audiência aumenta quando se usa um repertório de palavras simples, reduzido, enquanto um grande repertório, erudito e sofisticado pode reduzi-la. Saiba que A comunicação não existe por si mesma, como algo separado da vida da sociedade. Sociedade e comunicação são uma coisa só. Não poderia existir co- municação sem sociedade, nem sociedade sem comunicação. Cada sociedade tem a comunicação que merece. “Dize-me como é tua comunicação e te direi como é a tua sociedade” (BORDENAVE, 1982, p. 17). Aplicando a teoria (case) Destacamos uma situação que constitui o meio ambiente social da comunicação: A comunicação no estádio de futebol Uma noite de decisão entre o ABC e o América na capital potiguar. Milhares de torcedores americanos e abcdistas gritam, agitam-se com camisas de seus times e com bandeiras nas cores preta e vermelha. Os fogos, os tambores e tamborins e os apitos dão apoio aos jogadores. O cenário se completa pela forte iluminação do estádio Machadão e os sinais luminosos do placar. As informações sobre a escalação dos times é passada pelos alto-falantes. É uma mistura de sons que vai dos radinhos de pilha à explosão do gol. Nas arquibancadas, na tribuna de honra e nas cadeiras Te or ia d a Co m un ic aç ão : a c om un ic aç ão e s eu s flu xo s; fa to re s bl oq ue ad or es d a co m un ic aç ão 19 Teoria da Com unicação: a com unicação e seus fluxos; fatores bloqueadores da com unicação Resolvendo o case Pois bem, episódios como esse constituem o meio ambiente social da comuni- cação. A comunicação no estádio de futebol aparece quando os torcedores gritam, nas diferentes cores das bandeiras, na identificação dos jogadores por números nas ca- misetas, nos gestos, quando o juiz e os bandeirinhas dão suas apitadas e levantam os cartões. Ela está no trabalho dos comentaristas esportivos, repórteres, cinegrafistas e fotógrafos, além dos alto-falantes, radinhos de pilha, nas conversas e xingamentos dos torcedores, nos gritos de apoio e no placar eletrônico. Nesse episódio, a própria parti- da é um ato de comunicação. Tanto antes da partida, como depois, o jogo continuará sendo objeto de comunicação nos mais diferentes lugares: nas escolas, nos escritórios, nas emissoras de televisão, nas rádios e nos bares. Para saber mais Esse filme é uma ótima indicação para entender o despertar da comunicação humana. Trata de dois grupos de hominídios pré-históricos com suas primeiras mani- festações de linguagem. A Guerra do Fogo. Direção: Jean-Jacques Annaud, Anthony Burgess e Desmond Morris. Canadá: Belstar Productions, 1981. Para contribuir com seu conhecimento sobre a comunicação, sugerimos as se- guintes leituras: PEREIRA, José Haroldo. Curso Básico de Teoria da Comunicação. Rio de Janeiro: Quar- tet: UniverCidade, 2001. Esse livro reúne os principais conceitos da comunicação e da semiótica de forma acessível, principalmente para aqueles que precisarem ter uma noção do processo de comunicação e saber mais sobre signos, códigos e mensagens. numeradas os torcedores trocam comentários sobre as jogadas e jogadores. Todas as emoções da partida são passadas para milhões de pessoas em todo o estado por meio dos comentaristas esportivos, repórteres, cinegrafistas e fotógrafos. Afinal, o jogo é o clássico do futebol potiguar. Em que momentos podemos observar a presença da comunicação nesse epi- sódio do estádio de futebol? Quais atos de comunicação você observou? 20 SANTOS, Roberto Elísio. Introdução à Teoria da Comunicação. São Paulo: UMESP, 1998. Essa obra do professor Roberto Elísio é resultado de suas reflexões no que com- preende a comunicação social. De forma cronológica, ele sistematiza a teoria da comu- nicação e seus pressupostos teóricos. SOCIEDADE BRASILEIRA DE ESTUDOS INTERDISCIPLINARES. Disponível em: <www.in- tercom.org.br>. Acesso em: 10 jun. 2009. A Intercom é uma associação científica sem fins lucrativos que está integrada às redes internacionais de ciências da comunicação. Acessando o site <www. portalinter- com.org.br> você ficará sabendo dos últimos estudos desenvolvidos sobre a comuni- cação em nosso país e no mundo. Relembrando Principais pontos abordados neste capítulo: A comunicação como processo social básico. A teoria da comunicação e seus modelos teóricos. O processo da comunicação. Os fatores bloqueadores da comunicação. Testando os seus conhecimentos As pessoas podem comunicar-se em muitos níveis, por muitas razões, com muitas pessoas, de muitas formas. Vejamos o exemplo que os autores Ruesch e Bateson (apud BERLO; 1991) nos apresentam para entendermos melhor as espécies de comunicação que um homem típico, o Sr. A, poderia usar num dia comum: (BERLO, 1991, p. 13) De manhã, quando chega ao escritório, o Sr. A lê a correspondência recebi- da (comunicação escrita) e encontra uma quantidade de folhetos que descrevem as qualidades de várias máquinas comerciais (comunicação ilustrada). Pela janela aberta, ouve o distante ruído de um rádio e a voz do locutor enaltece a qualidade de uma marca de pasta de dentes (comunicação falada). Te or ia d a Co m un ic aç ão : a c om un ic aç ão e s eu s flu xo s; fa to re s bl oq ue ad or es d a co m un ic aç ão 21 Teoria da Com unicação: a com unicação e seus fluxos; fatores bloqueadores da com unicação Entra então a secretária e lhe dirige cordial ‘bom dia’, que ele responde com um aceno amigável de cabeça (comunicação por gesto), enquanto continua falando pelo telefone (comunicação falada) com alguém. Mais tarde, dita algumas cartas à secretária e depois faz uma reunião (comunicação em grupo), na qual ouve opiniões de seus sócios. Nessa reunião, são discutidos alguns novos regulamentos governa- mentais (comunicação em massa) e seu efeito sobre as diretrizes da empresa. Con- cluindo, é examinada uma resolução para conceder gratificação anual aos emprega- dos (comunicação em massa e em grupo). Encerrada a reunião, o Sr. A, meditando sobre negócios pendentes (comunica- ção consigo), atravessa lentamente a rua em direção ao restaurante. No caminho, vê o seu amigo Sr. B, que entra apressadamente no mesmo restaurante (comunicação por ação). O Sr. A resolve, então, sentar-se sozinho, em vez de com o amigo que, provavelmente, comerá e sairá às pressas (comunicação consigo). Enquanto espera, o Sr. A examina o cardápio (comunicação impressa), mas o aroma de um bife bem temperado desvia o seu olhar (comunicação química): é tão apetitoso que ele pede um para si. Depois do almoço, resolve comprar um par de luvas. Entra na loja e examina com as pontas dos dedos, cuidadosamente, as diversas qualidades de couro (comu- nicação pelo tato). Feita a compra, resolve não trabalhar na parte da tarde e leva o filho a um prometido passeio ao jardim zoológico. No trajeto, o menino pergunta- -lhe por que sempre para quando o sinal está vermelho e não quando o sinal está verde (comunicação por símbolo). Quando se aproximam do jardim zoológico, uma ambulância silva pela rua e o Sr. A encosta o carro e para (comunicação por sons). Ali parados, explica ao filho que a igreja do outro lado da rua é a mais antiga do estado, construída há muitos anos, e constitui um marco da comunidade (comunicação por cultura material). Depois de comprar o ingresso para o jardim zoológico (comunicação por ação), dirigem-se devagar ao recinto dos elefantes, onde o menino ri quando um deles lança água pela tromba sobre um dos espectadores (comunicação por ação), que foge correndo. Jáno fim da tarde, o Sr. A cede aos pedidos do filho e eles entram num cinema para assistir um desenho animado (comunicação por figuras). Chegan- do em casa, o Sr. A veste-se a fim de comparecer a um jantar de cerimônia e a um espetáculo teatral (comunicação pelas artes). Partindo da compreensão de que na nossa vida sempre utilizamos diversas formas e razões de nos comunicar, tente perceber isso no seu dia a dia: 1) Anote as suas comunicações no decorrer de uma manhã, começando ao acor- dar e prosseguindo até a sua chegada ao trabalho. 22 2) Registre as pessoas com as quais se comunicou. 3) Quais foram seus objetivos. Ao fim da manhã, analise de quantas espécies diferentes de comunicação você participou. Referências BERLO, David Kenneth. O Processo da Comunicação: introdução à teoria e a prática. São Paulo: Fundo de Cultura, 1991. BORDENAVE, Juan E. Díaz. O que É Comunicação. São Paulo: Brasiliense, 1982. ______. Além dos Meios e Mensagens. São Paulo: Vozes, 2001. NASSAR, Paulo. Tudo É Comunicação. São Paulo: Lazuli, 2006. GALLIANO, Alfredo Guilherme. O Método Científico: teoria e prática. São Paulo: Harbra Ltda., 1986. HUHNE, Leda Miranda. Metodologia Científica. 7. ed. Rio de Janeiro: Agir, 2000. LAKATOS, Eva Maria; MARCONI, Marina de Andrade. Fundamentos de Metodologia científica. 3. ed. São Paulo: Atlas, 1994. ______. Metodologia do Trabalho Científico. 5. ed. São Paulo: Atlas, 1999. ______. Metodologia do Trabalho Científico. 6. ed. São Paulo: Atlas, 2001. SEVERINO, Antônio Joaquim. Metodologia do Trabalho Científico. 21. ed. São Paulo: Cortez, 2002. Te or ia d a Co m un ic aç ão : a c om un ic aç ão e s eu s flu xo s; fa to re s bl oq ue ad or es d a co m un ic aç ão 25 A Comunicação Empresarial: conceitos e aplicações Contextualizando As mudanças tecnológicas e culturais têm transformado as formas de comunica- ção na empresa. Podemos imaginar que, se os tempos são outros, os papéis para quem faz a comunicação empresarial também tiveram suas mudanças. Hoje, a comunicação da empresa com os seus colaboradores/funcionários, com a sociedade, com o consumidor, com as autoridades, com os setores do governo é algo que está relacionado com cada um dos seus produtos que são lançados no mercado. A ferramenta das empresas da nova era é a comunicação, área esta que envolve os atos da comunicação indiretos, unilaterais e públicos, por meio de jornais, revistas, rádio e televisão, com a irradiação das mensagens tanto para o ambiente interno quanto ex- terno da empresa, tanto para circuitos internos quanto para os circuitos externos. Comunicar-se é fundamental! Como socializar uma meta? Como propor e imple- mentar uma mudança de procedimento ou o uso de uma nova tecnologia? Como co- nhecer as demandas, interesses e dificuldades das pessoas, se não pela comunicação? Ao final deste capítulo esperamos que você: defina a comunicação empresarial; entenda como se dá o fluxo de comunicação (descendente, ascendente e late- ral, nas direções vertical e horizontal) em uma empresa; compreenda o funcionamento das redes e dos canais de comunicação nas empresas; reconheça como se dá a relação da comunicação empresarial e a construção da imagem institucional da empresa. 26 Conhecendo a teoria Comunicação empresarial Para entendermos o que é comunicação empresarial, é importante destacar que, em função das mudanças da sociedade e do ambiente empresarial, todas as definições atribuídas à comunicação empresarial precisam sempre ser revistas. Não podemos entender a comunicação empresarial, tal qual já sinaliza Paulo Nassar (1995, p. 20), como simplesmente a seguinte definição do dicionário: “Um conjunto de métodos e técnicas de comunicação dentro da empresa dirigida ao público interno (funcionários) e ao público externo (clientes, fornecedores, consu- midores etc.)”. Conceito Comunicação empresarial é a somatória de todas as atividades de comu- nicação da empresa. Elaborada de forma multidisciplinar – a partir de métodos e técnicas de relações públicas, jornalismo, lobby, propaganda, promoções, pesquisa e marketing – e direcionada à sociedade, aos formadores de opinião e aos consumidores e colaboradores (trabalhadores, fornecedores e parcei- ros). Elaboração essa que tem sempre como referência básica o planejamento estratégico da empresa (NASSAR, 1995, p. 19). Uma empresa se organiza, se desenvolve, enfim, sobrevive, graças ao sistema de comunicação que ela cria e mantém e que é responsável pelo envio e recebimen- to de mensagens. Essa sistemática envolve o fluxo de comunicação, além das redes e canais por onde circulam as mensagens. Vejamos agora como se dá o fluxo das comunicações: Fluxo das comunicações Numa organização, os mecanismos de comunicação se movimentam, simultane- amente, em três fluxos e duas direções. São os fluxos descendente, ascendente e late- ral, nas direções vertical e horizontal, conforme apresentamos a seguir: A C om un ic aç ão E m pr es ar ia l: co nc ei to s e ap lic aç õe s 27 A Com unicação Em presarial: conceitos e aplicações Direção vertical – fluxo descendente Incluem as mensagens em geral (instruções, procedimentos, metas diretivas), que saem dos cargos de níveis hierárquicos mais altos para os de níveis mais baixos. O objetivo é assegurar o desempenho correto de cada papel em todas as posições na organização. Alguns dos problemas que costumam acontecer são embaraços e ruídos na comunicação, quando as comunicações dos níveis mais altos são muito gerais, com objetivo de atingir a todos. Direção vertical – fluxo ascendente Correspondem aos anseios, expectativas, resultados e sugestões. São as men- sagens, em geral, que saem dos cargos de níveis hierárquicos inferiores para os superiores. A dificuldade encontrada está na tendência de os funcionários só informarem o que consideram que seus superiores desejam saber. Direção horizontal – fluxo lateral Incluem as mensagens dos tipos anteriores e ainda outras que circulam entre os funcionários ou grupos de um mesmo nível hierárquico, permitindo um bom entrosamento nesses grupos e melhorando a coordenação dos proces- sos. O problema é quando algum grupo retém informações importantes para controlar outros. Lembrete Importante destacar que é preciso levar em consideração as demandas e carac- terísticas dos três fluxos em qualquer planejamento em comunicação. Redes e canais Redes Nas empresas permeiam duas redes de comunicação: a formal e a informal. Na rede formal circulam as mensagens oficiais e legitimadas pela empresa, com uso dos canais (veículos) formais. Na rede informal, também conhecida como Rádio Peão ou Rádio Corredor, incluem-se as manifestações espontâneas da coletividade, ou melhor dizendo, a rede de boatos. Exemplos comuns: “Sabia que teremos férias coletivas?” ou “será que vamos emendar o feriado?”. O problema comum é que entre a informa- ção inicial e a final acontecem distorções. Veja como a cena a seguir retrata bem essa situação: 28 D is po ní ve l e m : < w w w .la go av er du sc a. fil es .w or dp re ss .c om >. Reflexão Há uma tendência de se combater os boatos com outros boatos. Impor- tante refletir para perceber que não se deve combater, nem ignorar a rede informal, porque a oposição pode encorajar o informal contra o formal. Rego (1996) indica como sugestão viável a utilização da rede informal sobre o sis- tema formal, de modo a abri-lo, convenientemente, para ampliar a percep- ção e compreensão dentro da empresa das relações entre as pessoas e entre grupos. Trataremos agora dos canais (ou veículos)mais utilizados para comunicação na empresa. Segundo Rego (1996, p. 65), os canais são recursos ou instrumentos que estão classificados em visuais, auditivos e audiovisuais. Canais Visuais Visuais/escritos: circulares; instruções e ordens escritas; cartas pessoais; manuais; quadro de avisos; boletins; panfletos; jornais e revistas; relatórios de atividades; formulários; fax e eletrônicos – e-mail. Visuais/pictográficos: fotografias; pinturas; desenhos; diagramas e mapas. Visuais/escritos-pictográficos: cartazes; filmes mudos com legenda; grá- ficos; diplomas e certificados.A Co m un ic aç ão E m pr es ar ia l: co nc ei to s e ap lic aç õe s 29 A Com unicação Em presarial: conceitos e aplicações Visuais/simbólicos: luzes; bandeiras; flâmulas e insígnias. Auditivos Auditivos/diretos: conversas; entrevistas; reuniões e conferências. Auditivos/indiretos: rádio; telefone; intercomunicadores automáticos e alto-falantes. Auditivos/simbólicos: sirenes; apitos; buzinas e sinos. Audiovisuais Audiovisuais: filmes; demonstrações; vídeo; videoconferência e videofone (duas pessoas). Curiosidade É comum ver nas grandes empresas, redes de supermercados e outros seguimentos de empresas o uso da sirene para indicar aos funcionários a troca de turno. Perceba que a comunicação hoje engloba clientes, acionistas, fornecedores e fun- cionários. Facilmente percebemos que houve uma significativa mudança, uma sofisti- cação dessas relações, partindo de uma ideia simples: a de que comunicação é diálogo e exige transparência. Então, a empresa, para permanecer no mercado, necessita criar mecanismos de informação que lhes capacite conhecer o ambiente onde atua, o mer- cado onde deverá competir e o próprio ambiente interno que congrega sua estrutura. A comunicação empresarial e a construção da imagem institucional da empresa Um produto de qualidade com uma propaganda bem elaborada e honesta, somado ao respeito à cidadania e a outros aspectos éticos, é fundamental para todas as empresas. Porém, para levar aos consumidores e à sociedade a imagem que se deseja é preciso que os funcionários conheçam e participem da construção dessa imagem. Esse é um processo longo, em que o ponto de partida depende de uma base ética, ou seja, a condução da empresa com honestidade, competência e seriedade. Só dessa forma será possível promover a confiança de seus funcionários, do consumidor e da sociedade em seus produtos, serviços e atendimento. 30 Saiba que Cada vez mais as empresas buscam investir em ações sociais, ambientais, culturais, esportivas e científicas com o objetivo de associar a imagem de sua empresa à de uma instituição útil e vital para a sociedade. Lembre-se! Esses dois fatores – ações e imagem – só serão considerados quando forem efetivamente comunicados aos públicos externos e internos pelos meios de comunicação. Nesse sentido, as empresas devem comunicar à sociedade as medidas e os pro- jetos que desenvolvem nas diversas áreas. A seguir, temos um caso que poderá ajudar você a compreender melhor essa questão. Aplicando a teoria (case) É importante observar, nesse caso, a relação da comunicação empresarial e a construção da imagem institucional da empresa. Vamos lá! Um grande grupo nacional e uma das maiores fábricas de papel reciclado da América Latina, há alguns anos havia passado por um processo de falência, mas conseguiu se reestruturar econômica e tecnicamente. O empenho em conseguir a certificação ISO 9000, que valida o padrão de qualidade de processos e produtos, levou à adoção gradativa de algumas ferramentas de gestão. Com a análise e observação do ambiente de trabalho, os responsáveis pelas mu- danças necessárias concluíram que os funcionários desconheciam o funcionamento da cadeia produtiva e, por isso, o objetivo principal do programa foi explicar com de- talhes o processo. A C om un ic aç ão E m pr es ar ia l: co nc ei to s e ap lic aç õe s 31 A Com unicação Em presarial: conceitos e aplicações Curiosidade Quando uma empresa é detentora de um certificado ISO – International Organization for Standardization – significa que ela aplica internamente o con- junto de regras da ISO com sucesso. Ter um certificado ISO numa concorrência internacional é uma das garantias de se ter produtos de qualidade reconheci- da mundialmente. O desafio dos padrões ISO e de outros programas que melhoram a com- petitividade passa pelo envolvimento e integração dos trabalhadores com os objetivos da empresa. Esse estado de espírito de participação só é possível por intermédio das inúmeras mídias internas, além das formas de comunicação direta como reuniões, peças de teatro participativas, entre outras (NASSAR, 1995, p. 31-32). Resolvendo o case Como foi dito, essa empresa adotou gradativamente algumas ferramentas de gestão, entre elas a elaboração de um “Programa de Integração” para todos os funcio- nários, que se dividiu em três momentos: Uma apresentação feita por meio de palestra, com uso de slides e que desta- cava, principalmente, a parte do processo em que o trabalhador estava en- volvido, com ênfase na concretização e na importância da reciclagem, como também o valor de cada função. Um ciclo de visitas dos funcionários para conhecer todas as instalações da fá- brica e o detalhamento do processo de reciclagem. Confraternização entre os funcionários na sede social da empresa. A descon- tração era proporcionada por uma programação com almoço, música, jogos, jogo de futebol etc. Com a implementação desse programa, diminuiu-se bastante o consumo de água nos processos internos da empresa. Com isso, o lixo foi reduzido de 900 toneladas/mês para 500 toneladas/mês (lixo agregado às aparas). A empresa conseguiu a certificação e isso levou à reflexão sobre questões rela- cionadas à preservação do meio ambiente, à economia dos recursos naturais (água e celulose) e, principalmente, deixou-os atentos à melhoria na qualidade dos produtos. 32 Logo, a empresa passou a tratar essas questões sob a definição de uma nova filo- sofia que envolveria valores e missão que norteariam suas ações. Tudo isso foi além dos muros da empresa, refletindo-se no financiamento de projetos junto à comunidade, como o patrocínio de uma banda formada por meninos de rua que usavam latas para criação de instrumentos. Os funcionários foram estimulados a lidarem de maneira mais flexível e autônoma com os eventos extras. Isso como resultado da criação de uma estrutura informal de discussão e resolução de problemas. Tudo isso trouxe mais dinamismo à resolução de problemas imprevisíveis e que escapavam aos procedimentos cotidianos. Para saber mais Que tal buscar mais informações sobre comunicação empresarial em outros livros que tratam dos mais diferentes aspectos da comunicação dentro das empresas? BUENO, Wilson da Costa. Comunicação Empresarial: teoria e pesquisa. São Paulo: Manole, 2003. Esse livro não só revisa conceitos e incorpora reflexões sobre temas relevantes da área, mas também traz relatos de pesquisas que permitem ampliar o conhecimento sobre a comunicação empresarial no Brasil. CHINEM, Rivaldo. Comunicação Empresarial: teoria e o dia a dia das assessorias de comunicação. São Paulo: Horizonte, 2006. A obra de Chinem está dividida em duas partes: a primeira, que traz um panorama teórico sobre a comunicação empresarial, enquanto a segunda parte mostra, por meio de crônicas do dia a dia, tudo o que envolve o cotidiano dos profissionais que traba- lham com a comunicação empresarial. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE COMUNICAÇÃO EMPRESARIAL. Disponível em: <www. aberje.com.br>. Acesso em: 6 jul. 2009. Nesse site você encontrará vídeos sobre comunicaçãoempresarial, ranking das empresas que mais investem em comunicação empresarial, além de ações de sucesso de empresas de todas as regiões do país. A C om un ic aç ão E m pr es ar ia l: co nc ei to s e ap lic aç õe s 33 A Com unicação Em presarial: conceitos e aplicações Relembrando Principais pontos abordados neste capítulo: A comunicação empresarial. O fluxo de comunicação em uma organização. Funcionamento das redes e dos canais de comunicação nas empresas. A relação da comunicação empresarial com a construção da imagem institu- cional da empresa. Testando os seus conhecimentos Uma companhia aérea, por ordem pessoal de seu presidente, determinou, sob protesto de seus diretores, que um jatinho executivo levantasse voo levando um único passageiro, que ficara irritado com o atraso de um dos aviões de carreira da empresa. O presidente da empresa sabia muito bem que é mais caro ganhar a con- fiança de um novo cliente do que manter um já cliente satisfeito. Sabemos que, quando o consumidor é bem atendido e fiel aos produtos e ser- viços da empresa, ele se transforma em mais um excelente “vendedor”. Esse presi- dente evitou, dessa forma, uma enorme pane na imagem da empresa, que poderia ter culminado com um processo contra a companhia e ainda escrevendo para os jornais. O importante a destacar, nesse caso, é o fato de um presidente de empresa estar abrindo canais de comunicação diretos com os seus clientes. A partir da apresentação desse caso, o que a ação do presidente pode acarretar de benefícios para a empresa? Como você avalia a atitude do presidente? Podemos, a princípio, já destacar que a infinidade de informações que saem da boca dos clientes e que trazem uma avaliação dos serviços e produtos é muito valiosa. Segundo, a possibilidade de, a partir dessas informações, melhorar os serviços e antever mudanças no comportamento dos clientes, como do próprio mercado. 34 E, terceiro, inovar e lançar novos produtos a partir do estímulo pelo questiona- mento ao vivo da clientela. As empresas estão aprendendo cada vez mais que não basta aparecer bem, mas sim, saber escutar e interpretar o que os consumidores estão tentando lhes falar. Só assim será possível promover a confiança de seus funcionários, do consumi- dor e da sociedade em seus produtos, serviços e atendimento, como já destacamos anteriormente. Referências ARGENTI, Paul A. Comunicação Empresarial: a construção da identidade, imagem e reputação. 4. ed. Rio de Janeiro: Elsevier Science, 2006. NASSAR, Paulo. O que É Comunicação Empresarial. São Paulo: Brasiliense, 1995. REGO, Francisco Gaudêncio Torquato do. Comunicação Empresarial, Comunicação Institucional: conceitos, estratégias, sistemas, estrutura, planejamento e técnicas. São Paulo: Summus Editorial, 1996. A C om un ic aç ão E m pr es ar ia l: co nc ei to s e ap lic aç õe s 37 A função da Comunicação Empresarial Contextualizando Nesse novo cenário mundial, a comunicação nas empresas passou a ser ferramen- ta essencial para estabelecer o diálogo entre as empresas e instituições e seus diversos públicos. Os consumidores, além de consumirem, têm princípios e valores que devem ser respeitados pela comunicação da empresa. É importante ressaltarmos que fatores internos de integração e comunicação refletem significativamente na excelência da prestação de serviços ao consumidor. Ao final deste capítulo esperamos que você: compreenda a função da comunicação empresarial dentro das empresas; identifique as diferentes ações dos profissionais (relações públicas, jornalistas, ombudsman) envolvidos na comunicação das empresas; reconheça algumas formas práticas e rápidas de contato das empresas com seus consumidores. Conhecendo a teoria A comunicação dentro da empresa contribui para a definição e concretização de metas e objetivos e possibilita, ainda, a integração e equilíbrio entre seus departamen- tos, áreas etc. A comunicação na empresa Você sabe qual é a função da comunicação em uma empresa? 38 Conceito A função básica da comunicação na empresa é promover consentimento e aceitação. Para tanto, é necessário uma estrutura bem definida e coordena- ção centralizada. Essa coordenação seria responsável pelas pesquisas, táticas, estratégias, normas, canais, fluxos e planos de comunicação, com apoio de técnicas que denotem uma cultura e uma identidade organizacional (REGO, 1996, p. 105). Como resultado dessas ações apontadas por Rego, destacamos: capacidade de responder com rapidez e adequação às contingências, às ame- aças e aos riscos internos e externos; homogeneidade de linguagem; harmonia na preservação dos códigos visuais e escritos; sinergia; racionalização dos processos financeiros e administrativos; distribuição ordenada de tarefas; melhor direcionamento da mensagem e seleção de veículos. A comunicação empresarial utiliza muitas linguagens que não, necessariamente, têm o objetivo imediato nas vendas, porém não deixam de ser ferramentas fundamen- tais no marketing da empresa. Entre essas linguagens, estão a das relações públicas, a de imprensa e a de atendimento direto ao consumidor. As ações dessas áreas podem não ser explicitamente mensuráveis do ponto de vista contábil, mas podem garantir a simpatia da sociedade, a fidelidade dos consumidores e um ótimo relacionamento com sindicatos, governos e trabalhadores. É nessa empreitada que estão envolvidos profissionais de relações públicas, jor- nalistas, publicitários, pesquisadores e profissionais do marketing. Então, vejamos a seguir o que cada um faz nas empresas? A fu nç ão d a Co m un ic aç ão E m pr es ar ia l 39 A função da Com unicação Em presarial Função dos profissionais na comunicação empresarial Relações públicas Têm a função de planejar, implementar e avaliar continuamente as atividades de interação da empresa com seu público interno e externo. As empresas adotam dife- rentes ações estratégicas para esses profissionais, que podem ter seu trabalho mais voltado para o público interno (festas; confraternizações; open house – visita de fami- liares à empresa; apoio cultural e esportivo) ou para o público externo (solenidades para autoridades; coordenação de visitas à empresa e coordenação de campanhas institucionais). Jornalistas Devem selecionar e definir o tipo de apresentação das informações que serão transmitidas aos públicos interno e externo. Destacamos algumas dessas atividades: elaboração do house organ (jornal ou revista com assuntos e informações de interesse dos funcionários); elaboração de press-release (texto informativo, podendo até pautar os grandes jornais, rádios, televisões e publicações especializadas sobre algum assunto específico) e press-kit (conjunto de folhetos, fotos e vídeos que são enviados para os veículos de comunicação com informações sobre a empresa); treinamento de funcio- nários para lidar com a imprensa, chamado também de media training. É importante destacar o cuidado com as demandas de pronunciação da empresa em casos de acidentes e imprevistos, evitando, com isso, a famosa frase: “A empresa se recusou a falar sobre o assunto”. Publicitários Possuem a função de criar e produzir as campanhas publicitárias dos produtos. As empresas, para atingir os seus milhões de possíveis consumidores, transmitem suas mensagens por meio dos veículos de comunicação com grande cobertura, podendo atingir o país inteiro. Os publicitários analisam, a partir de pesquisas, os veículos mais eficientes para os seus objetivos de mercado, como também os programas e os horá- rios mais adequados para atingir o seu público-alvo, mas sempre preocupadosem não contrariar a filosofia da empresa e os princípios morais, éticos, políticos e religiosos dos consumidores. Você notou que as empresas precisam dar conta do recado ao manter uma comu- nicação eficiente em todos os aspectos? Pois de nada adiantará uma excelente propa- ganda, feita pelos mais consagrados publicitários, se os lados ético e cidadão da em- presa vão mal. Ou pior, se os produtos estão com mau desempenho e os consumidores se mostram insatisfeitos com a assistência técnica e com o atendimento. 40 Formas de contato com os consumidores: o ombudsman e os serviços de atendimento Como você viu anteriormente, as empresas estão indo, de diferentes formas, aonde seus clientes estão. Cada vez mais as empresas precisam aprimorar formas prá- ticas e rápidas de contato com seus consumidores. Apresentaremos agora duas dessas maneiras de contato: Ombudsman É a pessoa que fica dentro da própria empresa, contratado por ela, para defender e representar os interesses dos consumidores. Para defender os consumidores dentro da empresa, o ombudsman conta com au- toridade, independência e agilidade. Saiba que A palavra ombudsman tem origem sueca e significa “aquele que representa.” Serviço de Atendimento ao Consumidor Uma outra maneira de as empresas se manterem sempre atentas às necessida- des e reclamações de seus consumidores é através do Serviço de Atendimento ao Consumidor. Você, como consumidor, sabe que as maneiras de contato com o SAC são as mais diversas. Normalmente, encontramos um número de telefone, de acesso gratuito pelo prefixo 0800, impresso nas embalagens dos produtos e um site ou e-mail da empresa de suporte ao produto. Reflexão Você deve perguntar: que tipo de reclamações as empresas recebem nesses pontos de contato com o consumidor? Como são tratados os proble- mas que chegam? São várias as situações que se apresentam, mas podemos destacar, por exemplo, as sugestões das consumidoras de uma das mais consolidadas marcas no seguimento A fu nç ão d a Co m un ic aç ão E m pr es ar ia l 41 A função da Com unicação Em presarial higiene pessoal que solicitaram a mudança de cor do fio dental um metro antes de terminar, evitando, assim, surpresas nada agradáveis. Vimos, assim, que escutar e entender o que o consumidor quer falar é muito im- portante, mas, para isso, é necessário que as empresas estabeleçam essas formas de comunicação. Aplicando a teoria (case) Você já conheceu as diferentes áreas da comunicação e suas respectivas ações. Agora, conhecerá uma empresa com mais de 200 anos no mercado mundial que con- seguiu garantir a simpatia da sociedade, a fidelidade dos consumidores e um ótimo relacionamento com seus diferentes e renovados públicos, sempre utilizando ações das diversas áreas da comunicação. A Faber-Castell Brasil está no país há quase 80 anos, sediada em São Paulo, e em- prega cerca de três mil trabalhadores que produzem anualmente 1,8 bilhão de lápis. O grupo é referência no mercado e, ao plantar a madeira que utiliza para fabricar seus lápis, mostra-se engajado nas atuais políticas de sustentabilidade e preservação do meio ambiente. Diante disso, ganhou o Brasil e outros 70 países com uma linha de aproximadamente mil produtos. Resolvendo o case É interessante observar a dimensão de uma grande empresa como essa, não é mesmo? Como será que a Faber-Castell utiliza sua comunicação empresarial? Como se dão os diferentes papéis da comunicação nessa empresa? Bem, com histórico de forte presença na televisão, como o principal canal de co- municação com o consumidor, atualmente a marca investe em espaços como a in- ternet para divulgar produtos a uma gama maior de consumidores, além de oferecer entretenimento e cultura aos internautas. Em sua campanha de 2009, a empresa focou na internet e se voltou principalmente para pais, professores e crianças. Com o lançamento da ferramenta Clubinho Faber-Castell na internet, a empresa vem mantendo a comunicação com pais e professores, que podem acessar o site e terem informações e dicas com temas atuais e importantes. Além de ser um espaço que possibilita aos professores e pais a troca de informações, as crianças podem aces- sar jogos, publicar atividades e criar cartões virtuais. 42 Observamos que são vários os meios de comunicação que a empresa utiliza e podemos, ainda, destacar o uso da comunicação no ponto de venda, onde a escolha pelo produto é feita e, por isso, é tão importante investir nas ações diferenciadas, prin- cipalmente durante o período de volta às aulas. Para que essas ações se desenvolvam com êxito, existe todo um trabalho com materiais para decoração dos pontos de venda, atividades especiais e pontos extras em algumas lojas para destacar os principais benefícios e diferenciais dos produtos. Destacar os produtos em tabloides de clientes é algo muito comum hoje na comuni- cação das empresas. A empresa busca uma unidade nas ações de comunicação com o cliente ao in- vestir em treinamento de balconistas, promotores e demonstradores, principalmente. Também se mostra muito atenta aos movimentos do mercado no mundo, à comunica- ção da sua marca, de seus produtos e, assim, investe cada vez mais para contribuir com a preservação do meio ambiente por meio da política ambiental implantada no Brasil. (TERRA, Thiago. Aos 248 anos, Faber Castell ainda Inova. Disponível em: <www.mun- dodomarketing.com.br/1,8908,aos-248-anos-faber-castell-ainda-inova.htm>. Acesso em: 17 jul. 2009.) Para saber mais BUENO, Wilson da Costa. Comunicação Empresarial: teoria e pesquisa. São Paulo: Manole, 2003. Esse livro não só revisa conceitos e incorpora reflexões sobre temas relevantes da área, mas também traz relatos de pesquisas que permitem ampliar o conhecimento sobre a comunicação empresarial no Brasil. CHINEM, Rivaldo. Comunicação Empresarial: teoria e o dia a dia das assessorias de comunicação. São Paulo: Horizonte, 2006. Essa obra está dividida em duas partes: a primeira traz um panorama teórico sobre a comunicação empresarial, e a segunda, por meio de crônicas do dia a dia, aborda tudo o que envolve o cotidiano dos profissionais que trabalham com a comunicação empresarial. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE COMUNICAÇÃO EMPRESARIAL. Disponível em: <www. aberje.com.br>. Acesso em 6 jul. 2009. Nesse site você encontrará vídeos sobre comunicação empresarial, ranking das empresas que mais investem em comunicação empresarial, além de ações de sucesso de empresas de todas as regiões do país.A fu nç ão d a Co m un ic aç ão E m pr es ar ia l 43 A função da Com unicação Em presarial Relembrando Principais pontos abordados neste capítulo: A função da comunicação empresarial dentro das empresas. As diversas ações dos profissionais envolvidos na comunicação das empresas. Algumas formas de contato das empresas com seus consumidores. Testando seus conhecimentos A Mercur anunciou a campanha a seguir em revistas e materiais em pontos de venda com o intuito de promover seus produtos de inverno, que abrangem desde máscaras de gel até bolsas térmicas. A estratégia utilizava o tema: “Alivia e conforta como o calor de um abraço”. D is po ní ve l e m : < w w w .p or ta ld ap ro pa ga nd a. co m >. Como você avalia esse anúncio? Qual o objetivo dessa comunicação? Qual públi- co ele quer atingir? Esse anúncio foi criado para o público final e para revendedores, conforme expli- cou o diretor da Mercur, Sérgio Luís Smidt: “Alinhamos a comunicação para falar com dois públicos de extrema importância para a marca, além de fortalecer e incentivar a comercialização dos produtos que são alvo dessa estação”. 44 Referências NASSAR, Paulo. O que É ComunicaçãoEmpresarial. São Paulo: Brasiliense, 1995. PORTAL DA PROPAGANDA. Disponível em: <www.portaldapropaganda.com>. REGO, Francisco Gaudêncio Torquato do. Comunicação Empresarial, Comunicação Institucional: conceitos, estratégias, sistemas, estrutura, planejamento e técnicas. São Paulo: Summus Editorial, 1996. ______. Tratado de Comunicação Empresarial e Política. São Paulo: Pioneira Thomson Learning, 2004. TERRA, Thiago. Aos 248 anos, Faber Castell ainda Inova. Disponível em: <www.mun- dodomarketing.com.br/1,8908,aos-248-anos-faber-castell-ainda-inova.htm>. Acesso em: 17 jul. 2009. A fu nç ão d a Co m un ic aç ão E m pr es ar ia l 47 A Comunicação Estratégica: definindo o público-alvo; transmitindo adequadamente a mensagem Contextualizando O elo entre a estratégia de comunicação de uma empresa e a estratégia geral da empresa acarretará no pleno sucesso da organização. O planejamento das estratégias, programas e projetos de comunicação empresa- rial requer dos profissionais atenção para as oportunidades, ameaças, riscos e tendên- cias do mercado no planejamento dessas ações. Observaremos que esses profissionais de comunicação empresarial devem estar abertos às múltiplas funções, com contínua diversificação de seus papéis à medida que se exigem cada vez mais ações de comunicação estratégica e com resultados significa- tivos. Observa-se que o gerenciamento da reputação de uma empresa e a construção da confiança são metas que só com uma sólida base de comunicação empresarial se conseguem atingir. Ao final deste capítulo esperamos que você: entenda o funcionamento das estratégias de comunicação empresarial; reconheça a estrutura da estratégia da comunicação empresarial; identifique as necessidades estratégicas para a comunicação nas empresas. Esses assuntos, aqui tratados, levarão você a pensar estrategicamente sobre a comunicação. 48 Conhecendo a teoria As ações da comunicação empresarial são fundamentais na definição da missão da empresa e na comunicação desta ao público interno e externo. Em função das cons- tantes mudanças no ambiente de negócios, as empresas que queiram se destacar pre- cisam comunicar-se de forma estratégica. Ações da comunicação empresarial Partimos agora para entender como funciona esse processo. A criação de uma estratégia de comunicação empresarial coerente está relacionada a variáveis que des- tacaremos a seguir: primeiro é preciso definir a estratégia geral da empresa para a comunicação; no segundo momento, analisar os públicos-alvos de relevância; e, por fim, transmitir bem as mensagens. Ao estudar a relação entre as três variáveis, facilmente observamos a conexão entre elas. Argentin (2006) se propõe a apresentar essas variáveis numa estrutura cir- cular, refletindo a realidade em que a comunicação de qualquer espécie é um processo contínuo e não um processo com começo e fim. Podemos verificar a estrutura propos- ta por ele a seguir: Comunicar-se por mensagens... Seu público-alvo... A empresa... Que então responde para... (A RG EN TI N , 2 00 6, p . 2 9) Figura 1 – Estrutura da estratégia da comunicação empresarial.A C om un ic aç ão E st ra té gi ca : d efi ni nd o o pú bl ic o- al vo ; t ra ns m iti nd o ad eq ua da m en te a m en sa ge m 49 A Com unicação Estratégica: definindo o público-alvo; transm itindo adequadam ente a m ensagem Agora podemos discorrer mais sobre essas variáveis e como funcionam na prática. Na definição da estratégia geral da empresa para a comunicação é importante saber e decidir qual o seu motivo em se comunicar. Muitas vezes, pode ser para es- timular o interesse por um novo produto colocado no mercado, informar mudanças estabelecidas dentro da empresa para seus funcionários ou, então, criar demandas de mercado. Tudo isso envolve recursos que a empresa precisa dimensionar, como: dinheiro, recursos humanos e tempo. Muitas empresas erram ao buscar soluções baratas e de curto prazo para os pro- blemas de comunicação. Assim, acabam não levando em conta as perspectivas do pú- blico-alvo e, consequentemente, não atingem seu objetivo de comunicação. Grande parte das empresas não tem o entendimento sobre as reais ações da comunicação em- presarial e isso causa limitações aos recursos humanos na realização de determinadas tarefas. Na maioria dos casos, vemos poucos funcionários direcionados a lidarem com a comunicação e, muitas vezes, sem qualificação e inexperientes. A distribuição de tempo e todos os outros recursos deve ser determinada pelo que realmente será necessário para alcançar o objetivo da empresa, em vez de buscar soluções de curto prazo. Não basta só a definição dos objetivos para a comunicação e a decisão de que recursos estão disponíveis, as empresas também precisam determinar qual a sua repu- tação com o público-alvo. Busca-se saber principalmente se a reputação está limitada, se não tem credibilidade ou se a credibilidade está abalada. A credibilidade da imagem que a empresa construiu junto a um determinado público pode fazer grande diferença para determinar o sucesso ou o fracasso da empresa na realização de seus objetivos (ARGENTIN, 2006). Reflexão A comunicação gerencial só é bem-sucedida se a resposta desejada for obtida do seu público. Para conseguir a resposta, é preciso pensar estrategicamente sobre a comunicação, incluindo a definição de objetivos claros (ARGENTIN, 2006, p. 30). Na análise do público-alvo envolvido busca-se determinar o público-alvo da em- presa, o que se pensa da empresa e qual o conhecimento sobre a comunicação tra- balhada. Dependendo da natureza, do tamanho e do alcance dos negócios de uma empresa, seus grupos de públicos poderão ser bem diferentes. Uma empresa pode ter, simultaneamente, dois grupos de públicos no caso dos funcionários serem também acionistas da empresa. A comunicação voltada para um tipo de público também atinge outros. 50 Saber o que cada público pensa sobre a organização também é importante de ser avaliado. As empresas, para serem merecedoras de confiança, precisam trabalhar esse as- pecto na sua comunicação com seus funcionários, fazendo mudanças a partir desses depoimentos. O entendimento do que os funcionários sabem sobre o assunto e os seus sentimentos a esse respeito é importantíssimo para se evitar desperdício, ou até mesmo uma falha em uma campanha de comunicação. O entendimento da comunicação que se faz de uma empresa é muito importante para se saber o que realmente ela pretende. Reflexão As empresas que tentam vender uma ideia ao público estão sempre correndo o risco de falhar como resultado da falta de informação ou de impressões negativas que os consumidores possam ter ao seu respeito (ARGENTIN, 2006, p. 38). Ao saber quem é o seu público-alvo, a empresa precisa determinar agora como será a forma de transmitir as mensagens, ou seja, escolher um canal de comunicação. Mas o aspecto da abordagem a ser seguida também é importante. Saiba que Canais antigos – fala e escrita. Novos canais – fax, e-mail, correio de voz, conferências pela web, videocon- ferências, sites externos, intranets e blogs. Você pode perceber que há, atualmente, mais canais do que nunca para transmi- tir as comunicações internas e externas da empresa. Na estruturação da mensagem considera-se a direta, aquela que revela a princípio o ponto principal para só depois explicar os motivos, e a indireta, que explica os moti- vos no primeiro momento e só depois o ponto principal. Você deve perguntar, qual forma uma empresa deve escolher? A C om un ic aç ão E st ra té gi ca : d efi ni nd oo pú bl ic o- al vo ; t ra ns m iti nd o ad eq ua da m en te a m en sa ge m 51 A Com unicação Estratégica: definindo o público-alvo; transm itindo adequadam ente a m ensagem A Unilever uti- liza depoimentos de mulheres comuns em suas peças publicitá- rias para divulgar a linha Dove. A marca criou um site, dentro do portal MSN, com dicas de beleza, blogs e está presente em redes sociais como o Orkut. D is po ní ve l e m : < w w w .m un do do m ar ke tin g. co m .b r> . É importante o público-alvo ter logo o entendimento da mensagem e, para isso, é necessário buscar ser o mais direto possível. Depois é só observar o feedback para poder assim avaliar os resultados da comunicação. Esses resultados vão poder mostrar se houve mudança na reputação ou se será necessário mudar o canal de comunicação. Talvez agora fique mais fácil você com- preender a natureza circular da estrutura da comunicação empresarial apresentada anteriormente. Necessidades estratégicas para a comunicação nas empresas Hoje, as empresas vivem cada vez mais em condições de mercado adversas em que se exige o cuidado em estabelecer estratégias para a comunicação empresarial (REGO, 1996). Podemos entender melhor observando algumas dessas estratégias: Planejar a comunicação de maneira sinérgica e integrada Não basta envolver apenas as formas, os recursos e os canais da comunicação coletiva como relações públicas, jornalismo e propaganda. É necessário en- volver também as comunicações humanas, interpessoais, grupais, como bem abordamos no capítulo 1, além das comunicações administrativas quanto às redes, os fluxos e os documentos normativos. A irradiação das mensagens se volta tanto para os circuitos internos, quanto para os circuitos externos. Integrar esses circuitos e torná-los sinérgicos é o mais importante. 52 Tornar mais equilibrados os fluxos da comunicação Observa-se que o equilíbrio do sistema organizacional depende da adequa- ção dos fluxos de comunicação para o ambiente externo e para o ambien- te interno. É imprescindível, dentro desses sistemas, o ajuste entre os fluxos descendentes, ascendentes e lateral. Lembra que tratamos desse assunto no capítulo 2? Tornar harmônicos o marketing institucional e o marketing comercial Existe um evidente desajuste na maioria das empresas quando o marketing institucional está isolado do marketing de produtos comerciais. Buscar a har- monia entre ambos significa racionalizar a linguagem, economizar custos e mostrar que ambos pertencem à mesma organização e que a imagem que se passa para a opinião pública é igual à identidade que se quer projetar. Para divulgar as sandálias e chinelos da Grendene que levam seu nome, Gisele Bündchen desfila nessa campanha publicitária numa aqua- rela marinha e naturalista. Como campanhas anterio- res, a empresa apoia mais uma ONG socioambiental, o Projeto Tamar. D is po ní ve l e m : < w w w .g is el eb un dc he n. co m .b r> . Valorizar e enfatizar canais participativos de comunicação – internos ou externos A estratégia da ativação de canais participativos é adequada, pois tais canais constituem a garantia de maior participação dos subordinados nos sistemas de engajamento e concordância na empresa. Dessa forma, pode-se impedir que grande quantidade de informações que descem para os níveis inferiores da organização não deixe de ser avaliada e controlada. Podemos destacar como formas de participação comunicativa as caixas de sugestões, concursos internos, reuniões de brainstorm, conselhos participativos etc. É importante considerar a multiplicidade de recursos de comunicação postos à disposição dos públicos de uma empresa e que se procure preservar uma linguagem única. A C om un ic aç ão E st ra té gi ca : d efi ni nd o o pú bl ic o- al vo ; t ra ns m iti nd o ad eq ua da m en te a m en sa ge m 53 A Com unicação Estratégica: definindo o público-alvo; transm itindo adequadam ente a m ensagem Saiba que Brainstorm é uma palavra inglesa que significa “tempestade mental”. É um método de exploração de ideias, um bate-papo direcionado, que pode favorecer ou não o surgimento de ideias novas que ajudem na solução de problemas ou situações. Projetar uma identidade (transparente e forte) Trata-se de agregar situações que darão à empresa uma personalidade. Deve-se fixar a identidade de maneira adequada para se dar transparência e vigor à imagem. A Coca-Cola exalta a preocupação que a marca possui em rela- ção à sustentabilidade e à preservação do meio ambiente, como uma plataforma que reúne os princípios, valores e áreas de atuação da Coca-Cola Brasil. D is po ní ve l e m : < w w w .p or ta ld ap ro pa ga nd a. co m >. Crer na comunicação como poder pode significar para a empresa um investi- mento dos mais valiosos para se conseguir atingir seus objetivos e desenvol- ver suas estratégias empresariais. O importante é ver a comunicação como investimento e não despesa. Investir na capacitação de seus profissionais é algo muito cobrado das em- presas, buscando um direcionamento para as estratégias de comunicação. Só assim é possível trabalhar as potencialidades desses profissionais de forma mais integrada e ordenada. Busca-se o domínio das técnicas de comunica- ção, trabalhando uma postura reflexiva a partir de cursos, pós-graduação e seminários. Investimento em informações é uma realidade constante hoje nas empre- sas. Você observa que investir maciçamente em sistemas de comunicação é privilegiar os sistemas de informação que apoiarão as tomadas de decisões. Essa preocupação se dá tanto com dados de informação quantitativa como 54 qualitativa. Buscar o foco nas prioridades para se ter um adequado planejamento estraté- gico da comunicação empresarial e, para isso, são necessárias pesquisas que sinalizam as necessidades do mercado e o rastreamento dos pontos fortes e fracos. Busca-se, com isso, mais objetividade que se traduzirá na redução de custos e trará resultados mais claros e imediatos. Aplicando a teoria (case) Apresentaremos um exemplo de uma comunicação empresarial eficiente como salvação de uma multinacional que teve uma de suas linhas de produto envenenada, matando sete pessoas nos EUA. Publicitários, especialistas em comunicação e marketing achavam que era impos- sível salvar a empresa depois desse fato. Até então, a empresa era conhecida como uma empresa sólida que defendia seus produtos e fazia a coisa certa. Você se imaginaria comprando um produto que tinha sido envenenado? Pois bem, não era algo fácil a ser feito. As empresas, para serem merecedoras de confiança, precisam demonstrar constantemente, por meio de suas ações, preocupa- ção, cuidado e compreensão com os seus diversos públicos. Resolvendo o case Essa situação esclarece muito bem o quanto é importante e proveitoso aparecer sempre em destaque nas pesquisas entre as empresas de melhor reputação. Vimos que essa empresa, apontada pelos seus esforços em garantir a relação entre a visão e a comunicação, buscava desenvolver uma estratégia geral, sempre considerando o es- forço de comunicação. Sua resposta rápida, atenciosa e eficiente só reforçou seu con- ceito, sua reputação de empresa que tem cuidado com as pessoas. Mas afinal, que medidas foram tomadas? Como ela conseguiu reverter essa situação? A preocupação com as pessoas esteve, em primeiro lugar, com a remoção do pro- duto das prateleiras imediatamente. Com a ajuda de médicos, da mídia e dos consu- midores, conseguiu-se
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