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Resumo Métodos da Etnologia de Franz Boas

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE
ANTROPOLOGIA I
PROFº DR HIPPOLYTE BRICE SOGBOSSI
ALUNO: MOISÉS SILVA DOS SANTOS
RESUMO: MÉTODOS DA ETNOLOGIA DE FRANZ BOAS
Os Métodos da Etnologia escrito em 1920, Boas critica fortemente a etnologia evolucionista e difusionista e propõe que se estudem os fenômenos culturais internos ao grupo privilegiando a pesquisa empírica.
Boas faz uma retrospectiva analítica sobre os métodos da etnologia, na segunda metade do século XIX prevaleceu o pensamento evolucionista, que defendia a “ideia de uma evolução geral e uniforme da cultura”. Entre os autores desta vertente podemos citar Spencer, Morgan, Tylor e Lubbock. O geografo Ratzel influenciou os estudos marcados pela ideia de migração e difusão.
Segundo alguns autores, a pesquisa etnológica baseia-se mais nos conceitos de migração e disseminação do que no de evolução. O ponto evolucionista pressupõe que o curso das mudanças históricas na vida cultural da humanidade segue leis definidas aplicáveis em toda parte, ou seja, o desenvolvimento cultural ocorreria do mesmo modo entre todos os povos e raças.
Segundo Boas, esta ideia é claramente expressa por Tylor nas páginas da introdução de seu clássico Primitive Culture. No entanto, segundo Boas, esta tese não é passível de comprovação. A ocorrência de algumas similaridades no desenvolvimento de determinadas sociedades não é suficiente para legitimar a tese evolucionista. Essas similaridades ocasionais e irregulares serviram de base tanto para o evolucionismo quanto para os estudos sobre os fenômenos culturais desenvolvidos por Bastian.
A ideia evolucionista é baseada no pressuposto de que a cultura europeia construiria o desenvolvimento cultural mais elevado em direção ao qual tenderiam todos os outros tipos culturais primitivos. No entanto, se considerarmos a coexistência de diversas culturas fica evidente que não se pode manter a hipótese de uma única linha geral de desenvolvimento.
Boas critica o fato de Heinrich Schulz baseado da difusão, ter feito conexão entre a arte encontrada na Melanésia com as do Noroeste dos EUA. Segundo Boas, o simples fato de que, nessas áreas, ocorram elementos que podem ser interpretados como olhos. Induzem-no a supor que ambas têm uma serem comum, sem admitir a possibilidade de que, nas duas, o padrão possa ter se desenvolvido a partir de fontes independentes.
Enquanto a tendência da antropologia europeia tenha a adoção da teoria evolucionista ou difusionista. Os antropólogos americanos seguiram por outro caminho. Os pesquisadores norte-americanos estão sobretudo interessados nos fenômenos dinâmicos da mudança cultural. Boas responde à crítica de que os antropólogos americanos não teriam se dedicado a solução dos problemas da história filosófica da humanidade afirmando que a questão não é essa. Apenas não temos a esperança de estarmos aptos a resolver um problema histórico complexo com uma formula.
Como todo problema da história cultural é um problema histórico a etnologia não tem como dar conta destes problemas, uma vez que trabalha com os dados disponíveis no momento da pesquisa e todas as evidencias de mudanças podem ser inferidas apenas por métodos indiretos, ou seja, pela comparação de fenômenos estáticos, combinada com o estudo de sua distribuição. Esta metodologia foi adotada por Lewin no seu estudo sobre as guerreiras dos índios Crow das planícies norte americanas.
Tao logo esses métodos são aplicados todas as formas culturais aparecem, com maior frequência, num estado de fluxo constante e sujeitas as modificações fundamentais. Na etnologia americana, a questão da disseminação ocupa lugar de destaque, pois é mais fácil provar a disseminação do que acompanhar os desenvolvimentos produzidos por forças interiores.
Porem alguns pesquisadores dos processos de aculturação têm sido atraídos pelo estudo dos acontecimentos internos aos grupos. Segundo Boas, ao enfatizar a importância dos fenômenos históricos, estes pesquisadores são competidos a considerar cada fenômeno, não apenas como efeito, mas também como causa.
Boas exemplifica com o exemplo do excedente de alimento que abre caminho para interpretações dicotômicas. Por um lado, um excedente de alimentos pode levar a um aumento da população e do lazer, o que abre lugar para ocupações, não essenciais. Por outro, o aumento da população e do lazer pode se refletir em novas invenções, originando assim suprimento de alimentos e um aumento adicional na quantidade de tempo disponível para o lazer.
A relação da sociedade e individuo é outro exemplo. As atividades do individuo são determinadas por seu ambiente social, por sua vez, suas próprias atividades influenciam a sociedade em que ele vive.
A metodologia de investigação das relações internas dos grupos tem atraído pesquisadores que não se continham apenas em enumerar crenças e costumes padronizados, mas que se interessam pela questão de como o indivíduo reage a totalidade de seu ambiente social, assim como pelas diferenças de opinião e pelos modos de ação que ocorrem na sociedade primitiva e que produzem mudanças de consequências amplas.
Resumindo a etnologia americana baseia-se em estudos das mudanças dinâmicas na sociedade que podem ser observadas no tempo presente. Esta vertente da etnologia não foca em estudos mais amplos do desenvolvimento geral da humanidade, mas nos processos empíricos, no aqui e agora.
Concluindo, cada grupo social tem uma história própria e única, parcialmente dependente do desenvolvimento interno peculiar ao grupo social e parcialmente de influencias exteriores. Seria impossível entender o que aconteceu a qualquer povo particular com base num único esquema evolucionário.

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