Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
PODE SER Positivas: Dar, fazer algo. • Ato comissivo: A pessoa irá agir. Negativa: Abstenção, não fazer algo. OBRIGAÇÃO DE DAR Segundo Maria Helena Diniz, “a obrigação de prestação de coisa vem a ser aquela que tem por objetivo mediato uma coisa que, por sua vez, pode ser certa ou determinada ou incerta”. • Entregar ou retribuir uma coisa. • Interessado na tradição do bem, sendo indiferente a atividade do que será realizada pelo devedor no momento anterior. • É um acessório da obrigação de fazer. • A obrigação de dar, é a entrega do bem, que se chama tradição, quando o bem é entregue, há a tradição (só coisa certa). Ex: Quando alugo algo, seja carro ou imóvel, tenho que devolver (retribuir). As prestações dos contratos informáticos são imateriais. fornecimento de softwares, jogos, filmes... trata-se de obrigação de dar. Obrigação de dar X Direito real Direito de real: Tem como objetivo a própria coisa. Obrigação de dar: Tem por objeto, o comportamento consciente na entrega da prestação. 1. DAR COISA CERTA: • Art. 233 a 242, 313 • Comprei algo específico e devido a isso, devo receber aquele algo específico que comprei. • É a entrega do bem infungível (aqueles que não pode ser substituído por outro /bem específico), bem totalmente definido. • Não poderá ser o credor, coagido de receber outro bem no local, do devido. Obrigação de dar coisa futura • Não existe ao tempo da celebração, porém já é certa e determinada. • Caso não vier a existir, haverá ineficácia superveniente. • A prestação não se resume a ação de prestar, mas também ao resultado da prestação, na qual o devedor fica obrigado não apenas aquilo que expressamente acordou, mas também os deveres acessórios emanados da boa-fé objetiva. Obrigação de dar, fazer e não fazer ➢ Ex: guardar a coisa vendida, transportá- la, ter proteção e cuidado... ➢ As partes podem convencionar em contrário excluindo os acessórios da esfera da obrigação principal. Impossibilidade nas obrigações de dar Ocorre quando a atividade de prestar não é realizada ou o resultado pretendido não é alcançado. ➢ A impossibilidade superveniente é tida em situações em que obrigação atende o plano genérico da validade, mais perde a sua eficácia no curso da relação jurídica. ➢ Gera a extinção do negócio jurídico. 2. DAR COISA INCERTA Art. 243, 244. • As partes não convencionaram a entrega de coisa individualizada, mas a prestação ao menos será definida pelo gênero e pela quantidade. • Em muitos casos abrange a tradição de coisa fungível. • Ex: Sorteio de carro da marca X em shopping, sem especificar o modelo. • Se for incerto, no momento da entrega vira coisa certa. • Se o credor não expressar de modo claro a sua escolha, a escolha ficará a critério do devedor, não podendo ele selecionar bens melhores ou piores, mas aquele de patamar intermediário. Restituir: Caso da locação na qual tenho a obrigação de devolver o que aluguel. Pagar quantia em dinheiro: Quando devo determinada quantia e com isso, devo pagar esse determinado valor. Tutela processual das obrigações de dar coisa certa e coisa incerta • Artigo 498 do código processual civil. • Na sentença de procedência do processo de reconhecimento, o réu será condenado a entregar a coisa certa. • Pode haver provimento provisório de urgência (art 294 CPC); • Se o devedor recusar a atender o mandato, poderá ser aplicado multa periódica por atraso, ou busca e apreensão de bens móveis ou imóvel. • Em relação à obrigação de dar coisa incerta, se a escolha couber ao autor, a individualização realizar-se-á na petição inicial, pois execução é realizada após a sentença no mesmo processo que condenou o réu. Se escolha couber ao réu, este a entregará individualizada, no prazo fixado pelo juiz. TRADIÇÃO • Entrega do bem = tradição Tradição efetiva: Tradição propriamente dita; quando é entregue em mãos (quando a entrega física é consumada). Tradição simbólica: Entrego um bem, simbolizado a entrega de outro bem (ex: entregar a chave de um carro comprado). Tradição longa Manus: Surge no direito romano, e foi se modernizando (longa mão). Deixa o bem a sua disposição, porém em outro lugar (ex: entrego o imóvel até lá). POSSE X PROPRIEDADE Posse: É ter o bem em seu poder e agir com a conduta de dolo. Propriedade: É ser o dono do bem. A propriedade de bem móvel possui a presunção relativa (Ex: você tem a posse de um computador, então presume-se que você tenha a propriedade desse bem, visto estar com você). Alguns bens móveis, a lei exigi um registro, como o carro. A tradição e a forma de aquisição para o bem móvel e a propriedade de bem imóvel é adquirida com a transcrição. • Antes da tradição, a posse pertence ao devedor e após a tradição a posse do bem passa ser do credor. (Compro um carro que será da concessionária até eu fazer a tradição do bem, para mim) Art 237. Até a tradição pertence ao devedor a coisa, com os seus melhoramentos e acrescidos, pelos quais poderá exigir aumento no preço; se o credor não anuir, poderá o devedor resolver a obrigação. Parágrafo único. Os frutos percebidos são do devedor, cabendo ao credor os pendentes. Em caso de contratos para evitar a cobrança maior futuramente, é bom colocar uma cláusula de que não será aceito o artigo acima, para evitar o aumento do preço futuramente... ✓ FRUTO Aquilo que o principal produz e se renova várias vezes. Fruto é acessório, necessitando assim o principal (ex: a maçã exige a árvore para dar o fruto, sendo assim a árvore o principal). • Art. 242 CC • Naturais: São aqueles que advém da própria natureza (ex: frutas). • Industriais: Que vem da indústria. • Civis: Que vem da lei ou do acordo de vontades (aluguéis e o juros/dividendos). ➢ Frutos percebidos: São aqueles que no momento próprio (momento certo), são retirados do bem (ex: aluguel pago no momento exato). • Se o devedor houver agido de má-fé, reconhece-se em favor do credor o direito indenização de todos os frutos percebidos - que não foram acolhidos a partir da configuração de má-fé - e o ressarcimento dos frutos colhidos com antecipação pelo devedor. • Art. 1.214 e 1.216 ➢ Frutos pendentes Que estão no principal, mas não estão no momento de serem colhidos (ex: um aluguel que ainda não venceu/aluguel do próximo mês) A fungibilidade pode ser de 3 tipos 1. Natural 2. Legal 3. Consensual Art. 85. São fungíveis os móveis que podem substituir-se por outros da mesma espécie, qualidade e quantidade. • No Brasil todos os bens imóveis são infungíveis e possuem cada um seu Registro. Princípio da equivalência • Art. 237, CC • Quem suporta os riscos também deverá ser beneficiado pelos melhoramentos, • Todas as benfeitorias e ascensões efetivadas na coisa até a tradição serão incorporadas ao patrimônio do titular, que será legitimado para caso o credor se recusa a pagar no valor, extinguir a obrigação. • O valor maior/indenização, requer que as benfeitorias sejam necessárias ou úteis e efetuadas de boa-fé. • Todos os acessórios que já existem ao tempo da celebração do negócio jurídico serão de propriedade do credor, sem qualquer acréscimo pecuniário em prol do devedor. Descumprimento • Antes da tradição (bens móveis) ou do registro (bens imóveis), todos os riscos quanto a perda da coisa será imputado ao alienante (Art. 492, CC) • A transferência do risco da coisa ao adquirente, é verificada somente ao instante a entrega do bem. • A teoria do vício redibitório e da evicção asseguram adquirente prosseguircom uma tutela processual em face do alienante, mesmo diante da perda ou deterioração da coisa na fase posterior à tradição, ao constatar vicio ocultos da coisa já existente no tempo da tradição, mas que vieram só se manifestar posteriormente, ou possui algum vício jurídico do bem. Art. 447 do CC) • Pode ser de dois tipos: PERECIMENTO: • Credor sofre com a perda/prejuízo. • O bem continua, mas sem validade. • Impossibilidade superveniente. Ex: Tenho que entregar uma cadeira, mas ela está quebrada, destruída, logo parecida. Ex: O prédio caiu e o locatário não tem nada a ver com o ocorrido, com isso, o proprietário perde a sua propriedade e arca com a futuras despesas. • Pode ser por 3 motivos A. Destruição: A cadeira foi destruída B. Perda da finalidade: Comprei um cavalo para reprodução, porém ele ficou estéril, perdendo a sua finalidade inicial. C. Força da lei (quando a lei proíbe aquilo): O cigarro eletrônico, era lícito, mas passou a ser ilícito. Art. 234. Se, no caso do artigo antecedente, a coisa se perder, sem culpa do devedor, antes da tradição, ou pendente a condição suspensiva, fica resolvida a obrigação para ambas as partes; se a perda resultar de culpa do devedor, responderá este pelo equivalente e mais perdas e danos. Perecimento sem culpa do devedor O bem pereceu e não foi culpa minha, resolve-se a obrigação, retornando o status anterior. • A obrigação será resolvida com a restituição ao adquirente do montante eventualmente antecipado. • O devedor terá que provar que eu fato não ocorreu por sua culpa. • Art 393, CC. Perecimento com culpa do devedor Equivalente ao valor do bem + perdas e danos devido à expectativa patrimonial frustrada (lucro cessante). • Se a perda da coisa foi o resultado de conduta maliciosa ou negligente do devedor. • Art. 234 DETERIORAÇÃO Degeneração do bem não necessariamente destruição total, mas perdendo parte da sua finalidade. Art. 235. Deteriorada a coisa, não sendo o devedor culpado, poderá o credor resolver a obrigação, ou aceitar a coisa, abatido de seu preço o valor que perdeu. Deterioração sem culpa: Resolve-se a obrigação ou aceite a coisa com abatimento de seu preço. • Em hipóteses de perda parcial do objeto, se a deterioração for consequência de fortuito ou de fato de terceiro, possui 2 alternativas de solução, o credor resolve a obrigação, retornando as partes da situação originária, ou, alternativamente poderá o credor aceitar o bem deteriorado, com o abatimento proporcional do preço. Deterioração com culpa: Equivalente ao valor do bem + perdas e danos ou o aceite da coisa com abatimento do valor + perdas e danos. ➢ Se o perecimento parcial foi provocado devido ao comportamento culposo do devedor, o credor poderá recusar a coisa e exigir o equivalente, ou aceitá-la no estado em que se contra dependendo do nível de deterioração. • Impossibilidade superveniente relativa. É tida nas hipóteses de impossibilidade de cumprimento da obrigação em razão da dificuldade do devedor foi cumprido a obrigação. Clovis do Couto e Silva explica que, ainda que se trate de insolvência do devedor, desde que é esta não tenha ocorrido por circunstâncias a ele imputável, não se responsabilizará pelo retardo da prestação, o que implicará a equiparação das consequências jurídicas da insolvência a impossibilidade absoluta. ➢ O devedor poderá inventar se da responsabilidade pelo fortuito ao tempo da mora se demonstrar que, mesmo se a entrega fosse tempestiva, o evento lesivo ainda ocorreria. Passará assim responder pela impossibilidade da prestação. ➢ Art. 236 CC • Regra do res perito domino: A coisa perece ao seu dono e por não ocorrer a transmissão da propriedade, o titular ficará com a perda da coisa em razão do fortuito. Obrigação de restituir • Art 237, 238, 241, 1.219, 1.220 CC. • Dever de devolução do bem ao credor. • O proprietário da coisa não é o devedor, mas sim o credor, que anseia pela devolução da coisa em contratos como locação, comodato, depósito e mútuo. • Não há transmissão de propriedade, apenas de posse, devendo assim, o devedor restituir ao final da relação. Ex: Devolver o apartamento quando acabar o contrato de aluguel. BENFEITORIA: São melhoramentos que se faz na coisa (concertar um piso quebrado antes de alugar). ❖ Somente para bens ❖ Existe 5 definições possíveis: → Necessárias • Aquela que é indispensável, • Agindo de boa-fé, há obrigação de indenização a quem fez a benfeitoria. Caso tenha agido de má-fé, não terá obrigação de indenizar a pessoa que fez a benfeitoria sem necessidade. • Direito de retenção (não devolvo o bem enquanto não houver o pagamento). • Benfeitoria não é relacionado a conduta e sim a posse. Ex: Infiltração em um apartamento, que deve ser concertada urgentemente. → Úteis • Melhor utilidade ao bem. • Agindo de boa-fé, há obrigação de indenização. • Direito de retenção (enquanto não houver o pagamento). Ex: Trocar a fiação da luz, mesmo que ela esteja boa, somente para que dure mais tempo e não cause danos. Ex: Uma academia de natação, que acrescenta uma piscina para atender a um determinado público como deficientes ou para atender a demanda alta da academia. → Voluptuárias • De mero recreio/ embelezamento. • Não há obrigação de indenização. • Direito de levantamento (se não houver o pagamento a pessoa poderá levar o objeto). Ex: Reformar o Hall de entrada de um prédio ou por armários novos no apartamento. ❖ Na prática em contrato de locação: É necessário amarrar bem o contrato, alegando que as benfeitorias necessárias e úteis, não serão indenizadas, a não ser, que o proprietário autorize. → Acessão • Acréscimo de algo. • Direito do proprietário de acrescer aos seus bens tudo o que se incorpora, natural ou artificialmente, a eles. Ex: Caso da advogada e a questão de varandas fechadas. Foi alegado que o fechamento de varandas se enquadrava como Acessão, entretanto, uma advogada foi contrária a essa decisão e ganhou diversos casos ao alegar que não se considerava acessão, caso a varanda ainda permanecesse com o desnível entre os ambientes e continuasse com a janela de separação dos ambientes (varanda, continua sendo varanda), seria um caso de benfeitoria, podendo só ser considerado acessão, caso fosse feito a abertura da divisão dos ambientes, retirando assim a janela e o desnível existente , aumentando assim a área, e podendo ocorrer o aumento do IPTU, devido a esse aumento. → Comodato Empréstimo do bem (te empresto minha sala comercial e você só paga as despesas, como luz, água...). Art. 246. Antes da escolha, não poderá o devedor alegar perda ou deterioração da coisa, ainda que por força maior ou caso fortuito Impossibilidade superveniente • Perda da coisa a ser restituída. • A coisa se perde sem que haja qualquer comportamento devido o uso do devedor, resolve-se a obrigação pela perda do objeto. • Se a perda do bem foi devido à conduta censurável do próprio devedor, ele responderá pelo equivalente pecuniário da coisa, mais acrescidos de perdas e danos (lucro cessante, Art. 239). • Em deterioração parcial, deverá o credor aceitá-la em seu estado atual, caso não seja devido à culpa do devedor (1° parte Art 240, CC), ou, o devedor poderá uma ter consigo o bem parcialmente destruído, com o abatimento proporcional do valor pago ao credor a título de posse (ex: locação). Obrigação de pagar quantia certa É a obrigação cuja prestação consiste na entrega de dinheiro ou valor fiduciáriocorrespondente. Doutrina clássica: Espécie de obrigação de dar. Contemporânea: Autonomia conceitual. • Natureza da quantia Regra geral: Moeda nacional (real). Exceção: Moeda estrangeira ou ouro. Pagamento em ouro ou moeda estrangeira Proíbe a formulação de contratos que estipulam pagamentos em dólar, entretanto há exceções. Art. 318. São nulas as convenções de pagamento em ouro ou em moeda estrangeira, bem como para compensar a diferença entre o valor desta e o da moeda nacional, excetuados os casos previstos na legislação especial. Decreto-Lei 857/69 Art 1º São nulos de pleno direito os contratos, títulos e quaisquer documentos, bem como as obrigações que exeqüíveis no Brasil, estipulem pagamento em ouro, em moeda estrangeira, ou, por alguma forma, restrinjam ou recusem, nos seus efeitos, o curso legal do cruzeiro. Art 2º Não se aplicam as disposições do artigo anterior: I. aos contratos e títulos referentes a importação ou exportação de mercadorias; II. aos contratos de financiamento ou de prestação de garantias relativos às operações de exportação de bens e serviços vendidos a crédito para o exterior; III. aos contratos de compra e venda de câmbio em geral; IV. aos empréstimos e quaisquer outras obrigações cujo credor ou devedor seja pessoa residente e domiciliada no exterior, excetuados os contratos de locação de imóveis situados no território nacional; V. aos contratos que tenham por objeto a cessão, transferência, delegação, assunção ou modificação das obrigações referidas no item anterior, ainda que ambas as partes contratantes sejam pessoas residentes ou domiciliadas no país. Parágrafo único. Os contratos de locação de bens móveis que estipulem pagamento em moeda estrangeira ficam sujeitos, para sua validade a registro prévio no Banco Central do Brasil. Plano real Lei no 8.880, de 27/05/ 1994. Artigo. 6, inclui o reajuste e incluiu como exceção o arrendamento mercantil (leasing). Sentença na obrigação de pagar quantia O CPC de 2015, definiu os elementos que a sentença deve possuir. • Extensão da obrigação (valor do principal). • Correção monetária (dizer o índice que será usado na correção monetária). • Taxa de juros (É o percentual calculado pela divisão dos juros que foram contratados pelo capital emprestado/poupado). Correção monetária: Atualização do principal (inflação). Obrigação de Fazer A obrigação de fazer é a que tem por objeto um serviço, esse que pode ser feito por mim ou por um terceiro ou por um credor e um terceiro. Objeto: Comportamento humano, lícito e possível. Ex: Contrato de prestação de serviço Duradouras: a execução da obrigação protrai-se no tempo de forma continuada (pintura em tela), ou último modo periódico, mediante trato sucessivo. Instantâneas: aperfeiçoa-se em um único momento (registrar aquisição de um bem). Obrigação de fazer infungível Art. 247. Incorre na obrigação de indenizar perdas e danos o devedor que recusar a prestação a ele só imposta, ou só por ele exeqüível. • Sempre que as circunstâncias para ela apontem, mesmo que não exista convenção expresso nesse sentido. • Com base nas qualidades pessoais do devedor. • Ex: show de música feito por grande artista. Obrigação de fazer fungível Art. 249. Se o fato puder ser executado por terceiro, será livre ao credor mandá-lo executar à custa do devedor, havendo recusa ou mora deste, sem prejuízo da indenização cabível. Parágrafo único. Em caso de urgência, pode o credor, independentemente de autorização judicial, executar ou mandar executar o fato, sendo depois ressarcido. • Via de regra. • Quando outra pessoa puder dar-lhe cumprimento sem prejuízo ao credor. • Mantém-se, é uma responsabilidade do devedor originário, mesmo após a aceitação do terceiro. • Caso de urgência do cumprimento, artigo 249 do código civil. Ex: O casamento era hoje e começa as 9hrs da noite e as 2hrs na tarde a família percebeu que o buffet não apareceu. Arrumaram alguém para fazer o buffet, porém muito mais caro. Ao pé da letra, lendo o artigo percebe-se que quem pagará o novo buffet é o devedor que não apareceu, com tudo, deverá ser pago por quem contratou e após cobrar o buffet que faltou por culpa. Se for com culpa gera perdas e danos. Art. 251. Praticado pelo devedor o ato, a cuja abstenção se obrigara, o credor pode exigir dele que o desfaça, sob pena de se desfazer à sua custa, ressarcindo o culpado perdas e danos. Parágrafo único. Em caso de urgência, poderá o credor desfazer ou mandar desfazer, independentemente de autorização judicial, sem prejuízo do ressarcimento devido. Obrigação de não fazer • Art. 250, 251, 390, 814, até 823 • Implica uma abstenção, permissão ou tolerância, impedindo que o devedor pratique um determinado ato que normalmente não lhe seria vedado, admitido... • A obrigação de não fazer, tem natureza infungível, personalíssimo e insubstituível, haja visto que toda omissão é uma atitude pessoal e intransferível do devedor. • Pode ser obrigações temporárias ou duradouras. • O adimplemento será sempre de caráter sucessivos, pois impõem ao devedor abster- se de um ato em todas as ocasiões em que eu teria de cumprir. • Poderá haver uma deliberação judicial, no sentido de restringir o conteúdo de tais prestações, quando ofensivas da ordem econômica os direitos fundamentais do ser humano. • A impossibilidade originária da obrigação de não fazer já existente ao tempo da celebração do negócio jurídico, implica a sanção de nulidade de negócio jurídico (art. 166, II, CC). Obrigações instantâneas: quando descumpridas uma única vez são reversíveis, gerando inadimplemento absoluto. • Não admite a tutela do desfazimento, art. 822 e 823 CC. Obrigações permanentes: admitem mesmo após o descumprimento, a opção pela purgação da mora através da recomposição do status anterior. Obrigação de não fazer é uma prestação negativa. Art. 250. Extingue-se a obrigação de não fazer, desde que, sem culpa do devedor, se lhe torne impossível abster-se do ato, que se obrigou a não praticar. • Inadimplemento sem culpa, é impossível a abstenção, extingue a obrigação. (resolve-se a obrigação). • Ex: Cumplice e governança. Obrigação simples É aquele em que se tem, uma unidade de prestação, uma única prestação. Obrigação cumulativa É aquele que você tem uma prestação de alternativas. Ex: vai comprar um carro, no qual, você vai ter a entrega do carro, mais assistência técnica, mais um serviço de socorro durante 2 anos. Obrigações alternativas Quando eu tenho 2 prestações no mesmo nível e eu posso cumprir uma delas. Art. 252. Nas obrigações alternativas, a escolha cabe ao devedor, se outra coisa não se estipulou. § 1 o Não pode o devedor obrigar o credor a receber parte em uma prestação e parte em outra. § 2 o Quando a obrigação for de prestações periódicas, a faculdade de opção poderá ser exercida em cada período. § 3 o No caso de pluralidade de optantes, não havendo acordo unânime entre eles, decidirá o juiz, findo o prazo por este assinado para a deliberação. § 4 o Se o título deferir a opção a terceiro, e este não quiser, ou não puder exercê-la, caberá ao juiz a escolha se não houver acordo entre as partes. Art. 253. Se uma das duas prestações não puder ser objeto de obrigação ou se tornada inexeqüível, subsistirá o débito quanto à outra. Ex: moto ou carro. O carro pereceu e a moto é a última escolha, se a moto perecer que haverá uma análise de culpa. • Se for sem culpa, resolve-se a obrigação (volta do início). • Se for com culpa, é o equivalente + perdas e danos. Art. 254. Se, por culpa dodevedor, não se puder cumprir nenhuma das prestações, não competindo ao credor a escolha, ficará aquele obrigado a pagar o valor da que por último se impossibilitou, mais as perdas e danos que o caso determinar. Art. 255. Quando a escolha couber ao credor e uma das prestações tornar-se impossível por culpa do devedor, o credor terá direito de exigir a prestação subsistente ou o valor da outra, com perdas e danos; se, por culpa do devedor, ambas as prestações se tornarem inexeqüíveis, poderá o credor reclamar o valor de qualquer das duas, além da indenização por perdas e danos. • A escolha é do credor. No exemplo do caro e da moto: ➔ 1o carros perecerão sem culpa do devedor, sendo que a escolha é do credor, logo prestação será a moto ou resolve-se a obrigação. ➔ 2o carros perecerão com culpa do devedor e a escolha é do credor, a prestação será a moto ou equivalente + perdas e danos. ➔ 3o carros e motos pereceram sem culpa, resolve-se a obrigação. ➔ 4o carros e motos com culpa, poderá escolher entre o equivalente da moto + perdas e danos ou equivalente do carro + perdas e danos. ➔ 5o carros perecerão sem culpa e moto com culpa, resolve-se a obrigação ou equivalente da moto + perdas e danos da moto. Art. 256. Se todas as prestações se tornarem impossíveis sem culpa do devedor, extinguir-se-á a obrigação. Obrigações facultativa Quando se tem uma única prestação, e eu tenho uma liberalidade de cumprir uma outra. Ex: Aluguel de carro pela internet, do grupo c da marca x. A obrigação da locadora é entregar aquele carro (igual) ou algum que seja equivalente ou superior. Obrigação divisível Quando aquela prestação, comporta fracionamento. • Tem que haver uma pluralidade de sujeitos. • Sem perder a substância ou o valor econômico. • Ex: Dividir uma prestação de 1.000 reais. Art. 257. Havendo mais de um devedor ou mais de um credor em obrigação divisível, esta presume-se dividida em tantas obrigações, iguais e distintas, quantos os credores ou devedores. Espécies de indivisibilidade • Material: Por natureza. • Jurídica: Convencional. Prestação divisível x obrigação divisível Prestação indivisível: Não suporta fracionamento de obrigação. Ex: João deve 1.000 reais a Maria (sendo assim, somente João terá a obrigação de pagar Maria). Obrigação divisível: Suporta fracionamento. Ex: João e Ana devem 1.000 reais a Maria (obrigação divisível). • Sendo assim, João e Ana possuem obrigação com Maria, com isso, a obrigação é dividida. • Litisconsórcio passivo, facultativo, Unitário (a decisão será igual para todos). • Obrigação solidaria: cada devedor responderá pela dívida toda (solidariedade não se presume, ou está na lei ou no contrato). Ex: João e Ana devem um cavalo a Maria (obrigação indivisível). • Litisconsórcio passivo, facultativo e Unitário, visto que a ação pode ser proposta a João ou a Maria ou aos dois, e a decisão pode ou não ser igual entre as partes). • Colocar uma cláusula de obrigação solidária nesses casos, é para a prevenção de que aquele bem (obrigação) não seja perdido (perdas e danos), que caso ocorra algo com o objeto em questão, aquela obrigação se torna divisível, no qual, os devedores irão ter que pagar em dinheiro, o valor referente ao objeto (cavalo). Efeitos da obrigação divisível Cada devedor se libera do vínculo pagando sua cota, e credor nada mais poderá exigir, desde que receba sua parte. • Em tese a obrigação não se acabou, só finaliza quando todas as partes pagarem. • O credor perde, em caso de insolvência de um dos codevedores, a parcela do insolvente. • A interrupção da prescrição por um dos credores não alcança os demais. Remissão: É o perdão da dívida concedido pelo credor ao devedor. A remissão da dívida, aceita pelo devedor, extingue a obrigação, mas sem prejuízo de terceiros. São requisitos do perdão da dívida o ânimo de perdoar e a aceitação do perdão. Ex: O agente da remissão a um credor, mas não quer dizer que dará aos demais. Efeitos da obrigação indivisível em caso de pluralidade de credores • Cada credor poderá exigir o débito por inteiro. • A remissão da dívida por parte de um dos credores, não atingirá o direito dos demais credores. Efeitos da obrigação indivisível em caso de pluralidade de devedores • Cada devedor será obrigado pela dívida toda. • O devedor que pagar o débito sub-rogar-se- á no direito do credor em relação aos outros coobrigados. • O credor não pode recusar o pagamento por inteiro feito por um dos devedores, sob pena de mora. • Mora= demora/ atraso. • A nulidade quanto a um dos codevedores estende-se a todos. • A nulidade é em relação ao objeto e a forma. • A insolvência de um dos codevedores não prejudica o credor. Perda da indivisibilidade • Desaparecimento do motivo que deu origem a indivisibilidade, voltando a ser assim, divisível. • Conversão da prestação indivisível no seu equivalente pecuniário. • Ex: Prestação de um cavalo que veio a falecer, vira uma prestação de pagar o valor referente ao animal. Obrigação solidaria É aquela em que, havendo multiplicidade de credores ou de devedores, seja de um ou outro, cada credor terá direito à totalidade da prestação, como se fosse o único credor, ou cada devedor estará obrigado pelo débito todo, como se fosse o único devedor. • Pluralidade de sujeitos ativos ou passivos. • Multiplicidade de vínculos. • Unidade de prestação. • Corresponsabilidade subjetiva. • Não se presume. • Não é passada aos herdeiros (somente a obrigação permanece/ crédito). Ex: João, Ana e guerra são credores solidários e Maria deve 9 mil a eles, sendo assim, qualquer um dos credores, por serem solidários, podem pedir os 9 mil reais a Maria. Mas caso guerra morra, sua herdeira só poderá pedir a parte que pertencia a seu pai, referente a 3 mil reais. Extinção da solidariedade ativa Se os credores desistirem dela, por convenção, estabelecendo que o pagamento da dívida se fará pro rata (partes iguais ou em proporção). • Se um dos credores falecer, seu crédito passará ao seu herdeiro que só poderá exigir sua cota-parte, salvo se a prestação for indivisível.
Compartilhar