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10- Carvalho - Cidadania

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Texto: 
Cidadania no Brasil: o longo caminho 
(2012)
(José Murilo de Carvalho)
� Graduação em Sociologia e Política pela UFMG 
(1965), mestrado em Ciência Política - Stanford 
University (1969) e doutorado em Ciência 
Política - Stanford University (1975), pós-
doutorado em História da América Latina na 
University of London (1977).
� Suas pesquisas e sua produção concentram-se 
na história do Brasil Império e Primeira 
República, com ênfase nos temas da cidadania, 
republicanismo e história intelectual.
� Construção da democracia no Brasil, após fim da 
ditadura, em 1985
� A palavra CIDADANIA
Substituiu o próprio povo na retórica política
� Democratização das instituições não é a garantia 
automática de liberdade, emprego, participação, 
segurança, desenvolvimento, justiça social
� Mecanismos e agentes do sistema democrático 
desgastam-se e perdem a confiança dos 
cidadãos
� Exercícios de direitos como a liberdade de 
pensamento e o voto não gera 
automaticamente a satisfação de outros –
segurança e emprego, por exemplo
� Exercício do voto não garante existência de 
governos atentos aos problemas básicos da 
população
� Liberdade e participação não levam 
automaticamente à resolução de problemas 
sociais
� Cidadania inclui várias dimensões
� Algumas podem estar presentes sem as outras
� Uma cidadania plena, que combine liberdade, 
participação e igualdade para todos, é um ideal 
desenvolvido no Ocidente e talvez inatingível
� Cidadão pleno = direitos civis, políticos e sociais
� É possível haver direitos civis sem direitos 
políticos
� Sem direitos civis, os direitos políticos servem 
mais para justificar governos do que para 
representar cidadãos
� Sem direitos civis e políticos, o conteúdo e o 
alcance dos direitos sociais tendem a ser arbitrários
� Direitos civis direitos fundamentais à vida, à 
liberdade, à propriedade, à igualdade perante à lei 
(liberdade individual)
� Direitos políticos participação do cidadão no 
governo da sociedade, direito ao voto (ideia de 
autogoverno)
� Direitos sociais direito à educação, ao 
trabalho, ao salário justo, à saúde, à aposentadoria 
(justiça social)
� Marshall cidadania na Inglaterra desenvolveu-se 
com muita lentidão: direitos civis (séc. XVIII), direitos 
políticos (séc. XIX) e direitos sociais (séc. XX)
� Não há apenas um caminho para a cidadania.
� Em outros países, como França, Alemanha, Estados 
Unidos e Brasil, o percurso dos direitos foi diferente
� Brasil
� Maior ênfase nos direitos sociais
� Alteração na sequência dos direitos adquiridos: direitos sociais 
(1º), direitos políticos (2º), direitos civis (3º)
� Educação popular
� Definida como direito social, mas é pré-requisito 
para a expansão dos outros direitos
� Permite às pessoas tomarem conhecimento de seus 
direitos e se organizarem para lutar por eles
� Sua ausência é sempre um dos principais obstáculos 
à construção da cidadania civil e política
� Construção da cidadania tem a ver com a 
relação das pessoas com o Estado e com a 
nação
� As pessoas tornavam-se cidadãs à medida que 
passavam a se sentir parte de uma nação e de 
um Estado
� Cidadania lealdade a um Estado e 
identificação com uma nação
� Redução do poder do Estado afeta a natureza 
dos antigos direitos, principalmente dos 
direitos políticos e sociais
� Internacionalização do sistema capitalista 
� Criação de blocos econômicos e políticos
� Essas mudanças têm recolocado em discussão o 
problema da cidadania, mesmo nos países em 
que parecia estar resolvido
� Desafio à instituição do Estado-nação
� Mudanças no cenário internacional:
� Redução do papel central do Estado como fonte de 
direitos e arena de participação
� Deslocamento da nação como principal fonte de 
identidade coletiva
� Não existe mais a crença de a democracia 
política resolver com rapidez os problemas da 
pobreza e da desigualdade
� Estadania X Cidadania
� Ausência de ampla organização autônoma da 
sociedade e prevalência de interesses 
corporativos
� Eleitores desprezam os políticos, mas continuam 
votando neles na esperança de benefícios pessoais
� “É possível que, apesar da desvantagem da 
inversão da ordem dos direitos, o exercício 
continuado da democracia política, embora 
imperfeita, permita aos poucos ampliar o gozo dos 
direitos civis, o que, por sua vez, poderia reforçar 
os direitos políticos, criando um círculo virtuoso 
no qual a cultura política também se modificaria.”
� Importância do mercado como mecanismo 
autorregulador da vida econômica e social
� Cidadão torna-se cada vez mais um 
consumidor
� A cidadania que é reivindicada por certos grupos é a 
do direito ao consumo; a cidadania pregada pelos 
novos liberais
� Colaboração entre sociedade e Estado

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