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SabadaoModular Mod I DPenal Aula07 SilvioMaciel 061012 matmon[1]

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SABADÃO MODULAR – MÓD. I – Direito Penal – Silvio Maciel – Aula 07 
Material de aula elaborado pelo monitor Adrian Franqueller 
 
SABADÃO MODULAR – MÓD. I 
Disciplina: Direito Penal 
Prof.: Silvio Maciel 
Aula nº 07 
 
 
 
MATERIAL DE APOIO – MONITORIA 
 
 
Índice 
 
1. Anotações da Aula 
2. Jurisprudência Correlata 
2.1. STF - HC 99803 / RJ 
2.2. STF - HC 100067 / SP 
3. Simulados 
 
 
1. ANOTAÇÕES DA AULA 
 
Continuação de ilicitude (encerramento) 
 
Descriminantes Putativas 
 
É sinônimo de excludente de ilicitude (descriminante) e (putativa) é imaginário. Portanto 
descriminante putativa é a excludente de ilicitude imaginário. 
 
Na descriminante putativa o agente por erro supõe estar agindo em uma excludente de ilicitude. 
Existem três espécies de descriminantes putativas: 
 
1. O agente erra quanto à proibição da conduta 
 
Ele sabe exatamente o que está acontecendo e supõe que a sua conduta está amparada por 
uma excludente de ilicitude. Ex. a esposa se recusa a manter relações sexuais com o marido e 
o marido mediante força física faz relações sexuais com a esposa. O marido sabe exatamente 
o que está fazendo “manter relações sexuais a força com a esposa”, porém ele pensa que a 
sua conduta é permitida pelo exercício regular do direito. (o agente sabe exatamente o que 
acontecendo – erro de proibição) aplica-se o art. 21 do CP que trata do erro de proibição 
indireto. (recai sobre o excludente de ilicitude). 
 
Art. 21 do CP- O desconhecimento da lei é 
inescusável. O erro sobre a ilicitude do fato, se 
inevitável, isenta de pena; se evitável, poderá 
diminuí-la de um sexto a um terço. 
 
 Parágrafo único - Considera-se evitável o erro 
se o agente atua ou se omite sem a consciência da 
ilicitude do fato, quando lhe era possível, nas 
circunstâncias, ter ou atingir essa consciência. 
 
 
2. O agente erra quanto aos limites da conduta 
 
O agente pensa que a sua conduta está dento dos limites da excludente de ilicitude, 
nesta segunda situação o agente sabe exatamente o que esta acontecendo, só não sabe 
 
 
SABADÃO MODULAR – MÓD. I – Direito Penal – Silvio Maciel – Aula 07 
Material de aula elaborado pelo monitor Adrian Franqueller 
que esta excedendo os limites da excludente. Ex. o idoso toma um tapa e uma cusparada na 
cara do idoso e sai caminhando o idoso saca uma arma e atira nas costas da pessoa. O idoso 
sabe o que está fazendo e pensa que a sua conduta está protegida pela excludente da legítima 
defesa da honra. (o agente sabe exatamente o que acontecendo - erro de proibição) aplica-se 
o art. 21 do CP que trata do erro de proibição indireto. (recai sobre o excludente de ilicitude). 
 
 Art. 21 do CP - O desconhecimento da lei é 
inescusável. O erro sobre a ilicitude do fato, se 
inevitável, isenta de pena; se evitável, poderá 
diminuí-la de um sexto a um terço. 
 
 Parágrafo único - Considera-se evitável o erro 
se o agente atua ou se omite sem a consciência da 
ilicitude do fato, quando lhe era possível, nas 
circunstâncias, ter ou atingir essa consciência. 
 
3. O agente erra sobre uma situação de fato 
 
O agente visualiza uma situação diversa do que está acontecendo, ele não sabe de fato o que 
está se passando. O morador está assistindo TV na sala de sua casa e derrepente ele vê um 
vulto passando no corredor da casa dele, quando ele acende a luz ele vê que era um 
conhecido que iria dar um recado a ele. O agente pensou que era um assaltante, ele pensou 
que estava agindo sobre a excludente da legítima defesa. (o agente não sabe de fato o que 
está acontecendo é uma hipótese de erra de tipo chamado pela doutrina de erro de tipo 
permissivo) – erro que recai sobre uma norma permissiva. Aplica-se o art. 20, §1° do CP. 
 
Art. 20, § 1º - É isento de pena quem, por erro 
plenamente justificado pelas circunstâncias, supõe 
situação de fato que, se existisse, tornaria a ação 
legítima. Não há isenção de pena quando o erro 
deriva de culpa e o fato é punível como crime 
culposo 
 
Se for um erro inevitável o agente está isento de pena, porém se é um erro evitável (vencível, 
inescusável) o agente responde por crime culposo se existir a forma culposa no crime. 
 
Na descriminante putativa por erro evitável temos uma ação dolosa que é punida como crime 
culposo em razão do erro do agente (isso é denominado “culpa imprópria ou também chamado 
de culpa por equiparação, por assimilação ou por extensão”) propriamente não se trata de 
culpa (culpa imprópria). O CP adota a teoria limitada. 
 
Qual a diferença entre a teoria extremada ou pura da culpabilidade e a teoria limitada da 
culpabilidade. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SABADÃO MODULAR – MÓD. I – Direito Penal – Silvio Maciel – Aula 07 
Material de aula elaborado pelo monitor Adrian Franqueller 
 
 
Teoria extremada ou pura da 
culpabilidade 
 
 
Teoria limitada da culpabilidade 
Tem base finalista, ou seja, é a dotada pela 
teoria finalista da conduta. Para essa teoria a 
culpabilidade tem três elementos: 
 
a) Imputabilidade 
b) Potencial consciência da ilicitude 
c) Exigibilidade de conduta diversa 
Tem base finalista e adotada pela teoria 
finalista da conduta. Para essa teoria a 
culpabilidade é composta por três elementos: 
 
a) Imputabilidade 
b) Potencial consciência da ilicitude 
c) Exigibilidade de conduta diversa 
 
 
Para essa teoria toda a descriminante putativa 
é erro de proibição 
Para essa teoria a descriminante putativa é 
erro de proibição quando recai sobre a 
proibição ou os limites da conduta; É erro de 
tipo quando deriva de um erro sobre uma 
situação de fato. 
 O CP adota essa teoria. 
 
 
Iter Criminis 
 
 
É o conjunto de fases ou etapas percorridas pelo criminoso na realização do delito. 
 
Fases: 
 
1. Fase interna 
 
1.1. Cogitação 
1.2. Preparação 
 
2. Fase externa 
 
2.1. Execução 
2.2. Consumação 
 
Etapas do iter criminis 
 
1. Cogitação 
 
É o a mera idéia de cometer o crime, na cogitação ainda não houve exteriorização de 
nenhuma conduta, portanto que obviamente que a cogitação não é punida porque não houve 
a materialização de nenhuma conduta. Pelo princípio da materialização do fato a cogitação não 
pode ser punida. 
 
2. Preparação ou também chamada de atos preparatórios 
 
Os atos preparatórios são atos praticados antes do inicio da execução visando ao cometimento 
do delito. Na preparação o delito ainda não começou a ser executado significa que em regra a 
preparação não é punida, mas tem uma exceção, a doutrina diz que a preparação é punida 
quando por si só, configura crime. 
 
Ex.1: o criminoso “A” compra inseticida para envenenar a vítima. A compra do inseticida é ato 
preparatório de homicídio, só que não é punida porque comprar inseticida não configura 
nenhum crime. 
 
 
SABADÃO MODULAR – MÓD. I – Direito Penal – Silvio Maciel – Aula 07 
Material de aula elaborado pelo monitor Adrian Franqueller 
Ex.2: o indivíduo “B” compra computador programado para falsificar dinheiro. A compra do 
computador é ato preparatório do crime de moeda falsa do art. 289, do CP, mas a compra do 
computador por si só configura crime de petrechos de falsificação de moeda. Neste caso 
temos um ato preparatório punido como crime autônomo. 
 
Obs. A doutrina moderna diz que nenhum ato preparatório [e punido (regra absoluta), porque 
se o ato preparatório configura outro crime ele não é mais ato preparatório, mas sim um delito 
consumado. No exemplo acima se a compra do computador configura o crime de apetrechos 
para falsificação, portanto a compra do computador não é ato preparatório do crime de moeda 
falsa, mas sim é crime consumado de crime de petrechos de falsificação de moeda falsa. 
 
3. Execução (atos executórios) 
 
A preparação não é punida a execução é punível logo a umaimensa importância pratica em se 
diferenciar atos preparatórios de atos executórios, nessa diferenciação temos três teorias: 
 
a) Teoria da hostilidade ao bem jurídico (critério material) 
 
Quem criou essa teoria foi Nelson Hungria, para essa teoria existe inicio de execução 
a partir do momento em que o bem jurídico passa a sofrer uma situação concreta de 
hostilidade. A crítica a essa teoria, é quase impossível precisar o exato momento em 
que o bem jurídico passa a sofrer uma situação de perigo. 
 
b) Teoria objetiva formal (ou teoria objetivo formal, ou teoria formal objetiva) 
 
Existe execução quando o agente começa a realizar o verbo nuclear do tipo penal, 
quando ele começa a subtrair começa a constranger. Essa teoria é adotada pelo 
Capez, essa fornece mais garantia jurídica. De acordo com essa teoria o indivíduo 
preso no quintal na casa da vítima não responde por furto porque ainda não iniciou a 
subtração. Essa teoria é adotada majoritariamente 
 
c) Teoria objetiva individual 
 
Essa teoria leva em conta o plano do agente (autor), existe ato executório ou inicio 
de execução quando a conduta do agente demonstra inequivocamente a sua 
intenção de cometer aquele delito. A crítica é que nem sempre é possível saber qual 
era a real intenção do agente. 
 
Obs. LFG critica as três teorias, Flávio Monteiro de Barros propõe que o Juiz utiliza as 
três teorias para checar a distinção de atos preparatórios e atos executórios. 
 
4. Consumação 
 
É o final do percurso delitivo 
 
Iniciada a execução: 
 
1. Se o crime não se consuma contra a vontade do agente ocorre à tentativa 
(art. 14, II e § único do CP) 
 
Art. 14 do CP - Diz-se o crime: 
 
 II - tentado, quando, iniciada a execução, não se 
consuma por circunstâncias alheias à vontade do 
agente. 
 
 
 
SABADÃO MODULAR – MÓD. I – Direito Penal – Silvio Maciel – Aula 07 
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Parágrafo único - Salvo disposição em contrário, 
pune-se a tentativa com a pena correspondente ao 
crime consumado, diminuída de um a dois terços. 
 
2. Se o crime nãos e consuma pela vontade do agente, ocorre à desistência 
voluntária ou o arrependimento eficaz (art. 15 do CP) 
 
Art. 15 do CP - O agente que, voluntariamente, 
desiste de prosseguir na execução ou impede que o 
resultado se produza, só responde pelos atos já 
praticados. 
 
Arrependimento eficaz (art. 15 do CP) não se confunde com arrependimento 
posterior (art. 16 do CP) 
 
Art. 16 do CP - Nos crimes cometidos sem violência 
ou grave ameaça à pessoa, reparado o dano ou 
restituída à coisa, até o recebimento da denúncia ou 
da queixa, por ato voluntário do agente, a pena será 
reduzida de um a dois terços. 
 
3. Se o crime não se consuma porque a consumação é absolutamente 
impossível, ocorre crime impossível (art. 17 do CP) 
 
Art. 17 do CP - Não se pune a tentativa quando, por 
ineficácia absoluta do meio ou por absoluta 
impropriedade do objeto, é impossível consumar-se 
o crime. 
 
4. Se o crime se consuma, ocorre a figura do crime consumado (art. 14, I do 
CP) 
 
Art. 14 do CP - Diz-se o crime: 
 
I - consumado, quando nele se reúnem todos os 
elementos de sua definição legal; 
 
 
Tentativa (art. 14, II e § único do CP) 
 
Conceito: 
Art. 14 do CP - Diz-se o crime: 
 
 II - tentado, quando, iniciada a execução, não se 
consuma por circunstâncias alheias à vontade do 
agente. 
 
Parágrafo único - Salvo disposição em contrário, 
pune-se a tentativa com a pena correspondente ao 
crime consumado, diminuída de um a dois terços. 
 
 
Natureza jurídica da tentativa: 
 
1. A tentativa é uma causa geral (aplica-se aos crimes em geral) e obrigatória (porque é direito 
subjetivo do condenado e não faculdade do Juiz) de diminuição de pena. 
 
 
 
SABADÃO MODULAR – MÓD. I – Direito Penal – Silvio Maciel – Aula 07 
Material de aula elaborado pelo monitor Adrian Franqueller 
O tipo penal diz que o Juiz “pode” diminuir a pena de 1/3 a 2/3. Este se refere ao quantum de 
diminuição e não que a diminuição da pena que é obrigatória. 
 
2. A tentativa é uma norma de extensão temporal 
 
Acontece um caso de tipicidade indireta/mediata (adequação típica de subordinação indireta / 
mediata) 
 
Ex. “A” tenta matar “B”, o 121 do CP pune a conduta de matar alguém (a conduta de “A” não 
se enquadra no disposto do art. 121 do CP). Para que a conduta de “A” tenha tipicidade é 
necessária a norma de extensão temporal do art. 14, II do CP, essa norma permite a 
antecipar a punição para momento anterior. 
 
Punição 
 
Está no art. 14 § único do CP 
 
Art. 14, Parágrafo único - Salvo disposição em 
contrário, pune-se a tentativa com a pena 
correspondente ao crime consumado, diminuída de 
um a dois terços. 
 
Para a punição da tentativa existe dois critérios: 
 
1. Critério objetivo 
 
Leva em conta o grau de ofensa ao bem jurídico, na tentativa a ofensa ao bem jurídico é 
menor do que no crime consumado, a pena da tentativa deve ser menor do que a pena do 
crime consumado. Em regra esse critério (objetivo) é adotado pelo CP em regra, pois em 
exceção é adotado o critério subjetivo) 
 
2. Critério subjetivo 
 
Leva em conta à intenção do infrator (sujeito ativo), na tentativa a intenção do agente era 
consumar o crime não consumou por razões contrarias a sua vontade, se na tentativa a 
intenção era consumar o crime, a tentativa deve ser punida com a mesma pena do crime 
consumado sem qualquer diminuição; 
 
Em regra o crime tentado é punido com a mesma pena cominada para o crime consumado, 
diminuída de 1/3 a 2/3; 
 
Qual o critério que o Juiz adota para dosar a quantidade de diminuição da pena? O Juiz adota 
o critério da proximidade da consumação (conforme STF, STJ e Doutrina). Significa que 
quanto mais próximo o agente chegou à consumação menor a redução de pena e vice versa. 
 
Ex. o agente desfere dois tiros na vítima com dolo de matar, porém não mata porque 
acerta a perna da vítima nos dois tiros. É tentativa de homicídio com redução de pena 
menor ex. 1/3. 
 
Ex. o agente desfere dois tiros na vítima com dolo de matar, porém não mata porque 
acerta a cabeça da vítima nos dois tiros. É tentativa de homicídio com redução de pena 
maior ex. 2/3. 
 
Exceção: o crime tentado é punido com a mesma pena cominada para o crime consumado 
sem qualquer diminuição. Aqui nos temos o critério subjetivo (os chamados crimes de 
atentado ou de empreendimento) 
 
 
 
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Ex. art. 352 do CP 
Evasão mediante violência contra a pessoa 
 
Art. 352 - Evadir-se ou tentar evadir-se o preso ou o 
indivíduo submetido à medida de segurança 
detentiva, usando de violência contra a pessoa: 
 
Pena - detenção, de três meses a um ano, além da 
pena correspondente à violência. 
 
Classificação doutrinária da tentativa 
 
 A doutrina fala em: 
 
1. Tentativa perfeita / acabada (crime falho) 
 
O agente consegue esgotar os meios executórios embora não consiga consumar o crime. 
 
Obs. Só é possível nos crimes materiais, que exige resultado naturalístico porque nos 
crimes formais ou de mera conduta se o agente esgota os atos executórios ele esgotou a 
conduta e o crime já está consumado. 
 
2. Tentativa imperfeita / inacabada 
 
O agente não consegue esgotar os meios executórios e não consegue executar o crime 
 
3. Tentativa branca ou incruenta 
 
A vítima não é atingida 
 
4. Tentativa cruenta ou tentativa vermelha 
 
A vítima é atingida 
 
5. Tentativa idônea 
 
O resultado era possível embora não tenha sido alcançado 
 
6. Tentativa inidônea (crime impossível) 
 
O resultado era absolutamente impossível de acontecer 
 
7. Tentativasimples 
 
A consumação não ocorre por razões contrarias a vontade do agente 
 
8. Tentativa qualificada ou abandonada 
 
A consumação não ocorre pela vontade do agente 
 
Infrações que não admitem tentativa 
 
a) Crime culposo 
 
Na tentativa o agente quer o resultado, no crime culposo ele não quer o resultado. Não há 
que se falar em tentativa de crime culposo. 
 
 
 
SABADÃO MODULAR – MÓD. I – Direito Penal – Silvio Maciel – Aula 07 
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É possível a tentativa na culpa imprópria? 
 Temos duas correntes: 
 
1ª Corrente: Sim, é uma exceção de crime culposo, porque a culpa imprópria é uma 
ação dolosa, por isso admite tentativa, punida por crime culposo apenas por razões 
de política criminal. 
 
Ex. O morador vê alguém entrando na casa dele, e supondo que era um assaltante 
atira na cabeça dele e não mata, quando acendeu a luz era um parente que lhe 
trazia um recado. De acordo com essa 1ª corrente, o morador irá responder por 
tentativa de homicídio culposo. 
 
2ª Corrente: Não, para essa corrente está regra que crime culposo não admite 
tentativa é uma regra absoluta, para essa corrente o morador que atirou na cabeça 
do parente pensando que era um assaltante, não matou, o morador irá responder 
por lesão corporal culposa consumada. Essa é a corrente majoritária. 
 
 
b) Crime preterdoloso 
 
O resultado é culposo, por isso não cabe tentativa. 
 
c) Crime habitual 
 
É aquele que exige uma reiteração de condutas para a sua configuração, isto é, atos 
isolados são atípicos. O crime habitual não admite tentativa por uma razão simples, se os 
atos são isolados o fato [e atípico se os atos são reiterados já existe o crime na forma 
consumada. Não há tentativa em crime habitual. 
 
d) Crime unissubsistente 
 
É aquele que existe em um único ato. Esse crime é aquele em que cuja conduta não pode 
ser fracionada em atos. 
 
Conduta Atos 
Se a conduta não pode ser 
fracionada em dois ou mais atos 
temos a figura do crime 
unissubsistente que não admite 
tentativa. Ex. de crime 
unissubsistente é a injúria 
verbal (Se a pessoa pensa em 
xingar mais não o faz houve a 
mera cogitação, mas se o 
agente xinga o crime já está 
consumado). 
 
Se a conduta pode ser 
fracionada em dois ou mais atos 
nós temos o crime 
plurissubsistente que admite 
tentativa. Ex. homicídio com 10 
tiros – uma conduta de matar 
fracionada em vários atos. 
Fração da conduta 
 
Crime unissubsistente se divide em: 
 
 
 
SABADÃO MODULAR – MÓD. I – Direito Penal – Silvio Maciel – Aula 07 
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i. Crime omissivo puro ou próprio 
ii. Crime de mera conduta 
 
e) Contravenções penais 
 
Art. 4º do Decreto-Lei nº 3.688 - Não é punível a 
tentativa de contravenção. 
 
Existe a tentativa de contravenção? SIM, porém não é punida. Alguns autores definem que a 
contravenção não admite tentativa, ou não é cabível a tentativa de contravenção eles estão 
dizendo que não é punível a tentativa de contravenção. 
 
A tentativa de contravenção existe, mas ela não é punida. 
 
f) Crime de atentado ou empreendimento 
 
A doutrina praticamente unânime diz que esse crime não admite tentativa. Porém Rogério 
Greco diz que se o crime de atentado a tentativa é punida com a mesma pena do crime 
consumado é porque existe a tentativa, a diferença é que no crime de atentado não existe a 
redução de pena na tentativa. 
 
O ato de tentativa já configura um crime consumado. 
 
Desistência Voluntária e arrependimento eficaz (art. 15 do CP) 
 
Art. 15 do CP - O agente que, voluntariamente, 
desiste de prosseguir na execução ou impede que o 
resultado se produza, só responde pelos atos já 
praticados. 
 
“tentativa abandonada ou qualificada” 
 
 
Desistência Voluntária 
 
 
Arrependimento Eficaz 
O agente, por ato de vontade, interrompe 
a execução do delito, ou seja, não esgota 
os atos executórios possíveis. A execução 
não é concluída 
O agente conclui a execução do delito, ou seja, 
esgota os atos executórios, mas em seguida 
pratica nova conduta que impede a 
consumação do delito. A execução é concluída. 
Natureza jurídica afasta a tentativa do 
crime inicialmente pretendido. O agente 
só responde pelos atos já praticados 
Natureza jurídica afasta a tentativa do crime 
inicialmente pretendido. O agente só responde 
pelos atos já praticados 
 
O indivíduo tem uma arma carregada com seis munições, ele efetua três disparos na vítima com dolo 
de matar e voluntariamente para de atirar, a vítima não morre (desistência voluntária), porém se ele 
efetuar seis disparos na vítima com dolo de matar em seguida socorre a vítima ao hospital e a vítima 
não morre (arrependimento eficaz). 
 
Nesse exemplo de disparar seis vezes e socorrer a vítima ao hospital e a vítima morrer o agente 
responde por homicídio, pois ocorreu um arrependimento ineficaz. 
 
A desistência precisa ser voluntária, porém não precisa ser espontânea. Ex, o infrator desistiu de 
atirar atendendo as suplicas da vítima ou de alguém pedindo para parar. Também pode ocorrer no 
arrependimento eficaz. A sugestão de terceiro não descaracteriza a desistência voluntária e o 
arrependimento eficaz. 
 
 
 
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A desistência voluntária e o arrependimento eficaz embora sejam diferentes tem a mesma natureza 
jurídica afastam a tentativa do crime inicialmente pretendido, o agente só responde pelos atos já 
praticados. 
 
A desistência voluntária e o arrependimento eficaz são incompatíveis com tentativa e vice versa, leia-
se se ocorreram esses institutos é porque não houve a tentativa. Afastam a tentativa e o agente só 
responde pelos atos já praticados, se esses atos configurar algum crime. 
 
O indivíduo arromba uma porta de uma casa e desiste e não furta ele responde por violação de 
residência e crime de dano (arrependimento posterior, ele responde pelos atos até então praticados). 
 
O indivíduo vê uma bicicleta trancada ele abre o cadeado e desiste e vai embora (desistência 
voluntária – o ato praticado abrir o cadeado não é crime) 
 
Fórmula de Frank – na tentativa o agente quer consumar o crime mais não pode, na desistência 
voluntária e no arrependimento posterior ele pode consumar o crime, mas não quer. 
 
O agente desiste de prosseguir no furto porque o morador acendeu a luz da casa ou porque o 
cachorro começou a latir sem parar ou porque ele ouviu barulho de sirene nas proximidades da casa, 
ou o alarme disparou, configura desistência voluntária ou crime de furto. Nesses casos houve 
tentativa de furto porque a desistência do infrator foi motivada por circunstâncias exteriores a sua 
vontade, ou seja, não foi uma desistência voluntária foi uma desistência imposta por circunstâncias 
inesperadas pelo agente que o fizeram abandonar por medo de ser pego. 
 
A natureza jurídica da desistência voluntária e o arrependimento posterior é á causa de atipicidade da 
tentativa. A conduta daquele agente que desiste ou se arrepende não se enquadra no tipo penal da 
tentativa, ou seja, sendo assim esses institutos se comunicam aos partícipes porque se a conduta é 
atípica para o autor ela também é atípica para os participes. 
 
Ex. “A” empresta a arma para “B”, “B” atira três vezes e socorre a vítima, “B” não responde por 
tentativa e “A” também não responde por tentativa. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SABADÃO MODULAR – MÓD. I – Direito Penal – Silvio Maciel – Aula 07 
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Arrependimento posterior (art. 16 do CP) 
 
Art. 16 - Nos crimes cometidos sem violência ou 
grave ameaçaà pessoa, reparado o dano ou 
restituída à coisa, até o recebimento da denúncia ou 
da queixa, por ato voluntário do agente, a pena será 
reduzida de um a dois terços. 
 
 
Arrependimento posterior (art. 
16 do CP) 
 
Arrependimento eficaz (art. 15 do 
CP) 
 
 
 
Pressupõe crime já consumado 
 
 
Impede a consumação 
 
É causa é geral e obrigatória de redução de 
pena de 1/3 a 2/3. O critério para dar o 
quantum da redução – é amplamente 
majoritário que o Juiz utilize o critério da 
presteza (quanto mais rapidamente ocorrer 
à reparação maior a redução da pena e vive 
versa) 
 
Obs. Como a reparação em que ser integral 
o Juiz não pode levar em conta o quanto o 
infrator reparou já que a reparação será 
sempre total (integral) 
 
 
 
 
 
 
 
É causa de atipicidade da tentativa 
 
“A” e “B” praticam furto, somente “A” 
repara o furto, se comunicam? – temos 2 
correntes: 
 
1ª corrente: SIM, se um dos infratores 
praticar o arrependimento posterior todos 
se beneficiam do ato de um deles. (a 
corrente que prevalece é 1ª corrente) 
 
2ª corrente: o arrependimento posterior é 
circunstância subjetiva e, portanto 
incomunicável, porque exige 
voluntariedade (só quem reparou o dano), 
por exemplo, Luiz Regis Prado adota essa 
corrente. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Comunica-se entre os agentes 
 
 
 
 
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Requisitos do arrependimento posterior 
 
a) Crime sem violência ou grave ameaça a pessoa 
 
Se for violência contra coisa é cabível arrependimento posterior 
 
b) Reparação do dano ou restituição da coisa 
 
É amplamente majoritário ou quase unânime que essa reparação t6em que ser integral e a 
coisa têm que ser restituída intacta, portanto o funcionário público pratica peculato de 
R$20.000 ele tem que restituir todo o valor R$ 20.000. 
 
Obs. HC 98.658/STF – admite arrependimento posterior mesmo em reparação parcial (não é 
o que prevalece). 
 
c) Reparação voluntária 
 
Não precisa ser espontânea, por ser pedida pelo delegado que o infrator devolva. 
 
d) Reparação antes do recebimento da denúncia ou queixa 
 
Se já ocorreu o oferecimento, mas ainda não ocorreu o recebimento da denúncia ainda é 
cabível o instituto do arrependimento posterior 
 
Presentes esses quatro requisitos a diminuição de pena é direito do condenado, ausente 
alguns deles não tem direito ao arrependimento posterior. 
 
Todo crime sem violência ou grave ameaça a pessoa e que tenha repercussão patrimonial 
admite o arrependimento posterior? 
 
Resposta: não, nem todos os crime, em alguns crimes a reparação do dano antes do 
recebimento da denuncia gera outra conseqüência jurídica (ex. peculato culposo, pois 
se ocorrer à restauração antes do recebimento da denuncia extingue a punibilidade). 
Ex. estelionato cheque sem fundo, a reparação do dano antes do recebimento da 
denuncia impede o procedimento da ação (Súmula 554 do STF a contrário sensu) 
 
Súmula 554 STF - O pagamento de cheque emitido 
sem provisão de fundos, após o recebimento da 
denúncia, não obsta ao prosseguimento da ação 
penal. 
 
Crime impossível (Art. 17 do CP, Súmula 145 STF) 
 
“Tentativa inidônea” – quase crime 
 
Art. 17 do CP - Não se pune a tentativa quando, por 
ineficácia absoluta do meio ou por absoluta 
impropriedade do objeto, é impossível consumar-se 
o crime. 
 
Súmula 145 do STF - Não há crime, quando a 
preparação do flagrante pela polícia torna impossível 
a sua consumação. 
 
1. Crime impossível por absoluta impropriedade do objeto (pessoa/coisa) 
 
 
 
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A pessoa ou coisa é absolutamente inatingível pela conduta (ex. atirar em cadáver), outro ex. 
a pessoa atira em uma pessoa que está na cama, porém ela (pessoa) antes dos disparos teve 
um infarto e morreu na hora dos disparos a pessoa já estava morta (crime impossível) 
 
2. Crime impossível por absoluta ineficácia do meio de execução 
 
O meio de execução escolhido é absolutamente ineficaz para produzir o resultado. Ex. usar 
açúcar para envenenar pessoa sadia 
 
3. Crime impossível por obra do agente provocador 
 
Também chamado de delito putativo por obra do agente provocador – flagrante preparado. 
 
A polícia ou particular induz provoca o agente a praticar a conduta criminosa adotando as 
providências para tornar impossível a consumação. Ex. a dona de casa simula que esqueceu o 
cofre aberto deixa machos de dinheiro dentro e pede para a empregada limpar o quarto e diz 
que vai ao mercado, quando a empregada chega ao quarto pega o dinheiro ela tem voz de 
prisão de dois policiais escondidos na casa. É um flagrante preparado ou provocado sendo 
assim é crime impossível. 
 
 
Flagrante preparado 
 
Flagrante esperado 
 
A polícia ou o particular induz o agente a 
praticar a conduta criminosa 
 
Não há crime (Súmula 145 do STF) 
O criminoso pratica a conduta 
espontaneamente. 
 
Ex. furtos em estabelecimentos comerciais 
com segurança eletrônica (câmera) – quando 
chegar na rua eles dão voz de prisão, 
acompanharam tudo pela câmera – flagrante 
esperado é crime. 
 
 
Obs. A entendimento doutrinário de que não importa se o flagrante é preparado ou só esperado se a 
consumação for impossível não há crime, Mirabete adota esse entendimento. 
 
 
 
Teorias sobre a punição do crime impossível 
 
1. Teoria sintomática 
 
Aquele que pratica conduta de crime impossível demonstra ser perigoso a conclusão o crime 
impossível deve ser punido tal como o crime consumado. 
 
2. Teoria subjetiva 
 
No crime impossível a intenção do agente era consumar o delito, conclui-se que o crime 
impossível deve ser punido com a pena do crime tentado. 
 
3. Teoria objetiva 
 
Essa teoria se divide em: 
 
a) Objetiva pura 
 
 
 
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O crime impossível nunca deve ser punido, seja uma impossibilidade absoluta ou relativa 
 
b) Objetiva temperada 
 
Se a impossibilidade é absoluta a conduta não deve ser punida, porém se for relativa 
pune-se a tentativa (O CP brasileiro adota a teoria objetiva temperada) 
 
No Brasil só há crime impossível se for uma impossibilidade absoluta. Se for 
impossibilidade relativa haverá crime tentado. 
 
Tema da próxima aula: começar concurso de pessoas 
 
 
2. JURISPRUDÊNCIA CORRELATA 
 
2.1. STF - HC 99803 / RJ 
 
HABEAS CORPUS. DIREITO PENAL. APROPRIAÇÃO INDÉBITA. ATENUANTE DA REPARAÇÃO DO DANO. 
PENA-BASE FIXADA NO MÍNIMO LEGAL. IMPOSSIBILIDADE DE VALORAÇÃO. ARREPENDIMENTO 
POSTERIOR. INOCORRÊNCIA. PENA RESTRITIVA DE DIREITO. SURSIS PENAL NÃO APLICÁVEL. ORDEM 
NÃO CONHECIDA. 1. Na espécie, a pena-base foi fixada no mínimo legal, tendo sido aumentada em um 
terço na terceira fase da dosimetria. 2. A atenuante da reparação do dano (art. 65, III, b, do CP) é 
analisada na segunda fase da fixação da pena, dessa forma, no presente caso, ainda que fosse 
reconhecida, ela não teria força para trazer a pena-base aquém do mínimo legal. Precedentes. 3. 
Quando a restituição do bem à vítima ocorrer após o recebimento da denúncia ou queixa, não se aplica 
a causa de diminuição do arrependimento posterior. No caso em tela, a quantia apropriada 
indevidamente foi restituída após o recebimento da denúncia. 4. O sursis penal reveste-se de caráter 
subsidiário, em virtude do que dispõe o art. 77, inciso III, do Código Penal, já que tal benefício legal 
somente incidirá se e quando incabível a substituição da pena privativa de liberdade por sanção 
restritiva de direitos. Precedentes. 5. Apaciente preenche os requisitos do art. 44 do Código Penal para 
aplicação de penas restritivas de direito, o que efetivamente ocorreu. 6. Writ não conhecido. 
 
(HC 99803, Relator (a): Min. ELLEN GRACIE, Segunda Turma, julgado em 22/06/2010, DJe-145 
DIVULG 05-08-2010 PUBLIC 06-08-2010 EMENT VOL-02409-04 PP-00840 LEXSTF v. 32, n. 380, 2010, 
p. 352-357) 
 
2.2. STF - HC 100067 / SP 
 
EMENTA: HABEAS CORPUS. PACIENTES PRONUNCIADOS POR TENTATIVA DE HOMICÍDIO 
QUALIFICADO, EM CONCURSO DE PESSOAS (INCISO IV DO § 2º DO ART. 121, COMBINADO COM OS 
ARTS. 29 E 14, INCISO II, TODOS DO CÓDIGO PENAL). SENTENÇA DE PRONÚNCIA CONFIRMADA PELO 
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO, EM SEDE DE RECURSO EM SENTIDO ESTRITO. 
PEDIDO DE DESCLASSIFICAÇÃO PARA O CRIME DE LESÃO CORPORAL (ART. 129 DO CP) E, 
ALTERNATIVAMENTE, DE RECONHECIMENTO DA DESISTÊNCIA VOLUNTÁRIA E DO ARREPENDIMENTO 
EFICAZ (ART. 15 DO CP). INVIABILIDADE. REEXAME DE FATOS E PROVAS. 1. O habeas corpus é 
garantia constitucional que pressupõe, para o seu adequado manejo, uma ilegalidade ou um abuso de 
poder tão flagrante que se revele de plano; isto é, sem a necessidade de minucioso exame das provas 
contidas nos autos (inciso LXVIII do art. 5º da CF/88). 2. Impossibilidade de reexame das provas 
produzidas na origem (interrogatório dos acusados; laudos periciais; prova testemunhal; entre outras) 
para dar pela desclassificação do crime de tentativa de homicídio para o crime de lesão corporal. 
Inviável, em sede da ação constitucional do habeas corpus, o pedido de reconhecimento da desistência 
voluntária, bem assim do alegado arrependimento eficaz. Precedentes: HCs 90.017, da relatoria do 
ministro Ricardo Lewandowski; e 86.205, da minha relatoria. 3. Habeas corpus indeferido. 
 
(HC 100067, Relator (a): Min. AYRES BRITTO, Primeira Turma, julgado em 02/03/2010, DJe-050 
DIVULG 18-03-2010 PUBLIC 19-03-2010 EMENT VOL-02394-02 PP-00375 LEXSTF v. 32, n. 
376, 2010, p. 375-382) 
 
 
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2.3. HC 98658 / PR 
 
PENA – CAUSA DE DIMINUIÇÃO – ARREPENDIMENTO POSTERIOR – ARTIGO 16 DO CÓDIGO PENAL – 
ALCANCE. A norma do artigo 16 do Código Penal direciona à gradação da diminuição da pena de um a 
dois terços presente a extensão do ato reparador do agente. 
 
(HC 98658, Relator(a): Min. CÁRMEN LÚCIA, Relator(a) p/ Acórdão: Min. MARCO AURÉLIO, Primeira 
Turma, julgado em 09/11/2010, DJe-030 DIVULG 14-02-2011 PUBLIC 15-02-2011 EMENT VOL-02464-
02 PP-00309 RTJ VOL-00219- PP-00434 RT v. 100, n. 908, 2011, p. 437-447 LEXSTF v. 33, n. 388, 
2011, p. 250-262) 
 
 
3. SIMULADOS 
 
3.1. (CESPE - 2011 - TJ-ES - Juiz) A respeito da tentativa, da desistência voluntária e do 
arrependimento eficaz no direito penal brasileiro, assinale a opção correta. 
a) O arrependimento eficaz é instituto a ser aplicado na terceira fase de execução da sanção, como causa 
de diminuição de pena, podendo, ainda, ser utilizado como fundamento para a rejeição da denúncia por 
ausência de justa causa. 
b) Respondido categoricamente pelos jurados que o crime não se consumou por circunstâncias alheias à 
vontade do paciente, não resta prejudicada a formulação de quesito acerca da configuração da desistência 
voluntária, pois, no âmbito do tribunal do júri, tais teses não são excludentes. 
c) Configura-se desistência voluntária, e não tentativa de roubo, o fato de, após descoberta a inexistência 
de fundos no caixa de casa comercial alvo de ação delituosa e verificada a existência de outros objetos no 
estabelecimento, o agente nada levar deste ou de seus consumidores. 
d) Adota-se, em relação à consumação do crime de roubo, a teoria da apprehensio, também denominada 
amotio, segundo a qual é considerado consumado o delito no momento em que o agente obtém a posse 
da res furtiva, ainda que não seja de forma mansa e pacífica. 
e) Consoante a pacífica jurisprudência do STJ, a alegação de ocorrência de desistência voluntária, com o 
consequente pedido de absolvição, não esbarra na necessidade de revolvimento do conjunto fático-
probatório, podendo, assim, tal tese jurídica ser ventilada por meio de habeas corpus. 
 
3.2. (CESPE - 2012 - TJ-CE - Juiz) Acerca da tentativa, do arrependimento eficaz e da desistência 
voluntária, assinale a opção correta. 
a) Ocorrendo o início da execução do crime de estupro mediante o emprego de grave ameaça à vítima e a 
ação via contato físico só não sendo consumada em virtude de momentânea falha fisiológica, alheia à 
vontade do agente, resta caracterizada a desistência voluntária e afastada, simultaneamente, a tentativa. 
b) Apesar de ser possível a elaboração sucessiva dos quesitos atinentes à tentativa de homicídio e ao 
arrependimento eficaz, o resultado afirmativo em relação a um deles prejudica a análise do outro, em 
face de serem esses institutos completamente diversos entre si, sob pena de nulidade absoluta, que não 
está, pois, sujeita à preclusão. 
c) Segundo a jurisprudência do STJ, a resposta positiva dos jurados no que se refere à tentativa de 
homicídio não implica necessariamente recusa ao quesito da desistência espontânea, uma vez que, 
conforme o caso concreto, esses institutos podem ser compatibilizados. 
d) No delito de roubo circunstanciado, se os agentes dominam as vítimas e chegam a se apoderar dos 
bens, não deixando o local do crime apenas em razão de ação policial, é inviável o reconhecimento da 
tentativa, na medida em que esse delito se consuma com a mera inversão da posse do patrimônio alheio. 
e) O arrependimento eficaz é instituto a ser aplicado na terceira fase de imposição da pena, como causa 
de diminuição prevista na parte geral do CP, podendo, ainda, ser utilizado como fundamento para a 
rejeição da denúncia por ausência de justa causa, pois conduz à atipicidade da conduta por ausência de 
dolo. 
 
 
3.3. (MPE-SC - 2012 - MPE-SC - Promotor de Justiça - Manhã) I – No crime continuado, em 
 
 
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decorrência da teoria da ficção jurídica, presume-se a existência de um só crime para efeito de sanção 
penal, todavia, a extinção de punibilidade incidirá sobre a pena de cada um dos crimes isoladamente. 
II – A reincidência sempre impede a substituição das penas privativas de liberdade pelas restritivas de 
direito. 
III – Diferentemente do que ocorre no arrependimento eficaz, na desistência voluntária o agente 
responderá tão somente pelos atos já praticados. 
IV – Depois de passada em julgado a sentença condenatória são reduzidos de metade os prazos de 
prescrição durante o tempo que o condenado está preso por outro motivo. 
V – A lei penal mais grave aplica-se ao crime continuado ou ao crime permanente, se a sua vigência é 
anterior à cessação da continuidade ou da permanência. 
a) Apenas as assertivas I e V estão corretas. 
b) Apenas as assertivas III, IV e V estão corretas. 
c) Apenas as assertivas II, III e IV estão corretas. 
d) Apenas as assertivas I e II estão corretas. 
e) Todas as assertivas estão corretas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
GABARITO: 
 
3.1. D 
3.2. B 
3.3. A

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