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PENAL (geral e especial) OAB

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OABNAMEDIDA.COM.BR
DIREITO 
PENAL
APOSTILA 
INTEGRADA 
COM O APP!
XXXIII 
EXAME
INCLUI:
• Quadros de ATENÇÃO
• Tabelas Comparativas
• Esquemas Didáticos
• Referências a temas cobrados em
provas anteriores
ATUALIZADO COM:
• Lei nº 14.155/2021 (furto e estelionato
eletrônico)
• Lei nº 14.132/2021 (Stalking)
• Lei nº 14.110/2020 (Denunciação
caluniosa)
• Lei nº 13.964/2019 e Vetos Derrubados
(Pacote Anticrime)
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Alteração Legislativa Atenção Exemplo
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SUMÁRIO 
1. PRINCÍPIOS DE DIREITO PENAL
2. APLICAÇÃO DA LEI PENAL
2.1. LEI PENAL NO TEMPO
2.2. LEI PENAL NO ESPAÇO
2.2.1 TEORIA DA TERRITORIALIDADE MITIGADA 
2.2.2 EXTRATERRITORIALIDADE 
2.2.3 LUGAR DO CRIME 
2.3. CONFLITO APARENTE DE NORMAS PENAIS 
3. TEORIA DO CRIME
4. FATO TÍPICO
4.1. CONDUTA
4.2. DOLO E CULPA
4.3. RESULTADO
4.4. NEXO CAUSAL
4.5. TIPICIDADE
4.6. ERRO DE TIPO
5. ANTIJURIDICIDADE
5.1. CONCEITO
5.2. ESTADO DE NECESSIDADE
5.3. LEGÍTIMA DEFESA
5.4. ESTRITO CUMPRIMENTO DO DEVER LEGAL
5.5. EXERCÍCIO REGULAR DO DIREITO
5.6. DESCRIMINANTES PUTATIVAS
5.7. TIPICIDADE CONGLOBANTE
6. CULPABILIDADE
6.1. IMPUTABILIDADE
6.2. POTENCIAL CONSCIÊNCIA DE ILICITUDE
6.3. EXIGIBILIDADE DE CONDUTA DIVERSA
7. CLASSIFICAÇÃO DOS CRIMES
8. CONSUMAÇÃO E TENTATIVA
8.1. CONSIDERAÇÕES GERAIS
8.2. TENTATIVA
8.3. DESISTÊNCIA VOLUNTÁRIA
8.4. ARREPENDIMENTO EFICAZ
8.5. ARREPENDIMENTO POSTERIOR
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8.6. CRIME IMPOSSÍVEL 
9. CONCURSO DE PESSOAS
10. CONCURSO DE CRIMES
10.1. CONCURSO MATERIAL
10.2. CONCURSO FORMAL
10.3. CRIME CONTINUADO
10.4. APLICAÇÃO DAS PENAS NO CONCURSO DE CRIMES
11. SANÇÕES PENAIS
11.1. MEDIDA DE SEGURANÇA
11.2. PENA
11.2.1 PENA PRIVATIVA DE LIBERDADE 
11.2.2 PENAS RESTRITIVAS DE DIREITO
11.2.3 MULTA 
12. APLICAÇÃO DA PENA
12.1. PRIMEIRA FASE
12.2. SEGUNDA FASE
12.2.1 AGRAVANTES E ATENUANTES 
12.2.2 REINCIDÊNCIA
12.3. TERCEIRA FASE 
13. SUSPENSÃO CONDICIONAL DA PENA (“SURSIS”)
14. LIVRAMENTO CONDICIONAL
15. EFEITOS DA CONDENAÇÃO
16. REABILITAÇÃO
17. EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE
17.1. MORTE DO AGENTE
17.2. ANISTIA, GRAÇA E INDULTO
17.3. “ABOLITIO CRIMINIS”
17.4. DECADÊNCIA
17.5. PEREMPÇÃO
17.6. RENÚNCIA
17.7. PERDÃO ACEITO
17.8. RETRATAÇÃO
17.9. PERDÃO JUDICIAL
17.10. PRESCRIÇÃO
18. CRIMES CONTRA A PESSOA
18.1. CRIMES CONTRA A VIDA
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18.1.1 HOMICÍDIO 
18.1.2 INDUZIMENTO, INSTIGAÇÃO OU AUXÍLIO A SUICÍDIO 
18.1.3 INFANTICÍDIO 
18.1.4 ABORTO 
18.2. LESÕES CORPORAIS 
18.3. PERICLITAÇÃO DA VIDA E DA SAÚDE 
18.3.1 PERIGO DE CONTÁGIO VENÉREO
18.3.2 PERIGO DE CONTÁGIO DE MOLÉSTIA GRAVE
18.3.3 PERIGO PARA A VIDA OU SAÚDE DE OUTREM
18.3.4 ABANDONO DE INCAPAZ 
18.3.5 EXPOSIÇÃO OU ABANDONO DE RECÉM-NASCIDO
18.3.6 OMISSÃO DE SOCORRO
18.3.7 CONDICIONAMENTO DE ATENDIMENTO MÉDICO-HOSPITALAR EMERGENCIAL
18.3.8 MAUS-TRATOS
18.4. RIXA 
18.5. CRIMES CONTRA A HONRA 
18.5.1 CONCEITO DE HONRA
18.5.2 CALÚNIA 
18.5.3 DIFAMAÇÃO 
18.5.4 INJÚRIA 
18.5.5 RETRATAÇÃO 
18.5.6 AÇÃO PENAL 
18.6. CRIMES CONTRA A LIBERDADE INDIVIDUAL 
18.6.1 CONSTRANGIMENTO ILEGAL 
18.6.2 AMEAÇA
18.6.3 PERSEGUIÇÃO (STALKING) 
18.6.4 SEQUESTRO E CÁRCERE PRIVADO
18.6.5 REDUÇÃO A CONDIÇÃO ANÁLOGA A DE ESCRAVO 
18.6.6 TRÁFICO DE PESSOAS
19. CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO
19.1. FURTO
19.2. FURTO DE COISA COMUM
19.3. ROUBO
19.4. EXTORSÃO
19.5. EXTORSÃO MEDIANTE SEQUESTRO
19.6. EXTORSÃO INDIRETA
19.7. DANO
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19.8. INTRODUÇÃO OU ABANDONO DE ANIMAIS EM PROPRIEDADE ALHEIA (art. 164 do CP)
19.9. APROPRIAÇÃO INDÉBITA 
19.10. APROPRIAÇÃO INDÉBITA PREVIDENCIÁRIA 
19.11. APROPRIAÇÃO DE COISA HAVIDA POR ERRO, CASO FORTUITO OU FORÇA MAIOR 
19.12. APROPRIAÇÃO DE TESOURO
19.13. APROPRIAÇÃO DE COISA ACHADA
19.14. ESTELIONATO 
19.15. ABUSO DE INCAPAZ
19.16. FRAUDE NO COMÉRCIO 
19.17. OUTRAS FRAUDES
19.18. FRAUDE À EXECUÇÃO
19.19. RECEPTAÇÃO 
19.20. RECEPTAÇÃO DE ANIMAIS
19.21. IMUNIDADES
20. CRIMES CONTRA A PROPRIEDADE INTELECTUAL
20.1. VIOLAÇÃO DE DIREITO INTELECTUAL
21. CRIMES CONTRA A ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO
21.1. ATENTADO CONTRA A LIBERDADE DE TRABALHO
21.2. ATENTADO CONTRA A LIBERDADE DE CONTRATO DE TRABALHO OU BOICOTAGEM VIOLENTA
21.3. ATENTADO CONTRA A LIBERDADE DE LOCOMOÇÃO
21.4. PARALISAÇÃO DE TRABALHO SEGUIDA DE VIOLÊNCIA OU PERTURBAÇÃO DA ORDEM
21.5. INVASÃO DE ESTABELECIMENTO INDUSTRIAL, COMERCIAL OU AGRÍCOLA. SABOTAGEM
21.6. FRUSTRAÇÃO DE DIREITO ASSEGURADO POR LEI TRABALHISTA
21.7. EXERCÍCIO DE ATIVIDADE COM INFRAÇÃO DE DECISÃO ADMINISTRATIVA
22. CRIMES CONTRA A DIGNIDADE SEXUAL
22.1. CRIMES CONTRA A LIBERDADE SEXUAL
22.1.1 ESTUPRO 
22.1.2 VIOLAÇÃO SEXUAL MEDIANTE FRAUDE
22.1.3 IMPORTUNAÇÃO SEXUAL
22.1.4 ASSÉDIO SEXUAL 
22.2. CRIMES SEXUAIS CONTRA VULNERÁVEL
22.2.1 ESTUPRO DE VULNERÁVEL 
22.2.2 CORRUPÇÃO DE MENORES 
22.2.3 SATISFAÇÃO DE LASCÍVIA MEDIANTE PRESENÇA DE CRIANÇA OU ADOLESCENTE
22.2.4 FAVORECIMENTO DA PROSTITUIÇÃO OU DE OUTRA FORMA DE EXPLORAÇÃO 
SEXUAL DE CRIANÇA OU ADOLESCENTE OU DE VULNERÁVEL
22.2.5 DIVULGAÇÃO DE CENA DE ESTUPRO OU DE CENA DE ESTUPRO DE VULNERÁVEL, 
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DE CENA DE SEXO OU DE PORNOGRAFIA
22.3. LENOCÍNIO E DO TRÁFICO DE PESSOA PARA FIM DE PROSTITUIÇÃO OU OUTRA FORMA 
DE EXPLORAÇÃO SEXUAL
22.3.1 MEDIAÇÃO PARA SATISFAZER A LASCÍVIA DE OUTREM 
22.3.2 FAVORECIMENTO DA PROSTITUIÇÃO OU OUTRA FORMA DE EXPLORAÇÃO SEXUAL
22.3.3 CASA DE PROSTITUIÇÃO
22.3.4 RUFIANISMO 
22.4. PROMOÇÃO DE MIGRAÇÃO ILEGAL (art. 232-A do CP)
23. CRIMES CONTRA A FAMÍLIA
23.1. CRIMES CONTRA O CASAMENTO
23.1.1 BIGAMIA
23.1.2 INDUZIMENTO A ERRO ESSENCIAL E OCULTAÇÃO DE IMPEDIMENTO
23.2. CRIMES CONTRA A ASSISTÊNCIA FAMILIAR
23.2.1 ABANDONO MATERIAL
23.2.2 ABANDONO INTELECTUAL 
24. CRIMES CONTRA A PAZ PÚBLICA
24.1. INCITAÇÃO AO CRIME
24.2. APOLOGIA DE CRIME OU CRIMINOSO
24.3. ASSOCIAÇÃO CRIMINOSA
25. CRIMES CONTRA A FÉ-PÚBLICA
25.1. FALSIFICAÇÃO DE DOCUMENTO PÚBLICO
25.2. FALSIFICAÇÃO DE DOCUMENTO PARTICULAR
25.3. FALSIDADE IDEOLÓGICA
25.4. USO DE DOCUMENTO FALSO
26. CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
26.1. CRIMES PRATICADOS POR FUNCIONÁRIO PÚBLICO CONTRA A ADMINISTRAÇÃO EM GERAL
26.1.1 CARACTERÍSTICAS GERAIS
26.1.2 PECULATO 
26.1.3 PECULATO MEDIANTE ERRO DE OUTREM 
26.1.4 PECULATO ELETRÔNICO 
26.1.5 CONCUSSÃO
26.1.6 CORRUPÇÃO PASSIVA 
26.1.7 PREVARICAÇÃO 
26.1.8 ADVOCACIA ADMIISTRATIVA 
26.2. CRIMES PRATICADOS POR PARTICULAR CONTRA A ADMINISTRAÇÃOA EM GERAL
26.2.1 RESISTÊNCIA
26.2.2 DESOBEDIÊNCIA 
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26.2.3 DESACATO
26.2.4 TRÁFICO DE INFLUÊNCIA
26.2.5 CORRUPÇÃO ATIVA
26.2.6 DESCAMINHO
26.2.7 CONTRABANDO 
27. CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO DA JUSTIÇA
27.1. DENUNCIAÇÃO CALUNIOSA
27.2. COMUNICAÇÃO FALSA DE CRIME OU DE CONTRAVENÇÃO
27.3. FALSO TESTEMUNHO OU FALSA PERÍCIA
27.4. EXERCÍCIO ARBITRÁRIO DAS PRÓPRIAS RAZÕES
27.5. FAVORECIMENTO PESSOAL
27.6. FAVORECIMENTO REAL
27.7. PATROCÍNIO INFIEL
27.8. PATROCÍNIO SIMULTÂNEO OU TERGIVERSAÇÃO
28. LEGISLAÇÃO ESPECIAL
28.1. LEI DE DROGAS
28.2. LAVAGEM DE CAPITAIS
28.3. CRIMES HEDIONDOS
28.4. TORTURA
28.5. CÓDIGO DE TRÂNSITO BRASILEIRO
28.6. ORGANIZAÇÕES CRIMINOSAS
28.7. INTERCEPTAÇÃO TELEFÔNICA
28.8. LEI MARIA DA PENHA
28.9. ECA
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PARTE GERAL 
1. PRINCIPAIS PRINCÍPIOS DE DIREITO PENAL PARA A PROVA DA OAB
Abaixo listamos os princípios de direito penal que são mais importantes para a prova da OAB/FGV: 
• Princípio da Intervenção Mínima
Em virtude das consequências gravosas advindas da punição penal, incluindo a possibilidade 
de restrição da liberdade do infrator, o princípio da intervenção mínima preceitua que a legislação 
penal deve se restringir a fatos graves relativos a bens jurídicos importantes, que não possam ser 
protegidos pelos outros ramos do Direito. 
Derivam do princípio da Intervenção mínimaos princípios da subsidiariedade e da 
fragmentariedade: 
PRINCÍPIO DE SUBSIDIARIEDADE PRINCÍPIO DA FRAGMENTARIEDADE 
O Direito Penal é utilizado apenas em caráter 
subsidiário (ultima ratio), ou seja, apenas quando os 
demais ramos do Direito não conseguirem resolver 
a contento o conflito gerado.
A intervenção do Direito Penal, além de 
subsidiária, deve ser restrita à lesão ou 
o perigo de lesão mais graves aos bens
jurídicos selecionados.
• Princípio da Legalidade
Art. 1º do CP - Não há crime sem lei anterior que o defina. Não há pena sem prévia 
cominação legal.
Art. 5º; XXXIX, da CF/88 – não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem 
prévia cominação legal;
O princípio da legalidade, ou reserva legal, encontra assento no art. 5º, XXXIX, da CF/88, e no 
art. 1º do CP, prescrevendo que, para alguém ser condenado, o crime cometido deve ter previsão 
e cominação de pena fixadas expressamente em lei escrita, anterior à prática da infração. 
Como decorrência do princípio da legalidade, tem-se também o princípio da anterioridade, segundo 
o qual a lei incriminadora deve ter sido elaborada e estar em vigência antes da prática criminosa.
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Em razão do princípio da anterioridade, veda-se ainda que a lei penal retroaja para prejudicar 
o réu, permitindo-se apenas a retroatividade para beneficiá-lo (princípio da irretroatividade da
lei penal). Importante destacar ainda que o princípio da irretroatividade não se aplica na esfera
processual penal, onde vigora o princípio da imediatidade da lei processual.
Destacamos abaixo as principais consequências do princípio da legalidade na esfera penal: 
• Crime não pode ser fixado por medida provisória, exigindo-se lei em sentido estrito,
conforme art. 62, §1°, I, “b”, da CF/88 TEMA COBRADO NO XIV EXAME DA OAB/FGV.
• Veda-se a utilização dos costumes como fonte de criminalização (deve haver lei
escrita prevendo o crime e a cominação da pena).
• A tipificação e a pena do crime devem incidir sobre uma conduta determinada, sendo
vedada a definição de tipos abertos, indeterminados.
• A analogia pode ser utilizada apenas para favorecer o réu, e não para prejudicá-lo.
Normas penais em branco: Existem algumas normas que, apesar de possuírem a cominação 
de pena, têm o preceito primário indeterminado, dependendo de complementação de outra 
norma, ou ato administrativo. Essas normas são chamadas de “normas penais em branco” e sua 
eficácia depende da complementação do outro ato normativo, sob pena de ofender o princípio da 
legalidade. As normas penais em brancos são classificadas em homogêneas, quando a norma 
complementar tem a mesma hierárquica da norma complementada, e heterogêneas, quando as 
normas possuem hierarquia distinta (complemento ocorre por portaria, resolução, decreto, etc).
A título de exemplo, a maioria dos crimes previstos na Lei de Drogas depende de complementação 
em relação ao conceito de droga, devendo-se utilizar o regramento dado pelas portarias da 
Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Sendo assim, pode-se afirmar que, como regra geral, os 
crimes da Lei de Drogas são normas penais em branco heterogêneas, já que a complementação 
ocorre por normas de hierarquia distinta TEMA COBRADO NO XI EXAME DA OAB/FGV.
• Princípio da Responsabilidade Pessoal do Agente
Art. 5º; […]
XLV – nenhuma pena passará da pessoa do condenado, podendo a obrigação de reparar 
o dano e a decretação do perdimento de bens ser, nos termos da lei, estendidas aos
sucessores e contra eles executadas, até o limite do valor do patrimônio transferido;
Em razão do princípio da responsabilidade pessoal do agente, ou intranscendência, não se 
permite a extensão da pena a terceiro que não estava envolvido na prática delituosa. 
Desse modo, com a morte do sujeito ativo do crime, extingue-se a punibilidade, permitindo-se 
apenas eventual responsabilização dos herdeiros na esfera civil, relativamente à reparação dos 
danos sofridos pela vítima. 
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• Princípio da Insignificância ou Bagatela
Pelo princípio da insignificância, em que pese a conduta do agente se enquadre no tipo penal, 
o fato será materialmente atípico por não afetar o bem jurídico tutelado de modo relevante para
justificar a intervenção do Direito Penal TEMA COBRADO NO V EXAME DA OAB/FGV.
O Supremo Tribunal Federal se baseia em 4 (quatro) critérios para aplicar o princípio da 
insignificância, a saber: a) mínima ofensividade da conduta do agente; b) nenhuma periculosidade 
social da ação; c) reduzido grau de reprovabilidade do comportamento; d) inexpressividade da 
lesão jurídica provocada TEMA COBRADO NO VIII EXAME DA OAB/FGV
• Princípio da Culpabilidade
Para que o sujeito ativo da infração penal seja responsabilizado, deve ter agido com dolo ou 
culpa. Desse modo, se determinada pessoa tiver cometido uma infração penal, mas restar provado 
que ela não tinha consciência de seus atos, não poderá ser penalizada. 
Não se permite, portanto, a responsabilidade objetiva no Direito Penal, além do que a aplicação 
da pena exige que o comportamento do agente seja reprovável, ou seja, não haverá aplicação da 
pena se houver a presença de uma das excludentes de culpabilidade (inimputabilidade, potencial 
consciência de ilicitude e exigibilidade de conduta diversa). 
• Princípio da Adequação Social
O princípio da adequação social determinada a necessidade de atualização da norma penal 
incriminadora em relação à reprovação do comportamento pela sociedade, de modo que apenas 
aquelas condutas socialmente reprovadas devem ser consideradas fatos típicos. 
O Princípio da adequação social, de acordo com a jurisprudência majoritária, não incide em 
relação aos crimes de exploração da prostituição e venda de CDS e DVDs piratas. 
• Princípio da Humanidade da Pena
Art. 5º da CF/88
(...)
XLVII – não haverá penas: a) de morte, salvo em caso de guerra declarada, nos termos do 
art. 84, XIX; b) de caráter perpétuo; c) de trabalhos forçados; d) de banimento; e) cruéis;
XLVIII – a pena será cumprida em estabelecimentos distintos, de acordo com a natureza 
do delito, a idade e o sexo do apenado;
XLIX – é assegurado aos presos o respeito à integridade física e moral;
L – às presidiárias serão asseguradas condições para que possam permanecer com 
seus filhos durante o período de amamentação; […].
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O princípio da humanidade da pena, também conhecido como princípio da limitação das penas, 
determina a necessidade de tratamento digno do preso, com a proteção de sua integridade física e 
moral (art. 5º, XLIX), proibindo-se ainda a aplicação de penas indignas, conforme previsto inclusive 
no art. 5º, XLVII da CF/88, que expressamente veda a pena de morte (salvo em guerra declarada), 
de caráter perpétuo, de trabalhos forçados, de banimento e as penas cruéis.
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2. APLICAÇÃO DA LEI PENAL
2.1. LEI PENAL NO TEMPO 
De acordo com o art. 4º do CP, “considera-se praticado o crime no momento da ação ou 
omissão, ainda que outro seja o momento do resultado”. O Código Penal adotou, portanto, a teoria 
da atividade, devendo-se aplicar ao crime a lei da época em que ocorreu o fato, e não o resultado. 
Além disso, deve-se recordar que a lei penal não pode retroagir, salvo em casos excepcionais, 
para beneficiar o réu. 
Com base na teoria da atividade e no princípio da irretroatividade da lei penal, deve-se 
considerar, portanto, como regra geral, que a lei penal a ser aplicada é aquela referente ao 
momento da prática do crime TEMA COBRADO NOS EXAMES X E XXVII DA OAB/FGV.
Ocorre, entretanto, que há algumas situações que excepcionam a regra geral, a saber: 
• Abolitio criminis (art. 2º do CP): uma nova lei torna atípica uma conduta até
então considerada proibida. Nesse caso, a lei deve retroagir para beneficiar o réu,
extinguindo-se sua punibilidade (art. 107, inciso III, do CP) TEMACOBRADO NO XI
EXAME DA OAB/FGV.
• Novatio legis in mellius: a lei posterior beneficia de alguma forma a situação do
agente, como no caso do crime de posse de substâncias entorpecentes para consumo
pessoal, que deixou de ter pena privativa de liberdade e de multa, passando a ter
somente penas restritivas de direito (art. 28 da Lei n. 11.343/2006). Nesse caso, a
alteração legislativa deve retroagir para beneficiar o réu.
Há duas situações em que a lei mais favorável ao réu não retroagirá, ou seja, a lei anterior 
produzirá efeitos ultrativos, ainda que prejudicial ao réu. São os casos da lei excepcional (criada 
em situação de emergência) e da lei temporária (criada para vigorar por determinado tempo, 
como a Lei nº 12.663 de 2012, conhecida como a Lei Geral da Copa). Nesses casos, ainda que 
cessado o tempo de vigência da lei temporária ou excepcional, elas continuarão produzindo 
efeitos, mesmo que prejudiciais ao réu (ultratividade), conforme art. 3º do CP. TEMA 
COBRADO NO XIX EXAME DA OAB/FGV. 
• Crimes continuados e permanentes: a lei penal mais grave aplica-se ao crime
continuado ou ao crime permanente, se sua vigência é anterior à cessação da
continuidade ou da permanência, conforme súmula n. 711 do STF TEMA COBRADO
NO XII EXAME DA OAB/FGV.
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Crime permanente é aquele cuja consumação se prolonga no tempo em função da vontade 
do agente, como no caso do crime de sequestro. Assim, se determinada pessoa sequestra sua 
vítima e a mantém em cativeiro por 6 meses e uma nova lei mais severa entra em vigor nesse 
período, deverá ser aplicada a lei mais grave. TEMA COBRADO NOS EXAMES XII E XIX 
DA OAB/FGV.
É importante lembrar ainda que, diferentemente do que ocorre no direito material penal, 
em que a lei retroage para beneficiar o réu, na esfera processual, como regra, a lei é aplicada 
imediatamente, ainda que seja desfavorável ao réu. 
DIREITO PENAL DIREITO PROCESSUAL PENAL 
A norma penal retroage se for mais benéfica 
ao réu, ou seja, a norma poderá ser aplicada às 
infrações cometidas antes de sua vigência.
A norma processual penal possui aplicação 
imediata, independentemente se gravosa ou 
não ao réu. Poderá retrogir apenas no caso de 
se tratar de norma penal mista. 
2.2. LEI PENAL NO ESPAÇO 
2.2.1. TEORIA DA TERRITORIALIIDADE MITIGADA 
Como regra geral, deve-se aplicar a lei brasileira aos crimes cometidos no território nacional. 
Mas o que é território nacional? 
Considera-se território nacional a massa de terra e de ar do país, o mar territorial e, por 
extensão, as embarcações e aeronaves brasileiras, de natureza pública ou a serviço do governo 
brasileiro onde quer que se encontrem TEMA COBRADO NO XXI EXAME DA OAB/FGV, as 
aeronaves e as embarcações brasileiras, mercantes ou de propriedade privada, que se achem, 
respectivamente, no espaço aéreo correspondente ou em alto-mar (§ 1º do art. 5º do CP), bem 
como as aeronaves ou embarcações estrangeiras de propriedade privada, achando-se aquelas em 
pouso no território nacional ou em voo no espaço aéreo correspondente, e estas em porto ou mar 
territorial do Brasil, conforme § 2º do art. 5º do CP. 
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EMBARCAÇÕES 
E AERONAVES 
ESTRANGEIRAS 
PRIVADAS NO 
TERRITÓRIO 
NACIONAL 
EMBARCAÇÕES 
E AERONAVES 
BRASILEIRAS 
NO TERRITÓRIO 
NACIONAL 
EMBARCAÇÕES 
PÚBLICAS OU 
A SERVIÇO DO 
BRASIL ONDE 
QUER QUE 
ESTEJAM
TERRITÓRIO 
NACIONAL 
Desse modo, a título de exemplo, se um tripulante de uma embarcação russa atracada no 
Brasil é assassinado por outro tripulante, será aplicada a legislação brasileira para punir o crime 
de homicídio. TEMA COBRADO NO VII EXAME DA OAB/FGV.
Embarcações e aeronaves brasileiras de 
natureza pública ou a serviço do Brasil onde quer 
que estejam
Aplica-se a lei brasileira. 
Aeronaves e embarcações privadas, brasileiras 
ou estrangeiras, no território brasileiro (espaço 
aéreo e mar territorial) 
Aplica-se a lei brasileira. 
Embarcações e aeronaves estrangeiras de 
natureza pública ou a serviço do país estrangeiro 
no território brasileiro 
Não se aplica a lei brasileira.
Aeronaves e embarcações privadas brasileiras 
fora do território brasileiro 
Não se aplica a lei brasileira, salvo no 
caso de extraterritorialidade condicionada 
(estudada logo baixo).
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Tratando-se de crime praticado em alto-mar, deve-se aplicar a legislação do país de matrícula 
da embarcação (princípio do pavilhão ou da bandeira). Desse modo, se, por exemplo, um 
tripulante argentino mata um tripulante alemão em uma embarcação brasileira que está em 
alto-mar, aplica-se a lei brasileira. 
O Código Penal, entretanto, excepciona a regra geral, dispondo que é possível a aplicação 
de norma estrangeira ao crime praticado no território nacional, quando houver previsão em 
convenções, tratados e regras de direito internacional (art. 5º do CP). 
Assim, ao excepcionar a regra geral, permitindo-se a aplicação da lei estrangeira no caso 
de convenções, tratados e regras de direito internacional, o código penal adotou a teoria de 
territorialidade mitigada. 
Diplomata estrangeiro que comete crime no Brasil. A Convenção de Viena sobre Relações 
Diplomáticas determina que o diplomata vai responder de acordo com a lei de seu país de 
origem, ou seja, o diplomata não vai ser punido pela lei brasileira. 
Para se determinar qual lei será aplicada, é imprescindível ainda verificar qual o lugar do crime. 
O Código penal adotou a teoria da ubiquidade, considerando-se o crime praticado no lugar 
em que ocorreu a ação ou omissão, no todo ou em parte, bem como onde se produziu ou deveria 
produzir-se o resultado.
Assim, nos casos de crimes à distância ou de espaço máximo, considerados aqueles em que a 
conduta e o resultado ocorrem em países diversos, o código penal determina que deve ser aplicada 
a legislação brasileira. 
2.2.2. EXTRATERRITORIALIDADE 
Em que pese a legislação penal seja aplicada, como regra geral, apenas no território nacional, 
o próprio código penal prevê situações em que a lei penal brasileira deve ser aplicada a crimes
cometidos no estrangeiro, fenômeno conhecido como extraterritorialidade.
Existem duas espécies de extraterritorialidade, a saber: 
• Extraterritorialidade incondicionada (art. 7, I, do CP): o agente é punido pela lei brasileira
mesmo que tenha sido absolvido ou condenado no estrangeiro, nos seguintes crimes:
a) contra a vida ou a liberdade do Presidente da República TEMA COBRADO
NO XI EXAME DA OAB/FGV;
b) contra o patrimônio ou a fé pública da União, do Distrito Federal, de Estado,
de Território, de Município, de empresa pública, sociedade de economia mista,
autarquia ou fundação instituída pelo Poder Público TEMA COBRADO NO
XXV EXAME DA OAB/FGV;
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c) contra a administração pública, por quem está a seu serviço TEMA 
COBRADO NO V EXAME DA OAB/FGV;
d) de genocídio, quando o agente for brasileiro ou domiciliado no Brasil;
• Extraterritorialidade condicionada (art. 7, II, do CP): o agente será punido pela legislação
brasileira nos crimes:
a) que, por tratado ou convenção, o Brasil se obrigou a reprimir;
b) praticados por brasileiro;
c) praticados em aeronaves ou embarcações brasileiras, mercantes ou de
propriedade privada, quando em território estrangeiro e aí não sejam julgados
E desde que preenchidos os requisitos § 2º do art. 7º CP: 
a) entrar o agente no território nacional;
b) ser o fato punível também no país em que foi praticado;
c) estar o crime incluído entre aqueles pelos quais a lei brasileira autoriza a extradição;
d) não ter sido o agente absolvido no estrangeiro ou não ter aí cumprido a pena
TEMA COBRADO NO XXXII EXAME DA OAB/FGV;
e) não ter sido o agente perdoado no estrangeiro ou, por outro motivo, não estar
extinta a punibilidade, segundo a lei mais favorável.
Destaca-se ainda que o § 3º do art. 7º permite a aplicação da lei penal brasileiraao crime 
cometido por estrangeiro contra brasileiro fora do Brasil, se, reunidas as condições do § 2º do 
art. 7º CP, acima destacadas, e desde que: a) não foi pedida ou foi negada a extradição; b) houve 
requisição do Ministro da Justiça. Por se tratar de situação em que se exige mais requisitos 
para a aplicação da lei brasileira, a hipótese do § 3º do art. 7º do CP é conhecida também como 
extraterritorialidade hipercondicionada. 
Digno de nota também que o instituto do ne bis in idem veda que uma pessoa seja punida 
mais de uma vez pelo mesmo fato. Sendo assim, para evitar o bis in idem, o art. 8º do CP dispõe 
que a pena cumprida no estrangeiro atenua a pena imposta no Brasil pelo mesmo crime, quando 
diversas, ou nela é computada, quando idênticas.
A sentença penal estrangeira para produzir efeitos no Brasil deve ser homologada pelo STJ 
(art. 105, I, i, da CF/88).
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2.2.3. LUGAR DO CRIME 
Para se determinar qual lei será aplicada, é imprescindível ainda verificar qual o lugar do crime. 
O Código penal adotou a teoria da ubiquidade, considerando-se o crime praticado no lugar 
em que ocorreu a ação ou omissão, no todo ou em parte, bem como onde se produziu ou deveria 
produzir-se o resultado (art. 8º do CP).
Assim, nos casos de crimes à distância ou de espaço máximo, considerados aqueles em que a 
conduta e o resultado ocorrem em países diversos, o código penal determina que deve ser aplicada 
a legislação brasileira.
2.3. CONFLITO APARENTE DE NORMAS PENAIS 
Ocorre conflito aparente de normas quando é possível a aplicação de duas ou mais normas a 
um mesmo fato. Nesses casos, o conflito é meramente aparente, já que ele pode ser resolvido por 
meio da aplicação dos seguintes princípios: 
• Princípio da especialidade: a norma especial deve prevalecer sobre a norma geral.
Considera-se norma especial aquela que, além de englobar os elementos da norma
geral, possui elementos específicos, considerados “especializantes”.
Mãe que, sob a influência do estado puerperal, mata seu próprio filho. A mãe deve responder 
por infanticídio, uma vez que este crime é mais específico que o homicídio. 
• Princípio da Subsidiariedade (soldado de reserva): a incidência do tipo penal mais
grave afasta a aplicação do tipo penal menos grave. A subsidiariedade pode ser expressa, 
como no caso do art. 132 do CP, que dispõe que a pena no crime de perigo para a vida ou
saúde de outrem é de três meses a um ano, se o fato não constitui crime mais grave, ou
tácita, como no caso do crime de furto que é subsidiário ao crime de roubo.
• Princípio da Consunção (ou absorção): haverá a absorção do crime meio pela prática
do crime fim. A título de exemplo, para matar alguém é necessário antes lesionar a
pessoa. Assim, se o criminoso desfere uma série de facadas na vítima para matá-la,
o crime de lesão corporal será absorvido pelo crime de homicídio doloso. TEMA
COBRADO NO XXIX EXAME DA OAB/FGV;
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3. TEORIA DO CRIME
Inicialmente, é importante destacar que se considera infração penal o gênero, do qual crime e 
contravenção penal são espécies. 
Não há uma diferença ontológica entre crime e contravenção penal, sendo ambas abarcadas 
pela teoria geral do crime. 
O que se deve recordar, entretanto, é que há consequências diferentes no âmbito penal e processual 
penal para quem comete cada uma dessas espécies de infração penal, conforme abaixo sistematizado.
CRIME CONTRAVENÇÃO PENAL 
Pode ser punido com reclusão ou detenção Punida apenas com prisão simples
Tentativa pode ser punida Não se pune a tentativa
Pena máxima de 30 anos Pena máxima de 5 anos 
Ação penal pública ou privada, dependendo do crime Apenas ação penal pública incondicionada
 Existem basicamente 3 (três concepções) sobre o conceito de crime: 
• Conceito formal: considera-se crime violação à lei penal incriminadora.
• Conceito material: crime representa a conduta que lesa ou expõe a perigo bem
protegido pela lei penal.
• Conceito analítico: compreende a existência de elementos ou substratos para a
caracterização do crime, existindo duas teorias principais:
• Teoria finalista tripartida: crime é fato típico, ilícito e culpável.
• Teoria finalista bipartida: crime é fato típico e ilícito, sendo a culpabilidade
pressuposto para a aplicação da pena. 
Assim, com base na teoria finalista tripartida, que consideramos a teoria mais adequada para 
o conceito de crime, existem três elementos principias para a caracterização do delito: fato típico,
ilicitude e culpabilidade, conforme estudaremos nos próximos capítulos.
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4. FATO TÍPICO
O fato típico é composto por conduta, dolo ou culpa, resultado, relação de causalidade (nexo causal) 
e tipicidade. 
DOLO E CULPA
NEXO CAUSAL TIPICIDADERESULTADOCONDUTA
FATO TÍPICO
4.1. CONDUTA 
Entende-se por conduta todo ato humano voluntário, omissivo ou comissivo, que produziu 
resultado penalmente relevante. Assim, se a conduta não tiver sido praticada em decorrência da 
vontade do agente, não haverá crime, como nas hipóteses de caso fortuito e força maior, atos 
reflexos, sonambulismo e coação física irresistível. 
A coação física irresistível exclui o fato típico, enquanto que a coação moral irresistível exclui a 
culpabilidade TEMA COBRADO NO XVII EXAME DA OAB/FGV. 
A conduta pode ser omissiva ou comissiva: 
• Conduta comissiva: o crime é praticado em razão de um agir, um fazer, do agente.
• Conduta omissiva: o crime é praticado porque o agente deixou de praticar uma
conduta, conforme a lei penal exigia, sendo divido em crime omissivo próprio e crime
omissivo impróprio.
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CRIMES OMISSIVOS PRÓPRIOS CRIMES OMISSIVOS IMPRÓPRIOS (OU COMISSIVOS POR OMISSÃO)
São os crimes previstos na parte especial do 
código penal em que a omissão é mencionada 
de forma expressa, deixando o agente de 
observar o comando legal. São crimes 
considerados de mera conduta, porque são 
consumados independentemente do resultado 
naturalístico e não admitem tentativa. 
Exemplo: omissão de socorro prevista no 
art. 135 do CP, em que o próprio tipo prevê 
a omissão: “Deixar de prestar assistência, 
quando possível fazê-lo sem risco pessoal, (...)”. 
A omissão não é mencionada expressamente, 
tratando-se de previsão genérica do art. 13, 
§ 2º, do CP, em que o agente, apesar de ter
um dever jurídico de agir, deixa de fazê-lo, 
provocando resultado penalmente relevante. 
O dever de agir incumbe a quem: 
a) tenha por lei obrigação de cuidado,
proteção ou vigilância (exemplo: salva vidas 
que propositalmente deixa de resgatar criança 
que está sendo afogada, vindo a óbito); 
b) de outra forma, assumiu a responsabilidade
de impedir o resultado (Exemplo: babá 
contratada que deixa de alimentar a 
criança, que acaba morrendo por inanição). 
c) com seu comportamento anterior, criou
o risco da ocorrência do resultado (Exemplo:
campeão de natação, que joga seu amigo
na piscina e não o salva do afogamento).
Em todos os casos o agente responderá 
como se tivesse praticado o crime de forma 
comissiva, ou seja, nos exemplos dados, 
homicídio doloso. Além disso, o crime omissivo 
impróprio admite tentativa. TEMA COBRADO 
NOS EXAMES XIV, XXI E XXVIII DA OAB/FGV.
4.2. DOLO E CULPA 
• CRIME DOLOSO
Art. 18 do CP - Diz-se o crime: 
I - doloso, quando o agente quis o resultado ou assumiu o risco de produzi-lo;
Considera-se crime doloso aquele que foi praticado com a intenção livre e consciente do 
agente, ou seja, o sujeito age com intenção de praticar fato penalmente tipificado. 
Existem as seguintes espécies de dolo: 
• Dolo direto: o agente busca a realização da conduta típica, sendo o resultado do
crime fruto direto da sua vontade
Sujeito pretende acabar com a vida de seu inimigo e, para tanto, disfere 5 golpes de faca contra 
a vítima, que acaba morrendo. 
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• Dolo Indireto: o agente deliberadamente assume o risco de praticar um crime,
sendo dividido em alternativo, onde existem dois resultados possíveis e o agente é
indiferente em relação a qual resultado será, e eventual, no qual o agente assume o
risco de produzir um resultado diverso do que estava previsto originariamente.
• Age com dolo alternativo o sujeito que lança uma granada contra a vítima, para lesioná-la
ou matá-la.
• Atua com dolo eventual o sujeito que dispara contra a multidão para afastá-la, mas sabendo
que sua conduta pode ferir ou matar alguém.
• Dolo Genérico: o agente pretende praticar o crime sem nenhuma finalidade específica.
• Dolo Específico: o agente age com uma intenção adicional que integra o próprio
conceito do fato típico, como no caso do crime de extorsão (art. 158 do CP), que, para
ser configurado, exige o constrangimento, mediante violência ou grave ameaça, e a
intenção específica de obter vantagem econômica.
• CRIME CULPOSO
Art. 18 do CP - Diz-se o crime: 
(...)
II - culposo, quando o agente deu causa ao resultado por imprudência, negligência 
ou imperícia.
O crime culposo deriva de conduta voluntária que gera um delito não querido pelo agente, mas 
que era previsto (culpa consciente) ou ao menos previsível (culpa inconsciente), e poderia ter sido 
evitado se o agente tivesse agido com cautela.
A caracterização do crime culposo depende dos seguintes elementos: 
• Conduta voluntária;
• Inobservância do dever de cuidado: imprudência, negligência e imperícia;
• Resultado involuntário: o agente não tem intenção de praticar o crime, já que, se
tivesse, o crime seria doloso.
• Nexo causal;
• Tipicidade: ninguém pode ser punido por crime culposo se não houver previsão legal.
• Previsibilidade objetiva: é a possibilidade de qualquer pessoa prever o resultado
(exemplo: qualquer pessoa sabe que dirigir veículo em alta velocidade é um risco
acentuado que pode gerar um acidente).
Sobre a inobservância do dever de cuidado, analisemos cada uma de suas modalidades: 
• Imprudência: representa um comportamento positivo, consistente em agir com
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descuido, como no caso do sujeito que dispara arma de fogo para comemorar o gol do 
seu time de futebol e acaba atingindo um transeunte. 
• Negligência: representa um comportamento negativo, consistente em deixar de
tomar uma determina precaução que era necessária, como no caso do sujeito que
deixa de realizar a troca dos pneus e a reparação dos freios do carro e, por conta
disso, acaba atropelando um pedestre.
• Imperícia: é a falta de técnica ou prática do agente, que no exercício de ofício,
atividade ou profissão, em razão da sua incompetência, causa um resultado previsto
como crime, como na hipótese de um cirurgião que, sem o devido conhecimento
técnico, tenta realizar uma cirurgia complexa e, em razão de sua falta de habilidade,
deixa o paciente morrer.
Digno de nota ainda que o Crime culposo é divido nas seguintes espécies:
• Culpa consciente: o agente prevê o resultado, mas espera que ele não ocorra, porque
acredita que pode evitá-lo com a sua habilidade TEMA COBRADO NO XII EXAME DA
OAB/FGV.
Atirador de facas que, apesar de acreditar que acertará a maçã colocada na cabeça da sua 
assistente, acaba errando e acertando sua assistente. 
• Culpa inconsciente: o agente não prevê o resultado, mas este era previsível.
Sujeito que dispara arma de fogo para o alto, a fim de comemorar o gol do seu time, e acaba 
atingindo uma pessoa que passava próximo ao local. 
• Culpa própria: é aquela em que o agente não quer causar o resultado, nem assume
o risco, mas o causa por imprudência, negligência ou imperícia. Pode ser consciente
ou inconsciente.
• Culpa imprópria: o agente, por um erro culposo (evitável), supõe equivocadamente
estar agindo numa situação excludente de ilicitude e, em razão dessa falsa percepção,
comete o crime de forma dolosa, mas, por política criminal, responderá como se
tivesse praticado o crime culposamente.
Salienta-se ainda que, apesar de parecidos, culpa consciente não se confunde com dolo eventual. 
CULPA CONSCIENTE DOLO EVENTUAL 
O agente prevê o resultado, mas acredita 
que pode evitá-lo. 
O agente não deseja diretamente o resultado, 
mas assume o risco de produzi-lo e, se este 
vier a acontecer, não se importa (“tanto faz”).
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• CRIME PRETERDOLOSO
Art. 19 do CP - Pelo resultado que agrava especialmente a pena, só responde o agente 
que o houver causado ao menos culposamente.
O crime preterdoloso (além do dolo), também chamado de crime híbrido, é considerado aquele 
que foi praticado com dolo, mas posteriormente houve uma conduta culposa do agente que 
agravou o resultado (resultado agravador culposo).
Sujeito que tinha intenção de praticar um roubo, mas, por manuseio indevido da arma, acaba 
matando a vítima. 
Importante destacar que não se admite tentativa nos crimes preterdolosos, já que o resultado 
lesivo gravoso fora cometido de forma culposa. 
4.3. RESULTADO 
O Resultado pode ser classificado em jurídico e naturalístico. 
O resultado jurídico significa a própria ofensa à norma penal, ou seja, toda infração penal 
acarreta um resultado jurídico.
Já o resultado naturalístico representa a alteração do mundo exterior em razão da conduta 
humana, sendo o próprio resultado previsto no tipo penal. 
Com base no resultado naturalístico, é possível a existência de 3 (três) tipos de crime: 
• Crime material: é aquele em que a sua consumação depende da ocorrência do resultado 
naturalístico (exemplo: o homicídio somente será consumado se a vítima falecer).
• Crime formal: não exige a produção do resultado para a consumação do crime, ou seja, 
a consumação do crime ocorre apenas com a conduta do agente, independentemente
do resultado atingido.
O crime de ameaça (art. 147 do CP) exige apenas a conduta de quem ameaça, não prevendo qualquer 
resultado, ou seja, o crime será consumado mesmo que a vítima não tenha se sentido ameaçada.
• Crime de mera conduta: no crime de mera conduta, além de não se exigir o resultado
naturalístico, a possibilidade de sua ocorrência é de difícil visualização, como no caso
do crime de porte ilegal de arma, em que a mera conduta de portar a arma já gera um
perigo em abstrato, sendo difícil visualizar a existência de um resultado naturalístico.
4.4. NEXO CAUSAL 
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O nexo causal representa a ligação de causa e efeito entre a conduta e o resultado. 
O código penal adotou, como regra geral, a teoria da equivalência dos antecedentes causais 
(ou conditio sine qua non), segundo a qual se considera causa tudo aquilo que teria contribuído 
com a realização do resultado. 
Art. 13, caput, do CP - O resultado, de que depende a existência do crime, somente é 
impuável a quem lhe deu causa. Considera-se causa a ação ou omissão sem a qual o 
resultado não teria ocorrido. 
A teoria da conditio sine qua non é inspirada no procedimento hipotético de eliminação de 
Thyrén, segundo o qual um fenômeno é considerado causa quando, eliminando-o mentalmente, 
não teria ocorrido o segundo resultado.
A principal crítica a essa teoria é a possibilidade do regressus ad infinitum, isto é, um número 
infinito de causas sem as quais o resultado não teria ocorrido. A título de exemplo, o fabricante de 
uma arma utilizada em um homicídio poderia responder pelo referido crime, já que, se ele não a 
tivesse fabricado, provavelmente a vítima não teria sido morta. 
Entretanto, para se evitar o regressus ad infinitum, a teoria da conditio sine qua non é analisada 
em conjunto com dolo e a culpa (causalidade psíquica), ou seja, aquele cuja conduta contribui para 
a produção do resultado somente será penalizado se tiver agido com dolo ou culpa. 
Além do dolo e da culpa (causalidade psíquica), a caracterização do nexo causal deve passar 
ainda por mais um filtro, representado pela teoria da imputação objetiva,muito importante para a 
prova da OAB/FGV. 
TEORIA DA IMPUTAÇÃO OBJETIVA: De acordo com a teoria da imputação objetiva o agente 
apenas será responsabilizado pela prática de um crime se ele criou ou incrementou um risco 
proibido ao bem penalmente tutelado. Associada à teoria da imputação objetiva, vigora o 
princípio da confiança, segundo o qual se deve esperar que as pessoas se comportem em 
conformidade com o direito, não podendo alguém ser responsabilizado pela conduta indevida 
de outrem TEMA COBRADO NOS EXAMES VIII E X DA OAB/FGV. 
 “A” empurra “B” para evitar que este seja atingido por um tiro, mas “B”, em razão do empurrão, 
acaba quebrando a perna. Neste caso, como a conduta de “A” foi destinada a preservar a vida 
de “B”, não há a existência de um risco proibido, de modo que, pela teoria da imputação objetiva, 
“A” não poderá ser responsabilizado pelo crime de lesão corporal.
• CONCAUSAS
Consideram-se concausas as causas paralelas a conduta do agente, que concorrem para a 
produção do resultado.
As concausas podem ser dependentes ou independentes. 
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• Concausas Dependentes: encontram-se no desdobramento normal e previsível da
conduta, são, portanto, esperadas.
• Concausas independentes: são aquelas não desejadas e imprevisíveis e acabam
produzindo o resultado penalmente relevante. Podem ser relativamente ou
absolutamente independentes.
CONCAUSAS ABSOLUTAMENTE 
INDEPENDENTES 
CONCAUSAS RELATIVAMENTE 
INDEPENDENTES 
Não possuem qualquer vínculo com a conduta 
do agente, ou seja, produziriam o resultado 
mesmo que o agente não tivesse realizado sua 
conduta. O agente responderá somente pelos 
atos praticados, e não pelo resultado. Podem ser: 
• Preexistentes: Exemplo – “A” dispara
contra “B”, que é atingindo no tórax. “B”,
entretanto, morre logo em seguida, porque
havia ingerido veneno. Posteriormente é
comprovado pela autópsia que o tiro não
contribuiu para a morte de “B”. Neste caso,
“A” responderá por tentativa de homicídio 
TEMA COBRADO NO XII EXAMES DA OAB/FGV.
• Concomitantes: Exemplo – “A” dispara
contra “B”, que, no momento do tiro, teve um 
infarto fulminante. Prova-se pela autópsia
que o tiro não contribuiu para a morte “B “.
• Supervenientes: Exemplo - “A” coloca
veneno na comida de “B” que, sem perceber,
volta ao seu trabalho. No caminho, “B”
é atropelado e acaba falecendo. Prova-
se pela autópsia que o envenenamento
não contribuiu para a morte “B “.
Nos exemplos acima, eliminando-se a 
conduta de “A”, o resultado morte teria 
ocorrido da mesma forma, ou seja, pela 
teoria da conditio sine qua non, “A” não deu 
causa ao resultado morte. Desse modo, “A” 
responderá apenas pelos atos anteriores ao 
resultado, ou seja, por tentativa de homicídio.
São aquelas que, apesar de independentes, 
dependem da atuação do agente para existirem. 
Também possuem três modalidades:
• Preexistentes: a causa existe antes da
prática da conduta, mas é dela dependente.
Exemplo: “A” dispara contra “B”, com intenção
de matá-lo, mas este vem a falecer em
razão do agravamento das lesões por ser
hemofílico. “A” conhecia a doença de “B”.
• Concomitantes: ocorre ao mesmo tempo
da conduta do agente. Exemplo: “A”, com
intenção de matar, efetua diversos disparos
contra “B” que, no mesmo momento,
tem ataque cardíaco e acaba falecendo.
Nas duas hipóteses acima citadas 
(preexistente e concomitante), como a conduta 
do agente foi decisiva para o resultado, “A” 
responderá, pela teoria da conditio sine 
qua non, pelo crime de homicídio doloso. 
Se o agente, entretanto, desconhecer a concausa 
preexistente e não agir com a intenção de matar, 
não será responsabilizado pela morte, já que o 
direito penal não admite responsabilidade objetiva. 
• Superveniente: aquela que ocorre
posteriormente à conduta do agente.
Deve ser subdivida em duas espécies: 
Quando não produziu por si só o resultado: 
Exemplo: “A” dispara contra “B” que acaba falecendo 
na mesa de cirurgia em virtude de imperícia do 
cirurgião. Neste caso, “A” também responderá por 
homicídio, já que sua conduta foi decisiva para 
a morte de “B” (teoria da conditio sine qua non). 
Quando por si só, produziu o resultado: 
Exemplo: “A” atira em “B”, com intenção de 
matar, que morre em virtude de acidente que 
envolveu a ambulância que o levava para o 
hospital. Neste caso, o agente responderá 
apenas pelos fatos anteriores (tentativa 
de homicídio), por expressa previsão 
no § 1º do art. 13 do CP, tratando-se de 
exceção à teoria da conditio sine qua non
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Conforme demonstrado no quadro acima, conclui-se que uma exceção importante referente à 
teoria da conditio sine qua non é justamente o contido no §1° do art. 13 do CP, que dispõe: 
Art. 13 do CP 
(..) 
§ 1º - A superveniência de causa relativamente independente exclui a imputação quando, por
si só, produziu o resultado; os fatos anteriores, entretanto, imputam-se a quem os praticou.
Com efeito, com base no exemplo dado anteriormente, em que “A” atira em “B” e este morre 
em razão do acidente sofrido com a ambulância que o levava para o hospital, se fôssemos aplicar 
a teoria da conditio sine qua non, “A” deveria responder por homicídio, uma vez que sua conduta foi 
determinante para a morte de “B”. No entanto, por expressa determinação do Código Penal, como 
a concausa superveniente, por si só, acarretou a morte de “B”, “A” responderá apenas por tentativa 
de homicídio TEMA COBRADO NOS EXAMES IX, X E XXIX DA OAB/FGV.
PELA TEORIA DA CONTIDIO SINE 
QUA NON, O AGENTE RESPONDE 
PELOS ATOS PRATICADOS, MAS 
NÃO PELO RESULTADO 
QUANDO PRODUZIU POR SI 
SÓ O RESULTADO, O AGENTE 
RESPONDE APENAS PELOS 
ATOS ATÉ ENTÃO PRATICADOS 
(EXCEÇÃO À TEORIA DA 
CONDITIO SINE QUA NON - ART. 
13,§1°, DO CP)
QUANDO NÃO PRODUZIU POR 
SI SÓ O RESULTADO, O AGENTE 
RESPONDE PELO RESULTADO. 
CONCAUSAS 
PREEXISTENTES E 
CONCOMITANTES: 
AGENTE RESPONDE PELO 
RESULTADO (TEORIA DA 
CONTIDIO SINE QUA NON) 
CONCAUSA 
SUPERVENIENTE 
RELATIVAMENTE 
INDEPENDENTES 
ABSOLUTAMENTE 
INDEPENDENTES 
CONCAUSAS INDEPENDENTES 
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4.5. TIPICIDADE 
Tipicidade é o enquadramento do fato concreto ao tipo penal, que representa a descrição do 
crime em abstrato (tipicidade legal). 
O tipo penal é composto pelo núcleo do tipo, isto é, o verbo que caracteriza o crime (por 
exemplo o verbo “matar”, no crime de homicídio), bem como por elementares e circunstâncias. 
• Elementares: elementares são os dados essenciais do crime, sem os quais a
conduta seria considerada atípica (atipicidade absoluta) ou seria considerada outro
crime (atipicidade relativa).
A palavra “alguém” no crime de homicídio (art. 121 do CP) é elementar do crime, uma vez que, 
se retirada, não haverá o crime (atipicidade absoluta). Por outro lado, no crime de desacato 
(art. 331 do CP), a eliminação da elementar “funcionário público” desclassifica a conduta para o 
crime de injúria (art. 140 do CP), tratando-se de atipicidade relativa. 
• Circunstâncias: são dados acessórios (acidentais) que, apesar de não interferirem
na caracterização do crime, afetam a sua gravidade, aumentando ou diminuindo a
pena. As circunstâncias são divididas em objetivas e subjetivas.
• Objetivas: são aquelas relacionadas aos meios e modos de realização do
crime, como tempo, lugar, qualidades da vítima, etc. 
• Subjetivas: estão relacionadas à própria pessoa do agente do crime, como
os motivos determinantes, suas condições ou qualidades pessoais, relações 
com a vítima, etc. 
É importante a distinção entre as circunstâncias objetivas e subjetivas, uma vez que as 
circunstâncias objetivas comunicam-se aos demais coautores ou partícipes do crime, desde 
que delas eles tenham conhecimento. Já as circunstâncias subjetivas (de caráter pessoal) não 
se comunicam, salvo quando elementares do crime”.
4.6. ERRO DE TIPO 
Conforme estudado anteriormente, a tipicidade representa o enquadramento do fato concretoao tipo penal, o que faz surgir o interesse do Estado em punir o indivíduo que praticou o crime. 
No entanto, existem situações que, apesar de serem típicas, podem descaracterizar a existência 
de dolo e culpa, já que o agente teve uma percepção equivocada da realidade. 
Essas situações se referem ao instituto denominado de erro de tipo, conforme art. 20, caput, do CP: 
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Art. 20 do CP - O erro sobre elemento constitutivo do tipo legal de crime exclui o dolo, 
mas permite a punição por crime culposo, se previsto em lei.
O Erro de Tipo é dividido em duas espécies: “essencial” e “acidental”.
• Erro de Tipo Essencial: significa a falsa percepção do agente em relação a elemento
essencial do tipo penal. Se o erro de tipo essencial for inevitável (escusável), o dolo e
a culpa serão excluídos, de modo que o agente não responderá pela conduta. Por outro
lado, se o erro for evitável (inescusável), haverá a exclusão do dolo, mas o agente
responderá a título de culpa, caso o crime praticado tenha previsão na modalidade
culposa TEMA COBRADO NO XII EXAME DA OAB/FGV.
Caçador, vendo grande movimentação em uma moita, atira, pensando se tratar de um animal, 
mas acaba matando seu amigo, que estava indevidamente no local. Nesse caso, se o erro, pelas 
circunstâncias do caso concreto, for considerado inevitável (escusável), a conduta será considerada 
atípica (exclui o dolo e a culpa). Entretanto, se o erro for considerado evitável (inescusável), haverá 
apenas a exclusão do dolo, devendo o caçador responder por homicídio culposo. 
• Erro de tipo acidental: representa a falsa percepção da realidade sobre elemento secundário
do tipo. É dividido nas seguintes subespécies:
• Erro sobre o objeto (error in re): existe uma falsa percepção sobre o objeto
do crime, já que o agente pretende atingir determinada coisa, mas atinge coisa 
diversa, como na hipótese do sujeito que pretende furtar um relógio de ouro e 
acaba furtando uma réplica. No caso de erro sobre o objeto, o sujeito responde 
pela coisa efetivamente subtraída. 
• Erro sobre a pessoa (error in persona – art. 20, § 3º, do CP): existe uma falsa 
percepção sobre a vítima do crime, como na hipótese do criminoso que pretende 
matar seu próprio pai, mas acaba se confundindo e matando um terceiro, com 
características físicas próximas de seu genitor. Nesse caso, o agente responde 
pelo crime como se tivesse matado a pessoa desejada, no caso, o próprio pai, 
incidindo a agravante da prática do crime contra ascendente, conforme art. 61, 
II, “e”, do CP TEMA COBRADO NOS EXAMES III E XX DA OAB/FGV. 
• Erro na Execução (aberratio ictus – art. 73 do CP): o agente, por acidente ou
erro no uso dos meios de execução, ao invés de atingir a pessoa que pretendia 
ofender, atinge pessoa diversa, hipótese em que será aplicado o mesmo 
raciocínio do erro sobre a pessoa, devendo o agente responder como se tivesse 
praticado o crime contra a pessoa desejada TEMA COBRADO NOS EXAMES 
VI, XIX E XXIII DA OAB/FGV. Se em razão do erro na execução o agente atingir 
a pessoa desejada e pessoa diversa (resultado duplo), deverá ser aplicada a 
regra do concurso formal próprio (art. 70 do CP), ou seja, será aplicada a pena 
do crime mais grave, aumentada de 1/6 até 1/2. 
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José pretende matar seu próprio pai, mas, ao apontar a arma para o seu genitor, acaba acertando 
outra pessoa, que vem a falecer. A intenção de José era matar seu pai, mas acabou matando 
terceiro porque errou na execução do crime (não sabia manusear a arma, por exemplo). Nesse 
caso, José responderá como se tivesse matado seu pai (homicídio doloso com a agravante de 
prática do crime contra ascendente). Por outro lado, se José tivesse matado seu pai e terceira 
pessoa por erro na execução, seria aplicada a regra do concurso formal. 
No erro quanto à pessoa o agente confunde a vítima que queria atingir, enquanto que no aberratio 
ictus, o agente não confunde a vítima, atingindo outra pessoa porque erra na execução do crime. 
• Resultado diverso do pretendido (aberratio criminis – art. 74 do CP) – ocorre quando o
agente desejava cometer um crime, mas por erro na execução, acaba por cometer outro. O
exemplo clássico é o do agente que deseja quebrar a vidraça de uma loja arremessando uma
pedra (art. 163, CP), mas, por erro na execução, acaba acertando uma pessoa que passava
pela calçada, lesionando-a (artigo 129, CP). Há duas possibilidades:
a) O agente ofende apenas bem jurídico diverso do pretendido: responderá apenas
pelo crime praticado, se houver previsão culposa. No exemplo dado, se o agente
atingiu apenas o pedestre, responderá pelo crime de lesão corporal culposa TEMA
COBRADO NOS EXAMES XIII E XXVI DA OAB/FGV.
b) O agente ofende os dois bens jurídicos: o agente responde pelo concurso formal
de crime. Assim, no exemplo dado, se o agente atingir o pedestre e a pedra também
quebrar a vidraça, responderá pelo crime de dano em concurso formal com o crime
de lesão corporal culposa.
Se o crime cometido em erro de execução não possuir a modalidade culposa, o agente 
responderá por tentativa do crime que queria praticar. Assim, se o agente quisesse acertar um 
pedestre com uma pedra, mas acaba acertando apenas a vidraça, como não há crime de dano 
culposo, o agente responderá apenas por tentativa de lesão corporal. 
• Erro no nexo causal (aberratio causae): o agente acredita ter cometido um crime de um
modo, quando na verdade foi outro o meio por ele empregado que causou o delito. O exemplo
clássico de aberratio causae é o agente que pretende matar a vítima afogada, lançando-a
de uma ponte, mas a vítima acaba falecendo durante a queda, ao bater a cabeça em uma
pedra. Como o resultado prático é o mesmo (homicídio consumado), a aberratio causae não
possui muita relevância prática, devendo o agente responder pelo seu dolo genérico
TEMA COBRADO NO XXVII EXAME DA OAB/FGV.
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ERRO DE TIPO não se confunde com ERRO DE PROIBIÇÃO. 
No erro de tipo o agente não sabe o que faz, ignorando elementar do crime ou dado complementar 
do tipo penal, como no caso do sujeito que sai de uma festa e leva um paletó de outra pessoa, 
achando que era seu. Nesse caso, o agente errou sobre o elemento “coisa alheia” do crime de 
furto (art. 155 do CP), incidindo em erro de tipo. Já no erro de proibição (que será estudado 
posteriormente) o agente comete o ato de forma consciente (sabe o que faz), mas acredita que 
o fato não é crime, como no caso do sujeito que encontra um paletó de outra pessoa na rua e
leva para casa, mas acha que sua conduta não é crime, já que “achado não é roubado”.
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5. ANTIJURIDICIDADE
5.1. CONCEITO
Para a ocorrência de um crime não basta que a conduta represente um fato típico. Ela deve ser 
ainda antijurídica (ilícita). 
A antijuricidade, portanto, é a ofensa da conduta típica ao ordenamento jurídico, sendo 
considerada elemento essencial para a caraterização do crime. 
Há situações, portanto, que, apesar de serem típicas, não caracterizam crime, porque são 
admitidas pelo ordenamento jurídico brasileiro, ou seja, são lícitas.
 Essas situações são conhecidas como excludentes de antijuridicidade ou de ilicitude e são 
previstas no art. 23 do CP: 
 Art. 23 - Não há crime quando o agente pratica o fato: 
 I - em estado de necessidade;
 II - em legítima defesa;
 III - em estrito cumprimento de dever legal ou no exercício regular de direito.
Vejamos cada uma das excludentes de ilicitude. 
5.2. ESTADO DE NECESSIDADE 
Art. 24 do CP - Considera-se em estado de necessidade quem pratica o fato para salvar 
de perigo atual, que não provocou por sua vontade, nem podia de outro modo evitar, 
direito próprio ou alheio, cujo sacrifício, nas circunstâncias, não era razoável exigir-se. 
§ 1º - Não pode alegar estado de necessidade quem tinha o dever legal de enfrentar o perigo.§ 2º - Embora seja razoável exigir-se o sacrifício do direito ameaçado, a pena poderá ser
reduzida de um a dois terços.
O estado de necessidade se refere a uma situação de perigo atual de determinado bem, cuja 
preservação depende do sacrifício inevitável de outro bem de igual valor ou de valor inferior. Desse 
modo, no caso de haver mais de um bem jurídico em perigo (colisão de bens protegidos), permite-se o 
sacrifício de um deles para a salvaguarda do outro TEMA COBRADO NO XVI EXAME DA OAB/FGV. 
São requisitos do estado de necessidade
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• Perigo atual: necessário que haja uma probabilidade de dano atual e inevitável que
coloque em risco dois ou mais bens jurídicos, exigindo-se o sacrifício de um bem para
que o outro seja salvo.
• A situação de perigo não pode ter sido causada voluntariamente pelo agente.
• A ação deve ocorrer para salvar direito próprio ou alheio: permite-se, portanto, o
estado de necessidade próprio ou de terceiro.
• Inexistência do dever legal de enfrentar o perigo: não poderá alegar estado de
necessidade aquele que tenha o dever legal de enfrentar o perigo (bombeiro, policial, etc.).
• Inevitabilidade do comportamento lesivo: o sacrifício deve ser necessário. Se for
possível a fuga da situação de perigo, não há que se falar em estado de necessidade.
A defesa contra ataques de animal não configura, em tese, legítima defesa e sim de estado de 
necessidade. Entretanto, se um ser humano se vale de animal para atacar outra pessoa, considera-
se que o animal é mero instrumento da conduta humana, permitindo-se a legítima defesa.
São consideradas espécies de estado de necessidade: 
• Estado de necessidade agressivo: o agente destrói bem de um terceiro que não
criou o perigo.
• Estado de necessidade defensivo: o agente destrói bem da pessoa que criou o perigo.
• Estado de necessidade real: é aquele em que estão presentes todos seus requisitos,
excluindo-se a ilicitude do fato.
• Estado de necessidade putativo: o agente imagina uma situação de perigo que
caracterizaria o estado de necessidade, mas ele de fato não acontece. Tratando-se de
erro escusável, haverá exclusão do dolo e da culpa, não sendo o agente responsabilizado
pelo crime. Tratando-se de erro inescusável, o agente responderá pelo crime culposo, se
houver previsão.
O estado de necessidade, embora exclua a ilicitude penal, poderá gerar o dever de indenizar 
na esfera civil quando se tratar de estado de necessidade agressivo. Neste caso, a vítima deve 
ingressar com ação em desfavor do causador do dano, e este tem direito de regresso contra 
aquele que gerou o perigo. 
• No estado de necessidade defensivo não há o dever de indenizar.
Importante destacar que o código penal adotou a teoria unitária em relação ao estado de 
necessidade, de modo que será legítimo o estado de necessidade apenas quando o bem protegido 
tiver valor igual ou superior ao bem jurídico sacrificado. Se o bem sacrificado tiver valor superior 
ao bem protegido, não haverá excludente de ilicitude, mas a pena poderá ser reduzida de um a dois 
terços, conforme §2º do art. 24 do CP. 
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5.3. LEGÍTIMA DEFESA 
Art. 25 do CP - Entende-se em legítima defesa quem, usando moderadamente dos meios 
necessários, repele injusta agressão, atual ou iminente, a direito seu ou de outrem.
Parágrafo único. Observados os requisitos previstos no caput deste artigo, considera-
se também em legítima defesa o agente de segurança pública que repele agressão ou 
risco de agressão a vítima mantida refém durante a prática de crimes. (Incluído pela Lei 
nº 13.964, de 2019)
A Lei 13.964 /19 acrescentou o parágrafo único ao art. 16, mas, na prática, a redação do parágrafo 
único apenas deixou expressa uma hipótese que já era considerada legítima defesa, como no caso 
do policial que atira no bandido que coloca em risco a vida de um refém. .
 São requisitos da legítima defesa: 
• Agressão injusta: a agressão deve ser ilícita e proveniente de um ser humano. Desse
modo, contra ataques de animal não se trata, em tese, de legitima defesa e sim de
estado de necessidade. Entretanto, se um ser humano se vale de animal para atacar
outra pessoa, considera-se que o animal é mero instrumento da conduta humana,
permitindo-se a legítima defesa. TEMA COBRADO NO XXX EXAME DA OAB/FGV.
• Atualidade ou iminência da agressão: atual é a agressão que está ocorrendo e
iminente é a que está prestes a ocorrer. Não se admite, portanto, legítima defesa
contra ataque pretérito ou futuro TEMA COBRADO NO IX EXAME DA OAB/FGV.
“X” desfere um soco no estômago contra “Y”, que vai ao chão. Depois de alguns segundos, “Y“ 
se levanta e vai atrás de “X”, que já estava saindo do local. “Y” consegue alcançar “X” e o agride. 
Nesse caso, “Y” não agiu em legítima defesa, uma vez que sua conduta não foi atual. 
• Direito próprio ou alheio: qualquer direito, próprio ou de terceiro, admite legítima defesa. 
• Uso dos meios necessários: considera-se necessário o meio menos lesivo à
disposição do agente, mas capaz de afastar a injusta agressão (Exemplo: se o agente
possui uma faca e uma arma, mas a faca já é suficiente para afastar a injusta agressão,
o uso da arma configurará excesso).
• Uso moderado: o meio será considerado moderado quando houver proporcionalidade 
entre a conduta do agente e o bem que pretende proteger. Terminada a agressão,
qualquer ato em face do agressor será considerado excesso
Vejamos abaixo as principais espécies de legítima defesa: 
• Legítima defesa ativa: quando a reação ao agressor configura fato típico (exemplo:
matar o agressor em legítima defesa);
• Legítima defesa passiva: quando a reação ao agressor não configura fato típico
(exemplo: agente apenas se defende dos golpes, se esquivando);
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• Legítima defesa real: é aquela em que o agente se defende de uma agressão que
realmente existe.
• Legítima defesa putativa: o agente se defende de uma agressão acreditando que
está em legítima defesa, mas sua percepção é falsa. Se o erro for escusável, haverá
exclusão do dolo/culpa. Por outro lado, se o erro for inescusável, o agente será
condenado por crime culposo, se houver previsão TEMA COBRADO NO V EXAME
DA OAB/FGV;
• Legítima defesa sucessiva: ocorre quando o próprio agressor se defende do excesso
praticado em legítima defesa. Isso porque, a partir do momento em que foi afastada a
agressão inicial, não se permite qualquer ação por parte do ofendido, sob pena de se
caracterizar excesso. Havendo excesso, permite-se a legítima defesa.
• Legítima defesa subjetiva: o agente comete um excesso na sua reação, por meio de
um erro escusável (“excesso acidental”). A título de exemplo, imaginemos a hipótese
em que o agente, moderadamente, para se defender, dispara para o chão, porém, a
bala ricocheteia e acerta o ofensor.
• Legítima defesa preordenada: a FGV entende que os ofendículos, caracterizam
legítima defesa preordenada.
O que são ofendículos? 
Os ofendículos são obstáculos ou instrumentos utilizados propositalmente para a proteção de bens 
jurídicos, geralmente patrimoniais, como cerca elétrica, arame farpado e cacos de vidro colocados 
propositalmente no muro de algumas residências, para protegê-las da entrada de bandidos. 
Há duas teorias sobre a natureza jurídica dos ofendículos. Uma primeira corrente entende que 
se trata de legítima defesa preordenada (corrente adotada pela FGV no XII Exames da OAB), 
enquanto que outra parte da doutrina defenda se tratar de exercício regular de direito. 
De qualquer forma, para que os ofendículos sejam considerados lícitos, excluindo a 
antijuridicidade, é preciso que sejam utilizados com razoabilidade e proporcionalidade. Assim, 
se determinado pedestre se machucar gravemente numa cerca elétrica colocada em cima de 
um muro com apenas um metro de altura, entendemos que o proprietário da residência deve ser 
responsabilizado penalmente, uma vez que o ofendículonão foi utilizado com proporcionalidade. 
Não se permite a denominada legítima defesa real recíproca, já que aquele que agride 
injustamente não pode estar ao mesmo tempo legitimamente se defendendo. Entretanto, 
tratando-se de legítima defesa putativa, é possível que ela seja recíproca, como na hipótese 
em que dois inimigos se aproximam para pedir desculpas, mas cada um deles acredita que a 
aproximação do outro é uma agressão iminente, motivo pelo qual ambos iniciam uma agressão 
simultânea. Nesta situação, haverá legítima defesa putativa recíproca. 
Salienta-se ainda que é perfeitamente possível a legítima defesa real contra a legítima 
defesa putativa, como na hipótese em que “A” se aproxima de “B” para pedir desculpa e, este, 
acreditando que seria atacado, agride “A“ (legítima defesa putativa). A partir da agressão de “B”, 
“A” poderá atuar em legítima defesa real. 
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LEGÍTIMA DEFESA ESTADO DE NECESSIDADE 
Ataque ou ameaça a um bem jurídico Conflito de vários bens jurídicos diante de uma situação de perigo
O perigo decorre de uma agressão humana e injusta 
O perigo não decorre de uma agressão 
injusta, podendo se originar de um 
comportamento humano, animal, ou de fato 
da natureza
A conduta é dirigida contra o agressor A conduta não tem destinatário certo
Não se permite legítima defesa real recíproca Permite-se estado de necessidade recíproco
Por unanimidade, em março de 2021, o Supremo Tribunal Federal (STF) firmou entendimento de 
que a tese da legítima defesa da honra é inconstitucional, por violar os princípios constitucionais 
da dignidade da pessoa humana, da proteção à vida e da igualdade de gênero, conforme decidido 
na (ADPF) 779.
5.4. ESTRITO CUMPRIMENTO DO DEVER LEGAL 
Considera-se estrito cumprimento do dever legal a excludente de antijuridicidade em que o 
agente pratica fato típico em razão do exercício de uma obrigação imposta pela lei.
Como regra geral atinge principalmente os agentes públicos, mas nada impede que alcance 
também particulares. 
A título de exemplo, um policial que realiza a prisão em flagrante de um criminoso não poderá ser 
responsabilizado por restringir a liberdade do acusado, já que está apenas cumprindo o seu dever legal. 
Para a caracterização do estrito cumprimento do dever legal, o agente, além de cumprir o seu 
dever legal, deverá agir com proporcionalidade/razoabilidade. 
5.5. EXERCÍCIO REGULAR DO DIREITO 
Quem exerce regularmente um direito não pode ser punido pela prática de infração penal, isto 
é, se o próprio direito autoriza uma determinada conduta, não pode ser essa mesma conduta 
considerada ilícita na esfera penal. 
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• As lesões ocorridas dentro da prática regular desportiva não são consideradas ilícitas,
ainda que, abstratamente, possam caracterizar infração penal. Um boxeador, por exemplo,
não pode ser punido pelo crime de lesão corporal porque quebrou o nariz do seu adversário,
durante a luta de boxe.
• As intervenções cirúrgicas autorizadas pelos pacientes também não serão consideradas
ilícitas para fins penais, já que decorrem do exercício da profissão médica.
• A utilização moderada da força por meio do desforço imediato no caso de esbulhou ou
turbação também não será penalmente punida, ainda que seja abstratamente um fato típico,
já que autorizada pelo art. 1.210 do CC.
• Eventuais castigos e punições aplicados pelos pais aos seus filhos também não serão
considerados ilícitos, porque decorrem do direito de educação (jus corrigendi).
No entanto, para que a conduta do agente no exercício regular do seu direito não seja considerada 
ilícita, ela deve ser utilizada com moderação e nos termos autorizados pela legislação. Eventuais 
condutas abusivas, excessivas ou irregularidades serão consideradas ilícitas do ponto de vista penal. 
Assim, o boxeador que desfere um pontapé ou morde a orelha do seu adversário durante uma 
luta de boxe, ou o pai que agride o rosto do seu filho sob o pretexto de educá-lo, agem de forma 
irregular abusiva, podendo ser responsabilizados penalmente, nos exemplos dados, por lesão 
corporal dolosa. 
5.6. DESCRIMINANTES PUTATIVAS 
Art. 20 do CP (...)
§ 1º - É isento de pena quem, por erro plenamente justificado pelas circunstâncias,
supõe situação de fato que, se existisse, tornaria a ação legítima. Não há isenção de
pena quando o erro deriva de culpa e o fato é punível como crime culposo.
Há situações em que o agente, por erro, supõe equivocadamente estar agindo numa situação 
de excludente de ilicitude e, em razão dessa falsa percepção, acaba cometendo o crime. 
Nesses casos, se o erro for plenamente justificável pelas circunstâncias, o agente será isento 
de pena. Entretanto, se o erro for evitável, o agente responderá como se tivesse praticado o crime 
culposamente (culpa imprópria).
5.7. TIPICIDADE CONGLOBANTE 
A teoria da tipicidade conglobante, capitaneada pelo penalista Eugênio Raúl Zaffaroni, defende 
que a tipicidade não pode representar meramente a correspondência formal entre a conduta 
praticada e a infração penal em abstrato (tipicidade legal), devendo analisar ainda se aquela 
conduta ofende o ordenamento jurídico em seu conjunto. 
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Em outras palavras, o estrito cumprimento do dever legal e o exercício regular do direito 
não deveriam ser considerados excludentes de antijuridicidade e sim de tipicidade, uma vez que, 
analisada a conduta de forma “conglobante”, ela seria permitida pelo ordenamento jurídico, de 
modo que não poderia sequer ser considerada fato típico. 
A título de exemplo, como o próprio direito desportivo permite a conduta do boxeador em 
lesionar o seu adversário, o exercício regular desse direito deveria ser considerado uma causa 
excludente de tipicidade e não de antijuridicidade, de modo que a conduta seria atípica.
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6. CULPABILIDADE
A culpabilidade está relacionada à reprovabilidade da conduta do agente, ou seja, estuda a 
existência de circunstancias capazes de influenciar a liberdade do agente entre adotar uma conduta 
lícita ou ilícita. 
A culpabilidade é formada pelos seguintes elementos: 
• Imputabilidade
• Potencial consciência da ilicitude
• Exigibilidade de conduta diversa
POTENCIAL 
CONSCIÊNCIA DA 
ILICITUDE
EXIGIBILIDADE DE 
CONDUTA DIVERSA
IMPUTABILIDADE
CULPABILIDADE
6.1. IMPUTABILIDADE 
Art. 26 do CP - É isento de pena o agente que, por doença mental ou desenvolvimento 
mental incompleto ou retardado, era, ao tempo da ação ou da omissão, inteiramente incapaz 
de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento. 
Redução de pena
Parágrafo único - A pena pode ser reduzida de um a dois terços, se o agente, em 
virtude de perturbação de saúde mental ou por desenvolvimento mental incompleto 
ou retardado não era inteiramente capaz de entender o caráter ilícito do fato ou de 
determinar-se de acordo com esse entendimento.
De acordo com a interpretação do art. 26 do CP, a inimputabilidade, como regra geral, é 
verificada de acordo com o critério biopsicológico, isto é, além do aspecto biológico, relativo 
à “doença mental”, ou desenvolvimento mental incompleto, deve-se verificar ainda o aspecto 
psicológico, consistente na falta de entendimento ou de autodeterminação do agente no 
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momento da conduta TEMA COBRADO NO XI EXAME DA OAB/FGV.
Se determinada pessoa sofre com esquizofrenia mas, no momento do crime, possui 
entendimento do que está fazendo, não será considerada inimputável. 
Se o agente for considerado inimputável pelo critério biopsicológico, ele será sujeito à medida 
de segurança, imposta na chamada sentença absolutória imprópria. TEMA COBRADO NO XXX 
EXAME DA OAB/FGV.
Por outro lado, tratando-se de percepção da realidade diminuída (“não era inteiramente 
capaz de entender o caráterilícito do fato”), ou semi-imputabilidade, embora o agente não seja 
considerado inimputável, o parágrafo único do art. 26 do CP permite a redução da pena de um a 
dois terços. 
Além disso, na hipótese do semi-imputável precisar de especial tratamento curativo, a pena 
privativa de liberdade pode ser substituída por medida de segurança, consistente na internação, 
ou tratamento ambulatorial, pelo prazo mínimo de 1 (um) a 3 (três) anos (art. 98 do CP)
INIMPUTÁVEL SEMI-IMPUTÁVEL
• Inteiramente incapaz de entender o caráter
ilícito do fato
• Sujeito à medida de segurança
• Não era inteiramente incapaz de entender 
o caráter ilícito do fato
• Redução da pena de um a dois terços,
podendo ser substituída por medida de
segurança nos casos do art. 98 do CP
Salienta-se, entretanto, que Código Penal, como exceção à regra geral, adotou o critério 
biológico em um único caso: quando se tratar de pessoa menor de 18 anos de idade, hipótese em 
que a inimputabilidade será presumida de forma absoluta, independentemente do entendimento 
do agente sobre a ilicitude do fato. 
INIMPUTABILIDADE PELO CRITÉRIO 
BIOPSCICOLÓGICO 
INIMPUTABILIDADE PELO 
CRITÉRIO BIOLÓGICO 
• Considerada a REGRA GERAL
• Aspecto biológico, relativo à “doença mental”, ou
desenvolvimento mental incompleto, juntamente
com o aspecto psicológico, consistente na falta de
entendimento ou autodeterminação do agente no
momento da conduta.
• Aplicação de medida de segurança
• Considerada EXCEÇÃO
• Apenas quando se tratar de pessoa
menor de 18 anos de idade, hipótese em
que a inimputabilidade será presumida
de forma absoluta, independentemente
do entendimento do agente sobre a
ilicitude do fato.
• Agente será isento de pena, sendo
submetido a medida socioeducativa ou
de proteção (ECA).
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• EMBRIAGUEZ
Conforme previsto no art. 28, II, do CP, a embriaguez, voluntária ou culposa, pelo álcool ou 
substância de efeitos análogos não exclui a culpabilidade nem reduz a pena. Trata-se da aplicação 
da teoria da actio libera in causa (ação livre da causa), segundo a qual, se o agente tinha liberdade 
de escolha para se embriagar, deverá responder normalmente pelos seus atos, caso cometa algum 
crime embriagado. 
No caso de embriaguez dolosa, ou preordenada, em que o agente se embriaga para praticar 
o crime, além de responder normalmente pelo fato típico, haverá a incidência da circunstância
agravante genérica prevista no art. 61, II, “l”, do CP.
Já no caso embriaguez completa, proveniente de caso fortuito ou força maior, em que o agente, 
ao tempo da ação ou da omissão, era inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do fato ou 
de determinar-se de acordo com esse entendimento, haverá exclusão da culpabilidade, sendo o 
único caso em o agente será isento de pena TEMA COBRADO NO XVI EXAME DA OAB/FGV. 
Manoel, acidentalmente cai no tonel de cachaça, ficando completamente embriagado. Após 
conseguir sair do tonel, pega o seu carro e, sem ter qualquer discernimento sobre o que 
fazia, acaba atropelando dois pedestres. Neste, haverá exclusão da culpabilidade e Manoel 
será isento de pena. 
Se, apesar da embriaguez proveniente de caso fortuito ou força maior, o agente tiver o mínimo 
de entendimento sobre o caráter ilícito do fato, não haverá isenção de pena, mas esta poderá ser 
reduzida de um a dois terços (§ 2º do art. 28 do CP). 
Tratando-se de embriaguez patológica, ou doentia, o agente poderá ser considerado inimputável 
ou semi-inimputável, aplicando-se as regras gerais antes estudas (critério biopsicológico):
• Se era inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do fato (inimputável), será aplicada
medida de segurança.
• Se o agente não era inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do fato (semi-
inimputável), haverá redução da pena de um a dois terços, podendo ser substituída por
medida de segurança nos casos do art. 98 do CP.
RESUMINDO: 
• EMBRIAGUEZ CULPOSA: responde normalmente pelo crime (art. 28, II, do CP).
• EMBRIAGUEZ PREORDENADA: responde pelo crime incidência da circunstância agravante
genérica prevista no art. 61, II, “l”, do CP.
• EMBRIAGUEZ EM CASO FORTUITO E FORÇA MAIOR: a) se o agente era inteiramente
incapaz de entender o caráter ilícito do fato: haverá isenção da pena (§ 1º do art. 28 do CP);
b) se o agente tiver o mínimo de entendimento sobre o caráter ilícito do fato: a pena poderá
ser reduzida de um a dois terços (§ 2º do art. 28 do CP).
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• EMOÇÃO E PAIXÃO
A emoção ou paixão, conforme previsto no art. 28, I, do CP, não são capazes de excluir a 
culpabilidade, mas podem possuir efeitos diferentes sobre a pena. 
• Paixão: é um sentimento duradouro e profundo, que se instala no agente e pode
caracterizar torpeza ou vingança, aumentando a reprovação da conduta.
• Emoção: é um sentimento abrupto e passageiro, que toma conta do agente e logo
vai embora. Apesar de não excluir a culpabilidade, pode atenuá-la, como no caso do
homicídio causado sob o domínio da violenta emoção logo após a injusta provocação
da vítima, em que o § 1°do art. 121 do CP prevê a possibilidade de diminuição da pena
de 1/6 a 1/3.
6.2. POTENCIAL CONSCIÊNCIA DE ILICITUDE 
Art. 21 do CP - O desconhecimento da lei é inescusável. O erro sobre a ilicitude do fato, 
se inevitável, isenta de pena; se evitável, poderá diminuí-la de um sexto a um terço. 
Parágrafo único - Considera-se evitável o erro se o agente atua ou se omite sem a 
consciência da ilicitude do fato, quando lhe era possível, nas circunstâncias, ter ou 
atingir essa consciência. 
Embora o conhecimento da lei seja obrigatório para todas as pessoas, existem situações em 
que o agente atua conscientemente, mas acreditando que não há qualquer ilicitude na sua conduta, 
o que se denomina de erro de proibição.
Conforme estudado anteriormente ERRO DE TIPO não se confunde com ERRO DE PROBIÇÃO. No 
Erro de tipo o agente não sabe o que faz, ignorando elementar do crime ou dado complementar 
do tipo penal. Já no erro de proibição o agente comete o ato de forma consciente (sabe o que 
faz), mas acredita que o fato não é crime.
Havendo erro de proibição, duas situações são possíveis: 
• Erro de proibição inevitável (escusável): haverá exclusão da culpabilidade e o
agente será isento de pena TEMA COBRADO NOS EXAMES IX E XIV DA OAB/FGV.
• Erro de proibição evitável: haverá redução da pena de 1/3 a 1/6, conforme art. 21 do CP.
O erro de proibição pode ser classificado também em direito e indireto: 
Erro de proibição direto: o agente se equivoca quanto ao conteúdo de uma norma proibitiva, 
seja por desconhecer ou ignorar a existência do crime (ex.: holandês, que consume maconha na 
Holanda, e acredita ser possível utilizar a droga no Brasil, equivocando-se quanto à ilicitude de 
suua conduta).
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Erro de proibição indireto (descriminante putativa por erro de proibição): o agente sabe que 
a sua conduta caracteriza crime, mas aredita que está presente uma causa excludente da ilicitude, 
6.3. EXIGIBILIDADE DE CONDUTA DIVERSA 
Art. 22 do CP - Se o fato é cometido sob coação irresistível ou em estrita obediência 
a ordem, não manifestamente ilegal, de superior hierárquico, só é punível o autor da 
coação ou da ordem
Se no caso concreto não se puder exigir do agente conduta diferente daquela que ele tomou, 
significa que ele não poderá ser censurado pelo que fez, excluindo-se sua culpabilidade.
Há duas hipóteses de inexigibilidade de conduta diversa previstas no art. 22 do CP: 
• Coação moral irresistível: o coagido realiza conduta delituosa em razão de pressão
psicológica irresistível feita pelo coator, como no caso de alguém que realiza um
furto em razão de ameaça de sequestrador de que, se não o fizer, matará sua esposa
sequestrada. Havendo coação moral irresistível, apenas o coator poderá ser punido,
já que o coagido terá excluída sua culpabilidade.
• A coação moral irresistível não

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