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Matéria Civil II (Direito das Obrigações) Parte 08 - Final Autor: René Antunes Moreira Neto 1- Inadimplemento das Obrigações É o descumprimento de uma obrigação de dar, fazer e não fazer. É também o não pagamento da dívida nas condições fixadas pelo negociou jurídico (contrato, relações entre as partes). - Inadimplemento absoluto: “Há inadimplemento absoluto quando o devedor não mais pode cumprir a obrigação; há mora quando a possibilidade ainda persiste”. Pressupõe o não cumprimento voluntario da obrigação, nesse ambiente a interesidade da culpa não afeta a valoração das perdas e danos, restringindo-se à importância da análise da substancia do descumprimento. Em outras palavras é a completa perda da necessidade de e da utilidade da coisa. O inadimplemento absoluto pode decorrer de causas imputáveis ao devedor e causas que não lhe sejam imputadas. (Não quero medir a culpa de ninguém) Ex.: no Brasil a comercialização de mogno era permitida até a edição da Instrução Normativa n. 03/98, do Ibama, que proibiu o beneficiamento, o transporte e a comercialização do mogno, tendo o STJ, em 2012, decidido que a regra se aplica também à madeira já derrubada e estocada. Imagine que uma madeireira, dias antes da publicação da IN n. 03/98, tenha se obrigado a vender determinada quantidade de mogno a uma empresa; após a IN n. 03/98, a prestação deixou de ser taticamente realizável, caracterizando o inadimplemento absoluto da madeireira com relação à empresa adquirente do mogno. Responsabilidade: Objetiva: Quem? Não interessa de quem é a culpa. Se alguém sofreu um prejuízo esse prejuízo vai ter que ser reparado. Obs.: não precisa prova. Conexão imediata com inadimplemento absoluto. Subjetiva: quero saber quem é o culpado: A tem 70% da culpa, B tem 25% da culpa e C tem 5 % da culpa. Pode ser que haja um só culpado. Obs.: precisa de prova. Quem diz quem é o culpado tem que produzir o ônus da prova, - Inadimplemento culposo: eu consigo dividir de quem é a culpa por determinada parte da obrigação. A empresa entra com ação de regresso contra seus funcionários para saber qual falou e quanto ele é responsável (deve). É a necessidade de atribuir um percentual de culpa pelo não cumprimento da obrigação por parte de devedor. Aqui a intensidade da culpa afeta a valoração das perdas e danos. Inadimplemento fortuito: decorre de circunstancias estranhas à vontade das partes que determinam consequentemente a impossibilidade da prestação. Alguma coisa que ninguém conseguiu controlar ou evitar. O Direito civil quer saber o que é essa “alguma coisa”: fortuito ou força maior. Nota: não se fala em fortuito e força maior nas obrigações alternativas. Obs.: O devedor não respondera pelos prejuízos resultantes de caso fortuito ou força maior se expressamente não houver por eles se responsabilizado. Requisitos de caso fortuito e força maior. - Naturalidade do evento - Imprevisibilidade do evento - Inevitabilidade do evento - Irresistibilidade do evento - E ausência de culpa do agente Fortuito: É o evento proveniente de ato humano, imprevisível e inevitável, que impede o cumprimento de uma obrigação, tais como: a greve, a guerra etc. Não se confunde com: Força maior, que é um evento previsível ou imprevisível, porém inevitável, decorrente das forças da natureza, como o raio, a tempestade etc. Inadimplemento relativo: tem relação com a demora (tempo do pagamento, momento do pagamento) retardamento do cumprimento da obrigação. Obs.: a mora pode ser um cumprimento imperfeito da obrigação (cumprimento parcial) - Mora do devedor: Ocorre quando ele atrasa a entrega da coisa, seja por culpa própria ou quando o pagamento é apenas defeituoso, mas a prestação ainda remanesce ou continua proveitosa para o credor. Obs.: O devedor pode afastar os efeitos da mora se demonstrar onerosidade excessiva. Ex.: quem me vendeu um celular defeituoso, continua em mora comigo até ele concertar ou eu receber um novo. - Mora do credor: pressupõe que haja impedimento injusto de adimplir o devedor a obrigação, ou que tenha recusado uma oferta real de pagamento ou ainda que tenha exigido o pagamento superior ou diverso do ajustado. Obs.: a mora do credor não exonera o devedor da obrigação. Requisitos da mora do credor. - O vencimento da obrigação a oferta real da prestação ou a recusa injustificada em receber o pagamento. - A mora do credor confere ao devedor o direito de consignação em pagamento. A ação de consignação em pagamento é uma ação proposta pelo devedor contra o credor, quando este recusar-se a receber o valor de dívida ou exigir do devedor valor superior ao entendido devido por este, além de outras hipóteses admitidas na legislação. - A mora do credor sujeita-o a receber a prestação pelo valor estimado mais favorável ao devedor. 2 - Purgação e cessão de mora: Por parte do devedor: oferece este a prestação necessária mais a importância dos prejuízos decorrentes da oferta (existe um a mais a ser resolvido). Por parte do credor: oferece este a receber o pagamento sujeitando-se aos efeitos de mora até a chegada da data do recebimento. Ex.: Eu concordo agora me pague, vamos ver acontecer! Cessão de mora: o inadimplemento foi desfeito “quitado” (você quitou pagou o que devia). Perdas e danos: Qual foi o momento em que eu coloco em pratica o que eu prometi, ou que eu cumpro o contrato (Quando começa a obrigação de fato, estipulado no contrato) Duas espécies relacionadas ao tempo. Tempo em que acontece o chamado prejuízo. Danos emergentes: são os prejuízos materiais decorrentes da inexecução do devedor. A grosso modo, podemos dizer que é tudo aquilo que o credor efetivamente perdeu. Ex.: Ganhei uma licitação de pedágio para 5 anos, coloquei um dinheiro como investimento, meu dinheiro investido eu iria receber e começar a ter lucro em 10 anos, antes disso trocou o governo e o novo governo cancelou meu contrato quando este atingiu 4 anos, antes do tempo, sem minha culpa (tempo) me causando um prejuízo (quebrei no caminho). Lucros cessantes: tudo aquilo que o credor razoavelmente deixou de lucrar (artigo 402 e 403 do CC), em decorrência direita e imediata da inexecução da obrigação pelo devedor. É conhecido também como dano negativo, por referir-se à privação de um ganho pelo credor, em vista da inadimplência do devedor. Ex.: No exemplo da licitação, após 5 anos seria meu lucro, se atividade se encerrou cessou meus lucros é a previsão de lucro durante os 10 anos finais. É uma expectativa de direito. Juros Moratórios: decorrem do atraso no cumprimento da obrigação, os juros moratórios traduzem uma indenização pelo retardamento culposo no cumprimento da obrigação. Ex.: cálculo do tempo entre o período que deveria ser pago, até o momento em que se pagou, seria em outras palavras é a desvalorização do dinheiro neste período. Nota: índice mais comum usado é o IGPM. Juros remuneratórios ou compensatório: recálculo do que você tem a receber. É o que realmente você tem a receber (revisão do cálculo). 3 – Conceito modalidade e efeito - Clausula Penal: É obrigação acessória em que se estipula pena ou multa destinada a evitar o inadimplemento da obrigação principal ou o retardamento de seu cumprimento. Nota-se que também é denominada pena convencional ou multa contratual. É a exigência quando houve o inadimplemento de forma irresponsável por parte do devedor, geralmente é fixada em dinheiro, mas nada impede que ele possa ser fixado em coisa diversa. Um reforço de garantia, não a forma prevista em lei, mas a sua interpretação deve ser sempre restritiva, em outras palavras vista como um acessório e não como objetoprincipal da obrigação. Ex. pagar uma multa. - Arras: é o penhor de uma quantia dada em garantia de uma obrigação, trata-se de uma quantia dada como espécie de sinal de negócio (firmeza, concordância) Ex.: Sinal de negócio na compra de um imóvel; carta garantia em um contrato de licitação de obras públicas, muitas vezes um banco é envolvido para garantir a dívida.
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